Aulas (2.º período)
Aula 51-52 (3/jan) [esta aula é privativa das
turmas 1, 4, 6] Explicações sobre trabalho de gravações acerca de livros lidos
(prazo finalíssimo; pronúncias estrangeiras; «romance»); anúncio do calendário
do 2.º período.
Caracterização
de personagens direta (auto e heterocaraterização) e indireta, num passo de
episódio de Bruno Aleixo (e entrevista com Ana Bacalhau).
Síntese
de «Um ano sem operações», crónica de Miguel Esteves Cardoso saída no dia
31-12-2012, e criação de crónica própria semelhante [turma 4]. // Após leitura
de «Os potentinhos portugueses» (p. 129), de Miguel Esteves Cardoso, comentário
articulador deste texto e dos tipos de peixes repreendidos por Vieira no cap. V
do «Sermão de Santo António» [turmas 1 & 6] — cfr. aula 45-46 das outras turmas.
O
texto reproduzido em cima é a crónica de Miguel Esteves Cardoso saída no Público de 31-12-2012, na sua habitual
coluna (‘Ainda ontem’). Para se perceber o título, é necessário sabermos que a
mulher do autor tem estado doente, com um cancro. (Por vezes, nesta mesma
coluna, MEC tem partilhado com os leitores as tristezas, ou as breves alegrias,
que a evolução da doença de Maria João — antiga locutora da SIC — lhe vai
trazendo).
Começa
por escrever uma síntese da crónica
(lembro-te que uma síntese não se confunde com um resumo e que, nada sendo dito
em outro sentido, podemos presumir que a extensão da síntese será de cerca de um
terço do original (umas setenta-oitenta palavras, portanto).
............................
............................
Escreve
uma crónica igualmente alusiva à entrada no novo ano. Podes partir do princípio
de que eras convidado a escrever, na mesma coluna, a crónica de 31-12-2012 ou,
o que vai dar no mesmo, a de 1-1-2013.
O
texto terá título, é claro, e a extensão, como também é natural, deverá ser
idêntica (um pouco mais de duzentas palavras).
..........................
TPC — Relanceia programas de televisão sobre
o «Sermão de Santo António» e o Padre António Vieira (que pus no blogue). (Não
esqueças também de ir pondo à mão — e de ir começando — Os Maias.) E, se não fizeste ainda a gravação sobre livros lidos,
trata disso sem falta até 14/15 de janeiro.
Aula 53-54 (7, 8/jan) O capítulo VI do «Sermão»
(pp. 130-131) corresponde à peroração, a última parte de um discurso. Vai lendo
o texto e preenchendo o que falta no quadro.
linhas
|
expressão
no «Sermão»
|
expressão equi-valente ou que usaríamos hoje
|
comentário
|
l
|
despido
|
____
|
O Padre Vieira usa a
forma verbal mais antiga da 1.ª pessoa do Presente do Indicativo de
«despedir», mas a forma que usamos atualmente resulta de analogia com as de
outros verbos (cfr. «posso»,
«meço», «peço»).
|
2
|
vades
|
____
|
É esta a forma da 2.ª
pessoa do plural do Presente do Conjuntivo de «ir»; no entanto, se tivermos
em conta que se usaria agora a 3.ª pessoa do plural (porque o tratamento
seria «vocês» e não «vós»), a forma comum seria «_____».
|
2
|
outro
|
outro sermão
|
Lembremos que o Padre
Vieira ia partir para Portugal (aliás, em parte, para defesa dos índios),
pelo que aquele seria, durante tempo, o último sermão que lhe ouviriam os
_____.
|
3
|
mui
|
____
|
O advérbio «mui»
resulta de uma _____ (supressão do som final — cfr. p. 325) de «muito» (como «São» resulta de apócope de
«Santo»).
|
3
|
ficastes
|
____
|
É esta a 2.ª pessoa do
plural do Pretérito Perfeito, embora, como quase já não usemos esta pessoa, a
forma nos pareça incorreta (se tivéssemos em conta que usaríamos hoje a 3.ª
pessoa do plural — «vocês, peixes» —, teríamos a forma «_____»).
|
8
|
habitadores
|
____
|
Os peixes são os
habitantes do elemento que é matéria do primeiro sacramento (cfr. infra), a água.
|
9
|
primeiro sacramento
|
batismo
|
Os sete sacramentos são
Batismo, Confirmação, Comunhão, Penitência, Extrema unção, Ordem, Matrimónio
(a matéria do Batismo é a _____).
|
13
|
pregara
|
____
|
Até tarde o Pretérito
Mais-que-perfeito serviu em casos em que hoje temos de usar o Imperfeito do
Conjuntivo.
|
13
|
Oh
|
____
|
É a interjeição (não é
a expressão que se apõe a um vocativo), mas, hoje, usaríamos a seguir uma
vírgula ou um ponto de _____.
|
22
|
alvedrio
|
____
|
Hoje, preferiríamos a
outra palavra do par de divergentes resultantes do lat. arbitrium (a palavra que hoje mais
usamos é a que nos chegou por via erudita; a palavra usada por Vieira é a da
chamada «via _____»).
|
31-32
|
de um homem que tinha as mes-mas obrigações
|
de __
|
Este apóstolo tinha as
mesmas obrigações de Vieira e traiu-as (por isso Vieira diz correr também
esse risco).
|
30
|
do seu divino acatamento
|
de __
|
«Acatamento» é a
presença ou vista de pessoa divina a quem se deve reverência.
|
38
|
tanto
|
____
|
«Tão» deve ser a forma
reduzida (apocopada) de «tanto». Antes de adjetivos é essa a forma do
advérbio (não se confunda o advérbio «tão/tanto» com o quantificador
«tanto(s)», «tanta(s)»).
|
41
|
um elemento tão largo e tão puro
|
a ___
|
O elemento onde vivem
os peixes.
|
42
|
aqueles que convosco e de vós viviam
|
os apóstolos Tiago, João, Simão e André
|
Estes apóstolos eram ____
e, por isso, mais especialmente se relacionavam com peixes.
|
Resolve o exercício 1 (e 1.1) da p. 131:
a. __; b. __; c. __; d. __; e. __; f. __; g. __;
h. __
Terminado o sermão, os peixes — vamos
supor que eram eles a assistência (ou que também tinham ouvido o sermão) —,
fazem sair um comunicado (entre pp. 36-41, estuda-se este tipo de texto, que já
demos). Escreve esse comunicado. (O registo e a estrutura serão os apropriados
a comunicados. O que se abordará fará alguma alusão ao sermão proferido pelo
Padre António Vieira. De resto, há imensa margem de manobra.)
TPC — Relanceia programas de televisão sobre o «Sermão de Santo António» e o
Padre António Vieira que pus no blogue. (Não esquecer também de ir tendo à mão
— e de começar a ler — Os Maias.) E, se não fizeste ainda a gravação,
trata disso sem falta até 14 (15) de janeiro.
Aula 55-56 (9,
10/jan) Lê a crónica «Seja responsável, reclame!» (p. 29), que servirá de
introdução a um tipo de texto que nos faltava estudar, a reclamação.
Sem me inquirires sobre o seu
significado, em cada item que se segue circunda uma das hipóteses à direita, a
que tenha o valor mais aproximado da expressão usada no texto (a a negro e à
esquerda). Para averiguares da bondade de cada opção, podes experimentá-la, em
substituição da original, no mesmo exato contexto.
volta em vez (linha 1) — de novo em volta / em revolta
/ aqui e ali / sempre
ínvias (l. 4) — óbvias / inúmeras / inacessíveis /
invejosas
de cidadania (6) — civil /citadino / patriótico / jurídico
fora de regra (8) — irregular / estrangeiro / normal /
regulamentar
chegue ao conhecimento de (8-9) — saiba / conheça
/seja comunicado a / diga a
tutelares (9-10) — de tutor / titulares / de tutela / de
tutoria.
vertente (14) — cume / em apreço / que verte /
ultrapassado
incidentes (20-21) — casos / tipos /acessórios /
acidentes
assentada (22) — assente / vez / sentada / perpécia
alinhavado (26) — esboçado / passado a limpo / escondido
/ planeado
patéticos (32) — patetas / dramáticos / parvos / malucos
represálias (37) — retaliações / algálias /
repreensões / críticas
pairam em fundo (39) — pastam / ficam
subentendidas / ficam ao fundo / são referidas
O não hábito de reclamar (43) — Não nos
habituarmos a reclamar / Não se reclamar / O mau hábito de reclamar / O hábito
de não reclamar
propicia (44) — dificulta / prejudica / facilita /
melhora
representação (45) — imagem / petição / delegação / sabedoria
nos círculos em que nos
movemos (49) — em família / entre nós / nas altas esferas / em
casa
um dos objetivos estratégicos (53)
— uma das táticas / uma das metas / uma das estratégias / uma das vitórias
suficientemente generalistas (60-61) — pouco abstratas
/ vagas / cruas / concretas
reclamantes habituais (67)
— poucos que reclamam / mais interesseiros / revoltados / cocós
Lê
o texto expositivo «Um livro de reclamações em em cada canto» (p. 33).
Na p. 34, resolve os pontos 1.1, 3, 4 (de
«Leitura e Compreensão»):
1.1 ________________
3. (e 3.1) ____________
4. _________________
Na
mesma p. 34 (e na p. 35), resolve o ponto 1.1, de «Escrita». (Nota que, em
qualquer um dos formulários de livros de reclamações — e só escolherás um —, a
parte Motivo de reclamação está
representada numa única linha, ainda que, na prática, em texto, corresponda
decerto a bastante mais.)
..................
..................
Nas
pp. 30-31 trata-se da carta de reclamação (à esquerda, as
regras desse tipo textual; à direita, um exemplo de reclamação, a propósito de
telemóvel estragado).
A
caneta, por favor, escreve uma carta de reclamação dirigida ao
astrólogo/professor/médium/vidente cujo cartão publicitário te tenha calhado. O
formato da reclamação deve inspirar-se no da p. 31. Quanto à situação que teria
desencadeado a reclamação, cabe-te imaginá-la. O remetente não tem de se
identificar contigo.
................
...............
TPC — Mantém-se o tepecê da última aula.
Aula 57-58 (14, 15/jan) Explicação sobre «canto» e
«canto» (homónimas, convergentes; divergentes; sincronia, diacronia).
Correção
do questionário de compreensão.
Depois de relanceares o enquadrado «Texto
argumentativo» (p. 94), e de ouvirmos dois trechos de episódios da
segunda temporada do Programa do Aleixo,
completa.
No episódio 1 é
discutida a tese «_____». Nesse «Debate Tipo Prós & Contras», a referida
tese é ___ por uns (Busto, Nélson) e refutada por outros (Renato, Bussaco,
Bruno).
Os «argumentos» — na
verdade, não se trata de argumentos bem formulados mas podemos reconstituir as
premissas em que se fundariam — em apoio ou em prejuízo da ____ (ou mesmo um
pouco à margem daquela precisa discussão) podem exemplificar a tipologia
apresentada em «Alguns tipos de argumentos» (a meio da p. 94):
{Completa com dedutivo / indutivo / por analogia / de autoridade}
Faço na mata porque o
chichi também é natureza (Bussaco)
|
Argumento _______
|
Faço no duche porque
uma vez saí do banho para fazer chichi e, quando voltei para o banho, já não
havia água. (Nélson)
|
Argumento _______
|
Não havia água, porque
puxaste o autoclismo. (Renato)
|
Argumento indutivo
|
Se não puxasse, ficava
a casa de banho a cheirar a chichi. (Nélson)
|
Argumento dedutivo
|
Se se fizer chichi no
banho, poupam-se descargas de autoclismo. (Busto)
|
Argumento _______
|
Ao contrário da água
dos autoclismos, que vai para o mar, a do duche volta a ser distribuída; por
isso, se se fizer chichi no duche, beberemos a nossa própria urina. (Bruno)
|
Argumento _______, assente em premissa falsa
|
A água com detergente
das casas de banho vai para a piscina, porque a piscina tem um cheiro
característico e é azul, e a água com detergente tem um cheiro característico
e é azul. (Nélson)
|
Argumento _______
|
No episódio 3, Renato
alega que «uma vez, um homem morreu depois de ter bebido por latas com urina de
rato», o que constitui um argumento _____ (se isso aconteceu uma vez, é de
prever que aconteça assim mais vezes).
Falta-nos um exemplo de
argumento de autoridade, mas podíamos inventá-lo: {sobre a tese ‘Beber diretamente da lata é perigoso’}: «______».
Finalmente, vejamos se
as características do registo linguístico eram as do texto argumentativo. Surgiam
_______ de causa-consequência («porque», «por isso», «e assim», «se»),
contrastivos («mas»), confirmativos («pois é», «claro que é»). O verbo
predominante no enunciado da ______ era, com efeito, «ser» (e, salvo erro, também
o deôntico «dever»). Ouvimos também verbos declarativos ou que poderiam introduzir
atos ilocutórios _______ («eu assumo que», «quero acreditar que», «acho que»).
E é verdade que o tempo mais usado era o ______ do indicativo.
Na p. 95, vai lendo «O poder é da
palavra». A reprodução desse texto expositivo/reportagem está abreviada,
havendo dez cortes («[...]») relativamente ao original.
Acrescenta texto nessas lacunas, de
maneira a que tudo fique gramatical, coerente com texto anterior e posterior,
verosímil, em registo semelhante ao do resto do artigo. Nos casos em que não
haja pontuação imediatamente antes de «[...]», podes criá-la ou prosseguir como
se não houvesse nenhum sinal. A pontuação à direita de «[...]» tem de ser
mantida. No texto correspondente ao próprio «[...]» és soberano, inclusivé, é
claro, quanto à pontuação interna. A extensão, em média, será de duas ou três
linhas por «[...]».
linha
|
palavra
anterior
|
[...] (a trocar por
texto)
|
16
|
enormes”
|
|
25
|
Morgado
|
|
31
|
rigoroso”
|
|
34
|
portugueses
|
|
37
|
‘vinculativas’.
|
|
40
|
E tem.”
|
|
45
|
Sampaio
|
|
51
|
racionalidade).
|
|
52
|
clássicos
|
|
56
|
emocionalmente).
|
|
TPC — Aproveitando o facto de ainda não ter devolvido esses trabalhos, quem não
o fez em tempo podia ainda tentar escrever o «Alfabeto sobre ‘Sermão de Santo
António aos Peixes’ e o Padre Vieira».
Aula 59-60 (16, 17/jan) [Quadro com
pronomes pessoais do Caderno de Apoio ao Estudo, Expressões 11, copiado em Gaveta de Nuvens também:]
Na
tabela que se segue estão pronomes pessoais encontráveis em
«Encosta-te a mim» (p. 199). Tendo o cuidado de ir verificar o contexto em que aparecem
os pronomes na letra da canção, escreve a função sintática de cada um. (Não te
limites a procurar no quadro em cima; tenta mesmo compreender a função do
pronome nas frases em causa.)
verso
|
pronome
|
função sintática
|
comentário que pode
ajudar na decisão quanto à função desempenhada
|
1
|
te
|
|
Na
3.ª pessoa seria «ele encosta-se».
|
1
|
mim
|
|
Era
possível trocar por «encosta-te-me».
|
2
|
Nós
|
|
|
4
|
eu
|
|
|
7
|
eu
|
|
|
8
|
me
|
|
O pronome da 3.ª pessoa não seria «*deixa-lhe» mas
«deixa-o».
|
11
|
te
|
|
Na
3." pessoa seria «para o merecer».
|
12
|
me
|
|
Na
3.ª pessoa não seria «*recebe-lhe».
|
14
|
mim
|
|
|
16
|
eu
|
|
|
17
|
contigo
|
|
|
20
|
te
|
|
Há duas interpretações possíveis: 'quero a ti bem' (=
'desejo a ti o melhor') e 'quero-te muito' (= 'desejo-te muito').
|
23
|
mim
|
|
|
26
|
Eu
|
sujeito
|
|
Vai até às pp.
134-135. Responde — com o bom acabamento que supõe um questionário deste tipo —
às perguntas que selecionei do grupo I da ficha formativa sobre «Com aquele seu
capelo». Algumas das respostas estão começadas por mim, mas deves sempre ler a
respetiva pergunta no manual.
1. O texto apresentado integra-se no
capítulo ____ do «Sermão de ______», quando o orador trata de ______ os peixes,
em particular. O «peixe» criticado é o _____. Se considerarmos a estrutura
típica dos sermões, este passo situa-se já perto do final da _________ (ou
confirmação), seguindo-se-lhe o capítulo VI, que constitui a peroração. {Para se conhecer a estrutura do sermão,
veja-se o verbete de enciclopédia na p. 101}
2.1
Primeira parte, ll. 1-3 (primeira
frase); segunda parte — ll. 3-14; terceira parte — ll. 15-21.
2.2. [Em
vez de sugerires um título e dares as razões da escolha, escreve só três
títulos mas especialmente expressivos.]
Primeira
parte: ________
Segunda
parte: ________
Terceira
parte: ________
3.1 [Há três expressões que poderiam ser escolhidas: A
primeira salienta a aparência de santidade do molusco: «com aquele seu capelo
na cabeça, parece um monge» (l. 3); a segunda comparação é estabelecida com uma
estrela e, decerto, com a sua luminosidade: «com aqueles raios estendidos,
parece uma estrela» (ll. 3-4). A terceira comparação vinca a aparência
inofensiva do polvo: «com aquele não ter osso nem espinha, parece a mesma
brandura, a mesma mansidão» (ll. 4-5). Estes atributos tão lisonjeiros ligados
à aparência contrastam com a realidade, a dissimulação de que é capaz o polvo:
«é o maior traidor do mar»).]
4.1
__________
4.2 __________
5.1 __________
6. Apóstrofe — «peixe aleivoso e vil» (l.
20). Esta apóstrofe, com uma dupla adjetivação de conotação negativa, revela ____.
6.1 _________.
7. As interrogações retóricas (ll. __ e __)
visam atrair a atenção dos ouvintes. Como momentos de pausa na progressão do
sermão, chamam o auditório a uma reflexão, preparando, desta forma, a
argumentação que se lhes segue.
10. Podemos
talvez considerar deíticos pessoais «_____» (l. 1), «saiamos» (l. 1), «vê»
(1.20), «_____» (l. 20); e deíticos espaciais «saiamos» ou «_____» (l. 1). (Quanto
a mim, estas expressões dificilmente evocam propriamente a enunciação — o
orador reporta-se ao seu espaço ou está apenas a criar uma situação narrativa?
— e não são bons exemplos de deixis.)
11.1 Proponho
duas hipóteses (com «dever» e «poder»):
Até
Judas ___ não ter sido tão traidor como tu, polvo.
Até
Judas não ___ ter sido tão traidor quanto tu, polvo.
12. {Pode ser útil a consulta da p. 325}
a. A
queda do -m de spinam consiste numa ____. O acrescento
da vogal no início da palavra é uma _____. Houve ainda a _____ do n em nh.
b. Como
é costume deu-se a ____ do -m latino.
A passagem do t a d configura uma ____.
c. Como
sempre, tudo começa com a _____ do -m.
Deu-se depois o desaparecimento de um som medial (a ___ do -n-). Na passagem de -ea
a -eia há uma ____.
d. Apócope
do ____. Síncope do ____. E, ainda, _____ do t em d.
TPC — Ir lendo Os Maias.
Aula 61-62 (21, 22/jan) Vamos retomar o que já
víramos sobre as funções sintáticas internas ao grupo verbal (pp.
327-328), particularmente sobre a de complemento oblíquo.
Alguns critérios
para distinguir funções sintáticas:
O complemento direto é substituível
pelo pronome «o» («a», «os», «as»):
Dei um doce ao orangotango. = Dei-o
ao orangotango.
O complemento indireto, que é
introduzido pela preposição «a», é substituível por «lhe»:
Dei um doce ao orangotango. = Dei-lhe
um doce.
O complemento oblíquo, e mesmo quando
usa a preposição «a» (uma das várias que o podem acompanhar), nunca é
substituível por «lhe»:
Assistiu ao julgamento do Coronel Jesuíno. → *Assistiu-lhe.
Para identificarmos um modificador, podemos
fazer a pergunta «O que fez [sujeito] + [modificador]?» e tudo soará
gramatical:
A Florinda estudou gramática na segunda-feira.
Que fez a Florinda na
segunda-feira? Estudou gramática.
Ao contrário, se se
tratar de um complemento oblíquo, o resultado será agramatical:
O Acácio foi à Cova
da Moura.
* Que fez o Acácio à Cova da Moura? Foi.
Reconhece-se o complemento agente da passiva
com facilidade. Começa com a preposição «por» e podemos adotá-lo como sujeito
da mesma frase na voz ativa:
Batatinha foi carregado por Miguel Lopes.
→ Miguel Lopes
carregou Batatinha
Completa
com complemento direto, complemento indireto, complemento oblíquo, complemento agente da passiva, predicativo do sujeito, predicativo do complemento direto, modificador.
Moras
em Cabul?
|
|
Os
estores da minha casa foram estragados pela
ventania.
|
|
Em Miranda do Douro come-se boa carne.
|
|
O
Salvador é o último português sem
telemóvel.
|
|
Comi
anteontem uma costeleta de
gato excelente.
|
|
O
Alípio foi ali e já vem.
|
|
Iracema
mentiu a Jesuíno.
|
|
Na
livraria vendem carapaus.
|
|
Ontem
passei por ela.
|
|
Regressaste
da Líbia.
|
|
O
Ulisses põe o livro na estante.
|
|
Os
jornalistas consideraram Messi o
melhor.
|
predicativo
do complemento direto
|
Identifica
as funções
sintáticas (sujeito, predicado, complemento direto, etc.), na canção com que se inicia o filme Love actually (O amor acontece):
Sinto-o
nos meus dedos,
Sinto-o
nos meus pés,
O
amor anda à minha volta,
O
Natal está à minha volta,
E
o sentimento cresce,
Está
escrito no vento,
Está
onde quer que vá.
Por
isso, se gostam do Natal,
Deixem
nevar.
|
o
= ____ (cujo referente são os versos 4-7; trata-se, portanto de uma ____ {anáfora/catáfora}).
[eu]
(subentendido) = ____
à
minha volta = ____
à
minha volta = ____
sentimento
= ____
cresce
= ____
escrito
no vento = ____
está
escrito no vento = ____
do Natal = ___
|
Uma
parte do filme supracitado vai interessar-nos a propósito de uma espécie de
caricatura do modo de ser português. É o que também aflora o texto de Ricardo
Araújo Pereira, na p. 132. Lê o texto completo e, só depois, completa a minha
síntese-comentário.
O título da _____ {género jornalístico} de Ricardo Araújo Pereira, «Este país não é
para corruptos», faz alusão a um filme, Este
país não é para ____. No entanto, o filme trata de um negócio que falha,
enquanto que o suborno pensado por ______ foi oferecido mesmo, ainda que se
tenha depois concluído que não era passível de ______, tendo o arguido sido
_______. Névoa não foi condenado porque, segundo o tribunal, o político que
recebera o dinheiro não era a pessoa _____ para resolver o que o subornador
pretendia. Podemos dizer que Névoa, além de desonesto, foi ______, mas o que é
certo é que foi isso que o ilibou.
Ricardo Araújo Pereira traça depois uma analogia
entre o disposto nesta _____ e casos hipotéticos de crimes graves cujo autor
tivesse errado, sem querer, no exato _____ da malvadez. No último parágrafo, o
cronista, pontuando o texto com figuras de estilo que visam a caricatura —
ironia («_____ título»); paradoxo/antítese («ilegalidade ilegal» que é legal;
trocadilhos com lugares comuns («não é corrupto quem quer», «isto não é
corrupção que se apresente») —, acaba por se centrar na crítica que sempre
pretendeu valorizar e que nem se foca tanto na corrupção, mas antes ______.
Quanto ao primeiro parágrafo, aproveita-se aí
muito o conceito ______ do «Sermão de Santo António», «Vós sois o sal da
terra». Como um dos elementos da metáfora, o sal, significa ‘conservação’, o
autor experimenta trocá-lo por outros meios mais modernos de preservar os
alimentos, a ______ ou a ______, porque, conforme alega, atualmente já se sabe
que o sal provoca ______. Antes disso, considerara ser Portugal um país em
salmoura (‘água com muito sal’), por não se manifestar cá nenhum resquício de
_______. É esta assunção (irónica, já se vê) que, mais do que a
intertextualidade com o filme, vem justificar o ______.
TPC — Continua a ler Os Maias. (No CRE, segundo o que pesquisei no catálogo, há uns
cinco exemplares requisitáveis: a cota é 82P-3/QUE/MAI.)
Aula 63/64
(23, 24/jan) Escreve resumo
do texto «Um homem e uma obra de paixões» (p. 139); síntese de «Ler Frei Luís de Sousa hoje» (p. 139); comentário-análise
do anúncio do Teatro-Nacional D. Maria (p. 138).
No trecho do filme que vimos, as
personagens secundárias (ou figurantes) portuguesas — não incluo Aurélia — são
uma espécie de personagem coletiva, plana, ingenuamente caricaturada, talvez um
estereótipo do português aos olhos dos estrangeiros. A caracterização desta
«personagem» é, como é costume em cinema, indireta, já que decorre sobretudo das
suas atitudes, da sua linguagem.
Inscreve no quadro os adjetivos
qualificativos correspondentes à característica psicológica que os
comportamento à direita sugerem.
portugueses são...
|
comportamentos no trecho de O amor acontece
|
interesseiros,
oportunistas, materialistas
|
Veem
o casamento da filha, ou irmã, como possibilidade de melhoria das condições
materiais.
|
|
Barros
vem abrir a porta em camisola interior; não hesita em confiar em
desconhecido; chama a filha de imediato.
|
|
Barros
diz a Sofia que até pagava para se desenvencilhar dela.
|
|
Sofia
Barros trata o pai por «estúpido».
|
|
Pai
e filha tentam resolver o pedido do estrangeiro.
|
|
Pai
e filha vão pelas ruas a contar a todos o que se está passar.
|
|
«O
meu pai vai vender a Aurélia como escrava!».
|
|
«É
a minha melhor empregada. Não se pode casar!».
|
|
Assistem,
sem desviar olhar, à declaração de amor; na rua não se coibiram de engrossar
o pelotão da demanda de Aurélia.
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Diz
Sofia: «casa-te mas é com o príncipe William».
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Não
percebem as mais elementares palavras inglesas (por isso ficam calados
durante o assentimento de Aurélia).
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Barros
e Sofia beijam genro e cunhado.
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Todo o restaurante fica eufórico com o sucesso da
declaração de amor.
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TPC — Continua a ler
Os Maias. Ir também estudando gramática.
Aula 65-66 (28, 29/jan) Lê «O romântico» (p. 140) e
escreve respostas completas e bem revistas:
Aproveitando também os verbetes ao lado (Dicionário da Língua Portuguesa, Porto
Editora, 2011), explica a intenção da autora nas linhas 9-15.
No 1.º parágrafo — o que
aliás será depois confirmado ao longo do texto (e não deixa de ser corroborado
também pelo título da obra em que este retrato se insere) —, percebemos que a
atitude da escritora relativamente ao tipo, ao perfil, de que se vai ocupar é
de ...
O sujeito de «Refere
pessoas fora do seu tempo e consideradas utópicas» é ...
No 2.º parágrafo, há uma
breve referência memorialística, ou mais confessional, quando a autora...
O antecedente do pronome
anafórico «a» (l. 16) é...
No contexto em que está,
«oração» (l. 16) pertence ao campo lexical de {circunda a melhor alínea}: a) ‘gramática’. | b) ‘discurso’. | c)
‘religião’. | d) ‘trabalho’.
O estereótipo desenhado
ao longo do texto terá, aqui e ali, alguma correspondência nos pares amorosos
de O amor acontece (Love actually), mas não será
completamente concordante. Em síntese, aponta os possíveis identidade e
contraste entre o «cromo» idealizado por Rita Ferro e, por exemplo, James/Aurélia....
Resolução do
ponto 5 da p. 141 (aceções de ‘romântico’).
Trata
os livros que vier a distribuir com os cuidados que a todos os livros são
devidos: sem os espalmar; sem os usar como base do papel em que escrevamos; sem
rasgar ou dobrar folhas.
Se
a obra que te tiver calhado reunir várias peças de teatro, escolhe apenas uma
delas para o preenchimento da coluna à esquerda na tabela. Tem também em conta
que os livros podem ter prefácios, introduções, etc., mas que o que nos
interessa é a peça de teatro. Evita pedir-me ajuda para reconhecer estes
aspetos (o que pretendo é que te habitues a lidar com o paratexto de um livro
de teatro).
Quanto
à coluna da direita, tens de percorrer as pp. 152-216 do manual. No manual
falta a página inicial da peça, mas copiei-a no verso desta folha.
Título da peça
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_____________
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Frei Luís de Sousa
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Autor
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______________
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Almeida
Garrett
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Há indicação de género (como subtítulo ou em alguma página
preambular)?
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______________
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Drama
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Há indicação sobre a primeira representação (ou sobre alguma
outra)?
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______________
______________
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Representado,
a primeira vez, em _____, por uma sociedade particular, no teatro da Quinta
do Pinheiro em 4 de julho de _____
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Há lista de personagens? [Indicar as três que encabecem a
lista:]
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_______________
_____________________________________
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Manuel
de Sousa, Dona Madalena de Vilhena, ___________
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Quantos atos há?
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__________
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três
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Há descrição do cenário de cada ato? [Transcreve o
primeiro nome — comum ou próprio — que surja na didascália descritiva do cenário.
(Geralmente, o ato decorre num só cenário; certas peças, porém, dividem os
atos em quadros — nesse caso, liga só ao primeiro quadro de cada ato.)]
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__________
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«câmara»;
«__»; «__».
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As cenas estão numeradas? [Se estiverem, indica
o número de cenas em cada ato:]
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__________
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_____;
quinze; _____.
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Há didascálias junto das falas das personagens (provavelmente, entre
parênteses e em itálico, a seguir ao nome que antecede a fala)? [Transcreve a primeira que
encontres:]
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____________
|
«____
maquinalmente e devagar o que acaba de ler»
|
Responde ao
ponto 5 da p. 141:
A palavra romantismo,
tal como o ______ romântico, é habitualmente utilizada para ______ um tipo de sensibilidade — diz-se de _____ que é
uma pessoa «romântica», querendo significar que é ______, idealista, propensa
ao devaneio, revelando por vezes um sentido pouco ______ da realidade. O mesmo
se diz de um ______ ou de uma _____ motivadora do despertar do sonho, da ______,
do sentimento. Diz-se que o mar, a lua, um bosque, um sítio ermo, um rochedo,
um pôr do sol, o outono, uma história de ______, um determinado tipo de música
são «românticos» — o que não se diz habitualmente de uma ______, fábrica,
descoberta científica, ou competição desportiva... Associada à palavra surgem
outras, como solidão, _______, melancolia,
sonho, devaneios amorosos. [...]
No entanto, quando falamos de Romantismo, a
palavra designa apenas um _________ ou movimento literário e artístico, que
marca, a partir de finais do século XVIII, uma ______ total na conceção da
______ e da própria vida, cortando com a longa tradição do ______ europeu.
Teve a sua origem nos povos do Norte,
principalmente na Inglaterra, Escócia e Alemanha, e difundiu-se, em seguida,
nos países do Sul, de tradição latina, França, Itália, Espanha, Portugal [...].
FREI
LUÍS DE SOUSA
DRAMA
Representado, a
primeira vez, em Lisboa, por uma sociedade particular, no teatro da Quinta do
Pinheiro, em 4 de julho de 1843.
PESSOAS
Manuel (Frei Luís) de Sousa
Dona Madalena de Vilhena
Dona Maria de Noronha
Frei Jorge Coutinho
O Romeiro
Telmo Pais
O Prior de Benfica
O Irmão Converso
Miranda
O Arcebispo de Lisboa
Doroteia
Coro de frades
de S. Domingos
Clérigos do
arcebispo, frades, criados, etc.
Lugar da cena — Almada.
TPC — Em Gaveta
de Nuvens pus cópia de capítulo de uma boa gramática sobre Funções
sintáticas (já estudámos as de nível frásico e as internas ao grupo verbal;
faltam-nos as internas ao grupo nominal e ao grupo adjetival — cfr., no nosso manual, 326-328). Continuar
leitura de Os Maias.
Aula 67-68 (30, 31/jan) Na p. 150, lê as
definições de «Tragédia», no cimo do enquadrado, e de «Drama»,
em baixo.
Lê
o excerto ensaístico «Estrutura externa e estrutura interna» (p. 151). (Hoje
focar-nos-emos precisamente nas duas primeiras cenas da peça, destinadas à
apresentação do conflito e dos seus antecedentes.)
Visto o sketch,
completa com drama (2), tragédia (2), gravidade, fatalidade, elevado, temor, Destino.
A peça Macbeth, de William Shakespeare, é uma tragédia, escrita nos
inícios do século XVII.
O sketch
«William Shakespeare’s MacDonald»
aproveita alguns dos seus motivos (as personagens de alta estirpe, Macbeth e Lady
Macbeth, tornadas MacDonald e Lady MacDonald; as bruxas; as profecias), mas
altera elementos importantes da intriga. Essas reformulações fazem perigar o
tom _____ que é de regra nas tragédias. O tópico dos «hambúrgueres», a
convocação do campo lexical da alimentação (quer da comida rápida quer dos
pratos tradicionais), uma interrupção das bruxas para perguntarem «como é que
vai o nosso Benfica?», o registo popular-familiar aqui e ali («bom dinheirinho»,
«chicha», «o um-dois-três», «saudinha») contradizem a ____ habitual na
tragédia. A tragédia deve ser susceptível de suscitar, simultaneamente,
compaixão e ____, o que é contrariado pelos temas desta falsa obra de
Shakespeare, MacDonald.
Para o seu Frei
Luís de Sousa, Almeida Garrett preferiu a etiqueta «___», porque pretendia,
aproveitando embora um clima idêntico ao de uma ____, poder incumprir algumas
das regras típicas daquele género teatral (sobretudo em aspetos formais — a unidade
do espaço e do tempo, a escrita em verso). Dirá o autor que o Frei Luís de Sousa, quanto à índole,
seria uma ____; quanto à forma, um ___.
No sketch
é quase ao contrário: os aspetos formais (de toilette, digamos) da tragédia
parecem mais preservados; é o conteúdo que é sobretudo pervertido). O desfecho
— que, numa tragédia, é sempre carregado de ____, imposto pelo _____, pelo Fatum — é que também não se concretiza,
como conclui a putativa rainha do MacDonald: «Que raio de mariquinhas me
saiste!».
Lê o verbete que se segue:
Frei Luís
de Sousa
— Drama
de Garrett, em três atos, em prosa,
justamente considerado a obra-prima do teatro português. Foi representado pela
primeira vez em 4 de julho de 1843, num teatro particular (o da Quinta do
Pinheiro, a Sete Rios, pertença de Duarte de Sá), e por amadores da melhor
sociedade (o próprio A. desempenhou o papel de Telmo). A 1.ª edição data de 1844. A ação é de trágica
simplicidade. D. João de Portugal foi dado como perdido na batalha de
Alcácer-Quibir. Sua mulher, D. Madalena de Vilhena, após sete anos de espera e
de buscas infrutíferas, desposou D. Manuel de Sousa Coutinho, que já amava em vida de D. João ;
deste segundo casamento nasceu uma filha, D. Maria de Noronha, que, aos treze
anos, revela estranha sensibilidade, aguçada pela tuberculose. Só o velho
criado, Telmo, sempre fiel à memória de D. João, espera que ele esteja vivo e
regresse; essa íntima fé enche a casa de negros presságios. E, numa
sexta-feira, dia fatídico para D. Madalena («faz hoje anos que... que casei a
primeira vez, faz anos que se perdeu el-rei D. Sebastião, e faz anos também
que... vi pela primeira vez a Manuel de Sousa»), aparece um romeiro vindo da
Terra Santa: é D. João de Portugal. Essa
família está, pois, condenada à destruição. D. Manuel e D. Madalena decidem
entrar num convento; e, durante a cerimónia em que recebem do Prior de Benfica
os escapulários dominicanos, surge Maria que, desvairada, vem morrer na própria
igreja («morro, morro... de vergonha...»). Só no final a peça descai no melodrama.
Jacinto do Prado Coelho (dir.), Dicionário
de literatura portuguesa [...], 3.ª ed., Porto, Figueirinhas, 1984, s. v.
Outros dados
históricos:
D. Pedro I nasceu em
1320, iniciou o reinado em 1357 e morreu em 1367. (Inês de Castro foi assassinada em 1355.)
Luís de Camões nasceu em
1524 (ou 1525) e morreu a 10-6-1580.
A Batalha de Alcácer
Quibir ocorreu em 4-8-1578. O rei português era então D. Sebastião, nascido em
1554 e desaparecido (provavelmente, morto) nessa batalha.
Entre
1580 e 1640 foram reis de Portugal Filipe I (de 1580 a 1598), Filipe II
(1598-1621) e Filipe III (1621-1640), respetivamente Filipe II, III e IV de
Espanha.
Manuel de Sousa Coutinho
(aka Frei Luís de Sousa) nasceu c.
1555 e morreu em 1632 (em S. Domingos de Benfica); foi um dos melhores
prosadores da língua portuguesa.
João de Portugal,
fidalgo da casa de Vimioso, terá morrido em Alcácer Quibir (1578).
Almeida Garrett nasceu
em 1799 e morreu em 1854.
Dia em que começa a ação da peça (em que, portanto, decorre
o Ato I): 28 de
julho de 1599
Lê
a p. 152, que contém a cena I do ato I de Frei
Luís de Sousa. Vai respondendo:
linhas 3-4 Vê-se
toda Lisboa porque a casa-palácio fica {circunda
a solução certa} num ponto alto da capital / em Almada / num restaurante
português de Marselha
linha 4 O retrato será de {circunda o nome certo} D. João de
Portugal / Manuel de Sousa / D. Sebastião / Telmo / um cocó vestido de
cavaleiro de Malta
ll. 15-16 O facto de Madalena recitar o passo dos
Lusíadas que precede a chegada dos
algozes de Inês de Castro («Estavas, linda Inês») pretenderá {risca o que consideres errado} acentuar
os hábitos literários da personagem / prenunciar que algo funesto sucederá / possibilitar
analogias entre os amores de Inês e de Madalena
ll. 19-21 Madalena
considera-se {circunda a solução certa}
mais infeliz do que Inês / mais feliz do que Inês / tão infeliz quanto Inês
l. 21 O
pronome pessoal «ele» tem função de {circunda
a solução certa} complemento direto / complemento indireto / complemento
oblíquo / sujeito
l. 21 Este
pronome «ele» refere-se a {circunda a
solução certa} Manuel de Sousa Coutinho / D. João de Portugal / Telmo / D.
Pedro
ll. 15-27 No
monólogo de Madalena, as reticências, a interrogação e as exclamações concorrem
para exprimir {risca o que consideres
errado} a angústia / a intranquilidade / a fome de golo / o apetite sexual
/ a euforia / o entusiasmo.
Cria
o começo de um livro de teatro (incluindo as mesmas partes que vês na pp. 152 e
154):
Título da peça
Ato Primeiro [A didascália do cenário
do:]
Duas
curtas cenas do Ato I: Cena I / Cena II
Deves
seguir também a disposição típica dos textos teatrais (as didascálias ficarão
sublinhadas). Quanto a assunto, nada estipulo, mas prefiro que o texto seja
verosímil. Como é óbvio, a peça ficará suspensa a partir da segunda cena, pouco
avançando em termos de acção.
Como
sabes, o que define a mudança de cena
é a entrada (ou a saída) de personagens. O teu texto tem de ter duas cenas, mas
não é obrigatório que, como acontece na peça de Garrett, na primeira cena haja
uma só personagem e, na segunda, duas.
...
TPC — Preparar leitura (isto é: compreensão)
da cena II de Frei Luís de Sousa.
Aula 69-70 (4, 5/fev) Explicação sobre resumos e
sínteses que eram devolvidas.
Vai lendo, ou relendo, a cena II (pp. 154-160) do Frei Luís de Sousa, para circundares a
melhor alínea.
Na sua primeira fala (ll. 2-3), Telmo trata
Madalena na
a) 2.ª pessoa do singular, passando depois, em
geral, à segunda pessoa do plural.
b) 3.ª pessoa do singular, passando depois, em
geral, à segunda pessoa do plural.
c) 3.ª pessoa do singular, passando depois, em
geral, à segunda pessoa do singular.
d) 2.ª pessoa do singular, tratamento que
manterá nas restantes falas desta cena.
Nas linhas 4-5, o livro que é referido é
a) a vida, o passado.
b) a Bíblia.
c) Os
Lusíadas.
d) Frei
Luís de Sousa.
Relê «como meu senhor...
quero dizer como o Sr. Manuel de Sousa Coutinho» (l. 10). A reformulação a meio
da frase significa que Telmo
a) considerava ainda D. João de Portugal o seu
verdadeiro amo.
b) invocara Deus, por lapso, mas, pouco depois,
retomava a frase devidamente.
c) tinha má opinião acerca de Manuel de Sousa
Coutinho.
d) pretendia mostrar independência e que não se
considerava escudeiro de ninguém.
«lá isso!...» (l. 11) implica
a) juízo claramente favorável acerca de Manuel
de Sousa.
b) menorização de D. João de Portugal
relativamente a Manuel de Sousa Coutinho.
c) certa desvalorização de Manuel de Sousa,
apesar do reconhecimento de capacidades suas.
d) correção do que dissera Madalena.
Entre as linhas 9 e 18, alude-se
a) ao facto de a Bíblia dever estar escrita em inglês, a língua de todos.
b) às relações de Telmo com as correntes
revolucionárias.
c) à Bíblia
e à língua em que poderia ser lida.
d) aos hereges.
Centrando-te nas linhas 19-42: Madalena trata
Telmo
a) na 2.ª pessoa do plural.
b) ora na 2.ª pessoa do plural ora na 2.ª pessoa
do singular.
c) na 3.ª pessoa do singular.
d) na 2.ª pessoa do singular.
As falas das linhas 32-42 permitem saber que
Telmo fora aio
a) da família de Dona Madalena.
b) do primeiro marido de Dona Madalena.
c) da família de Manuel de Sousa Coutinho.
d) de Manuel de Sousa Coutinho.
Na fala das linhas 32-36
a) Telmo é caracterizado indiretamente.
b) Telmo é caracterizado diretamente
(heterocaracterização).
c) Madalena faz uma autocaracterização.
d) Telmo e Madalena saem caracterizados
indiretamente.
O aparte na l. 43 («Terá...») visa mostrar que
Telmo
a) está revoltado por não ter agora o papel
relevante que já fora seu.
b) desconfia da «santidade» do seu primeiro amo.
c) acredita que D. Sebastião não morrera em
Alcácer Quibir.
d) não acredita na morte de D. João de Portugal.
«seu pai» (ll. 49-50) refere-se
a) ao pai de Telmo. / b) a Manuel de Sousa. / c)
a D. João de Portugal. / d) a D. João.
«nessas coisas» (l. 52) — o
que Madalena pede a Telmo que não aborde nas conversas com a filha — engloba
assuntos
a) de índole sexual e religiosa.
b) de índole sexual, religiosa e política.
c) ligados a Alcácer Quibir,
sobretudo, e porventura outros considerados demasiado intelectuais ou «de política».
d) ligados à pedofilia, à droga, à violência
doméstica.
Maria era
a) alta, saudável.
b) fisicamente desenvolvida e uma jóia de moça.
c) frágil.
d) linda de morrer.
Telmo
não podia ver Maria (l. 63) por
a)
esta ser fruto do amor de Madalena por outro que não o seu primeiro amo, D.
João.
b) esta
lhe lembrar o pai, D. João de Portugal.
c)
preferir moças mais cheiinhas.
d) estar
cada vez mais míope.
As falas
nas linhas 71-72 e 75 mostram um Telmo
a) supersticioso.
b) agoirento,
potenciando a angústia de Madalena.
c) que
gosta de contradizer os outros.
d) dócil
ante o pedido de Madalena.
Telmo
considerava que Maria era digna de ter nascido em melhor estado (l. 98), por
a) não ter
conhecido o pai.
b) o
segundo casamento de Madalena poder não ser legítimo.
c) ter
nascido já sob o domínio filipino.
d) ter
nascido doente.
«Para essa houve poder maior que as minhas forças...» (l.
121). O poder a que se reporta Madalena é o
a) da
morte.
b) de
Deus.
c) do
amor.
d) da
guerra.
A
dúvida de Telmo (134) quanto à morte do amo
a)
assentava também no que se dizia numa carta entregue a Frei Jorge.
b)
devia-se sobretudo ao seu sebastianismo.
c)
era resultado apenas da sua fidelidade a D. João.
d) era
mero palpite de aio fiel e teimoso.
O
segundo casamento de Madalena
a)
não fora consentido pela família do primeiro marido.
b)
tivera o consentimento, um pouco contrariado, da família de D. João.
c)
fora bem acolhido pela família de D. João mas não pela de Manuel de Sousa.
d) fora
bem aceite pelas três famílias.
Frei
Jorge, cunhado de Madalena e
a)
franciscano, era irmão de D. João de Portugal.
b)
dominicano, era irmão de Manuel de Sousa.
c) sabadiano, era sogro de Telmo.
d) dominicano, era irmão de D. João de Portugal.
Ao terminar a cena (ll. 206-219), Madalena está
preocupada com a demora do marido por este
a) não ser bom mareante.
b) ser bom mareante e poder ter-se entusiasmado num
Tejo que é perigoso quando há nortada.
c) não se eximir a tomar
posições nas querelas políticas, por haver peste em Lisboa e por o Tejo ser
traiçoeiro.
d) ser atreito a pisar cocós de cão, podendo depois
as suas botifarras empestar o palácio.
Circunda os verbos que selecionam predicativo do sujeito. Depois sublinha os próprios predicativos do sujeito. (Talvez valha a pena lembrar que esse conjunto de verbo copulativo e predicativo
do sujeito constitui um predicado [nominal, costumava acrescentar-se].)
Telmo Filhos continuou parado, mas reparou que a mosca estava ansiosa. Permaneceu
mudo e, quando Aurora — assim se chamava a mosca — ficou mais calma,
perguntou-lhe se queria ir ao cinema.
— Não, obrigada. Estou cansada! Seria uma péssima companhia. E o filme A Missão é demasiado monótono. E já
agora: estas frases parecem estúpidas (ou feitas à pressa numa tarde de domingo
antes das aulas de segunda) — respondeu Aurora.
Nota que o predicativo é uma caracterização ligada ao sujeito, intermediada apenas pelo verbo copulativo.
Tal como o sujeito, também o complemento direto pode ter um predicativo. O predicativo do complemento direto é introduzido por verbos de apreciação, de julgamento, acerca do complemento
direto: «considerar», «julgar», «achar», «declarar», «eleger», «nomear»,
«tornar», «ter por», etc. São verbos transitivos-predicativos — ou que, embora possam ser apenas transitivos, surgem também como transitivos-predicativos.
Circunda os complementos
diretos. Sublinha os predicativos do complemento direto. Atravessa com uma linha diagonal os verbos que têm esses complementos diretos com predicativos. (Como é óbvio, o
predicado incluiria verbo, complemento direto e predicativo do complemento
direto.)
O professor considerava errada aquela ideia. Por mais que pensasse no
assunto, não vencia o impasse. Então, comia o salmão cru. Todos achavam as
frases uma tontice, mas ele julgava-as sobretudo deselegantes. E tinha de
eleger o texto gramatical mais estúpido de todos. Era mesmo aquele.
Completa com predicativos do complemento directo:
Elejo Almeida Garrett _____. Porém, também considero António Vieira
______. Já José Luís Peixoto julgo-o ______. Enfim, acho todos os escritores
portugueses ______.
TPC — Prepara a leitura (compreensão) das
cenas III, IV, V, VI (pp. 162-168).
Aula 71-72 (6, 7/fev) Correção do questionário de
compreensão da aula anterior (cena II) — ver Apresentação.
Como
tepecê, pedira que preparassem a leitura das cenas III a VI deste Acto 1 do Frei Luís de Sousa (162-168). Relê os
passos que for pedindo, a fim de completares as sínteses. Procura que a tua
redação se integre bem na sintaxe do texto que esbocei.
Cena III (p. 162)
Na primeira fala, percebemos que Maria acredita
que D. Sebastião _______. Na sua segunda fala, Maria interroga-se sobre o que
leva o pai a mudar de semblante quando se alude ao regresso de D. Sebastião, e inferimos
por que motivo ocorre essa mudança de estado de espírito: Manuel de Sousa
Coutinho ________. Na terceira fala de Maria, é a própria adolescente que,
perante o choro da mãe, lhe promete _______. Na última fala, o aparte de Telmo
serve para se nos esclarecer que Maria ________.
Cena IV (165-166)
Na metade superior da p. 165, Maria revela a sua
preocupação por os pais _________.
Depois,
Madalena pede-lhe que ________. E, na última fala da cena (já na p. 166), a mesma
Madalena volta a mostrar-se preocupada por Manuel ________.
Cena V (166-167)
A cena serve para Jorge vir avisar que os
governadores ao serviço de Espanha querem sair de Lisboa, alegadamente por
causa da ________, e, por isso, quatro deles _________. Isto revolta Maria. Entretanto,
ouvindo melhor do que os outros, Maria percebe que o pai está a chegar.
Cena VI (168)
Um criado, _________, confirma a chegada de
Manuel. O resto da cena serve para, através de um comentário de Madalena e,
sobretudo, de um aparte de Jorge, se acentuar que Maria _________.
Transpõe o início da cena VII (p. 169) para texto
narrativo (de um romance, por exemplo), cujo narrador homodiegético fosse
Maria. Não te coles demasiado às frases do original:
a mudança de modo literário e de focalização implicam também sintaxe e léxico
por vezes diferentes do do texto de Garrett.
...
Depois de vermos
o início de Entre Irmãos (Brothers), completa:
Frei Luís de Sousa
|
Entre Irmãos
|
No final do primeiro trecho que veremos de Entre Irmãos teremos o equivalente da
situação de Madalena em 1578 —
vinte e um anos, menos uma semana, antes do momento a que se reporta a ação
da peça no ato I, que decorre em 28 de julho de ______.
|
|
Madalena era então casada com ________, cuja
família conhecera ainda menina.
|
Grace é casada com ______ Cahill, com quem
namorou desde adolescente.
|
Casal não tinha filhos. (Maria só nascerá oito
anos depois, em 1586, sendo filha de Madalena e de ____.)
|
Casal tem duas filhas (Isabelle e ______).
|
Ambos os homens (Portugal e Cahill) são
sensíveis à mobilização militar, a que, de certo modo, quase dão prioridade
relativamente à família. Entretanto, ambas as iniciativas militares
(portugueses em ______; americanos no Afeganistão) são vistas nos respetivos
países com muita desconfiança, como desnecessárias e aventureiras.
|
|
______ integra exército em Alcácer Quibir.
|
Sam é enviado para o ______.
|
Na madrugada do dia da batalha (4-8-1578),
escreve uma carta dirigida a Madalena (vivo ou morto ainda há de vê-la) e
entregue a ______.
|
Quatro dias antes de iniciar a comissão
(7-10-2007), escreve carta dirigida a _____ e pede a um major que, se viesse
a ser necessário, a entregasse à mulher
|
Tropas cristãs são ______ pelos infiéis
(«marroquinos»).
|
Helicóptero americano é _____ pelos talibãs
afegãos.
|
TPC — Prepara leitura (compreensão) das
restantes cenas do ato I de Frei Luís de
Sousa (169-175). Aproveita ainda para avançar na leitura dos Maias e para rever gramática.
Aula 73-74 (14, 18, 19/fev) Vai relendo as cenas
finais do ato I de Frei Luís de Sousa
e completando:
Cena VII (pp. 169-170)
Pela primeira vez, intervém _____. Está
emocionado e com pressa. Já resolveu que têm de ____, antes que cheguem os
governadores. Decide também que a família irá para a casa que pertencera a
______.
Cena VIII (171-172)
Madalena tenta convencer Manuel a _____, já que
a perspetiva de _____ a deixa em pânico.
Cena IX (174)
Ficamos
a saber que os governadores _____.
Cenas X, XI e XII (174-175)
Mostra-se-nos a saída da família. Vemos que
Manuel resolveu ______ a casa. Assim que o percebe, Madalena pede que lhe
salvem ______, o que ______ {já não /
ainda} foi possível.
Depois
de vermos mais um trecho de Entre Irmãos,
retomaremos o ponto em que estávamos na comparação com Frei Luís de Sousa (em 4-8-1578, derrota em Alcácer Quibir; em
2007, queda de helicóptero americano, alvejado por afegãos):
Frei Luís de Sousa
|
Entre Irmãos
|
Desaparece D. João de Portugal, que será
procurado nos _____ anos seguintes, assumindo quase todos a sua morte.
|
Desaparece Sam Cahill, sendo comunicada a sua
morte a Grace, notícia de cuja veracidade ninguém _____.
|
Carta entregue a Frei Jorge Coutinho por João
de Portugal terá sido transmitida a Madalena logo aquando do regresso a
Portugal do frade e futuro ____. Ficou também ciente do seu conteúdo, pelo
menos, Telmo.
|
Carta deixada por Sam para o caso de não
regressar é entregue a Grace pelo major ______ no final da missa em memória
do falecido. À noite, Grace pega na carta mas não chega a abri-la.
|
Madalena, passados ____ anos, casara com
Manuel de Sousa Coutinho. Um ano depois, tiveram uma filha, Maria. Passados
catorze anos sobre o casamento, Maria tem agora treze e falta uma semana para
se perfazerem _____ anos sobre Alcácer Quibir.
|
Nos primeiros tempos, Grace fica ____ com a
ausência do marido. Tommy, o cunhado, está bastante presente, até porque
precisa de pedir ajuda a Grace, dadas as estroinices em que persiste. Depois
parece querer apoiá-la no luto recente.
|
Telmo é quem mais recorda João de Portugal,
com isso angustiando Madalena. Não se inibe de comparar o primeiro amo, que
considera superior, com ______, que respeita mas não incensa do mesmo modo
superlativo.
|
Frank Cahill é quem parece ter ficado mais
inconformado com a presumida morte de Sam, que lembra sobretudo por
comparação com ______, que recrimina e considera não ter as qualidades do
outro filho.
|
Ainda
as funções sintáticas (cfr. pp. 326-328)
Complementos
oblíquos versus Modificadores do grupo verbal
[Com
um complemento oblíquo é impossível integrar a frase numa interrogação com «Que
fez?» para obter o verbo como resposta: «Ele foi a Paris.» (*Que fez ele
a Paris? Foi.); com modificador do grupo verbal já resulta: «Ele casou em
Paris.» (Que fez ele em Paris? Casou.)]
Classifica a
função sintática do que está sublinhado:
Nunca
voltes ao lugar onde já foste feliz. — ____________
Ozil
finta os adversários com elegância. — __________
A
Albertina afastou-se de mim. — ___________
Dispensei
a Maria Inês de chegar a horas. — __________
Insisto
sempre na pontualidade. — ___________; __________
A
Rita vem às aulas assiduamente. — ___________; ___________
Modificadores de
frase versus Modificadores do grupo verbal
[Repara
que a construção que ponho entre parênteses é possível com o modificador do
grupo verbal mas não com o advérbio que incide sobre toda a frase. Modificador
de grupo verbal: «Ele come alarvemente.» (É alarvemente que ele come.);
modificador de frase: «Evidentemente, o teste de gramática está
próximo.» (*É evidendemente que o teste está próximo.)]
De
facto,
Porto e Benfica perderam. — ___________
Analisou
o crime friamente. — ____________
Depois
de, na p. 328, veres as definições e exemplos de complemento do nome, modificador
restritivo do nome, modificador apositivo do nome,
escolhe a função sintática das expressões sublinhadas.
A
necessidade de água tornar-se-á mais premente. — _______
Uma
característica de Cristiano é a vontade de vitória. — ______
A
cor da saia parece-me pirosa. — ______
Lisboa,
a capital de Portugal, fica no concelho de Lisboa. — ________
As
gravatas azuis ficam-lhe bem. — _______
O
interesse pela política prejudicava-o. — _______
Resolve o ponto 1.1
da p. 176.
TPC — Resolve ficha do Caderno de atividades sobre funções sintáticas (pp. 26-28), que
reproduzirei também no blogue, para quem não tenha o CdA. Prepara leitura (compreensão) da cena I do Ato II (pp.
177-180).
Aula 75-76 (18, 19, 20/fev) Vai relendo a cena I do Segundo Ato (pp. 177-180), que pedira visses em
casa, e lendo agora pela primeira vez as cenas II-IV (pp. 183-185). Circunda a
melhor alínea de cada item.
Cena I
Entre as linhas 13 e 20 (p. 177), Maria
revela-se
a) descaradamente atiradiça.
b) claramente autoritária.
c) afavelmente impositiva.
d) tendencialmente submissa.
«Menina e moça me levaram de casa de meu pai»
(l. 16) era o início
a) de Os
Lusíadas.
b) de livro sobre raptos de crianças no Algarve.
c) de livro que Madalena não entendia e de que
Maria gostava.
d) da Bíblia.
Segundo se depreende das ll. 20-21, o ato II
decorre
a) vinte anos depois da Batalha de Alcácer
Quibir.
b) a 28 de julho de 1599.
c) a 4 e a 6 de agosto de 1599.
d) a 4 de agosto de 1599.
Ainda na terceira fala da cena se lembra que
Madalena ficara aterrada com
a) a perda do retrato de Manuel.
b) o surgimento do retrato de João.
c) a perda do retrato de João.
d) o surgimento do retrato de Manuel.
Podemos dizer que a constatação feita por Maria
nas linhas 30-34 constitui uma espécie de
a) quiasmo.
b) alegoria.
c) metáfora.
d) antítese.
Logo no início da p. 178,
a) Maria está otimista, mais do que Telmo.
b) Maria está pessimista, mais do que Telmo.
c) Telmo está, no fundo, tão pessimista quanto
Maria.
d) Maria está otimista mas não tanto quanto
Telmo.
Em «Oh, minha querida filha, aquilo é um homem»
(44), Telmo refere-se
a) ao namorado.
b) a D. João.
c) a D. Manuel.
d) a D. Sebastião.
A «quinta tão triste d’além do Alfeite» (58) é
a) o palácio incendiado.
b) o palácio de D. João de Portugal.
c) um barraco entre o Feijó e a Charneca da
Caparica.
d) uma quinta em que se escondera o futuro
grande escritor.
«mo» (64) é
a) complemento direto.
b) complemento oblíquo.
c) complemento direto e complemento indireto.
d) complemento oblíquo e complemento direto.
As reticências na linha 74 mostram que Telmo
a) hesitou, ao trocar «tenha em glória» por
«tenha em bom lugar».
b) quis trocar «tenha salvado» por «tenha em bom
lugar».
c) não se sentia bem ao falar de Manuel de
Sousa.
d) acabara de pisar um cocó de cão e por isso
parara um curto momento.
A fala de Maria nas ll. 77-88 apresenta vários
deíticos. Por exemplo:
a) «Agora» (77), «tu» (77), «estes» (78).
b) «viemos» (79), «aqui» (79), «esta» (80).
c) «tocha» (84), «força» (84), «essas» (84).
d) «ali (80), «naquele» (81), «mão» (82).
«o meu Luís» (106) reporta-se
a) a um namorado de Maria.
b) ao autor da presente ficha.
c) a Luís Coutinho.
d) a um zarolho.
Na última fala da cena, Telmo reconhece que D.
João
a) amara Madalena.
b) estava vivo.
c) tinha a guerra como principal paixão.
d) tinha barba garbosa.
Cena II
Segundo se diz na didascália final da cena I (p.
180), que liga essa à cena que nos interessa agora, chegou um homem embuçado. O
homem é
a) Manuel de Sousa, que não pôde escanhoar
devidamente o buço.
b) Telmo, que ostentava barba farta.
c) Manuel de Sousa, que veio escondido.
d) Telmo, sempre enigmático.
Ao apreciar o retrato de D. João de Portugal —
«um honrado fidalgo, e um valente cavaleiro» (primeira fala da cena) —, Manuel
de Sousa está a
a) ser irónico.
b) ser sincero.
c) mostrar-se ressentido.
d) mentir, para proteger Maria.
A pergunta de Maria «E então para que fazeis vós
como eles?...» (l.25) alude ao facto de
a) Manuel de Sousa ter sido um escritor de
muitos méritos.
b) Telmo e Manuel serem demasiado emotivos.
c) Manuel de Sousa, segundo Maria, não regular
bem da cabeça.
d) Madalena e Manuel não estarem, como queria
Maria, calmos.
Cena
III
A observação de Manuel «Há de ser destas
paredes, é unção da casa: que isto é quase um convento aqui, Maria...» (ll.
39-40, p. 184) justifica-se por a casa de D. João
a) confinar com a igreja dos dominicanos.
b) ser muito austera.
c) ter sido o local de conceção de Maria.
d) ter sido o local dos amores de Madalena e
João, o que Manuel lembra ironicamente.
Cena
IV
Jorge decidira ir a Lisboa, para
a) acompanhar o arcebispo nessa viagem, assim
lhe agradecendo.
b) resolver assuntos no Sacramento.
c) acompanhar o arcebispo no regresso a Almada,
assim lhe agradecendo.
d) ver Joana de Castro .
Baseando-te
na didascália inicial do Ato II de Frei
Luís de Sousa (p. 177), desenha
um esboço do cenário desse ato.
.....
Faz um comentário acerca do papel desempenhado pelo
retrato de D. João de Portugal no início do ato.
...
Depois
de vermos mais um trecho de Entre Irmãos,
continuaremos a comparação com o Frei
Luís de Sousa:
Frei Luís de Sousa
|
Entre Irmãos
|
O nacionalismo e a inflexibilidade de Manuel
fizeram que a família tivesse de abandonar a residência dos Coutinhos e
instalar-se no palácio que pertencera a D. João de Portugal. Este espaço,
onde decorre já o ato II, é mais _____. Madalena, ao chegar à nova (velha)
casa fica aterrorizada ao deparar-se com o retrato do primeiro marido.
Depois, não dormiria as primeiras _____ noites. Maria ainda está orgulhosa
com a atitude do pai. Gostara aliás do espetáculo que fora o incêndio da casa
de Manuel.
|
Em parte para se ressarcir das confusões em
que se metera, Tommy decide remodelar a ______ de Grace. Esta, ao chegar a
casa, depara-se com as obras e uma série de amigos do cunhado, começando por
reagir mal mas conformando-se rapidamente e integrando-se no ambiente jovial.
Roupas de Sam (escolhidas por Grace, que parece mesmo querer desfazer-se
delas) servem a um dos colaboradores, que se sujara com tinta. O caso é
pretexto para chacota e brincadeira. Também as _____ colaboram nos arranjos.
|
No velho palácio, os retratos de D. João de
Portugal, D. Sebastião e Camões ocupam a atenção de Maria, que procura
satisfazer junto de Telmo a curiosidade acerca de quem está representado na
primeira imagem. Telmo é ____ na sua resposta. Mas Manuel de Sousa esclarece a
filha, não se coibindo de elogiar João de Portugal.
|
A cozinha fica como nova. No dia de
aniversário de Grace, todos parecem alegres com as mudanças. Crianças estão
mais confiantes e parecem dar-se bem com Tommy. Num passeio, Tommy lembra a
uma delas que Sam o salvara naquele local havia muito. Já antes, um dos
amigos evocara as _____ de Sam.
|
TPC — Lê resto do Ato II. (Vai pensando na
tarefa sobre FLS que explico aqui.)
Aula 77-78 (21, 25, 26/fev) Correção do questionário
para compreensão da primeira parte do ato II feito na aula anterior (cfr. Apresentação).
Vai
lendo as cenas do Ato II (pp. 187-197) e completando as duas quadrículas vagas
com dois esboços de comentários (das cenas V a VIII; das cenas X a XV):
Cena
|
Assunto
|
Comentário-análise
(esboço de)
|
V
|
Aparentemente
recuperada, D. Madalena volta a cair no seu terror perante a possibilidade de
se ver sem Manuel de Sousa e sem Maria naquele dia.
|
|
VI
|
Quando se prepara a partida, Madalena pede a Manuel de
Sousa que leve também Telmo, aparentemente por não o querer consigo.
|
|
VII
|
Na
partida, Madalena despede-se, chorosa, de Manuel de
Sousa e de Maria, como se fosse para sempre. Demonstra grande cuidado com a
saúde da filha, que sai de cena «sufocada
com choro».
|
|
VIII
|
Aquando da despedida, hiperbolicamente comparada por
Manuel a uma partida para a Índia, é abordado o caso de Sóror Joana e de seu
marido, tragicamente comentado por Madalena.
|
|
IX
|
O
ambiente que envolve Frei Jorge fá-lo ver em Madalena, Manuel de Sousa e
Maria um estado de espírito cheio de presságios e desgraças próximas, de que
se sente quase contagiado.
|
Esta
cena é um aparte, com que Jorge desempenha um papel próximo do do coro da
tragédia clássica, de comentador, quase como momentâneo relator de
presságios. Com a saída de outras personagens também se consegue transmitir o
movimento da partida e simular a passagem do tempo, criando um separador
entre dois momentos do ato.
|
X
|
D. Madalena desabafa com Frei Jorge as razões do seu
desespero em relação ao dia em que decorre a ação e o seu sentimento de
pecado em relação ao amor por Manuel de Sousa.
|
|
XI
|
Miranda anuncia a chegada de um peregrino
que vem da Terra Santa com um recado para Madalena que apenas a ela dará. Madalena
decide recebê-lo.
|
|
XII
|
Frei Jorge reflete sobre o comportamento de muitos falsos peregrinos que se
aproveitam da caridade dos fiéis.
|
|
XIII
|
Encontro do Romeiro com Madalena.
|
|
XIV
|
O
Romeiro vai dando a conhecer a sua identidade (ainda que os seus sinais não
sejam entendidos). A revelação de que D. João está vivo é para D. Madalena a
confirmação de todos os presságios de desgraça.
|
|
XV
|
À
pergunta de Frei Jorge sobre a sua identidade, o Romeiro responde
«Ninguém!»
e
identifica-se apontando com o bordão para o retrato de D. João de Portugal.
|
Frei Luís de Sousa
|
Entre Irmãos
|
Tudo parece ir compor-se. Madalena diz já
estar _____ (era só receio de perder Manuel). Manuel tem de ir a Lisboa, por
estar em dívida com o arcebispo. A perspetiva de ficar sozinha a uma sexta
angustia Madalena, que pede a Manuel que não a deixe naquela ____ aziaga (faz
anos que casou com João, conheceu Manuel, ocorreu a batalha de Alcácer
Quibir). Abraçam-se. Embora Manuel prometa não demorar, Madalena fica
preocupada, ansiosa.
|
Tudo parece ir compor-se. Grace anda mais _____
(também por ação de Tommy). Tommy vai ao banco pedir desculpa à senhora com
quem agira mal. Enquanto conta a Grace essa peripécia, fica claro que se
estão a apaixonar (e Grace tenta que Tommy acredite que, em adolescente, não
era a miúda _____ que ele prefigurara). Beijam-se. Grace fica com má
consciência, ansiosa, embora Tommy prometa não insistir.
|
O que é certo é que fica
mesmo sozinha naquele dia (Telmo foi também com Manuel). Madalena recebe a
informação de que um romeiro quer falar-lhe. Adivinhamos que é ______.
|
O que é certo que, passados
dias, já estão ambos de novo descomplexadamente alegres (com as crianças a
divertirem-se). Grace recebe um telefonema. Percebemos que é para avisar da
chegada do ______.
|
TPC — (1) Vai preparando
a tarefa sobre Frei Luís de Sousa (cfr. indicações em Gaveta de Nuvens); (2) Prepara leitura em voz alta (muito
expressiva) da parte do ato III (pp.
200-...) que te compita. Cada aluno preparará todas as falas nas linhas que
indico. Em aula serão chamados a ler, em diálogo-quase-dramatização, uma (ou
duas) das personagens dessa parte.
Aula 79-80 (25, 27/fev) Esta ficha segue bastante o
que ficou fixado na ficha do caderno de atividades sobre Funções sintáticas
pedida como trabalho de casa há poucas aulas.
Sem
consultares outros elementos além desta folha, classifica quanto à função sintática
(sujeito, predicado, vocativo, modificador de frase; complemento direto, complemento indireto, complemento
oblíquo, complemento agente da
passiva, predicativo do sujeito, predicativo do complemento direto, modificador do grupo verbal; complemento do nome, modificador restritivo do nome, modificador apositivo do nome) as
expressões sublinhadas. Não é obrigatório que estejam representadas todas as
funções e pode haver funções que apareçam mais do que uma vez.
[Para identificação do complemento direto, podes
experimentar a substituição pelos pronomes «o» ou «isso». Para identificação do
complemento indireto, serve a substituição por «lhe». Com o modificador do
grupo verbal resulta a pergunta «Que fez sujeito
+ modificador?», obtendo-se depois
o verbo; ao contrário, este teste não resulta com complementos oblíquos. Com o
modificador do grupo verbal também resultará «Foi modificador do grupo verbal que sujeito + grupo verbal», mas já não com um modificador de
frase. O complemento agente da passiva passa a sujeito na frase na ativa.]
O
trema de «Özil» foi por mim esquecido numa ficha anterior.
|
1 — ___________
2 — ___________
|
Telmo, traz-me o DVD da Missão.
|
1 — ___________
2 — ___________
|
Colin
Firth, o James de O Amor Acontece,
é o protagonista de O Discurso do
Rei.
|
1 — ___________
2 — ___________
|
O
velho aio
achava Maria muito delgadinha.
|
1 — ___________
2 — ___________
|
Juristas
e opinião pública consideram escandalosa a absolvição de Domingos
Névoa.
|
1 — ___________
2 — ___________
|
Maria
sofria de tuberculose.
|
______________
|
O
disco de Rui Veloso
é dedicado a Bernardo Sassetti.
|
1 — ______________
2 — ______________
|
O
disco de vinil tem a canção de que gostas.
|
1 — ______________
2 — ______________
|
Obviamente, vi com agrado
a derrota do Benfica.
|
1 — ______________
2 — ______________
|
Classifica o sujeito (nulo
subentendido, nulo expletivo, nulo indeterminado, simples, composto) da
primeira frase
|
_________
|
quinta frase
|
_________
|
última frase
|
_________
|
Segunda
versão:
Não
insistas, Madalena, nesse capricho.
|
1 — ________
2 — ________
|
A
minha vida e a do meu marido, Telmo, foram estragadas pelos teus
presságios.
|
1 — ________
2 — ________
|
À
Maria,
explica, por favor, apenas coisas úteis.
|
1 — ________
2 — ________
|
Efetivamente, nesta sala há
cadeiras de madeira.
|
1 — ________
2 — ________
|
Dona
Doroteia,
mãe do coronel Amâncio, detestava as quengas.
|
1 — ________
2 — ________
|
A
imprensa
elegeu Vagner o melhor em campo.
|
1 — ________
2 — ________
|
Iremos
ao Panteão a quinze de abril.
|
1 — ________
2 — ________
|
Aurélia,
papel desempenhado por Lúcia Moniz, parece-me uma personagem quase
redonda.
|
1 — ________
2 — ________
|
A
reação contra Bruno Paixão foi imediata.
|
___________
|
Classifica o sujeito (nulo
subentendido, nulo expletivo, nulo indeterminado, simples, composto) da
quarta frase
|
___________
|
sétima frase
|
___________
|
última frase
|
___________
|
ponto
1 da p. 205:
...
ponto
2.1 da p. 205:
a. = ___; b. = ___; c. =
___; d. = ___; e. = ___.
ponto
3.1 da p. 207 {sublinha aqui}:
«Meu honrado amo, o filho do meu nobre senhor,
está vivo... O filho que eu criei nestes braços... Vou saber novas certas dele,
no fim de vinte anos de o julgarem todos perdido; e eu, eu que sempre esperei,
que sempre suspirei pela sua vinda...»
Leitura
em voz alta (cena I do Ato III).
TPC — Ir fazendo o trabalho de comentário a Frei Luís de Sousa entretecido com
comentário a letra de canção (cfr.
«Instruções» em Gaveta de Nuvens),
cuja primeira versão me deve ser enviada até 2 de março.
Aula 81-82 (28/fev, 4, 5/mar) Correção do trabalho
de gramática feito na aula anterior. (Ver
Apresentação.)
Não
insistas, Madalena, nesse capricho.
|
1 — Vocativo
2 — Complemento oblíquo
|
A
minha vida e a do meu marido, Telmo, foram estragadas pelos teus
presságios.
|
1 — Sujeito
2 — Complemento agente da passiva
|
À
Maria,
explica, por favor, apenas coisas úteis.
|
1 — Complemento indireto
2 — Complemento direto
|
Efetivamente, nesta sala há
cadeiras de madeira.
|
1 — Modificador de frase
2 — Modificador restritivo do nome
|
Dona
Doroteia,
mãe do coronel Amâncio, detestava as quengas.
|
1 — Sujeito
2 — Predicado
|
A
imprensa
elegeu Vagner o melhor em campo.
|
1 — Sujeito
2 — Predicativo do complemento direto
|
Iremos
ao Panteão a quinze de abril.
|
1 — Complemento oblíquo
2 — Modificador do grupo verbal
|
Aurélia,
papel desempenhado por Lúcia Moniz, parece-me uma personagem quase
redonda.
|
1 — Modificador apositivo do nome
2 — Predicativo do sujeito
|
A
reação contra Bruno Paixão foi imediata.
|
Complemento do nome
|
Efetivamente, nesta sala há cadeiras de
madeira.
|
Sujeito nulo expletivo
|
Iremos ao Panteão a quinze de abril.
|
Sujeito nulo subentendido
|
A reação contra Bruno Paixão foi imediata.
|
Sujeito simples
|
O
trema de «Özil» foi por mim esquecido numa ficha anterior.
|
1 — Complemento agente da passiva
2 — Modificador do grupo verbal
|
Telmo, traz-me o DVD da Missão.
|
1 — Vocativo
2 — Complemento direto
|
Colin
Firth, o James de O Amor Acontece,
é o protagonista de O Discurso do
Rei.
|
1 — Modificador apositivo do nome
2 — Predicativo do sujeito
|
O
velho aio
achava Maria muito delgadinha.
|
1 — Sujeito
2 — Predicativo do complemento direto
|
Juristas
e opinião pública consideram escandalosa a absolvição de Domingos
Névoa.
|
1 — Predicativo do complemento direto
2 — Complemento do nome
|
Maria
sofria de tuberculose.
|
Complemento oblíquo
|
O
disco de Rui Veloso
é dedicado a Bernardo Sassetti.
|
1 — Sujeito
2 — Complemento indireto
|
O
disco de vinil tem a canção de que gostas.
|
1 — Modificador restritivo do nome
2 — Predicado
|
Obviamente, vi com agrado
a derrota do Benfica.
|
1 — Modificador de frase
2 — Modificador do grupo verbal
|
O trema de «Özil» foi por
mim esquecido numa ficha anterior.
|
Sujeito simples
|
Juristas
e opinião pública consideram escandalosa a absolvição de Domingos Névoa.
|
Sujeito composto
|
Obviamente, vi com agrado a
derrota do Benfica.
|
Sujeito nulo subentendido
|
Leitura em voz
alta (cfr. tepecê da penúltima aula).
Frei Luís de Sousa
|
Entre Irmãos
|
D. João de Portugal é identificado por Jorge,
mas não por ____. Telmo reconhecerá o seu amo, embora também não ao primeiro
relance. João vem velho, de vinte e um ____ passados e do duro cativeiro.
|
____ é bem recebido por todos, que o acolhem
com amizade, com amor. Porém, vem diferente. Só passaram ____, mas foi duro o
cativeiro. (E, embora só nós o adivinhemos, desgasta-o um sentimento de
culpa.)
|
Manuel fica ciente de que
regressou o primeiro marido da mulher. Se chega a revoltar-se, logo percebe a
___ dessa atitude relativamente a João de Portugal (não há rivalidade, há
assunção da ilegitimidade da sua situação).
|
Atitude de Tommy
relativamente a Sam é de amizade, de respeito, de quem se propõe sinceramente
___ o irmão (não é de rivalidade, mesmo se não há assunção de arrependimento por
«flirt» com Grace).
|
Telmo é que hesita entre a
devoção ao antigo amo e a consciência de que o seu regresso vem lançar a ____
sobre Maria, que considera já como uma segunda filha.
|
Frank é quem parece não
querer tomar consciência de que Sam não está bem, defendendo que os
fuzileiros estão _____ para as situações que o filho terá vivido no
Afeganistão.
|
João/Romeiro ainda confunde
palavras de Madalena dirigidas ao marido com a possibilidade de ela se lhe
dirigir com paixão, mas, desfeita essa ______, sente-se como um intruso que
veio destruir uma família.
|
Sam adivinha o que se
passara e, aparentemente, compreende-o sem ressentimento, embora se sinta
agora como um intruso que veio constranger a _______ que se instalara na
família.
|
D. João pede a Telmo que
diga a todos que o romeiro não passava de um ______.
|
Uma das miúdas diz ao pai
que preferia que ele não tivesse ______.
|
TPC — Recordo que os comentários sobre Frei Luís de Sousa e canção (ver
«Instruções») me devem
ser enviados até 2 de março (luisprista@netcabo.pt;
se não agradecer é que nada me chegou). Quando lhes entregar esses textos já
corrigidos, devem lançar as emendas no vosso ficheiro e enviar-mo de novo.
Aula 83-84 (4, 6/mar) Redação de comentários, ou
respostas a perguntas, em torno do ato III.
[Resolve o ponto 1.1 da p. 211:]
...
Na cena V, como reage
o Romeiro ao tomar conhecimento das diligências de D. Madalena aquando do seu
desaparecimento?
...
[Resolve o ponto 4 da p. 211:]
...
Leitura em voz alta (resto do ato III).
TPC — Lança no ficheiro respetivo as emendas
que fiz ao comentário sobre canção e Frei
Luís de Sousa e envia-mo. (A classificação — que será relativa à primeira
versão, sobretudo — ficará junto dos textos em Gaveta de Nuvens.) Vai já trazendo, nas duas aulas que se seguem, o
teu exemplar de Os Maias.
Aula 85-86 (7/mar [nas turmas 3.ª e 9.ª esta aula
será talvez diluída em outras ou dada posteriormente]) Questionário de compreensão
escrita/gramática dos textos das pp. 219 («Esta é uma verdadeira tragédia...» e
220 («Tragédia romântica»).
Redação
de resposta(s) a pergunta(s) sobre ato III do FLS:
Nas cenas VII e VIII, a atitude de Madalena
contrasta com a de outras personagens, a cujos argumentos acabará por se render
já na cena IX. Explica esta evolução.
...
Comprova a adequação do estado de espírito de
Maria através dos recursos estilísticos na fala das linhas 24-43 (pp. 215-216).
...
[Tarefa de compreensão oral tirada do manual Desafios,
Português, 11.º ano, Carnaxide, Santillana,
2011:] Ouve o texto de Gianluca Miraglia sobre a peça Frei Luís de Sousa e completa as frases que se seguem:
O público oitocentista não recebeu a peça com
___________.
Almeida Garrett pretendia escrever uma peça de
natureza clássica, mas, formalmente, trata-se de um ________; o primeiro ato
desenrola-se no palácio de ________ e o segundo e o terceiro atos desenrolam-se
no palácio de ___________.
A duração da ação corresponde a ________ dias.
O autor inspirou-se num episódio ____________.
No fim do segundo ato ocorre o reconhecimento, o
___________ da peça.
Há, na peça, vários presságios que o anunciam,
como, por exemplo, as _________ de Telmo sobre a morte de D. João ou a __________
de D. Madalena.
A catástrofe é desencadeada pela __________.
O título corresponde ao nome que Manuel de Sousa
toma _________.
O facto de a peça ter múltiplas interpretações
deve-se ________.
Frei Luís de Sousa
|
Entre Irmãos
|
Madalena debate-se entre dúvidas, entrevê possibilidades
de solução benigna, apela aos outros, estranha reações frias. (Nem ____ nem
Jorge a esclarecem ou ajudam muito.)
|
Sam vive em conflito interior, mostra-se
esquivo, agride-se e agride os outros, porque pretende desabafar. (Só ___
percebe que ele tem alguma pena a remir.)
|
Final é trágico (quando Madalena hesita, e ____
e João combinam estratégia salvadora, os irmãos Manuel e ____ impedem uma
solução contemporizadora).
|
Final só por pouco não é trágico (na cena do
desespero-quase-suicídio de ____, ação do irmão ____ é crucial para se poder
evitar desfecho mortal).
|
Expiação da culpa é obtida por ingresso na
vida ___ e por ___ de Maria.
|
Expiação da culpa é obtida pelo ____ e pela
____ a Grace.
|
Final é relativamente fechado, embora haja
pontos por esclarecer (destino de João). Abre-se para os protagonistas um
novo ciclo, puramente religioso (mas essa já não é a história contada no
drama — mesmo se, historicamente, quase só agora comece o escritor _____).
|
Final é ___. (Não fica claro o desfecho.
Supõe-se para breve a recuperação da felicidade anterior da família?)
|
TPC — Lança no ficheiro
respetivo as emendas que fiz ao comentário sobre canção e Frei Luís de Sousa e envia-mo. (A classificação — relativa à
primeira versão, sobretudo, mas dependente de verificação da segunda — ficará
junto dos textos em Gaveta de Nuvens.)
Vai já trazendo o teu
exemplar de Os Maias, sem esquecer
também o manual. (Lembro a quem não chegou a entregar a gravação de apreciação
crítica pedida ainda no 1.º período, nem mesmo no prazo que estabeleci já neste
2.º período, que essa falta, a manter-se, terá consequências antipáticas na
classificação deste período.)
Aula 87-88 (11, 12/mar) Preenchimento de
questionário para compreensão dos textos de Os
Maias nas pp. 240-241 do manual e escrutínio da situação em termos de
leitura da obra.
Circunda a alínea que descreve mais aproximadamente a tua situação:
a) Trouxe hoje para a aula o
meu exemplar de Os Maias.
b) Pedi há pouco a um colega de
outra turma um exemplar de Os Maias,
que é este que tenho sobre a mesa.
c) Pedi há pouco a um colega
de outra turma um exemplar de Os Maias,
mas ele não mo emprestou.
d) Ordenei a um dos inúmeros
colegas sobre quem exerço biblio-bullying
que trouxesse à sala D9 um exemplar de Os
Maias, chamo-me Pedro e pertenço ao 11.º 6.ª.
e) Não trouxe hoje o meu
exemplar de Os Maias, mas tenho-o em
casa (e é até um bonito exemplar).
f) Não trouxe hoje o meu
exemplar de Os Maias, mas tenho-o em
casa (e não o acho bonito).
g) Não tenho exemplar de Os Maias, nem aqui nem em casa.
h) Até tinha um exemplar de Os Maias comigo, mas, só para contrariar
o professor, deitei-o fora antes de entrar na sala.
Circunda a(s) alínea(s) que descreve(m) a tua situação:
a) Já li Os Maias na totalidade.
b) Já li quase todos Os Maias, faltando-me uns míseros três
capítulos (ou por aí).
c) Li cerca de metade da
obra.
d) Li até ao sexto capítulo
inclusivé.
e) Li até ao quarto capítulo
inclusivé.
f) Li menos do que os quatro
primeiros capítulos.
g) Na verdade, ainda não li
mais do que o primeiro capítulo ou nem isso.
h) Li o livro o ano passado,
já que estava no 11.º ano.
i) Li o livro o ano passado
(na verdade, não o cheguei a ler todo, mas, pelo menos, estudei-o e ouvi falar
sobre ele, já que estava no 11.º ano).
j) Li resumos mas quase nada
do livro propriamente dito.
k) Vi uns bocados de um
filme-novela brasileira (que funde Os
Maias e A Relíquia).
l) Já li todo o livro, mas
fi-lo há dez anos pelo que já não me lembro do enredo.
m) Não li, mas tenciono ler
nas férias da Páscoa.
n) Não li e não tenciono ler,
por ser difícil compatibilizar os meus afazeres próximos — treino intensivo
para uma competição de curling — com
a leitura desse grande romance do magistral Eça.
o) Não li, não tenciono ler e
tenho ódio a quem leu.
Centremo-nos
agora nas pp. 240-243 do manual, que têm trechos do primeiro e do último
capítulos do romance. (Se tiveres o teu exemplar contigo, repara que as últimas
linhas que nos são apresentadas do capítulo XVIII — no pé da página 242 do
manual — não correspondem ao final da obra: ficamos a meio da __ página do
romance.)
Se ainda não leste o livro até ao quarto capítulo pelo
menos, lê o texto A (pp. 240-241) e,
na metade superior do verso desta nossa
folha, responde às perguntas 3, 5 e 5.1 da p. 243.
Se
és aluno dedicado e já leste até ao cap. 4 pelo menos, vai já para a metade inferior do verso desta folha e
resolve as duas perguntas que aí refiro.
3.
..
5.
...
5.1
...
Responde
à pergunta 7 (p. 243), mesmo sem estares agora a reler atentamente esse texto A.
7.
...
Como
se vê no esquema apresentado na pergunta 2.1, a data da ação no início do
capítulo 1 é 1875, correspondente à instalação de Afonso e seu neto no
Ramalhete, depois da licenciatura de Carlos (e depois também de este viajar
pela Europa). Por palavras tuas, recorda o estudante que fora Carlos em
Coimbra.
...
Três sketches «oitocentistas» dos Gato
Fedorento (série Barbosa):
Apresentam-se os inícios (1-9) e os
finais (A-I) de nove romances de Eça. (Dos publicados em vida do autor, só não
estão Os Maias e, por ter sido
escrito em
colaboração com Ramalho Ortigão , O Mistério da Estrada de Sintra.)
Põe ao lado dos
títulos os que te pareçam ser os respectivos inícios (1 a 9) e finais (A a I):
Romances de Eça de Queirós (segundo a ordem de
publicação)
|
Inícios (1-9)
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Finais (A-I)
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O Crime do Padre Amaro
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O Primo Basílio
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O Mandarim
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A Relíquia
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A Ilustre Casa de Ramires
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A Cidade e as Serras
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A Capital! (começos duma carreira)
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O Conde de Abranhos
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Alves & C.ª
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Inícios
1 A estação de Ovar, no caminho de ferro
do Norte, estava muito silenciosa, pelas seis horas, antes da chegada do
comboio do Porto.
2 À EX.MA SR.A CONDESSA DE ABRANHOS
MINHA SENHORA: — Tive, durante quinze anos, a honra tão
invejada de ser o secretário particular de seu Ex.mo Marido, Alípio
Severo Abranhos, Conde de Abranhos, e consumo-me, desde o dia da sua morte, no
desejo de glorificar a memória deste varão eminente, orador, publicista,
estadista, legislador e filósofo.
3 Nessa manhã, Godofredo da Conceição
Alves, encalmado, soprando por ter vindo do Terreiro do Paço quase a correr,
abria o batente de baetão verde do seu escritório num entressolo na Rua dos
Douradores, quando o relógio de parede por cima da carteira do guarda-livros
batia as duas horas, naquele tom, cavo, a que os tetos baixos do entressolo
davam uma sonoridade dolente, e cava. Godofredo parou, verificou o seu próprio
relógio preso por uma corrente de cabelo sobre o colete branco, e não conteve
um gesto de irritação vendo a sua manhã assim perdida, pelas repartições do
Ministério da Marinha: e era sempre assim quando o seu negócio de comissões
para o Ultramar o levava lá: apesar de ter um primo de sua mulher Diretor-Geral,
de escorregar de vez em quando uma placa de cinco tostões na mão dos contínuos,
de ter descontado a dois segundos oficiais letras de favor, eram sempre as
mesmas dormentes esperas pelo ministro, um folhear eterno de papelada,
hesitações, demoras, todo um trabalho irregular, rangente e desconjuntado de
velha máquina meio desaparafusada.
4 Foi no domingo de Páscoa que se soube
em Leiria que o pároco da Sé, José Miguéis, tinha morrido de madrugada com uma
apoplexia. O pároco era um homem sanguíneo e nutrido, que passava entre o clero diocesano pelo comilão dos
comilões. Contavam-se histórias singulares da sua voracidade. O Carlos da Botica
— que o detestava — costumava
dizer, sempre que o via sair
depois da sesta, com a face afogueada de sangue, muito enfartado:
— Lá vai a jiboia esmoer. Um dia estoura!
5 O meu amigo Jacinto nasceu num
palácio, com cento e nove contos de renda em terras de semeadura, de vinhedo,
de cortiça e de olival.
No Alentejo, pela Estremadura, através das duas Beiras,
densas sebes ondulando por colina e vale, muros altos de boa pedra, ribeiras,
estradas, delimitavam os campos desta velha família agrícola que já entulhava o
grão e plantava cepa em tempos de el-rei D. Dinis. A sua quinta e casa
senhorial de Tormes, no Baixo Douro, cobriam uma serra. Entre o Tua e o
Tinhela, por cinco fartas léguas, todo o torrão lhe pagava foro. E cerrados
pinheirais seus negrejavam desde Arga até ao mar de Âncora. Mas o palácio onde
Jacinto nascera, e onde sempre habitara, era em Paris, nos Campos Elisios, n.°
202.
6 Decidi compor, nos vagares deste verão, na minha
Quinta do Mosteiro (antigo solar dos condes de Lindoso), as memórias da minha Vida
— que neste século, tão consumido pelas incertezas da Inteligência e tão
angustiado pelos tormentos do Dinheiro, encerra, penso eu e pensa meu cunhado
Crispim, uma lição lúcida e forte.
7 Eu chamo-me Teodoro — e fui amanuense do Ministério do Reino.
Nesse tempo vivia eu à Travessa Conceição n.° 106, na
casa de hóspedes da D. Augusta, a esplêndida D. Augusta, viúva do major
Marques. Tinha dois companheiros: o Cabrita, empregado na Administração do
bairro central, esguio e amarelo como uma tocha de enterro; e o possante, o
exuberante tenente Couceiro, grande tocador de viola francesa.
8 Tinham dado onze horas no cuco da
sala de jantar. Jorge fechou o volume de Luís Figuier que estivera folheando
devagar, estirado na velha voltaire de marroquim escuro, espreguiçou-se,
bocejou e disse:
— Tu não te vais vestir, Luísa?
9 Desde as quatro horas da tarde, no calor
e silêncio do domingo de junho, o Fidalgo da Torre, em chinelos, com uma
quinzena de linho envergada sobre a camisa de chita cor-de-rosa, trabalhava. Gonçalo Mendes Ramires
(que naquela sua velha aldeia de Santa Ireneia, e na vila vizinha, a asseada e
vistosa Vila Clara, e mesmo na cidade, em Oliveira, todos conheciam pelo
«Fidalgo da Torre»), trabalhava numa novela histórica, A Torre de D.
Ramires, destinada ao primeiro número dos ANAIS DE LITERATURA E DE
HISTÓRIA, revista nova, fundada por José Lúcio Castanheiro, seu antigo camarada
de Coimbra, nos tempos do Cenáculo Patriótico, em casa das Severinas.
Finais
A Os três amigos retomaram o caminho de Vila Clara. No céu
branco a estrelinha tremeluzia sobre Santa Maria de Craquede. E padre Soeiro,
com o seu guarda-sol sob o braço, recolheu à Torre vagarosamente, no silêncio e
doçura da tarde, rezando as suas ave-‑marias, e pedindo a paz de Deus para
Gonçalo, para todos os homens, para campos e casais adormecidos, e para a terra
formosa de Portugal, tão cheia de graça amorável, que sempre bendita fosse
entre as terras.
B E não é sem uma emoção profunda que ali
vou cada ano em piedosa romagem, contemplar a alta figura, marmórea, com o seu
porte majestoso, o peito coberto das condecorações que lhe valeu o seu
merecimento, uma das mãos sustentando o rolo dos seus manuscritos, para indicar
o homem de letras, a outra assente sobre o punho do seu espadim de moço
fidalgo, para designar o homem de Estado — e os olhos, por trás dos óculos de
aros de ouro, erguidos para o firmamento, simbolizando a sua fé em Deus e nos
destinos imortais da Pátria!
C E todavia, ao expirar, consola-me
prodigiosamente esta ideia: que do Norte ao Sul e do Oeste a Leste, desde a
Grande Muralha da Tartária até às ondas do Mar Amarelo, em todo o vasto Império
da China, nenhum Mandarim ficaria vivo, se tu, tão facilmente como eu, o
pudesses suprimir e herdar-lhe os milhões, ó leitor, criatura improvisada por
Deus, obra má de má argila, meu semelhante e meu irmão!
D E tudo isto perdera! Porquê? Porque
houve um momento em que me faltou esse descarado heroísmo de afirmar, que,
batendo na Terra com pé forte, ou palidamente elevando os olhos ao Céu — cria,
através da universal ilusão, ciências e religiões.
E E na verdade me parecia que, por
aqueles caminhos, através da natureza campestre e mansa — o meu Príncipe,
atrigueirado nas soalheiras e nos ventos da serra, a minha prima Joaninha, tão
doce e risonha mãe, os dois primeiros representantes da sua abençoada tribo, e
eu — tão longe de amarguradas ilusões e de falsas delicias, trilhando um solo
eterno, e de eterna solidez, com a alma contente, e Deus contente de nós,
serenamente e seguramente subíamos — para o Castelo da Grã-Ventura!
F E o homem de Estado, os dois homens de
religião, todos três em linha, junto às grades do monumento, gozavam de cabeça
alta esta certeza gloriosa da grandeza do seu país, — ali ao pé daquele
pedestal, sob o frio olhar de bronze do velho poeta, ereto e nobre, com os seus
largos ombros de cavaleiro forte, a epopeia sobre o coração, a espada firme,
cercado dos cronistas e dos poetas heroicos da antiga pátria — para sempre
passada, memória quase perdida!
G — E nós que estivemos para nos bater,
Machado! A gente em novo sempre é muito imprudente... E por causa duma tolice,
amigo Machado!
E o outro bate-lhe no ombro também, responde sorrindo:
— Por causa duma grande tolice, Alves amigo!
H Ao fundo do Aterro voltaram; e o
visconde Reinaldo passando os dedos pelas suíças:
— De modo que estás sem mulher...
Basílio teve um sorriso resignado. E, depois dum
silêncio, dando um forte raspão no chão com a bengala:
— Que ferro!
Podia ter trazido a Alphonsine!
E foram tomar xerez à Taverna
Inglesa.
I Artur, instintivamente, olhou o molho
de erva, que a pequena com muito cuidado apertava na dobra da saia, contra o
ventrezinho. Já havia naquela erva, pensou, — porque sempre, de Coimbra,
conservara ideias panteístas — havia já alguma coisa da doce velha.
— Para que é a erva, tio Jacinto?
— A erva? Ah, que é muito tenra. Escolhi-a de propósito.
Saiba V. S.ª que é para os coelhos — respondeu o tio Jacinto, fechando a grade
de ferro do cemitério.
Continuação de __ || ...
Trecho antecedente de __ || ...
Título || ...
Início || ...
Final || ...
[Junto
aqui, em pares, inícios e conclusões de cada romance]
A Capital! (começos duma carreira)
1 A estação de Ovar, no caminho de
ferro do Norte, estava muito silenciosa, pelas seis horas da tarde antes da
chegada do comboio do Porto.
I Artur, instintivamente, olhou o
molho de erva, que a pequena com muito cuidado apertava na dobra da saia,
contra o ventrezinho. Já havia naquela erva, pensou, — porque sempre, de
Coimbra, conservara ideias panteístas — havia já alguma coisa da doce velha.
— Para que é a erva, tio Jacinto?
— A erva? Ah, que é muito tenra. Escolhi-a de
propósito. Saiba V. S.ª que é para os coelhos — respondeu o tio Jacinto,
fechando a grade de ferro do cemitério.
O Conde de Abranhos
2 À EX.MA SR.A CONDESSA DE
ABRANHOS
MINHA
SENHORA: —
Tive, durante quinze anos, a honra tão invejada de ser o secretário
particular de seu Ex.mo Marido, Alípio Severo Abranhos, Conde de
Abranhos, e consumo-me, desde o dia da sua morte, no desejo de glorificar a
memória deste varão eminente, orador, publicista, estadista, legislador e
filósofo.
B E não é sem uma emoção profunda que
ali vou cada ano em piedosa romagem, contemplar a alta figura, marmórea, com o
seu porte majestoso, o peito coberto das condecorações que lhe valeu o seu
merecimento, uma das mãos sustentando o rolo dos seus manuscritos, para indicar
o homem de letras, a outra assente sobre o punho do seu espadim de moço
fidalgo, para designar o homem de Estado — e os olhos, por trás dos óculos de
aros de ouro, erguidos para o firmamento, simbolizando a sua fé em Deus e nos
destinos imortais da Pátria!
Alves
& C.ª
3 Nessa manhã, Godofredo da Conceição
Alves, encalmado, soprando por ter vindo do Terreiro do Paço quase a correr,
abria o batente de baetão verde do seu escritório num entressolo na Rua dos
Douradores, quando o relógio de parede por cima da carteira do guarda-livros
batia as duas horas, naquele tom, cavo, a que os tectos baixos do entressolo davam
uma sonoridade dolente, e cava. Godofredo parou, verificou o seu próprio relógio
preso por uma corrente de cabelo sobre o colete branco, e não conteve um gesto
de irritação vendo a sua manhã assim perdida, pelas repartições do Ministério
da Marinha: e era sempre assim quando o seu negócio de comissões para o
Ultramar o levava lá: apesar de ter um primo de sua mulher Director-Geral, de
escorregar de vez em quando uma placa de cinco tostões na mão dos contínuos, de
ter descontado a dois segundos oficiais letras de favor, eram sempre as mesmas dormentes
esperas pelo ministro, um folhear eterno de papelada, hesitações, demoras, todo
um trabalho irregular, rangente e desconjuntado de velha máquina meio
desaparafusada.
G — E nós que estivemos para nos bater,
Machado! A gente em novo sempre é muito imprudente... E por causa duma tolice,
amigo Machado!
E o outro bate-lhe no ombro também, responde sorrindo:
— Por causa duma grande tolice, Alves amigo!
O Crime do Padre Amaro
4 Foi no domingo de Páscoa que se
soube em Leiria que o pároco da Sé, José Miguéis, tinha morrido de madrugada
com uma apoplexia. O pároco era um homem sanguíneo e nutrido, que passava entre
o clero diocesano pelo comilão
dos comilões. Contavam-se histórias singulares da sua voracidade. O Carlos
da Botica — que o detestava —
costumava dizer, sempre que o via
sair depois da sesta, com a face afogueada de sangue, muito enfartado:
— Lá vai a jibóia esmoer. Um dia estoura!
F E o homem de Estado, os dois homens
de religíão, todos três em linha, junto às grades do monumento, gozavam de
cabeça alta esta certeza gloriosa da grandeza do seu país, — ali ao pé daquele
pedestal, sob o frio olhar de bronze do velho poeta, erecto e nobre, com os
seus largos ombros de cavaleiro forte, a epopeia sobre o coração, a espada
firme, cercado dos cronistas e dos poetas heróicos da antiga pátria — para
sempre passada, memória quase perdida!
A Cidade e as Serras
5 O meu amigo Jacinto nasceu num
palácio, com cento e nove contos de renda em terras de semeadura, de vinhedo,
de cortiça e de olival.
No Alentejo, pela Estremadura, através das duas
Beiras, densas sebes ondulando por colina e vale, muros altos de boa pedra,
ribeiras, estradas, delimitavam os campos desta velha família agrícola que já
entulhava o grão e plantava cepa em tempos de el-rei D. Dinis. A sua quinta e
casa senhorial de Tormes, no Baixo Douro, cobriam uma serra. Entre o Tua e o
Tinhela, por cinco fartas léguas, todo o torrão lhe pagava foro. E cerrados
pinheirais seus negrejavam desde Arga até ao mar de Âncora. Mas o palácio onde
Jacinto nascera, e onde sempre habitara, era em Paris, nos Campos Elisios, n.°
202.
E E na verdade me parecia que, por
aqueles caminhos, através da natureza campestre e mansa — o meu Príncipe,
atrigueirado nas soalheiras e nos ventos da serra, a minha prima Joaninha, tão
doce e risonha mãe, os dois primeiros representantes da sua abençoada tribo, e
eu — tão longe de amarguradas ilusões e de falsas delicias, trilhando um solo
eterno, e de eterna solidez, com a alma contente, e Deus contente de nós,
serenamente e seguramente subíamos — para o Castelo da Grã-Ventura!
A Relíquia
6 Decidi compor, nos vagares deste Verão, na minha Quinta
do Mosteiro (antigo solar dos condes de Lindoso), as memórias da minha vida
—que neste século, tão consumido pelas incertezas da Inteligência e tão
angustiado pelos tormentos do Dinheiro, encerra, penso eu e pensa meu cunhado
Crispim, uma lição lúcida e forte.
D E tudo isto perdera! Porquê? Porque
houve um momento em que me faltou esse descarado heroísmo de afirmar, que,
batendo na Terra com pé forte, ou palidamente elevando os olhos ao Céu — cria,
através da universal ilusào, ciências e religiões.
O Mandarim
7 Eu chamo-me Teodoro — e fui amanuense do Ministério do Reino.
Nesse tempo vivia eu à Travessa Conceição n.° 106, na
casa de hóspedes da D. Augusta, a esplêndida D. Augusta, viúva do major
Marques. Tinha dois companheiros: o Cabrita, empregado na Administração do
bairro central, esguio e amarelo como uma tocha de enterro; e o possante, o
exuberante tenente Couceiro, grande tocador de viola francesa.
C E todavia, ao expirar, consola-me prodigiosamente esta
ideia: que do Norte ao Sul e do Oeste a Leste, desde a Grande Muralha da
Tartária até às ondas do Mar Amarelo, em todo o vasto Império da China, nenhum
Mandarim ficaria vivo, se tu, tão facilmente como eu, o pudesses suprimir e
herdar-lhe os milhões, ó leitor, criatura improvisada por Deus, obra má de má
argila, meu semelhante e meu irmão!
O Primo
Basílio
8 Tinham dado onze horas no cuco da
sala de jantar. Jorge fechou o volume de Luís Figuier que estivera folheando
devagar, estirado na velha voltaire de marroquim escuro, espreguiçou-se,
bocejou e disse:
— Tu não te vais vestir, Luísa?
— Logo.
H Ao fundo do Aterro voltaram; e o visconde Reinaldo
passando os dedos pelas suíças:
—
De modo que estás sem mulher...
Basílio
teve um sorriso resignado. E, depois dum silêncio, dando um forte raspão no
chão com a bengala:
—
Que ferro! Podia ter trazido a
Alphonsine!
E
foram tomar xerez à Taverna Inglesa.
A Ilustre Casa de Ramires
9 Desde as quatro horas da tarde, no
calor e silêncio do domingo de Junho, o Fidalgo da Torre, em chinelos, com uma
quinzena de linho envergada sobre a camisa de chita cor-de-rosa, trabalhava. Gonçalo Mendes Ramires (que naquela sua velha aldeia
de Santa Ireneia, e na vila vizinha, a asseada e vistosa Vila Clara, e mesmo na
cidade, em Oliveira, todos conheciam pelo «Fidalgo da Torre»), trabalhava numa
novela histórica, A Torre de D. Ramires, destinada ao primeiro número
dos ANAIS DE LITERATURA E DE HISTÓRIA, revista nova, fundada por José Lúcio
Castanheiro, seu antigo camarada de Coimbra, nos tempos do Cenáculo Patriótico,
em casa das
Severinas.
A Os três amigos retomaram o caminho de Vila Clara. No céu
branco a estrelinha tremeluzia sobre Santa Maria de Craquede. E padre Soeiro,
com o seu guarda-sol sob o braço, recolheu à Torre vagarosa ente, no silêncio e
doçura da tarde, rezando as suas ave-marias, e pedindo a paz de Deus para
Gonçalo, para todos os homens, para campos e casais adormecidos, e para a terra
formosa de Portugal, tão cheia de graça amorável, que sempre bendita fosse
entre as terras.
TPC — (1) Concluir a redação iniciada em
aula e trazer-ma. (2) No caso de já te ter devolvido a primeira versão da
análise de canção/Frei Luís de Sousa
com as devidas correções, não te esqueças de me enviar o ficheiro já com as
emendas lançadas (esse tepecê grande só então se considera realizado). Em Gaveta de Nuvens tenho posto as análises
revistas, acompanhadas de uma nota. (Se não estiver lá a tua, é que ainda me
enviaste o texto revisto.) Quanto àqueles que ainda não me enviaram a primeira
versão — cujo prazo estava há muito fixado para 2-3-4 de Março —, já não me
comprometo a ver o seu texto neste período.
Aula 89-90 (13, 14/mar) Correção de ficha sobre Os Maias
feita na aula anterior (ver Apresentação).
Exemplos de respostas para perguntas sobre Os Maias (3, 5, 5.1 da p. 243):
3. Afonso regressa a
Lisboa porque «não queria […] viver muito afastado do neto», que, tendo
terminado o curso, [viajado durante um ano e] pretendendo agora iniciar a sua
carreira de médico, devia instalar-se na capital.
5. Fisicamente, Afonso
era «baixo, maciço». Psicologicamente, era, segundo ele próprio, «egoísta», mas
o narrador apresenta-o como «bonacheirão», altruísta («as generosidades do seu
coração»; «parte do seu rendimento ia-se-lhe por entre os dedos, esparsamente,
numa caridade enternecida»), «sereno» e «risonho». (Outro aspeto da sua
caracterização, a idade, é focada a seguir, em 5.1.)
5.1 A hipérbole «mais
idoso que o século» salienta a idade de Afonso, o seu retrato de patriarca
daquela família, [o que vai ser determinante na componente de tragédia que tem
o romance,] mas remete mais ainda para o facto de ter testemunhado uma série de
acontecimentos históricos (em termos funcionais serve de bitola para o
enquadramento histórico sobretudo nos capítulos de analepse).
Correção dos trabalhos de compreensão/gramática
sobre «Esta é uma verdadeira tragédia...» (p. 219) e de «Tragédia romântica» (220). [Na turma 9.ª
fizeram-se as fichas, logo corrigidas; na turma 3.ª não se fez esta correção,
porque também se não fizeram as fichas] (ver Apresentação).
Assistência a conclusão de Feios, Porcos e Maus (ao mesmo tempo que se conversava sobre
avaliação com cada um dos alunos).
Iremos
assistir à conclusão de Feios, Porcos e
Maus, de Ettore Scola, que começámos a ver o ano passado.
Frei
Luís de Sousa, tragédia clássica e Feios, Porcos
e Maus
Quer no final do filme quer no final do drama de
Garrett, a personagem feminina adolescente é sacrificada: na peça, Maria ___
(de tuberculose, de vergonha e por se ver separada dos pais); no filme, a miúda
de cujo nome não me lembro aparece ____.
Em ambas as obras se chega a um momento em que o
casamento do par de protagonistas se vê posto em causa por um terceiro elemento
(pelo regressado João de Portugal, em Garrett; por uma prostituta, no filme de
Scola). A solução é diametralmente oposta: em Frei Luís de Sousa, desfaz-se o par, pelo abandono da vida ____; em
Feios, Porcos e Maus, há uma _______
do intruso (aliás, da intrusa).
Há uma apreciável unidade de _____ e de tempo na
construção da peça, apesar de não tão rigorosas quanto estipulava o modelo da
tragédia clássica (o mesmo local, um dia): dois palácios na mesma cidade; ___
dias. Quanto ao filme, começa e acaba no mesmo território (com raras saídas),
mas o tempo é mais alargado, sendo as bitolas a barriga da miúda e a evolução
da cidade em redor da barraca.
Na peça há rigorosa unidade de ação (tudo
converge para o conflito e para a catástrofe), como manda o modelo da ______.
No filme, o facto de haver personagens-tipo, cada uma com a sua vida um pouco
particular, parece dispersar a ____, mas logo se percebe que há relativa
convergência também (no conflito e, neste caso, na não-catástrofe).
O desfecho em Frei Luís de Sousa é fatal. No filme, há sempre uma redenção, uma
salvação inesperada (diferentemente do que manda o modelo trágico).
Outra característica de tragédia que o drama
garretiano adota é a do estatuto das personagens, que são, com efeito, de ____
estirpe social. Nos antípodas, na galeria de personagens do filme comparecem _____
em número razoável. Em termos psicológicos, a nobreza de caráter que supõe a
tragédia verifica-se no Frei mas não
no Feios.
O estilo elevado cumpre-se também na linguagem
_____ do texto de Garrett. Esse estilo dá lugar, no filme italiano, a registos
linguísticos absolutamente ______.
Nenhuma das obras usa o ____, obrigatório na
tragédia. Estão ambas em prosa.
Já vimos que o coro da tragédia clássica talvez
se concretize, na peça de Garrett, por intervenções de Telmo, de ____, dos religiosos.
Será forçado, no caso da obra de Scola, considerar a avó como equivalente do
coro.
Quanto à indole ‘representação’ (versus biografia, história)
característica da tragédia, é discutível se é predominante no Frei Luís de Sousa. Curiosamente, em Feios, Porcos e Maus, parece mais óbvio
o teor alegórico, simbólico.
TPC (para férias) — (1) Terminar, ou, pelo
menos, avançar decisivamente, em Os Maias
(haverá questionários de compreensão, para verificar se a leitura tem sido
mesmo feita, logo no recomeço ou poucos dias depois). (2) Recomendo também que procurem ler,
relativamente aos capítulos do manual que temos estudado, os enquadrados, os
esquemas, os pequenos textos ensaísticos intercalados que possam ser úteis para
fixar conteúdos relacionados com Frei
Luís de Sousa ou com Vieira. (3) Quem não entregou trabalhos grandes — por
vezes, ainda o do primeiro período; em outros casos, o mísero tepecê que lhes
pedi em torno de Frei Luís de Sousa e
canção —, que os faça em férias e mos dê depois. (Prometo no 3.º período ter
isso em conta. Para já, terei de ser punitivo nas notas do 2.º período, como
sempre fui avisando.)
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