Aulas (3.º período)
Aula 91-92 (2, 3, 4/abr) Explicação sobre perspetiva
diacrónica da literatura portuguesa em confronto com programa (cfr. Apresentação).
O que se pretendia parodiar em «Diálogo sobre o
arrependimento» (série Barbosa) era um certo estilo de declamação, enfática,
pouco natural. Como o texto versava temas fora do que se convencionou ser da
esfera literária — marquises, grampos de fixação, etc. —, exacerbava-se o
ridículo daquele tipo de representação.
A relação que isto tem com Cesário Verde (1855-1886)
é a seguinte. A poesia de Cesário, contra o que se fizera no lirismo português
até então, integra assuntos do quotidiano, palavras fora do vocabulário
convencionado como poético. Neste caso, porém, esses universos «prosaicos» não
são sentidos como forçados, conseguindo o poeta aproveitá-los como matéria literária.
É uma característica da poesia do
período realista.
O primeiro texto de Cesário Verde que estudaremos é «Contrariedades»
(pp. 307-308). Começa por ler o enquadrado em 1. (de Jacinto do Prado Coelho).
Depois, passa ao poema e, no final, preenche as linhas vagas da tabela.
frenético = agitado | bizarro
= esquisito | gume = lado afiado de
um instrumento cortante | lívido =
pálido | mortificar = enfraquecer;
afligir | lidar = trabalhar | botica = farmácia | folhetim = secção de um jornal (sobretudo no século XIX) destinada
a várias matérias mais ou menos literárias | inédito = não publicado | sol--e-dó
= música instrumental popular; filarmónica de pouca categoria | assinante = o que tem assinatura de um
jornal ou revista | adulação =
lisonja, bajulação | literato = o que
é do meio intelectual; escritor | alexandrino
= verso de doze sílabas métricas (dodecassílabo, portanto) | tísico = tuberculoso | finar-se = definhar; morrer
Características do poema
|
Estrofes / Palavras
|
Experiência pessoal
concreta (uma «contrariedade», que resulta de os jornais e os editores não
________)
|
estrofes dos vv.
16-20, 21-24, 25-28, [v. 29], 33-36, 37-40, 41-44, 45-48, 57-60, 61-64
|
Preocupação social
(a observação da engomadeira, cuja infelicidade constitui para o sujeito
poético a outra «contrariedade»)
|
estrofes dos vv.
9-12, __-__, __-__, 53-56, __-__.
|
Observação da cidade
(para além da própria vizinha)
|
estrofes dos vv.
__-__
|
Narratividade
(conta-se um episódio, que se desenrola no tempo)
|
[cfr. pretéritos perfeitos («__________»,
«sentei-me», «rasguei»), a alternarem com presentes e com futuro próximo
(«vou findar»); advérbios com valor temporal («hoje», «agora»)]
|
Léxico «pouco poético»:
|
|
estrangeirismos e
palavras recentes
|
«réclame», «____»,
«____»
|
palavras de campos
lexicais específicos, técnicos
|
«maços de ____», «botica»,
«método»
|
palavras de registos
quase orais
|
«____», «____»,
«coitadinha!»
|
diminutivos
pejorativos
|
«_____»
|
nomes de pessoas
conhecidas
|
«Taine», «______»
|
Consultando o verbete de «contrariedade» na p. 310,
refere as aceções a que corresponderiam as duas contrariedades a que parece
aludir o título do poema:
...
Resolve o ponto 1 da p. 309:
1.1 = ___
1.2 = ___
1.3. = ___
1.4. = ___
Explicita os aspetos que, segundo o sujeito poético,
o tornam um escritor diferente, não reconhecido.
...
Verifica a métrica, para perceber se o poema
está mesmo em alexandrinos. Experimenta escandir o terceiro e o quarto
versos da estrofe (da primeira à décima-segunda) que corresponda ao número do
mês do teu aniversário.
...
Comenta o valor da última estrofe na construção dos
sentidos do poema. (Observa a cena focada, repensando a sua importãncia numa
perspetiva de denúncia social. Atende, ainda, ao ritmo sincopado do discurso,
ao tom interrogativo, exclamativo e suspensivo.)
...
O ano passado foi-lhes pedida, a certa altura, a
redação de uma lista de «pequenos prazeres». Trata-se agora de escrever um
inventário de «[pequenas] contrariedades» (para se perceber a sintaxe
pretendida — com verbo principal no infinitivo e o máximo pormenor na descrição
da circunstância —, ponho à cabeça o modelo de Cesário, embora a tua lista deva
reportar-se às contrariedades do teu próprio sujeito poético):
Ver rejeitado um
folhetim com alexandrinos — e bastante originais — que enviara ao Novidades (e decerto por não pertencer
ao grupo dos aduladores)
...
Assistência
a início de Ruby Sparks (cujo
protagonista também vive situação em que ato de enunciação e objeto da escrita
interagem).
TPC — Completa redação iniciada em aula (ou,
pelo menos, cuja folha foi dada já no final da aula: comentário sobre final de
«Contrariedades»; lista de ‘Pequenas contrariedades’). Entretanto, pus aqui instruções para tarefa sobre Os Maias.
Aula do
11.º 3.ª de 3/abr (como
esta turma tinha uma aula a menos, fez-se agora a aula 85/86 que as outras
turmas já tinham tido) [cfr. Aula
85/86, 2.º período]
Aula 93-94 (8, 9/abr) Vai lendo «Memória ao Conservatório Real», nas pp. 147-148. Trata-se de um
ensaio («memória») em que Almeida Garrett analisa o seu Frei Luís de Sousa. Completa com palavras ou pequenas frases (que
nem sempre estarão no texto de Garrett) a síntese que se segue.
[linhas
1-5] A
vida de Frei Luís de Sousa já fora tratada num livro escrito por um ____________
([Ferdinand Denis]), que Garrett considera ter _________ {favorecido / prejudicado}
a história do grande escritor que começara por se chamar Manuel de Sousa
Coutinho.
[6-9] Na história da família de ___________, tal como
foi fixada na tradição, vemos a mesma ____________ das tragédias gregas[,
condimentada, porém, com a sensibilidade típica da cultura cristã].
[10-13] [Por exemplo,] após a «catástrofe», Madalena e Manuel não
morrem propriamente, apenas ____________ vida secular.
[14-35] Garrett adotou «___________» como indicação de género da
sua obra, mas, no fundo, reconhece que a peça tem características de um outro
género, a __________. Uma das razões que o fizeram escolher aquela designação
foi não estar a peça escrita em _______. Tendo _________ (aka Manuel de Sousa Coutinho) sido um brilhante ________, não podia
o dramaturgo pôr a personagem respectiva a exprimir-se em _________.
[36-38] Garrett não quis retirar força à ______ (já tão trágica e
dramática), e por isso preferiu não lhe acrescentar situações por si ________.
[39-47] Segue-se um parágrafo em que se contrasta a parcimónia de
processos de Frei Luís de Sousa com o
que era habitual nas ___________ e com as peripécias a que vinha recorrendo o
___________ (género que, nas linhas 42-44, Garrett não se esquece de ____________).
[48-49] Modestamente (ou, mais provavelmente, com falsa modéstia),
Garrett declara ter dúvidas de ter conseguido _________________________________,
mas acrescenta logo que o dramaturgo que alcance esse objectivo (sem usar, é
claro, os «truques fáceis» a que se aludira no parágrafo anterior) terá então
encontrado a fórmula da «__________________________________».
[50-61] Finalmente, adverte não se ter preocupado em seguir sempre a
________. Dá mais importância à Literatura do que à _________. Diz ser missão
dos escritores _________ o povo através de obras acessíveis, não maçadoras.
Na
«Memória ao Conservatório Real» (cfr.
pp. 147-148), Garrett equaciona a questão de saber se Frei Luís de Sousa deve ser classificado como tragédia ou como drama
romântico. Enumera tu as caraterísticas que obedecem ao modelo da tragédia clássica:
Os acontecimentos são
dirigidos pelo destino, cujo poder se revela por meio de presságios e indícios
de fatalidade: a profecia do ________ de D. Sebastião; os pressentimentos e
receios de _________; os sonhos e visões de Maria; as falas agoirentas de _______;
os diálogos carregados de ameaças suspensas; o caráter funesto do ________
(sete anos, sexta-feira, «dia fatal», «hora fatal»).
A intriga inclui os três
elementos essenciais da tragédia
clássica: a peripécia (chegada dos
espanhóis, que leva Manuel de Sousa a ________ o palácio e a deslocar-se para o
espaço fatal); a anagnórise
(reconhecimento do Romeiro como __________); a catástrofe (morte de Maria e clausura dos _____).
O coro trágico é corporizado
na personagem de _____, talvez um tanto também na de Frei Jorge, bem como no
grupo de frades que recita o ofício litúrgico dos mortos.
As personagens principais
pertencem à/ao _____ {nobreza / povo /
clero / burguesia} e gozam de boa fortuna até a __________ se abater sobre
elas em consequência de um erro involuntário (provocado pelo destino) cometido
no passado (o «crime» de D. Madalena).
{as palavras a negro são objeto de definição na p.
150 do manual}
Lê estes verbetes do Manual
de Teatro, de Antonino Solmer (2.ª ed., Lisboa, Temas & Debates, 2003):
Tragédia — Do
grego «canção do bode» (animal que os Gregos sacrificavam aos deuses). Segundo
a clássica definição de Aristóteles, a tragédia é uma imitação de uma acção
elevada efetuada por personagens em ação no meio de um relato que, suscitando
compaixão e temor, leva a cabo a purgação de emoções por parte do público (a catarse).
Comédia — Termo que provém dos antigos
ritos dionisíacos gregos. Género dedicado aos procedimentos cómicos que a opõem
à tragédia, e que se
caracteriza por: personagens de baixo estatuto social, desenlace feliz e a
finalidade de provocar o riso do espectador. Mais tarde, o termo irá manter-se,
aplicado ao género que se opõe ao drama. A comédia pode ser no entanto de
vários tipos, de que os principais serão a alta comédia e a baixa comédia. Esta última é caracterizada
pela utilização de recursos da farsa e
do gag, enquanto a primeira recorre a uma linguagem cuidada,
marcada por subtilezas intelectuais e psicológicas. Outros tipos possíveis de
comédia são: comédia de capa e espada
(cuja intriga envolve nobres e cavaleiros); comédia
de costumes (que analisa os comportamentos sociais em situação); comédia musical (que integra música e
canções); comédia de situações ou de
equívocos (caracterizada pela rapidez do desenvolvimento da ação, com um cómico
baseado no efeito de surpresa e no quiproquó), etc.
Tragicomédia — Género
que designa um híbrido de tragédia e comédia definido em função de três
elementos fundamentais: as personagens (pertencem a estratos populares e
aristocráticos, anulando a fronteira de exigências
de cada um dos géneros); a ação (que aqui não termina em catástrofe nem na morte do herói) e estilo (entremeado de linguagem
simultaneamente enfática e vulgar).
Drama — Do
grego drama (ação). Género híbrido entre a tragédia e a comédia, que
começou por veicular os temas que não cabiam em nenhum dos dois grandes
géneros. A partir do séc. XVIII, com Diderot, o chamado drama burguês que,
sendo um género sério, não exclui elementos cómicos, realistas e patéticos,
funciona de facto como um género «a meio-termo» entre os dois grandes géneros
clássicos, uma vez que também os protagonistas fazem parte de uma nova classe
média, entre a aristocracia trágica e a classe baixa cómica. Os sentimentos a
que apela este género serão também outros: visando urna reflexão filosofante a
partir de situações apresentadas de forma realista, o drama burguês não visa
nem a catarse da tragédia nem o riso
da comédia, mas antes o apelo à lágrima e à reflexão. Na atualidade, a palavra «drama»
já não se limita a um género específico, tendo, grosso modo, passado a
designar-se por drama tudo o que não é cómico. Em certas correntes, a expressão
revela-se ainda mais abrangente: em inglês, por exemplo, a palavra aplica-se a
todo o género teatral (uma escola de teatro é uma Drama school...). Entre os subgéneros do
drama, tal como na comédia, encontram-se termos como drama histórico (cuja ação se desenrola numa época recuada em
relação àquela em que foi escrita, podendo incluir reconstituições de factos
historicamente acontecidos), drama lírico
(a ópera, o teatro cantado), drama
litúrgico (género medieval que inclui os mistérios e os milagres), etc.
Nos
períodos que se seguem faltam algumas vírgulas. Acrescenta-as. Marca também os
casos em que é possível pôr vírgula ou não, dependendo da interpretação que se
faça.
O Hamlet
que prefiro é o dos Gato Fedorento.
Hamlet que é uma tragédia de Shakespeare terá sido
escrito entre 1599 e 1601.
O Hamlet
que tem comichão não é o dos Monty Python.
Gosto
das tragédias de Shakespeare que nunca são enfadonhas.
Gosto
das tragédias que não sejam enfadonhas.
Gosto de
sketches cujos protagonistas sejam psiquiatras e Hamlet.
Vi o Frei Luís de Sousa cuja Maria é
representada por Alexandra Lencastre.
Vamos ao
Panteão Nacional que é a Igreja de Santa Engrácia.
No
fundo, o que estiveste a fazer foi distinguir entre as orações relativas restritivas, as que não são isoladas
por vírgulas, e orações relativas explicativas,
as que têm de ficar entre vírgulas. Em cada período, sublinha a oração relativa
(que começará por «que» ou por «cujo») e escreve E(xplicativa) ou R(estritiva).
Já
agora, todas estas orações relativas são adjetivas. As palavras que as
introduzem são pronomes e determinantes relativos (bem como quantificadores e
advérbios relativos). Sobre orações subordinadas adjetivas relativas, vê
a p. 330; sobre pronomes relativos, determinante relativo, quantificador
relativo, advérbio relativo, temos o manual do
ano passado (nas páginas verdes, também no blogue).
TPC — Escreve Alfabeto sobre Frei Luís de Sousa. Completa, usando o
que já conheças ou que ainda possas investigar acerca de Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett. Tenta fazer alfabeto mais
criativo e cuidadoso do que a maioria dos que recebi sobre o «Sermão de Santo
António aos Peixes».
F ____
R ____
E ____
I ____
L ____
U Único. É difícil
atribuirmos à peça um género teatral único. O próprio Garrett explicou como as
designações «tragédia» ou «drama romântico» convinham ambas à sua obra.
Í ____
S ____
D ____
E ____
S ____
O ____
U ____
S ____
A ____
Aula 95-96 (10, 11/abr) [Correção de tepecê de penúltima
aula:]
Ao longo do poema
alternavam os planos do poeta (contrariado) e o da engomadeira (doente e
pobre). Os dois planos encontram-se agora numa mesma estrofe: o sujeito poético
está pacificado; a tísica continua a trabalhar. Este contraste parece avivar a
denúncia do sofrimento da engomadeira. O poeta
admite que ela não chegue a cear; vê que continua a trabalhar; e descobre a sua
fealdade.
O tipo de frases
(interrogação, declaração, declaração suspensa, exclamações) e a sua pouca
extensão fazem que o ritmo seja o de quem está a pensar, quase coloquialmente,
e depois se emociona. O último verso é de crítica à sociedade mas contém igualmente
espontânea comiseração.
No
ano passado, falámos de paratexto, que, no fundo, designa o
que num livro não é o texto propriamente dito. Inclui categorias da lavra do
autor (título, dedicatórias, epígrafes)
e do editor (capa, contracapa, orelhas da capa, sobrecapa,
cintas). Há ainda prefácio ou posfácio, notas, índices, bibliografia, ilustrações,
que podem ser quer da responsabilidade autoral quer da do editor.
Reportando-se
aos livros de Eça que lhes calharem, preencham o que se segue.
O livro é brochado / encadernado {escolhe}. Tem apenas capa / Tem capa e sobrecapa
({se sim, no parágrafo seguinte, onde
está «capa» interpreta como ‘sobrecapa’}).
Capa
A capa,
além de autor (Eça de Queirós/Queiroz {circunda
a grafia que esteja}), título da obra (________) e editora (________), tem
algum outro dizer? Coleção / Frase publicitária / Número da edição / ________ {circunda ou acrescenta}. Que surge como
ilustração da capa? ________. Quem é o autor da capa? _________ {procura na «ficha técnica», que costuma
estar numa das páginas pares não numeradas antes do frontispício (excepcionalmente,
no verso deste); ou no colofão, na última ou penúltima folha do livro}.
A lombada
tem título, autor, nome da editora, logotipo da editora, nome ou logotipo da
coleção, número na colecção? {circunda o
que haja}. Há mais algum elemento? ________.
Há texto na contracapa?
Sim / Não {circunda a boa opção}. Se
há, a que corresponde essa parte escrita? A uma espécie de sinopse / A uma
biobibliografia do autor / A pequenas transcrições de críticas saídas nos jornais
/ A informações sobre a coleção / A informações sobre outra colecção / A
transcrição de um excerto do livro / A um comentário acerca do livro ou do
autor da responsabilidade do editor {circunda
a opção certa}.
O livro tem badanas
(ou orelhas)? Sim / Não {escolhe}. Há texto nas badanas? Não /
Sim, só numa delas / Sim, em ambas {escolhe}.
O que esteja escrito é: notícia biobibliográfica sobre o autor / elenco de
outros livros da coleção / lista dos livros do mesmo autor / sinopse do livro /
______ {escolhe ou acrescenta}.
Folhas
Páginas
não numeradas (antes do texto propriamente dito)
O livro tem uma guarda (folha em branco, logo a seguir à capa)? Sim / Não.
Há anterrosto
(página que terá só o título, talvez até abreviado)? Sim / Não.
Há frontispício
(ou página de rosto), que contém:
autor / título / subtítulo (que não estivesse na capa) / tradutor / editor
literário / casa editora / ano / _______ {circunda
o que haja; acrescenta, se for caso disso}. (O normal é o frontispício corresponder à p. [3], se o livro não tiver
guarda, ou à p. [5]. Porém, uma das coleções que distribuí estende o rosto a
duas páginas, a [2] e a [3]. E também outros livros distribuídos têm o rosto na
p. [7] ou mesmo na p. [9], já que antes usam uma folha que anuncia a coleção e
uma outra com o fac-símile do rosto original.)
Alguma das páginas pares tem a lista das obras da coleção? Não / Sim,
a página que está no verso do _____.
Qual das páginas tem a ficha técnica? O verso do anterrosto /
O verso do frontispício / A página onde está o colofão (ou colofon), no fim do livro / Nenhuma, já que não há ficha neste
livro {escolhe; se escolheres a última
opção, não responderás a seguir}. Que elementos são úteis nessa ficha? Título
original / depósito legal / data da edição / tipografia / capista / revisor /
paginação / ______ /____ {escolhe;
acrescenta}.
Páginas
que se seguem ao frontispício (mas ainda antes do texto propriamente dito)
Dedicatória? Não tem / Tem, a _______.
Epígrafe (citação, máxima)? Não
/ Sim, e é uma frase do autor / é um provérbio / é uma citação de outro autor /
_______.
Sumário ou Índice? Não / Sim.
Prefácio Não / Sim, por _______.
Introdução Não / Sim, por ______.
Há alguma
outra secção? Não / Sim, _____.
Páginas do
texto principal
Há no cabeçalho algum dizer? Não / Sim, nas
páginas ímpares vem o título corrente
(o título do livro, talvez abreviado) / e, nas pares, o nome do autor / Sim,
nas páginas ímpares, ______; nas pares, ____.
Há notas
de rodapé (pé-de-página)? Não /
Sim, do autor / tradutor / editor.
Páginas
depois do texto principal
Posfácio? Não / Sim, pelo autor
/ Sim, por ______.
Nota final? Não / Sim, pelo autor
/ Sim, por ______.
Notas ao
texto? Não
/ Sim, pelo autor / Sim, por ______.
Há índice
no fim? Sim / Não.
Há lista
de ilustrações? Não / Sim, na p. __.
Na última folha há colofão (ou colofon)? Não / Sim, e aí são dadas informações sobre {circunda as que se verifiquem} tipografia
/ data da conclusão dos trabalhos de impressão / tiragem / outros dados mais
esperáveis numa ficha técnica (ISBN, depósito legal, autor da capa, revisor).
A obra a que respeita o livro cujo paratexto estiveste a
analisar é {circunda uma das alternativas} um romance / uma novela / uma coletânea de contos / uma coletânea de
crónicas / correspondência verdadeira / correspondência fictícia / tradução de
um romance.
Trata-se de obra que Eça publicou
ainda em vida. / É uma recolha póstuma (de textos publicados dispersamente) ou
edição de um manuscrito que o autor não chegara a publicar.
É característico de Eça, ao fazer a apresentação de personagens, recuar no
historial da família, deixando-nos uns parágrafos de biografia dos antepassados
dessa figura.
Tais parágrafos são verdadeiras sinopses de outros
romances que o escritor poderia desenvolver. As ações surgem aí esquemáticas,
como mera ilustração de perfis (quase sempre, caricaturais). Ao situar a vida
desses pais, avós, bisavós no contexto das respetivas épocas, o romancista
acaba por aludir à história de Portugal próxima. No cap. I de Os
Maias, vemos essa estratégia a propósito do passado de Afonso ou
do dos Monforte:
O papá Monforte
era dos Açores; muito moço, uma facada numa rixa, um cadáver a uma esquina tinham-no forçado a fugir a bordo de um brigue americano. Tempos
depois um certo Silva, procurador da Casa de Taveira, que o conhecera nos
Açores, estando na Havana a estudar a cultura do tabaco que os Taveiras queriam
implantar nas Ilhas, encontrara lá o Monforte (que verdadeiramente se chamava
Forte) rondando pelo cais, de chinelas de esparto, à procura de embarque para a
Nova Orleães. Aqui havia uma treva na história do Monforte. Parece que servira
algum tempo de feitor numa plantação da Virgínia... Enfim, quando reapareceu à
face dos céus, comandava o brigue «Nova Linda», e levava cargas de pretos para
o Brasil, para a Havana e para a Nova Orleães.
Escapara aos cruzeiros
ingleses, arrancara uma fortuna da pele do africano, e agora rico, homem de
bem, proprietário, ia ouvir a Corelli a S. Carlos. Todavia esta terrível
crónica, como dizia o Alencar, obscura e mal provada, claudicava aqui e além...
O processo — muitas vezes, ancorado num dado espaço
(por exemplo, o Ramalhete, como enquadramento da biografia de Afonso da Maia) —
é também evidente no começo de A Cidade e as Serras:
O meu amigo
Jacinto nasceu num palácio, com cento e nove contos de renda em terras de
semeadura, de vinhedo, de cortiça e de olival.
No Alentejo, pela
Estremadura, através das duas Beiras, densas sebes ondulando por colina e vale,
muros altos de boa pedra, ribeiras, estradas, delimitavam os campos desta velha
família agrícola que já entulhava grão e plantava cepa em tempos de el-rei D. Dinis. A sua quinta e casa senhorial de Tormes, no
Baixo Douro, cobriam uma serra. Entre o Tua e o Tinhela, por cinco fartas
léguas, todo o torrão lhe pagava foro. E cerrados pinheirais seus negrejavam
desde Arga até ao mar de Âncora. Mas o palácio onde Jacinto nascera, e onde
sempre habitara, era em Paris, nos Campos Elísios, n.° 202.
Seu avô, aquele
gordíssimo e riquíssimo Jacinto a quem chamavam em Lisboa «o D. Galeão»,
descendo uma tarde pela Travessa da Trabuqueta, rente de um muro de quintal que
uma parreira toldava, escorregou numa casca de laranja e desabou no lajedo. Da
portinha da horta saía nesse momento [...]
Vistas estas linhas, em que se começavam a
apresentar os ascendentes de Jacinto, o protagonista de A Cidade e as Serras, escreve um texto em que traces um historial
semelhante de ti próprio (ou seja, dos teus antepassados próximos).
Começa por um período como o parágrafo inicial de A Cidade e as Serras, passando depois,
já mais livremente, a uma versão estilizada do historial dos teus ascendentes.
O texto deve ficar verosímil (mesmo que, como até acho desejável, seja um pouco
irónico), o que não implica — mas também não impede — que seja verídico. Embora
sobre ti, ficará na 3.ª pessoa, sendo o narrador um teu amigo não identificado
(na Cidade e as Serras, como
percebeste, também há um narrador homodiegético). Prefiro caneta.
O meu amigo / A minha
amiga _______ {teu nome} nasceu _________
TPC — Aproveita para avançar no trabalho sobre
Os Maias.
Aula 97-98 (15, 16, 18, 22/abr) Assistência aos sketches «Reunião de
condomínos com o Drácula» e «Sabes onde há gajas boas?» (para poder resolver a
ficha de gramática seguinte):
Na
penúltima aula, começamos a estudar as orações. Vimos as orações subordinadas adjetivas,
que desempenham funções sintáticas típicas de adjetivos. As orações adjetivas —
vimo-lo também — são orações relativas
(restritivas ou explicativas). Percebeu-se ainda que as orações relativas devem o
seu nome ao facto de serem introduzidas por palavras relativas (pronomes relativos, sobretudo).
As orações subordinadas substantivas (cfr. p. 330) exercem funções sintáticas
típicas de grupos nominais. Podem ser completivas ou relativas sem antecedente.
Em
«Reunião de condóminos com o Drácula» e «Sabes onde há gajas boas?» havia subordinadas substantivas completivas
(são as que já sublinhei; ao lado, sem sublinha, a oração subordinante).
Escreve a função sintática (sujeito, complemento direto, indireto, oblíquo, etc.)
que cada uma destas completivas desempenha relativamente à sua subordinante.
Subordinante Subordinada substantiva completiva
A porteira disse-me que o vizinho do sétimo
andar tem um gato.
função sintática: __________________
[nota que
a oração é substituível pelo pronome «o»: ‘A porteira disse-mo’.]
Todos sabemos que os animais não são permitidos
neste prédio.
_________________
Não quer que eu ponha o gatinho na rua...
______________
Acho que é em Ermesinde.
________________
Perguntou-lhe se vira uma gaja ou um homem em
Ermesinde.
__________________
É um escândalo que me falem em gritos.
_______________
[= Isso é um
escândalo.]
As
subordinadas substantivas completivas finitas são introduzidas pelas conjunções completivas que ou se.
Mas
também há subordinadas substantivas completivas não finitas, com o
verbo no infinitivo, e essas não precisam de conjunção:
Subordinante Subordinada
substantiva completiva não finita
Todos sabemos não serem os animais permitidos
neste prédio.
Troca
a completiva finita por uma completiva não finita:
É um escândalo que me falem em gritos.
_________________
Vejamos
agora o que nos sketches havia de subordinadas
substantivas relativas sem antecedente. Escreve a função sintática
desempenhada pela oração que sublinhei:
Subordinante | Subordinada substantiva relativa
sem antecedente
Sabes onde
há gajas boas?
______________
Criemos
nós outros casos (a subordinada substantiva relativa continua a ir
sublinhada; identificarás a sua função sintática):
Fugiam-lhe quantas velhas ou crianças
acorrentasse à parede.
_____________
Quem sobe pela escada fica com as cabeças dos
cadáveres todas moídas.
_____________
Portanto,
as subordinadas substantivas relativas são introduzidas por palavras relativas (pronomes,
advérbios, quantificador), que, ao contrário do que acontecia quando em
subordinadas adjetivas relativas, não se reportam a nenhum antecedente (por
isso estas orações se dizem «subordinadas substantivas relativas sem
antecedente»).
As
subordinadas substantivas relativas podem ser não finitas
(infinitivas):
Subordinante |Subordinada
substantiva relativa sem antecedente não finita
Sabes onde
encontrar gajas boas?
Aplicações diversas
Substitui
o trecho sublinhado por uma oração subordinada completiva:
Só lhe digo isto: «animais dentro de casa é
nojento»!
Só lhe digo ___________
Subordinante | Subordinada substantiva
completiva (finita / não finita)
Atenta
agora na frase seguinte, sabendo já que a subordinada não é substantiva e que a função que desempenha é antes típica de
um adjetivo. Classifica a oração.
Subordinante| _________________
É um cheiro que se entranha nas rendas.
modificador restritivo
do nome
E
um caso de substantiva. Classifica a oração na totalidade:
Subordinante| ____________
Eu
preciso de dormir.
complemento oblíquo
Reconstituição
de poema de Cesário Verde, dados apenas os versos em recortes (aqui, põe-se o
texto já reconstituído):
De tarde
Naquele pic-nic de burguesas,
Houve uma coisa simplesmente bela,
E que, sem ter história nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela.
Foi quando tu, descendo do burrico,
Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão-de-bico
Um ramalhete rubro de papoulas.
Pouco depois, em cima duns penhascos,
Nós acampámos, inda o sol se via;
E houve talhadas de melão, damascos,
E pão-de-ló molhado em malvasia.
Mas, todo púrpuro a sair da renda
Dos teus dois seios como duas rolas,
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro das papoulas!
Procurei fazer uma análise do poema de Cesário Verde
que estiveste a reconstituir, «De tarde», seguindo estas linhas de sentido
(aconselhadas no manual Antologia. 11.º ano, Lisboa, Lisboa Editora, 2004):
relação título-texto; sugestão de uma «aguarela» (notações cromáticas,
pormenores figurativos); estrutura narrativa (espaço, tempo, ação,
personagens); função do sujeito poético enquanto observador/relator; marcas de
erotismo; valor simbólico de «o ramalhete rubro de papoulas»; relevância
expressiva de alguns aspetos formais e recursos estilísticos.
Completa a minha resposta, sabendo que as lacunas
correspondem sempre a expressões a transcrever do próprio poema.
Logo o título, «________»,
que é um modificador temporal, remete para um momento, uma coisa «__________»,
que merecia ser registado numa «____________», apesar de aparentemente
irrelevante.
Poderíamos dizer que o
momento em causa era susceptível de ser fixado numa polaroid (se no século XX)
ou numa imagem em instagram (atualmente), mas a pintura coaduna-se bem com as
várias referências cromáticas: o «granzoal _______», o «ramalhete _______» ou,
quando sai da renda, «_____». Quanto ao sol a pôr-se («__________»), é uma
notação de ordem visual e mais um elemento que aproxima o poema das pinturas
impressionistas (vem à lembrança, por exemplo, o quadro «Déjeuner sur l’herbe»,
de Edouard Manet). Além das cores, há pormenores figurativos: o rendilhado do
decote por onde saem «_______» (com que se comparam os «________»).
Nem só o sentido da
visão é convocado, outros sentidos estão presentes: o olfato e o gosto, a
propósito das «_________________», dos «___________», do «________» embebido em
vinho doce; e não será forçado vermos algo de táctil na alusão às «________» que
saem do decote da rapariga.
Muito característica
do poema (e de Cesário Verde) é a sua narratividade. O poeta parece ser um
observador que faz parte do grupo (vejam-se os deíticos pessoais «__», «__», o
demonstrativo «[n]____» e o possessivo «___»). Relata um episódio cuja
protagonista é uma rapariga (uma burguesa?) capaz de colher ramalhetes de
papoulas «____________». As ações estão demarcadas em função dos espaços («a ______________»,
«em ________») e do tempo («___________», «___»).
A última quadra (não,
não é um soneto: são quatro quartetos) apresenta-nos o sujeito poético (o
«narrador») embevecido com o supremo encanto do «________» (e não é
interessante o uso do estrangeirismo?). Esse primeiro plano da câmara termina
com o verso «____________», que quase repete o v. 8 («__________»). Os artigos
definidos no último verso do poema («____», em vez do indefinido «_____», que
estava no v. 8; e «[d]___», em vez da preposição simples «____») mostram que a
observação se foi aproximando e que o ramalhete de que se fala já é
inconfundível. A outra diferença entre os versos é o v. 16 terminar com um
_________.
E, se atentarmos no
som, perceberemos que há nesse verso uma aliteração [cfr. p. 348], conseguida pela repetição da consoante «___». (Já na
segunda estrofe havia uma figura fónica idêntica, entre a assonância [cfr. p. 348] e a aliteração, no verso «__________________»,
em que predominavam as vogais nasais e a consoante z.)
Acerca da quadra final
é ainda preciso referir que a alteração da ordem natural da frase, um hipérbato
[cfr. p. 347], faz que o último verso
seja o sintagma nominal que se pretende destacar («______________»). Por outro
lado, por marcar uma oposição, uma reorientação, a conjunção adversativa «____»
valoriza o que depois será o foco da quadra.
Também o tempo verbal
usado nesta quarta estrofe, o imperfeito do indicativo («___»), marca a
perenidade daquela visão singular, por contraste com o incidente, efémero, que
era a merenda de burguesas (a que convinha o perfeito do indicativo: «houve»,
«foi», «______», «___________», «________»).
Escreve, em prosa, sobre um momento que devesse
ficar fixado (realçado dentro de um incidente que tudo destinasse ao
esquecimento). Só as partes que dou seguem o modelo de Cesário (em «De tarde»).
No resto, apenas aconselho que a descrição seja bastante sensorial e que
se evite estilo brincalhão ou irónico.
............................... {sintagma
preposicional, como é De tarde}
Naquele/a ............,
houve uma coisa simplesmente bela. Foi quando ........
TPC — (1) Se
necessário, consulta páginas sobre orações (coordenação e subordinação), em Gaveta de Nuvens (aqui). (2) Escreve o
texto cuja folha foi agora distribuída (descrição, bastante sensorial,
suscetível de recordar um momento especial destacado de um episódio banal,
segundo o modelo de «De tarde», embora em prosa). // Escreve, em prosa, sobre
um momento que devesse ficar fixado (realçado dentro de um incidente que tudo
destinasse ao esquecimento). Só as partes que dou seguem o modelo de Cesário
(em «De tarde»). No resto, apenas aconselho que a descrição seja bastante sensorial
e que se evite estilo brincalhão ou irónico. // ............. {sintagma preposicional, como é De tarde} // Naquele/a .................,
houve uma coisa simplesmente bela. Foi quando ...............
Aula
99-100 (17, 18/abr)
[Esta aula é privativa das turmas 3.ª e 6.ª, as únicas que não tiveram sessões
a menos nesta semana] Na p. 232
do manual, o curto texto expositivo dentro de uma esquadrilha, de Arnaldo
Saraiva, distingue cartoons e caricaturas. Depois de perceberes o
essencial dessa distinção, sintetiza a diferença entre os dois termos,
aproveitando os casos da caricatura de Eça por António (também na p. 232) e do
cartoon da autoria de António Jorge Gonçalves que figure no Inimigo Público que te tenha calhado (na
coluna «Toon», na última página).
...............
...............
Na
secção de entrevistas (melhor, de inquéritos de rua) do Inimigo Público, no pé da última página, há com certeza, entre as
personagens aí ficticiamente inquiridas, tipos
sociais (ou sócio-psicológicos) que se pretende caricaturar.
Diz quais são os
quatro tipos aí aproveitados (nota que não é a definição que figura no jornal
mas o que consigamos perceber pelo conjunto de nome, retrato, respostas dadas e
até, no caso de pessoas reais, por conhecimento prévio nosso):
nome da personagem
|
tipo social (ou
psicológico) que se quer caricaturar
|
Consegues
lembrar, de Os Maias, algumas
personagens que penses poderem corresponder a tipos que Eça quisesse deixar representados? (Se ainda não conheces
o suficiente da obra em causa, não preenchas a tabela seguinte e passa já à
última pergunta desta página.)
nome da personagem de Os Maias
|
tipo social (ou
psicológico) que se quer representar
|
Entre
as várias notícias do exemplar do Inimigo
Público, escolhe uma que possa corresponder sobretudo às características
elencadas para «caricatura» e outra
que cumpra sobretudo os objetivos de um «cartoon»
(nota que se trata de interpretação muito lata dos dois conceitos, mais concebidos
para imagens do que para textos).
título
de notícia exemplificativa de características de caricatura
|
título
de notícia exemplificativa de características de cartoon
|
Promovido pela Associação de estudantes, e apoiado
pela Direção, está aberto até dia 20 um concurso para a eleição de letra e/ou
música do hino da escola (creio que do agrupamento de escolas — e não
apenas da ESJGF). Segundo o regulamento afixado no vidro da AE, a letra deve
ser entregue em manuscrito (ou querem dizer «em papel»?) e a melodia,
digitalmente. Podem concorrer parcerias.
Para a métrica de um hino podemos escolher versos
redondilhos maiores (heptassílabos). Por exemplo, o hino português parece-me
ter como base o heptassílabo («He|róis| do| mar|, no|bre| po|vo). No entanto,
em função da melodia, até podem os versos não terem métrica sempre igual: «Sou do Benfica / E isso me envaidece / Tenho a genica
/ Que a qualquer engrandece / Sou de um clube lutador / Que na luta com fervor
/ Nunca encontrou rival / Neste nosso Portugal. // [Refrão] Ser Benfiquista / É ter na alma a chama imensa / Que nos
conquista / E leva à palma a luz intensa / Do sol que lá no céu / Risonho vem
beijar / Com orgulho muito seu / As camisolas berrantes / Que nos campos a
vibrar / São papoilas saltitantes». Nos hinos que vi, a rima era sobretudo cruzada.
Começa uma possível letra concorrente a este concurso.
TPC — (Cfr. o que já está na aula anterior [Escreve,
ou conclui, texto cuja folha foi agora distribuída (descrição, bastante
sensorial, suscetível de recordar um momento especial destacado de um episódio
banal, segundo o modelo de «De tarde», embora em prosa)].)
Aula
101-102 (22, 23/abr) Este
questionário deve ser resolvido sem consultas (a livros, a colegas, a mim).
Respeita a um terço de Os Maias, pouco
mais do que a meia-dúzia de capítulos iniciais.
Não
respondas ao calhas (encaro aliás pontuar negativamente respostas erradas
demasiado estapafúrdias). Se não leste nada de Os Maias, prefiro que entregues a folha em branco, só com o teu
nome. E sugiro que, por estes dias,
comeces rapidamente a dedicar-te ao livro.
Segundo a ordem cronológica dos acontecimentos (que não é,
obrigatoriamente, a do livro), a série correta é
a) Ramalhete, Benfica, Santa Olávia.
b) Santa Olávia, Benfica, Ramalhete.
c) Benfica, Ramalhete, Santa Olávia.
d) Benfica, Santa Olávia, Ramalhete.
A
série de espaços ‘Vila Balzac, Ramalhete, Paços de Celas’ pode corresponder,
pela mesma ordem, à série de personagens
a) Maria Monforte, Pedro da Maia, Carlos.
b) Raquel Cohen, Afonso, Carlos.
c) João da Ega, Maria Eduarda, Alencar.
d) Tancredo, Carlos da Maia, João da Ega.
A série de espaços ‘Santa Olávia, Paris, Rossio’ pode
corresponder, pela mesma ordem, à série de personagens
a) Carlos da Maia, Pedro da
Maia, Maria Eduarda Runa.
b) Brown, Maria Eduarda, Carlos da Maia.
c) Eusébio, Maria Monforte, Mãe de Ega.
d) Carlos da Maia, Eusébio, João da Ega.
A série de espaços ‘Arroios, Santa Olávia, Celorico’ pode
corresponder, pela mesma ordem, a
a) Maria Monforte, João da Ega, Eusebiozinho.
b) Pedro da Maia, Afonso da Maia, João da Ega.
c) Maria Eduarda, Carlos da Maia, Alencar.
d) Tancredo, Teresinha, Carlos da Maia.
À
série ‘Jacob Cohen, Taveira, Vilaça’ correspondem as profissões
a) banqueiro, procurador, funcionário público.
b) banqueiro, funcionário público, procurador.
c) ministro, maestro, procurador.
d) ministro, maestro, funcionário público.
A
alínea que tem alcunhas ou hipocrísticos que não são mencionados nos Maias é
a) Negreira, Pedrinho, Silveirinha.
b) Barbatanas, Eusebiozinho, Teresinha.
c) Alemão, Bá, Toureiro.
d) Tista, Alencar d’Alenquer, Fuas.
O
«papá Monforte» era
a) pai de Pedro da Maia.
b) tio de Pedro da Maia.
c) pai de Eduarda Runa.
d) sogro de Pedro da Maia.
O Padre Vasques está para Pedro como Brown está
para
a) Ega.
b) Carlos.
c) Afonso.
d) Maria Eduarda.
O
Reverendo Bonifácio era
a) Bonifácio Silva.
b) um gato.
c) um padre.
d) Bonifácio de Souselas.
«Gouvarinhar»
significa
a) estar com a condessa.
b) ir a casa dos Gouveia.
c) jogar uíste.
d) discutir o «excremento».
Quem
conhecera bem Pedro da Maia fora
a) João da Ega.
b) Dâmaso Salcede.
c) Tomás de Alencar.
d) Jacob Cohen.
Os
Paços de Celas eram
a) a quinta de Santa Olávia.
b) a residência de Carlos em
Coimbra.
c) o Ramalhete.
d) a casa de Benfica.
Charlie
era filho dos
a) Cohen.
b) Gouvarinho.
c) Silveiras.
d) Castro
Gomes.
A
fala que não foi proferida por Ega é
a) — Bem. Venho-te impingir prosa... Um bocado
do «Átomo»... Senta-te aí. Ouve lá.
b) — Vai-te daí, Mefistófeles de Celorico!
c) — Bem-vindo, meu príncipe, ao humilde tugúrio
do filósofo!
d) — Terça-feira vou-te buscar ao Ramalhete, e
vamo-nos «gouvarinhar».
A
fala que não foi proferida por Alencar é
a) — E deixemo-nos já de excelências! que eu
vi-te nascer, meu rapaz! Trouxe-te muito ao colo. Sujaste-me muita calça.
b) — O Ega não entende nada. Mesmo em Lisboa,
não se pode chamar ao que eu tenho uma coleção. É um bricabraque de acaso... De
que, de resto, me vou desfazer!
c) — Rapazes, não se mencione o «excremento».
d) — Caramba, filhos, sinto uma luz cá dentro!
A
fala que não foi proferida por Carlos é
a) — Não inspira nenhum respeito pela minha
ciência... Eu estou com ideias de alterar tudo, pôr aqui um crocodilo
empalhado, corujas, retortas, um esqueleto, pilhas de in-fólios...
b) — Sem contar que o pequeno está muito
atrasado. A não ser um bocado de inglês, não sabe nada... Não tem prenda
nenhuma!
c) — Passando a outro
assunto, Baptista. Vamos a saber, há quanto tempo não escrevo eu a Madame
Rughel?
d) — John, onde estás tu?
A
fala que não foi proferida por Dâmaso é
a) — Que te parece? Chique a valer!...
b) — Vim aqui há quinze dias, no «Orenoque». Vim
de Paris... Que eu em podendo é lá que me pilham. Esta gente conheci-a em
Bordéus.
c) — Olha quem aqui me aparece! A Susana! A
minha Susana!
d) — Tinha-me esquecido dizer-te, vou publicar o
meu livro.
O
trecho que não pertence a Os Maias é
a) Mas o menino, molengão e tristinho, não se
descolava das saias da titi: teve ela de o pôr de pé, ampará-lo, para que o
tenro prodígio não aluísse sobre as perninhas flácidas.
b) Ocupava-se então mais do laboratório, que
decidira instalar no armazém às Necessidades.
c) — Nada mach!... Você hoje
‘stá têrrívêl! — dizia o diplomata, no seu português fluente, mas de acento
bárbaro.
d) — Vá beijando sempre — disse-me o prudente
historiógrafo dos Herodes — Não se lhe pega nada, e agrada à senhora sua tia.
O
trecho que não pertence a Os Maias é
a) Qual clássicos! O primeiro dever do homem é
viver... E para isso é necessário ser são, e ser forte. Toda a educação sensata
consiste nisto: criar a saúde, a força e os seus hábitos, desenvolver
exclusivamente o animal, armá-lo de uma grande superioridade física.
b) Quando sentia na casa a voz das rezas, fugia,
ia para o fundo da quinta, sob as trepadeiras do mirante, ler o seu Voltaire:
ou então partia a desabafar com o seu velho amigo, o coronel Sequeira, que
vivia numa quinta a Queluz.
c) Sempre fora invejosa; com a idade aquele
sentimento exagerou-se de um modo áspero. Invejava tudo na casa: as sobremesas
que os amos comiam, a roupa branca que vestiam.
d) Um desastre estúpido!... Ao saltar um
barranco, a espingarda disparara-se-lhe, e a carga, zás, vai cravar-se no
napolitano!
O
trecho que não pertence a Os Maias é
a) Chegara ao fim da Rua do Alecrim quando viu o
conde de Steinbroken, que se dirigia ao Aterro, a pé, seguido da sua vitória a
passo.
b) — Estas bestas! Estas bestas destes
jornalistas! Leste? «Lágrimas em todos os olhos da numerosa e estimável colónia
hebraica!». Faz cair a coisa em ridículo...
c) À porta da cozinha, sacudindo
um sobrescrito já amarrotado, Gonçalo ralhava com a Rosa cozinheira.
d) — Então que lhe ensinava você, abade, se eu
lhe entregasse o rapaz?
Como
outros poemas de Cesário Verde, «Num bairro moderno» (pp. 293-294) apresenta
características narrativas (é possível
identificar espaço, tempo, figuras intervenientes e suas ações). Não é difícil,
por isso, conceber sínteses para cada uma das estrofes, como se se tratasse de
texto em prosa narrativa.
Em cada trecho a seguir, há uma lacuna a
preencher e um segmento a riscar.
vv. 1-5 Naquele
bairro moderno por onde passa, às dez horas, chamam a atenção do sujeito
poético os efeitos causados pelas incidências da ___. Um pedaço da brita do
macadame entra-lhe numa vista, cegando-o.
6-10 Dentro das _____,
ressacados ainda das noitadas no Aterro, os residentes só agora começam a despertar.
11-15 Um pouco invejoso
da vida burguesa que adivinhava naquela rua, o poeta — que não está de
extraordinária saúde — ia a caminho do ______, sem pressas, já que queria
irritar o patrão.
16-20 Atentou então numa
vendedeira, humilde, que pousara a sua cesta numa _____, ficando a jogar xadrez
(com peças de mármore).
21-25 Olhou-a,
salientando no retrato da rapariga o ar popular, a lingerie sofisticada, a
fealdade, o ______ em desalinho.
26-30 Viu-a também à
conversa com um ______, que a assediava com proposta indecente, oferecendo-lhe
apenas uma moeda.
31-35 Perante os
vegetais, iluminados pelo ______, o «eu» do poema propõe-se imaginá-los transfigurados
num belo corpo humano, que depois canibalizaria.
36-40 Repara
também no movimento que o bairro começa a ter. Nota ainda as diversas sensações
(________, auditivas, visuais) que impregam o ambiente. Rapazes, na
brincadeira, tocam às campainhas.
41-45 Como antes
prometera, o sujeito poético vê nos vegetais transportados pela rapariga
elementos antropomórficos: na _____, uma cabeça; nuns repolhos, seios; num ananás,
um umbigo.
46-50 Identifica
as azeitonas com tranças; os _____, com ossos; as uvas, com olhos; os kunamis,
com esternocleidomastóideos.
51-55 Certos frutos
lembram-lhe colos, ombros, _____, uma cara. Num cheiroso melão que está entre
as hortaliças, vê uma barriga e uma orelha.
56-60 Nos
legumes, carnes tentadoras; nas cenouras, _____; nos tomates, corações; na
ginja, ketchup a imitar sangue.
61-65 Entretanto, a
rapariga, não esperando mais clientela, pede ao poeta que a _________, no
sentido de pôr a canastra das sardinhas à cabeça.
66-70 Afável, ele apoia-a
e conseguem ______ aquele enorme peso (cinco toneladas), dada a excelente
musculatura de ambos.
71-75 O ______ da
regateira (acompanhado de generosa gorjeta) revigorou o poeta.
76-80 Enquanto a rapariga
se afasta, sob o calor de _____, o sujeito poético pode reparar na sua magreza
e palidez. Gostou também das maçãs sem til.
81-85 E apercebe-se do
ambiente ao redor: uma criança rega uma _______ (e esta ação sugere uma
comparação poética). Benfiquistas queixavam-se de um árbitro.
86-90 Ao mesmo
tempo que sente os cheiros vindos da giga, chegam-lhe outros motivos sensoriais
(som de chilreios de _______ e do bulício das criadas, cor dos raios de sol,
gosto de hambúrgueres H3).
91-95 E logo se foca, de
novo, na rapariga, observando a sua energia, realçada até pela aparente
fragilidade física (por sua vez, contrastante com as ______ repolhudas). É uma
«desgraça alegre» que entusiasma o poeta, que se desfaz em lágrimas.
96-100 Regressa então às fantasias inspiradas na visão dos
vegetais: umas abóboras lembram-lhe as pernas de um ______, um halterofilista
arménio desclassificado por doping.
Resolve
as seguintes perguntas da p. 295:
5. a. ____; b. ____; c. ____; d. ____; e. ____.
6. _____.
E
esta da p. 296:
9.1 _____________
9.2 _____________
9.3 _____________
Comentário
(ou início do...) pedido no ponto 1 [oralidade] da p. 296.
.....
TPC — Redige comentário pedido em
1/oralidade, na p. 296.
Aula
103-104 (24, 29/abr,
2/mai) Lê a crónica de Ferreira Fernandes na p. 313. Depois, com caneta e
riscando muito, responde a estas perguntas.
2. A sua tia faleceu por um motivo bastante prosaico.
3. A sua tia faleceu por causa de um duende no peito.
4. A sua tia faleceu porque repetia muitas vezes a palavra «pinhal».
Aula 105-106 (30/abr, 2/mai; [nas turmas 4.ª e 9.ª esta aula será diluída em outras]) Correção de questionário sobre Os Maias. (cfr. Apresentação).
Aula 107-108 (6, 7/mai)
III
IV
Em Coimbra, Eça conviveu com Antero.
Aula 111-112 (13, 14/mai) Correção de questionário sobre «De Verão» (cfr. Apresentação).
Aula 115-116 (20, 21/mai) Este assunto é de gramática mas também respeita ao estilo de Eça de Queirós, já que o discurso indireto livre é uma sua característica muito notória. Para já, passa um trecho de Os Maias que está em discurso direto para discurso indireto:
Aula 119-120 (27, 28/mai) Reproduz-se o trecho do cap. VI que se segue à apresentação de Tomás Alencar a Carlos (na verdade, um reencontro, dado que Alencar chegara a andar com Carlos ao colo), com que terminava o texto da última aula («Um jantar no Hotel Central», pp. 254-255).
Aula 123-124 (3, 4/jun) Escolhe a melhor alínea.
Comenta o título, «Crónica de um moderno homem
culto».
.....
«Nada como um argumento de autoridade
internética» (37-38), para estragar um serão. Explica.
.....
Qual é a moralidade, a lição, a que esta crónica
pretende chegar (e que estará bastante sintetizada no último parágrafo)? Não
deixes de referir como o episódio contado ilustra essa defesa.
.....
Lê
o poema de Cesário em foco na crónica de Ferreira Fernandes, «Lúbrica» (p.
314).
Sintetiza o seu conteúdo.
.....
No sketch
«Acho que faleceu», interessa apenas
o título. Repara que tem dois verbos (______ e ________). Portanto, é provável
que a frase seja _____ e tenha precisamente ___ orações.
Os sujeitos de cada uma das orações são ambos
subentendidos: ____ (correspondente a «acho») e ______ (correspondente a
«faleceu»).
Convém perceber que, nesta
frase, uma das orações serve de complemento directo à outra. Assim, a oração
«________» tem como objecto directo a oração «que _______». Esta oração, que
serve de complemento directo à sua subordinante, designa-se «subordinada
_________ completiva». A palavra que a introduz («que») é uma ________
subordinativa completiva. Em conclusão:
Acho |
que faleceu.
Subordinante |
Subordinada substantiva completiva
Experimentemos substituir a oração subordinada por
um complemento directo que não seja uma oração — portanto, por um simples nome,
pronome, nome e adjectivo, etc.:
Acho - o
|Objecto directo
P r e d i c a d o
Vejamos uma oração completiva
introduzida pela conjunção (subordinativa completiva) «se»:
Perguntei | se
falecera.
Subordinante |
Subordinada substantiva completiva
O complemento directo de «Perguntei» é «______».
Estas particulares subordinadas completivas — as
que servem de complemento a verbos como «perguntar», «ignorar», «saber» —
designavam-se também, tradicionalmente, «interrogativas
indirectas».
Depois
de termos visto as orações adjetivas
e as orações substantivas, veremos
agora as orações
subordinadas adverbiais (cfr.
pp. 330-331).
As
subordinadas adverbiais desempenham funções sintáticas de modificadores (do grupo
verbal — causais, finais e temporais — ou da frase — condicionais e concessivas).
Nos cinco períodos a seguir, temos frases simples e frases complexas. Todas elas têm um
modificador (que, neste caso, exprime causa), mas, por vezes, essa função é
desempenhada por uma oração (uma subordinada
adverbial causal).
1. A sua tia faleceu
devido a uma condição rara.
5. Como tinha um
duende no peito, a sua tia faleceu.
Distingue as frases complexas e
as simples (o número de verbos é o indicador óbvio):
Têm
duas orações as frases n.º ____ e n.º ____, que são também as que têm dois
predicados (cujas formas verbais são: ________ e ________; _______ e _______).
São, portanto, frases _________. Ao
contrário, são frases simples as n.º
___, n.º ___ e n.º ___, cada uma com uma única oração (tradicionalmente: oração
absoluta).
Em cada uma das duas frases
complexas há uma oração subordinante
e outra subordinada. Sublinha as
orações subordinantes (as que poderiam aparecer sozinhas) e circunda as
subordinadas (já fui dizendo que, neste caso, são subordinadas adverbiais causais). As palavras que introduzem essas
orações («porque» e «______») são conjunções
subordinativas causais.
Regressemos às frases simples. Nelas, há um sujeito («_______») e um predicado, incluindo-se aí o modificador do grupo verbal
(respectivamente: «devido a uma condição rara», «________» e «_______»).
Podemos reescrever as frases, substituindo os
modificadores não oracionais por orações [completa 2’ e 3’] (e vice versa [completa 5’]):
1’. A sua tia faleceu
| porque se deu uma condição rara.
2’. A sua tia faleceu
| ___________________.
3’. A sua tia faleceu
| visto que ___________.
4’. A sua tia faleceu
por causa da repetição da palavra «pinhal».
5’. _________, a sua
tia faleceu.
Quando a oração subordinada
adverbial precede a subordinante ou fica intercalada, deve ser isolada por vírgulas (se estiver depois da
subordinante, é aceitável que não se ponha vírgula, embora, por mim, ainda
prefira ir pondo vírgula também). A posição
da subordinada causal relativamente à subordinante costuma poder alterar-se
(mas, por exemplo, no caso da frase 5 — com «como» —, a subordinada tem de
estar antes da subordinante). Nota ainda que «A sua tia faleceu derivado a
complicações» é uma frase simples, em que «derivado a complicações» é o ______.
No entanto, a expressão «derivado a» não é correcta (o que se deve dizer é:
«devido a»).
Nos
três períodos que se seguem (6-8), temos exemplos de frases com orações subordinadas adverbiais causais
não
finitas (infinitiva, gerundiva, participial). Distribui estas
últimas designações por cada uma das orações sublinhadas.
6. Por ter um
duente no peito, a sua tia faleceu. / ______
7. Tendo um duende
no peito, a sua tia faleceu. / _____
8. Alojado o
duende no peito, a sua tia faleceu. / _____
TPC — Ir entregando tarefa sobre Os Maias. // [Só para 11.º 9.ª e 11.º
4.ª:] Faz ponto 1/escrita da p. 315,
embora em menos palavras do que as aí pedidas.
Aula 105-106 (30/abr, 2/mai; [nas turmas 4.ª e 9.ª esta aula será diluída em outras]) Correção de questionário sobre Os Maias. (cfr. Apresentação).
Na
p. 316, mesmo antes de ouvires os poemas A e B, vai relanceando ambos os textos
e resolvendo os pontos 1.1 e 1.2.
1.1: _______________; 1.2: _________________
Resolve
o ponto 1.1, no cimo da p. 317:
.........
Na
mesma p. 317, resolve 3 (se precisares da definição de «apóstrofe», vai à p.
348):
_____________________
Ainda
na p. 317, respondendo abreviadamente a 4, identifica o poema (A ou B) a que se
reportam as afirmações:
a. ___; b. ___; c. ___; d. ___; e. ___; f. ___
Classifica
as orações presentes nestas frases de «Seminaristas falam de raparigas» (e de «Gajos que
tentam adivinhar»). Pode ser
útil teres o livro aberto nas pp. 330-331 e 329.
Lá fora há raparigas
|
que fazem trinta por
uma linha.
|
Subordinante
|
Subordinada
adjetiva ______
|
Não sei
|
se isso é verdade.
|
______
|
_____________
|
Foi-me dito por malta
|
que conhece o mundo.
|
________
|
____________
|
Se tiveres lábia,
|
dás-lhes a volta.
|
Subordinada
________ condicional
|
______
|
Dava-te a mão,
|
até ficares com a
palma toda suada.
|
Subordinante
|
Subordinada
adverbial ________
|
Para comentar isto,
|
não me contactem.
|
Subordinada
adverbial ______
|
_________
|
O
gajo diz-me
|
que
há raparigas
|
que
fazem trinta por uma linha.
|
_______
|
Subordinada
_______
Subordinante
|
________
|
Se tiveres lábia,
|
dás-lhes a volta
|
e estão ali contigo de
mão dada!
|
Subordinada
adverbial con-dicional
|
__________
Coordenada
|
Coordenada
______
|
No sketch
«Gajos que tentam adivinhar» há uma personagem que completa frases que o
interlocutor começara. As expressões que o indivíduo impaciente vai tentando
adivinhar têm a mesma função sintática
que as expressões certas. Classifica cada uma das alíneas, usando uma destas
funções sintáticas:
predicado
complemento oblíquo
predicativo do sujeito
predicativo do complemento direto
modificador do grupo verbal
Falar-te-ei
sobre o André
sobre o
primeiro-ministro
sobre o último disco
da Shakira
sobre o almanaque Borda d'Água
sobre o Meireles
_______________
É
simpático
amarelo
muito aberto a novas
experiências
muito amigo do
Rodolfo
acintoso
_______________
Entra
em salas de cinema
em contradições
em auto-estradas
em discussões
_______________
Faz-me sentir
sportinguista
roxo
apertado naquelas
calças justas
mal
________________
O que é que tu / eu
estou a fazer aqui
comi ao
pequeno-almoço
quero de presente de
anos
achas
________________
Que achas
a propósito da Magda
a propósito do
alargamento da União Europeia
a propósito da falta
de consistência da defesa da selecção
a propósito da
maneira de ser do Meireles
_______________
Ruby (comentada):
Livro escrito dentro
do filme Ruby Sparks
|
«Contrariedades»,
«De tarde», «Num bairro moderno»
|
Autor
| |
Calvin (que é também
personagem do filme)
|
Cesário Verde
|
Narrador / Sujeito poético
| |
Narrador heterodiegético (__ pessoa). Creio
que omnisciente e, se bem me lembro, ocasionalmente com focalização interna
na personagem Calvin (e, por essa via, indiretamente, talvez próximo do
autor).
|
Sujeito poético (1.ª
pessoa), com aparentes semelhanças
com _____ (contratempos com publicação dos seus versos, doença, deambulações
por Lisboa); mas talvez também dissemelhanças
(não sei se veríamos Cesário Verde num piquenique como o que relata o «eu» de
«De tarde»; e o emprego a que se alude em «Num bairro moderno» não parece ser
o da casa de ferragens da família).
|
Protagonistas/Figuras/Personagens
| |
Calvin (______ que parece
inspirada na realidade, isto é, no autor, que aliás promete alterar-lhe o
nome, para desfazer essa identidade) e Ruby (que não resulta de inspiração em
alguém real preexistente, mas, ao contrário, vem criar uma nova pessoa na
realidade exterior à narrativa).
|
Engomadeira, Burguesa (o «tu» de «De tarde»), ____
podem decorrer de inspiração na realidade observada pelo escritor no seu
quotidiano real, mas não temos a certeza disso.
|
Retornos/Feed-back/Reflexos
| |
Autor pode conformar a
intriga da narrativa que cria e, portanto, também a caracterização da
protagonista. Só que, neste caso, como a personagem Ruby invade a realidade
exterior ao romance, o autor molda também a própria vida, na medida em que
interage, na vida real, com o reflexo da Ruby ficcionada. Resume a situação o
_____ «mentalcesto», amálgama de «mental(idade)» + «incesto».
|
À medida que descreve as mulheres que observa
— do povo ou, eventualmente, da pequena burguesia —, o sujeito poético fica
influenciado por essas visões, que nele se refletem. Esses retratos de
mulheres pacificam-no («Contrariedades»), ______ («Num bairro moderno»),
embevecem-no («De tarde»).
|
TPC — Faz ponto 1/escrita da p. 315, ainda
que em menos palavras do que as aí pedidas.
Aula 107-108 (6, 7/mai)
De
verão
I
No campo; eu acho nele a musa que me anima:
A
claridade, a robustez, a ação.
Esta
manhã, saí com minha prima,
Em
quem eu noto a mais sincera estima
E
a mais completa e séria educação.
II
Criança encantadora! Eu mal esboço o quadro
Da
lírica excursão, de intimidade.
Não
pinto a velha ermida com seu adro;
Sei
só desenho de compasso e esquadro,
Respiro
indústria, paz, salubridade.
III
Andam cantando aos bois; vamos cortando as leiras;
E
tu dizias: «Fumas? E as fagulhas?
Apaga
o teu cachimbo junto às eiras;
Colhe-me
uns brincos rubros nas ginjeiras!
Quanto
me alegra a calma das debulhas!»
IV
E perguntavas sobre os
últimos inventos
Agrícolas.
Que aldeias tão lavadas!
Bons
ares! Boa luz! Bons alimentos!
Olha:
Os saloios vivos, corpulentos,
Como
nos fazem grandes barretadas!
V
Voltemos! No ribeiro abundam as ramagens
Dos
olivais escuros. Onde irás?
Regressam
os rebanhos das pastagens;
Ondeiam
milhos, nuvens e miragens,
E,
silencioso, eu fico para trás.
VI
Numa
colina brilha um lugar caiado.
Belo!
E, arrimada ao cabo da sombrinha,
Com
teu chapéu de palha, desabado,
Tu
continuas na azinhaga; ao lado,
Verdeja,
vicejante, a nossa vinha.
VII
Nisto,
parando, como alguém que se analisa,
Sem
desprender do chão teus olhos castos,
Tu
começaste, harmónica, indecisa,
A
arregaçar a chita, alegre e lisa,
Da
tua cauda um poucochinho a rastos.
VIII
Espreitam-te,
por cima, as frestas dos celeiros;
O
sol abrasa as terras já ceifadas,
E
alvejam-te, na sombra dos pinheiros,
Sobre
os teus pés decentes, verdadeiros,
As
saias curtas, frescas, engomadas.
IX
E,
como quem saltasse, extravagantemente,
Um
rego de água sem se enxovalhar,
Tu,
a austera, a gentil, a inteligente,
Depois
de bem composta, deste à frente
Uma
pernada cómica, vulgar!
X
Exótica!
E cheguei-me ao pé de ti. Que vejo!
No
atalho enxuto, e branco das espigas
Caídas
das carradas no salmejo,
Esguio
e a negrejar em um cortejo,
Destaca-se
um carreiro de formigas.
XI
Elas,
em sociedade, espertas, diligentes.
Na
natureza trémula de sede,
Arrastam
bichos, uvas e sementes
E
atulham, por instinto, previdentes,
Seus
antros quase ocultos na parede.
XII
E
eu desatei a rir como qualquer macaco!
«Tu
não as esmagares contra o solo!»
E
ria-me, eu ocioso, inútil, fraco,
Eu
de jasmim na casa do casaco
E
de óculo deitado a tiracolo!
XIII
«As
ladras da colheita! Eu, se trouxesse agora
Um
sublimado corrosivo, uns pós
De
solimão, eu, sem maior demora,
Envenená-las-ia!
Tu, por ora,
Preferes
o romântico ao feroz.
XIV
Que compaixão! Julgava
até que matarias
Esses insetos
importunos! Basta.
Merecem-te espantosas
simpatias?
Eu felicito suas
senhorias,
Que honraste com um pulo
de ginasta!»
XV
E enfim calei-me. Os teus cabelos muito loiros
Luziam,
com doçura, honestamente;
De
longe o trigo em monte, e os calcadoiros,
Lembravam-me
fusões de imensos oiros,
E
o mar um prado verde e florescente.
XVI
Vibravam,
na campina, as chocas da manada;
Vinham
uns carros a gemer no outeiro,
E
finalmente, enérgica, zangada,
Tu,
inda assim bastante envergonhada,
Volveste-me,
apontando o formigueiro:
XVII
«Não me incomode, não, com ditos detestáveis!
Não
seja simplesmente um zombador!
Estas
mineiras negras, incansáveis,
São
mais economistas, mais notáveis,
E mais trabalhadoras que o senhor!»
Cesário
Verde, O Livro de Cesário Verde, 1887
Para as estrofes de «De Verão», de Cesário Verde, dar-te-ei hipóteses de
títulos, frases alusivas, meras observações a asp etos
de ordem estilística. Escolhe a melhor dessas quatro opções (relativas a cada
uma das quintilhas I a XVII):
I
a) A minha prima inspira-me!
b) A musa da poesia inspira-me!
c) Gosto da irreverência da priminha.
d) A luz do campo inspira-me!
II
a) Prefere a cidade, industrial, ao campo, envelhecido.
b) Detestável prima!
c) Não conseguirá dar notícia de tudo o que se passou.
d) O poeta está doente.
III
a) Que seca!
b) É perigoso fumar junto às eiras.
c) A observação do trabalho dos outros é já por si cansativa.
d) Está-se bem no campo!
IV
a) Rudes mas delicados, os saloios.
b) A agricultura está demasiado industrializada.
c) No campo, todos são muito lavados.
d) Os saloios são uns mentirosos.
V
a) A prima é demasiado rápida; não a acompanho.
b) A prima entra por um olival.
c) Pôs-se frio.
d) Decide-se o regresso. Estou pensativo.
VI
a) Tudo isto me enoja!
b) O poeta (e a prima) são donos de uma vinha.
c) Vá lá, despacha-te!
d) «Verdeja, vicejante, a nossa vinha» contém uma aliteração.
VII
a) O poeta entrevê o rabo da prima.
b) A iguana comprada pela prima rasteja.
c) Um instantâneo: a prima ergue um pouco a saia.
d) Afinal, a prima é uma sereia.
VIII
a) Vê-se a roupa interior da prima.
b) Há fogo na seara.
c) As mulheres, ao longe, usam saias curtas, brancas, engomadas.
d) Uma minissaia (que desconcentra o poeta).
IX
a) És muito séria, pois, mas dás as tuas pernadas, não é?!
b) Uma pernada cósmica!
c) Um momento ordinário.
d) Uma polaroid: a prima a alongar a perna.
X
a) As espigas caíram.
b) Salmões.
c) Sem a prima notar, o poeta aproxima-se.
d) Olhando o chão, um pormenor.
XI
a) As pessoas da aldeia atulham as casas de animais e sementes.
b) Como são repelentes os bichos!
c) Para uma sociologia das formigas.
d) A sociedade na aldeia.
XII
a) O poeta ofereceu um jasmim à prima.
b) O poeta estava deitado.
c) O poeta usava óculos.
d) O poeta usava uma flor.
XIII
a) «As ladras da colheita» são as formigas.
b) «As ladras da colheita» são as aldeãs pobres.
c) «As ladras da colheita» são as raparigas que sejam como a prima.
d) «As ladras da colheita» são as aves.
XIV
a) A prima tivera o cuidado de não esmagar as formigas.
b) «Suas senhorias» são as espigas.
c) A prima não teve compaixão com os pobres insetos.
d) O poeta deu um pulo de ginasta.
XV
a) Aspetos cromáticos.
b) Amuei.
c) Ao longe, o mar.
d) O poeta avistou uma serra, onde havia trigo.
XVI
a) Envergonhada por ter calcado as formigas.
b) Genuinamente zangada.
c) Futilidades.
d) Cocó.
XVII
a) A prima acha que aquele senhor é realmente preguiçoso.
b) A prima enfurece-se com a falta de compaixão pelos animais revelada
pelo poeta.
c) A prima detesta insetos.
d) A prima replica à ironia do poeta também na brincadeira.
Já
vimos — e voltaremos a ver, por exemplo, quando lermos o longo poema «O
sentimento dum ocidental» — como uma das características da poesia de Cesário
Verde é o seu caráter «deambulatório»: o sujeito poético é um quase-narrador
que vai passeando (pela cidade ou pelo campo) e vai registando as suas
impressões de modo bastante objetivo.
Na
p. 306, tens o poema «Reportagem», de António Botto» (um poeta já do século XX,
da geração de Pessoa), que usa semelhante estratégia.
Depois
de leres o texto de Botto, escreve tu um texto em prosa que use também o mesmo método. O sujeito poético, aliás o
narrador, vai calcorreando ruas, ou um qualquer espaço, e anota o que vê, o que
sente, o pouco que aconteça. Nota que tanto Botto como Cesário concretizam,
realisticamente — sem serem vagos —, o que descrevem.
Ruby
(couples):
TPC — (Doravante traz sempre a folha com
grelhas das Ligas.) Prepara leitura em voz alta de «Lúbrica» (p. 314),
«Vaidosa» (p. 316, texto A), «Cinismos» (p. 316, texto B).
Aula
109-110 (8, 9/mai) Vai
lendo «O tempo n’Os Maias» (p. 246) e
completando:
Tempo
da história (diegese), medido em anos
|
Tempo do discurso,
medido em páginas
|
décadas
do passado de Afonso da Maia e da formação e vida de _____
|
dois
_____ (I-II)
|
vários anos
|
uma
única ____ («Mas esse ano passou, outros anos passaram» [l. 61 da p. 249 do
nosso manual]) no início do cap. III
|
um
dia de abril em ___
|
____
capítulo (III)
|
_____
anos da vida de Carlos
|
____
capítulos (IV-XVII)
|
vários
anos (____; regresso de Ega a Lisboa)
|
três
páginas iniciais do capítulo ____ (cfr.
elipse nas ll. 1-2 da p. 241 do manual)
|
_____
de Carlos regressado a Lisboa
|
quase
todo um capítulo (__)
|
Numerando-os de
1 a 6, marca a ordem em que, nos Maias,
aparecem no discurso os seguintes segmentos de história:
|
1820-1875
|
|
1875
|
|
1875-1877
|
|
1877-1879
|
|
1879-1887
(embora quase elidido)
|
|
1887
|
Resolve o ponto
1.1 da p. 247:
a.
___ b. ___ c. ___ d. ___ e. ___ f. ___ g. ___ h. ___
Para
responderes ao ponto 1.1 de oralidade da p. 244, completa este meu esboço. As
expressões a usar nas lacunas estão todas no próprio esquema.
O quadro, que procura interpretar a ___ de Os Maias, tem duas molduras horizontais
(«___», em cima, e «____», em baixo) que correspondem ao título e ao subtítulo
do romance (Os Maias; «Episódios da
vida romântica»). Com efeito, são esses os dois objetivos enquadradores do
livro: traçar a história de uma família ao longo de várias gerações; mostrar
como era a sociedade lisboeta à entrada no último quartel do século XIX.
A intriga desdobra-se em duas histórias
passionais, a que o esquema reserva colunas específicas: a intitulada «____»
(dedicada às peripécias do ____); e, sob o título «romance», a que diz respeito
à relação de ____.
____ é a personagem que aglutina estes dois
enredos amorosos, a que assiste (mais do que os vive). Quanto a ____, surge
como a personagem que permite a ligação aos diversos episódios de crónica
social (entre outros: ___).
Tendo
visto o começo do primeiro número — dedicado a Os Maias — da série de documentários Grandes Livros, assinala, à esquerda de cada período, se a
afirmação é V(erdadeira) ou F(alsa).
Eça recomendou a Oliveira Martins que ,
dos Maias, lesse as primeiras cem
páginas, alguns episódios (as corridas, a ida a Coimbra, o sarau literário,
etc.) e pouco mais.
Mais do que o peso da Igreja, era o peso
excessivo do Cristianismo que Eça contestava.
Nas obras de Eça, a
influência da educação romântica nota-se ainda mais nos homens do que nas mulheres.
Isabel Pires de Lima concorda que Eça fosse
misógino e admite que tratasse mais criticamente as mulheres do que os homens.
Eça de Queirós foi educado pelos avós e viveu
sempre entre mulheres.
O pai de Eça era juiz, tendo
trabalhado nos processos que envolveram Camilo Castelo Branco.
Eça de Queirós nasceu em Vila do Conde e foi
baptizado na Póvoa de Varzim.
Nas obras de Eça há sobretudo famílias (e
estruturadas convencionalmente).
Eça chegou a viver no Colégio
da Lapa, onde conheceu Ramalho Ortigão, filho do diretor.
Para Eça, o avô Queirós era uma figura tutelar.
Carlos da Maia integra traços de Eça,
nomeadamente o seu gosto para a «cavaqueira».
Para Carlos Reis , nos Maias,
Eça quer sobretudo contar a saga de uma família nobre.
Na época de Eça, a vida entre as classes
burguesas estava condicionada pelo romantismo.
O grupo que se costuma designar «geração de 70»
integrava António Feliciano de Castilho.
Bom Senso e Bom Gosto foi um panfleto escrito por Antero de
Quental, em reação a Castilho.
A Questão
Coimbrã opôs Eça a Antero.
Faziam parte da «geração de
70», entre outros, Eça, Ramalho, Batalha Reis, Antero, Oliveira Martins.
Eça foi o sócio n.º 9 do Grémio Literário,
fundado por Garrett.
Eça viajou pelo Egito e pela Palestina, ao
serviço do jornal com que colaborava.
Leitura
em voz alta de «Lúbrica», «Vaidosa» e «Cinismos» (p. 314-316).
TPC — Prepara leitura em voz alta
(expressiva) de «Deslumbramentos» (p. 311), o que supõe, é claro, também a
prévia compreensão do poema.
Aula 111-112 (13, 14/mai) Correção de questionário sobre «De Verão» (cfr. Apresentação).
Segue-se o poema «A débil», a que retirei
a última palavra de quase todos os versos. Deixei a primeira e a última quadra
completas. Por elas ficas a saber que em cada estrofe há rima interpolada e emparelhada, num esquema a-b-b-a.
Quanto à métrica, por esses oito versos se vê que se trata de decassílabos.
Tentarás colocar nos
espaços estas palavras deles retirados. (Ao mais rápido será atribuído um prémio
Tia Albertina — aproveito para informar que a aquisição de quinquilharia está
em curso, tendo já sido promovidos contactos com diversas lojas chinesas.)
devasso / absinto / suspirando
/ suspeites / monarca / bordado / titulares / turbulento / respeito / esbocetos
/ loura / miserável / brando / imaculada / patriarca / arborizado / entanto / sossego
/ ostentação / pisada / quieta / corruptora / sinto / matinais / enfeites / cabeça
/ pedestal / fina / peito / braço / saudável / demais / envidraçada / espessa /
natural / tanto / casares / grego / batina / nação / pretos / embaraçada / ajuntamento
/ kelvin / poeta
A Débil
Eu, que sou feio, sólido, leal,
A ti, que és bela, frágil, assustada,
Quero estimar-te sempre, recatada
Numa existência honesta, de cristal.
Sentado à mesa dum café _______,
Ao avistar-te, há pouco, fraca e ______,
Nesta Babel tão velha e _______,
Tive tenções de oferecer-te o ______.
E, quando socorreste um _____,
Eu, que bebia cálices de _____,
Mandei ir a garrafa, porque _____
Que me tornas prestante, bom, _____.
«Ela aí vem!» disse eu para os _____;
E pus-me a olhar, vexado e _____,
O teu corpo que pulsa, alegre e ____,
Na frescura dos linhos ____.
Via-te pela porta _____;
E invejava, — talvez que não
o ____! —
Esse vestido simples, sem ______,
Nessa cintura tenra, _____.
Ia passando, a quatro, o _____.
Triste eu saí. Doía-me a _____.
Uma turba ruidosa, negra, ______,
Voltava das exéquias dum _____.
Adorável! Tu, muito _____,
Seguias a pensar no teu _____;
Avultava, num largo _____,
Uma estátua de rei num ____.
Sorriam, nos seus trens, os ____;
E ao claro sol, guardava-te, no _____,
A tua boa mãe, que te ama ______,
Que não te morrerá sem te ______!
Soberbo dia! Impunha-me _____
A limpidez do teu semblante _____;
E uma família, um ninho de _____,
Desejava beijar sobre o teu _____.
Com elegância e sem _____,
Atravessavas branca, esbelta e ____,
Uma chusma de padres de ______,
E de altos funcionários da _______.
«Mas se a atropela o povo ____!
Se fosse, por acaso, ali ____!»
De repente, paraste _____
Ao pé dum numeroso ____.
E eu, que urdia estes fáceis ______,
Julguei ver, com a vista de ____,
Uma pombinha tímida e ______
Num bando ameaçador de corvos
______.
E foi, então, que eu, homem varonil,
Quis dedicar-te a minha pobre vida,
A ti, que és ténue, dócil, recolhida,
Eu, que sou hábil, prático, viril.
Cesário Verde, O Livro de Cesário Verde
Respondendo
à pergunta 1 no cimo da p. 312, reproduz tu apenas mais uma passagem (além da
que já está) por cada uma das afirmações (A, B, C, D) no comentário de Ana Maria
Amaro:
Afirmações
no comentário
|
Um
exemplo em «Deslumbramentos»
|
A. A mulher desejada é
altiva, arrogante, desdenhosa, um produto inacessível da artificialidade
citadina
|
«Eu vejo-a com tal solenidade ir impondo toilettes complicadas!...» (vv. 7-8)
_________
|
B. Contudo, exerce um
poder de atração magnético sobre o «eu»
|
«Em si tudo me atrai como um tesoiro» (9)
__________
|
C. que a deseja e
persegue, numa atitude que roça o masoquismo
|
«Eu ontem encontrei-a, quando vinha» (17)
__________
|
D. Estas ameaçadoras
mulheres personificam a cidade e o seu poder ameaçador. No caso de
«Deslumbramentos», a ameaça está representada, por exemplo, pela associação
da figura feminina ao florete, ao frio do metal e à Morte
|
«como a Moda supérflua e feminina, e tão alta
e serena como a Morte!...» (15-16)
___________
|
TPC — (1) Prepara leitura em alta (com
prévia compreensão do texto, é claro) de «Cristalizações» (p. 319). (2) [Faz
também este escrito — embora o possas trazer só no início da próxima semana:]
Tendo como referência sobretudo os dois poemas de que tratámos hoje
(«Deslumbramentos», «A Débil»), mas também, eventualmente, todos os outros de
Cesário «protagonizados» por mulheres, resolve, numa resposta conjunta, os
pontos 1.2 da p. 317 e 1 da p. 318. No fundo, vais discorrer sobre retratos de
mulher em Cesário, aproveitando o comentário de Inês Dias e, pelo menos, os
dois textos que estivemos a ver hoje.
Aula
113-114 (15, 16/mai) Na
p. 319, vê de novo «Cristalizações», que pedira fosses estudando em casa. Como se
trata de poema cujo «eu» é um quase-narrador — e, mais uma vez, em deambulação
pela cidade —, é possível fazer sínteses-resumos de cada estrofe. Já o fiz para
as primeiras três quintilhas, procede agora do mesmo modo para mais ... delas.
Não uses em cada síntese mais do que vinte palavras.
Vv.
|
Resumo-Síntese
|
1-5
|
Há muita luz, apesar do frio, enquanto os
calceteiros trabalham.
|
6-10
|
O frio e o sol convidam ao trabalho. No chão
molhado, vê-se a cidade refletida.
|
11-15
|
Passam peixeiras enérgicas, a apregoarem.
Veem-se barracas pobres e quintalórios.
|
16-20
|
|
21-25
|
|
26-30
|
|
31-35
|
|
36-40
|
|
41-45
|
|
46-50
|
|
51-55
|
|
56-60
|
|
61-65
|
|
66-70
|
|
71-75
|
|
Resolve
o ponto 6 (da p. 320):
A
|
B
|
1
|
|
2
|
|
3
|
|
4
|
|
5
|
|
Escreve uma
resposta para a pergunta 4 (na mesma p. 320):
__________
Classifica
as orações presentes nestas frases de «Paragem assassina» (série Barbosa). Pode ser útil teres o livro aberto nas
pp. 329-331.
Zé Tolas, assististe à
tragédia
|
que se verificou aqui,
hoje de manhã?
|
Subordinante
|
________________
|
A paragem acabou de
fugir
|
e foi naquela direção.
|
____________
|
Coordenada
____________
|
A paragem de autocarro
estava ali,
|
fugiu agora mesmo,
|
foi naquela direção
|
_______________
|
______________
|
____________
|
Acho
|
que a vi ali.
|
_____________
|
________________
|
Tens o direito
|
a permanecer calada.
|
Subordinante
|
Subordinada
__________________
|
Enquanto fores
suspeita
|
não abrigarás utentes
dos transportes públicos.
|
Subordinada
_________
|
________________
|
Vamos festejar,
|
que nós merecemos.
|
______________
|
Subordinada
adverbial _________
|
Ficavas muito aborrecido
|
se eu te dissesse
|
que andava a dormir
com a tua mulher?
|
Subordinante
|
Subordinada
adverbial ______
|
|
|
Subordinante
|
_______________
|
Senhores detetives,
tenho em meu poder um envelope repleto de informação
|
que o comprova.
|
_____________________
|
___________
|
Não será melhor
|
interrogarem a
testemunha
|
que ainda ali está?
|
__________
|
Subordinada
____________
|
|
|
Subordinante
|
Subordinada
___________ relativa restritiva
|
TPC — Prepara leitura em voz alta de «Num
bairro moderno» (pp. 293-294). Se ainda não o fizeste hoje, traz o comentário
pedido na aula 111-112 (em folha entregue então).
(Ainda
aceitarei trabalhos em atraso — gravações diversas, incluindo sobre Os Maias —, até ao início da próxima
semana.)
Aula 115-116 (20, 21/mai) Este assunto é de gramática mas também respeita ao estilo de Eça de Queirós, já que o discurso indireto livre é uma sua característica muito notória. Para já, passa um trecho de Os Maias que está em discurso direto para discurso indireto:
Discurso direto (p. 248, ll. 15-25)
Discurso indireto
Afonso perguntou ________ para onde _______.
Perguntou _______ que ________ e disse que não era só [ou não bastava] chorar.
Num longo esforço Pedro ________ e acrescentou
que _____ que ela ______. Disse também que ele saíra de Lisboa na segunda-feira
e que, ________ noite, ela partira de casa numa carruagem, com uma maleta, o
cofre de joias, uma criada italiana que tinha ______, e a pequena. Pedro
relatou depois que Maria ______ à governanta e à ama do filho que ia ter _______
e que elas ________. Exclamou que não poderiam ter dito outra coisa e disse que,
quando _____, tinha achado ______ carta.
Sintetizemos
as alterações (incluindo também as que não calhou serem necessárias) que
decorrem na passagem do discurso direto
a discurso indireto:
Travessão
ou dois pontos (a delimitarem verbo de elocução) dão lugar a conjunção
subordinativa completiva
|
Eg «— respondeu Pedro»
> «Pedro respondeu _____ »
|
Vocativo
passa a Complemento indireto
|
Eg «Pedro» > «_______________»
|
Trocas
de tempo (se o verbo introdutor estiver no Pretérito Perfeito)
|
Presente
> ________________; Perfeito > _________________________; Futuro >
Condicional; Imperativo > Conjuntivo
|
Trocas
de pessoa (se o verbo introdutor estiver na 3.ª pessoa)
|
1.ª,
2.ª > ____
|
Trocas
de deíticos
|
ontem
> na véspera; hoje > naquele dia; amanhã > no dia seguinte; aqui
> ___; cá > lá; este/esse > aquele; isto/isso > ______
|
Acomodações
(mas só as imprescindíveis) de eventuais marcas de oralidade
|
Eg «Não é só chorar...»
talvez pudesse ficar «não bastava chorar»
|
Repara
agora como ficaria o mesmo passo em Discurso indireto livre:
Mas para onde tinham fugido? Que sabia ele? Não
era só chorar...
Pedro não sabia nada. Sabia que ela fugira. Ele
saíra de Lisboa na segunda-feira. Nessa mesma noite, ela partira de casa numa
carruagem, com uma maleta, o cofre de joias, uma criada italiana que tinha
agora, e a pequena. Dissera à governanta e à ama do pequeno que ia ter com ele.
Elas tinham estranhado, mas que haviam de dizer?... Quando voltara, achara aquela
carta.
No discurso indireto
livre, o
narrador relata as falas das personagens quase que as reproduzindo literalmente
mas sem fronteira com a sua própria voz. Omite-se o verbo introdutor e conservam-se
marcas de oralidade (interjeições, pontuação expressiva). Relativamente ao discurso
direto, a diferença é que, tal como no discurso indireto comum, no indireto
livre os tempos verbais mudam.
Em ‘Pós-leitura’ (p. 251), 1.1, são referidos passos de Os Maias que abordam dois modelos de
educação: a de Pedro (romântica) e a de Carlos. Reproduzo aqui os seus trechos
iniciais:
[cap. I]
Odiando
tudo o que fosse inglês, não consentira que seu filho, o Pedrinho, fosse
estudar ao colégio de Richmond. Debalde Afonso lhe provou que era um colégio
católico. Não queria: aquele catolicismo sem romarias, sem fogueiras pelo S.
João, sem imagens do Senhor dos Passos, sem frades nas ruas — não lhe parecia a
religião. A alma do seu Pedrinho não
abandonaria ela à heresia; — e para o educar mandou vir de Lisboa o padre
Vasques, capelão do conde de Runa.
O
Vasques ensinava-lhe as declinações latinas, sobretudo a
cartilha: e a face de Afonso da Maia cobria-se de tristeza, quando, ao voltar de alguma caçada ou das
ruas de Londres, de entre o forte rumor da vida livre — ouvia no quarto dos
estudos a voz dormente do reverendo, perguntando como do fundo de uma treva:
— Quantos
são os inimigos da alma?
E o
pequeno, mais dormente, lá ia murmurando:
— Três.
Mundo, Diabo e Carne...
Pobre
Pedrinho! Inimigo da sua alma só havia ali o reverendo Vasques, obeso e sórdido,
arrotando do fundo da sua poltrona, com o lenço do rapé sobre o joelho...
[cap. III]
Vilaça, sem
óculos, um pouco arrepiado, passava a ponta da toalha molhada pelo pescoço, por
trás da orelha, e ia dizendo:
—
Então o nosso Carlinhos não gosta de esperar, hem? Já se sabe, é ele quem
governa... Mimos e mais mimos, naturalmente...
Mas o Teixeira,
muito grave, muito sério, desiludiu o senhor administrador. Mimos e mais mimos,
dizia Sua Senhoria? Coitadinho dele, que tinha sido educado com uma vara de
ferro! Se ele fosse a contar ao sr. Vilaça! Não tinha a criança cinco anos já
dormia num quarto só, sem lamparina; e todas as manhãs, zás, para dentro de uma
tina de água fria, às vezes a gear lá fora... E outras barbaridades. Se não se
soubesse a grande paixão do avô pela criança, havia de se dizer que a queria
morta. Deus lhe perdoe, ele, Teixeira, chegara a pensá-lo... Mas não, parece
que era sistema inglês! Deixava-o correr,
cair, trepar às árvores, molhar-se, apanhar
soalheiras, como um filho de caseiro. E depois o rigor com as comidas! Só a
certas horas e de certas coisas... E às vezes a criancinha, com os olhos
abertos, a aguar! Muita, muita dureza.
E o Teixeira
acrescentou:
—
Enfim era a vontade de Deus, saiu forte. Mas que nós aprovássemos a educação
que tem levado, isso nunca aprovámos, nem eu, nem a Gertrudes.
No
primeiro trecho, relativo à educação de Pedro, há duas ou três linhas que podem
exemplificar o discurso indireto livre.
Sublinha-as.
No
trecho já do cap. III, com a ida de Vilaça a Santa Olávia, que testemunha a
educação de Carlos (contrastada com a de Eusebiozinho, que, no fundo, replicava
a que seguira o pai de Carlos), temos todo um parágrafo em discurso indireto
livre, o {circunda a melhor opção} primeiro
/ segundo / terceiro / quarto / quinto /nonagésimo segundo. Para nos apercebermos das características
desta maneira de reproduzir o diálogo, completa com o que lhe corresponderia
nos outros modos de relato do discurso:
Discurso direto
— _____ Senhoria,
_____ «mimos e mais mimos»? Coitadinho dele, que ________ com uma vara de
ferro! __________! Não tinha a criança cinco anos já dormia num quarto só, sem
lamparina; e todas as manhãs, zás, para dentro de uma tina de água fria, às
vezes a gear lá fora... E outras barbaridades. Se não se soubesse a grande
paixão do avô pela criança, havia de se dizer que a queria morta. Deus __________...
Mas não, parece que ____ o sistema inglês. _______ correr, cair, trepar às
árvores, molhar-se, apanhar soalheiras, como um filho de caseiro. E depois o
rigor com as comidas! Só a certas horas e de certas coisas... E às vezes a
criancinha, com os olhos abertos, a aguar! Muita, muita dureza. — desiludiu o
Teixeira, muito grave, muito sério, ________.
Discurso indireto
Mas o Teixeira, muito
grave, muito sério, desiludiu Vilaça, retorquindo-lhe que Carlos não era mimado
e que o coitado ____________ com uma vara de ferro. Disse ainda que se ______________.
{basta até aqui}
Resolve o ponto
10 (p. 251):
a.
|
|
b.
|
|
c.
|
|
d.
|
|
e.
|
|
Na
mesma p. 251, escolhe a alínea falsa em 1.1.1: ______.
Já na p. 252, completa 1.2. («A educação n’Os Maias»):
(1) ________________
(2) ________________
(3) ________________
(4) ________________
(5) _________________
(6) _________________
(7) _________________
(8) _________________
(9) _________________
(10) ________________
Vê agora o ponto 1 de escrita da p. 253. O trecho
que ponho a seguir, tirado de Carlos
Reis , Eça de Queirós,
Edições 70, Lisboa, 2009, pp. 207 e 211, podia ser já o começo desse
comentário. Completa as lacunas:
Afonso da Maia, como que
procurando afastar de Carlos os estigmas que haviam destruído _____, adota um
modelo educativo britânico regido pelo precetor ______ em vez do _____ e da
cartilha defendidos pelo abade _______, a educação de Carlos privilegia agora o
exercício físico e o contacto com a _____, o que confere à criança um vigor que
contrasta com a debilidade de _____. Entretanto, o que a ação d’Os Maias
acaba por mostrar é que nem essa educação supostamente _____ foi
capaz de levar Carlos a uma existência fecunda e produtiva.
Algumas das personagens
d’Os Maias [...] reclamam a explicação da hereditariedade, ainda
que por vezes em
termos ambíguos. O desastroso trajeto de vida de Pedro da
Maia pode ser explicado pela educação recebida, mas ele deve-se também à
presença, no seu temperamento, de elementos psico-somáticos _______ da família
Runa. A fraqueza física, os abatimentos, a melancolia são, assim, efeitos de
uma _______ biológica que parece não afetar ______, como se neste se tivesse
recuperado (também devido à educação) a tal força dos Maias; e contudo, apesar
disso, Carlos acaba por ser envolvido numa relação amorosa condenada ao
fracasso, [...] como se essa outra raça, que é a dos Maias enquanto família
antiga e poderosa, fosse incapaz, afinal, de contrariar a força de um ______
que a transcende.
TPC – Prepara leitura em voz alta de «Contrariedades» (pp.
307-308). Procura estudar ficha sobre «Reprodução do discurso no discurso» no Caderno de Atividades (pp. 56-58), que
copio também no blogue.
Aula
117-118 (22, 23/mai) Na
p. 255, entre as linhas 42 e 48, temos uma fala de Dâmaso em discurso direto.
Passa-a para discurso indireto livre. Num momento inicial, quando a
voz ainda é, mais claramente, a do narrador, deves aproveitar parte do
parágrafo anterior (ll. 40-41).
...........
Muito característica do estilo de Eça é a hipálage, figura de estilo em que se
transferem caracterizações humanas para as partes do corpo, para tecidos ou
vestidos, para objetos, etc. (Vê também a definição no glossário da p. 348.)
Por exemplo, em
«Carlinhos,
arreganhando para Eusebiozinho um lábio feroz»,
o adjetivo «____» reporta-se, no fundo, a ___, embora,
gramaticalmente, modifique o nome «____». E, em
«Dá-me cá esses ossos honrados,
honrado inglês!» (p. 255, l. 62),
Tomás de Alencar caracteriza ____ como «honrado», ao
modificar o nome comum «____» (ainda antes de repetir o qualificativo, aplicado
então diretamente à personagem, no vocativo «honrado inglês!»).
As hipálages seguintes são de diversos livros de
Eça. Sublinha os adjetivos (o modificador restritivo, que estará associado a um
objeto mas se reportará aos «donos» desse objeto, edifício, etc.). [Retirei os exemplos de: Almeida Faria, «O Homem das Hipálages», Camões. Revista de Letras e Culturas
Lusófonas, 9-10, Abril-Setembro de 2000, p. 107.]
cigarro pensativo
cigarro lânguido
sobrancelhas
meditativas
lábios devotos
mão pacificadora
sedas impúdicas
braço concupiscente
braços pasmados
sala séria de tons
castos
leito de ferro
virginal
as tias, fazendo as
suas meias sonolentas
lenta humidade das
paredes fatais do Ramalhete
chá respeitoso
o peixe austero
as lojas loquazes dos
barbeiros
saias ligeiras e
ilegítimas
raspar espavorido dos
fósforos
Transpõe
para um contexto contemporâneo a
situação dos três primeiros parágrafos
de «Um jantar no Hotel Central» (p. 254, ll. 1-24).
Trata-se
de escrever texto narrativo-descritivo em que personagem, ou personagens, num
contexto tão verosímil para o nosso século quanto o do encontro no Hotel
Central para o século XIX, reconheça(m) uma outra personagem que o(s)
impressione superlativamente.
Evita
os retratos simplistas («Era alta, magra, baixa, gorda, de olhos assim, cabelos
assados, ...»). Nestas linhas de Eça não vemos uma única forma dos verbos «Ser»,
«Ter» ou «Estar», o que te peço tentes também.
Género
(isto é, sexo) das personagens é indiferente. Registo de língua será, digamos, «literário».
Como sucede no texto de Eça, convém que o terceiro parágrafo contenha uma fala;
que o segundo seja largamente descritivo; que o primeiro localize, de uma
penada, o episódio. Extensão também semelhante. A caneta.
Um(a) ___ no/a _________
......
TPC — Sem lhes responderes, relanceia as
perguntas 7, 7.1, 7.2 (no fundo, toda a p. 257). O texto a que se alude (visão
de Maria Monforte por Pedro, no capítulo I) é este:
Mas um dia, excessos e crises findaram. Pedro da Maia
amava! Era um amor à Romeu, vindo de repente numa troca de olhares fatal e
deslumbradora, uma dessas paixões que assaltam uma existência, a assolam como
um furacão, arrancando a vontade, a razão, os respeitos humanos e empurrando-os
de roldão aos abismos.
Numa tarde, estando no Marrare, vira parar defronte, à
porta de Madame Levaillant, uma caleche azul onde vinha um velho de chapéu
branco, e uma senhora loura, embrulhada num xale de Caxemira.
O velho, baixote e reforçado, de barba muito grisalha
talhada por baixo do queixo, uma face tisnada de antigo embarcadiço e o ar
goche, desceu todo encostado ao trintanário como se um reumatismo o tolhesse,
entrou arrastando a perna o portal da modista; e ela voltando devagar a cabeça
olhou um momento o Marrare.
Sob as rosinhas que ornavam o seu chapéu preto, os
cabelos loiros, de um oiro fulvo, ondeavam de leve sobre a testa curta e
clássica: os olhos maravilhosos iluminavam-‑na toda:
a friagem fazia-lhe mais pálida a carnação
de mármore: e com o seu perfil grave de estátua, o modelado nobre dos ombros e
dos braços que o xale cingia — pareceu a Pedro nesse instante alguma coisa de
imortal e superior à Terra.
Não a conhecia. Mas um rapaz alto, macilento, de
bigodes negros, vestido de negro, que fumava encostado à outra ombreira, numa
pose de tédio — vendo o violento interesse de Pedro, o olhar aceso e perturbado
com que seguia a caleche trotando Chiado acima, veio tomar-lhe o braço,
murmurou-lhe junto à face na sua voz grossa e lenta:
— Queres que te diga o
nome, meu Pedro? O nome, as origens, as datas e os feitos principais? E pagas
ao teu amigo Alencar, ao teu sequioso Alencar, uma garrafa de champanhe?
Escreve
um comentário acerca dos paralelismos, ligações, cruzamentos, etc., entre estes
dois momentos e, sobretudo, entre as duas intrigas amorosas em geral — a de
Pedro/Maria Monforte e a de Carlos/Maria Eduarda. Usa caneta. (Se ainda não
conheces toda a obra, prefiro que a leias primeiro, mesmo em prejuízo deste
tepecê.)
Aula 119-120 (27, 28/mai) Reproduz-se o trecho do cap. VI que se segue à apresentação de Tomás Alencar a Carlos (na verdade, um reencontro, dado que Alencar chegara a andar com Carlos ao colo), com que terminava o texto da última aula («Um jantar no Hotel Central», pp. 254-255).
A porta abriu-se,
o Cohen entrou, todo apressado, desculpando-se logo da sua demora — enquanto
Ega, que se precipitara para ele, lhe ajudava a despir o paletó. Depois apresentou-o a Carlos — a única pessoa ali de quem o Cohen não era
íntimo. E dizia, tocando o botão da campainha eléctrica:
— O marquês não
pôde vir, menino, e o pobre Steinbroken, coitado, está com a sua gota, a gota
de diplomata, de lorde e de banqueiro... A gota que tu hás de ter, velhaco!
Cohen, um homem
baixo, apurado, de olhos bonitos, e suíças tão pretas e luzidias que pareciam
ensopadas em verniz, sorria, descalçando as luvas, dizendo que, segundo os
ingleses, havia também a gota da gente pobre; e era essa naturalmente a que lhe
competia a ele...
Ega, no entanto, travara-lhe do braço, colocara-o preciosamente
à mesa, à sua direita: depois ofereceu-lhe um
botão de camélia de um ramo: o Alencar floriu-se também — e os criados serviram as ostras.
Falou-se logo do
crime da Mouraria, drama fadista que impressionava Lisboa, uma rapariga com o
ventre rasgado à navalha por uma companheira, vindo morrer na rua em camisa,
dois faias esfaqueando-se, toda uma viela em sangue — uma «sarrabulhada» como
disse o Cohen, sorrindo e provando o Bucelas.
Dâmaso teve a
satisfação de poder dar detalhes; conhecera a rapariga, a que dera as facadas,
quando ela era amante do visconde da Ermidinha... Se era bonita? Muito bonita.
Umas mãos de duquesa... E como aquilo cantava o fado! O pior era que mesmo no
tempo do visconde, quando ela era chique, já se empiteirava... E o visconde,
honra lhe seja, nunca lhe perdera a amizade; respeitava-a, mesmo depois de casado ia vê-la, e tinha-lhe prometido que se ela quisesse deixar o fado lhe punha
uma confeitaria para os lados da Sé. Mas ela não queria. Gostava daquilo, do
Bairro Alto, dos cafés de lepes, dos chulos...
Esse mundo de
fadistas, de faias, parecia a Carlos merecer um estudo, um romance... Isto levou logo a falar-se do «Assommoir»,
de Zola e do realismo: e o Alencar imediatamente, limpando os bigodes dos
pingos de sopa, suplicou que se não discutisse, à hora asseada do jantar, essa
literatura «latrinária». Ali todos eram homens de asseio, de sala, hem? Então,
que se não mencionasse o «excremento»!
Pobre Alencar! O
naturalismo; esses livros poderosos e vivazes, tirados a milhares de edições;
essas rudes análises, apoderando-se da Igreja, da Realeza, da Burocracia, da
Finança, de todas as coisas santas, dissecando-as brutalmente e mostrando-lhes a lesão, como a cadáveres num
anfiteatro; esses estilos novos, tão preciosos e tão dúcteis, apanhando em
flagrante a linha, a cor, a palpitação mesma da vida (que ele, na sua confusão
mental, chamava a «Ideia Nova»), caindo assim de chofre e escangalhando a
catedral romântica, sob a qual tantos anos ele tivera altar e celebrara missa,
tinha desnorteado o pobre Alencar e tornara-se o desgosto literário da sua velhice. Ao princípio reagiu. «Para pôr
um dique definitivo à torpe maré», como ele disse em plena Academia, escreveu
dois folhetins cruéis; ninguém os leu: a «maré torpe» alastrou-se, mais
profunda, mais larga. Então Alencar refugiou-se na «moralidade» como numa rocha sólida. O naturalismo, com as suas
aluviões de obscenidade, ameaçava corromper o pudor social? Pois bem. Ele,
Alencar, seria o paladino da Moral, o gendarme dos bons costumes. Então o poeta
das «Vozes de Aurora», que durante vinte anos, em cançoneta e ode, propusera
comércios lúbricos a todas as damas da capital; então o romancista de «Elvira»
que, em novela e drama, fizera a propaganda do amor ilegítimo, representando os
deveres conjugais como montanhas de tédio, dando a todos os maridos formas
gordurosas e bestiais, e a todos os amantes a beleza, o esplendor e o génio dos
antigos Apoios; então Tomás Alencar, que (a acreditarem-se as confissões autobiográficas da «Flor de Martírio») passava ele
próprio uma existência medonha de adultérios, lubricidades, orgias, entre
veludos e vinhos de Chipre — de ora em diante austero, incorruptível, todo ele uma torre de
pudicícia, passou a vigiar atentamente o jornal, o livro, o teatro. E mal
lobrigava sintomas nascentes de realismo num beijo que estalava mais alto, numa
brancura de saia que se arregaçava de mais — eis o nosso Alencar que soltava
por sobre o país um grande grito de alarme, corria à pena, e as suas
imprecações lembravam (a académicos fáceis de contentar) o rugir de Isaías. Um
dia, porém, Alencar teve uma destas revelações que prostram os mais fortes;
quanto mais ele denunciava um livro como imoral, mais o livro se vendia como
agradável! O Universo pareceu-lhe coisa
torpe, e o autor de «Elvira» encavacou...
Desde então
reduziu a expressão do seu rancor ao mínimo, a essa frase curta, lançada com
nojo:
— Rapazes, não se mencione o
«excremento»!
Mas nessa noite
teve o regozijo de encontrar aliados. Craft não admitia também o naturalismo, a
realidade feia das coisas e da sociedade estatelada nua num livro. A arte era
uma idealização! Bem: então que mostrasse os tipos superiores de uma humanidade
aperfeiçoada, as formas mais belas do viver e do sentir... Ega, horrorizado,
apertava as mãos na cabeça — quando do outro lado Carlos declarou que o mais
intolerável no realismo eram os seus grandes ares científicos, a sua
pretensiosa estética deduzida de uma filosofia alheia, e a invocação de Claude
Bernard, do experimentalismo, do positivismo, de Stuart Mill e de Darwin, a
propósito de uma lavadeira que dorme com um carpinteiro!
Assim atacado,
entre dois fogos, Ega trovejou: justamente o fraco do realismo estava em ser
ainda pouco científico, inventar enredos, criar dramas, abandonar-se à fantasia literária! A forma pura da arte naturalista devia ser a
monografia, o estudo seco de um tipo, de um vício, de uma paixão, tal qual como
se se tratasse de um caso patológico, sem pitoresco e sem estilo...
— Isso é absurdo
— dizia Carlos — os caracteres só se podem manifestar pela ação...
— E a obra de
arte — acrescentou Craft — vive apenas pela forma...
Alencar interrompeu-os, exclamando que não eram necessárias tantas filosofias.
— Vocês estão
gastando cera com ruins defuntos, filhos. O realismo critica-se deste modo: mão no nariz! Eu quando vejo um desses livros,
enfrasco-me logo em água-de-colónia. Não discutamos o «excremento».
Depois
de leres o texto na folha solta (que pertence ao cap. VI de Os Maias e é a imediata sequência de «Um
jantar no Hotel Central», que vimos na última aula), circunda a melhor alínea:
«Que
se precipitara para ele» (l. 2) é uma oração subordinada
a) substantiva completiva.
b) adjetiva relativa restritiva.
c) adjetiva relativa explicativa.
d) substantiva completiva não finita.
Nas
linhas 5-6 há
a) discurso direto.
b) discurso indireto.
c) discurso indireto livre.
d) discurso direto livre.
O
marquês e «Steinbroken» a que alude Ega (ll. 5-6) são, respetivamente,
a) Afonso da Maia e um diplomata alemão em
Lisboa.
b) Eusebiozinho e um diplomata inglês em Lisboa.
c) Cruges e um diplomata.
d) Souselas e um diplomata finlandês em Lisboa.
Ao
colocar Cohen à sua direita e ao oferecer-lhe uma flor (ll. 11-13), Ega estava
a
a) troçar dele.
b) procurar humilhá-lo.
c) procurar homenageá-lo.
d) troçar de Carlos.
Nas
linhas 18-24 há
a) discurso direto.
b) discurso indireto.
c) discurso indireto livre.
d) discurso direto livre.
No
parágrafo das linhas 25-29, o «excremento» que refere Alencar é
a) um livro de Émile Zola, L’Assommoir.
b) um cocó de cão.
c) a literatura naturalista.
d) o mundo dos fadistas e da malandragem.
No
longo parágrafo 30-57, faz-se um relance biográfico a Alencar. Nas linhas
30-37, resumem-se as características da literatura realista, naturalista. Essa
nova escola
a) escangalhara uma catedral romântica.
b) mobilizara Alencar durante a mais produtiva
fase da sua vida.
c) era o enlevo de Alencar.
d) tomara como assuntos temas até aí arredados
da literatura.
Nas
linhas 36-55, mostra-se-nos como Alencar passou a reagir à escola literária que
considerava adversária. Passou a defender
a) a moralidade e o recato, o que contrastava
com as suas práticas de décadas.
b) o amor ilegítimo, o que contradizia as suas
práticas de tantos anos.
c) a moralidade e o recato, o que era coerente
com a sua vida de décadas.
d) o amor ilegítimo, como ele próprio praticara
durante anos.
Numa
fase derradeira (ll. 55-60), Tomás de Alencar percebeu que
a) o autor de «Elvira» encavacara.
b) as suas críticas à literatura realista tinham
resultados contrários dos que pretendia.
c) as suas críticas à literatura romântica
tinham resultados diferentes dos que esperava.
d) não valia a pena mencionar o «excremento».
Já
a partir da l. 61, Craft parece não ser adepto da literatura
a) romântica, já que a arte era uma idealização.
b) realista, na medida em que, para ele, a arte
não se devia ocupar do que não fosse belo.
c) naturalista, já que considerava que a arte
devia mostrar a vida real, não apenas a natureza.
d) romântica, porque, para ele, a arte devia
ocupar-se apenas do que fosse superior.
Os
«dois fogos» (69) entre que se encontrou Ega eram as posições de
a) Alencar versus
Craft.
b) Craft/Alencar versus Carlos.
c) Craft/Carlos versus Alencar.
d) Alencar/Carlos versus Craft.
Segundo
o parágrafo 69-73, o naturalismo-realismo, para Ega,
a) deveria tornar-se mais fantasista.
b) deveria ainda ir mais longe no seu programa.
c) tinha pouco pitoresco e carecia de estilo.
d) deveria ser mais criativo.
Na
linha 77 há
a) discurso indireto livre.
b) discurso indireto.
c) livre indireto.
d) discurso direto.
A
observação de Alencar «estão gastando cera com ruins defuntos» (78) significa
que
a) adotava a sua mais recente estratégia face ao
naturalismo.
b) recuperara a sua primeira maneira de combater
o realismo.
c) mudara de posição e atacava agora o
romantismo.
d) considerava já do mesmo modo realismo e
romantismo.
Na
penúltima linha (79), deveria haver uma vírgula depois de «Eu», porque
a) se sucede uma oração adjetiva relativa
explicativa.
b) se sucede uma oração adjetiva relativa
restritiva.
c) se segue uma oração subordinada adverbial,
que convém ficar delimitada.
d) se trata de um vocativo.
A
iniciativa deste jantar fora de
a) Ega, por causa de um flirt seu.
b) Carlos, por causa de um incesto seu.
c) Dâmaso, por causa de uma gabarolice.
d) Alencar, por causa de uma sua recordação.
No
mesmo jantar, mas em momento posterior ao que se transcreve, dá-se violenta
discussão entre
a) Ivanović, sérvio, e Dâmaso Salcede, um
benfiquista.
b) Ega e Alencar, por causa de Ana Craveiro.
c) Dâmaso e Carlos, por causa de Eusebiozinho.
d) Carlos e Alencar, por causa de Raquel Cohen.
O que se segue é o início da tradução
portuguesa de L’Assommoir, de Émile
Zola, o romancista francês que, nas páginas dos Maias que acabámos de ver, exemplificava a literatura naturalista.
Mantive o exato texto desta tradução —
cujo título português é A Taberna —
mas inseri espaços, que preencherás com escrita da tua lavra. Esses acrescentos
devem adotar o estilo desta escola literária: de detalhe descritivo, realista
ou, como dizia Alencar, «excrementício». (As páginas 235-238 do nosso manual
ocupam-se desta corrente e do seu parente próximo, realismo. Vale a pena relanceares talvez os textos inicial e
final.)
Gervásia esperara
Lantier até às duas horas da manhã. Depois, tiritando dos pés à cabeça por se
ter deixado estar em camisa ao ar frio da janela, tinha adormecido, deitada de
través na cama, febril, a face encharcada em lágrimas. Havia oito dias, que, ao
saírem do Veau à deux têtes, onde comiam, ele a mandava ir-se deitar com
os pequenos, e só aparecia em casa, alta noite, desculpando-se com a procura de
trabalho. [.......:.] Nessa noite, enquanto lhe espiava a volta, Gervásia
julgou vê-lo entrar no baile do Grand Balcon, cujas dez janelas
chamejantes arremessavam um clarão de incêndio às embocaduras dos bulevares
exteriores; atrás dele, apenas a uns cinco ou seis passos de distância,
apercebera a pequena Adélia, uma brunidora que comia no mesmo restaurante, com
as mãos pendidas, como se acabasse de lhe deixar o braço para não passarem
juntos debaixo da luz crua dos globos da porta. [.........]
Quando Gervásia acordou,
pelas cinco horas, inteiriçada, com dores nos rins, prorrompeu em soluços.
Lantier não entrara. Era a primeira vez que ele não dormia em casa. Deixou-se
ficar à beira da cama, debaixo da cortina desbotada de chita que pendia de um
arco preso ao teto por um cordel. E, lentamente, com os olhos velados pelo
pranto, percorreu o miserável quarto mobilado, recheado com uma cómoda de
nogueira a que faltava uma gaveta, três cadeiras de palha e uma mesinha
gordurenta sobre a qual jazia um jarro de água, rachado. [..........] Tinham
acrescentado, para os pequenos, um leito de ferro colocado diante da cómoda, e
que tomava duas terças partes do quarto. A mala de Gervásia e de Lantier,
escancarada a um canto, mostrava os seus flancos vazios, com um velho chapéu de
homem muito no fundo, sepultado debaixo de camisas e de peúgas sujas,
notando-se ao longo das paredes e sobre o encosto dos móveis um xaile
esburacado, umas calças enlameadas, os últimos farrapos que os algibebes não
aceitavam. [.............] Ao centro da chaminé, entre dois candeeiros de
zinco, desemparelhados, via-se um maço de cautelas da casa de penhores, cor de
rosa claro. E este quarto era a melhor habitação do prédio, a do primeiro
andar, com vista para o bulevar. [...............]
Entretanto, encostadas
uma à outra, repousando as cabeças sobre a mesma almofada, as duas crianças
dormiam. Com as pequeninas mãos deitadas para fora, Cláudio, que contava oito
anos, respirava sossegadamente, enquanto Estêvão, que ia apenas nos quatro,
sorria, com o seu braço à roda do pescoço do irmão. Quando o lacrimoso olhar da
mãe caiu sobre eles, a mulher teve nova crise de soluços e tapou a boca com o
lenço, para abafar os gritos leves que se lhe escapavam da garganta.
Levantou-se descalça sem se lembrar sequer de calçar as chinelas caídas no
chão, e foi de novo encostar-se à janela, continuando a sua espera noturna,
numa interrogação muda aos passeios das ruas longínquas. [................]
A casa ficava situada no bulevar da Chapelle, à
esquerda da barreira Poissonière. Era uma construção de dois andares, com a fachada
pintada de cor de borra de vinho até ao segundo andar e as gelosias carcomidas
pela chuva. Por cima de uma lanterna com os vidros partidos conseguia ver-se
entre as duas janelas: Hôtel Boncœur, gerência de Marsoullier, em
grandes letras amarelas, apagadas em parte pela deterioração do gesso.
Gervásia, a quem a lanterna impedia de ver, levantara-se nos bicos dos pés, sem
tirar o lenço dos lábios, [.................]
TPC — Prepara leitura em voz alta de «O
Sentimento dum ocidental» (‘Ave Marias’, pp. 298-299, e ‘Ao Gás’, pp. 303-304).
Aula
121-122 (29, 30/mai)
Correção de questionário de compreensão sobre o jantar no Hotel Central feito
na aula anterior (Cfr. Apresentação).
Na
última aula, ao lermos um trecho do capítulo VI de Os Maias, seguimos uma discussão entre a defesa da nova literatura
(realismo/naturalismo), a cargo de
João da Ega, e a sua rejeição, sobretudo por Tomás de Alencar, o poeta
romântico, para quem a escola realista era «o excremento».
Em baixo, fica um poema que exemplifica o
chamado ultra-romantismo
(a fase que precedeu o realismo e que é já um exagero do romantismo). O poema
que Eusebiozinho recitava («A Lua de Londres», de João de Lemos), para deleite
da audiência de Santa Olávia, era desta fase decadente. Estoutro — «O Noivado
do Sepulcro», de Soares de Passos — é o mais conhecido dessa corrente
literária. Nem Tomás de Alencar seria assim tão excessivo. (Já agora, é
bastante seguro que, ao criar a personagem Alencar, Eça estava a caricaturar um
poeta romântico de então, Bulhão Pato.)
Sabendo que os quartetos do poema têm
sempre rima cruzada e que os versos são todos decassilábicos, preenche as
lacunas. Cada espaço corresponde a uma palavra.
O noivado do sepulcro — Balada
Vai alta a lua! na mansão da morte
Já meia-noite com vagar soou;
Que paz tranquila; dos vaivéns da sorte
Só tem descanso quem ali ________.
Que paz tranquila!... mas eis longe, ao longe
Funérea campa com fragor rangeu;
Branco fantasma semelhante a um monge,
D'entre os sepulcros a cabeça ______.
Ergueu-se, ergueu-se!... na amplidão celeste
Campeia a lua com sinistra luz;
O vento geme no feral ________,
O mocho pia na marmórea ______.
Ergueu-se, ergueu-se!... com sombrio espanto
Olhou em roda... não achou_____...
Por entre as campas, arrastando o manto,
Com lentos passos caminhou além.
Chegando perto duma cruz alçada,
Que entre ciprestes alvejava ao fim,
Parou, sentou-se e com a voz _____
Os ecos tristes acordou _______:
"Mulher formosa, que adorei na _____,
"E que na tumba não cessei d’amar,
"Por que atraiçoas, desleal, mentida,
"O amor eterno que te ouvi _____?
"Amor! engano que na campa finda,
"Que a morte despe da ilusão falaz:
"Quem d'entre os vivos se lembrara ainda
"Do pobre morto que na terra _____?
"Abandonado neste chão ______
"Há já três dias, e não vens aqui...
"Ai, quão pesada me tem sido a lousa
"Sobre este peito que bateu por _____!
"Ai, quão pesada me tem sido!" e em meio,
A fronte exausta lhe pendeu na mão,
E entre soluços arrancou do ______
Fundo suspiro de cruel ______.
"Talvez que rindo dos protestos nossos,
"Gozes com outro d'infernal prazer;
"E o olvido cobrirá meus _____
"Na fria terra sem vingança ____!
— "Oh nunca, nunca!" de saudade infinda
Responde um eco suspirando além...
— "Oh nunca, nunca!" repetiu ainda
Formosa virgem que em seus braços ____.
Cobrem-lhe as formas divinas, airosas,
Longas roupagens de nevada cor;
Singela c'roa de virgínias ____
Lhe cerca a fronte dum mortal palor.
"Não, não perdeste meu amor jurado:
"Vês este peito? reina a morte aqui...
"É já sem forças, ai de mim, ______,
"Mas inda pulsa com amor por _____.
"Feliz que pude acompanhar-te ao fundo
"Da sepultura, sucumbindo à dor:
"Deixei a vida... que importava o ______,
"O mundo em trevas sem a luz do ______?
"Saudosa ao longe vês no céu a lua?
— "Oh vejo sim... recordação fatal!
— "Foi à luz dela que jurei ser ______
"Durante a vida, e na mansão final.
"Oh vem! se nunca te cingi ao peito,
"Hoje o sepulcro nos reúne enfim...
"Quero o repouso de teu frio leito,
"Quero-te unido para sempre a ______!"
E ao som dos pios do cantor funéreo,
E à luz da lua de sinistro alvor,
Junto ao cruzeiro, sepulcral mistério
Foi celebrado, d'infeliz _______.
Quando risonho despontava o _______,
Já desse drama nada havia então,
Mais que uma tumba funeral vazia,
Quebrada a lousa por ignota _______.
Porém mais tarde, quando foi volvido
Das sepulturas o gelado pó,
Dois esqueletos, um ao outro _____,
Foram achados num sepulcro ______.
Soares de Passos (1826-1859)
Como é típico do ultra-romantismo, neste
poema são muitas as palavras pertencentes ao campo lexical ‘morte’ (o termo «campo lexical» é algo
controvertido, uso-‑o na aceção ‘palavras relacionadas semanticamente com uma
dada área de assunto’).
Transcreve umas tantas:
«morte»; «fantasma»; «sepulcro»; ______; ______; _____; ______; ______;
_______; ______; ______; ______; ______; ...
Resolve
o ponto 1 da p. 300, sobre início de «O sentimento dum ocidental»: ___.
E
o ponto 4: a. __; b. __; c. __;
d. __; e. __; f. __;
g. __.
Leitura
em voz alta.
TPC — No início da próxima semana faremos
pequenos trabalhos sobre gramática e sobre Os
Maias. Termina a leitura do romance (enfim, se ainda não o fizeste). Vê os
exercícios sobre ‘Coordenação e Subordinação’, nas pp. 29-33 do Caderno de Atividades.
Os
que ainda estão em prova nas Ligas Europa e dos Campeões devem preparar os
poemas «Cesário Verde» (p. 288) e «Lisboa com Cesário e Melancolia» (p. 302).
Aula 123-124 (3, 4/jun) Escolhe a melhor alínea.
O trecho em discurso indireto livre e que é de Os Maias é
a) «Ai, era um escândalo! Que nunca houvera em
Leiria autoridades assim! O secretário-geral era um desaforo com a Novais...
Que se podia esperar de homens sem religião, educados em Lisboa, que, segundo
D. Josefa, estava predestinada a perecer como Gomorra pelo fogo do Céu?».
b) «Então, que diabo, os
rapazes tinham querido!... Mas ele, realmente, não podia apresentar um cavalo
decente, com as suas cores, senão daí a quatro anos. De resto não apurava
cavalos para aquela melancolia [...]».
c) «Agora acompanhava-o
sempre ao quarto de Miss Sara. Pelo corredor amarelo, caminhando ao seu lado,
Carlos perturbava-se sentindo a carícia desse íntimo perfume em que havia
jasmim, e que parecia sair do movimento das suas saias».
d) «— Agradeço! agradeço!
vamos a isso — exclamava o Ega esfregando as mãos, faiscando de júbilo».
Nas últimas páginas da obra, Carlos e Ega vão
conversando por Lisboa, a
a) pensarem em paio com
ervilhas, a fazerem considerações sobre a vida, a correrem para um americano.
b) discutirem sobre as
corridas de cavalos, recordarem como era o país, apressarem-se para um jantar.
c) discutirem escolas literárias, refletirem
sobre o sentido da vida, desistirem de um jantar.
d) pensarem em mulheres, a fazerem reflexões
filosóficas, a esbofetearem um americano.
Um pouco marginais à intriga passional (embora
com ela se entreteçam funcionalmente), vão surgindo na obra episódios que
constituem documentos, quase caricaturas, de ambientes sociais do Portugal
oitocentista. Entre esses momentos de crónica social podem citar-se:
a) tarde nas termas; jantar no Hotel Central; flirt na Vila Balzac.
b) visita a redação de jornal; duelo; cerimónia
de casamento burguês.
c) corridas; jantar em casa dos condes; sarau.
d) jogo de críquete; manhã de veraneio no
Estoril, serão em Santa Olávia.
A morte de Afonso
a) é completamente independente da intriga
amorosa que envolve Carlos e Maria Eduarda.
b) ocorre em momento pouco posterior ao
reconhecimento da tragédia.
c) é anterior ao conhecimento do parentesco que
havia entre Carlos e Maria Eduarda.
d) não chega a ocorrer dentro da cronologia que
é dada pelo discurso da obra.
O passo que não é de Os Maias é:
a) «[...] cortou pelo Loreto como uma pedra que
rola, enfiou ao fundo da Praça de Camões, num grande portão que uma lanterna
alumiava. Era a redação d’A Tarde».
b) «Topsius recolheu a tomar uma nota do grande
poeta “Calcinhas”. Eu fechei a vidraça: e, depois de ir ao corredor fazer às
escondidas um rápido sinal-da-cruz, vim desapertar sofregamente, e pela vez
derradeira, os atacadores do colete da minha saborosa bem amada».
c) «Esguio, mais sombrio naquele fundo cor de
canário, o poeta derramou pensativamente pelas cadeiras, pela galeria, um olhar
encovado e lento: [...] || — “A Democracia”! — anunciou [...]».
d) «De modo nenhum: tinha só intenção de lhe
arrancar as orelhas! || Teles da Gama saudou, rasgadamente. || Foi isso mesmo o
que eu respondi [...]»
O passo que não é de Os Maias é:
a) «Levamos Rosa, está claro, sei que se não
pode separar dela... E assim viveríamos sós, todos três, num encanto! || — Meu
Deus! Fugirmos? — murmurou ela, assombrada».
b) « — E com esta Maria andei muitas vezes ao
colo, meu caro senhor... Não sei se ela ainda se lembra de uma boneca que eu
lhe dei, que falava, dizia Napoléon...».
c) «— É de graça, amigo
Sebastião! É de graça! Tu não imaginas que influência isto tem no sentimento!».
d) «Mas era impossível encontrar o maestro,
porque invariavelmente a criada afirmava que o menino Vitorino não estava em
casa».
Pertence a Os
Maias o trecho
a) «Não, não queria ficar na
terra perversa donde partia, esbulhado e escorraçado, aquele rei de Portugal
que levantava na rua os Jacintos!».
b) «Na volta, com efeito,
fizera-se uma mudança. Subitamente “Rabino” perdera terreno, resistindo à
subida, com o fôlego curto».
c) «Carvalho voltou vermelho e excitado. Tinha
havido uma cena; ele pusera fora a criada. E então destemperou: queixou-se
daquela má sorte que o não deixava ter uma criada decente...».
d) «A Amparo declarou-se «banzada». O casamento
então, com a Ameliazinha...».
Pode corresponder a «Queijadas, Antiguidades,
Poemas, Piano», pela mesma ordem,
a) Vilaça, Carlos, Eusébio, Cruges.
b) Cruges, Craft, Craveiro, Cruges.
c) Ega, Steinbroken, Alencar, Diogo.
d) Cruges, Carlos, Diogo, Alencar.
Fazem parte da criadagem que vai surgindo nos Maias
a) Vilaça, Anselmo, Melanie.
b) Lola, Silva, Baptista.
c) Teixeira, Juliana, Taveira.
d) Domingos, Baptista, Melanie.
As expressões «Chique a valer!», «Oh yes»,
«C’est très grave, c’est excessivement grave!», «Não se mencione o excremento»
pertencem, respectivamente, a
a) Alencar, Sara, Steinbroken, Ega.
b) Dâmaso, Sara, Steinbroken, Alencar.
c) Dâmaso, Sara, Melanie, Alencar.
d) Dâmaso, Sara, Melanie, Ega.
A série «Marquês Silveirinha, Mefistófeles, tio
do Dâmaso» corresponde a
a) Cohen, Gouvarinho, Vilaça.
b) Vilaça, Cohen, Castro
Gomes.
c) Eusébio, Ega, Guimarães.
d) Souselas, Ega, Castro
Gomes.
Estão ligadas ao jornalismo as personagens
a) Castro Gomes,
Neves, Ega.
b) Ega, Neves, Sousa Neto.
c) Palma, Sousa Neto, Conde de Gouvarinho.
d) Palma, Neves, Guimarães.
A estes espaços podemos associar,
respetivamente, as personagens Eusebiozinho, Craft, Alencar:
a) Paris, Ramalhete, Sintra.
b) Ramalhete, Rua de São Francisco, Toca.
c) Sintra, Toca, Trindade.
d) Santa Olávia, Benfica, Hotel Central.
Quando, pela última vez, se encontra
amorosamente com Maria Eduarda, Carlos
a) julga ser ela sua prima.
b) não sabe ainda que ela é sua irmã.
c) acredita ser ela um seu tio.
d) sabe que ela é sua irmã.
A alínea que só tem personagens de Os Maias é
a) Ramires, Carlos, Cohen, Pacheco.
b) Guimarães, Taveira, Dâmaso, Domingos.
c) Sara, Zé Fernandes, Craft, Jacinto.
d) Alencar, Acácio, Sousa Neto, Libaninho.
Não há nenhuma personagem de Os Maias em
a) Melanie, Macário, Basílio.
b) Acácio, Fradique, Artur.
c) Raquel, Mac Gren, Baptista.
d) Ega, Alencar, Tancredo.
A alínea que só tem mamíferos irracionais
mencionados nos Maias é
a) Memé, Lucinda, Cavalão.
b) Lucinda, Niniche, Bonifácio.
c) Cavalão, Bonifácio, Niniche.
d) Vladimiro, Bonifácio, Niniche.
Algumas das personagens, bastantes planas, podem
ser consideradas personagens-tipo. Por exemplo, correspondem aos tipos
«’jornalista corrupto’, ’brasileiro’, ‘gentleman’»
a) Diogo, Monforte, Steinbroken.
b) Neves, Diogo, Cruges.
c) Neves, Guimarães, Dâmaso.
d) Palma Cavalão, Castro
Gomes, Craft.
Esta série de caracterizações
— alto funcionário público; ministro e incompetente; orador vazio — corresponde
a
a) Cruges; Taveira; Mac Gren.
b) Taveira; Sousa Neto; Cruges.
c) Teles da Gama; Cruges; Ega.
d) Sousa Neto; Gouvarinho; Rufino.
À série ‘Dâmaso, Cohen, Alencar’ correspondem,
por esta ordem,
a) romântico, político corrupto, poeta realista.
b) cobarde, revolucionário, escritor.
c) político conservador, diplomata, poeta.
d) pretensioso,
banqueiro judeu, romântico decadente.
Sem
consultares outros elementos além desta folha, classifica quanto à função
sintática (sujeito, predicado, vocativo, modificador de
frase; complemento direto, complemento indireto, complemento oblíquo, complemento agente da passiva, predicativo do sujeito, predicativo do complemento direto, modificador do grupo verbal; complemento do nome, modificador restritivo do nome, modificador apositivo do nome) os
segmentos sublinhados. Não é obrigatório que estejam representadas todas as
funções e pode haver funções que apareçam mais do que uma vez.
O
Conselho Geral elegeu Manuel Esperança diretor do Agrupamento de
Escolas de Benfica.
|
1 — ________
2 — ________
|
Os
jogadores do Benfica, depois de serem derrotados, encaminharam-se para
as cabinas.
|
1 — ________
2 — ________
|
Durante
esta semana, o Concurso literário JGF, um dos mais prestigiados
concursos literários da nossa escola, ainda está aberto.
|
1 — ________
2 — ________
|
Perguntaste-me,
Olinda, se a greve dos professores sempre vai para a frente.
|
1 — ________
2 — ________
|
É
importante escolhermos com atenção os prémios Tia Albertina.
|
1 — ________
2 — ________
|
As
Jornadas da Ásia, Carlos, foram
finalmente publicadas pelo John.
|
1 — ________
2 — ________
|
Usa
agora alguns dos termos seguintes: oração
coordenada; oração subordinante; oração subordinada adjetiva relativa
restritiva; oração subordinada
adjetiva relativa explicativa; oração
subordinada substantiva relativa; oração
subordinada substantiva completiva; oração
subordinada adverbial; conjunção
subordinativa completiva; pronome
relativo; conjunção coordenativa;
conjunção subordinativa. Como se vê,
prescindi de pedir classificações mais detalhadas (das orações adverbiais, das
orações coordenadas, das respetivas conjunções).
Se
virem pelo telemóvel, perdem direito aos prémios, que aliás são apetecíveis.
|
1 — ________
2 — ________
|
Como
haverá greve às avaliações, não sei se di-rei as notas na última
aula.
|
1 — ________
2 — ________
|
Sabes que até nem
gosto desta pergunta?
|
1 — ________
2 — ________
|
As
paisagens que vemos na poesia de Cesário Verde são urbanas e rurais mas
os ambientes de Os Maias Eça são
sobretudo citadinos.
|
1 — ________
2 — ________
|
Sem
consultares outros elementos além desta folha, classifica quanto à função
sintática (sujeito, predicado, vocativo, modificador de
frase; complemento direto, complemento indireto, complemento oblíquo, complemento agente da passiva, predicativo do sujeito, predicativo do complemento direto, modificador do grupo verbal; complemento do nome, modificador restritivo do nome, modificador apositivo do nome) os
segmentos sublinhados. Não é obrigatório que estejam representadas todas as
funções e pode haver funções que apareçam mais do que uma vez.
O Sentido da Vida, stor, foi
realizado pelos Monty Python.
|
1 — _________
2 — _________
|
É
triste chumbarem tantos alunos por causa de um simples teste de
gramática.
|
1 — _________
2 — _________
|
Digo-te,
Ernesto, que, esta semana, ainda decorre o prazo do Concurso literário JGF.
|
1 — _________
2 — _________
|
No
último dia, eu, juiz máximo da prova, entregarei os prémios Tia
Albertina.
|
1 — _________
2 — _________
|
A
vizinha de Cesário Verde, quando engomava, não ia à rua.
|
1 — _________
2 — _________
|
Luís
Filipe Vieira considerou Jesus imprescindível ao Glorioso.
|
1 — _________
2 — _________
|
Usa
agora alguns dos termos seguintes: oração
coordenada; oração subordinante; oração subordinada adjetiva relativa
restritiva; oração subordinada
adjetiva relativa explicativa; oração
subordinada substantiva relativa; oração
subordinada substantiva completiva; oração
subordinada adverbial; conjunção
subordinativa completiva; pronome
relativo; conjunção coordenativa;
conjunção subordinativa. Como se vê,
prescindi de pedir classificações mais detalhadas (das orações adverbiais, das
orações coordenadas, das respetivas conjunções).
Os
bolos que se vendem no Califa são tremendamente bonitos e alegres e
os croquetes da Balalaica têm carne de cavalo.
|
1 — _________
2 — _________
|
Quero que respondas
mal a este item.
|
1 — _________
2 — _________
|
Vê se as cábulas não estão
à vista do professor.
|
1 — _________
2 — _________
|
Por
comeres pouco limão,
tens as gengivas, que até eram bonitas, completamente podres.
|
1 — _________
2 — _________
|
Relativamente
ao texto na p. 303 — a terceira parte de «O sentimento de um ocidental» —, responde
com escrita toda asseada:
Qual será a explicação para o título, «Ao Gás»?
........
A quarta quadra contrasta com as três estrofes
anteriores. Explica como.
.......
No v. 16, «Um cheiro salutar e honesto
a pão no forno», destaca-se uma figura de estilo, uma _____.
Textos
a preparar pelos finalistas da leitura em voz alta:
Liga Europa — «A Toca» (p. 264); Liga dos
Campeões — «Difíceis decisões» (p. 266).
TPC — Este tepecê não é um tepecê. É uma
sugestão. Até sexta, 7, decorre o Concurso Literário José Gomes Ferreira
(prosa, poesia, teatro). Pondera concorrer. No caso da poesia, até poderias
aproveitar textos enviados para o Prémio Correntes d’Escrita.
CONCURSO LITERÁRIO JOSÉ GOMES FERREIRA 2013
REGULAMENTO || Art. 1.º O concurso está aberto a todos os alunos, professores,
encarregados de educação e funcionários do Agrupamento de Escolas de Benfica,
dividindo-se em quatro escalões: Escalão A: alunos do 2º ciclo do Ensino
Básico; Escalão B: alunos do 3º ciclo do Ensino Básico; Escalão C: alunos do
Ensino Secundário; Escalão D: Professores, Funcionários e Encarregados de
Educação. || Art. 2.º O concurso apresenta três modalidades: poesia, prosa e teatro. || Art.
3.° O tema é livre. || Art. 4.° Os trabalhos terão de ser originais. || Art.
5.° Os trabalhos deverão ser entregues no
CRE da Escola que o aluno frequenta, até 7 de Junho de 2013. || Art. 6.° Os candidatos deverão: • entregar o trabalho em 2 exemplares (dactilografado em fonte
arial 12, a dois espaços, não ultrapassando 5 páginas), assinado com
pseudónimo, com a indicação do escalão a que concorrem; • preencher, no CRE,
uma Ficha de Identificação. || Art. 7.° Os trabalhos serão apreciados por
um júri constituído por dois professores de Português e outro elemento a
designar. || Art. 8.° 1. Os melhores trabalhos apresentados a concurso serão
premiados. 2. O júri poderá atribuir menções honrosas, se assim o entender. ||
Art. 9.º O Júri poderá não atribuir prémios, se considerar que nenhum dos
trabalhos apresenta qualidade que os justifiquem. || Art. 10.° Os autores dos
trabalhos premiados serão informados pessoalmente durante o mês de novembro. ||
Art. 11.° A atribuição dos prémios terá lugar a 20 de novembro (Dia da Escola
Secundária José Gomes Ferreira), em sessão especial. || Art. 12.° Os exemplares
dos trabalhos apresentados não serão devolvidos aos concorrentes. || Art. 13.°
Ao Agrupamento das Escolas de Benfica fica reservado o direito de divulgar os
trabalhos concorrentes, nomeadamente através da sua Página e do jornal Voz Activa. || Art. 14.° Os casos omissos e as dúvidas suscitadas serão
resolvidos pelo júri. || Art. 15.° Das decisões do júri não haverá recurso.
Aula
125-126 (5, 6/jun) Correção
do questionário sobre Os Maias. Correção
do questionário de gramática.
Leitura
|
Aula
|
Observação direta da eficiência a resolver as
tarefas com textos
|
Questionário sobre Os Maias (aula 101-102)
|
Questionário sobre «De verão» (aula 107-108)
|
Questionário sobre «Jantar no Hotel Central»
(aula 119-120)
|
Questionário sobre Os Maias (aula 123-124)
|
Casa
|
[Tarefa sobre Os Maias]
|
[Tarefa sobre Frei Luís de Sousa]
|
Escrita
|
Aula
|
Redação segundo o modelo das biografias
iniciais nos romances de Eça (aula 95-96)
|
Respostas em torno de crónica de Ferreira
Fernandes (aula 103-104)
|
Texto deambulatório, segundo o modelo de
«Reportagem», de Botto (aula 107-108)
|
Transposição da visão de «deusa» no Hotel
Central para contexto contemporâneo (aula 117-118)
|
Inserções em A Taberna, de Zola (aula 119-120)
|
Casa
|
Resposta sobre «Contrariedades» + redação de
lista de contrariedades (tepecê da aula 91-92)
|
Alfabeto sobre Frei Luís de Sousa (tepecê da aula 93-94)
|
Texto em prosa segundo modelo de «De tarde» (tepecê
da aula 97-98 ou 99-100)
|
Comentário sobre Cesário Verde, a partir de
trecho de David Mourão-Ferreira (tepecê da
aula 101-102)
|
Resposta ao ponto 1 de ‘Escrita’ da p. 315 (tepecê
da aula 103-104 ou 105-106)
|
Comentário sobre tipos de mulher em Cesário (tepecê
da aula 113-114)
|
Comentário sobre as duas narrativas passionais
dentro dos Maias (tepecê da aula 117-118)
|
[Tarefa sobre Os Maias]
|
[Tarefa sobre Frei Luís de Sousa]
|
Compreensão oral/Produção
oral
|
Aula
|
Perceção da atenção em momentos em que se
trata de ouvir professor ou colegas
|
Questionário sobre «Os Grandes Livros. Os Maias» (aula 109-110)
|
Leituras em voz alta (passim)
|
Casa
|
Tarefa sobre Os Maias
|
Gramática
|
Aula
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Questionário (aula 123-124)
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Finais
da Liga Europa e da Liga dos Campeões.
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