Sunday, September 16, 2012

Aulas (3.º período)


Aula 91-92 (2, 3, 4/abr) Explicação sobre perspetiva diacrónica da literatura portuguesa em confronto com programa (cfr. Apresentação).



O que se pretendia parodiar em «Diálogo sobre o arrependimento» (série Barbosa) era um certo estilo de declamação, enfática, pouco natural. Como o texto versava temas fora do que se convencionou ser da esfera literária — marquises, grampos de fixação, etc. —, exacerbava-se o ridículo daquele tipo de representação.

A relação que isto tem com Cesário Verde (1855-1886) é a seguinte. A poesia de Cesário, contra o que se fizera no lirismo português até então, integra assuntos do quotidiano, palavras fora do vocabulário convencionado como poético. Neste caso, porém, esses universos «prosaicos» não são sentidos como forçados, conseguindo o poeta aproveitá-los como matéria literária. É uma característica da poesia do período realista.

O primeiro texto de Cesário Verde que estudaremos é «Contrariedades» (pp. 307-308). Começa por ler o enquadrado em 1. (de Jacinto do Prado Coelho). Depois, passa ao poema e, no final, preenche as linhas vagas da tabela.

frenético = agitado | bizarro = esquisito | gume = lado afiado de um instrumento cortante | lívido = pálido | mortificar = enfraquecer; afligir | lidar = trabalhar | botica = farmácia | folhetim = secção de um jornal (sobretudo no século XIX) destinada a várias matérias mais ou menos literárias | inédito = não publicado | sol--e-dó = música instrumental popular; filarmónica de pouca categoria | assinante = o que tem assinatura de um jornal ou revista | adulação = lisonja, bajulação | literato = o que é do meio intelectual; escritor | alexandrino = verso de doze sílabas métricas (dodecassílabo, portanto) | tísico = tuberculoso | finar-se = definhar; morrer

 

Características do poema
Estrofes / Palavras
Experiência pessoal concreta (uma «contrariedade», que resulta de os jornais e os editores não ________)
estrofes dos vv. 16-20, 21-24, 25-28, [v. 29], 33-36, 37-40, 41-44, 45-48, 57-60, 61-64
Preocupação social (a observação da engomadeira, cuja infelicidade constitui para o sujeito poético a outra «contrariedade»)
estrofes dos vv. 9-12, __-__, __-__, 53-56, __-__.
Observação da cidade (para além da própria vizinha)
estrofes dos vv. __-__
Narratividade (conta-se um episódio, que se desenrola no tempo)
[cfr. pretéritos perfeitos («__________», «sentei-me», «rasguei»), a alternarem com presentes e com futuro próximo («vou findar»); advérbios com valor temporal («hoje», «agora»)]
Léxico «pouco poético»:
estrangeirismos e palavras recentes
«réclame», «____», «____»
palavras de campos lexicais específicos, técnicos
«maços de ____», «botica», «método»
palavras de registos quase orais
«____», «____», «coitadinha!»
diminutivos pejorativos
«_____»
nomes de pessoas conhecidas
 «Taine», «______»

 

Consultando o verbete de «contrariedade» na p. 310, refere as aceções a que corresponderiam as duas contrariedades a que parece aludir o título do poema:

...

Resolve o ponto 1 da p. 309:

1.1 = ___

1.2 = ___

1.3. = ___

1.4. = ___

 

Explicita os aspetos que, segundo o sujeito poético, o tornam um escritor diferente, não reconhecido.

...

Verifica a métrica, para perceber se o poema está mesmo em alexandrinos. Experimenta escandir o terceiro e o quarto versos da estrofe (da primeira à décima-segunda) que corresponda ao número do mês do teu aniversário.

...

Comenta o valor da última estrofe na construção dos sentidos do poema. (Observa a cena focada, repensando a sua importãncia numa perspetiva de denúncia social. Atende, ainda, ao ritmo sincopado do discurso, ao tom interrogativo, exclamativo e suspensivo.)

...

O ano passado foi-lhes pedida, a certa altura, a redação de uma lista de «pequenos prazeres». Trata-se agora de escrever um inventário de «[pequenas] contrariedades» (para se perceber a sintaxe pretendida — com verbo principal no infinitivo e o máximo pormenor na descrição da circunstância —, ponho à cabeça o modelo de Cesário, embora a tua lista deva reportar-se às contrariedades do teu próprio sujeito poético):

Ver rejeitado um folhetim com alexandrinos — e bastante originais — que enviara ao Novidades (e decerto por não pertencer ao grupo dos aduladores)

...



Assistência a início de Ruby Sparks (cujo protagonista também vive situação em que ato de enunciação e objeto da escrita interagem).



TPC — Completa redação iniciada em aula (ou, pelo menos, cuja folha foi dada já no final da aula: comentário sobre final de «Contrariedades»; lista de ‘Pequenas contrariedades’). Entretanto, pus aqui instruções para tarefa sobre Os Maias.


 

Aula do 11.º 3.ª de 3/abr (como esta turma tinha uma aula a menos, fez-se agora a aula 85/86 que as outras turmas já tinham tido) [cfr. Aula 85/86, 2.º período]

 

Aula 93-94 (8, 9/abr) Vai lendo «Memória ao Conservatório Real», nas pp. 147-148. Trata-se de um ensaio («memória») em que Almeida Garrett analisa o seu Frei Luís de Sousa. Completa com palavras ou pequenas frases (que nem sempre estarão no texto de Garrett) a síntese que se segue.





 


[linhas 1-5] A vida de Frei Luís de Sousa já fora tratada num livro escrito por um ____________ ([Ferdinand Denis]), que Garrett considera ter _________ {favorecido / prejudicado} a história do grande escritor que começara por se chamar Manuel de Sousa Coutinho.


[6-9]  Na história da família de ___________, tal como foi fixada na tradição, vemos a mesma ____________ das tragédias gregas[, condimentada, porém, com a sensibilidade típica da cultura cristã].


[10-13]          [Por exemplo,] após a «catástrofe», Madalena e Manuel não morrem propriamente, apenas ____________ vida secular.


[14-35]          Garrett adotou «___________» como indicação de género da sua obra, mas, no fundo, reconhece que a peça tem características de um outro género, a __________. Uma das razões que o fizeram escolher aquela designação foi não estar a peça escrita em _______. Tendo _________ (aka Manuel de Sousa Coutinho) sido um brilhante ________, não podia o dramaturgo pôr a personagem respectiva a exprimir-se em _________.


[36-38]         Garrett não quis retirar força à ______ (já tão trágica e dramática), e por isso preferiu não lhe acrescentar situações por si ________.

[39-47]         Segue-se um parágrafo em que se contrasta a parcimónia de processos de Frei Luís de Sousa com o que era habitual nas ___________ e com as peripécias a que vinha recorrendo o ___________ (género que, nas linhas 42-44, Garrett não se esquece de ____________).

[48-49]         Modestamente (ou, mais provavelmente, com falsa modéstia), Garrett declara ter dúvidas de ter conseguido _________________________________, mas acrescenta logo que o dramaturgo que alcance esse objectivo (sem usar, é claro, os «truques fáceis» a que se aludira no parágrafo anterior) terá então encontrado a fórmula da «__________________________________».

[50-61]         Finalmente, adverte não se ter preocupado em seguir sempre a ________. Dá mais importância à Literatura do que à _________. Diz ser missão dos escritores _________ o povo através de obras acessíveis, não maçadoras.

 

Na «Memória ao Conservatório Real» (cfr. pp. 147-148), Garrett equaciona a questão de saber se Frei Luís de Sousa deve ser classificado como tragédia ou como drama romântico. Enumera tu as caraterísticas que obedecem ao modelo da tragédia clássica:

 

Os acontecimentos são dirigidos pelo destino, cujo poder se revela por meio de presságios e indícios de fatalidade: a profecia do ________ de D. Sebastião; os pressentimentos e receios de _________; os sonhos e visões de Maria; as falas agoirentas de _______; os diálogos carregados de ameaças suspensas; o caráter funesto do ________ (sete anos, sexta-feira, «dia fatal», «hora fatal»).

A intriga inclui os três elementos essenciais da tragédia clássica: a peripécia (chegada dos espanhóis, que leva Manuel de Sousa a ________ o palácio e a deslocar-se para o espaço fatal); a anagnórise (reconhecimento do Romeiro como __________); a catástrofe (morte de Maria e clausura dos _____).

O coro trágico é corporizado na personagem de _____, talvez um tanto também na de Frei Jorge, bem como no grupo de frades que recita o ofício litúrgico dos mortos.

As personagens principais pertencem à/ao _____ {nobreza / povo / clero / burguesia} e gozam de boa fortuna até a __________ se abater sobre elas em consequência de um erro involuntário (provocado pelo destino) cometido no passado (o «crime» de D. Madalena).

{as palavras a negro são objeto de definição na p. 150 do manual}

 

Lê estes verbetes do Manual de Teatro, de Antonino Solmer (2.ª ed., Lisboa, Temas & Debates, 2003):

Tragédia Do grego «canção do bode» (animal que os Gregos sacrificavam aos deuses). Segundo a clássica definição de Aristóteles, a tragédia é uma imitação de uma acção elevada efetuada por personagens em ação no meio de um relato que, suscitando compaixão e temor, leva a cabo a purgação de emoções por parte do público (a catarse).

Comédia Termo que provém dos antigos ritos dionisíacos gregos. Género dedicado aos procedimentos cómicos que a opõem à tragédia, e que se caracteriza por: personagens de baixo estatuto social, desenlace feliz e a finalidade de provocar o riso do espectador. Mais tarde, o termo irá manter-se, aplicado ao género que se opõe ao drama. A comédia pode ser no entanto de vários tipos, de que os principais serão a alta comédia e a baixa comédia. Esta última é caracterizada pela utilização de recursos da farsa e do gag, enquanto a primeira recorre a uma linguagem cuidada, marcada por subtilezas intelectuais e psicológicas. Outros tipos possíveis de comédia são: comédia de capa e espada (cuja intriga envolve nobres e cavaleiros); comédia de costumes (que analisa os comportamentos sociais em situação); comédia musical (que integra música e canções); comédia de situações ou de equívocos (caracterizada pela rapidez do desenvolvimento da ação, com um cómico baseado no efeito de surpresa e no quiproquó), etc.

TragicomédiaGénero que designa um híbrido de tragédia e comédia definido em função de três elementos fundamentais: as personagens (pertencem a estratos populares e aristocráticos, anulando a fronteira de exigências de cada um dos géneros); a ação (que aqui não termina em catástrofe nem na morte do herói) e estilo (entremeado de linguagem simultaneamente enfática e vulgar).

Drama Do grego drama (ação). Género híbrido entre a tragédia e a comédia, que começou por veicular os temas que não cabiam em nenhum dos dois grandes géneros. A partir do séc. XVIII, com Diderot, o chamado drama burguês que, sendo um género sério, não exclui elementos cómicos, realistas e patéticos, funciona de facto como um género «a meio-termo» entre os dois grandes géneros clássicos, uma vez que também os protagonistas fazem parte de uma nova classe média, entre a aristocracia trágica e a classe baixa cómica. Os sentimentos a que apela este género serão também outros: visando urna reflexão filosofante a partir de situações apresentadas de forma realista, o drama burguês não visa nem a catarse da tragédia nem o riso da comédia, mas antes o apelo à lágrima e à reflexão. Na atualidade, a palavra «drama» já não se limita a um género específico, tendo, grosso modo, passado a designar-se por drama tudo o que não é cómico. Em certas correntes, a expressão revela-se ainda mais abrangente: em inglês, por exemplo, a palavra aplica-se a todo o género teatral (uma escola de teatro é uma Drama school...). Entre os subgéneros do drama, tal como na comédia, encontram-se termos como drama histórico (cuja ação se desenrola numa época recuada em relação àquela em que foi escrita, podendo incluir reconstituições de factos historicamente acontecidos), drama lírico (a ópera, o teatro cantado), drama litúrgico (género medieval que inclui os mistérios e os milagres), etc.

 





Nos períodos que se seguem faltam algumas vírgulas. Acrescenta-as. Marca também os casos em que é possível pôr vírgula ou não, dependendo da interpretação que se faça.

 

O Hamlet que prefiro é o dos Gato Fedorento.

Hamlet que é uma tragédia de Shakespeare terá sido escrito entre 1599 e 1601.

O Hamlet que tem comichão não é o dos Monty Python.

Gosto das tragédias de Shakespeare que nunca são enfadonhas.

Gosto das tragédias que não sejam enfadonhas.

Gosto de sketches cujos protagonistas sejam psiquiatras e Hamlet.

Vi o Frei Luís de Sousa cuja Maria é representada por Alexandra Lencastre.

Vamos ao Panteão Nacional que é a Igreja de Santa Engrácia.

 

No fundo, o que estiveste a fazer foi distinguir entre as orações relativas restritivas, as que não são isoladas por vírgulas, e orações relativas explicativas, as que têm de ficar entre vírgulas. Em cada período, sublinha a oração relativa (que começará por «que» ou por «cujo») e escreve E(xplicativa) ou R(estritiva).

Já agora, todas estas orações relativas são adjetivas. As palavras que as introduzem são pronomes e determinantes relativos (bem como quantificadores e advérbios relativos). Sobre orações subordinadas adjetivas relativas, vê a p. 330; sobre pronomes relativos, determinante relativo, quantificador relativo, advérbio relativo, temos o manual do ano passado (nas páginas verdes, também no blogue).

 

TPC — Escreve Alfabeto sobre Frei Luís de Sousa. Completa, usando o que já conheças ou que ainda possas investigar acerca de Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett. Tenta fazer alfabeto mais criativo e cuidadoso do que a maioria dos que recebi sobre o «Sermão de Santo António aos Peixes».

 

F     ____

R     ____

E     ____

I      ____

 

L     ____

U     Único. É difícil atribuirmos à peça um género teatral único. O próprio Garrett explicou como as designações «tragédia» ou «drama romântico» convinham ambas à sua obra.

Í      ____

S      ____

 

D     ____

E     ____

 

S      ____

O     ____

U     ____

S      ____

A     ____


 

Aula 95-96 (10, 11/abr) [Correção de tepecê de penúltima aula:]

Ao longo do poema alternavam os planos do poeta (contrariado) e o da engomadeira (doente e pobre). Os dois planos encontram-se agora numa mesma estrofe: o sujeito poético está pacificado; a tísica continua a trabalhar. Este contraste parece avivar a denúncia do sofrimento da engomadeira. O poeta admite que ela não chegue a cear; vê que continua a trabalhar; e descobre a sua fealdade.

O tipo de frases (interrogação, declaração, declaração suspensa, exclamações) e a sua pouca extensão fazem que o ritmo seja o de quem está a pensar, quase coloquialmente, e depois se emociona. O último verso é de crítica à sociedade mas contém igualmente espontânea comiseração.

 

No ano passado, falámos de paratexto, que, no fundo, designa o que num livro não é o texto propriamente dito. Inclui categorias da lavra do autor (título, dedicatórias, epígrafes) e do editor (capa, contracapa, orelhas da capa, sobrecapa, cintas). Há ainda prefácio ou posfácio, notas, índices, bibliografia, ilustrações, que podem ser quer da responsabilidade autoral quer da do editor.

Reportando-se aos livros de Eça que lhes calharem, preencham o que se segue.

 

O livro é brochado / encadernado {escolhe}. Tem apenas capa / Tem capa e sobrecapa ({se sim, no parágrafo seguinte, onde está «capa» interpreta como ‘sobrecapa’}).

 

Capa

A capa, além de autor (Eça de Queirós/Queiroz {circunda a grafia que esteja}), título da obra (________) e editora (________), tem algum outro dizer? Coleção / Frase publicitária / Número da edição / ________ {circunda ou acrescenta}. Que surge como ilustração da capa? ________. Quem é o autor da capa? _________ {procura na «ficha técnica», que costuma estar numa das páginas pares não numeradas antes do frontispício (excepcionalmente, no verso deste); ou no colofão, na última ou penúltima folha do livro}.

A lombada tem título, autor, nome da editora, logotipo da editora, nome ou logotipo da coleção, número na colecção? {circunda o que haja}. Há mais algum elemento? ________.

Há texto na contracapa? Sim / Não {circunda a boa opção}. Se há, a que corresponde essa parte escrita? A uma espécie de sinopse / A uma biobibliografia do autor / A pequenas transcrições de críticas saídas nos jornais / A informações sobre a coleção / A informações sobre outra colecção / A transcrição de um excerto do livro / A um comentário acerca do livro ou do autor da responsabilidade do editor {circunda a opção certa}.

O livro tem badanas (ou orelhas)? Sim / Não {escolhe}. Há texto nas badanas? Não / Sim, só numa delas / Sim, em ambas {escolhe}. O que esteja escrito é: notícia biobibliográfica sobre o autor / elenco de outros livros da coleção / lista dos livros do mesmo autor / sinopse do livro / ______ {escolhe ou acrescenta}.

 

Folhas

Páginas não numeradas (antes do texto propriamente dito)

O livro tem uma guarda (folha em branco, logo a seguir à capa)? Sim / Não.

anterrosto (página que terá só o título, talvez até abreviado)? Sim / Não.

frontispício (ou página de rosto), que contém: autor / título / subtítulo (que não estivesse na capa) / tradutor / editor literário / casa editora / ano / _______ {circunda o que haja; acrescenta, se for caso disso}. (O normal é o frontispício corresponder à p. [3], se o livro não tiver guarda, ou à p. [5]. Porém, uma das coleções que distribuí estende o rosto a duas páginas, a [2] e a [3]. E também outros livros distribuídos têm o rosto na p. [7] ou mesmo na p. [9], já que antes usam uma folha que anuncia a coleção e uma outra com o fac-símile do rosto original.)

Alguma das páginas pares tem a lista das obras da coleção? Não / Sim, a página que está no verso do _____.

Qual das páginas tem a ficha técnica? O verso do anterrosto / O verso do frontispício / A página onde está o colofão (ou colofon), no fim do livro / Nenhuma, já que não há ficha neste livro {escolhe; se escolheres a última opção, não responderás a seguir}. Que elementos são úteis nessa ficha? Título original / depósito legal / data da edição / tipografia / capista / revisor / paginação / ______ /____ {escolhe; acrescenta}.

 

Páginas que se seguem ao frontispício (mas ainda antes do texto propriamente dito)

Dedicatória? Não tem / Tem, a _______.

Epígrafe (citação, máxima)? Não / Sim, e é uma frase do autor / é um provérbio / é uma citação de outro autor / _______.

Sumário ou Índice? Não / Sim.

Prefácio Não / Sim, por _______.

Introdução Não / Sim, por ______.

  alguma outra secção? Não / Sim, _____.

 

Páginas do texto principal

Há no cabeçalho algum dizer? Não / Sim, nas páginas ímpares vem o título corrente (o título do livro, talvez abreviado) / e, nas pares, o nome do autor / Sim, nas páginas ímpares, ______; nas pares, ____.

notas de rodapé (pé-de-página)? Não / Sim, do autor / tradutor / editor.

 

Páginas depois do texto principal

Posfácio? Não / Sim, pelo autor / Sim, por ______.

Nota final? Não / Sim, pelo autor / Sim, por ______.

Notas ao texto? Não / Sim, pelo autor / Sim, por ______.

índice no fim? Sim / Não.

lista de ilustrações? Não / Sim, na p. __.

Na última folha há colofão (ou colofon)? Não / Sim, e aí são dadas informações sobre {circunda as que se verifiquem} tipografia / data da conclusão dos trabalhos de impressão / tiragem / outros dados mais esperáveis numa ficha técnica (ISBN, depósito legal, autor da capa, revisor).

 

A obra a que respeita o livro cujo paratexto estiveste a analisar é {circunda uma das alternativas} um romance / uma novela / uma coletânea de contos / uma coletânea de crónicas / correspondência verdadeira / correspondência fictícia / tradução de um romance.

Trata-se de obra que Eça publicou ainda em vida. / É uma recolha póstuma (de textos publicados dispersamente) ou edição de um manuscrito que o autor não chegara a publicar.

 

É característico de Eça, ao fazer a apresentação de personagens, recuar no historial da família, deixando-nos uns parágrafos de biografia dos antepassados dessa figura.

Tais parágrafos são verdadeiras sinopses de outros romances que o escritor poderia desenvolver. As ações surgem aí esquemáticas, como mera ilustração de perfis (quase sempre, caricaturais). Ao situar a vida desses pais, avós, bisavós no contexto das respetivas épocas, o romancista acaba por aludir à história de Portugal próxima. No cap. I de Os Maias, vemos essa estratégia a propósito do passado de Afonso ou do dos Monforte:

O papá Monforte era dos Açores; muito moço, uma facada numa rixa, um cadáver a uma esquina tinham-no forçado a fugir a bordo de um brigue americano. Tempos depois um certo Silva, procurador da Casa de Taveira, que o conhecera nos Açores, estando na Havana a estudar a cultura do tabaco que os Taveiras queriam implantar nas Ilhas, encontrara lá o Monforte (que verdadeiramente se chamava Forte) rondando pelo cais, de chinelas de esparto, à procura de embarque para a Nova Orleães. Aqui havia uma treva na história do Monforte. Parece que servira algum tempo de feitor numa plantação da Virgínia... Enfim, quando reapareceu à face dos céus, comandava o brigue «Nova Linda», e levava cargas de pretos para o Brasil, para a Havana e para a Nova Orleães.

Escapara aos cruzeiros ingleses, arrancara uma fortuna da pele do africano, e agora rico, homem de bem, proprietário, ia ouvir a Corelli a S. Carlos. Todavia esta terrível crónica, como dizia o Alencar, obscura e mal provada, claudicava aqui e além...

 

O processo — muitas vezes, ancorado num dado espaço (por exemplo, o Ramalhete, como enquadramento da biografia de Afonso da Maia) — é também evidente no começo de A Cidade e as Serras:

O meu amigo Jacinto nasceu num palácio, com cento e nove contos de renda em terras de semeadura, de vinhedo, de cortiça e de olival.

No Alentejo, pela Estremadura, através das duas Beiras, densas sebes ondulando por colina e vale, muros altos de boa pedra, ribeiras, estradas, delimitavam os campos desta velha família agrícola que já entulhava grão e plantava cepa em tempos de el-rei D. Dinis. A sua quinta e casa senhorial de Tormes, no Baixo Douro, cobriam uma serra. Entre o Tua e o Tinhela, por cinco fartas léguas, todo o torrão lhe pagava foro. E cerrados pinheirais seus negrejavam desde Arga até ao mar de Âncora. Mas o palácio onde Jacinto nascera, e onde sempre habitara, era em Paris, nos Campos Elísios, n.° 202.

Seu avô, aquele gordíssimo e riquíssimo Jacinto a quem chamavam em Lisboa «o D. Galeão», descendo uma tarde pela Travessa da Trabuqueta, rente de um muro de quintal que uma parreira toldava, escorregou numa casca de laranja e desabou no lajedo. Da portinha da horta saía nesse momento [...]

 

Vistas estas linhas, em que se começavam a apresentar os ascendentes de Jacinto, o protagonista de A Cidade e as Serras, escreve um texto em que traces um historial semelhante de ti próprio (ou seja, dos teus antepassados próximos).

Começa por um período como o parágrafo inicial de A Cidade e as Serras, passando depois, já mais livremente, a uma versão estilizada do historial dos teus ascendentes. O texto deve ficar verosímil (mesmo que, como até acho desejável, seja um pouco irónico), o que não implica — mas também não impede — que seja verídico. Embora sobre ti, ficará na 3.ª pessoa, sendo o narrador um teu amigo não identificado (na Cidade e as Serras, como percebeste, também há um narrador homodiegético). Prefiro caneta.

 

O meu amigo / A minha amiga _______ {teu nome} nasceu _________

 

TPC — Aproveita para avançar no trabalho sobre Os Maias.


 


Aula 97-98 (15, 16, 18, 22/abr) Assistência aos sketches «Reunião de condomínos com o Drácula» e «Sabes onde há gajas boas?» (para poder resolver a ficha de gramática seguinte):












Na penúltima aula, começamos a estudar as orações. Vimos as orações subordinadas adjetivas, que desempenham funções sintáticas típicas de adjetivos. As orações adjetivas — vimo-lo também — são orações relativas (restritivas ou explicativas). Percebeu-se ainda que as orações relativas devem o seu nome ao facto de serem introduzidas por palavras relativas (pronomes relativos, sobretudo).

As orações subordinadas substantivas (cfr. p. 330) exercem funções sintáticas típicas de grupos nominais. Podem ser completivas ou relativas sem antecedente.

Em «Reunião de condóminos com o Drácula» e «Sabes onde há gajas boas?» havia subordinadas substantivas completivas (são as que já sublinhei; ao lado, sem sublinha, a oração subordinante). Escreve a função sintática (sujeito, complemento direto, indireto, oblíquo, etc.) que cada uma destas completivas desempenha relativamente à sua subordinante.

 

Subordinante        Subordinada substantiva completiva

A porteira disse-me que o vizinho do sétimo andar tem um gato.

          função sintática: __________________

[nota que a oração é substituível pelo pronome «o»: ‘A porteira disse-mo’.]

 

Todos sabemos que os animais não são permitidos neste prédio.

                       _________________

Não quer que eu ponha o gatinho na rua...

                ______________

Acho que é em Ermesinde.

         ________________

Perguntou-lhe se vira uma gaja ou um homem em Ermesinde.

                       __________________

É um escândalo que me falem em gritos.

                        _______________

                        [= Isso é um escândalo.]

 

As subordinadas substantivas completivas finitas são introduzidas pelas conjunções completivas que ou se.

Mas também há subordinadas substantivas completivas não finitas, com o verbo no infinitivo, e essas não precisam de conjunção:

 

Subordinante    Subordinada substantiva completiva não finita

Todos sabemos não serem os animais permitidos neste prédio.

 

Troca a completiva finita por uma completiva não finita:

É um escândalo que me falem em gritos.

                         _________________

 

Vejamos agora o que nos sketches havia de subordinadas substantivas relativas sem antecedente. Escreve a função sintática desempenhada pela oração que sublinhei:

Subordinante | Subordinada substantiva relativa sem antecedente

          Sabes  onde há gajas boas?

                    ______________

 

Criemos nós outros casos (a subordinada substantiva relativa continua a ir sublinhada; identificarás a sua função sintática):

Fugiam-lhe quantas velhas ou crianças acorrentasse à parede.

                 _____________

Quem sobe pela escada fica com as cabeças dos cadáveres todas moídas.

_____________

 

Portanto, as subordinadas substantivas relativas são introduzidas por palavras relativas (pronomes, advérbios, quantificador), que, ao contrário do que acontecia quando em subordinadas adjetivas relativas, não se reportam a nenhum antecedente (por isso estas orações se dizem «subordinadas substantivas relativas sem antecedente»).

As subordinadas substantivas relativas podem ser não finitas (infinitivas):

Subordinante |Subordinada substantiva relativa sem antecedente não finita

          Sabes   onde encontrar gajas boas?

 

Aplicações diversas

Substitui o trecho sublinhado por uma oração subordinada completiva:

 

Só lhe digo isto: «animais dentro de casa é nojento»!

Só lhe digo       ___________

Subordinante | Subordinada substantiva completiva (finita / não finita)

 

Atenta agora na frase seguinte, sabendo já que a subordinada não é substantiva e que a função que desempenha é antes típica de um adjetivo. Classifica a oração.

Subordinante| _________________

É um cheiro que se entranha nas rendas.

                   modificador restritivo do nome

 

E um caso de substantiva. Classifica a oração na totalidade:

Subordinante| ____________

Eu preciso  de dormir.

                   complemento oblíquo

 

Reconstituição de poema de Cesário Verde, dados apenas os versos em recortes (aqui, põe-se o texto já reconstituído):

 

De tarde

 

Naquele pic-nic de burguesas,

Houve uma coisa simplesmente bela,

E que, sem ter história nem grandezas,

Em todo o caso dava uma aguarela.

 

Foi quando tu, descendo do burrico,

Foste colher, sem imposturas tolas,

A um granzoal azul de grão-de-bico

Um ramalhete rubro de papoulas.

 

Pouco depois, em cima duns penhascos,

Nós acampámos, inda o sol se via;

E houve talhadas de melão, damascos,

E pão-de-ló molhado em malvasia.

 

Mas, todo púrpuro a sair da renda

Dos teus dois seios como duas rolas,

Era o supremo encanto da merenda

O ramalhete rubro das papoulas!

 

Procurei fazer uma análise do poema de Cesário Verde que estiveste a reconstituir, «De tarde», seguindo estas linhas de sentido (aconselhadas no manual Antologia. 11.º ano, Lisboa, Lisboa Editora, 2004): relação título-texto; sugestão de uma «aguarela» (notações cromáticas, pormenores figurativos); estrutura narrativa (espaço, tempo, ação, personagens); função do sujeito poético enquanto observador/relator; marcas de erotismo; valor simbólico de «o ramalhete rubro de papoulas»; relevância expressiva de alguns aspetos formais e recursos estilísticos.

Completa a minha resposta, sabendo que as lacunas correspondem sempre a expressões a transcrever do próprio poema.

Logo o título, «________», que é um modificador temporal, remete para um momento, uma coisa «__________», que merecia ser registado numa «____________», apesar de aparentemente irrelevante.

Poderíamos dizer que o momento em causa era susceptível de ser fixado numa polaroid (se no século XX) ou numa imagem em instagram (atualmente), mas a pintura coaduna-se bem com as várias referências cromáticas: o «granzoal _______», o «ramalhete _______» ou, quando sai da renda, «_____». Quanto ao sol a pôr-se («__________»), é uma notação de ordem visual e mais um elemento que aproxima o poema das pinturas impressionistas (vem à lembrança, por exemplo, o quadro «Déjeuner sur l’herbe», de Edouard Manet). Além das cores, há pormenores figurativos: o rendilhado do decote por onde saem «_______» (com que se comparam os «________»).

Nem só o sentido da visão é convocado, outros sentidos estão presentes: o olfato e o gosto, a propósito das «_________________», dos «___________», do «________» embebido em vinho doce; e não será forçado vermos algo de táctil na alusão às «________» que saem do decote da rapariga.

Muito característica do poema (e de Cesário Verde) é a sua narratividade. O poeta parece ser um observador que faz parte do grupo (vejam-se os deíticos pessoais «__», «__», o demonstrativo «[n]____» e o possessivo «___»). Relata um episódio cuja protagonista é uma rapariga (uma burguesa?) capaz de colher ramalhetes de papoulas «____________». As ações estão demarcadas em função dos espaços («a ______________», «em ________») e do tempo («___________», «___»).

A última quadra (não, não é um soneto: são quatro quartetos) apresenta-nos o sujeito poético (o «narrador») embevecido com o supremo encanto do «________» (e não é interessante o uso do estrangeirismo?). Esse primeiro plano da câmara termina com o verso «____________», que quase repete o v. 8 («__________»). Os artigos definidos no último verso do poema («____», em vez do indefinido «_____», que estava no v. 8; e «[d]___», em vez da preposição simples «____») mostram que a observação se foi aproximando e que o ramalhete de que se fala já é inconfundível. A outra diferença entre os versos é o v. 16 terminar com um _________.

E, se atentarmos no som, perceberemos que há nesse verso uma aliteração [cfr. p. 348], conseguida pela repetição da consoante «___». (Já na segunda estrofe havia uma figura fónica idêntica, entre a assonância [cfr. p. 348] e a aliteração, no verso «__________________», em que predominavam as vogais nasais e a consoante z.)

Acerca da quadra final é ainda preciso referir que a alteração da ordem natural da frase, um hipérbato [cfr. p. 347], faz que o último verso seja o sintagma nominal que se pretende destacar («______________»). Por outro lado, por marcar uma oposição, uma reorientação, a conjunção adversativa «____» valoriza o que depois será o foco da quadra.

Também o tempo verbal usado nesta quarta estrofe, o imperfeito do indicativo («___»), marca a perenidade daquela visão singular, por contraste com o incidente, efémero, que era a merenda de burguesas (a que convinha o perfeito do indicativo: «houve», «foi», «______», «___________», «________»).



Escreve, em prosa, sobre um momento que devesse ficar fixado (realçado dentro de um incidente que tudo destinasse ao esquecimento). Só as partes que dou seguem o modelo de Cesário (em «De tarde»). No resto, apenas aconselho que a descrição seja bastante sensorial e que se evite estilo brincalhão ou irónico.

............................... {sintagma preposicional, como é  De tarde}

Naquele/a ............, houve uma coisa simplesmente bela. Foi quando ........

TPC — (1) Se necessário, consulta páginas sobre orações (coordenação e subordinação), em Gaveta de Nuvens (aqui). (2) Escreve o texto cuja folha foi agora distribuída (descrição, bastante sensorial, suscetível de recordar um momento especial destacado de um episódio banal, segundo o modelo de «De tarde», embora em prosa). // Escreve, em prosa, sobre um momento que devesse ficar fixado (realçado dentro de um incidente que tudo destinasse ao esquecimento). Só as partes que dou seguem o modelo de Cesário (em «De tarde»). No resto, apenas aconselho que a descrição seja bastante sensorial e que se evite estilo brincalhão ou irónico. // ............. {sintagma preposicional, como é  De tarde} // Naquele/a ................., houve uma coisa simplesmente bela. Foi quando ...............


 

Aula 99-100 (17, 18/abr) [Esta aula é privativa das turmas 3.ª e 6.ª, as únicas que não tiveram sessões a menos nesta semana] Na p. 232 do manual, o curto texto expositivo dentro de uma esquadrilha, de Arnaldo Saraiva, distingue cartoons e caricaturas. Depois de perceberes o essencial dessa distinção, sintetiza a diferença entre os dois termos, aproveitando os casos da caricatura de Eça por António (também na p. 232) e do cartoon da autoria de António Jorge Gonçalves que figure no Inimigo Público que te tenha calhado (na coluna «Toon», na última página).

...............

...............

Na secção de entrevistas (melhor, de inquéritos de rua) do Inimigo Público, no pé da última página, há com certeza, entre as personagens aí ficticiamente inquiridas, tipos sociais (ou sócio-psicológicos) que se pretende caricaturar.

Diz quais são os quatro tipos aí aproveitados (nota que não é a definição que figura no jornal mas o que consigamos perceber pelo conjunto de nome, retrato, respostas dadas e até, no caso de pessoas reais, por conhecimento prévio nosso):

nome da personagem
tipo social (ou psicológico) que se quer caricaturar
 
 
 
 
 
 
 
 

 

Consegues lembrar, de Os Maias, algumas personagens que penses poderem corresponder a tipos que Eça quisesse deixar representados? (Se ainda não conheces o suficiente da obra em causa, não preenchas a tabela seguinte e passa já à última pergunta desta página.)

nome da personagem de Os Maias
tipo social (ou psicológico) que se quer representar
 
 
 
 
 
 
 
 

 

Entre as várias notícias do exemplar do Inimigo Público, escolhe uma que possa corresponder sobretudo às características elencadas para «caricatura» e outra que cumpra sobretudo os objetivos de um «cartoon» (nota que se trata de interpretação muito lata dos dois conceitos, mais concebidos para imagens do que para textos).

título de notícia exemplificativa de características de caricatura
 
título de notícia exemplificativa de características de cartoon
 

 

Promovido pela Associação de estudantes, e apoiado pela Direção, está aberto até dia 20 um concurso para a eleição de letra e/ou música do hino da escola (creio que do agrupamento de escolas — e não apenas da ESJGF). Segundo o regulamento afixado no vidro da AE, a letra deve ser entregue em manuscrito (ou querem dizer «em papel»?) e a melodia, digitalmente. Podem concorrer parcerias.

Para a métrica de um hino podemos escolher versos redondilhos maiores (heptassílabos). Por exemplo, o hino português parece-me ter como base o heptassílabo («He|róis| do| mar|, no|bre| po|vo). No entanto, em função da melodia, até podem os versos não terem métrica sempre igual: «Sou do Benfica / E isso me envaidece / Tenho a genica / Que a qualquer engrandece / Sou de um clube lutador / Que na luta com fervor / Nunca encontrou rival / Neste nosso Portugal. // [Refrão] Ser Benfiquista / É ter na alma a chama imensa / Que nos conquista / E leva à palma a luz intensa / Do sol que lá no céu / Risonho vem beijar / Com orgulho muito seu / As camisolas berrantes / Que nos campos a vibrar / São papoilas saltitantes». Nos hinos que vi, a rima era sobretudo cruzada.

Começa uma possível letra concorrente a este concurso.

TPC — (Cfr. o que já está na aula anterior [Escreve, ou conclui, texto cuja folha foi agora distribuída (descrição, bastante sensorial, suscetível de recordar um momento especial destacado de um episódio banal, segundo o modelo de «De tarde», embora em prosa)].)

 


Aula 101-102 (22, 23/abr) Este questionário deve ser resolvido sem consultas (a livros, a colegas, a mim). Respeita a um terço de Os Maias, pouco mais do que a meia-dúzia de capítulos iniciais.




Não respondas ao calhas (encaro aliás pontuar negativamente respostas erradas demasiado estapafúrdias). Se não leste nada de Os Maias, prefiro que entregues a folha em branco, só com o teu nome. E sugiro que, por estes dias,  comeces rapidamente a dedicar-te ao livro.



 


Segundo a ordem cronológica dos acontecimentos (que não é, obrigatoriamente, a do livro), a série correta é

a) Ramalhete, Benfica, Santa Olávia.

b) Santa Olávia, Benfica, Ramalhete.

c) Benfica, Ramalhete, Santa Olávia.

d) Benfica, Santa Olávia, Ramalhete.

 

A série de espaços ‘Vila Balzac, Ramalhete, Paços de Celas’ pode corresponder, pela mesma ordem, à série de personagens

a) Maria Monforte, Pedro da Maia, Carlos.

b) Raquel Cohen, Afonso, Carlos.

c) João da Ega, Maria Eduarda, Alencar.

d) Tancredo, Carlos da Maia, João da Ega.

 

A série de espaços ‘Santa Olávia, Paris, Rossio’ pode corresponder, pela mesma ordem, à série de personagens

a) Carlos da Maia, Pedro da Maia, Maria Eduarda Runa.

b) Brown, Maria Eduarda, Carlos da Maia.

c) Eusébio, Maria Monforte, Mãe de Ega.

d) Carlos da Maia, Eusébio, João da Ega.

 

A série de espaços ‘Arroios, Santa Olávia, Celorico’ pode corresponder, pela mesma ordem, a

a) Maria Monforte, João da Ega, Eusebiozinho.

b) Pedro da Maia, Afonso da Maia, João da Ega.

c) Maria Eduarda, Carlos da Maia, Alencar.

d) Tancredo, Teresinha, Carlos da Maia.

 

À série ‘Jacob Cohen, Taveira, Vilaça’ correspondem as profissões

a) banqueiro, procurador, funcionário público.

b) banqueiro, funcionário público, procurador.

c) ministro, maestro, procurador.

d) ministro, maestro, funcionário público.

 

A alínea que tem alcunhas ou hipocrísticos que não são mencionados nos Maias é

a) Negreira, Pedrinho, Silveirinha.

b) Barbatanas, Eusebiozinho, Teresinha.

c) Alemão, Bá, Toureiro.

d) Tista, Alencar d’Alenquer, Fuas.

 

O «papá Monforte» era

a) pai de Pedro da Maia.

b) tio de Pedro da Maia.

c) pai de Eduarda Runa.

d) sogro de Pedro da Maia.

 

O Padre Vasques está para Pedro como Brown está para

a) Ega.

b) Carlos.

c) Afonso.

d) Maria Eduarda.

 

O Reverendo Bonifácio era

a) Bonifácio Silva.

b) um gato.

c) um padre.

d) Bonifácio de Souselas.

 

«Gouvarinhar» significa

a) estar com a condessa.

b) ir a casa dos Gouveia.

c) jogar uíste.

d) discutir o «excremento».

 

Quem conhecera bem Pedro da Maia fora

a) João da Ega.

b) Dâmaso Salcede.

c) Tomás de Alencar.

d) Jacob Cohen.

 

Os Paços de Celas eram

a) a quinta de Santa Olávia.

b) a residência de Carlos em Coimbra.

c) o Ramalhete.

d) a casa de Benfica.

 

Charlie era filho dos

a) Cohen.

b) Gouvarinho.

c) Silveiras.

d) Castro Gomes.

 

A fala que não foi proferida por Ega é

a) — Bem. Venho-te impingir prosa... Um bocado do «Átomo»... Senta-te aí. Ouve lá.

b) — Vai-te daí, Mefistófeles de Celorico!

c) — Bem-vindo, meu príncipe, ao humilde tugúrio do filósofo!

d) — Terça-feira vou-te buscar ao Ramalhete, e vamo-nos «gouvarinhar».

 

A fala que não foi proferida por Alencar é

a) — E deixemo-nos já de excelências! que eu vi-te nascer, meu rapaz! Trouxe-te muito ao colo. Sujaste-me muita calça.

b) — O Ega não entende nada. Mesmo em Lisboa, não se pode chamar ao que eu tenho uma coleção. É um bricabraque de acaso... De que, de resto, me vou desfazer!

c) — Rapazes, não se mencione o «excremento».

d) — Caramba, filhos, sinto uma luz cá dentro!

 

A fala que não foi proferida por Carlos é

a) — Não inspira nenhum respeito pela minha ciência... Eu estou com ideias de alterar tudo, pôr aqui um crocodilo empalhado, corujas, retortas, um esqueleto, pilhas de in-fólios...

b) — Sem contar que o pequeno está muito atrasado. A não ser um bocado de inglês, não sabe nada... Não tem prenda nenhuma!

c) — Passando a outro assunto, Baptista. Vamos a saber, há quanto tempo não escrevo eu a Madame Rughel?

d) — John, onde estás tu?

 

A fala que não foi proferida por Dâmaso é

a) — Que te parece? Chique a valer!...

b) — Vim aqui há quinze dias, no «Orenoque». Vim de Paris... Que eu em podendo é lá que me pilham. Esta gente conheci-a em Bordéus.

c) — Olha quem aqui me aparece! A Susana! A minha Susana!

d) — Tinha-me esquecido dizer-te, vou publicar o meu livro.

 

O trecho que não pertence a Os Maias é

a) Mas o menino, molengão e tristinho, não se descolava das saias da titi: teve ela de o pôr de pé, ampará-lo, para que o tenro prodígio não aluísse sobre as perninhas flácidas.

b) Ocupava-se então mais do laboratório, que decidira instalar no armazém às Necessidades.

c) — Nada mach!... Você hoje ‘stá têrrívêl! — dizia o diplomata, no seu português fluente, mas de acento bárbaro.

d) — Vá beijando sempre — disse-me o prudente historiógrafo dos Herodes — Não se lhe pega nada, e agrada à senhora sua tia.

 

O trecho que não pertence a Os Maias é

a) Qual clássicos! O primeiro dever do homem é viver... E para isso é necessário ser são, e ser forte. Toda a educação sensata consiste nisto: criar a saúde, a força e os seus hábitos, desenvolver exclusivamente o animal, armá-lo de uma grande superioridade física.

b) Quando sentia na casa a voz das rezas, fugia, ia para o fundo da quinta, sob as trepadeiras do mirante, ler o seu Voltaire: ou então partia a desabafar com o seu velho amigo, o coronel Sequeira, que vivia numa quinta a Queluz.

c) Sempre fora invejosa; com a idade aquele sentimento exagerou-se de um modo áspero. Invejava tudo na casa: as sobremesas que os amos comiam, a roupa branca que vestiam.

d) Um desastre estúpido!... Ao saltar um barranco, a espingarda disparara-se-lhe, e a carga, zás, vai cravar-se no napolitano!

 

O trecho que não pertence a Os Maias é

a) Chegara ao fim da Rua do Alecrim quando viu o conde de Steinbroken, que se dirigia ao Aterro, a pé, seguido da sua vitória a passo.

b) — Estas bestas! Estas bestas destes jornalistas! Leste? «Lágrimas em todos os olhos da numerosa e estimável colónia hebraica!». Faz cair a coisa em ridículo...

c) À porta da cozinha, sacudindo um sobrescrito já amarrotado, Gonçalo ralhava com a Rosa cozinheira.

d) — Então que lhe ensinava você, abade, se eu lhe entregasse o rapaz?

 

Como outros poemas de Cesário Verde, «Num bairro moderno» (pp. 293-294) apresenta características narrativas (é possível identificar espaço, tempo, figuras intervenientes e suas ações). Não é difícil, por isso, conceber sínteses para cada uma das estrofes, como se se tratasse de texto em prosa narrativa.

Em cada trecho a seguir, há uma lacuna a preencher e um segmento a riscar.

 

vv. 1-5                       Naquele bairro moderno por onde passa, às dez horas, chamam a atenção do sujeito poético os efeitos causados pelas incidências da ___. Um pedaço da brita do macadame entra-lhe numa vista, cegando-o.

6-10               Dentro das _____, ressacados ainda das noitadas no Aterro, os residentes só agora começam a despertar.

11-15               Um pouco invejoso da vida burguesa que adivinhava naquela rua, o poeta — que não está de extraordinária saúde — ia a caminho do ______, sem pressas, já que queria irritar o patrão.

16-20             Atentou então numa vendedeira, humilde, que pousara a sua cesta numa _____, ficando a jogar xadrez (com peças de mármore).

21-25              Olhou-a, salientando no retrato da rapariga o ar popular, a lingerie sofisticada, a fealdade, o ______ em desalinho.

26-30             Viu-a também à conversa com um ______, que a assediava com proposta indecente, oferecendo-lhe apenas uma moeda.

31-35              Perante os vegetais, iluminados pelo ______, o «eu» do poema propõe-se imaginá-los transfigurados num belo corpo humano, que depois canibalizaria.

36-40                        Repara também no movimento que o bairro começa a ter. Nota ainda as diversas sensações (________, auditivas, visuais) que impregam o ambiente. Rapazes, na brincadeira, tocam às campainhas.

41-45             Como antes prometera, o sujeito poético vê nos vegetais transportados pela rapariga elementos antropomórficos: na _____, uma cabeça; nuns repolhos, seios; num ananás, um umbigo.

46-50                        Identifica as azeitonas com tranças; os _____, com ossos; as uvas, com olhos; os kunamis, com esternocleidomastóideos.

51-55              Certos frutos lembram-lhe colos, ombros, _____, uma cara. Num cheiroso melão que está entre as hortaliças, vê uma barriga e uma orelha.

56-60                        Nos legumes, carnes tentadoras; nas cenouras, _____; nos tomates, corações; na ginja, ketchup a imitar sangue.

61-65             Entretanto, a rapariga, não esperando mais clientela, pede ao poeta que a _________, no sentido de pôr a canastra das sardinhas à cabeça.

66-70             Afável, ele apoia-a e conseguem ______ aquele enorme peso (cinco toneladas), dada a excelente musculatura de ambos.

71-75              O ______ da regateira (acompanhado de generosa gorjeta) revigorou o poeta.

76-80             Enquanto a rapariga se afasta, sob o calor de _____, o sujeito poético pode reparar na sua magreza e palidez. Gostou também das maçãs sem til.

81-85             E apercebe-se do ambiente ao redor: uma criança rega uma _______ (e esta ação sugere uma comparação poética). Benfiquistas queixavam-se de um árbitro.

86-90                        Ao mesmo tempo que sente os cheiros vindos da giga, chegam-lhe outros motivos sensoriais (som de chilreios de _______ e do bulício das criadas, cor dos raios de sol, gosto de hambúrgueres H3).

91-95             E logo se foca, de novo, na rapariga, observando a sua energia, realçada até pela aparente fragilidade física (por sua vez, contrastante com as ______ repolhudas). É uma «desgraça alegre» que entusiasma o poeta, que se desfaz em lágrimas.

96-100          Regressa então às fantasias inspiradas na visão dos vegetais: umas abóboras lembram-lhe as pernas de um ______, um halterofilista arménio desclassificado por doping.

 

Resolve as seguintes perguntas da p. 295:

5.        a. ____; b. ____; c. ____; d. ____; e. ____.

6.        _____.

 

E esta da p. 296:

9.1      _____________

9.2      _____________

9.3      _____________

 

Comentário (ou início do...) pedido no ponto 1 [oralidade] da p. 296.

.....

TPC — Redige comentário pedido em 1/oralidade, na p. 296.


 

Aula 103-104 (24, 29/abr, 2/mai) Lê a crónica de Ferreira Fernandes na p. 313. Depois, com caneta e riscando muito, responde a estas perguntas.


Comenta o título, «Crónica de um moderno homem culto».


.....


«Nada como um argumento de autoridade internética» (37-38), para estragar um serão. Explica.


.....


Qual é a moralidade, a lição, a que esta crónica pretende chegar (e que estará bastante sintetizada no último parágrafo)? Não deixes de referir como o episódio contado ilustra essa defesa.


.....

Lê o poema de Cesário em foco na crónica de Ferreira Fernandes, «Lúbrica» (p. 314).

Sintetiza o seu conteúdo.

.....





No sketch «Acho que faleceu», interessa apenas o título. Repara que tem dois verbos (______ e ________). Portanto, é provável que a frase seja _____ e tenha precisamente ___ orações.

Os sujeitos de cada uma das orações são ambos subentendidos: ____ (correspondente a «acho») e ______ (correspondente a «faleceu»).

Convém perceber que, nesta frase, uma das orações serve de complemento directo à outra. Assim, a oração «________» tem como objecto directo a oração «que _______». Esta oração, que serve de complemento directo à sua subordinante, designa-se «subordinada _________ completiva». A palavra que a introduz («que») é uma ________ subordinativa completiva. Em conclusão:

      Acho | que faleceu.

Subordinante | Subordinada substantiva completiva

Experimentemos substituir a oração subordinada por um complemento directo que não seja uma oração — portanto, por um simples nome, pronome, nome e adjectivo, etc.:

Acho - o

            |Objecto directo

P r e d i c a d o

Vejamos uma oração completiva introduzida pela conjunção (subordinativa completiva) «se»:

Perguntei | se falecera.

Subordinante | Subordinada substantiva completiva

O complemento directo de «Perguntei» é «______».

Estas particulares subordinadas completivas — as que servem de complemento a verbos como «perguntar», «ignorar», «saber» — designavam-se também, tradicionalmente, «interrogativas indirectas».



Depois de termos visto as orações adjetivas e as orações substantivas, veremos agora as orações subordinadas adverbiais (cfr. pp. 330-331).

As subordinadas adverbiais desempenham funções sintáticas de modificadores (do grupo verbal — causais, finais e temporais — ou da frase — condicionais e concessivas).

Nos cinco períodos a seguir, temos frases simples e frases complexas. Todas elas têm um modificador (que, neste caso, exprime causa), mas, por vezes, essa função é desempenhada por uma oração (uma subordinada adverbial causal).

1. A sua tia faleceu devido a uma condição rara.

2. A sua tia faleceu por um motivo bastante prosaico.

3. A sua tia faleceu por causa de um duende no peito.

4. A sua tia faleceu porque repetia muitas vezes a palavra «pinhal».

5. Como tinha um duende no peito, a sua tia faleceu.

Distingue as frases complexas e as simples (o número de verbos é o indicador óbvio):

Têm duas orações as frases n.º ____ e n.º ____, que são também as que têm dois predicados (cujas formas verbais são: ________ e ________; _______ e _______). São, portanto, frases _________. Ao contrário, são frases simples as n.º ___, n.º ___ e n.º ___, cada uma com uma única oração (tradicionalmente: oração absoluta).

Em cada uma das duas frases complexas há uma oração subordinante e outra subordinada. Sublinha as orações subordinantes (as que poderiam aparecer sozinhas) e circunda as subordinadas (já fui dizendo que, neste caso, são subordinadas adverbiais causais). As palavras que introduzem essas orações («porque» e «______») são conjunções subordinativas causais.

Regressemos às frases simples. Nelas, há um sujeito («_______») e um predicado, incluindo-se aí o modificador do grupo verbal (respectivamente: «devido a uma condição rara», «________» e «_______»).

Podemos reescrever as frases, substituindo os modificadores não oracionais por orações [completa 2’ e 3’] (e vice versa [completa 5’]):

1’. A sua tia faleceu | porque se deu uma condição rara.

2’. A sua tia faleceu | ___________________.

3’. A sua tia faleceu | visto que ___________.

4’. A sua tia faleceu por causa da repetição da palavra «pinhal».

5’. _________, a sua tia faleceu.

Quando a oração subordinada adverbial precede a subordinante ou fica intercalada, deve ser isolada por vírgulas (se estiver depois da subordinante, é aceitável que não se ponha vírgula, embora, por mim, ainda prefira ir pondo vírgula também). A posição da subordinada causal relativamente à subordinante costuma poder alterar-se (mas, por exemplo, no caso da frase 5 — com «como» —, a subordinada tem de estar antes da subordinante). Nota ainda que «A sua tia faleceu derivado a complicações» é uma frase simples, em que «derivado a complicações» é o ______. No entanto, a expressão «derivado a» não é correcta (o que se deve dizer é: «devido a»).

Nos três períodos que se seguem (6-8), temos exemplos de frases com orações subordinadas adverbiais causais não finitas (infinitiva, gerundiva, participial). Distribui estas últimas designações por cada uma das orações sublinhadas.

6. Por ter um duente no peito, a sua tia faleceu. / ______

7. Tendo um duende no peito, a sua tia faleceu. / _____

8. Alojado o duende no peito, a sua tia faleceu. / _____



TPC — Ir entregando tarefa sobre Os Maias. // [Só para 11.º 9.ª e 11.º 4.ª:] Faz ponto 1/escrita da p. 315, embora em menos palavras do que as aí pedidas.


 


Aula 105-106 (30/abr, 2/mai; [nas turmas 4.ª e 9.ª esta aula será diluída em outras]) Correção de questionário sobre Os Maias. (cfr. Apresentação).


Na p. 316, mesmo antes de ouvires os poemas A e B, vai relanceando ambos os textos e resolvendo os pontos 1.1 e 1.2.


1.1: _______________; 1.2: _________________


 


Resolve o ponto 1.1, no cimo da p. 317:


.........

Na mesma p. 317, resolve 3 (se precisares da definição de «apóstrofe», vai à p. 348):

_____________________

Ainda na p. 317, respondendo abreviadamente a 4, identifica o poema (A ou B) a que se reportam as afirmações:

a. ___; b. ___; c. ___; d. ___; e. ___; f. ___

 



Classifica as orações presentes nestas frases de «Seminaristas falam de raparigas» (e de «Gajos que tentam adivinhar»). Pode ser útil teres o livro aberto nas pp. 330-331 e 329.

 


Lá fora há raparigas

que fazem trinta por uma linha.

Subordinante

Subordinada adjetiva ______

 


Não sei

se isso é verdade.

______

_____________

 


Foi-me dito por malta

que conhece o mundo.

________

____________

 


Se tiveres lábia,

dás-lhes a volta.

Subordinada ________ condicional

______

 


Dava-te a mão,

até ficares com a palma toda suada.

Subordinante

Subordinada adverbial ________

 


Para comentar isto,

não me contactem.

Subordinada adverbial ______

_________

 


O gajo diz-me

que há raparigas

que fazem trinta por uma linha.

_______

Subordinada _______

Subordinante

 

________

 


Se tiveres lábia,

dás-lhes a volta

e estão ali contigo de mão dada!

Subordinada adverbial con-dicional

__________

Coordenada

 

Coordenada ______

 

No sketch «Gajos que tentam adivinhar» há uma personagem que completa frases que o interlocutor começara. As expressões que o indivíduo impaciente vai tentando adivinhar têm a mesma função sintática que as expressões certas. Classifica cada uma das alíneas, usando uma destas funções sintáticas:

predicado

complemento oblíquo

predicativo do sujeito

predicativo do complemento direto

modificador do grupo verbal

Falar-te-ei

sobre o André

sobre o primeiro-ministro

sobre o último disco da Shakira

sobre o almanaque Borda d'Água

sobre o Meireles

_______________

 

É

simpático

amarelo         

muito aberto a novas experiências

muito amigo do Rodolfo

acintoso

_______________

 

Entra

em salas de cinema

em contradições

em auto-estradas

em discussões

_______________

 

Faz-me sentir

sportinguista

roxo

apertado naquelas calças justas

mal

________________

 

O que é que tu / eu

estou a fazer aqui

comi ao pequeno-almoço

quero de presente de anos

achas

________________

 

Que achas

a propósito da Magda

a propósito do alargamento da União Europeia

a propósito da falta de consistência da defesa da selecção

a propósito da maneira de ser do Meireles

_______________

Ruby (comentada):

 


Livro escrito dentro do filme Ruby Sparks

«Contrariedades», «De tarde», «Num bairro moderno»

Autor

Calvin (que é também personagem do filme)

Cesário Verde

Narrador / Sujeito poético

Narrador heterodiegético (__ pessoa). Creio que omnisciente e, se bem me lembro, ocasionalmente com focalização interna na personagem Calvin (e, por essa via, indiretamente, talvez próximo do autor).

Sujeito poético (1.ª pessoa), com aparentes semelhanças com _____ (contratempos com publicação dos seus versos, doença, deambulações por Lisboa); mas talvez também dissemelhanças (não sei se veríamos Cesário Verde num piquenique como o que relata o «eu» de «De tarde»; e o emprego a que se alude em «Num bairro moderno» não parece ser o da casa de ferragens da família).

Protagonistas/Figuras/Personagens

Calvin (______ que parece inspirada na realidade, isto é, no autor, que aliás promete alterar-lhe o nome, para desfazer essa identidade) e Ruby (que não resulta de inspiração em alguém real preexistente, mas, ao contrário, vem criar uma nova pessoa na realidade exterior à narrativa).

Engomadeira, Burguesa (o «tu» de «De tarde»), ____ podem decorrer de inspiração na realidade observada pelo escritor no seu quotidiano real, mas não temos a certeza disso.

Retornos/Feed-back/Reflexos

Autor pode conformar a intriga da narrativa que cria e, portanto, também a caracterização da protagonista. Só que, neste caso, como a personagem Ruby invade a realidade exterior ao romance, o autor molda também a própria vida, na medida em que interage, na vida real, com o reflexo da Ruby ficcionada. Resume a situação o _____ «mentalcesto», amálgama de «mental(idade)» + «incesto».

À medida que descreve as mulheres que observa — do povo ou, eventualmente, da pequena burguesia —, o sujeito poético fica influenciado por essas visões, que nele se refletem. Esses retratos de mulheres pacificam-no («Contrariedades»), ______ («Num bairro moderno»), embevecem-no («De tarde»).

 

TPC — Faz ponto 1/escrita da p. 315, ainda que em menos palavras do que as aí pedidas.


 


Aula 107-108 (6, 7/mai)


De verão


I


No campo; eu acho nele a musa que me anima:

A claridade, a robustez, a ação.

Esta manhã, saí com minha prima,

Em quem eu noto a mais sincera estima

E a mais completa e séria educação.

 

II

Criança encantadora! Eu mal esboço o quadro

Da lírica excursão, de intimidade.

Não pinto a velha ermida com seu adro;

Sei só desenho de compasso e esquadro,

Respiro indústria, paz, salubridade.

 

III

Andam cantando aos bois; vamos cortando as leiras;

E tu dizias: «Fumas? E as fagulhas?

Apaga o teu cachimbo junto às eiras;

Colhe-me uns brincos rubros nas ginjeiras!

Quanto me alegra a calma das debulhas!»

 

IV

E perguntavas sobre os últimos inventos

Agrícolas. Que aldeias tão lavadas!

Bons ares! Boa luz! Bons alimentos!

Olha: Os saloios vivos, corpulentos,

Como nos fazem grandes barretadas!

 

V

Voltemos! No ribeiro abundam as ramagens

Dos olivais escuros. Onde irás?

Regressam os rebanhos das pastagens;

Ondeiam milhos, nuvens e miragens,

E, silencioso, eu fico para trás.

 

VI

Numa colina brilha um lugar caiado.

Belo! E, arrimada ao cabo da sombrinha,

Com teu chapéu de palha, desabado,

Tu continuas na azinhaga; ao lado,

Verdeja, vicejante, a nossa vinha.

 

VII

Nisto, parando, como alguém que se analisa,

Sem desprender do chão teus olhos castos,

Tu começaste, harmónica, indecisa,

A arregaçar a chita, alegre e lisa,

Da tua cauda um poucochinho a rastos.

 

VIII

Espreitam-te, por cima, as frestas dos celeiros;

O sol abrasa as terras já ceifadas,

E alvejam-te, na sombra dos pinheiros,

Sobre os teus pés decentes, verdadeiros,

As saias curtas, frescas, engomadas.

 

IX

E, como quem saltasse, extravagantemente,

Um rego de água sem se enxovalhar,

Tu, a austera, a gentil, a inteligente,

Depois de bem composta, deste à frente

Uma pernada cómica, vulgar!

 

X

Exótica! E cheguei-me ao pé de ti. Que vejo!

No atalho enxuto, e branco das espigas

Caídas das carradas no salmejo,

Esguio e a negrejar em um cortejo,

Destaca-se um carreiro de formigas.

 

XI

Elas, em sociedade, espertas, diligentes.

Na natureza trémula de sede,

Arrastam bichos, uvas e sementes

E atulham, por instinto, previdentes,

Seus antros quase ocultos na parede.

 

XII

E eu desatei a rir como qualquer macaco!

«Tu não as esmagares contra o solo!»

E ria-me, eu ocioso, inútil, fraco,

Eu de jasmim na casa do casaco

E de óculo deitado a tiracolo!

 

XIII

«As ladras da colheita! Eu, se trouxesse agora

Um sublimado corrosivo, uns pós

De solimão, eu, sem maior demora,

Envenená-las-ia! Tu, por ora,

Preferes o romântico ao feroz.

 

XIV

Que compaixão! Julgava até que matarias

Esses insetos importunos! Basta.

Merecem-te espantosas simpatias?

Eu felicito suas senhorias,

Que honraste com um pulo de ginasta!»

 

XV

E enfim calei-me. Os teus cabelos muito loiros

Luziam, com doçura, honestamente;

De longe o trigo em monte, e os calcadoiros,

Lembravam-me fusões de imensos oiros,

E o mar um prado verde e florescente.

 

XVI

Vibravam, na campina, as chocas da manada;

Vinham uns carros a gemer no outeiro,

E finalmente, enérgica, zangada,

Tu, inda assim bastante envergonhada,

Volveste-me, apontando o formigueiro:

 

XVII

«Não me incomode, não, com ditos detestáveis!

Não seja simplesmente um zombador!

Estas mineiras negras, incansáveis,

São mais economistas, mais notáveis,

E mais trabalhadoras que o senhor!»

Cesário Verde, O Livro de Cesário Verde, 1887

 

Para as estrofes de «De Verão», de Cesário Verde, dar-te-ei hipóteses de títulos, frases alusivas, meras observações a aspetos de ordem estilística. Escolhe a melhor dessas quatro opções (relativas a cada uma das quintilhas I a XVII):

 

I

a) A minha prima inspira-me!

b) A musa da poesia inspira-me!

c) Gosto da irreverência da priminha.

d) A luz do campo inspira-me!

 

II

a) Prefere a cidade, industrial, ao campo, envelhecido.

b) Detestável prima!

c) Não conseguirá dar notícia de tudo o que se passou.

d) O poeta está doente.

 

III

a) Que seca!

b) É perigoso fumar junto às eiras.

c) A observação do trabalho dos outros é já por si cansativa.

d) Está-se bem no campo!

 

IV

a) Rudes mas delicados, os saloios.

b) A agricultura está demasiado industrializada.

c) No campo, todos são muito lavados.

d) Os saloios são uns mentirosos.

 

V

a) A prima é demasiado rápida; não a acompanho.

b) A prima entra por um olival.

c) Pôs-se frio.

d) Decide-se o regresso. Estou pensativo.

 

VI

a) Tudo isto me enoja!

b) O poeta (e a prima) são donos de uma vinha.

c) Vá lá, despacha-te!

d) «Verdeja, vicejante, a nossa vinha» contém uma aliteração.

 

VII

a) O poeta entrevê o rabo da prima.

b) A iguana comprada pela prima rasteja.

c) Um instantâneo: a prima ergue um pouco a saia.

d) Afinal, a prima é uma sereia.

 

VIII

a) Vê-se a roupa interior da prima.

b) Há fogo na seara.

c) As mulheres, ao longe, usam saias curtas, brancas, engomadas.

d) Uma minissaia (que desconcentra o poeta).

 

IX

a) És muito séria, pois, mas dás as tuas pernadas, não é?!

b) Uma pernada cósmica!

c) Um momento ordinário.

d) Uma polaroid: a prima a alongar a perna.

 

X

a) As espigas caíram.

b) Salmões.

c) Sem a prima notar, o poeta aproxima-se.

d) Olhando o chão, um pormenor.

 

XI

a) As pessoas da aldeia atulham as casas de animais e sementes.

b) Como são repelentes os bichos!

c) Para uma sociologia das formigas.

d) A sociedade na aldeia.

 

XII

a) O poeta ofereceu um jasmim à prima.

b) O poeta estava deitado.

c) O poeta usava óculos.

d) O poeta usava uma flor.

 

XIII

a) «As ladras da colheita» são as formigas.

b) «As ladras da colheita» são as aldeãs pobres.

c) «As ladras da colheita» são as raparigas que sejam como a prima.

d) «As ladras da colheita» são as aves.

 

XIV

a) A prima tivera o cuidado de não esmagar as formigas.

b) «Suas senhorias» são as espigas.

c) A prima não teve compaixão com os pobres insetos.

d) O poeta deu um pulo de ginasta.

 

XV

a) Aspetos cromáticos.

b) Amuei.

c) Ao longe, o mar.

d) O poeta avistou uma serra, onde havia trigo.

 

XVI

a) Envergonhada por ter calcado as formigas.

b) Genuinamente zangada.

c) Futilidades.

d) Cocó.

 

XVII

a) A prima acha que aquele senhor é realmente preguiçoso.

b) A prima enfurece-se com a falta de compaixão pelos animais revelada pelo poeta.

c) A prima detesta insetos.

d) A prima replica à ironia do poeta também na brincadeira.

 

Já vimos — e voltaremos a ver, por exemplo, quando lermos o longo poema «O sentimento dum ocidental» — como uma das características da poesia de Cesário Verde é o seu caráter «deambulatório»: o sujeito poético é um quase-narrador que vai passeando (pela cidade ou pelo campo) e vai registando as suas impressões de modo bastante objetivo.

Na p. 306, tens o poema «Reportagem», de António Botto» (um poeta já do século XX, da geração de Pessoa), que usa semelhante estratégia.

Depois de leres o texto de Botto, escreve tu um texto em prosa que use também o mesmo método. O sujeito poético, aliás o narrador, vai calcorreando ruas, ou um qualquer espaço, e anota o que vê, o que sente, o pouco que aconteça. Nota que tanto Botto como Cesário concretizam, realisticamente — sem serem vagos —, o que descrevem.

Ruby (couples):

TPC — (Doravante traz sempre a folha com grelhas das Ligas.) Prepara leitura em voz alta de «Lúbrica» (p. 314), «Vaidosa» (p. 316, texto A), «Cinismos» (p. 316, texto B).


 

Aula 109-110 (8, 9/mai) Vai lendo «O tempo n’Os Maias» (p. 246) e completando:

 


Tempo da história (diegese), medido em anos

Tempo do discurso, medido em páginas

décadas do passado de Afonso da Maia e da formação e vida de _____

dois _____ (I-II)

vários anos

 

uma única ____ («Mas esse ano passou, outros anos passaram» [l. 61 da p. 249 do nosso manual]) no início do cap. III

um dia de abril em ___

____ capítulo (III)

_____ anos da vida de Carlos

____ capítulos (IV-XVII)

vários anos (____; regresso de Ega a Lisboa)

três páginas iniciais do capítulo ____ (cfr. elipse nas ll. 1-2 da p. 241 do manual)

_____ de Carlos regressado a Lisboa

quase todo um capítulo (__)

 

Numerando-os de 1 a 6, marca a ordem em que, nos Maias, aparecem no discurso os seguintes segmentos de história:

 


 

1820-1875

 

1875

 

1875-1877

 

1877-1879

 

1879-1887 (embora quase elidido)

 

1887

 

Resolve o ponto 1.1 da p. 247:

a. ___            b. ___            c. ___ d. ___            e. ___            f. ___ g. ___            h. ___

 

Para responderes ao ponto 1.1 de oralidade da p. 244, completa este meu esboço. As expressões a usar nas lacunas estão todas no próprio esquema.

O quadro, que procura interpretar a ___ de Os Maias, tem duas molduras horizontais («___», em cima, e «____», em baixo) que correspondem ao título e ao subtítulo do romance (Os Maias; «Episódios da vida romântica»). Com efeito, são esses os dois objetivos enquadradores do livro: traçar a história de uma família ao longo de várias gerações; mostrar como era a sociedade lisboeta à entrada no último quartel do século XIX.

A intriga desdobra-se em duas histórias passionais, a que o esquema reserva colunas específicas: a intitulada «____» (dedicada às peripécias do ____); e, sob o título «romance», a que diz respeito à relação de ____.

____ é a personagem que aglutina estes dois enredos amorosos, a que assiste (mais do que os vive). Quanto a ____, surge como a personagem que permite a ligação aos diversos episódios de crónica social (entre outros: ___).





Tendo visto o começo do primeiro número — dedicado a Os Maias — da série de documentários Grandes Livros, assinala, à esquerda de cada período, se a afirmação é V(erdadeira) ou F(alsa).

Eça recomendou a Oliveira Martins que, dos Maias, lesse as primeiras cem páginas, alguns episódios (as corridas, a ida a Coimbra, o sarau literário, etc.) e pouco mais.

Mais do que o peso da Igreja, era o peso excessivo do Cristianismo que Eça contestava.

Nas obras de Eça, a influência da educação romântica nota-se ainda mais nos homens do que nas mulheres.

Isabel Pires de Lima concorda que Eça fosse misógino e admite que tratasse mais criticamente as mulheres do que os homens.

Eça de Queirós foi educado pelos avós e viveu sempre entre mulheres.

O pai de Eça era juiz, tendo trabalhado nos processos que envolveram Camilo Castelo Branco.

Eça de Queirós nasceu em Vila do Conde e foi baptizado na Póvoa de Varzim.

Nas obras de Eça há sobretudo famílias (e estruturadas convencionalmente).

Eça chegou a viver no Colégio da Lapa, onde conheceu Ramalho Ortigão, filho do diretor.

Para Eça, o avô Queirós era uma figura tutelar.

Carlos da Maia integra traços de Eça, nomeadamente o seu gosto para a «cavaqueira».

Para Carlos Reis, nos Maias, Eça quer sobretudo contar a saga de uma família nobre.

Na época de Eça, a vida entre as classes burguesas estava condicionada pelo romantismo.

O grupo que se costuma designar «geração de 70» integrava António Feliciano de Castilho.

Bom Senso e Bom Gosto foi um panfleto escrito por Antero de Quental, em reação a Castilho.

Em Coimbra, Eça conviveu com Antero.

A Questão Coimbrã opôs Eça a Antero.

Faziam parte da «geração de 70», entre outros, Eça, Ramalho, Batalha Reis, Antero, Oliveira Martins.

Eça foi o sócio n.º 9 do Grémio Literário, fundado por Garrett.

Eça viajou pelo Egito e pela Palestina, ao serviço do jornal com que colaborava.

Leitura em voz alta de «Lúbrica», «Vaidosa» e «Cinismos» (p. 314-316).

TPC — Prepara leitura em voz alta (expressiva) de «Deslumbramentos» (p. 311), o que supõe, é claro, também a prévia compreensão do poema.


 


Aula 111-112 (13, 14/mai) Correção de questionário sobre «De Verão» (cfr. Apresentação).


Segue-se o poema «A débil», a que retirei a última palavra de quase todos os versos. Deixei a primeira e a última quadra completas. Por elas ficas a saber que em cada estrofe há rima interpolada e emparelhada, num esquema a-b-b-a. Quanto à métrica, por esses oito versos se vê que se trata de decassílabos.


Tentarás colocar nos espaços estas palavras deles retirados. (Ao mais rápido será atribuído um prémio Tia Albertina — aproveito para informar que a aquisição de quinquilharia está em curso, tendo já sido promovidos contactos com diversas lojas chinesas.)

 

devasso / absinto / suspirando / suspeites / monarca / bordado / titulares / turbulento / respeito / esbocetos / loura / miserável / brando / imaculada / patriarca / arborizado / entanto / sossego / ostentação / pisada / quieta / corruptora / sinto / matinais / enfeites / cabeça / pedestal / fina / peito / braço / saudável / demais / envidraçada / espessa / natural / tanto / casares / grego / batina / nação / pretos / embaraçada / ajuntamento / kelvin / poeta

 

A Débil

Eu, que sou feio, sólido, leal,

A ti, que és bela, frágil, assustada,

Quero estimar-te sempre, recatada

Numa existência honesta, de cristal.

 

Sentado à mesa dum café _______,

Ao avistar-te, há pouco, fraca e ______,

Nesta Babel tão velha e _______,

Tive tenções de oferecer-te o ______.

 

E, quando socorreste um _____,

Eu, que bebia cálices de _____,

Mandei ir a garrafa, porque _____

Que me tornas prestante, bom, _____.

 

«Ela aí vem!» disse eu para os _____;

E pus-me a olhar, vexado e _____,

O teu corpo que pulsa, alegre e ____,

Na frescura dos linhos ____.

 

Via-te pela porta _____;

E invejava, — talvez que não o ____! —

Esse vestido simples, sem ______,

Nessa cintura tenra, _____.

 

Ia passando, a quatro, o _____.

Triste eu saí. Doía-me a _____.

Uma turba ruidosa, negra, ______,

Voltava das exéquias dum _____.

 

Adorável! Tu, muito _____,

Seguias a pensar no teu _____;

Avultava, num largo _____,

Uma estátua de rei num ____.

 

Sorriam, nos seus trens, os ____;

E ao claro sol, guardava-te, no _____,

A tua boa mãe, que te ama ______,

Que não te morrerá sem te ______!

 

Soberbo dia! Impunha-me _____

A limpidez do teu semblante _____;

E uma família, um ninho de _____,

Desejava beijar sobre o teu _____.

 

Com elegância e sem _____,

Atravessavas branca, esbelta e ____,

Uma chusma de padres de ______,

E de altos funcionários da _______.

 

«Mas se a atropela o povo ____!

Se fosse, por acaso, ali ____!»

De repente, paraste _____

Ao pé dum numeroso ____.

 

E eu, que urdia estes fáceis ______,

Julguei ver, com a vista de ____,

Uma pombinha tímida e ______

Num bando ameaçador de corvos ______.

 

E foi, então, que eu, homem varonil,

Quis dedicar-te a minha pobre vida,

A ti, que és ténue, dócil, recolhida,

Eu, que sou hábil, prático, viril.

Cesário Verde, O Livro de Cesário Verde

 

Respondendo à pergunta 1 no cimo da p. 312, reproduz tu apenas mais uma passagem (além da que já está) por cada uma das afirmações (A, B, C, D) no comentário de Ana Maria Amaro:

 


Afirmações no comentário

Um exemplo em «Deslumbramentos»

A. A mulher desejada é altiva, arrogante, desdenhosa, um produto inacessível da artificialidade citadina

«Eu vejo-a com tal solenidade ir impondo toilettes complicadas!...» (vv. 7-8)

_________

B. Contudo, exerce um poder de atração magnético sobre o «eu»

«Em si tudo me atrai como um tesoiro» (9)

__________

C. que a deseja e persegue, numa atitude que roça o masoquismo

«Eu ontem encontrei-a, quando vinha» (17)

__________

D. Estas ameaçadoras mulheres personificam a cidade e o seu poder ameaçador. No caso de «Deslumbramentos», a ameaça está representada, por exemplo, pela associação da figura feminina ao florete, ao frio do metal e à Morte

«como a Moda supérflua e feminina, e tão alta e serena como a Morte!...» (15-16)

___________

 

TPC — (1) Prepara leitura em alta (com prévia compreensão do texto, é claro) de «Cristalizações» (p. 319). (2) [Faz também este escrito — embora o possas trazer só no início da próxima semana:] Tendo como referência sobretudo os dois poemas de que tratámos hoje («Deslumbramentos», «A Débil»), mas também, eventualmente, todos os outros de Cesário «protagonizados» por mulheres, resolve, numa resposta conjunta, os pontos 1.2 da p. 317 e 1 da p. 318. No fundo, vais discorrer sobre retratos de mulher em Cesário, aproveitando o comentário de Inês Dias e, pelo menos, os dois textos que estivemos a ver hoje.


 

Aula 113-114 (15, 16/mai) Na p. 319, vê de novo «Cristalizações», que pedira fosses estudando em casa. Como se trata de poema cujo «eu» é um quase-narrador — e, mais uma vez, em deambulação pela cidade —, é possível fazer sínteses-resumos de cada estrofe. Já o fiz para as primeiras três quintilhas, procede agora do mesmo modo para mais ... delas. Não uses em cada síntese mais do que vinte palavras.

 


Vv.

Resumo-Síntese

1-5

Há muita luz, apesar do frio, enquanto os calceteiros trabalham.

6-10

O frio e o sol convidam ao trabalho. No chão molhado, vê-se a cidade refletida.

11-15

Passam peixeiras enérgicas, a apregoarem. Veem-se barracas pobres e quintalórios.

16-20

 

21-25

 

26-30

 

31-35

 

36-40

 

41-45

 

46-50

 

51-55

 

56-60

 

61-65

 

66-70

 

71-75

 

 

Resolve o ponto 6 (da p. 320):

 


A

B

1

 

2

 

3

 

4

 

5

 

 

Escreve uma resposta para a pergunta 4 (na mesma p. 320):

__________

 



Classifica as orações presentes nestas frases de «Paragem assassina» (série Barbosa). Pode ser útil teres o livro aberto nas pp. 329-331.

 


Zé Tolas, assististe à tragédia

que se verificou aqui, hoje de manhã?

Subordinante

________________

 


A paragem acabou de fugir

e foi naquela direção.

____________

Coordenada ____________

 


A paragem de autocarro estava ali,

fugiu agora mesmo,

foi naquela direção

_______________

______________

____________

 


Acho

que a vi ali.

_____________

________________

 


Tens o direito

a permanecer calada.

Subordinante

Subordinada __________________

 


Enquanto fores suspeita

não abrigarás utentes dos transportes públicos.

Subordinada _________

________________

 


Vamos festejar,

que nós merecemos.

______________

Subordinada adverbial _________

 


Ficavas muito aborrecido

se eu te dissesse

que andava a dormir com a tua mulher?

Subordinante

Subordinada adverbial ______

 

 

Subordinante

_______________

 


Senhores detetives, tenho em meu poder um envelope repleto de informação

que o comprova.

_____________________

___________

 


Não será melhor

interrogarem a testemunha

que ainda ali está?

__________

Subordinada ____________

 

 

Subordinante

Subordinada ___________ relativa restritiva

 

TPC — Prepara leitura em voz alta de «Num bairro moderno» (pp. 293-294). Se ainda não o fizeste hoje, traz o comentário pedido na aula 111-112 (em folha entregue então).

(Ainda aceitarei trabalhos em atraso — gravações diversas, incluindo sobre Os Maias —, até ao início da próxima semana.)


 


Aula 115-116 (20, 21/mai) Este assunto é de gramática mas também respeita ao estilo de Eça de Queirós, já que o discurso indireto livre é uma sua característica muito notória. Para já, passa um trecho de Os Maias que está em discurso direto para discurso indireto:


Discurso direto (p. 248, ll. 15-25)

Discurso indireto

Afonso perguntou ________ para onde _______. Perguntou _______ que ________ e disse que não era só [ou não bastava] chorar.

Num longo esforço Pedro ________ e acrescentou que _____ que ela ______. Disse também que ele saíra de Lisboa na segunda-feira e que, ________ noite, ela partira de casa numa carruagem, com uma maleta, o cofre de joias, uma criada italiana que tinha ______, e a pequena. Pedro relatou depois que Maria ______ à governanta e à ama do filho que ia ter _______ e que elas ________. Exclamou que não poderiam ter dito outra coisa e disse que, quando _____, tinha achado ______ carta.

Sintetizemos as alterações (incluindo também as que não calhou serem necessárias) que decorrem na passagem do discurso direto a discurso indireto:

 


Travessão ou dois pontos (a delimitarem verbo de elocução) dão lugar a conjunção subordinativa completiva

Eg «— respondeu Pedro» > «Pedro respondeu _____ »

Vocativo passa a Complemento indireto

Eg «Pedro» > «_______________»

Trocas de tempo (se o verbo introdutor estiver no Pretérito Perfeito)

Presente > ________________; Perfeito > _________________________; Futuro > Condicional; Imperativo > Conjuntivo

Trocas de pessoa (se o verbo introdutor estiver na 3.ª pessoa)

1.ª, 2.ª > ____

Trocas de deíticos

ontem > na véspera; hoje > naquele dia; amanhã > no dia seguinte; aqui > ___; cá > lá; este/esse > aquele; isto/isso > ______

Acomodações (mas só as imprescindíveis) de eventuais marcas de oralidade

Eg «Não é só chorar...» talvez pudesse ficar «não bastava chorar»

 

Repara agora como ficaria o mesmo passo em Discurso indireto livre:

Mas para onde tinham fugido? Que sabia ele? Não era só chorar...

Pedro não sabia nada. Sabia que ela fugira. Ele saíra de Lisboa na segunda-feira. Nessa mesma noite, ela partira de casa numa carruagem, com uma maleta, o cofre de joias, uma criada italiana que tinha agora, e a pequena. Dissera à governanta e à ama do pequeno que ia ter com ele. Elas tinham estranhado, mas que haviam de dizer?... Quando voltara, achara aquela carta.


No discurso indireto livre, o narrador relata as falas das personagens quase que as reproduzindo literalmente mas sem fronteira com a sua própria voz. Omite-se o verbo introdutor e conservam-se marcas de oralidade (interjeições, pontuação expressiva). Relativamente ao discurso direto, a diferença é que, tal como no discurso indireto comum, no indireto livre os tempos verbais mudam.

Em ‘Pós-leitura’ (p. 251), 1.1, são referidos passos de Os Maias que abordam dois modelos de educação: a de Pedro (romântica) e a de Carlos. Reproduzo aqui os seus trechos iniciais:

[cap. I]

Odiando tudo o que fosse inglês, não consentira que seu filho, o Pedrinho, fosse estudar ao colégio de Richmond. Debalde Afonso lhe provou que era um colégio católico. Não queria: aquele catolicismo sem romarias, sem fogueiras pelo S. João, sem imagens do Senhor dos Passos, sem frades nas ruas — não lhe parecia a religião. A alma do seu Pedrinho não abandonaria ela à heresia; — e para o educar mandou vir de Lisboa o padre Vasques, capelão do conde de Runa.

O Vasques ensinava-lhe as declinações latinas, sobretudo a cartilha: e a face de Afonso da Maia cobria-se de tristeza, quando, ao voltar de alguma caçada ou das ruas de Londres, de entre o forte rumor da vida livre — ouvia no quarto dos estudos a voz dormente do reverendo, perguntando como do fundo de uma treva:

Quantos são os inimigos da alma?

E o pequeno, mais dormente, lá ia murmurando:

— Três. Mundo, Diabo e Carne...

Pobre Pedrinho! Inimigo da sua alma só havia ali o reverendo Vasques, obeso e sórdido, arrotando do fundo da sua poltrona, com o lenço do rapé sobre o joelho...

[cap. III]

Vilaça, sem óculos, um pouco arrepiado, passava a ponta da toalha molhada pelo pescoço, por trás da orelha, e ia dizendo:

— Então o nosso Carlinhos não gosta de esperar, hem? Já se sabe, é ele quem governa... Mimos e mais mimos, naturalmente...

Mas o Teixeira, muito grave, muito sério, desiludiu o senhor administrador. Mimos e mais mimos, dizia Sua Senhoria? Coitadinho dele, que tinha sido educado com uma vara de ferro! Se ele fosse a contar ao sr. Vilaça! Não tinha a criança cinco anos já dormia num quarto só, sem lamparina; e todas as manhãs, zás, para dentro de uma tina de água fria, às vezes a gear lá fora... E outras barbaridades. Se não se soubesse a grande paixão do avô pela criança, havia de se dizer que a queria morta. Deus lhe perdoe, ele, Teixeira, chegara a pensá-lo... Mas não, parece que era sistema inglês! Deixava-o correr, cair, trepar às árvores, molhar-se, apanhar soalheiras, como um filho de caseiro. E depois o rigor com as comidas! Só a certas horas e de certas coisas... E às vezes a criancinha, com os olhos abertos, a aguar! Muita, muita dureza.

E o Teixeira acrescentou:

— Enfim era a vontade de Deus, saiu forte. Mas que nós aprovássemos a educação que tem levado, isso nunca aprovámos, nem eu, nem a Gertrudes.

No primeiro trecho, relativo à educação de Pedro, há duas ou três linhas que podem exemplificar o discurso indireto livre. Sublinha-as.

No trecho já do cap. III, com a ida de Vilaça a Santa Olávia, que testemunha a educação de Carlos (contrastada com a de Eusebiozinho, que, no fundo, replicava a que seguira o pai de Carlos), temos todo um parágrafo em discurso indireto livre, o {circunda a melhor opção} primeiro / segundo / terceiro / quarto / quinto /nonagésimo segundo. Para nos apercebermos das características desta maneira de reproduzir o diálogo, completa com o que lhe corresponderia nos outros modos de relato do discurso:

Discurso direto

— _____ Senhoria, _____ «mimos e mais mimos»? Coitadinho dele, que ________ com uma vara de ferro! __________! Não tinha a criança cinco anos já dormia num quarto só, sem lamparina; e todas as manhãs, zás, para dentro de uma tina de água fria, às vezes a gear lá fora... E outras barbaridades. Se não se soubesse a grande paixão do avô pela criança, havia de se dizer que a queria morta. Deus __________... Mas não, parece que ____ o sistema inglês. _______ correr, cair, trepar às árvores, molhar-se, apanhar soalheiras, como um filho de caseiro. E depois o rigor com as comidas! Só a certas horas e de certas coisas... E às vezes a criancinha, com os olhos abertos, a aguar! Muita, muita dureza. — desiludiu o Teixeira, muito grave, muito sério, ________.

Discurso indireto

Mas o Teixeira, muito grave, muito sério, desiludiu Vilaça, retorquindo-lhe que Carlos não era mimado e que o coitado ____________ com uma vara de ferro. Disse ainda que se ______________. {basta até aqui}

 

Resolve o ponto 10 (p. 251):


a.

 

b.

 

c.

 

d.

 

e.

 

 

Na mesma p. 251, escolhe a alínea falsa em 1.1.1: ______.

Já na p. 252, completa 1.2. («A educação n’Os Maias»):

(1) ________________

(2) ________________

(3) ________________

(4) ________________

(5) _________________

(6) _________________

(7) _________________

(8) _________________

(9) _________________

(10) ________________

Vê agora o ponto 1 de escrita da p. 253. O trecho que ponho a seguir, tirado de Carlos Reis, Eça de Queirós, Edições 70, Lisboa, 2009, pp. 207 e 211, podia ser já o começo desse comentário. Completa as lacunas:

Afonso da Maia, como que procurando afastar de Carlos os estigmas que haviam destruído _____, adota um modelo educativo britânico regido pelo precetor ______ em vez do _____ e da cartilha defendidos pelo abade _______, a educação de Carlos privilegia agora o exercício físico e o contacto com a _____, o que confere à criança um vigor que contrasta com a debilidade de _____. Entretanto, o que a ação d’Os Maias acaba por mostrar é que nem essa educação supostamente _____ foi capaz de levar Carlos a uma existência fecunda e produtiva.

Algumas das personagens d’Os Maias [...] reclamam a explicação da hereditariedade, ainda que por vezes em termos ambíguos. O desastroso trajeto de vida de Pedro da Maia pode ser explicado pela educação recebida, mas ele deve-se também à presença, no seu temperamento, de elementos psico-somáticos _______ da família Runa. A fraqueza física, os abatimentos, a melancolia são, assim, efeitos de uma _______ biológica que parece não afetar ______, como se neste se tivesse recuperado (também devido à educação) a tal força dos Maias; e contudo, apesar disso, Carlos acaba por ser envolvido numa relação amorosa condenada ao fracasso, [...] como se essa outra raça, que é a dos Maias enquanto família antiga e poderosa, fosse incapaz, afinal, de contrariar a força de um ______ que a transcende.

TPC – Prepara leitura em voz alta de «Contrariedades» (pp. 307-308). Procura estudar ficha sobre «Reprodução do discurso no discurso» no Caderno de Atividades (pp. 56-58), que copio também no blogue.


 

Aula 117-118 (22, 23/mai) Na p. 255, entre as linhas 42 e 48, temos uma fala de Dâmaso em discurso direto. Passa-a para discurso indireto livre. Num momento inicial, quando a voz ainda é, mais claramente, a do narrador, deves aproveitar parte do parágrafo anterior (ll. 40-41).

...........

Muito característica do estilo de Eça é a hipálage, figura de estilo em que se transferem caracterizações humanas para as partes do corpo, para tecidos ou vestidos, para objetos, etc. (Vê também a definição no glossário da p. 348.) Por exemplo, em

«Carlinhos, arreganhando para Eusebiozinho um lábio feroz»,

o adjetivo «____» reporta-se, no fundo, a ___, embora, gramaticalmente, modifique o nome «____». E, em

«Dá-me cá esses ossos honrados, honrado inglês!» (p. 255, l. 62),

Tomás de Alencar caracteriza ____ como «honrado», ao modificar o nome comum «____» (ainda antes de repetir o qualificativo, aplicado então diretamente à personagem, no vocativo «honrado inglês!»).

As hipálages seguintes são de diversos livros de Eça. Sublinha os adjetivos (o modificador restritivo, que estará associado a um objeto mas se reportará aos «donos» desse objeto, edifício, etc.). [Retirei os exemplos de: Almeida Faria, «O Homem das Hipálages», Camões. Revista de Letras e Culturas Lusófonas, 9-10, Abril-Setembro de 2000, p. 107.]

cigarro pensativo

cigarro lânguido

sobrancelhas meditativas

lábios devotos

mão pacificadora

sedas impúdicas

braço concupiscente

braços pasmados

sala séria de tons castos

leito de ferro virginal

as tias, fazendo as suas meias sonolentas

lenta humidade das paredes fatais do Ramalhete

chá respeitoso

o peixe austero

as lojas loquazes dos barbeiros

saias ligeiras e ilegítimas

raspar espavorido dos fósforos

 

Transpõe para um contexto contemporâneo a situação dos três primeiros parágrafos de «Um jantar no Hotel Central» (p. 254, ll. 1-24).

Trata-se de escrever texto narrativo-descritivo em que personagem, ou personagens, num contexto tão verosímil para o nosso século quanto o do encontro no Hotel Central para o século XIX, reconheça(m) uma outra personagem que o(s) impressione superlativamente.

Evita os retratos simplistas («Era alta, magra, baixa, gorda, de olhos assim, cabelos assados, ...»). Nestas linhas de Eça não vemos uma única forma dos verbos «Ser», «Ter» ou «Estar», o que te peço tentes também.

Género (isto é, sexo) das personagens é indiferente. Registo de língua será, digamos, «literário». Como sucede no texto de Eça, convém que o terceiro parágrafo contenha uma fala; que o segundo seja largamente descritivo; que o primeiro localize, de uma penada, o episódio. Extensão também semelhante. A caneta.

Um(a) ___ no/a _________

......

TPC — Sem lhes responderes, relanceia as perguntas 7, 7.1, 7.2 (no fundo, toda a p. 257). O texto a que se alude (visão de Maria Monforte por Pedro, no capítulo I) é este:

Mas um dia, excessos e crises findaram. Pedro da Maia amava! Era um amor à Romeu, vindo de repente numa troca de olhares fatal e deslumbradora, uma dessas paixões que assaltam uma existência, a assolam como um furacão, arrancando a vontade, a razão, os respeitos humanos e empurrando-os de roldão aos abismos.

Numa tarde, estando no Marrare, vira parar defronte, à porta de Madame Levaillant, uma caleche azul onde vinha um velho de chapéu branco, e uma senhora loura, embrulhada num xale de Caxemira.

O velho, baixote e reforçado, de barba muito grisalha talhada por baixo do queixo, uma face tisnada de antigo embarcadiço e o ar goche, desceu todo encostado ao trintanário como se um reumatismo o tolhesse, entrou arrastando a perna o portal da modista; e ela voltando devagar a cabeça olhou um momento o Marrare.

Sob as rosinhas que ornavam o seu chapéu preto, os cabelos loiros, de um oiro fulvo, ondeavam de leve sobre a testa curta e clássica: os olhos maravilhosos iluminavam-‑na toda: a friagem fazia-lhe mais pálida a carnação de mármore: e com o seu perfil grave de estátua, o modelado nobre dos ombros e dos braços que o xale cingia — pareceu a Pedro nesse instante alguma coisa de imortal e superior à Terra.

Não a conhecia. Mas um rapaz alto, macilento, de bigodes negros, vestido de negro, que fumava encostado à outra ombreira, numa pose de tédio — vendo o violento interesse de Pedro, o olhar aceso e perturbado com que seguia a caleche trotando Chiado acima, veio tomar-lhe o braço, murmurou-lhe junto à face na sua voz grossa e lenta:

— Queres que te diga o nome, meu Pedro? O nome, as origens, as datas e os feitos principais? E pagas ao teu amigo Alencar, ao teu sequioso Alencar, uma garrafa de champanhe?

Escreve um comentário acerca dos paralelismos, ligações, cruzamentos, etc., entre estes dois momentos e, sobretudo, entre as duas intrigas amorosas em geral — a de Pedro/Maria Monforte e a de Carlos/Maria Eduarda. Usa caneta. (Se ainda não conheces toda a obra, prefiro que a leias primeiro, mesmo em prejuízo deste tepecê.)


 


Aula 119-120 (27, 28/mai) Reproduz-se o trecho do cap. VI que se segue à apresentação de Tomás Alencar a Carlos (na verdade, um reencontro, dado que Alencar chegara a andar com Carlos ao colo), com que terminava o texto da última aula («Um jantar no Hotel Central», pp. 254-255).

A porta abriu-se, o Cohen entrou, todo apressado, desculpando-se logo da sua demora — enquanto Ega, que se precipitara para ele, lhe ajudava a despir o paletó. Depois apresentou-o a Carlos — a única pessoa ali de quem o Cohen não era íntimo. E dizia, tocando o botão da campainha eléctrica:

— O marquês não pôde vir, menino, e o pobre Steinbroken, coitado, está com a sua gota, a gota de diplomata, de lorde e de banqueiro... A gota que tu hás de ter, velhaco!

Cohen, um homem baixo, apurado, de olhos bonitos, e suíças tão pretas e luzidias que pareciam ensopadas em verniz, sorria, descalçando as luvas, dizendo que, segundo os ingleses, havia também a gota da gente pobre; e era essa naturalmente a que lhe competia a ele...

Ega, no entanto, travara-lhe do braço, colocara-o preciosamente à mesa, à sua direita: depois ofereceu-lhe um botão de camélia de um ramo: o Alencar floriu-se também — e os criados serviram as ostras.

Falou-se logo do crime da Mouraria, drama fadista que impressionava Lisboa, uma rapariga com o ventre rasgado à navalha por uma companheira, vindo morrer na rua em camisa, dois faias esfaqueando-se, toda uma viela em sangue — uma «sarrabulhada» como disse o Cohen, sorrindo e provando o Bucelas.

Dâmaso teve a satisfação de poder dar detalhes; conhecera a rapariga, a que dera as facadas, quando ela era amante do visconde da Ermidinha... Se era bonita? Muito bonita. Umas mãos de duquesa... E como aquilo cantava o fado! O pior era que mesmo no tempo do visconde, quando ela era chique, já se empiteirava... E o visconde, honra lhe seja, nunca lhe perdera a amizade; respeitava-a, mesmo depois de casado ia vê-la, e tinha-lhe prometido que se ela quisesse deixar o fado lhe punha uma confeitaria para os lados da Sé. Mas ela não queria. Gostava daquilo, do Bairro Alto, dos cafés de lepes, dos chulos...

Esse mundo de fadistas, de faias, parecia a Carlos merecer um estudo, um romance... Isto levou logo a falar-se do «Assommoir», de Zola e do realismo: e o Alencar imediatamente, limpando os bigodes dos pingos de sopa, suplicou que se não discutisse, à hora asseada do jantar, essa literatura «latrinária». Ali todos eram homens de asseio, de sala, hem? Então, que se não mencionasse o «excremento»!

Pobre Alencar! O naturalismo; esses livros poderosos e vivazes, tirados a milhares de edições; essas rudes análises, apoderando-se da Igreja, da Realeza, da Burocracia, da Finança, de todas as coisas santas, dissecando-as brutalmente e mostrando-lhes a lesão, como a cadáveres num anfiteatro; esses estilos novos, tão preciosos e tão dúcteis, apanhando em flagrante a linha, a cor, a palpitação mesma da vida (que ele, na sua confusão mental, chamava a «Ideia Nova»), caindo assim de chofre e escangalhando a catedral romântica, sob a qual tantos anos ele tivera altar e celebrara missa, tinha desnorteado o pobre Alencar e tornara-se o desgosto literário da sua velhice. Ao princípio reagiu. «Para pôr um dique definitivo à torpe maré», como ele disse em plena Academia, escreveu dois folhetins cruéis; ninguém os leu: a «maré torpe» alastrou-se, mais profunda, mais larga. Então Alencar refugiou-se na «moralidade» como numa rocha sólida. O naturalismo, com as suas aluviões de obscenidade, ameaçava corromper o pudor social? Pois bem. Ele, Alencar, seria o paladino da Moral, o gendarme dos bons costumes. Então o poeta das «Vozes de Aurora», que durante vinte anos, em cançoneta e ode, propusera comércios lúbricos a todas as damas da capital; então o romancista de «Elvira» que, em novela e drama, fizera a propaganda do amor ilegítimo, representando os deveres conjugais como montanhas de tédio, dando a todos os maridos formas gordurosas e bestiais, e a todos os amantes a beleza, o esplendor e o génio dos antigos Apoios; então Tomás Alencar, que (a acreditarem-se as confissões autobiográficas da «Flor de Martírio») passava ele próprio uma existência medonha de adultérios, lubricidades, orgias, entre veludos e vinhos de Chipre — de ora em diante austero, incorruptível, todo ele uma torre de pudicícia, passou a vigiar atentamente o jornal, o livro, o teatro. E mal lobrigava sintomas nascentes de realismo num beijo que estalava mais alto, numa brancura de saia que se arregaçava de mais — eis o nosso Alencar que soltava por sobre o país um grande grito de alarme, corria à pena, e as suas imprecações lembravam (a académicos fáceis de contentar) o rugir de Isaías. Um dia, porém, Alencar teve uma destas revelações que prostram os mais fortes; quanto mais ele denunciava um livro como imoral, mais o livro se vendia como agradável! O Universo pareceu-lhe coisa torpe, e o autor de «Elvira» encavacou...

Desde então reduziu a expressão do seu rancor ao mínimo, a essa frase curta, lançada com nojo:

— Rapazes, não se mencione o «excremento»!

Mas nessa noite teve o regozijo de encontrar aliados. Craft não admitia também o naturalismo, a realidade feia das coisas e da sociedade estatelada nua num livro. A arte era uma idealização! Bem: então que mostrasse os tipos superiores de uma humanidade aperfeiçoada, as formas mais belas do viver e do sentir... Ega, horrorizado, apertava as mãos na cabeça — quando do outro lado Carlos declarou que o mais intolerável no realismo eram os seus grandes ares científicos, a sua pretensiosa estética deduzida de uma filosofia alheia, e a invocação de Claude Bernard, do experimentalismo, do positivismo, de Stuart Mill e de Darwin, a propósito de uma lavadeira que dorme com um carpinteiro!

Assim atacado, entre dois fogos, Ega trovejou: justamente o fraco do realismo estava em ser ainda pouco científico, inventar enredos, criar dramas, abandonar-se à fantasia literária! A forma pura da arte naturalista devia ser a monografia, o estudo seco de um tipo, de um vício, de uma paixão, tal qual como se se tratasse de um caso patológico, sem pitoresco e sem estilo...

— Isso é absurdo — dizia Carlos — os caracteres só se podem manifestar pela ação...

— E a obra de arte — acrescentou Craft — vive apenas pela forma...

Alencar interrompeu-os, exclamando que não eram necessárias tantas filosofias.

— Vocês estão gastando cera com ruins defuntos, filhos. O realismo critica-se deste modo: mão no nariz! Eu quando vejo um desses livros, enfrasco-me logo em água-de-colónia. Não discutamos o «excremento».

 

Depois de leres o texto na folha solta (que pertence ao cap. VI de Os Maias e é a imediata sequência de «Um jantar no Hotel Central», que vimos na última aula), circunda a melhor alínea:

 

«Que se precipitara para ele» (l. 2) é uma oração subordinada

a) substantiva completiva.

b) adjetiva relativa restritiva.

c) adjetiva relativa explicativa.

d) substantiva completiva não finita.

 

Nas linhas 5-6 há

a) discurso direto.

b) discurso indireto.

c) discurso indireto livre.

d) discurso direto livre.

 

O marquês e «Steinbroken» a que alude Ega (ll. 5-6) são, respetivamente,

a) Afonso da Maia e um diplomata alemão em Lisboa.

b) Eusebiozinho e um diplomata inglês em Lisboa.

c) Cruges e um diplomata.

d) Souselas e um diplomata finlandês em Lisboa.

 

Ao colocar Cohen à sua direita e ao oferecer-lhe uma flor (ll. 11-13), Ega estava a

a) troçar dele.

b) procurar humilhá-lo.

c) procurar homenageá-lo.

d) troçar de Carlos.

 

Nas linhas 18-24 há

a) discurso direto.

b) discurso indireto.

c) discurso indireto livre.

d) discurso direto livre.

 

No parágrafo das linhas 25-29, o «excremento» que refere Alencar é

a) um livro de Émile Zola, L’Assommoir.

b) um cocó de cão.

c) a literatura naturalista.

d) o mundo dos fadistas e da malandragem.

 

No longo parágrafo 30-57, faz-se um relance biográfico a Alencar. Nas linhas 30-37, resumem-se as características da literatura realista, naturalista. Essa nova escola

a) escangalhara uma catedral romântica.

b) mobilizara Alencar durante a mais produtiva fase da sua vida.

c) era o enlevo de Alencar.

d) tomara como assuntos temas até aí arredados da literatura.

 

Nas linhas 36-55, mostra-se-nos como Alencar passou a reagir à escola literária que considerava adversária. Passou a defender

a) a moralidade e o recato, o que contrastava com as suas práticas de décadas.

b) o amor ilegítimo, o que contradizia as suas práticas de tantos anos.

c) a moralidade e o recato, o que era coerente com a sua vida de décadas.

d) o amor ilegítimo, como ele próprio praticara durante anos.

 

Numa fase derradeira (ll. 55-60), Tomás de Alencar percebeu que

a) o autor de «Elvira» encavacara.

b) as suas críticas à literatura realista tinham resultados contrários dos que pretendia.

c) as suas críticas à literatura romântica tinham resultados diferentes dos que esperava.

d) não valia a pena mencionar o «excremento».

 

Já a partir da l. 61, Craft parece não ser adepto da literatura 

a) romântica, já que a arte era uma idealização.

b) realista, na medida em que, para ele, a arte não se devia ocupar do que não fosse belo.

c) naturalista, já que considerava que a arte devia mostrar a vida real, não apenas a natureza.

d) romântica, porque, para ele, a arte devia ocupar-se apenas do que fosse superior.

 

Os «dois fogos» (69) entre que se encontrou Ega eram as posições de

a) Alencar versus Craft.

b) Craft/Alencar versus Carlos.

c) Craft/Carlos versus Alencar.

d) Alencar/Carlos versus Craft.

 

Segundo o parágrafo 69-73, o naturalismo-realismo, para Ega,

a) deveria tornar-se mais fantasista.

b) deveria ainda ir mais longe no seu programa.

c) tinha pouco pitoresco e carecia de estilo.

d) deveria ser mais criativo.

 

Na linha 77 há

a) discurso indireto livre.

b) discurso indireto.

c) livre indireto.

d) discurso direto.

 

A observação de Alencar «estão gastando cera com ruins defuntos» (78) significa que

a) adotava a sua mais recente estratégia face ao naturalismo.

b) recuperara a sua primeira maneira de combater o realismo.

c) mudara de posição e atacava agora o romantismo.

d) considerava já do mesmo modo realismo e romantismo.

 

Na penúltima linha (79), deveria haver uma vírgula depois de «Eu», porque

a) se sucede uma oração adjetiva relativa explicativa.

b) se sucede uma oração adjetiva relativa restritiva.

c) se segue uma oração subordinada adverbial, que convém ficar delimitada.

d) se trata de um vocativo.

 

A iniciativa deste jantar fora de

a) Ega, por causa de um flirt seu.

b) Carlos, por causa de um incesto seu.

c) Dâmaso, por causa de uma gabarolice.

d) Alencar, por causa de uma sua recordação.

 

No mesmo jantar, mas em momento posterior ao que se transcreve, dá-se violenta discussão entre

a) Ivanović, sérvio, e Dâmaso Salcede, um benfiquista.

b) Ega e Alencar, por causa de Ana Craveiro.

c) Dâmaso e Carlos, por causa de Eusebiozinho.

d) Carlos e Alencar, por causa de Raquel Cohen.

 

O que se segue é o início da tradução portuguesa de L’Assommoir, de Émile Zola, o romancista francês que, nas páginas dos Maias que acabámos de ver, exemplificava a literatura naturalista.

Mantive o exato texto desta tradução — cujo título português é A Taberna — mas inseri espaços, que preencherás com escrita da tua lavra. Esses acrescentos devem adotar o estilo desta escola literária: de detalhe descritivo, realista ou, como dizia Alencar, «excrementício». (As páginas 235-238 do nosso manual ocupam-se desta corrente e do seu parente próximo, realismo. Vale a pena relanceares talvez os textos inicial e final.)

Gervásia esperara Lantier até às duas horas da manhã. Depois, tiritando dos pés à cabeça por se ter deixado estar em camisa ao ar frio da janela, tinha adormecido, deitada de través na cama, febril, a face encharcada em lágrimas. Havia oito dias, que, ao saírem do Veau à deux têtes, onde comiam, ele a mandava ir-se deitar com os pequenos, e só aparecia em casa, alta noite, desculpando-se com a procura de trabalho. [.......:.] Nessa noite, enquanto lhe espiava a volta, Gervásia julgou vê-lo entrar no baile do Grand Balcon, cujas dez janelas chamejantes arremessavam um clarão de incêndio às embocaduras dos bulevares exteriores; atrás dele, apenas a uns cinco ou seis passos de distância, apercebera a pequena Adélia, uma brunidora que comia no mesmo restaurante, com as mãos pendidas, como se acabasse de lhe deixar o braço para não passarem juntos debaixo da luz crua dos globos da porta. [.........]

Quando Gervásia acordou, pelas cinco horas, inteiriçada, com dores nos rins, prorrompeu em soluços. Lantier não entrara. Era a primeira vez que ele não dormia em casa. Deixou-se ficar à beira da cama, debaixo da cortina desbotada de chita que pendia de um arco preso ao teto por um cordel. E, lentamente, com os olhos velados pelo pranto, percorreu o miserável quarto mobilado, recheado com uma cómoda de nogueira a que faltava uma gaveta, três cadeiras de palha e uma mesinha gordurenta sobre a qual jazia um jarro de água, rachado. [..........] Tinham acrescentado, para os pequenos, um leito de ferro colocado diante da cómoda, e que tomava duas terças partes do quarto. A mala de Gervásia e de Lantier, escancarada a um canto, mostrava os seus flancos vazios, com um velho chapéu de homem muito no fundo, sepultado debaixo de camisas e de peúgas sujas, notando-se ao longo das paredes e sobre o encosto dos móveis um xaile esburacado, umas calças enlameadas, os últimos farrapos que os algibebes não aceitavam. [.............] Ao centro da chaminé, entre dois candeeiros de zinco, desemparelhados, via-se um maço de cautelas da casa de penhores, cor de rosa claro. E este quarto era a melhor habitação do prédio, a do primeiro andar, com vista para o bulevar. [...............]

Entretanto, encostadas uma à outra, repousando as cabeças sobre a mesma almofada, as duas crianças dormiam. Com as pequeninas mãos deitadas para fora, Cláudio, que contava oito anos, respirava sossegadamente, enquanto Estêvão, que ia apenas nos quatro, sorria, com o seu braço à roda do pescoço do irmão. Quando o lacrimoso olhar da mãe caiu sobre eles, a mulher teve nova crise de soluços e tapou a boca com o lenço, para abafar os gritos leves que se lhe escapavam da garganta. Levantou-se descalça sem se lembrar sequer de calçar as chinelas caídas no chão, e foi de novo encostar-se à janela, continuando a sua espera noturna, numa interrogação muda aos passeios das ruas longínquas. [................]

A casa ficava situada no bulevar da Chapelle, à esquerda da barreira Poissonière. Era uma construção de dois andares, com a fachada pintada de cor de borra de vinho até ao segundo andar e as gelosias carcomidas pela chuva. Por cima de uma lanterna com os vidros partidos conseguia ver-se entre as duas janelas: Hôtel Boncœur, gerência de Marsoullier, em grandes letras amarelas, apagadas em parte pela deterioração do gesso. Gervásia, a quem a lanterna impedia de ver, levantara-se nos bicos dos pés, sem tirar o lenço dos lábios, [.................]

TPC — Prepara leitura em voz alta de «O Sentimento dum ocidental» (‘Ave Marias’, pp. 298-299, e ‘Ao Gás’, pp. 303-304).


 

Aula 121-122 (29, 30/mai) Correção de questionário de compreensão sobre o jantar no Hotel Central feito na aula anterior (Cfr. Apresentação).

Na última aula, ao lermos um trecho do capítulo VI de Os Maias, seguimos uma discussão entre a defesa da nova literatura (realismo/naturalismo), a cargo de João da Ega, e a sua rejeição, sobretudo por Tomás de Alencar, o poeta romântico, para quem a escola realista era «o excremento».

Em baixo, fica um poema que exemplifica o chamado ultra-romantismo (a fase que precedeu o realismo e que é já um exagero do romantismo). O poema que Eusebiozinho recitava («A Lua de Londres», de João de Lemos), para deleite da audiência de Santa Olávia, era desta fase decadente. Estoutro — «O Noivado do Sepulcro», de Soares de Passos — é o mais conhecido dessa corrente literária. Nem Tomás de Alencar seria assim tão excessivo. (Já agora, é bastante seguro que, ao criar a personagem Alencar, Eça estava a caricaturar um poeta romântico de então, Bulhão Pato.)

Sabendo que os quartetos do poema têm sempre rima cruzada e que os versos são todos decassilábicos, preenche as lacunas. Cada espaço corresponde a uma palavra.

 

O noivado do sepulcro — Balada

 

Vai alta a lua! na mansão da morte

Já meia-noite com vagar soou;

Que paz tranquila; dos vaivéns da sorte

Só tem descanso quem ali ________.

 

Que paz tranquila!... mas eis longe, ao longe

Funérea campa com fragor rangeu;

Branco fantasma semelhante a um monge,

D'entre os sepulcros a cabeça ______.

 

Ergueu-se, ergueu-se!... na amplidão celeste

Campeia a lua com sinistra luz;

O vento geme no feral ________,

O mocho pia na marmórea ______.

 

Ergueu-se, ergueu-se!... com sombrio espanto

Olhou em roda... não achou_____...

Por entre as campas, arrastando o manto,

Com lentos passos caminhou além.

 

Chegando perto duma cruz alçada,

Que entre ciprestes alvejava ao fim,

Parou, sentou-se e com a voz _____

Os ecos tristes acordou _______:

 

"Mulher formosa, que adorei na _____,

"E que na tumba não cessei d’amar,

"Por que atraiçoas, desleal, mentida,

"O amor eterno que te ouvi _____?

 

"Amor! engano que na campa finda,

"Que a morte despe da ilusão falaz:

"Quem d'entre os vivos se lembrara ainda

"Do pobre morto que na terra _____?

 

"Abandonado neste chão ______

"Há já três dias, e não vens aqui...

"Ai, quão pesada me tem sido a lousa

"Sobre este peito que bateu por _____!

 

"Ai, quão pesada me tem sido!" e em meio,

A fronte exausta lhe pendeu na mão,

E entre soluços arrancou do ______

Fundo suspiro de cruel ______.

 

"Talvez que rindo dos protestos nossos,

"Gozes com outro d'infernal prazer;

"E o olvido cobrirá meus _____

"Na fria terra sem vingança ____!

 

— "Oh nunca, nunca!" de saudade infinda

Responde um eco suspirando além...

— "Oh nunca, nunca!" repetiu ainda

Formosa virgem que em seus braços ____.

 

Cobrem-lhe as formas divinas, airosas,

Longas roupagens de nevada cor;

Singela c'roa de virgínias ____

Lhe cerca a fronte dum mortal palor.

 

"Não, não perdeste meu amor jurado:

"Vês este peito? reina a morte aqui...

"É já sem forças, ai de mim, ______,

"Mas inda pulsa com amor por _____.

 

"Feliz que pude acompanhar-te ao fundo

"Da sepultura, sucumbindo à dor:

"Deixei a vida... que importava o ______,

"O mundo em trevas sem a luz do ______?

 

"Saudosa ao longe vês no céu a lua?

— "Oh vejo sim... recordação fatal!

— "Foi à luz dela que jurei ser ______

"Durante a vida, e na mansão final.

 

"Oh vem! se nunca te cingi ao peito,

"Hoje o sepulcro nos reúne enfim...

"Quero o repouso de teu frio leito,

"Quero-te unido para sempre a ______!"

 

E ao som dos pios do cantor funéreo,

E à luz da lua de sinistro alvor,

Junto ao cruzeiro, sepulcral mistério

Foi celebrado, d'infeliz _______.

 

Quando risonho despontava o _______,

Já desse drama nada havia então,

Mais que uma tumba funeral vazia,

Quebrada a lousa por ignota _______.

 

Porém mais tarde, quando foi volvido

Das sepulturas o gelado pó,

Dois esqueletos, um ao outro _____,

Foram achados num sepulcro ______.

 

Soares de Passos (1826-1859)

 

Como é típico do ultra-romantismo, neste poema são muitas as palavras pertencentes ao campo lexical ‘morte’ (o termo «campo lexical» é algo controvertido, uso-‑o na aceção ‘palavras relacionadas semanticamente com uma dada área de assunto’).

Transcreve umas tantas: «morte»; «fantasma»; «sepulcro»; ______; ______; _____; ______; ______; _______; ______; ______; ______; ______; ...

 

Resolve o ponto 1 da p. 300, sobre início de «O sentimento dum ocidental»: ___.

E o ponto 4: a. __;   b. __;   c. __;   d. __;   e. __;   f. __;   g. __.

Leitura em voz alta.

TPC — No início da próxima semana faremos pequenos trabalhos sobre gramática e sobre Os Maias. Termina a leitura do romance (enfim, se ainda não o fizeste). Vê os exercícios sobre ‘Coordenação e Subordinação’, nas pp. 29-33 do Caderno de Atividades.

Os que ainda estão em prova nas Ligas Europa e dos Campeões devem preparar os poemas «Cesário Verde» (p. 288) e «Lisboa com Cesário e Melancolia» (p. 302).


 


Aula 123-124 (3, 4/jun) Escolhe a melhor alínea.

O trecho em discurso indireto livre e que é de Os Maias é

a) «Ai, era um escândalo! Que nunca houvera em Leiria autoridades assim! O secretário-geral era um desaforo com a Novais... Que se podia esperar de homens sem religião, educados em Lisboa, que, segundo D. Josefa, estava predestinada a perecer como Gomorra pelo fogo do Céu?».

b) «Então, que diabo, os rapazes tinham querido!... Mas ele, realmente, não podia apresentar um cavalo decente, com as suas cores, senão daí a quatro anos. De resto não apurava cavalos para aquela melancolia [...]».

c) «Agora acompanhava-o sempre ao quarto de Miss Sara. Pelo corredor amarelo, caminhando ao seu lado, Carlos perturbava-se sentindo a carícia desse íntimo perfume em que havia jasmim, e que parecia sair do movimento das suas saias».

d) «— Agradeço! agradeço! vamos a isso — exclamava o Ega esfregando as mãos, faiscando de júbilo».

 

Nas últimas páginas da obra, Carlos e Ega vão conversando por Lisboa, a

a) pensarem em paio com ervilhas, a fazerem considerações sobre a vida, a correrem para um americano.

b) discutirem sobre as corridas de cavalos, recordarem como era o país, apressarem-se para um jantar.

c) discutirem escolas literárias, refletirem sobre o sentido da vida, desistirem de um jantar.

d) pensarem em mulheres, a fazerem reflexões filosóficas, a esbofetearem um americano.

 

Um pouco marginais à intriga passional (embora com ela se entreteçam funcionalmente), vão surgindo na obra episódios que constituem documentos, quase caricaturas, de ambientes sociais do Portugal oitocentista. Entre esses momentos de crónica social podem citar-se:

a) tarde nas termas; jantar no Hotel Central; flirt na Vila Balzac.

b) visita a redação de jornal; duelo; cerimónia de casamento burguês.

c) corridas; jantar em casa dos condes; sarau.

d) jogo de críquete; manhã de veraneio no Estoril, serão em Santa Olávia.

 

A morte de Afonso

a) é completamente independente da intriga amorosa que envolve Carlos e Maria Eduarda.

b) ocorre em momento pouco posterior ao reconhecimento da tragédia.

c) é anterior ao conhecimento do parentesco que havia entre Carlos e Maria Eduarda.

d) não chega a ocorrer dentro da cronologia que é dada pelo discurso da obra.

 

O passo que não é de Os Maias é:

a) «[...] cortou pelo Loreto como uma pedra que rola, enfiou ao fundo da Praça de Camões, num grande portão que uma lanterna alumiava. Era a redação d’A Tarde».

b) «Topsius recolheu a tomar uma nota do grande poeta “Calcinhas”. Eu fechei a vidraça: e, depois de ir ao corredor fazer às escondidas um rápido sinal-da-cruz, vim desapertar sofregamente, e pela vez derradeira, os atacadores do colete da minha saborosa bem amada».

c) «Esguio, mais sombrio naquele fundo cor de canário, o poeta derramou pensativamente pelas cadeiras, pela galeria, um olhar encovado e lento: [...] || — “A Democracia”! — anunciou [...]».

d) «De modo nenhum: tinha só intenção de lhe arrancar as orelhas! || Teles da Gama saudou, rasgadamente. || Foi isso mesmo o que eu respondi [...]»

 

O passo que não é de Os Maias é:

a) «Levamos Rosa, está claro, sei que se não pode separar dela... E assim viveríamos sós, todos três, num encanto! || — Meu Deus! Fugirmos? — murmurou ela, assombrada».

b) « — E com esta Maria andei muitas vezes ao colo, meu caro senhor... Não sei se ela ainda se lembra de uma boneca que eu lhe dei, que falava, dizia Napoléon...».

c) «— É de graça, amigo Sebastião! É de graça! Tu não imaginas que influência isto tem no sentimento!».

d) «Mas era impossível encontrar o maestro, porque invariavelmente a criada afirmava que o menino Vitorino não estava em casa».

 

Pertence a Os Maias o trecho

a) «Não, não queria ficar na terra perversa donde partia, esbulhado e escorraçado, aquele rei de Portugal que levantava na rua os Jacintos!».

b) «Na volta, com efeito, fizera-se uma mudança. Subitamente “Rabino” perdera terreno, resistindo à subida, com o fôlego curto».

c) «Carvalho voltou vermelho e excitado. Tinha havido uma cena; ele pusera fora a criada. E então destemperou: queixou-se daquela má sorte que o não deixava ter uma criada decente...».

d) «A Amparo declarou-se «banzada». O casamento então, com a Ameliazinha...».

 

Pode corresponder a «Queijadas, Antiguidades, Poemas, Piano», pela mesma ordem,

a) Vilaça, Carlos, Eusébio, Cruges.

b) Cruges, Craft, Craveiro, Cruges.

c) Ega, Steinbroken, Alencar, Diogo.

d) Cruges, Carlos, Diogo, Alencar.

 

Fazem parte da criadagem que vai surgindo nos Maias

a) Vilaça, Anselmo, Melanie.

b) Lola, Silva, Baptista.

c) Teixeira, Juliana, Taveira.

d) Domingos, Baptista, Melanie.

 

As expressões «Chique a valer!», «Oh yes», «C’est très grave, c’est excessivement grave!», «Não se mencione o excremento» pertencem, respectivamente, a

a) Alencar, Sara, Steinbroken, Ega.

b) Dâmaso, Sara, Steinbroken, Alencar.

c) Dâmaso, Sara, Melanie, Alencar.

d) Dâmaso, Sara, Melanie, Ega.

 

A série «Marquês Silveirinha, Mefistófeles, tio do Dâmaso» corresponde a

a) Cohen, Gouvarinho, Vilaça.

b) Vilaça, Cohen, Castro Gomes.

c) Eusébio, Ega, Guimarães.

d) Souselas, Ega, Castro Gomes.

 

Estão ligadas ao jornalismo as personagens

a) Castro Gomes, Neves, Ega.

b) Ega, Neves, Sousa Neto.

c) Palma, Sousa Neto, Conde de Gouvarinho.

d) Palma, Neves, Guimarães.

 

A estes espaços podemos associar, respetivamente, as personagens Eusebiozinho, Craft, Alencar:

a) Paris, Ramalhete, Sintra.

b) Ramalhete, Rua de São Francisco, Toca.

c) Sintra, Toca, Trindade.

d) Santa Olávia, Benfica, Hotel Central.

 

Quando, pela última vez, se encontra amorosamente com Maria Eduarda, Carlos

a) julga ser ela sua prima.

b) não sabe ainda que ela é sua irmã.

c) acredita ser ela um seu tio.

d) sabe que ela é sua irmã.

 

A alínea que só tem personagens de Os Maias é

a) Ramires, Carlos, Cohen, Pacheco.

b) Guimarães, Taveira, Dâmaso, Domingos.

c) Sara, Zé Fernandes, Craft, Jacinto.

d) Alencar, Acácio, Sousa Neto, Libaninho.

 

Não há nenhuma personagem de Os Maias em

a) Melanie, Macário, Basílio.

b) Acácio, Fradique, Artur.

c) Raquel, Mac Gren, Baptista.

d) Ega, Alencar, Tancredo.

 

A alínea que só tem mamíferos irracionais mencionados nos Maias é

a) Memé, Lucinda, Cavalão.

b) Lucinda, Niniche, Bonifácio.

c) Cavalão, Bonifácio, Niniche.

d) Vladimiro, Bonifácio, Niniche.

 

Algumas das personagens, bastantes planas, podem ser consideradas personagens-tipo. Por exemplo, correspondem aos tipos «’jornalista corrupto’, ’brasileiro’, ‘gentleman’»

a) Diogo, Monforte, Steinbroken.

b) Neves, Diogo, Cruges.

c) Neves, Guimarães, Dâmaso.

d) Palma Cavalão, Castro Gomes, Craft.

 

Esta série de caracterizações — alto funcionário público; ministro e incompetente; orador vazio — corresponde a

a) Cruges; Taveira; Mac Gren.

b) Taveira; Sousa Neto; Cruges.

c) Teles da Gama; Cruges; Ega.

d) Sousa Neto; Gouvarinho; Rufino.

 

À série ‘Dâmaso, Cohen, Alencar’ correspondem, por esta ordem,

a) romântico, político corrupto, poeta realista.

b) cobarde, revolucionário, escritor.

c) político conservador, diplomata, poeta.

d) pretensioso, banqueiro judeu, romântico decadente.

 

Sem consultares outros elementos além desta folha, classifica quanto à função sintática (sujeito, predicado, vocativo, modificador de frase; complemento direto, complemento indireto, complemento oblíquo, complemento agente da passiva, predicativo do sujeito, predicativo do complemento direto, modificador do grupo verbal; complemento do nome, modificador restritivo do nome, modificador apositivo do nome) os segmentos sublinhados. Não é obrigatório que estejam representadas todas as funções e pode haver funções que apareçam mais do que uma vez.

 

O Conselho Geral elegeu Manuel Esperança diretor do Agrupamento de Escolas de Benfica.
1 — ________
2 — ________
Os jogadores do Benfica, depois de serem derrotados, encaminharam-se para as cabinas.
1 — ________
2 — ________
Durante esta semana, o Concurso literário JGF, um dos mais prestigiados concursos literários da nossa escola, ainda está aberto.
1 — ________
2 — ________
Perguntaste-me, Olinda, se a greve dos professores sempre vai para a frente.
1 — ________
2 — ________
É importante escolhermos com atenção os prémios Tia Albertina.
1 — ________
2 — ________
As Jornadas da Ásia, Carlos, foram finalmente publicadas pelo John.
1 — ________
2 — ________

 

Usa agora alguns dos termos seguintes: oração coordenada; oração subordinante; oração subordinada adjetiva relativa restritiva; oração subordinada adjetiva relativa explicativa; oração subordinada substantiva relativa; oração subordinada substantiva completiva; oração subordinada adverbial; conjunção subordinativa completiva; pronome relativo; conjunção coordenativa; conjunção subordinativa. Como se vê, prescindi de pedir classificações mais detalhadas (das orações adverbiais, das orações coordenadas, das respetivas conjunções).

 

Se virem pelo telemóvel, perdem direito aos prémios, que aliás são apetecíveis.
1 — ________
2 — ________
Como haverá greve às avaliações, não sei se di-rei as notas na última aula.
1 — ________
2 — ________
Sabes que até nem gosto desta pergunta?
1 — ________
2 — ________
As paisagens que vemos na poesia de Cesário Verde são urbanas e rurais mas os ambientes de Os Maias Eça são sobretudo citadinos.
1 — ________
2 — ________

 

Sem consultares outros elementos além desta folha, classifica quanto à função sintática (sujeito, predicado, vocativo, modificador de frase; complemento direto, complemento indireto, complemento oblíquo, complemento agente da passiva, predicativo do sujeito, predicativo do complemento direto, modificador do grupo verbal; complemento do nome, modificador restritivo do nome, modificador apositivo do nome) os segmentos sublinhados. Não é obrigatório que estejam representadas todas as funções e pode haver funções que apareçam mais do que uma vez.

 

O Sentido da Vida, stor, foi realizado pelos Monty Python.
1 — _________
2 — _________
É triste chumbarem tantos alunos por causa de um simples teste de gramática.
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2 — _________
Digo-te, Ernesto, que, esta semana, ainda decorre o prazo do Concurso literário JGF.
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2 — _________
No último dia, eu, juiz máximo da prova, entregarei os prémios Tia Albertina.
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2 — _________
A vizinha de Cesário Verde, quando engomava, não ia à rua.
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2 — _________
Luís Filipe Vieira considerou Jesus imprescindível ao Glorioso.
1 — _________
2 — _________

 

Usa agora alguns dos termos seguintes: oração coordenada; oração subordinante; oração subordinada adjetiva relativa restritiva; oração subordinada adjetiva relativa explicativa; oração subordinada substantiva relativa; oração subordinada substantiva completiva; oração subordinada adverbial; conjunção subordinativa completiva; pronome relativo; conjunção coordenativa; conjunção subordinativa. Como se vê, prescindi de pedir classificações mais detalhadas (das orações adverbiais, das orações coordenadas, das respetivas conjunções).

 

Os bolos que se vendem no Califa são tremendamente bonitos e alegres e os croquetes da Balalaica têm carne de cavalo.
1 — _________
2 — _________
Quero que respondas mal a este item.
1 — _________
2 — _________
se as cábulas não estão à vista do professor.
1 — _________
2 — _________
Por comeres pouco limão, tens as gengivas, que até eram bonitas, completamente podres.
1 — _________
2 — _________

 

Relativamente ao texto na p. 303 — a terceira parte de «O sentimento de um ocidental» —, responde com escrita toda asseada:

Qual será a explicação para o título, «Ao Gás»?

........

A quarta quadra contrasta com as três estrofes anteriores. Explica como.

.......

No v. 16, «Um cheiro salutar e honesto a pão no forno», destaca-se uma figura de estilo, uma _____.

Textos a preparar pelos finalistas da leitura em voz alta:

Liga Europa — «A Toca» (p. 264); Liga dos Campeões — «Difíceis decisões» (p. 266).

TPC — Este tepecê não é um tepecê. É uma sugestão. Até sexta, 7, decorre o Concurso Literário José Gomes Ferreira (prosa, poesia, teatro). Pondera concorrer. No caso da poesia, até poderias aproveitar textos enviados para o Prémio Correntes d’Escrita.

CONCURSO LITERÁRIO JOSÉ GOMES FERREIRA 2013 REGULAMENTO || Art. 1.º O concurso está aberto a todos os alunos, professores, encarregados de educação e funcionários do Agrupamento de Escolas de Benfica, dividindo-se em quatro escalões: Escalão A: alunos do 2º ciclo do Ensino Básico; Escalão B: alunos do 3º ciclo do Ensino Básico; Escalão C: alunos do Ensino Secundário; Escalão D: Professores, Funcionários e Encarregados de Educação. || Art. 2.º O concurso apresenta três modalidades: poesia, prosa e teatro. || Art. 3.° O tema é livre. || Art. 4.° Os trabalhos terão de ser originais. || Art. 5.° Os trabalhos deverão ser entregues no CRE da Escola que o aluno frequenta, até 7 de Junho de 2013. || Art. 6.° Os candidatos deverão: • entregar o trabalho em 2 exemplares (dactilografado em fonte arial 12, a dois espaços, não ultrapassando 5 páginas), assinado com pseudónimo, com a indicação do escalão a que concorrem; • preencher, no CRE, uma Ficha de Identificação. || Art. 7.° Os trabalhos serão apreciados por um júri constituído por dois professores de Português e outro elemento a designar. || Art. 8.° 1. Os melhores trabalhos apresentados a concurso serão premiados. 2. O júri poderá atribuir menções honrosas, se assim o entender. || Art. 9.º O Júri poderá não atribuir prémios, se considerar que nenhum dos trabalhos apresenta qualidade que os justifiquem. || Art. 10.° Os autores dos trabalhos premiados serão informados pessoalmente durante o mês de novembro. || Art. 11.° A atribuição dos prémios terá lugar a 20 de novembro (Dia da Escola Secundária José Gomes Ferreira), em sessão especial. || Art. 12.° Os exemplares dos trabalhos apresentados não serão devolvidos aos concorrentes. || Art. 13.° Ao Agrupamento das Escolas de Benfica fica reservado o direito de divulgar os trabalhos concorrentes, nomeadamente através da sua Página e do jornal Voz Activa. || Art. 14.° Os casos omissos e as dúvidas suscitadas serão resolvidos pelo júri. || Art. 15.° Das decisões do júri não haverá recurso.


 

Aula 125-126 (5, 6/jun) Correção do questionário sobre Os Maias. Correção do questionário de gramática.

 

Leitura
Aula
Observação direta da eficiência a resolver as tarefas com textos
Questionário sobre Os Maias (aula 101-102)
Questionário sobre «De verão» (aula 107-108)
Questionário sobre «Jantar no Hotel Central» (aula 119-120)
Questionário sobre Os Maias (aula 123-124)
Casa
[Tarefa sobre Os Maias]
[Tarefa sobre Frei Luís de Sousa]
Escrita
Aula
Redação segundo o modelo das biografias iniciais nos romances de Eça (aula 95-96)
Respostas em torno de crónica de Ferreira Fernandes (aula 103-104)
Texto deambulatório, segundo o modelo de «Reportagem», de Botto (aula 107-108)
Transposição da visão de «deusa» no Hotel Central para contexto contemporâneo (aula 117-118)
Inserções em A Taberna, de Zola (aula 119-120)
Casa
Resposta sobre «Contrariedades» + redação de lista de contrariedades (tepecê da aula 91-92)
Alfabeto sobre Frei Luís de Sousa (tepecê da aula 93-94)
Texto em prosa segundo modelo de «De tarde» (tepecê da aula 97-98 ou 99-100)
Comentário sobre Cesário Verde, a partir de trecho de David Mourão-Ferreira (tepecê da aula 101-102)
Resposta ao ponto 1 de ‘Escrita’ da p. 315 (tepecê da aula 103-104 ou 105-106)
Comentário sobre tipos de mulher em Cesário (tepecê da aula 113-114)
Comentário sobre as duas narrativas passionais dentro dos Maias (tepecê da aula 117-118)
[Tarefa sobre Os Maias]
[Tarefa sobre Frei Luís de Sousa]
Compreensão oral/Produção oral
Aula
Perceção da atenção em momentos em que se trata de ouvir professor ou colegas
Questionário sobre «Os Grandes Livros. Os Maias» (aula 109-110)
Leituras em voz alta (passim)
Casa
Tarefa sobre Os Maias
Gramática
Aula
Questionário (aula 123-124)
 
 
Assiduidade
Pontualidade
Telemóveis

 

Finais da Liga Europa e da Liga dos Campeões.