Thursday, September 14, 2006

Gil Vicente


Emblema do Gil Vicente F. C. Posted by Picasa



Obras completas de Gil Vicente (edição fac-similada da Copilaçam de todalas obras de Gil Vicente, 1562). Clica depois na capa, para entrares nas várias páginas.

Aula 61-62

Escreve quatro períodos, com duas orações coordenadas. O primeiro deve ter orações coordenadas copulativas; o segundo, terá uma oração coordenada adversativa; o terceiro terá coordenadas disjuntivas; o quarto incluirá uma coordenada conclusiva. (O quadro da p. 86 ajudar-te-á a lembrares as conjunções que podem introduzir tais orações.)

1. _________
2. _________
3. _________
4. _________

Lendo (ou relendo), na p. 143, toda a cena em que entra o Parvo, escreve um comentário em que contrastes esta personagem com as anteriores.
Deves mencionar estes aspectos: ausência de símbolos identificadores da personagem (e provável razão desta ausência); ausência de referências à vida passada de Joane (procurando justificá-la também); resposta do Parvo ao Diabo (características da linguagem do Parvo; como defronta ele o Diabo); defesa do Parvo pelo Anjo (como a justifica o Anjo; qual é a solução encontrada para o destino do Parvo?).

Ao contrário das personagens que já víramos — o Fidalgo e o Onzeneiro —, o Parvo Joane ...


Pergunta do exame nacional, 2004-2005, 2.ª chamada:
1. Lê a seguinte lista de palavras. Assinala com um X as três palavras graves.

Implacável / Belém / Mar / Côncavas / Aguaceiro / Catástrofe / Heróico

2. Classifica as palavras do quadro, quanto ao processo de formação. Assinala com um X o rectângulo correspondente.

# / Derivadas por sufixação / Derivadas por prefixação e sufixação / Compostas por aglutinação / Compostas por justaposição
água-de-colónia / / / /
desaguado / / / /
aguaceiro / / / /
aguardente / / / /
aguada / / / /

2005-2006, 1.ª chamada:

Lê, com atenção, as palavras que formam os seguintes grupos:

A / B / C
pontapé / felizmente / refazer
couve-flor / chuviscar / desmontar
malmequer / sozinho / insuportável

Em que grupo, A, B ou C, integrarias as palavras seguintes, de forma a respeitares a coerência dos mesmos grupos, quanto ao processo de formação de palavras? Escreve a letra que identifica esse grupo.

a) vidraceiro - Grupo __
b) deformação - Grupo __
c) bancarrota - Grupo __
d) saca-rolhas - Grupo __
e) melindroso - Grupo __
f) adormecer - Grupo __

2004-2005, 1.ª chamada:

Completa adequadamente as frases que se seguem.

a) A palavra «profissão» é hiperónimo de _____
b) A palavra «bicicleta» é hipónimo de ____
c) A palavra «tristeza» é hipónimo de ____
d) A palavra «mamífero» é hiperónimo de ____


Abre o manual na p. 123, onde se nos fala das manifestações teatrais anteriores a Gil Vicente (religiosas e profanas). Veremos um trecho de documentário onde o mesmo assunto é abordado.

TPC — Sugiro que aproveitem este fim-de-semana para pôr trabalhos em dia. Fazer o que lhes falte, começando talvez pelos tepecês mais recentes.

Gostaria ainda que tomassem contacto com António Gedeão / Rómulo de Carvalho. (Bons pontos de partida são os links que ponho em Projectos.)
Está a decorrer um concurso (que termina em 15 de Fevereiro), que implica fazer-se uma página net relativa a este poeta e professor de Físico-Químicas. Gostava que a turma concorresse. Os prémios são bons (computadores portáteis para os alunos vencedores; bastante dinheiro para livros para segundos e terceiros classificados).
Na próxima semana, pedir-lhes-ei textos a partir de poemas de António Gedeão. De qualquer modo, vão registando ideias que possam ter, sobretudo de modo a contemplar também o lado «interactivo», «visual» do site.

Soluções

Ao contrário das personagens que já víramos — o Fidalgo e o Onzeneiro —, o Parvo Joane não se apresenta com nenhum objecto simbólico. Também não são referidos episódios em que tivesse participado em vida. Deve-se isto ao facto de, no fundo, a sua biografia não estar a ser avaliada do mesmo modo. Também ao contrário das outras personagens, o Parvo não nos parece dominado pelo Diabo, reage com energia às interpelações deste (não lhe permitindo as habituais ironias). A linguagem do Parvo, um chorrilho de disparates, pragas, expressões populares quase que motiva o apagamento do Diabo. Pela primeira vez o Anjo aceita acolher alguém: o Parvo «passará se quiser», porque nunca errou «por malícia». No entanto, Joane ficará à espera, junto à Barca que vai para o Paraíso.

Implacável
Aguaceiro
Heróico

água-de-colónia CJ
desaguado DPS
aguaceiro DS
aguardente CA
aguada DS

a) vidraceiro - Grupo B
b) deformação - Grupo C
c) bancarrota - Grupo A
d) saca-rolhas - Grupo A
e) melindroso - Grupo B
f) adormecer - Grupo C

a) A palavra «profissão» é hiperónimo de professor [ou qualquer outra profissão]
b) A palavra «bicicleta» é hipónimo de meio de transporte [veículo; transporte]
c) A palavra «tristeza» é hipónimo de sentimento
d) A palavra «mamífero» é hiperónimo de baleia [qualquer nome de mamífero]
Correcção de tepecê com ligação de orações (subordinadas a subordinantes)
[1] Quando a modista me apresentou a conta, / [L] eu quase desmaiei.
Subordinada temporal / Subordinante

[2] Caso o seu filho tenha outra vez esta alergia, / [I] deve levá-lo ao médico especialista.
Subordinada condicional / Subordinante

[3] O aldrabão do Vicente sabe falar alemão, / [C] como eu sei falar chinês.
Subordinante / Subordinada comparativa

[4] Achei a conferência tão aborrecida, / [B] que me vim embora mais cedo.
Subordinante / Subordinada consecutiva

[5] Para que, de manhã, ele se sinta bem disposto, / [F] precisa de dormir, pelo menos, nove horas.
Subordinada final / Subordinante

[6] O sr. Ilídio tem de levar os documentos ao notário, / [O] a fim de que as assinaturas sejam reconhecidas.]
Subordinante / Subordinada final

[7] O alfaiate garantiu-me / [N] que o fato fica pronto a tempo do casamento.
Subordinante / Subordinada completiva

[8] Devem internar o sr. Armando num manicómio, / [Q] antes que ele faça mais alguma tolice.
Subordinante / Subordinada temporal

[9] Os próprios actores acham surpreendente / [E] que a comédia esteja a ter tamanho êxito.
Subordinante / Subordinada completiva

[10] Terá de haver restrições no consumo da água, / [P] a não ser que chova nos próximos dias.
Subordinante / Subordinada condicional

[11] Se o automobilista não conduzisse àquela velocidade louca, / [H] facilmente teria evitado o atropelamento.
Subordinada condicional / Subordinante

[12] O incêndio no armazém durou mais tempo, / [G] do que os bombeiros, de início, calculavam.
Subordinante / Subordinada comparativa

[13] Ele pregava tantas partidas aos colegas, / [A] que acabou por ser expulso do colégio.
Subordinante / Subordinada consecutiva

[14] Uma vez que o maestro adoecera, / [D] viram-se obrigados a adiar o concerto.
Subordinada causal / Subordinante

[15] Embora estivéssemos sentadas na última fila, / [K] ouviam-se perfeitamente os discursos.
Subordinada concessiva / Subordinante

[16] O polícia multou o meu tio, / [M] porque tinha estacionado o carro em lugar proibido.
Subordinante / Subordinada causal

[17] A Juliana continua a sentir-se mal, / [J] apesar de que o médico nada lhe encontrou.
Subordinante / Subordinada concessiva

[Frases tiradas de: Mendes Silva, Português Contemporâneo]

Aula 63-64
Rómulo de Carvalho (que, enquanto poeta, viria a usar o pseudónimo «António Gedeão»), com apenas onze anos, escreveu uma continuação dos Lusíadas, que se ocupava da história de Portugal posterior a Alcácer-Quibir. É uma boa maneira de nos irmos aclimatando ao poema épico. Lê as estrofes e depois completa:

Canto XI

I
Depois da sanguinolenta batalha,
Conhecida por Alcácer-Quibir
Ficando tudo numa só mortalha,
Fidalgos, e El-Rei logo a seguir,
Valentes e todos da mesma igualha,
Nenhum se recusou e quis fugir,
Nem D. Sebastião; só se meteu
Entre seu inimigo, onde morreu.

II
Por morte de El-Rei D. Sebastião,
Que tristíssima foi e mui fatal,
Lhe sucedeu um tio prelado, então,
Sendo dos da igreja um Cardeal
Segundo primo de El-Rei D. João
Descendente dos reis de Portugal,
Do Príncipe perfeito, seu cognome,
Por sua altivez, seu valor e nome.

Justifica-se que o jovem Rómulo tenha posto «canto XI», dado que Os Lusíadas ________.
Trata-se de {escolhe} sextilhas / oitavas / quintilhas / décimas, {escolhe} tal como acontece com Os Lusíadas / ao contrário de Os Lusíadas.
As estâncias têm o esquema rimático ______, que {escolhe} coincide/não coincide com o dos Lusíadas, havendo {risca o que esteja a mais} rima cruzada / emparelhada / interpolada. Quanto ao número de sílabas métricas em cada verso, verificamos que os versos são {escolhe} heptassilábicos / decassilábicos / eneassilábicos / endecassilábicos, o que {escolhe} também/não acontecia no poema épico de Camões.
Há nestas duas estrofes casos em que a ordem das palavras não é a mais natural {sublinha essas zonas}, o que se justifica pela necessidade de cumprir rimas e métrica, mas que nos Lusíadas acontece por essa ordem «desordenada» parecer típica dos clássicos latinos e gregos (cujo modelo Camões imitava).

Esta nossa incursão em António Gedeão — cujo centenário se celebra agora — deve-se ao Concurso «Rómulo de Carvalho/António Gedeão, o poeta da ciência», em que tentaremos participar. (O prazo é já apertado — a página tem de estar disponível a 15 de Fevereiro — e não podemos rivalizar com outros nos aspectos específicos da web; mas, mesmo assim, nada perdemos em tentar.)
Veremos agora partes do documentário «Rómulo de Carvalho e o seu amigo António Gedeão» (privilegiaremos os depoimentos sobre o poeta, António Gedeão, em detrimento das partes sobre o professor e divulgador da ciência Rómulo de Carvalho).


TPC — Melhora (ou escreve ainda) e, depois, envia-me, através do Moodle da escola (http://www.esjgf.com/ / zona amarela / disciplinas / 9.º ano / Português — chave que dei e que aqui não ponho —, Concurso), os teus textos para a página sobre António Gedeão.
Os alunos do 9.º 1.ª e do 9.º 2.ª — graças a TIC ou a Ciências — já conhecem o processo. Terão agora apenas de, na zona das disciplinas de 9.º ano, escolher Português (Luís Prista), usar a senha que lhes darei e, em Concurso, lançar os seus textos. Cada aluno terá a sua zona privativa (emendável por mim e consultável por toda a turma).
Os alunos do 9.º 3.ª, 5.ª e 6.ª devem, em primeiro lugar, criar uma conta de utilizador (esta virá a ser útil também para outras disciplinas): entram em http://www.esjgf.com/ e criam login e password, o que farão sem dificuldades, bastando que tenham já algum endereço de correio electrónico. No perfil, usem os dois nomes por que costumam ser conhecidos precedidos de 93, 95 ou 96 (exemplo: 95 João Marcelo).
Uma vez esse processo concluído, já não sei se directamente ou se pela zona amarela («Aceder ao Moodle da Escola), chegarão a uma lista de disciplinas. Em 9.º ano, encontrarão Português (Luís Prista). Clicando — e depois usando a chave — entram na minha página (paupérrima, que ainda não conheço bem o moodle da escola). Então, em 1, Concurso, lançarão o vosso texto. Se tudo correr bem, eu emendarei o que haja a emendar ou sugerirei alterações.
Se tiverem dificuldades em aceder à plataforma da escola e à nossa disciplina (mas só mesmo em último caso, por favor), mandem os textos para luis.prista@esjgf.com.
Além dos textos que estiveram a preparar em aula, são bem-vindos outros contributos de que se lembrem. Preferimos o que seja original (relativamente ao que possa já estar feito por outros colegas ou ser relativamente banal).
Em Gaveta de Nuvens, em secção acessível pelo link Concurso «António Gedeão/Rómulo de Carvalho, poeta da ciência» (no índice do blogue, junto à caricatura do poeta-cientista), porei mais textos de António Gedeão e links para sites úteis.
Soluções

Justifica-se que o jovem Rómulo tenha posto «canto XI», dado que Os Lusíadas têm dez cantos e tratava-se de fazer a sua continuação.

Trata-se de {escolhe} sextilhas / oitavas / quintilhas / décimas, {escolhe} tal como acontece com Os Lusíadas / ao contrário de Os Lusíadas.

As estâncias têm o esquema rimático A-B-A-B-A-B-C-C, que {escolhe} coincide/não coincide com o dos Lusíadas, havendo {risca o que esteja a mais} rima cruzada / emparelhada / interpolada.

Quanto ao número de sílabas métricas em cada verso, verificamos que os versos são {escolhe} heptassilábicos / decassilábicos / eneassilábicos / endecassilábicos, o que {escolhe} também/não acontecia no poema épico de Camões.

Há nestas duas estrofes casos em que a ordem das palavras não é a mais natural — « Sendo dos da igreja um Cardeal» —, o que se justifica pela necssidade de cumprir rimas e métrica, mas que nos Lusíadas acontece por essa ordem «desordenada» parecer típica dos clássicos latinos e gregos (cujo modelo Camões imitava).


Aula 65-66

Começo pelo TPC — Se ainda não o fizeram, devem enviar (via plataforma da escola) trabalhos sobre António Gedeão / Rómulo de Carvalho. Além dos trabalhos que sugeri em aula, são muito bem-vindas iniciativas vossas. Numa secção de Gaveta de Nuvens estão algumas ideias para tarefas (e procurarei pôr aí mais alguns textos do poeta). Tenham em conta que convém que os textos me cheguem antes de terça.


Dou-te uma versão em prosa das três primeiras estâncias dos Lusíadas. Esta parte do poema épico é a Proposição (o poeta diz o seu propósito, o que se propõe cantar). Depois de leres, completa as frases que ponho em baixo, de maneira a resumires cada um dos parágrafos.

Imortalizarei em todo o mundo, se tanto mo permitirem o engenho e a capacidade poética, os guerreiros e os cavaleiros ilustres que, partindo de Portugal (da praia do Restelo), navegando por diversos oceanos por ninguém ainda cruzados, passaram ainda para além da Ilha de Ceilão, fortalecidos por muitos contratempos e lutas, superiores às forças normais dos homens, fundaram, entre povos distantes, um novo reino, a que tanta glória deram. E também imortalizarei os nomes eternos daqueles reis que foram ampliando os domínios cristãos e nacionais e que andaram devastando os países pagãos, em África e na Ásia, bem como os heróis que pela sua bravura se vão tornando imortais.
Deixem de ser cantadas as longas viagens marítimas feitas por Ulisses (rei de Ítaca, na Grécia) e por Eneias (de Tróia), não celebremos mais as glórias de Alexandre Magno e do imperador Trajano, porque eu canto a bravura imortal dos portugueses, a quem o Mar e os exércitos obedeceram. Não celebremos mais as façanhas antigas, porque brilham agora outras mais gloriosas.

O poeta anuncia ir _______
Acha que se deve ______

Lendo agora, no manual (p. 226), essas três primeiras oitavas dos Lusíadas, e socorrendo-te das explicações a rosa, copia na coluna direita da tabela os versos de Camões. Vais ter de os procurar bem — confirmando se o sentido coincide com a versão à esquerda —, pois a ordem das frases nos Lusíadas nem sempre é a mais natural.

Tradução em prosa, na ordem normal das frases / Versos dos Lusíadas
Estâncias 1-2

Imortalizarei em todo o mundo, / _____
se tanto mo permitirem o engenho e a capacidade poética, / ____
os guerreiros e os cavaleiros ilustres / ___
que, partindo de Portugal (da praia do Restelo), / Que, da Ocidental praia Lusitana,
[navegando] por oceanos por ninguém ainda cruzados, / ____
Passaram ainda para além da Ilha de Ceilão, / ____
fortalecidos por muitos contratempos e lutas, / ____
superiores às forças normais dos homens, / Mais do que prometia a força humana,
fundaram entre povos distantes / ___
um novo reino, a que tanta glória deram. / ____
E também [imortalizarei] os nomes eternos / E também as memórias gloriosas,
Daqueles reis que foram ampliando / ____
os domínios cristãos e nacionais e que andaram devastando os países pagãos, em África e na Ásia, // ___
bem como os heróis que pela sua bravura / ___
se vão tornando imortais. / Se vão da lei da Morte libertando.
Estância 3
Deixem [de ser cantadas] as longas viagens marítimas feitas por Ulisses (rei de Ítaca, na Grécia) e por Eneias (de Tróia), // _____ As navegações grandes que fizeram;
não celebremos mais as glórias de Alexandre Magno e do imperador Trajano, // ______
porque eu canto a bravura imortal dos portugueses, / ___
a quem o Mar e os exércitos obedeceram. / A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Não celebremos mais as façanhas antigas, / ____
porque brilham agora outras mais gloriosas. / ___

Vendo as estrofes no manual (p. 226), reflecte sobre estas perguntas:
Qual é o complemento directo de «espalharei» (estância 2, v. 7)? _____
Qual é a condição para que o poeta cumpra a sua intenção de cantar os feitos dos portugueses? [Transcreve o verso que a apresenta] _____

Na p. 228, responde à parte sobre «Recursos estilísticos».

Soluções

O poeta anuncia ir louvar os feitos dos portugueses (dos que chegaram à Índia, dos reis que lutaram pelo cristianismo e pelo alargamento do reino, dos heróis que se distinguiram pela bravura).
Acha que se deve deixar de glorificar os feitos de heróis antigos, já que as acções dos portugueses têm ainda mais valor.

Imortalizarei em todo o mundo, / Cantando espalharei por toda a parte,
se tanto mo permitirem o engenho e a capacidade poética,/Se a tanto me ajudar o engenho e a arte[,]

os guerreiros e os cavaleiros ilustres /As armas e os barões assinalados
que, partindo de Portugal (da praia do Restelo), /Que, da Ocidental praia Lusitana,

[navegando] por oceanos por ninguém ainda cruzados, /Por mares nunca dantes navegados,
passaram ainda para além da Ilha de Ceilão, /Passaram ainda além da Taprobana,

fortalecidos por muitos contratempos e lutas, /Em perigos e guerras esforçados
superiores às forças normais dos homens, /Mais do que prometia a força humana,

fundaram entre povos distantes /E entre gente remota edificaram
um novo reino, a que tanta glória deram. / Novo Reino, que tanto sublimaram;

E também [imortalizarei] os nomes eternos / E também as memórias gloriosas,
daqueles reis que foram ampliando / Daqueles Reis que foram dilatando

os domínios cristãos e nacionais e que andaram devastando os países pagãos, em África e na Ásia,
/A Fé, o Império, e as terras viciosas /De África e de Ásia andaram devastando,
bem como os heróis que pela sua bravura/E aqueles que por obras valerosas
se vão tornando imortais./Se vão da lei da Morte libertando.

Deixem [de ser cantadas] as longas viagens marítimas feitas por Ulisses (rei de Ítaca, na Grécia) e por Eneias (de Tróia), /Cessem do sábio Grego e do Troiano
/As navegações grandes que fizeram;
não celebremos mais as glórias de Alexandre Magno e do imperador Trajano,/Cale-se de Alexandro e de Trajano
/A fama das vitórias que tiveram;
porque eu canto a bravura imortal dos portugueses,/Que eu canto o peito ilustre Lusitano
a quem o Mar e os exércitos obedeceram./A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Não celebremos mais as façanhas antigas,/Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
porque brilham agora outras mais gloriosas./Que outro valor mais alto se alevanta.

«As armas e os barões [...] libertando»
«Se a tanto me ajudar o engenho e a arte»

Sinédoque
1.1. «praia Lusitana» = Portugal.
'ganhar o pão' [pão = alimentos]
'a maura lança' = o poder militar dos mouros

Metonímia
2.1 «a Musa antiga canta» = Poesia antiga
«vai para os copos» = vai beber
«o suor do rosto» = o trabalho árduo

Anáfora
3.1 «Dai-me...» / «Dai-me...» / «Dai-me»
Enquanto...

O português é... // Sinédoque
Beber um copo // Metonímia
A vida... - A vida... // Anáfora


Derivação própria (prefixal e sufixal)
Derivação imprópria (= conversão)
Derivação regressiva


Derivação regressiva

Gajão (<> Gajo
Comprar > Compra
Debater > Debate
Ténis > *Tene


Aula 67-68

Vimos na última aula as três primeiras estâncias de Os Lusíadas.
Nessas estrofes — correspondentes à Proposição — o poeta anuncia ir cantar (louvar) os _____ ilustres («as armas e os barões assinalados») que, «por mares nunca dantes navegados», alcançaram locais até então _____ («passaram ainda além da Taprobana»).
Diz também ir cantar os _____ que ampliaram a área de influência cristã e o próprio território nacional («dilataram a fé e o Império»).
Cantará, enfim, todos aqueles que se «vão da lei da Morte libertando», isto é, os que, pelos seus feitos, se tornaram _____.
Na 3.ª estrofe da Proposição, o poeta procura valorizar os Portugueses relativamente aos heróis antigos, o «sábio grego» (que é ______) e o «Troiano» (recurso estilístico para significar ______), os heróis das epopeias de Homero e de Virgílio. Também as conquistas de _______ e de ________ são inferiores às dos Portugueses. Portanto, «Cesse tudo o que a Musa antiga canta / que outro valor mais alto se ______».

Vais agora ler as estrofes 4-5, que constituem a Invocação (nesta parte dos poemas épicos, os autores pediam ______ poética às Musas que escolhiam como suas protectoras). Lê a primeira dessas duas oitavas.
Logo no v. 1 há vocativos (______) que revelam a quem o poeta pede inspiração poética: às ______ do Tejo. Camões, argumentando que o rio _____ («o vosso rio») já fora por ele («de mi») celebrado em poesia _______ («em verso humilde»), pede às ______ que lhe dêem agora um estilo apropriado à poesia ______ («um som alto e sublimado, um estilo grandíloco e corrente», para que o deus Apolo («Febo»), ______ das Musas, considere que as águas do Tejo não são menos inspiradoras do que as da fonte ______ (que tornava poeta quem dela bebesse).
Põe as palavras dos vv. 3-4 na ordem mais natural em português: _____
E passa esses dois versos para a forma activa: ______

Lê agora a segunda estrofe, a quinta do primeiro canto.
O poeta continua a pedir inspiração, o que fica marcado por dois versos com uma anáfora (trazida da estrofe anterior): ______; ______. Como se trata de um poema épico, o poeta prefere «uma fúria grande e sonorosa», «uma tuba canora e belicosa» (ou seja, um estilo pomposo) a uma «agreste avena ou flauta rude» (que simbolizam a poesia mais _______, bucólica até).
Nos dois últimos versos, o poeta declara de novo querer espalhar pelo Universo a fama dos _______, mas põe uma uma condição, uma dúvida: se tanto ________ «cabe em verso» (se pode ser _______ num poema).
Na p. 227, vê o quadro sobre a Invocação. De modo redigido, responde à pergunta 6. _____
Vamos até à página 248, para vermos uma lista de recursos estilísticos, de figuras de estilo. Lê definições e exemplos de cada uma, e anota alguma dúvida que tenhas.

Passa a limpo (ou recomeça-o com outro assunto) o trabalho em que se tratava de definir o plano de um poema épico:

Título [exemplo meu: A Benfiquíada]: — _______
Proposição (em tópicos; subentendendo «Cantarei …»; usando adjectivos interessantes) [Cantarei:
a construção homérica do Estádio da Luz;
as vitórias retumbantes na Taça dos Campeões Europeus;
os potentes remates de Eusébio;
as fintas velozes de Simão Sabrosa]
_______
_______
_______
_______
_______

Invocação (pedir inspiração a alguma entidade ligada ao assunto, equiparável a musa) [E tu, águia Vitória, inspira-me …]
________

Dedicatória (a dedicatória não era obrigatória no género épico, mas Camões dedica o poema a D. Sebastião) [no exemplo que dei, talvez a dedicatória pudesse ser feita a Féher, o jogador que morreu em campo].
________

Narração (como é tradição dos poemas épicos, o relato da acção começa já a meio — in media res —, havendo mais tarde recuperação do que ficara para trás, através de algum reconto encaixado) [podíamos tomar como ponto de partida do relato o regresso dos jogadores após a última final europeia perdida pelo Benfica].
________


Vai até à página 257, onde são tratados os pronomes relativos (e as orações subordinadas relativas). Lê os exemplos de pronomes relativos.

Soluções

Nessas estrofes — correspondentes à Proposição — o poeta anuncia ir cantar (louvar) os guerreiros ilustres («as armas e os barões assinalados») que, «por mares nunca dantes navegados», alçancaram locais até então desconhecidos («passaram ainda além da Taprobana»).
Diz também ir cantar os reis que ampliaram a área de influência cristã e o próprio território nacional («dilataram a fé e o Império»).
Cantará, enfim, todos aqueles que se «vão da lei da Morte libertando», isto é, os que, pelos seus feitos, se tornaram imortais.
Na 3.ª estrofe da Proposição, o poeta procura valorizar os Portugueses relativamente aos heróis antigos, o «sábio grego» (que é Ulisses) e o «Troiano» (recurso estilístico para significar Eneias), os heróis das epopeias de Homero e de Virgílio. Também as conquistas de Alexandre e de Trajano são inferiores às dos Portugueses. Portanto, «Cesse tudo o que a Musa antiga canta / que outro valor mais alto se alevanta».

Vais agora ler as estrofes 4-5, que constituem a Invocação (nesta parte dos poemas épicos, os autores pediam inspiração poética às Musas que escolhiam como suas protectoras). Lê a primeira dessas duas oitavas.
Logo no v. 1 há vocativos («vós, Tágides minhas») que revelam a quem o poeta pede inspiração poética: às ninfas do Tejo. Camões, argumentando que o rio Tejo («o vosso rio») já fora por ele («por mi») celebrado em poesia lírica («em verso humilde»), pede às Tágides que lhe dêem agora um estilo apropriado à poesia épica («um som alto e sublimado, um estilo grandíloco e corrente», para que o deus Apolo («Febo»), chefe das Musas, considere que as águas do Tejo não são menos inspiradoras do que as da fonte Hipocrene (que tornava poeta quem dela bebesse).
Põe as palavras dos vv. 3-4 na ordem mais natural em português:
Se o vosso rio foi sempre celebrado alegremente em verso humilde de [por] mi [mim]
E passa esses dois versos para a forma activa:
Se eu sempre celebrei alegremente o vosso rio em verso humilde.

Lê agora a segunda estrofe, a quinta do primeiro canto.
O poeta continua a pedir inspiração, o que fica marcado por dois versos com uma anáfora (trazida da estrofe anterior): «dai-me uma fúria»; «dai-me igual canto». Como se trata de um poema épico, o poeta prefere «uma fúria grande e sonorosa», «uma tuba canora e belicosa» (ou seja, um estilo pomposo) a uma «agreste avena ou flauta rude» (que simbolizam a poesia mais lírica, bucólica até).
Nos dois últimos versos, o poeta declara de novo querer espalhar pelo Universo a fama dos Portugueses, mas põe uma uma condição, uma dúvida: se tanto valor «cabe em verso» (se pode ser representando num poema).
Na p. 227, vê o quadro sobre a Invocação. De modo redigido, responde à pergunta 6: «O emissor é o poeta, o receptor são as Tágides, a mensagem é o pedido de inspiração poética».
Vamos até à página 248, para vermos uma lista de recursos estilísticos, de figuras de estilo. Lê definições e exemplos de cada uma, e anota alguma dúvida que tenhas.
Recursos estilísticos (ou Figuras de estilo)
Eufemismo
Metáfora
Hipérbole
Personificação
Apóstrofe
Metonímia
Sinédoque
Anáfora
Comparação
Ironia


Pronomes relativos
Que
O qual
Quem
Quanto
Onde

Variáveis
o qual, a qual os quais, as quais
quanto, quanta quantos, quantas

Invariáveis
que, quem, onde


Oracões coordenadas
copulativas
adversativas
disjuntivas
conclusivas

Orações subordinadas
Adverbiais
temporais
causais
concessivas
finais
consecutivas
condicionais
comparativa

Substantivas
completivas
relativas sem antecedente

Adjectivas
relativas explicativas
relativas restritivas



Substantivas
completivas (ele disse / que és linda)
complemento directo
relativas sem antecedente (quem vai ao mar / perde o lugar)
sujeito

Adjectivas
relativas explicativas
O carro, que tem uma amolgadela, é azul.

relativas restritivas
O carro que tem uma amolgadela é azul.

Os alunos que fizeram a simulação de Matemática vão ter excelentes notas.
O atleta que venceu a maratona era nigeriano.
O Benfica, que esteve em bom nível, venceu o jogo.
Aula 69-70

Vamos ler três cenas do Auto da Barca do Inferno. No final, faremos uma sua leitura dialogada. Entre parênteses rectos está o verso onde se pode encontrar a informação que quero que preenchas.

Lê a cena do Sapateiro (p. 145) e vai completando:

O Sapateiro apresenta-se com dois símbolos: ______ e ______.
Ao longo da cena, a personagem dá três razões que, segundo ela, bastariam para a salvaguardar da ida para o Inferno: (1) morreu ________ [v. 329]; (2) em vida, ouviu _______ [v. 347]; (3) fez ________ à igreja [v. 351]. A estes argumentos o Diabo contrapõe que o Sapateiro ________ [v. 341].
Muitas vezes, a linguagem do Sapateiro pertence a um registo bastante popular: {dá dois exemplos} _______; _______.

Lê a cena do Frade (p. 149) e vai completando:

O Frade apresenta-se com quatro símbolos: uma _______, um _______, uma ________ e um _______ (capacete).
Também o Frade alega três factos que, julga ele, o dispensavam de ir para o Inferno: (1) usar um ________, ou seja, ser um religioso [v. 405]; (2) ter ________ [v. 427]; (3) ser _________ [v. 468].
O Frade usa alguns termos técnicos da esgrima: {dá dois exemplos} _______; ________.
Nesta cena, o Anjo não fala. Em seu lugar, intervém o _______ [v. 481].

Lê a cena da Alcoviteira (p. 155) e vai completando:

Os símbolos transportados pela Alcoviteira, Brízida Vaz, estão relacionados com as suas actividades (angariação de raparigas e bruxaria). Assim, leva seiscentos _______ (hímenes) postiços; três _________; três _______; cinco _________; jóias [v. 506ss].
A Alcoviteira acha que vai para o Paraíso, porque (1) foi muito ________ [v. 526]; (2) converteu _______, a quem arranjou marido ou amante [v. 550].


TPC — Aproveita para rever as matérias de gramática que temos dado. Quanto aos alunos que têm trabalhos em atraso, devem tentar fazê-los agora (começando pelos trabalhos mais recentes).

Leitura em voz alta dialogada

Personagens / Primeira série / Segunda série
/ Aluno / Classificação / Aluno / Classificação
Cena do Sapateiro

Sapateiro / / / /
Diabo / / / /
Anjo / / / /
Cena do Frade
Frade / / / /
Diabo / / / /
Parvo / / / /
Cena da Alcoviteira
Alcoviteira / / / /
Diabo / / / /
Anjo / / / /
Companheiro / / / /


Dou-te uma série de períodos em que há sempre duas orações, sendo uma delas uma oração subordinada relativa (a outra, como é óbvio, é a oração subordinante).

Marca nos períodos essas duas orações (Subordinada Relativa e Subordinante).
Sublinha os pronomes relativos que iniciam as orações subordinadas relativas.
Relativamente a cada uma das subordinadas relativas, decide se são Adjectivas (se estão a modificar ou a caracterizar o nome que as antecede) ou Substantivas (se servem de sujeito ou de complemento directo das suas subordinantes).
Relativamente às orações subordinadas relativas adjectivas decide se são Restritivas ou Explicativas.

1. Ontem, a freira bebeu quantas garrafas de vinho se lhe depararam.
2. Quem se mete com o polícia Armando sofre as consequências.
3. Papaste a papaia que eu reservara para o papá.
4. As papaias, que são frutos dulcíssimos, tornam as pessoas inteligentes.
5. A ameixa, que estava doente, morreu.
6. A ameixa que estava doente morreu.

Soluções
O Sapateiro apresenta-se com dois símbolos: avental e formas.
Ao longo da cena, a personagem dá três razões que, segundo ela, bastariam para a salvaguardar da ida para o Inferno: (1) morreu confessado; (2) em vida, ouviu muitas missas; (3) fez oferendas à igreja. A estes argumentos o Diabo contrapõe que o Sapateiro durante trinta anos roubara o povo.
Muitas vezes, a linguagem do Sapateito pertence a um registo bastante popular: «puta da barcagem»; «puta da badana»; «traquitana».

Lê a cena do Frade (p. 149) e vai completando:

O Frade apresenta-se com quatro símbolos: uma moça, um broquel, uma espada e um casco (capacete).
Também o Frade alega três factos que, julga ele, o dispensavam de ir para o Inferno: (1) usar um hábito, ou seja, ser um religioso; (2) ter rezado muitos salmos; (3) ser bom espadachim.
O Frade usa alguns termos técnicos da esgrima: «levada»; «guia»; «segunda guarda».
Nesta cena, o Anjo não fala. Em seu lugar, intervém o Parvo.

Lê a cena da Alcoviteira (p. 155) e vai completando:

Os símbolos transportados pela Alcoviteira, Brízida Vaz, estão relacionados com as suas actividades (angariação de raparigas e bruxaria). Assim, leva seiscentos virgos (hímenes) postiços; três arcas de feitiços; três armários de mentir; cinco cofres de enleios; jóias.
A Alcoviteira acha que vai para o Paraíso, porque (1) foi muito açoitada; (2) converteu muitas raparigas, a quem arranjou marido ou amante.

complemento directo
Assassinei / quem antes me assassinara
Subordinante / Subordinada relativa (substantiva)

Sujeito
Quem comeu a tarte de morango / ficou verde.
Subordinada relativa (substantiva) / Subordinante

Atributo
Come os carapaus / que estão na sarjeta.
Subordinante / Subordinada relativa (adjectiva)


A saia cuja dona era minha prima era lindíssima.


Camões/, que jogava futebol no Sintrense, /não escrevia poesia.
Subordinante / Subordinada realativa (adjectiva)



Ontem, a freira bebeu / quantas garrafas de vinho se lhe deparararam.
Subordinada substantiva relativa
Quem se mete com o polícia Armando / sofre as consequências.
Subordinada substantiva relativa
Papaste a papaia / que eu reservara para o papá.
Subordinada adjectiva relativa restritiva
As papaias, / que são frutos dulcíssimos, / tornam as pessoas inteligentes.
Subordinada adjectiva relativa explicativa
A ameixa/, que estava doente, / morreu.
Subordinada adjectiva relativa restritiva

A ameixa / que estava doente / morreu.
Subordinada adjectiva relativa explicativa


Aula 71-72

Na p. 157, lê a cena do Judeu.

O judeu transporta ______, que simboliza os rituais da sua religião.
«Cuja é esta barca?» [v. 575] corresponde a «_____ é esta barca?» (nota que, embora ainda hoje usemos «cujo», esta sua aplicação como pronome interrogativo é um arcaísmo). A resposta do Diabo é satisfatória? _____, porque ele se limita a, ironicamente, dizer que a barca é do ______ [v. 576].
Ao contrário das outras personagens, o Judeu, em vez de argumentar para não ir para o inferno, mostra-se desejoso de _____, acompanhado do _____, e, para isso, oferece ao Diabo ______ [vv. 577-586]. Está até disposto a aumentar a oferta («Quereis ______?» [v. 587]), mas o Diabo mostra-se inflexível.
Pelos vv. 590-596, percebemos que o Judeu terá entrevisto duas personagens já entradas na barca do inferno, a _____ e o _____. A este último trata por «_____», «corregedor», «_____» [vv. 591-595], por julgar que são essas as suas funções. (Há ainda outra hipótese: como na verdade o Corregedor será personagem na próxima cena, pode ter havido no texto do folheto de 1517 uma troca de cenas e a cena do Judeu ser afinal posterior à do Corregedor, que, portanto, já teria entrado na barca).
Depois de pedir ao Fidalgo que castigue o _____ («este sandeu») [v. 596], o Judeu pragueja durante os vv. __-__, num estilo que lembra o dos disparates do ____ numa cena anterior.
Na cena do Judeu, como na do Frade, o Anjo não intervém (a não ser que os vv. 609-610, que são atribuídos ao _____, fossem na verdade do Anjo, e tivesse havido lapso no folheto). Quem substitui o Anjo é o _____ [vv. 605-608 e 611-616]. Os pecados que são apontados ao Judeu têm que ver com infracções a rituais dos cristãos: «mijar nos finados» na _____ de S. Gião [v. 612], comer _____ no dia de Nosso Senhor [v. 613], por exemplo.
A classe de palavras a que pertence «Sus!» [v. 617] é a das ______. Já víramos também que, dado ser palavra que já não se usa, a designamos ______.
O Judeu não irá propriamente dentro da barca, irá _____, com o bode na trela [v. 620].

Na p. 159, lê o texto «A questão judaica».

Leitura em voz alta dialogada

Personagens / Primeira série / Segunda série
/ Aluno / Classificação / Aluno / Classificação
Cena do Judeu
Judeu / / / /
Diabo / / / /
Parvo / / / /

Dou-te cinco períodos compostos (cinco frases complexas), havendo em todos eles uma oração subordinante e uma oração subordinada substantiva.

Delimita as duas orações e classifica-as.
Em cada uma das orações subordinadas substantivas, verifica se se trata de oração relativa ou de oração completiva.
Diz ainda qual é a função sintáctica que desempenha essa oração substantiva (sujeito, complemento directo, …).

Vi quantos mamutes amarelos quis.
É provável que hoje neve.
Quem não tem cão caça com camelo.
Não sei se me apetece Ferrero Rocher.
Ele perguntou se os contentores já tinham explodido.

Faz a correspondência, indicando a função sintáctica das orações subordinadas substantivas relativas sublinhadas:

Ele não é quem nós julgamos. complemento directo
Quem semeia ventos colhe um tsunami. sujeito
Negou quanto diziam. complemento indirecto
Agradece a quem te bate. predicativo do sujeito

Nas frases a seguir há sempre uma subordinante e uma subordinada relativa. Divide as orações e indica se a oração subordinada relativa é substantiva ou adjectiva (e, se for adjectiva, se é restritiva ou explicativa).

A música que ouvi era de Haydn.
Haydn, que admirava muito Quim Barreiros, morreu em 1809.
Os rinocerontes que tinham lido o Auto da Barca do Inferno arrotaram.
Os rinocerontes, que tinham lido o Auto da Barca do Inferno, arrotaram.
Quem vê caras não vê corações.

Substitui as subordinadas adjectivas restritivas por um adjectivo (que funcionará como atributo), as subordinadas adjectivas explicativas por um aposto, a subordinada substantiva por um sintagma nominal.

Pergunta do exame nacional de 2004-2005, 1.ª chamada:
Transcreve separadamente, nas linhas abaixo, as duas orações que constituem a frase complexa que se segue.
Os navegadores que viajavam para a Índia foram surpreendidos pela tempestade.
_______
_______

Pergunta do exame nacional de 2004-2005:
Assinala com um X o quadrado que corresponde à frase que contém uma oração subordinada relativa explicativa.
□ A Ana acenou de longe aos seus dois amigos, dois colegas que estudam na mesma escola que ela.
□ A Sofia disse ao irmão que não queria ir com os amigos dele nem ao cinema, nem à praia.
□ O António, que é o melhor amigo do Pedro, como não quis desiludi-lo, decidiu acompanhá-lo.
□ Considero que, actualmente, as pessoas têm acesso mais facilitado à informação.

Pergunta do exame nacional de 2004-2005, 1.ª chamada:
Completa cada uma das frases seguintes com a forma verbal adequada.
a) ____ (Comentasse/Comenta-se) que as grandes descobertas científicas permitem que nos aproximemos cada vez mais dos mistérios do universo.
b) Sei que tens dois livros que falam da importância dos sonhos na vida do ser humano. _____ (Emprestamos/Empresta-mos) e devolvê-los-ei na próxima semana.
c) Ainda que eu te _____ (contasse/conta-se) os meus sonhos, na verdade, tu nuca chegarias a conhecê-los.
d) Quando tu _____ (chegaste/chegastes), eu já tinha partido para a minha viagem.


Pergunta do exame nacional de 2004-2005:
Completa cada uma das frases seguintes, usando, nos tempos indicados, a forma correcta do verbo apresentado entre parênteses.
a) Pretérito perfeito simples do indicativo
O João e o Miguel não _____ (querer) aceitar o convite de um amigo para trabalharem num restaurante.
b) Pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo
O Jorge pintou um brinquedo que _____ (encontrar) no sótão.
c) Pretérito imperfeito do conjuntivo
Se as plantas _____ (poder) falar, talvez _____ (haver) mais respeito pela natureza.


TPC — (i) Em folha solta, cria cena em que intervenha um Diabo, um Anjo e uma personagem-tipo actual. O diálogo será apresentado como se costuma fazer numa peça. O texto não será rimado e terá linguagem actual. A estrutura da cena será semelhante à das cenas do Auto da Barca do Inferno.

(ii) Estudar matérias de gramática. Ter especialmente em conta os conteúdos dados ou revistos recentemente:
Orações coordenadas (copulativas, adversativas, disjuntivas, conclusivas); subordinantes, subordinadas (adverbiais [temporais, finais, causais, concessivas, consecutivas, condicionais, comparativas]; substantivas [completivas, relativas]; adjectivas [relativas]).
Classes de palavras: Preposições [e suas contracções]; Conjunções; Pronomes (relativos), Nome, Adjectivo, Verbo, Advérbio, Interjeição, Determinante.
Funções sintácticas (Sujeito, Predicado, Complemento directo, Complemento indirecto, Vocativo, Aposto, Agente da passiva, Predicativo do sujeito, Atributo, Determinativo, Complementos circunstanciais).
Formas de frase (activa e passiva; afirmativa e negativa).
Formação de palavras (derivação própria — por prefixação, por sufixação — ; derivação imprópria; derivação regressiva; composição — por aglutinação, por justaposição).
Sufixos diminutivos e aumentativos.
Formação de advérbios de modo em –mente.
Homonímia (e noção de Palavras convergentes).
Palavras divergentes (vias popular e erudita).
Diacronia, Sincronia.
Arcaísmo, Neologismo.
Hiperónimos, Hipónimos (e holónimos, merónimos).
Conjugação perifrástica.
Conjugação pronominal.
Recursos estilísticos (ou figuras de estilo): metáfora, comparação, anáfora, ironia, eufemismo, personificação.
Esquema rimático e Tipos de rima (interpolada, cruzada, emparelhada).
Contagem de sílabas métricas (e classificação de versos).
Noção de estrofe (e classificação de estrofes).
Soluções

O judeu transporta um bode, que simboliza os rituais da sua religião.
«Cuja é esta barca?» [v. 575] corresponde a «De quem é esta barca?» (nota que, embora ainda hoje usemos «cujo», esta sua aplicação como pronome interrogativo é um arcaísmo). A resposta do Diabo é satisfatória? Não, porque ele se limita a, ironicamente, dizer que a barca é do barqueiro [v. 576].
Ao contrário das outras personagens, o Judeu, em vez de argumentar para não ir para o inferno, mostra-se desejoso de entrar na barca, acompanhado do bode, e, para isso, oferece ao Diabo quatro tostões [vv. 577-586]. Está até disposto a aumentar a oferta («Quereis mais outro testão?» [v. 587]), mas o Diabo mostra-se inflexível.
Pelos vv. 590-596, percebemos que o Judeu terá entrevisto duas personagens já entradas na barca do inferno, a Alcoviteira e o Fidalgo. A este último trata por «meirinho», «corregedor», «coronel» [vv. 591-595], por julgar que são essas as suas funções. (Há ainda outra hipótese: como na verdade o Corregedor será personagem na próxima cena, pode ter havido no texto do folheto de 1517 uma troca de cenas e a cena do Judeu ser afinal posterior à do Corregedor, que, portanto, já teria entrado na barca).
Depois de pedir ao Fidalgo que castigue o Diabo («este sandeu») [v. 596], o Judeu pragueja durante os vv. 597-604, num estilo que lembra o dos disparates do Parvo numa cena anterior.
Na cena do Judeu, como na do Frade, o Anjo não intervém (a não ser que os vv. 609-610, que são atribuídos ao Diabo, fossem na verdade do Anjo, e tivesse havido lapso no folheto). Quem substitui o Anjo é o Parvo [vv. 605-608 e 611-616]. Os pecados que são apontados ao Judeu têm que ver com infracções a rituais dos cristãos: «mijar nos finados» na igreja de S. Gião [v. 612], comer carne no dia de Nosso Senhor [v. 613], por exemplo.
A classe de palavras a que pertence «Sus!» [v. 617] é a das interjeições. Já víramos também que, dado ser palavra que já não se usa, a designamos arcaísmo.
O Judeu não irá propriamente dentro da barca, irá a reboque, com o bode na trela [v. 620].

Vi / quantos mamutes amarelos quis.
Subordinante / Subordinada substantiva relativa
Complemento directo

É provável / que hoje neve.
Subordinante / Subordinada substantiva completiva
Complemento directo

sujeito
Quem não tem cão / caça com camelo.
Subordinada substantiva relativa / Subordinante

complemento directo
Não sei / se me apetece Ferrero Rocher.
Subordinante / Subordinada substantiva completiva

complemento directo
Ele perguntou / se os contentores já tinham explodido.
Subordinante / Subordinada substantiva completiva

Ele não é / quem nós julgamos.
predicativo do sujeito

Quem semeia ventos / colhe um tsunami.
sujeito

Negou / quanto diziam.
complemento directo

Agradece / a quem te bate.
complemento indirecto


A música que ouvi era de Haydn.
subordinada relativa adjectiva restritiva
melódica

um excelente compositor
Haydn, que admirava muito Quim Barreiros, morreu em 1809.
subordinada relativa adjectiva explicativa

inteligentes
Os rinocerontes que tinham lido o Auto da Barca do Inferno arrotaram.
subordinada relativa adjectiva restritiva

uns bons leitores
Os rinocerontes, que tinham lido o Auto da Barca do Inferno, arrotaram.
subordinada relativa adjectiva explicativa

Quem vê caras não vê corações.
subordinada relativa substantiva
Um homem

Os navegadores foram surpreendidos pela tempestade.
que viajavam para a Índia

□ O António, que é o melhor amigo do Pedro, como não quis desiludi-lo, decidiu acompanhá-lo.

Pergunta do exame nacional de 2004-2005, 1.ª chamada:

a) Comenta-se que as grandes descobertas científicas permitem que nos aproximemos cada vez mais dos mistérios do universo.
b) Sei que tens dois livros que falam da importância dos sonhos na vida do ser humano. Empresta-mos e devolvê-los-ei na próxima semana.
c) Ainda que eu te contasse os meus sonhos, na verdade, tu nuca chegarias a conhecê-los.
d) Quando tu chegaste, eu já tinha partido para a minha viagem.

a) O João e o Miguel não quiseram aceitar o convite de um amigo para trabalharem num restaurante.
b) O Jorge pintou um brinquedo que tinha encontrado no sótão.
c) Se as plantas pudessem falar, talvez houvesse mais respeito pela natureza.


atributo
Tens um focinho engraçado.

aposto
O velho Santiago, pescador experiente, venceu o espadarte.

D. Afonso Henriques, o conquistador, reinou bastante.

Aquela vila, Baixa da Banheira, é graciosa.

Ela, Dora, está cada vez mais bonita.

Comi um Puro, o melhor dos iogurtes.

Classes de palavras
Substantivo (Nome)
Adjectivo
Verbo
Determinante
Pronome
Advérbio
Preposição
Conjunção
Interjeição


Funções sintácticas
Sujeito
Predicado
Coomplemento directo
Complemento indirecto
Complementos circunstanciais
Vocativo
Predicativo do sujeito
Predicativo do complemento directo
Agente da passiva
Atributo
Determinativo
Aposto
Aula 73-74
O trecho do Auto da Barca do Inferno que vais ler — pp. 161-162 — reúne duas personagens-tipo ligadas ao direito e à justiça. Primeiro, além do Diabo, está apenas em cena o ____; depois, na segunda parte, já na p. 162, chega o ____.
Pelas rubricas (ou didascálias) que têm indicações para a encenação, escritas em itálico, percebemos quais são os objectos que trazem como símbolos: o Corregedor traz _____ («processos», diríamos hoje) e uma _____ (que representa a autoridade ligada à justiça). O Procurador vem carregado de ______.
No v. 623, o próprio Corregedor se identifica em termos modernos: ele é _______. Ser «amador de perdiz» [v. 624], como o descreve o Diabo, indica-nos como se deixava corromper: recebendo ______.
«Cárrega» [v. 625] corresponde à palavra actual «______». «Nesse papel» [v. 631] refere-se {escolhe} a um recado que o Corregedor levava / aos «feitos» que o Corregedor transportava. O advérbio «i» [v. 631] é traduzível em português actual por «____». A forma verbal «poeremos» [v. 633], que equivale à forma actual «______» (futuro do indicativo de «pôr»), mostra-nos que «pôr» veio de «poer» (que, por sua vez, veio do latim «ponere»): é por isso que «pôr» é um verbo da ____ conjugação (a dos verbos terminados em –ER).
No v. 636 há uma ironia do Diabo, ao tratar o Corregedor por «_____» e há também um neologismo, criado com o prefixo des-, «________». Este verso é, portanto, um bom exemplo de cómico de {escolhe} situação / linguagem / carácter.
A partir do v. 639 começam a surgir várias expressões em latim — típicas da linguagem jurídica — e também expressões em que o Diabo, para ridicularizar essa característica linguística dos juristas, usa um latim de brincadeira, misturado com português. O próprio Diabo diz [vv. 652-653] ao Corregedor que, além do ______ («linguagem»), também sabe ___________.
O que o Diabo dá como justificação para o Corregedor ir para o Inferno é ele ter ________ [v. 659]. Sabemos ainda que a mulher do Corregedor ___________ [vv. 670-671] e que este _____________ [vv. 678-681].
«Oh! que isca esse papel pera um fogo que eu sei!» [vv. 662-663] significa __________________.
«Lago dos cães» [687] é uma expressão figurada para _____.

Já na p. 162, temos a chegada do Procurador, que é recebido pelo Diabo mas também, e sobretudo, pelo ______. É através do diálogo entre estas duas figuras da justiça e do direito que sabemos que o Procurador [vv. 711-713] {escolhe} se confessara / não se chegara a confessar e que o Corregedor, tendo-se confessado, não ___________ [vv. 716-717].
A partir do v. 732, o cómico resulta do uso do latim misturado com as frases portuguesas por parte do Corregedor e das respostas, em falso latim, do __________ [vv. 734-737; 740-741; 754], que, mais uma vez, intervém mais do que o __________. Quanto a este, limita-se ao costumado argumento de que ___________ [vv. 742-745].
À entrada no batel do Inferno, o Corregedor depara-se com _______, que o conheceria por, na vida terrena, ___________.

Circunda [itálico aqui no blogue] os verbos que pedem predicativo do sujeito. Depois sublinha [a negro no blogue] os predicativos do sujeito. (Talvez valha a pena lembrar que esse conjunto de verbo copulativo e predicativo do sujeito constitui um predicado nominal.)

O coprólito continuou parado, mas reparou que o jacaré estava ansioso. Permaneceu mudo e, quando Gil Vicente — assim se chamava o jacaré — ficou mais calmo, perguntou-lhe se queria ir ver o Auto da Barca.
— Não, obrigado. Estou cansado! Seria uma péssima companhia. E a avenida do Colégio Militar é demasiado seca. E já agora: estas frases parecem estúpidas (ou feitas à pressa numa tarde de segunda-feira antes das aulas de terça) — respondeu Gil Vicente.

Nota que o predicativo é uma caracterização ligada ao sujeito, intermediada apenas pelo verbo copulativo (também designado «verbo de significação indefinida»).

Tal como o sujeito, também o complemento directo pode ter um predicativo. O predicativo do complemento directo é introduzido por verbos de apreciação, de julgamento (acerca do complemento directo): «considerar», «julgar», «achar», «eleger», etc.
Circunda os complementos directos [aqui em itálico]. Sublinha os predicativos do complemento directo [a negro]. Atravessa com uma linha diagonal os verbos que têm esses complementos directos com predicativos.

O professor considerava errada aquela ideia. Por mais que pensasse no assunto, não vencia o impasse. Todos achavam as frases uma tontice, mas ele julgava-as sobretudo deselegantes. E tinha de eleger o texto gramatical mais estúpido de todos. Era mesmo aquele.

Completa com predicativos do complemento directo:

Elejo Fernando Pessoa ________. Porém, também considero Camões ____________. Já Simão Sabrosa julgo-o _________________. Enfim, acho todos os jogadores do Benfica ____________.


TPC — Preenche o cabeçalho do Teste especial escolas do Campeonato Nacional da Língua Portuguesa (a tinta; de preferência, preta). Como se percebe pelo enunciado, os organizadores remeterão posteriores informações — relativas aos apurados — para o teu mail ou, mas só no caso de não haver e-mail, para a morada. Portanto, escreve o teu e-mail apenas se o consultares quase todos os dias, se o consideras fiável e se não é propício a confusões (por má decifração da tua letra, más leituras de hífenes ou travessões, etc.). Se assim não for, escreve antes a tua morada (completa e legível).
Responde a tinta às perguntas em que tens a certeza de acertar. Admito que deixes duas ou três perguntas por resolver (ou resolvidas apenas a lápis) e interrogadas ao lado (a lápis). Se souber a solução e achar que a tua dúvida é admissível, eu próprio lançarei a boa resposta. Mas, claro, só o farei se o resto da prova estiver bastante boa.
Nas perguntas «Quantos erros encontra neste texto?», o que deve ficar marcado é a alínea com o número de erros. De qualquer modo, a lápis, no texto, deixa assinalados os locais dos erros (apenas para eu verificar; apagarei depois essas marcações).
Algumas das perguntas implicam consulta de dicionário. A organização do concurso recomenda o Grande Dicionário da Língua Portuguesa (Porto Editora) — que, creio, não há no CRE — mas a consulta de outros dicionários levará também ao apuramento da solução. Aliás ponho no verso desta página alguns dos verbetes que podem interessar.
Responde também às perguntas 21-30. Embora já não sejam para o nosso escalão, tens obrigação de as conseguir resolver, já que não implicam conteúdos que ainda não tenhamos dado. (Essa última folha não a enviaremos, mas trá-la também resolvida.)
Não resolvas este teste por mero copianço em cima da aula (como tantas vezes os vejo fazer em situações semelhantes) nem ao calhas ou com pouca concentração. Além do mais, dado que algumas das perguntas incidem sobre conteúdos que temos vindo a dar, tenciono reaproveitá-las (ou fazer itens idênticos) em testagens próximas.

Se ainda não o fizeste, traz autorização para a «visita de estudo» (assistência ao Auto da Barca do Inferno) na próxima aula.

Ficaram já prontas as páginas de cada uma das turmas (9.º 1.ª; 9.º 2.ª; 9.º 3.ª; 9.º 5.ª; 9.º 6.ª) para o Concurso António Gedeão / Rómulo de Carvalho (se quiseres, consulta-as a partir de Gaveta de Nuvens) Há alguns bons textos, embora não se trate exactamente de «páginas da net», como pretendia o regulamento do concurso. Creio que o júri começará a ver as páginas esta semana.

Soluções

O trecho do Auto da Barca do Inferno que vais ler — pp. 161-162 — reúne duas personagens-tipo ligadas ao direito e à justiça. Primeiro, além do Diabo, está apenas em cena o Corregedor; depois, na segunda parte, já na p. 162, chega o Procurador.
Pelas rubricas (ou didascálias) que têm indicações para a encenação, escritas em itálico, percebemos quais são os objectos que trazem como símbolos: o Corregedor traz feitos («processos», diríamos hoje) e uma vara (que representa a autoridade ligada à justiça). O Procurador vem carregado de livros.
No v. 623, o próprio Corregedor se identifica em termos modernos: ele é o «senhor juiz». Ser «amador de perdiz» [v. 624], como o descreve o Diabo, indica-nos como se deixava corromper: recebendo animais (ou alimentos).
«Cárrega» [v. 625] corresponde à palavra actual «carga». «Nesse papel» [v. 631] refere-se {escolhe} a um recado que o Corregedor levava / aos «feitos» que o Corregedor transportava. O advérbio «i» [v. 631] é traduzível em português actual por «aí». A forma verbal «poeremos» [v. 633], que equivale à forma actual «poremos» (futuro do indicativo de «pôr»), mostra-nos que «pôr» veio de «poer» (que, por sua vez, veio do latim «ponere»): é por isso que «pôr» é um verbo da 2.ª conjugação (a dos verbos terminados em –ER).
No v. 636 há uma ironia do Diabo, ao tratar o Corregedor por «Santo» e há também um neologismo, criado com o prefixo des-, «Descorregedor». Este verso é, portanto, um bom exemplo de cómico de {escolhe} linguagem.
A partir do v. 639 começam a surgir várias expressões em latim — típicas da linguagem jurídica — e também expressões em que o Diabo, para ridicularizar essa característica linguística dos juristas, usa um latim de brincadeira, misturado com português. O próprio Diabo diz [vv. 652-653] ao Corregedor que, além do português («linguagem»), também sabe latim.
O que o Diabo dá como justificação para o Corregedor ir para o Inferno é ele ter aceitado roubos [v. 659]. Sabemos ainda que a mulher do Corregedor recebia subornos de judeus [vv. 670-671] e que este não procedeu bem com os lavradores mais humildes [vv. 678-681].
«Oh! que isca esse papel pera um fogo que eu sei!» [vv. 662-663] significa que o Diabo acha que os processos do o Corregedor serão um bom combustível para o fogo do Inferno (ou seja, que o Corregedor vai muito bem para o Inferno).
«Lago dos cães» [687] é uma expressão figurada para «Inferno».

Já na p. 162, temos a chegada do Procurador, que é recebido pelo Diabo mas também, e sobretudo, pelo Corregedor. É através do diálogo entre estas duas figuras da justiça e do direito que sabemos que o Procurador [vv. 711-713] {escolhe} se confessara / não se chegara a confessar e que o Corregedor, tendo-se confessado, não declarou os verdadeiros pecados ao confessor [vv. 716-717].
A partir do v. 732, o cómico resulta do uso do latim misturado com as frases portuguesas por parte do Corregedor e das respostas, em falso latim, do Parvo [vv. 734-737; 740-741; 754], que, mais uma vez, intervém mais do que o Anjo. Quanto a este, limita-se ao costumado argumento de que, como vem muito carregado, é melhor embarcar no batel do Inferno [vv. 742-745].
À entrada no batel do Inferno, o Corregedor depara-se com Brízida Vaz, que o conheceria por, na vida terrena, ter decerto sido julgada por ele.


O João conheceu a rapariga que [sujeito] comprou a nossa casa.
O João comeu a perdiz que [complemento directo] caçáramos.

Circunda [itálico aqui no blogue] os verbos que pedem predicativo do sujeito. Depois sublinha [a negro no blogue] os predicativos do sujeito. (Talvez valha a pena lembrar que esse conjunto de verbo copulativo e predicativo do sujeito constitui um predicado nominal.)

O coprólito continuou parado, mas reparou que o jacaré estava ansioso. Permaneceu mudo e, quando Gil Vicente — assim se chamava o jacaré — ficou mais calmo, perguntou-lhe se queria ir ver o Auto da Barca.
— Não, obrigado. Estou cansado! Seria uma péssima companhia. E a avenida do Colégio Militar é demasiado seca. E já agora: estas frases parecem estúpidas (ou feitas à pressa numa tarde de segunda-feira antes das aulas de terça) — respondeu Gil Vicente.

Nota que o predicativo é uma caracterização ligada ao sujeito, intermediada apenas pelo verbo copulativo (também designado «verbo de significação indefinida»).

Tal como o sujeito, também o complemento directo pode ter um predicativo. O predicativo do complemento directo é introduzido por verbos de apreciação, de julgamento (acerca do complemento directo): «considerar», «julgar», «achar», «eleger», etc.
Circunda os complementos directos [aqui em itálico]. Sublinha os predicativos do complemento directo [a negro]. Atravessa com uma linha diagonal os verbos que têm esses complementos directos com predicativos.

O professor considerava errada aquela ideia. Por mais que pensasse no assunto, não vencia o impasse. Todos achavam as frases uma tontice, mas ele julgava-as sobretudo deselegantes. E tinha de eleger o texto gramatical mais estúpido de todos. Era mesmo aquele.


Elejo Fernando Pessoa o melhor poeta português. Porém, também considero Camões um belo zarolho. Já Simão Sabrosa julgo-o um sabujo nojento. Enfim, acho todos os jogadores do Benfica intelectuais do mais alto gabarito.
Aula 75-76

Escreve no quadro as funções sintácticas da cada frase. Repara como fiz para a frase 1.

# / Vocativo / Sujeito / Predicado / Complemento Directo / Aposto / Complemento Indirecto / Complemento Circunstancial
1 / Manel / ___ / comeste / o bolo / ___ / ___ / ontem
2 / ___/ ___/ ___/ ___ / ___ / ___/ ___
3 / ___/ ___ / ___ / ___ / ___ / ___ / ___
4 / ___ / ___ / ___ / ___ / ___ / ___ / ___
5 / ___ / ___ / ___ / ___ / ___ / ___ / ___
6 / ___ / ___ / ___ / ___ / ___ / ___/ ___

1. Ontem, comeste o bolo, Manel?
2. Joaquim, a vovó ofereceu o quadro do Columbano — bom pintor — ao mendigo.
3. De bom grado, ela alterou o enredo da peça.
4. Luís António, leste à prima Marina as trinta histórias de escaravelhos?
5. Ó minha senhora, hoje e sempre, essas luvas de sarja dão-nos todas as garantias.
6. Com delicadeza, a Felícia beijou o doce pelicano.


Reescreve as frases, substituindo o sujeito por um pronome pessoal:

A iguana e o elefante foram à festa. _______
Eu e o rei D. Carlos amamos o mar. _______

Reescreve as frases, substituindo o complemento directo por um pronome pessoal:

O Luís guardou a chave nos sapatos. _______
Eles teriam visto o fogo. _______

Reescreve as frases, substituindo o complemento indirecto por um pronome pessoal:

A estátua da Liberdade dá uma moeda ao filho.
_______
A criada borrifará a roupa à patroa.
_______


Em cada um dos períodos há duas orações. Divide-as e classifica-as. (Basta este tipo de classificação: Subordinante, Subordinada Causal [ou Final, etc.], Coordenada Copulativa [ou Disjuntiva, etc.].

Os professores disseram que a matança seria adiada.
Comi um bolo que me provocou um buraco no estômago.
Enquanto dormias, apareceu cá o Gil Vicente.
És tão agressivo, que sinto por ti grande repulsa.
Embora deteste carne à jardineira, adorei o lanche.
Os alunos foram a pé, mas regressaram de skate.

Classifica, quanto à função sintáctica, as palavras (ou expressões) que sublinho. (Escreve entre as linhas do texto, mas de modo claro.)

Desci a escola em direcção ao banco — a moderna agência da Caixa Geral dos Depósitos. Fui cumprimentado pela Dona Leocádia. O banco estava cheio e, por isso, regressei à escola. Emprestei umas folhas a uma colega. Vi a Leontina, que faltara à primeira aula. É uma excelente aluna, a Leontina. Sempre a considerei a melhor do 9.º 17.ª. Nesta turma, só talvez o Leonel esteja mais interessado na matéria. Ontem, porém, o Leovigildo e o Leonel agrediram o Leopoldo. O Leopoldo foi muito maltratado pelos seus colegas. Achei indecente aquela briga.


Substitui as expressões sublinhadas por advérbios de modo. (Escreve junto das expressões em causa.)

Ele cumpre com rigor os roubos de que o encarregam. / Cumprimentei-te com educação. / Lês sempre à pressa. / Irei salvar-te, com certeza. / Tiveste, de novo, um 99,9%.


Põe na forma passiva:

Desconhecíamos o final do filme. ________
— Tu beijaste a Urraquinha? _______

Põe na forma activa:

Nunca a verdade será contada pela ministra. ________
Os jogadores do PSG serão aplaudidos pelos adeptos até à exaustão. _________


Nas frases seguintes sublinha os apostos que encontres e circunda os atributos que haja.

Lisboa, capital de Portugal, merece uma visita.
Naquele dia, houve uma tempestade incrível.
Conheci ontem uma rapariga inteligente. Foi a Cláudia, a namorada do Cláudio.


Classifica estas conjunções (ou locuções):

Mas / coordenativa adversativa
embora / ___
e / ___
enquanto / ___
porque / ___
a fim de que / ___
ou / ___
ainda que / ___
portanto / ___
a não ser que / ___


Completa o seguinte quadro, que trata a conjugação perifrástica.

Verbo auxiliar / Preposição / Verbo Principal / Ideia transmitida pelo auxiliar
Ando / ___ / estudar / ___
___ / de / escrever / necessidade ou obrigação
___ / ___ / comer / futuro próximo
___ / de / chegar / passado recente
Estou / X / ___ / simultaneidade / continuidade
Estou / ___ / ___ / simultaneidade / continuidade
hei- / -de / ___ / ___


Completa com o pronome que te pareça adequado:

Não fui eu ____ fez o exame, mas fui eu ____ fiz o resumo.
Foste tu ____ comeu o rissol.
Fomos nós ____ comeu a caneta.
Estúpido, Arnaldo, foste tu ____ comeste o resumo, a caneta e o rissol.


Liga as orações num só período, nele incluindo uma oração subordinada como a que proponho entre parênteses. (Pode ser necessário fazer algumas adaptações.)

Vou à praia. Está bom tempo.
Quando está bom tempo, vou à praia. (temporal)

Há muitos fogos florestais. É necessária mais prevenção.
________ (consecutiva)

Terei boas notas no exame. Tenho estudado muito.
________ (final)

Estudou muito. Teve maus resultados no exame.
________ (concessiva)

Alguns escritores escrevem livros. Os livros não prestam.
________ (relativa restritiva)

Os escritores escrevem livros. Os escritores são intelectuais respeitáveis.
________ (relativa explicativa)


Completa:

«Inglês» e _____ são hipónimos de ______. «Educação Visual» e «Inglês» são hipónimos de ______. «Fruto» é hiperónimo de ______ e de _______ e é hipónimo de _______. «Boca» é merónimo de _______. «Sala» é holónimo de ________ e merónimo de ________.


Divide em sílabas métricas os versos mais em baixo (dos Lusíadas), procedendo como fiz com este exemplo (de um verso do Auto da Barca do Inferno):

E / des/pe/ja a/que/le/ ban/co
1 2 3 4 5 6 7

Vede que fresca fonte rega as flores

Eram os seus mais certos refrigérios

Escreve o esquema rimático do poema que ponho em baixo:

É urgente o amor
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar a alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.

Vamos ler as duas últimas cenas do Auto da Barca do Inferno (pp. 167 e 169).

A primeira personagem é o Enforcado. (Na didascália isso não é referido, mas percebemos depois que o símbolo que o acompanha é o _______ [v. 805] com que foi enforcado.)
Característica do Enforcado é a sua ingenuidade: segundo lhe tinha dito um tal ______, o facto de ter morrido enforcado («como ______ na buiz» [v. 776]) tinha sido uma grande ______. [vv. 773-778]. Garcia Moniz até lhe dissera que aqueles que morriam como ele ficavam ______ [v. 784-6]. E dissera-lhe também que lhe _____ a sorte [786-791]. De Garcia Moniz ouvira ainda, além de outros «latins» «feitos de cera» (discursos com frases feitas), que o _____ era a prisão e a forca [798]. Mesmo depois de o Diabo o instar a entrar na barca [811-812], o Enforcado continua a alegar que _______ [813-826].
A cena termina com o Diabo a _____ o Enforcado [835] e, na azáfama da partida, a dialogar com o _____ [841].

A última cena (p. 169) apresenta-nos o que é, na prática, uma personagem única, embora representada por _____ actores. Todos os cavaleiros trazem ______. Morreram _______, em defesa da fé católica. Por uma didascália mais à frente, sabemos que levam também ______ e escudos.
A atitude dos Cavaleiros é de {escolhe} receio / auto-confiança / humildade / hesitação. No diálogo com o Diabo, basta-lhes um argumento [865-866 e 870-871], que aliás o Anjo repetirá [876-879]: ______. ______. Note-se que o próprio Anjo parece desta vez mais verboso, mais pomposo, quase «épico».

Resolve o ponto 4 da p. 174.

TPC — Escreve uma oitava com o esquema rimático A-B-A-B-A-B-C-C e, de preferência, com cerca de dez sílabas métricas em cada verso (mas não te preocupes demasiado com esta última condição). Trata-se, portanto, de fazer uma estância como as dos Lusíadas.
Nessa estância será contado algum episódio ou feita alguma descrição que possam integrar uma futura Turmeida, poema épico sobre a turma. A estrofe será já da parte da Narração (reservaremos para mais tarde a Proposição, a Invocação, a Dedicatória).

Soluções:

A primeira personagem é o Enforcado. (Na didascália isso não é referido, mas percebemos depois que o símbolo que o acompanha é o baraço [v. 805] com que foi enforcado.)
Característica do Enforcado é a sua ingenuidade: segundo lhe tinha dito um tal Garcia Moniz, o facto de ter morrido enforcado («como tordo na buiz» [v. 776]) tinha sido uma grande vantagem. [vv. 773-778]. Garcia Moniz até lhe dissera que aqueles que morriam como ele ficavam livres do Inferno [v. 784-6]. E dissera-lhe também que lhe invejava a sorte [786-791]. De Garcia Moniz ouvira ainda, além de outros «latins» «feitos de cera» (discursos com frases feitas), que o lugar dos escolhidos era a prisão e a forca [798]. Mesmo depois de o Diabo o instar a entrar na barca [811-812], o Enforcado continua a alegar que Garcia Moniz lhe prometera o Paraíso [813-826].
A cena termina com o Diabo a desenganar o Enforcado [835] e, na azáfama da partida, a dialogar com o frade [841].

A última cena (p. 169) apresenta-nos o que é, na prática, uma personagem única, embora representada por quatro actores. Todos os cavaleiros trazem a sua cruz de Cristo. Morreram a lutar contra os mouros, em defesa da fé católica. Por uma didascália mais à frente, sabemos que levam também espadas e escudos.
A atitude dos Cavaleiros é de {escolhe} receio / auto-confiança / humildade / hesitação. No diálogo com o Diabo, basta-lhes um argumento [865-866 e 870-871], que aliás o Anjo repetirá [876-879]: quem morre a lutar pelo cristianismo merece a paz eterna. Note-se que o próprio Anjo parece desta vez mais verboso, mais pomposo, quase «épico».

Aula 77-78
Dá um relance à p. 177 do manual, para leres a didascália inicial do Auto da Índia e pouco mais:

1. Na peça há duas personagens femininas, que são a _____ e a ____, e três personagens masculinas, que são _____, o ______ e o ______.
2. A rainha D. Leonor, viúva de D. João II, estava refugiada da peste, em Almada, em casas que herdara da mãe. É a ela que a peça é apresentada. O Auto da Índia faz, por isso, parte do teatro da ______.
3. Sobre a situação inicial da peça ficamos a saber que uma mulher (a Ama, de nome Constança) está a _____, por a armada em que iria seu marido para a ____, segundo tinha ouvido dizer, já não _____. Ou seja: Constança, que devia estar pesarosa pela partida do marido, estava era _____ por afinal se não ver livre dele. No v. 35, a ____ vai saber notícias da partida (ou não) das naus.


Agora, depois de veres os trechos reproduzidos no documentário, responde:

4. Gil Vicente conta uma história {escolhe} de actualidade / de ficção.
5. A farsa inicia-se com a entrada da Ama (____), que vem a chorar porque o marido {escolhe} já partiu / já não parte.
6. A Moça vai ver o que se passa com a armada. Para preencher o tempo da sua ausência, a Ama faz uma reza {escolhe} a favor do marido / contra o marido.
7. A Moça regressa contente, porque a armada {escolhe} já partiu / já não parte.
8. A cama é o objecto central, porque {escolhe} é uma rica peça de mobiliário / indicia o adultério da Ama.
9. O estatuto económico da família é de {escolhe} pobreza / abundância.
10. O nome «Constança», dado pelo autor à Ama, {escolhe} está de acordo com o seu comportamento / contém grande dose de ironia.
11. A Moça encarrega-se de marcar a aceleração do tempo. Lembra à Ama que ______; esta julgava que apenas ______
12. Da primeira vez que foi ver a armada, a Moça veio alegre e cantando; agora vem «morta», porque ______
13. O marido não vem rico{escolhe} por causa do capitão / porque não roubou.
14. As falas do marido denunciam {escolhe} a falta de escrúpulos dos nossos marinheiros / os abusos cometidos no Oriente / a ambição da riqueza.

Lê os trechos que estão a partir da segunda metade da p. 186 e em toda a p. 187.


Podemos encontrar uma relação entre Os Lusíadas e o Auto da Índia, que é a seguinte: _____

TPC — Procura fazer mais uma estrofe da Turmeida. Desta vez, queria que te focasses num colega (para evitarmos repetições, escreverás sobre o colega que tenha o número a seguir ao teu; e o último escreve sobre o n.º 1). A estrofe pode brincar com o colega, mas não o deve magoar. Destina-se a ficar como recordação terna, não trocista ou caricatural. Esquema rimático continua a ser o dos Lusíadas. Mesmo que não consigas fazer as exactas dez sílabas métricas, tenta que os versos não sejam desproporcionados.

Soluções:

1. Na peça há duas personagens femininas, que são a ama e a moça, e três personagens masculinas, que são Lemos, o castelhano e o marido.
2. A rainha D. Leonor, viúva de D. João II, estava refugiada da peste, em Almada, em casas que herdara da mãe. É a ela que a peça é apresentada. O Auto da Índia faz, por isso, parte do teatro da corte.
3. Gil Vicente conta uma história de actualidade (e de ficção).
4. Sobre a situação inicial da peça ficamos a saber que uma mulher (a Ama, de nome Constança) está a chorar, por a armada em que iria seu marido para a Índia, segundo tinha ouvido dizer, já não partir. Ou seja: Constança, que devia estar pesarosa pela partida do marido, estava era receosa por afinal se não ver livre dele. No v. 35, a moça vai saber notícias da partida (ou não) das naus.
5. A farsa inicia-se com a entrada da Ama (Constança), que vem a chorar porque o marido já não parte.
6. A Moça vai ver o que se passa com a armada. Para preencher o tempo da sua ausência, a Ama faz uma reza contra o marido.
7. A Moça regressa contente, porque a armada já partiu.
8. A cama é o objecto central, porque indicia o adultério da Ama.
9. O estatuto económico da família é de pobreza.
10. O nome «Constança», dado pelo autor à Ama, contém grande dose de ironia.
11. A Moça encarrega-se de marcar a aceleração do tempo. Lembra à Ama que já passaram três anos; esta julgava que apenas passara ano e meio.
12. Da primeira vez que foi ver a armada, a Moça veio alegre e cantando; agora vem «morta», porque o amo já chegara.
13. O marido não vem rico{escolhe} por causa do capitão.
14. As falas do marido denunciam os abusos cometidos no Oriente.

Podemos encontrar uma relação entre Os Lusíadas e o Auto da Índia, que é a seguinte: ambas as obras se ocupam da viagem à Índia (Os Lusíadas, apresentando-nos o seu lado glorioso; o Auto da Índia, mostrando-nos o outro lado da moeda).


Aula 79-80
[Questionário de compreensão sobre texto de José Gomes Ferreira — a pôr posteriormente]

Em folha solta, escreve um texto em prosa — que tanto pode ser poético, como de opinião, ou narrativo,... — cujo início seja uma das três expressões, i, ii, iii. (Não é importante que o texto se conclua. Deve ter entre 140 e 240 palavras. Escreve a tinta.)

(i) Sentado a meu lado no banco [...]
(ii) É uma praia da Outra Banda [...]
(iii) Um dos problemas postos pela prática do nudismo [...]


Resolve os pontos 2.1-2.3 das pp. 43-44 do Caderno de Actividades.


Resolve esta pergunta do exame nacional de 2004-2005:

Preenche os espaços em branco, utilizando correctamente os sinais de pontuação e outros sinais auxiliares de escrita.

Na Praça João do Rio, juntavam-se muitos pedintes, porque era uma zona bem frequentada □
Carlos □ apesar de ser amigo de Janeiro □ não queria continuar a viver assim.
Às vezes, perguntava-lhe □
□ Será que nunca sairemos desta situação □
□ Que dizes □ □ respondeu escandalizado Janeiro □ □ Melhor vida do que esta não há □


Faz o exercício 2 (textos A e B) da p. 26 do Caderno de Actividades.


TPC — Escreve mais uma estrofe da Turmeida. Queria que, de novo, te focasses num colega, mas, desta vez, escrevendo acerca de quem tem o número anterior ao teu (o n.º 1 escreverá sobre o último aluno da turma). Como expliquei no tepecê precedente, a estrofe pode brincar com o colega, não o deve magoar. Destina-se a ficar como recordação terna, não trocista ou caricatural. Esquema rimático continua a ser o dos Lusíadas. Mesmo que não consigas fazer as exactas dez sílabas métricas, tenta que os versos não sejam desproporcionados.


No dia 10 de Março, em http://www.linguaportuguesa.aeiou.pt/, será publicada a correcção do teste — do Campeonato Nacional da Língua Portuguesa — que enviámos anteontem.
Aula 81-82
Lê o poema «Escada sem corrimão» (p. 195), para responderes a estas perguntas (que são o início do exame nacional do ano passado).

Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.

1. Identifica um verso da primeira estrofe que ajude a compreender o comportamento descrito no verso «Quem tem medo não a sobe.» (verso 9). Justifica a tua escolha.

2. Se o nome «chão» (verso 4) for considerado metáfora de «ignorância», como se poderá interpretar o verso «Vai a caminho do Sol» (verso 3)?

3. Explica de que modo os versos «Os degraus, quanto mais altos/mais estragados estão.» (versos 5 e 6) podem caracterizar o ciclo de vida de um ser humano.

4. Tendo em conta o significado da «escada», no poema, o que nos diz sobre a vida o verso «Sobe-se numa corrida.» (verso 13)?

5. Imagina que, na tua Escola, estão a ser reunidos textos para duas antologias de poesia com os títulos seguintes:
Título da antologia A // Título da antologia B
POESIA COM ENIGMAS // POESIA SOBRE O TEMPO
Em qual dessas antologias publicarias o poema «Escada sem corrimão»? Justifica a tua opção, com base na leitura que fizeste desse poema.

Faz o exercício 2 (textos A e B) da p. 26 do Caderno de Actividades.

TPC — Escreve uma estrofe de Proposição (se o teu número está no primeiro terço da turma), de Invocação (se tens número do segundo terço), de Dedicatória (se tens número do último terço).
Na proposição é aconselhável que um dos versos tenha «Cantarei» (ou outra forma do mesmo verbo. Na invocação, como sabes, pedirás inspiração a um elemento real ou a um por ti criado (Camões escolheu as «Tágides», ninfas do Tejo; vê tu que espécie de musas podes criar ou adoptar). Na dedicatória, escolherás figura exterior à turma, mas relacionada com a escola.
(Para perceberes o objectivo de proposição e invocação, podes reler a p. 226 do manual. Quanto à dedicatória — a D. Sebastião —, não está no manual, mas nela o poeta elogia o rei, como tu farás relativamente à tal personagem, exterior à turma, que venhas a escolher como destinatário.)
Preferia que os textos fossem enviados pelo moodle da escola. Desta vez, o texto será lançado no wiki que pus para cada uma das turmas: nonoprimeiríadas, nossegundíadas, nonoterceiríadas, nonoquintíadas, nonossextíadas. (Também as oitavas para as turmeidas feitas em tepecês anteriores, e essas já com as minhas emendas, me convinha imenso que as pudessem copiar nos mesmos wikis.)
Debaixo de cada estrofe deve ficar o nome do aluno que a escreveu. Tem cuidado para não alterares outros textos que já estejam lançados. O wiki é colectivo: toda a turma pode ver o que os outros lançaram — mas, note-se, por enquanto, cada aluno deve evitar mexer em estrofes que não tenha escrito (fá-lo-emos apenas eu ou o directo autor). Pelo histórico pode ver-se depois quem alterou o quê.
Como sempre, se não puderes enviar o texto pela plataforma da escola, traz-mo em papel, não há problema nenhum. (E, se enviares por moodle, fica também com o texto em outro lado.)

Soluções

1.
Qualquer um dos três primeiros versos, já que neles a vida é identificada com uma escada cuja subida implica um risco que só os corajosos vencem.

2.
«Ir a caminho do sol» corresponderia a alcançar a sabedoria, corresponderia à ambição de conhecimento.

3.
Se a vida é uma escada, os últimos degraus, os do final do percurso, equivalem à velhice. São, portanto, os degraus — a fase — da decrepitude, da doença, da decadência.

4.
O verso citado exprime que a vida passa depressa, é breve. Indirectamente, diz-nos também que o ser humano é insignificante.



Correcção do trabalho de gramática feito em aula anterior:

2. Joaquim, a vovó ofereceu o quadro do Columbano — bom pintor — ao mendigo.
vocativo sujeito predicado complemento directo aposto complemento indirecto


3. De bom grado, ela alterou o enredo da peça.
c. circunstancial sujeito predicado complemento directo

4. Luís António, leste à prima Marina as trinta histórias de escaravelhos?
vocativo predicado compl. indirecto compl. directo

5. Ó minha senhora, hoje e sempre, essas luvas de sarja dão-nos todas as garantias.
vocativo compl. circ. tempo sujeito predicado c. ind. compl. directo

6. Com delicadeza, a Felícia beijou o doce pelicano.
compl. circunstancial sujeito predicado compl. directo


A iguana e o elefante foram à festa.
Eles foram à festa.

Eu e o rei D. Carlos amamos o mar.
Nós amamos o mar.


O Luís guardou a chave nos sapatos.
O Luís guardou-a nos sapatos

Eles teriam visto o fogo.
Eles tê-lo-iam visto.

A estátua da Liberdade dá uma moeda ao filho.
A estátua da liberdade dá-lhe uma moeda.

A criada borrifará a roupa à patroa.
A criada borrifar-lhe-á a roupa.



Os professores disseram que a matança seria adiada.
Subordinante Subordinada completiva

Comi um bolo que me provocou um buraco no estômago.
Subordinante Subordinada relativa

Enquanto dormias, apareceu cá o Gil Vicente.
Subordinada temporal Subordinante

És tão agressivo, que sinto por ti grande repulsa.
Subordinante Subordinada consecutiva

Embora deteste carne à jardineira, adorei o lanche.
Subordinada concessiva Subordinante

Os alunos foram a pé, mas regressaram de skate.
Coordenada Coordenada Adversativa


Desci a escola em direcção ao banco — a moderna agência da Caixa Geral dos Depósitos. [aposto] Fui cumprimentado pela Dona Leocádia. [agente da passiva] O banco estava cheio [predicativo do sujeito] e, por isso, regressei à escola. Emprestei umas folhas a uma colega. [complemento indirecto] Vi a Leontina, que [sujeito] faltara à primeira aula. É uma excelente aluna, [predicativo do sujeito] a Leontina. Sempre a [complemento directo] considerei a melhor do 9.º 17.ª [predicativo do complemento directo] Nesta turma, só talvez o Leonel esteja mais interessado na matéria. Ontem, porém, o Leovigildo e o Leonel [sujeito] agrediram o Leopoldo. O Leopoldo foi muito maltratado pelos seus colegas. Achei indecente [predicativo do complemento directo] aquela briga.


Ele cumpre com rigor os roubos de que o encarregam. Cumprimentei-te com educação. Lês sempre à pressa. Irei salvar-te, com certeza. Tiveste, de novo, um 99,9%.
rigorosamente / educadamente / apressadamente / certamente / novamente


Desconhecíamos o final do filme.
O final do filme era desconhecido por nós (de nós).

— Tu beijaste a Urraquinha?
— A Urraquinha foi beijada por ti?


Nunca a verdade será contada pela ministra.
A ministra nunca contará a verdade.

Os jogadores do PSG serão aplaudidos pelos adeptos até à exaustão.
Os adeptos aplaudirão os jogadores do PSG até à exaustão.


Lisboa, capital de Portugal, merece uma visita.
Naquele dia, houve uma tempestade incrível.
Conheci ontem uma rapariga inteligente. Foi a Cláudia, a namorada do Cláudio.


Mas/coordenativa adversativa
e / coordenativa adversativa
porque / subordinativa causal
ou / coordenativa disjuntiva
portanto / coordenativa conclusiva
embora / subordinativa concessiva
enquanto / subordinativa temporal
a fim de que / subordinativa final
ainda que / subordinativa concessiva
a não ser que / subordinativa condicional


Completa o seguinte quadro, que trata a conjugação perifrástica.

Verbo auxiliar/Preposição/Verbo Principal/Ideia transmitida pelo auxiliar
Ando a estudar / continuidade
Tenho de escrever / necessidade ou obrigação
Vou comer / futuro próximo
Venho de chegar / passado recente
Estou comendo [gerúndio] / simultaneidade/continuidade
Estou a comer / simultaneidade/continuidade
Hei-de viajar / intenção


Não fui eu quem fez o exame, mas fui eu que fiz o resumo.
Foste tu quem comeu o rissol.
Fomos nós quem comeu a caneta.
Estúpido, Arnaldo, foste tu que comeste o resumo, a caneta e o rissol.


Vou à praia. Está bom tempo.
Quando está bom tempo, vou à praia. (temporal)

Há muitos fogos florestais. É necessária mais prevenção.
Há tantos fogos florestais, que é necessária mais prevenção.
(consecutiva)

Terei boas notas no exame. Tenho estudado muito.

Tenho estudado muito, para que tenha boas notas no exame.
(final)

Estudou muito. Teve maus resultados no exame.
Embora estudasse muito, teve maus resultados no exame. (concessiva)

Alguns escritores escrevem livros. Os livros não prestam.
Alguns escritores escrevem livros que não prestam. (relativa restritiva)

Os escritores escrevem livros. Os escritores são intelectuais respeitáveis.
Os escritores, que são intelectuais respeitáveis, escrevem livros. (relativa explicativa)


«Inglês» e «catalão» são hipónimos de «língua». «Educação Visual» e «Inglês» são hipónimos de disciplina. «Fruto» é hiperónimo de «cereja» e de «maracaté» e é hipónimo de «alimento». «Boca» é merónimo de «face». «Sala» é holónimo de «mesa» e merónimo de «casa».


Ve/de / que / fres/ca / fon/te / re/ga as / flo/res
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

E/ram / os / seus / mais / cer/tos / re/fri/gé/rios
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

or A
ar B

avras C
ade D
entos E
adas F

ia G
aras H
ios I
aras H

uz J
er L
ente M
er L


Aula 83-84

Lê o poema «A uma rapariga» (p. 201), de Florbela Espanca, e completa as lacunas que o texto apresenta.

Lê o texto «As mãos» (p. 203), de Manuel Alegre, e completa lacunas e palavras cruzadas.

Na p. 214, lê o poema de Miguel Torga e preenche as lacunas com as palavras que estão sob o mesmo.

Regressa à p. 213, lê o poema de Carlos de Oliveira e coloca V/F nas perguntas 1-12. (Para fazeres a pergunta 9, terei de dar explicação prévia.)

Resolve a actividade 4 do Caderno de Actividades (pp. 15-20).
Para 2.4, em vez da actividade que se te pede, escreve um texto o mais curto possível — sem artifícios do género «vi no dicionário estas palavras […]» — em que entrem as 26 palavras que estão nas alíneas.
Conta depois o número de palavras do teu texto (que, idealmente, não deve parecer muito artificial). Podes talvez fazer no mesmo espaço (na p. 17), mas sem considerar a divisão por alíneas.

Quanto à pergunta 3.2, basta que a leias e penses no assunto.

A pergunta 4.1 também escusas de a fazer.

No sábado, sairão resultados da prova Especial Escolas do Campeonato Nacional da Língua Portuguesa do Expresso/SIC. Duvido de que haja grandes resultados, como expliquei em aula. Ver em http://www.linguaportuguesa.aeiou.pt/. Se houver apurados para nova fase, a prova será enviada directamente aos alunos.

No dia 21 (4.ª feira) celebra-se o Dia da Poesia. A partir dessa data estará perto do CRE uma exposição de textos escritos por alunos do 9.º ano (relacionados com António Gedeão).

No mesmo dia 21, às 10 horas, na sala D11 [ou na B1, se a D11 não estiver pronta], decorrerá o apuramento dos três alunos que representarão a escola (3.º ciclo) na fase distrital do Concurso Nacional de Leitura, em que, por sua vez, se escolherão os finalistas nacionais — a final decorrerá em Junho, em sessão transmitida pela RTP.
Para esta sessão do dia 21 compete a cada professor de Português do 9.º ano escolher os alunos entre os quais se apurarão os três representantes da escola. Estarão presentes dezasseis alunos (cada uma das oito turmas do nono ano estará representada com um, dois ou três alunos). A prova de dia 21 constará de ditado, leitura em voz alta de poema (que o aluno conhecerá a partir de 2.ª feira) e, para os oito melhores, de perguntas genéricas de português.

TPC — Pedem-nos, do jornal da escola, textos alusivos a Fiama Hasse Pais Brandão, poetisa que morreu há pouco (e de que transcrevo, a seguir, três curtos poemas).

Escreve texto «paralelo» ao poema «Quinta-feira, às três horas da tarde», trocando o título por outra data (e prosseguindo com as adaptações necessárias) ou mantendo a data e dando conta de experiência tua ou imaginada.

Quinta-feira, às três horas da tarde

Oiço o amola facas e tesouras,
com a sua flauta no concerto dos países,
a sua pedra de afiar, na arqueologia do mundo,
o seu lugar na esquina da minha rua,
o seu tempo nesta hora e no milénio.

Escreve texto segundo o modelo de «Do Amor». Em vez de «A névoa disse à árvore», usa outro começo (segundo o esquema «X disse a/ao Y») e prossegue o teu texto como te aprouver.

Do Amor

A névoa disse à árvore:
tu, cedro, perdes a tua forma,
se eu te abraço. Disse
o cedro: a Sol ama-me mais,
toma o meu corpo inteiro
no seu corpo e dá-lhe
ser, figura.

Escreve texto segundo o modelo de «Osga». Escolhe outro animal para o título e prossegue.

Osga

Tantos insectos, tantos mínimos répteis
tenho amado, e só hoje,
desventurada osga que passas a tua sesta
na chapa do portão, te saúdo.

Soluções

Abre os olhos e encara a vida! A sina
Tem que cumprir-se! Alarga os horizontes!
Por sobre lamaçais alteia pontes
Com as tuas mãos preciosas de menina.

Nessa estrada da vida que fascina
Caminha sempre em frente, além dos montes!
Morde os frutos a rir! Bebe nas fontes!
Beija aqueles que a sorte te destina!

Trata por tu a mais longínqua estrela,
Escava com as mãos a própria cova
E depois, a sorrir, deita-te nela!

Que as mãos da terra façam, com amor,
Da graça do teu corpo, esguia e nova
Surgir à luz a haste duma flor.
***

Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema – e são de terra.
Com mãos se faz a guerra – e são a paz.

Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.

E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.

De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.
***

Junquem de flores o chão do velho mundo:
Vem o futuro aí!
Desejado por todos os poetas
E profetas
Da vida,
Deixou a sua ermida
E meteu-se a caminho.
Ninguém o viu ainda, mas é belo.
É o futuro ...

Ponham pois rosmaninho
Em cada rua,
Em cada porta,
Em cada muro,
E tenham confiança nos milagres
Desse Messias que renova o tempo.
O passado passou.
O presente agoniza.
Cubram de flores a única verdade
Que se eterniza!

Ficha sobre homónimas, homófonas, homógrafas e parónimas
1.1
ora = ‘reza’
ora = ‘além disso’

lente = ‘vidro nos óculos’
lente = ‘professor’

1.2
a) Quem casa quer casa
b) O fecho das calças estragou-se. De Inverno eu fecho as janelas, à noite.
c) Os alpinistas gostam da neve. Este ano, talvez neve na serra da Estrela.

1.3
homónimas
têm som e grafia iguais, mas são palavras diferentes, com sentido diferente. Diacronicamente, são palavras convergentes.

2.1
concerto = consonância (de vozes e instrumentos)
conserto = reparação

asso = formar do verbo «assar»
aço = metal

à = a + a
há = forma do verbo «haver»

2.2
a) conselho
b) censo
c) sela


2.3
homófonas, porque se escrevem de modo diferente mas têm idêntica pronúncia.


3.1
garfo

3.2
como = conjunção
como = forma do verbo «comer»

gosto = forma do verbo «gostar»
gosto = nome

3.3
«gosto» e «gosto» têm a mesma grafia mas sons diferentes. São palavras homógrafas porque têm grafia igual mas som diferente.

3.4.
a) molho
b) Para
c) pôde / pode


4.3
a) fluorescentes / fosforescentes
b) compreensível
c) descrição

4.4
parónimas, porque parecidas na sua grafia (e som).

Aula 85-86
Reproduzo uma prova-modelo de exame (desta vez, quase na íntegra). Não incluí o texto, já que o tens no manual, na p. 226. São as três primeiras estrofes dos Lusíadas. Também omiti a última parte da prova, a redacção («Assume a personalidade de um dos marinheiros e relata uma dessas aventuras [vividas pelos portugueses]»). [A propósito da proposição e da invocação, veja-se este sketch do «Contra-informação»].

Assinala com X o quadrado que corresponde à alternativa correcta, de acordo com o sentido do texto.

1. Na Proposição, Luís de Camões vai louvar:
□ a Ocidental praia Lusitana.
□ as armas, os barões, os reis e aqueles que se imortalizaram.
□ o Novo Reino, que tanto sublimaram.
□ as navegações grandes que fizeram.

2. As condições apontadas pelo poeta para levar a bom termo a sua obra são
□ as armas e os barões.
□ as memórias gloriosas dos Reis.
□ a Fé, o Império e as terras viciosas.
□ o engenho e a arte.

3. O verso «Se vão da lei da morte libertando» (est. 2, v. 6) significa que
□ utilizam a lei para se libertar da morte.
□ se libertam da imortalidade.
□ a liberdade só se atinge depois da morte.
□ se libertam do esquecimento, imortalizando-se.

4. A expressão «o peito ilustre lusitano» simboliza
□ o povo português.
□ as navegações gregas.
□ as conquistas de Alexandre e de Trajano.
□ a Musa antiga.

5. Cessem «as navegações grandes», a «fama das vitórias» e «Musa antiga» porque
□ Neptuno e Marte obedeceram.
□ a Alexandre e a Trajano já lhes foi reconhecida a notabilidade.
□ o Grego e o Troiano são heróis da Antiguidade clássica.
□ outro valor mais alto se alevanta.

Responde às questões, seguindo as indicações que te são fornecidas.

6. Transcreve o verso que melhor demonstre a coragem e a superioridade dos Portugueses.

7. Associa cada um dos versos a um dos planos subjacentes a Os Lusíadas e completa o quadro, escrevendo a letra correspondente a cada um deles.

1. «Por mares nunca dantes navegados» (est. 1, v. 3) / a) Plano do Poeta
2. «Daqueles Reis que foram dilatando» (est. 2, v. 2) / b) Plano dos Deuses
3. «A quem Neptuno e Marte obedeceram» (est. 3, v. 6) / c) Plano da Viagem
4. «Cantando espalharei por toda a parte» (est. 2, v. 7) / d) Plano da História

8. Observa a seguinte lista de palavras:

□ proposição
□ proponente
□ proporção
□ proporcional
□ propósito
□ proposta
□ próprio
□ propício
□ pronto
□ pronunciar

8.1. Ordena as palavras por ordem alfabética, numerando-as de 1 a 10, registando o número correspondente a cada uma no respectivo quadrado.

Lê o texto B com muita atenção.

TEXTO B

Nesta primeira parte ou capítulo, designada de Canto I, vou começar por dizer de que trata o meu poema. Em seguida, vou pedir ajuda às ninfas ou divindades minhas protectoras para bem poder transmitir o que tenho para contar; seguir-se-á uma dedicatória ao meu Rei, o senhor D. Sebastião. Depois entrarei no assunto do meu poema, contando o que se passou em 1498, aquando da viagem de Vasco da Gama para a Índia, e de como os deuses procuraram influenciar tal viagem.
Os Lusíadas em prosa — Adaptação de Amélia Pinto Pais, Areal Ed.

9. O poeta pede auxílio às ninfas.

9.1. Refere a razão desse pedido.
10. O narrador apresenta o assunto do poema que se propõe escrever.

10.1. Indica-o.

11. Retira deste texto a frase que melhor sintetiza o conteúdo da Proposição.

12. Reescreve o texto B, substituindo o narrador participante por um não participante.

13. «Cantando espalharei por toda a parte, / Se a tanto me ajudar o engenho e arte.» (est. 2, vv. 7-8)

13.1. Coloca ao lado de cada número a letra que corresponde à respectiva classe morfológica das seguintes palavras:


1. cantando
2. por
3. o
4. me
5. engenho

a) advérbio
b) verbo
c) determinante artigo
d) nome
e) pronome pessoal
f) adjectivo definido
g) preposição

1. ____ 2. ____ 3. ____ 4. ____ 5. ____

13.2. Transcreve dos versos todas as palavras graves.

13.3. Classifica a oração introduzida pela conjunção «Se».

14. «Cesse tudo o que a Musa antiga canta,» (est. 3, v. 7)

14.1. Aponta o valor da utilização do presente do conjuntivo neste verso.

15. Estabelece a correspondência entre as formas verbais e os respectivos tempos/modos, preenchendo a seguinte tabela.

A. passaram / 1. Presente do indicativo
B. prometia / 2. Pretérito imperfeito do indicativo
C. edificaram / 3. Pretérito perfeito do indicativo
D. cessem / 4. Presente do conjuntivo
E. cantando / 5. Pretérito imperfeito do conjuntivo
F. cale-se / 6. Gerúndio
G. canto / 7. Infinitivo



Lê «Construção», de Chico Buarque. [Links para clips da canção de Chico Buarque: com animação; com o próprio Chico Buarque; em outra versão modernizada.]

Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou p’ra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego.
Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou prá descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público
Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contramão atrapalhando o sábado


A rima é aguda, grave ou esdrúxula? ______
Mas há mesmo rima? Exemplos de rima consoante: ______
E de rima toante? _______
Para quatro das palavras finais de verso, escreve uma palavra que com ela rimasse (reporto-me a rima consoante, a que nos interessa quando mais nada especificamos).

TPC — Não é bem tepecê. É sugestão para quem já tenha lido um dos livros que ponho a seguir (ou queira ainda ir ler). A editora — Gailivro — promove um concurso sobre um destes livros (todos de António Mota): A Casa das Bengalas; Pedro Alecrim; O Agosto que nunca esqueci; Fora de Serviço.

«Escolhe um destes livros. Redige um texto sobre essa obra. Pode ser: uma análise crítica, um comentário sobre um tema abordado pelo autor (exemplo: ‘a família’), um poema ou um fim alternativo. Os trabalhos deverão ter entre uma e três páginas A4».

A data limite para envio dos trabalhos — que terá de ser feito por mim — é 23 de Março.


Soluções

1. Na Proposição, Luís de Camões vai louvar:
□ as armas, os barões, os reis e aqueles que se imortalizaram.

2. As condições apontadas pelo poeta para levar a bom termo a sua obra são
□ o engenho e a arte.

3. O verso «Se vão da lei da morte libertando» (est. 2, v. 6) significa que
□ se libertam do esquecimento, imortalizando-se.

4. A expressão «o peito ilustre lusitano» simboliza
□ o povo português.

5. Cessem «as navegações grandes», a «fama das vitórias» e «Musa antiga» porque
□ outro valor mais alto se alevanta.



6. «Mais do que prometia a força humana».

7.

1 / 2 / 3 / 4
C / D / B / A

8.

1 proposição
4 proponente
5 proporção
6 proporcional
8 propósito
9 proposta
10 próprio
3 propício
1 pronto
2 pronunciar


12.
Nesta primeira parte ou capítulo, designada de Canto I, o poeta vai começar por dizer de que trata o seu poema. Em seguida, vai pedir ajuda às ninfas ou divindades suas protectoras para bem poder transmitir o que tem para contar; seguir-se-á uma dedicatória ao seu Rei, D. Sebastião. Depois entrará no assunto do seu poema, contando o que se passou em 1498, aquando da viagem de Vasco da Gama para a Índia, e de como os deuses procuraram influenciar tal viagem.

9.1.
O poeta pede a ajuda às ninfas para o inpirarem na realização da sua obra.

10.1. O assunto do poema é narrar a viagem de Vasco da Gama para a Índia.
11. «vou começar por dizer de que trata o meu poema».
13.1.
1. b); 2. g); 3. c); 4. e); 5. d)

13.2. cantando / toda / parte / tanto / engenho / arte

13.3. Oração subordinada condicional

14.1. O Presente do Conjuntivo tem valor de imperativo (de ordem).

15.
A B C D E F G
3 2 3 4 6 4 1


Aula 87-88

Do jornal da escola pedem-nos pequenos textos sobre vários assuntos:

(i) algum texto que sirva de homenagem a Mário Cesariny de Vasconcelos, poeta que morreu recentemente (distribuirei textos dispersos para quem queira escrever tendo como modelo poemas de Cesariny — nessas folhas, darei sugestões para os vossos textos);
(ii) texto que sirva de homenagem a Eugénio de Andrade, poeta que morreu há uns tempos (no manual há textos de Eugénio de Andrade nas pp. 51, 198, 204, 205);
(iii) texto que sirva de homenagem a Miguel Torga, poeta cujo centenário se celebra este ano (no manual há textos de Miguel Torga nas pp. 14, 202, 214);
(iv) texto sobre a ida à Luz para assistência ao Auto da Barca do Inferno;
(v) texto sobre o campeonato para apuramento dos representantes da escola na fase distrital do Concurso Nacional de Leitura.

Encarrega-te de uma destas tarefas. No caso dos textos a propósito de escritores, terás de ler um texto desse autor e fazeres, na tua redacção, alguma transformação, alguma derivação desse original (eu procurarei ir dando ideias, mas podes tu tomar a iniciativa e decidires).
Quanto aos textos IV e V, podem ser notícias ou — o que talvez seja até preferível — algum outro género de texto que possa dar conta do que se passou nesses dois momentos.

Lê o texto «Bucólica» (p. 202), de Miguel Torga. Em seguida, veremos um trecho de filme de Nanni Moretti — a 2.ª parte de Querido Diário [Links para pequenos trechos deste filme: chegada a uma ilha logo preterida; ilha dominada por bebés; fuga de uma ilha cujo prefeito está rendido à civilização; trailer (o filme não é apenas a parte que vimos, nota); Silvana Mangano] —, para que possas encontrar pontos de contacto ou diferenças relativamente ao texto de Torga. No final, completa:

Enquanto, em «Bucólica», se defende que …
Nanni Moretti relata-nos um caso em que …

TPC (férias) — Repete o que já se fez uma vez para a revista Os Meus Livros. (Vai ver esse trabalho de casa, o das aulas 27-28). Escreverás agora sobre outro livro (até podes assumir que esta já é a tua segunda escolha ou que é uma leitura mais recente). Por favor, como sempre, não quero textos com o mínimo contributo que seja de coisas da net.
E gostaria muito que fosses agora ler algum livro propositamente para este efeito.

Soluções
Enquanto, em «Bucólica», se defende que a vida no campo, a vida entre a natureza, com sossego, é inspiradora, é causadora de felicidade, Nanni Moretti relata-nos um caso em que o protagonista julga também poder encontrar satisfação no isolamento fora da cidade — em ilhas que julga ainda não atingidas pela civilização — mas se depara com locais que não correspondem a esse perfil «natural», «bucólico» que imaginara (e cujos habitantes até preferem o estilo de vida citadino).
3.º período
Aula 89-90

Já falámos das primeiras dezoito estâncias do Canto I de Os Lusíadas. Lemos a Proposição [1-3], a Invocação [4-5]; seguia-se a Dedicatória a D. Sebastião [6-18]. A Narração começa na estância 19.
Também já dissemos que é característico das epopeias o relato dos acontecimentos começar a meio da acção, in media res. Neste caso, a narração apanha a armada quando esta já passou o Cabo da Boa Esperança (vê o mapa na p. 231: as naus estão já no Índico, no canal entre Moçambique e Madagáscar). De qualquer modo, nas estâncias que vamos ver, a narração passa rapidamente do plano da viagem para o dos deuses.
Lê então, aqui abaixo, uma versão em prosa das estâncias 19-41. Depois de leres o texto, completa os esquemas que pus no final da página seguinte.
Depois, sem demasiada demora, lê as estrofes no manual (pp. 231-235) e preenche, na margem direita da fotocópia, os números das estâncias e dos versos.

Adaptação em prosa das estâncias 19-41 do Canto I de Os Lusíadas
Iam os navegadores de Vasco da Gama tranquilamente navegando ali na zona do Canal de Moçambique, quando os deuses decidiram juntar-se, no monte Olimpo, a pedido de Júpiter, seu chefe, que mandara o seu veloz mensageiro Mercúrio convocá-los. É que Júpiter tinha algo muito importante a decidir: se devia ou não ajudar os Portugueses a chegar à Índia, seu objectivo. Era de opinião de que devia ajudá-los, mas gostava de consultar os restantes deuses sobre o assunto, juntando-os em reunião geral, ou consílio.
Os deuses acorreram ao chamamento de Júpiter, deslocando-se pela Via Láctea, até ao Olimpo, onde se sentavam de acordo com as regras protocolares, que mandavam ficar nas filas da frente os mais antigos e poderosos e atrás os mais novos.
Iniciado o Consílio, falou, em primeiro lugar, Júpiter, que estava num trono de diamante. Foi breve no seu discurso, dizendo:
— Como provavelmente já sabereis, é intenção dos Fados, entidades mais poderosas ainda do que nós, deuses, que os Portugueses venham a alcançar a Índia e a lá construir um grande império. Ora a frota de Vasco da Gama está já bastante fatigada e necessita de ajuda. Por isso, talvez seja bom prestar-lhe tal ajuda, facilitando-lhe a viagem.
Esta opinião de Júpiter não foi bem recebida por todos e de imediato se formaram dois partidos: um, comandado por Baco, deus dos baixos instintos e do vinho, que temia que os Portugueses viessem a ultrapassá-lo em fama na Índia, e entendia, por isso mesmo, que não se devia ajudar de nenhum modo os Portugueses. Um outro partido era liderado pela mais bela das deusas, Vénus, deusa do amor, que gostava dos Portugueses porque os achava parecidos com os romanos, descendentes de Eneias, seu filho e fundador de Roma. Os Portugueses eram, de facto, parecidos com os Romanos, na coragem, na língua que falavam, semelhante ao latim, e nas vitórias que, como eles, tinham tido no Norte de África. [Ela não o dizia, mas, no fundo, tinha a esperança de que, se ajudasse os Portugueses, viesse a ser estimada e celebrada por eles e o seu culto levado ao Oriente.]
Perante tão diferentes opiniões, gerou-se enorme discussão e tumulto no Olimpo, já que ninguém se entendia. Foi então que Marte, deus da guerra, muito temido pelos restantes, e antigo apaixonado por Vénus, teve uma intervenção decisiva. Bateu com o bastão no chão, exigindo silêncio, e com ar furibundo, disse que Baco tinha mau carácter, pois era movido pela inveja, e que, se assim não fosse, até devia era defender os Portugueses, já que eles eram descendentes de Luso, companheiro de Baco e, segundo algumas opiniões, seu filho. Afinal o que Júpiter tinha a fazer era não voltar atrás com a decisão que pensava dever tomar e ajudar os Portugueses, que bem o mereciam. Além do mais seria fraqueza desistir-se da coisa começada e, como se costuma dizer, palavra de rei não volta atrás.
Perante estas palavras, Júpiter deu por findo o consílio e, depois de mandar servir um belíssimo banquete, despediu os deuses, que voltaram às suas moradas habituais. O Consílio terminava de modo favorável aos Portugueses, como tinha desejado Júpiter.
[Amélia Pinto Pais, «Os Lusíadas» em prosa]


estância 19
est. __

est. __
est. 23, vv. 1- __

est. __
est. __, vv. 7-8
ests. 24-__

est. __, vv. 1-4
est. 30, v. __, a
est. __

est. 33-__, v. 4

Ø

est. __, v. 5, a est. __ est. __
est. __
est. __
est. __

est. __

est. __

[As seguintes perguntas — estrutura actancial e argumentos — são retiradas de Maria Antonieta Pires, «Os Lusíadas» — fichas de leitura orientada]

Completa esta «estrutura actancial» (tendo em conta o que leste):


Sujeito (o herói)
____________
Objecto (o que o herói persegue)
____________

Adjuvantes (os que ajudam)
____________
____________
____________

Oponente
(o que se opõe)
____________

Completa com os argumentos que os deuses apresentaram ou com as razões que condicionavam as suas opiniões.
Presidente da sessão: ____
1) Fados querem que _______
2) a armada de Vasco da Gama ______

Outros deuses
Contra: _____
1) temia que _____

A favor: ______
1) gostava dos portugueses ______
2) tinha a esperança de _____

A favor: _____
1) era um _______
2) achava que ______
3) considerava que Júpiter ______

Um tipo de texto que nos interessa agora treinar é a acta. Vai lendo a acta que se segue e redigindo o que falta [estas actas retirei-as de José Esteves Rei, Curso de Redacção; limitei-me a inserir os espaços para os alunos preencherem].

ACTA NÚMERO TRINTA E TRÊS
Aos vinte e um dias do mês de Setembro, do ano de dois mil e seis, pelas vinte e uma horas, com a presença dos elementos da direcção da Associação _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ , constituída pelos senhores _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _, _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _, _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _, teve lugar a reunião periódica da mesma direcção, presidida pelo senhor vice-presidente, _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _, com a seguinte Ordem de Trabalhos: Ponto zero — Período antes da Ordem de Trabalhos; Ponto um — Preenchimento dos documentos de Caixa; Ponto dois — A Casa de Chá e a Churrascaria; Ponto três —_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _.
Ponto zero: aberta a sessão, foi lida a acta da reunião anterior, que, depois de sofrer uma ligeira correcção gramatical, num período, foi aprovada pelo Conselho e, de seguida, assinada, em prova de conformidade.
Na ausência do senhor presidente, assumiu a direcção da reunião o senhor vice-presidente, que, depois de saudar os presentes, declarou ser de interesse enviar a todos os elementos da direcção fotocópia da acta aprovada, explicando que seria um estímulo e um convite para estarem presentes em reuniões futuras aqueles que, por mero comodismo, não compareceram.
Pediu de seguida a palavra o senhor tesoureiro, _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _, para manifestar alguns reparos em relação à forma como estavam a ser emitidos vários documentos de “caixa” que, a seu ver, deveriam ser escriturados de forma mais regulamentar, tendo-se acordado providenciar no sentido de se operarem as necessárias correcções, que procuram acautelar a Associação de qualquer incómodo, em termos fiscais. _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ alvitrou que _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _.
Foi depois ventilada a situação relacionada com o preenchimento dos lugares destinados à exploração da Casa de Chá e da Churrascaria, não havendo, de momento, qualquer outra perspectiva, quanto à sua ocupação, apesar de terem já surgido pretendentes, um dos quais quase chegou a comprometer-se, tendo-se gorado a sua aceitação dois dias após o contacto inicial, por factos que podem considerar-se estranhos. A este propósito, interveio_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _, que relatou que _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _. Decidiu-se que a Associação, doravante, passaria a _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _.
Já no cumprimento do ponto três, o vice-presidente tomou a palavra para _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _.
Nada mais havendo a tratar, pelas vinte e duas horas e quarenta e cinco minutos, deram-se por findos os trabalhos da reunião, da qual lavrei a presente acta que, depois de lida e aprovada, será por mim, que a secretariei, assinada e pelo vice-presidente.
O Secretário _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
O Vice-Presidente _ _ _ _ __ _ _ _ _ _



Completa agora esta acta:

ACTA DA REUNIÃO DE 20 DE JANEIRO
Foi lida a acta da reunião anterior, que mereceu a aprovação dos presentes, com uma emenda.
Aberta a sessão, o Dr. Flávio pôs à consideração o problema da construção da piscina, tendo ficado decidido aguardar o regresso de férias dos restantes elementos para, nessa altura, se tomar uma decisão definitiva.
Abordou-se, de seguida, a necessidade, urgente, de _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _, uma vez que se regista a sua falta em diversos pontos fulcrais no percurso de acesso. O Senhor Paulo ficou indigitado para verificar a situação e remediá-la.
Finalmente, o secretário deu a conhecer _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _. Tal facto alegrou todos os presentes.
Encerrou-se a reunião às onze horas e lavrou-se esta acta, que vai por mim assinada.
O Secretário _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _



TPC — Escreve uma destas actas: (i) de uma reunião de condóminos de um prédio; (ii) de um conselho de turma; (iii) de uma reunião de direcção de um grupo desportivo (ou excursionista; ou cultural).
Além dos modelos que acabaste de preencher, para teres mais ideia da estrutura de uma acta podes relancear também as explicações na p. 237 do manual (embora os passos que aí te são propostos sejam demasiado burocráticos — a redacção de uma acta não tem de ser tão fixa).
Soluções

Sujeito
Portugueses
Objecto
Chegada à Índia
Adjuvantes
Júpiter
Vénus
Marte
Oponente
Baco

Completa com os argumentos que os deuses apresentaram ou com as razões que condicionavam as suas opiniões.
Presidente da sessão: Júpiter
1) Fados querem que os portugueses venham a alcançar a Índia e lá construir um império.
2) a armada de Vasco da Gama está fatigada e a precisar de ajuda.

Outros deuses
Contra: Baco
1) temia que os portugueses viessem a ultrapassá-lo em fama e poderio na Índia.

A favor: Vénus
1) gostava dos portugueses, porque os achava parecidos com os romanos, descendentes de Eneias, seu filho e fundador de Roma.
2) tinha a esperança de vir a ser estimada e celebrada pelos portugueses e o seu culto levado ao Oriente.

A favor: Marte
1) era um antigo apaixonado por Vénus.
2) achava que Baco era movido pela inveja.
3) considerava que Júpiter não devia voltar atrás com a decisão que pensava tomar e devia ajudar os portugueses, que bem o mereciam.

Os Lusíadas
estância 19
est. 20
est. 21
est. 23, vv. 1- 6
est. 22
est. 23, vv. 7-8
ests. 24-29
est. 30, vv. 1-4
est. 30, v. 5, a
est. 32
est. 33-34, v. 4
Ø
est. 34, v. 5, a est. 35 / est. 36
est. 37
est. 38
est. 39
est. 40
est. 41

Aula 91-92

Na última aula ficámos na estância 41 do Canto I. No plano da viagem, as naus estavam no Canal de Moçambique; no plano mitológico, acontecera que, no consílio convocado para decidir sobre a sorte dos portugueses, os deuses tinham decidido ajudar a armada de Vasco da Gama a chegar à Índia.
Vamos agora até ao canto III, para conhecermos um episódio que pertence ao plano histórico. Este era o único plano de que ainda não lêramos estrofes (já víramos estâncias pertencentes ao plano do poeta — as da proposição e da invocação — e aludíramos à dedicatória).
Convém saberes que, ao longo do resto do canto I e do canto II, a armada vai avançando no Índico. No entanto, não deixa de haver algumas dificuldades preparadas por Baco (num desembarque, o Gama é atacado traiçoeiramente; depois aceita um piloto que recebera a incumbência de o aniquilar); de qualquer modo, Vénus também vai intervindo e ajudando a armada (por exemplo, com ventos contrários evita que esta chegue a locais indesejáveis). Baco finge ser um sacerdote cristão para enganar dois portugueses que haviam desembarcado em Mombaça para obter informações; mas Vénus e as Nereidas opõem o peito à nau do Gama, impedindo-a de entrar no porto.
Vénus queixa-se a Júpiter da falta de protecção dispensada aos Portugueses (apesar das decisões tomadas pelo consílio). Júpiter, acedendo à filha, envia Mercúrio à terra para que este prepare uma excelente recepção às naus em Melinde e inspire o Gama quanto ao caminho a seguir. No final do Canto II, o rei de Melinde pede a Vasco da Gama que lhe conte a história de Portugal.
Esse é o pretexto para, através de um longo relato encaixado — cujo narrador é o Gama —, termos conhecimento — nós e o Rei de Melinde — de toda a história de Portugal e do começo da viagem.

A parte que vamos estudar agora, o episódio de Inês de Castro, está incluída no longo relato do Gama ao rei de Melinde. É um episódio do plano histórico, mas também é um episódio romântico, lírico, trágico.

Abre o manual na p. 239. Lê as estrofes 118 a 121, apoiando-te nas explicações da coluna rosa. Depois, responde.

Quem é o narrador destas estrofes?
a) Vasco da Gama
b) O poeta
c) D. Pedro
d) Inês de Castro

No verso 1 da estância 119, «Tu» é um pronome cujo referente é
a) Pedro
b) Inês
c) o amor

No v. 1 da estância 120, «linda Inês» é
a) vocativo
b) atributo
c) sujeito

O v. 3 da estância 120 («Naquele engano de alma, ledo e cego») significa
a) a traição amorosa
b) a inexperiência amorosa
c) o sonho de amor

O sentido da palavra «Fortuna» (120, 4) é
a) destino
b) dinheiro
c) felicidade

O v. 6 da estância 120 («De teus fermosos olhos nunca enxuito») reporta-se
a) aos olhares sedutores
b) ao olhar contemplativo
c) às lágrimas de Inês

Como designamos a figura de estilo que há nos vv. 5-6 da estância 120 («Nos saudosos campos do Mondego, / De teus fermosos olhos nunca enxuito»)?
a) Metáfora
b) Hipérbole
c) Personificação

As estrofes 120 e 121 descrevem o estado de espírito de Inês, que era de
a) tranquilidade e alegria, embora ingenuamente
b) angústia, dada a ausência de Pedro
c) medo, porque se adivinhava a fúria de Afonso IV


Resolve o ponto 1 da p. 243 (completar um texto relativo às estrofes 118-121).

Resolve o ponto 3 da p. 245 e começo da p. 246.

Resolve o exercício de V/F na p. 283.

A seguir, veremos o começo do filme Inês de Portugal (José Carlos de Oliveira; 1997).


Não marco TPC (aproveitem para fazer trabalhos em atraso). Receberei na próxima aula a acta pedida no último tepecê, bem como a ficha com as actas lacunares preenchidas.
Soluções

Quem é o narrador destas estrofes?
a) Vasco da Gama

No verso 1 da estância 119, «Tu» é um pronome cujo referente é
c) o amor

No v. 1 da estância 120, «linda Inês» é
a) vocativo

O v. 3 da estância 120 («Naquele engano de alma, ledo e cego») significa
c) o sonho de amor

O sentido da palavra «Fortuna» (120, 4) é
a) destino

O v. 6 da estância 120 («De teus fermosos olhos nunca enxuito») refere-se
c) às lágrimas de Inês

Como designamos a figura de estilo que há nos vv. 5-6 da estância 120 («Nos saudosos campos do Mondego, / De teus fermosos olhos nunca enxuito»)?
b) Hipérbole

As estrofes 120 e 121 descrevem o estado de espírito de Inês, que era de
a) tranquilidade e alegria, embora ingenuamente


Ponto 3 da p. 245:
D. Pedro, filho de D. Afonso IV, enamorava-se de Inês de Castro, fidalga espanhola, quando sua esposa, D. Constança, ainda era viva.
Tornara-se Inês sua amante, passeando «Nos saudosos campos do Mondego» onde estava, posta em sossego «Aos montes ensinando e às ervinhas o nome que no peito escrito» tinha.
Aí vivia intensamente o amor do seu príncipe encantado cujas lembranças lhe moravam na alma sempre que se apartasse dele: «De noite, em doces sonhos que mentiam», «De dia, em pensamentos que voavam».
E assim, mesmo na presença do Príncipe, era dominada pelo sentimento de uma grande saudade.

cuja
que
quem
Por isso
e
mas
onde
Quando
A qual
Aula 93-94
Vai completando este texto, ao mesmo tempo que lês o episódio de Inês de Castro, sobretudo a partir da estrofe 122 (p. 239) até à estrofe 132 (p. 241).

Pela estrofe 118 ficámos a saber que, tendo Afonso IV regressado a Portugal após a grande vitória que tivera na Batalha do _____, aconteceria um episódio digno de memória, o de _____, que, depois de assassinada, foi _____.
Ao lermos as estrofes 119 a 121, vimos que Inês está feliz e tranquila, junto à cidade de _______; ignora, porém, que o Amor gosta de banhar os seus altares com _______.
Pelas estâncias 122-123 sabemos que Pedro, viúvo de Constança, recusa («enjeita») ________ com as princesas que lhe são apresentadas, por amor a Inês. Percebemos também que o seu velho e sensato pai, _______, ouvindo os murmúrios do povo e vendo os caprichos do _______, decide ________. Que loucura permitiu que quem dominou os _________ levantasse agora a espada contra ________?
Vejamos as estrofes 124-125. Diogo Lopes Pacheco, _______ e ________ trouxeram Inês perante o rei. Afonso já estava inclinado a _________. Contudo, o povo fê-lo aprovar a _________ de Inês. Esta, com palavras __________, devidas apenas à __________ do seu príncipe e ____________, que a ____________ mais do que a própria morte, levantou os olhos, com __________, e, reparando nas __________ cuja orfandade ___________, falou assim ao cruel _____:
[126-129] «Se até se viu _________ terem compaixão pelas crianças, como aconteceu com as ________ que ________ Nino e com a loba que ________ Rómulo e Remo, tu, que tens aparência de __________, respeita ___________. Se soubeste matar os _________, tens de saber também ser clemente e deixar ____________ quem nada fez para __________. Podes até desterrar-me na __________ ou em _________. Podes pôr-me entre ____________ e ___________, que talvez aí encontre a ___________ que não tive da parte dos ____________. Aí, com o amor e o pensamento naquele por quem _________, criarei ___________.»
[130-132] O rei, já _________ com as palavras de Inês, queria _________, mas o destino e o _________ não o permitem. Os algozes arrancaram das espadas. Ó corações sanguinários, mostram-se ferozes contra ________? Tal como Pirro se armou contra _______, último consolo da _______, e a matou, enquanto esta, com os olhos mansos postos na _____, se oferecia ao sacrifício, também os «brutos matadores» embeberam as _______ no colo de alabastro que sustinha os ________ que tinham provocado a __________ daquele que depois a faria rainha.

Na p. 244, resolve o ponto 4.1.

TPC — Lança nos tepecês de férias que já entreguei as emendas que fiz; não deixes também de pôr os teus dados pessoais nesse documento: nome completo; idade (e data de nascimento); morada; telefone; e-mail. Traz-me a nova versão impressa (ou manda-ma: luisprista@netcabo.pt). Entretanto, envia também a nova versão do teu texto para correiooml@entusiasmomedia.pt.

Soluções

Pela estrofe 118 ficámos a saber que, tendo Afonso IV regressado a Portugal após a grande vitória que tivera na Batalha do Salado, aconteceria um episódio digno de memória, o de Inês de Castro, que, depois de assassinada, foi rainha.
Ao lermos as estrofes 119 a 121, vimos que Inês está feliz e tranquila, junto à cidade de Coimbra; ignora, porém, que o Amor gosta de banhar os seus altares com sangue.
Pelas estâncias 122-123 sabemos que Pedro, viúvo de Constança, recusa («enjeita») casar-se com as princesas que lhe são apresentadas, por amor a Inês. Percebemos também que o seu velho e sensato pai, Afonso IV, ouvindo os murmúrios do povo e vendo os caprichos do filho, decide matar Inês. Que loucura permitiu que quem dominou os mouros, levantasse agora a espada contra uma dama frágil?
Vejamos as estrofes 124-125. Diogo Lopes Pacheco, Álvaro Gonçalves e Pêro Coelho trouxeram Inês perante o rei. Afonso já estava inclinado a perdoar-lhe. Contudo, o povo fê-lo aprovar a morte de Inês. Esta, com palavras tristes e piedosas, devidas apenas à saudade do seu príncipe e dos filhos, que a magoava mais do que a própria morte, levantou os olhos, com lágrimas, e, reparando nas crianças cuja orfandade temia, falou assim ao cruel avô:
[126-129] «Se até se viu animais terem compaixão pelas crianças, como aconteceu com as pombas que alimentaram Nino e com a loba que amamentou Rómulo e Remo, tu, que tens aparência de humano/homem, respeita estas criancinhas. Se soubeste matar os mouros, tens de saber também ser clemente e deixar viver quem nada fez para (merecer) perder a vida. Podes até desterrar-me na Cítia ou em África. Podes pôr-me entre leões e tigres, que talvez aí encontre a piedade que não tive da parte dos homens. Aí, com o amor e o pensamento naquele por quem morro, criarei os meus filhos/os filhos de Pedro.»
[130-132] O rei, já comovido/convencido com as palavras de Inês, queria perdoar-lhe, mas o destino e o povo não o permitem. Os algozes arrancaram das espadas. Ó corações sanguinários, mostram-se ferozes contra uma dama? Tal como Pirro se armou contra Políxena, último consolo da velha mãe, e a matou, enquanto esta, com os olhos mansos postos na mãe, se oferecia ao sacrifício, também os «brutos matadores» embeberam as espadas no colo de alabastro que sustinha os seios que tinham provocado a paixão daquele que depois a faria rainha.

1 - A estas criancinhas / tem respeito – d
2 - Mova-te a piedade / sua e minha – c
3 - A morte sabes dar / com fogo e ferro – f
4 – Sabe também dar a vida / com clemência – a
5 – Põe-me em perpétuo / e mísero desterro – b
6 – Põe-me onde se use / toda a feridade - e


Aula 95-96

Na p. 242, lê as estrofes que nos faltam do episódio de Inês Castro, as estâncias 133-137. Ao mesmo tempo, vai preenchendo as lacunas na «tradução» que fiz (nos espaços deves transcrever as exactas palavras que estão no texto de Camões).

[133] Devias, ó _______, em sinal de horror, afastar naquele dia, da vista destes [«brutos matadores»], os teus _________, como os afastaste da lúgubre mesa de Tiestes, quando este comia os seus próprios filhos pela mão de _________! Vós, ó vales côncavos, que pudestes ouvir as últimas palavras da _________ boca de Inês, quando agonizava, repetistes durante muito tempo o nome que lhe ouvistes, o nome do seu amado ________.

[134] Assim como a cândida e ________ margarida silvestre («bonina») que foi cortada antes do tempo perdeu o aroma e tem a cor murcha por ter sido maltratada pelas ________ irrequietas («lascivas») da menina que a trouxe na grinalda, também está _______ a pálida donzela, com as rosas do rosto secas e tendo perdido, com a doce vida, a cor ________ e rosada.

[135] As ninfas do Mondego, chorando, recordaram durante longo tempo aquela morte horrorosa e, para eterna memória, transformaram as lágrimas choradas por Inês e pelas ninfas em _______ pura. Puseram a essa fonte o nome, que ainda _______, «dos amores de Inês», amores que ali se passaram. Veja-se como é fresca a fonte que rega as flores; e veja-se que a água é de ________ e o nome é de amores.

[136] Não decorreu, porém, muito tempo sem que Pedro visse feita a vingança das __________ mortais, porque, ao tomar o governo do reino, vingou-se dos ___________, que andavam fugidos. Conseguiu que lhe fossem entregues («alcançou‑os») por um outro Pedro, rei crudelíssimo também, porque, ambos inimigos da vida humana, _______ entre si o mesmo pacto cruel e injusto que César Augusto fez com __________ e ________.

[137] Este (D. Pedro I de Portugal) foi rigoroso punidor de latrocínios (‘roubos’), mortes e __________. As suas melhores diversões e alívio («refrigério») das saudades de Inês eram exercer crueldades sobre os _________. Justiceiro («justiçoso») e livrando as cidades de todos os insultos («vitupérios») dos poderosos e castigando os ladrões, deu à morte mais homens do que o fizeram o vagabundo _________ ou Teseu.

Nas pp. 246-247, preenche os espaços em falta no texto «Como foi trasladada D. Inês para o Mosteiro de Alcobaça & da morte de el-rei D. Pedro», de Fernão Lopes.

Na p. 245, resolve o ponto 2 (se necessário, consulta na p. 248 a informação sobre recursos estilísticos).

Vê agora, na p. 247, dois poemas que se centram na figura de Inês de Castro (A. um poema de Miguel Torga, com três quadras; B. um soneto [portanto: duas quadras, seguidas de dois tercetos] de José Carlos Ary dos Santos).

Depois de leres ambos os textos, centra-te no soneto de Ary dos Santos. Escreve um soneto — sem rima — que tenha como foco uma destas figuras:

D. Pedro;
D. Afonso IV;
Constança;
o infante Fernando, futuro rei de Portugal;
um dos culpados da morte de Inês (Diogo Pacheco, Pêro Coelho, Álvaro Gonçalves);
o escudeiro Afonso Madeira;
um dos filhos de Inês (João, Dinis, Beatriz);
o infante João (filho bastardo de Pedro e Teresa Lourenço, futuro João I).

O teu texto deve evocar a personagem que escolheres, do mesmo modo que o de Ary dos Santos evoca Inês de Castro. Não será preciso usares a mesma sintaxe (seguires as frases), mas o último verso do soneto deve ser paralelo a «Inês! Inês! Inês de Portugal» (por exemplo: «João! João! Mestre de Avis e rei de Portugal»).

TPC — Escolhe uma destas hipóteses para escreveres para a Turmeida, ou as duas até. (Se possível, coloca os textos no Moodle da escola. Se não, tudo bem, traz-mos.)

1. Escrever uma estância — sobre alguém da turma (ou da escola) — cujo primeiro verso siga o modelo de «Estavas, linda Inês, posta em sossego» (III, 120, v. 1):
«Estavas, _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ , _ _ _ _ _
[vocativo (adjectivo + nome)] [livre]

2. Escrever uma estância com relato de conversa entre professores (em «consílio» ou não) sobre alunos. O modelo do primeiro verso seria «Quando os Deuses no Olimpo luminoso» (I, 20, 1):
«Quando os professores/stores/… na sala tal tal

Pondera também concorrer ao Concurso Literário José Gomes Ferreira.

Solução

[133] Devias, ó Sol, em sinal de horror, afastar naquele dia, da vista destes [«brutos matadores»], os teus raios, como os afastaste da lúgubre mesa de Tiestes, quando este comia os seus próprios filhos pela mão de Atreu! Vós, ó vales côncavos, que pudestes ouvir as últimas palavras da fria boca de Inês, quando agonizava, repetistes durante muito tempo o nome que lhe ouvistes, o nome do seu amado Pedro.

[134] Assim como a cândida e bela margarida silvestre («bonina») que foi cortada antes do tempo perdeu o aroma e tem a cor murcha por ter sido maltratada pelas mãos irrequietas («lascivas») da menina que a trouxe na grinalda, também está morta a pálida donzela, com as rosas do rosto secas e tendo perdido, com a doce vida, a cor branca e rosada.

[135] As ninfas do Mondego, chorando, recordaram durante longo tempo aquela morte horrorosa e, para eterna memória, transformaram as lágrimas choradas por Inês e pelas ninfas em fonte pura. Puseram a essa fonte o nome, que ainda dura, «dos amores de Inês», amores que ali se passaram. Veja-se como é fresca a fonte que rega as flores; e veja-se que a água é de lágrimas e o nome é de amores.

[136] Não decorreu, porém, muito tempo sem que Pedro visse feita a vingança das feridas mortais, porque, ao tomar o governo do reino, vingou-se dos homicidas, que andavam fugidos. Conseguiu que lhe fossem entregues («alcançou‑os») por um outro Pedro, rei crudelíssimo também, porque, ambos inimigos da vida humana, fizeram entre si o mesmo pacto cruel e injusto que César Augusto fez com Lépido e António.

[137] Este (D. Pedro I de Portugal) foi rigoroso punidor de latrocínios (‘roubos’), mortes e adultérios. As suas melhores diversões e alívio («refrigério») das saudades de Inês eram exercer crueldades sobre os maus. Justiceiro («justiçoso») e livrando as cidades de todos os insultos («vitupérios») dos poderosos e castigando os ladrões, deu à morte mais homens do que o fizeram o vagabundo Alcides ou Teseu.

Por isso
que
os quais
quando
embora
pois
como e
onde mas
Porque
Assim


a. Que do sepulcro os homens desenterra
3. hipérbole

b. Tu, só tu, puro amor, com força crua
5. apóstrofe

c. Aos montes ensinando e às ervinhas o nome que peito escrito tinhas.
4. personificação

d. Tirar Inês ao mundo determina
1. eufemismo

e. Matar do firme amor o fogo aceso
2. metáfora
Aula 97-98
Na aula passada estivemos a ler as últimas estâncias do episódio de Inês de Castro. Convém lembrar que esse episódio está dentro do grande relato que, a partir do começo do canto III, Vasco da Gama faz ao rei de Melinde.
O episódio de Inês de Castro terminava com o relato do que foi o resto do reinado de D. Pedro I. Vamos agora ler a parte que se segue, já sobre o filho de Pedro, Fernando, o último rei da primeira dinastia. Nos Lusíadas, esta parte está mesmo no final do canto III (estâncias 138-143) e vai até à estância 45 do canto IV. Só a parte que pus em Arial é que está no manual. É relativa à Batalha de Aljubarrota.
Primeiro, sem abrir o manual, lê a parte que está impressa com a fonte de letra que costumo usar e vai completando os espaços com formas verbais.
Depois, ao entrares na parte escrita com o feio Arial, abre o manual (pp. 251-254), vai pondo à direita o número da estância a que os parágrafos correspondem. Como se trata de adaptação («Os Lusíadas» de Luís de Camões contados às crianças e lembrados ao povo, de João de Barros), há estâncias que estão muito resumidas.

O filho que deixou, D. Fernando, bem diferente nasceu... Por seu descuido, esteve o reino quase a ___ conquistado pelos Castelhanos, que a todo o momento _______ pelo nosso País dentro, assolando-o, assassinando gente, perseguindo e roubando os habitantes...
Mole, sem energia, D. Fernando não ________ os seus deveres de rei e só ________ na mulher, D. Leonor Teles, que era uma castelhana traidora, desejosa de ________ a nossa Pátria ao domínio dos seus patrícios. Rei fraco, D. Fernando não sabia resistir aos embustes da formosa Leonor Teles. E um fraco rei ______ fraca a forte gente... Fortes _______ decerto os Portugueses, mas tão mal mandados e governados, que pareciam fracos também, afinal...
Portugal andava ao acaso, sem tino, como um barco levado no furor de uma tempestade... São homens para ________ tempestades, os Lusitanos, embora às vezes os julguem descuidados ou adormecidos. Mais uma vez _________ que o não estavam...
Morto D. Fernando, reagem os nossos contra os perigos que os cercam. _______ rei o mestre de Avis, D. João I, e matam os fidalgos que os traíam.
D. Leonor Teles, que _________ uma filha casada com o Rei de Castela, incita o genro a invadir Portugal. Dizia ela que a sua filha ______ a herdeira do reino! Queria impô-la à força como rainha, e _________ a nossa Pátria aos Castelhanos!
Os Portugueses serem governados por estrangeiros... Podia lá ser!... Juntam-se todos em torno do Mestre de Avis e preparam-se para combater os inimigos, que, de Castela, da Andaluzia, de Toledo, da Galiza, da Biscaia, das Astúrias (de toda a Espanha, enfim) ___________ sobre a nossa terra. Era o maior exército que jamais os Castelhanos ___________ formado!
O perigo era tremendo. Mas D. João, a quem a força cresce com a coragem, ajudado pelo grande Nun’Álvares Pereira, organizou logo milícias aguerridas, chamou o povo a combater, estimulou os ânimos fracos, entusiasmou os valentes, envergonhou os cobardes. Alguns ___________ ainda, mal habituados a lutar. Mas Nun’Álvares ____ falar-lhes e persuadi-los. A mão na espada, o olhar firme, clama a esses habitantes compatriotas:
«Como pode haver gente portuguesa que _________ lutar, gente deste país que sempre foi o maior na guerra? Não será dever nosso defender a Pátria? Negará um português a sua fé, o seu amor, o seu esforço e a sua inteligência, deixando o Reino sujeitar-se a outrem? Não _______ vós, meus amigos, descendentes daquela raça que venceu já os Castelhanos à sombra da bandeira do heróico Afonso Henriques? E no tempo de D. Dinis, a vossa coragem não era a mesma? Se D. Fernando foi quem vos _________ tão fracos, tomai-vos fortes agora com o vosso Rei novo! Tão grande ele é, que se o igualardes no valor, desbaratareis tantos exércitos quantos quiserdes... E, se estas palavras vos não movem, se o medo vos prende as mãos cobardes, eu sozinho resistirei ao jugo alheio... Eu só, com os meus vassalos e com esta espada, __________ do inimigo a terra que nunca ninguém subjugou. E não só destes inimigos de hoje. mas de todos aqueles que vierem ainda, contrários à nossa Pátria e ao nosso Rei... »
As palavras de Nun’Álvares, tão cheias de patriotismo e ardor, _________ chorar de vergonha os fidalgos medrosos. Não querendo nenhum deles _________ por cobarde, e compreendendo então os perigos que ameaçavam Portugal, seguiram todos Nun’Álvares. O povo, esse, sempre pronto a ________ pela Pátria, já preparava e limpava as armas para a batalha. D. João reúne os seus soldados em Abrantes e de lá sai, com Nun’Alvares e Antão Vaz de Almada. Em Aljubarrota encontram o exército comandado pelo Rei de Castela.
28 Soa a trombeta castelhana, dando o sinal de batalha. Som horrendo que parece correr do norte ao sul de Portugal, de vale em vale, de serra em serra.
___ As mães, aflitas, apertam os filhinhos ao peito, e rostos há que mudam de cor.
___ Trava-se a luta entre Espanhóis e Portugueses, com fúria imensa de parte a parte.
___ Tiros e setas voam pelo ar.
___ Treme a terra debaixo das patas dos cavalos.
31- Numerosíssimos, os inimigos crescem sobre a gente de Nun’Álvares e entre eles está (coisa feia!) o próprio irmão do futuro Condestável!
___ Mas D. João, gritando aos seus soldados que defendessem a sua terra ameaçada, pois a liberdade da Pátria dependia da coragem dos seus guerreiros, e vendo em risco os homens de Nun’Álvares, precipita-se como leoa ferida a quem roubam os leõezinhos, em auxílio da hoste já cercada...
___ Todos os seus soldados o acompanham; e, sem medo de perder a vida, atiram-se para o meio dos inimigos.
___ Luta o Rei castelhano, e os seus milhares de valentes, desesperados e raivosos. Mas, apesar de serem muitos mais do que os nossos, não resistem à coragem lusitana. Cai no pó a bandeira de Castela, morto o guerreiro que a levantava no ar.
___ São vencidos os Castelhanos. Fogem, recuam, somem-se dos campos de Aljubarrota.
___ Perseguem os Portugueses os últimos fugitivos, cujas blasfémias e queixas ficam pairando no ar...
___ Nun’ Álvares ainda chegou a terra de Espanha, correndo atrás dos adversários. E aí mesmo os desbaratou, gloriosamente.
Alguns anos durou ainda a luta; mas por fim os Castelhanos desistiram de nos incomodar. A paz estabelece-se então, serena e próspera...

Na p. 255, resolve o ponto 1 (a tabela, apenas). Os recursos estilísticos que terás de pôr são três destes: «hipérbole», «adjectivação», «metáfora», «apóstrofe», «personificação».

Na mesma p. 255, responde a 2 e a 2.1.

Escreve uma notícia relativa à Batalha de Aljubarrota, com base nas informações dadas nos textos que lemos. (Sobre regras das notícias, podes ver a p. 70 do manual.)

TPC — Relendo o Consílio dos Deuses, escreve uma acta dessa sessão. O secretário será Mercúrio. A data pode ser «Aos … dias do mês de Março de 1498».
Consulta a nossa folha da aula do Consílio e as pp. 231-235 do manual. Deves ver também a folha 237 do manual e as folhas em que vimos/redigimos outras actas.

Soluções

O filho que deixou, D. Fernando, bem diferente nasceu... Por seu descuido, esteve o reino quase a ser conquistado pelos Castelhanos, que a todo o momento entravam pelo nosso País dentro, assolando-o, assassinando gente, perseguindo e roubando os habitantes...
Mole, sem energia, D. Fernando não cumpria os seus deveres de rei e só pensava na mulher, D. Leonor Teles, que era uma castelhana traidora, desejosa de entregar a nossa Pátria ao domínio dos seus patrícios. Rei fraco, D. Fernando não sabia resistir aos embustes da formosa Leonor Teles. E um fraco rei faz fraca a forte gente... Fortes eram decerto os Portugueses, mas tão mal mandados e governados, que pareciam fracos também, afinal...
Portugal andava ao acaso, sem tino, como um barco levado no furor de uma tempestade... São homens para vencer tempestades, os Lusitanos, embora às vezes os julguem descuidados ou adormecidos. Mais uma vez mostraram que o não estavam...
Morto D. Fernando, reagem os nossos contra os perigos que os cercam. Elegem rei o mestre de Avis, D. João I, e matam os fidalgos que os traíam.
D. Leonor Teles, que tinha uma filha casada com o Rei de Castela, incita o genro a invadir Portugal. Dizia ela que a sua filha era a herdeira do reino! Queria impô-la à força como rainha, e entregar a nossa Pátria aos Castelhanos!
Os Portugueses serem governados por estrangeiros... Podia lá ser!... Juntam-se todos em torno do Mestre de Avis e preparam-se para combater os inimigos, que, de Castela, da Andaluzia, de Toledo, da Galiza, da Biscaia, das Astúrias (de toda a Espanha, enfim) avançavam sobre a nossa terra. Era o maior exército que jamais os Castelhanos tinham formado!
O perigo era tremendo. Mas D. João, a quem a força cresce com a coragem, ajudado pelo grande Nun’Álvares Pereira, organizou logo milícias aguerridas, chamou o povo a combater, estimulou os ânimos fracos, entusiasmou os valentes, envergonhou os cobardes. Alguns resistiam ainda, mal habituados a lutar. Mas Nun’Álvares vai falar-lhes e persuadi-los. A mão na espada, o olhar firme, clama a esses habitantes compatriotas:
«Como pode haver gente portuguesa que recuse lutar, gente deste país que sempre foi o maior na guerra? Não será dever nosso defender a Pátria? Negará um português a sua fé, o seu amor, o seu esforço e a sua inteligência, deixando o Reino sujeitar-se a outrem? Não sois vós, meus amigos, descendentes daquela raça que venceu já os Castelhanos à sombra da bandeira do heróico Afonso Henriques? E no tempo de D. Dinis, a vossa coragem não era a mesma? Se D. Fernando foi quem vos tornou tão fracos, tomai-vos fortes agora com o vosso Rei novo! Tão grande ele é, que se o igualardes no valor, desbaratareis tantos exércitos quantos quiserdes... E, se estas palavras vos não movem, se o medo vos prende as mãos cobardes, eu sozinho resistirei ao jugo alheio... Eu só, com os meus vassalos e com esta espada, defenderei do inimigo a terra que nunca ninguém subjugou. E não só destes inimigos de hoje. mas de todos aqueles que vierem ainda, contrários à nossa Pátria e ao nosso Rei... »
As palavras de Nun’Álvares, tão cheias de patriotismo e ardor, fazem chorar de vergonha os fidalgos medrosos. Não querendo nenhum deles passar por cobarde, e compreendendo então os perigos que ameaçavam Portugal, seguiram todos Nun’Álvares. O povo, esse, sempre pronto a lutar pela Pátria, já preparava e limpava as armas para a batalha. D. João reúne os seus soldados em Abrantes e de lá sai, com Nun’Alvares e Antão Vaz de Almada. Em Aljubarrota encontram o exército comandado pelo Rei de Castela.

28 Soa

28/29 As mães

30 Trava-se

31, 1-2 Tiros e setas

31, 3-4 Treme

31/35 Numerosíssimos

36/37 Mas D. João

37/39 Todos

40/41 Luta o Rei

42 São vencidos

43/44 Perseguem os

45 Nun’ Álvares


O sinal da trombeta, horrendo
fero,
ingente
temeroso

adjectivação


ouvido pelo monte Artabro
pelo Douro
pela Transtagana
pelas mães

personificação


levou a que
o Guadiana tornasse atrás
o Tejo corresse ao mar
as mães aos peitos apertassem os filhos

hipérbole


medo / perigo

temor /perigo
medroso / temeroso


Aula 99-100

Na p. 249 do manual tenta encontrar um erro num dos cabeçalhos da tabela (está a mais a palavra «________»). Independentemente desse lapso dos autores do livro, percebes que os articuladores apresentados correspondem a palavras que introduzem as orações (conjunções, quase sempre). Os que estão em cima são os articuladores coordenativos; as últimas nove filas dão-nos os articuladores ____________.
O quadro que está nas pp. 86-87 do manual — vai lá agora — é, no fundo, muito próximo deste. Na prática, só lhe falta a menção dos pronomes ___________, que introduzem orações (orações ____________) mas não são conjunções. No quadro da p. 249, em compensação, não se mencionam as conjunções coordenativas ___________ (por exemplo, o célebre «e»), nem as conjunções ______________ disjuntivas (cujo exemplo mais frequente é «____»).

Na p. 256, resolve a parte «Aplicar a gramática».

1.1
Ó fortes companheiros, ó subidos Cavaleiros, a quem nenhum se iguala, defendei vossas terras, que a esperança da liberdade está na vossa lança!

1.1.1 ______
1.1.2. Vocativo(s): ___________; Predicado: ____________; Complemento directo: _________.
1.1.3. a) ____________; ____________
c) _____________; ____________
1.2 a) ______________
b) ______________

Se te despachares, procura fazer, na p. 244, o ponto 1 de «Aplicar a gramática» (dividir em orações o seguinte período; classificar as orações):

Põe-me onde se use toda a feridade, entre leões e tigres, e verei se neles achar posso a piedade que entre peitos humanos não achei.
1.ª ________
2.ª ________
3.ª ________
4.ª ________
5.ª ________


Agora veremos um trecho de entrevista reproduzido em «Diz que é uma espécie de magazine», para depois tratarmos de «Fenómenos fonéticos».



O quadro seguinte resume os chamados fenómenos, ou acidentes, fonéticos. Os exemplos que pus são quer da variação geográfica e social do português, quer da diacronia (dentro do português, mas também do latim ao português). Como vimos nas duas entrevistas recuperadas em «Diz que é uma espécie de magazine...», as palavras actuais também sofrem alterações fonéticas, tal como aconteceu ao longo do percurso entre latim e português do século XXI. Vai lendo e completando.

de / para / houve / que podemos descrever assim

pílula / *pírula / dissimilação / evita-se a semelhança que havia entre dois sons. Neste caso particular, um dos LL modificou-se em _______.

fizeram-lo / fizeram-____ / ______ / ao contrário do que acontece na dissimilação, na assimilação um som aproxima-se das características dum som vizinho. Por exemplo, o pronome (lo) passa a ligar-se ao verbo por uma consoante nasal (n), porque assim se assemelha ao som nasal da última sílaba do verbo.

festra (arc.) / _____ / ____ / «r» passa da segunda para a primeira sílaba (há uma metátese quando um som muda o seu lugar dentro da palavra).

crudu (lat.) / cruu (arc.) / _________ / síncope é a perda de um som a meio da palavra. Neste caso, uma consoante que havia na palavra latina «crudu», -d-, desapareceu na palavra portuguesa arcaica «cruu» (que aliás, depois, ainda evoluiria para «cru»).

cruu (arc.) / cru / crase / a crase é a contracção de vogais num único som.

a + a; a + as / à; às / _________ / a contracção da preposição «a» com o _________ definido «a» e «as» é a crase mais frequente.

tio / *tiu / sinérese / tal como a crase, a sinérese também contrai duas _________, só que tornando as duas vogais num ditongo (neste caso: «i-o» é peronunciado «iu»).

sic (lat.) / si (arc.) / _________ / apócope é a perda de um som ou sílaba finais. No exemplo, a palavra latina «sic» veio a dar «si» (que, depois, evoluiu para sim).

Alandroal / *Landroal / aférese / aférese é a perda dos sons do ___________ de uma palavra.

você / cê / _________ / esta pronúncia pode acontecer no português do Brasil.

portanto / *ptanto /_________ / o autarca que ouvimos não pronunciava um som a meio da palavra.

precisamente / *samente / _________ / o médico que ouvimos omitia o início do advérbio.

__________ / *iguinorante / epêntese / a epêntese é o desenvolvimento de um som a meio da palavra. Neste caso, a vogal inserida, i, desfez um grupo que não é natural no português, gn, criando uma sequência mais conforme ao nosso padrão (este tipo de epênteses é comum no português do Brasil).

pneu / *peneu / _________ / de novo um grupo de consoantes demasiado erudito (-PN-) a ser desfeito pela inserção de uma vogal (em Portugal, produzimos um e; os brasileiros podem inserir um i [*pineu]).
Skip / *cequipe /________ / assim escreveu alguém num supermercado, inserindo um som vocálico entre [s] e [k].
_________ / *céquisso (no pg. do Brasil) / epêntese / aqui o par de consoantes desfeito foi o que existia escondido na letra , os sons ks.

sport (ingl.) / esporte / ________ / o desenvolvimento de um som no início da palavra é uma prótese. Os brasileiros costumam fazer esta adaptação aos seus empréstimos começados por s- seguido de consoante (snob > esnobe), enquanto em Portugal é mais comum a manutenção da sequência estrangeira (snob).

mora (lat.) / amora / ________ / a palavra portuguesa que descendeu da palavra latina _______ tem um som inicial que não havia no seu étimo.

alguidar / *alguidare / ________ / a paragoge é o desenvolvimento de som no final da palavra. É comum, por exemplo, na pronúncia alentejana.

estar / *________ / ________ / a não ser em situações formais, raramente dizemos a primeira sílaba das formas do verbo «estar» (na escrita temos de ter cuidado!).

ski (ingl.) / esqui / ________ / na adaptação do anglicismo ao português acrescentou-se um som no __________ da palavra.


Completa esta «cábula» do que estivemos a ver (pode ajudar-te a p. 121 do manual):

Fenómenos fonéticos

adição (inserção de sons) supressão (perda de sons)
no princípio: __ ________
no meio: _____ ________
no final: ______ ________

alteração (mudança de sons)
aproximação, em termos de semelhança, a um som vizinho: ______
diferenciação relativamente a um som vizinho: _____
contracção de duas vogais numa só: ________
contracção de duas vogais num ditongo: _____

transposição
passagem de um som para outro ponto da palavra: __________

TPC — Tenta compreender as estâncias correspondentes à partida das naus do Restelo, no dia 8 de Julho de 1497 (pp. 259-260). É uma parte ainda do longo relato do Gama ao rei de Melinde. Lê também o texto de João de Barros, na p. 261, que trata o mesmo assunto.
Prepara a leitura em voz alta das estâncias 83 a 92, do canto IV (são, é claro, as que estiveste a procurar compreender).


Soluções

Na p. 249 do manual tenta encontrar um erro num dos cabeçalhos da tabela (está a mais a palavra «não»). Independentemente desse lapso dos autores do livro, percebes que os articuladores apresentados correspondem a palavras que introduzem as orações (conjunções, quase sempre). Os que estão em cima são os articuladores coordenativos; as últimas nove filas dão-nos os articuladores subordinativos.
O quadro que está nas pp. 86-87 do manual — vai lá agora — é, no fundo, muito próximo deste. Na prática, só lhe falta a menção dos pronomes relativos, que introduzem orações (orações relativas) mas não são conjunções. No quadro da p. 249, em compensação, não se mencionam as conjunções coordenativas copulativas (por exemplo, o célebre «e»), nem as conjunções coordenativas disjuntivas (cujo exemplo mais frequente é «ou»).


Ó fortes companheiros, ó subidos cavaleiros, a quem nenhum se iguala, defendei vossas terras, que a esperança da liberdade está na vossa lança!

Subordinante
Subordinada relativa
Subordinada causal


Ó fortes companheiros, ó subidos cavaleiros, defendei vossas terras
Vocativo Vocativo predicado complemento directo

a quem
Prep. Pronome relativo

que (= porque)
conjunção causal


O cavaleiro que é destemido chama-se João
subordinada relativa explicativa

O cavaleiro, que é destemido, chama-se João
O cavaleiro — que é destemido — chama-se João
subordinada relativa restritiva


D. João, que se tornou um herói da Batalha de Aljubarrota, foi Mestre de Avis.
subordinada relativa explicativa

de / para / houve / que podemos descrever assim

pílula / *pírula / dissimilação / evita-se a semelhança que havia entre dois sons. Neste caso particular, um dos LL modificou-se em R.

fizeram-lo / fizeram-no / assimilação / o pronome (lo) passa a ligar-se por uma consoante nasal (n), porque assim se aproxima do som nasal da última sílaba do verbo.

festra (arc.) / fresta / «r» passa da segunda para a primeira sílaba (há uma metátese quando um som muda o seu lugar dentro da palavra).

crudu (lat.) / cruu (arc.) / síncope / síncope é a perda de um som a meio da palavra. Neste caso, uma consoante que havia na palavra latina «crudu», -d-, desapareceu na palavra portuguesa arcaica «cruu» (que aliás, depois, ainda evoluiria para «cru»).

a + a; a + as / à; às / crase /a contracção da preposição «a» com o artigo definido «a» e «as» é a crase mais frequente.

tio / *tiu / sinérese / tal como a crase, a sinérese também contrai duas vogais, só que tornando as duas vogais num ditongo (neste caso: i-o > iu).

sic (lat.) / si (arc.) / apócope / apócope é a perda de um som ou sílaba finais. No exemplo, a palavra latina «sic» veio a dar «si» (que, depois, evoluiu para sim).

Alandroal / *Landroal / aférese / aférese é a perda dos sons do início de uma palavra.

você / cê / aférese / esta pronúncia pode acontecer no português do Brasil.

portanto / *ptanto/ síncope /o autarca que ouvimos não pronunciava um som a meio da palavra.

precisamente / *samente /aférese /o médico que ouvimos omitia o início do advérbio.

ignorante / *iguinorante / epêntese / a epêntese é o desenvolvimento de um som a meio da palavra. Neste caso, a vogal inserida, i, desfez um grupo que não é natural no português, gn, criando uma sequência mais conforme ao nosso padrão (este tipo de epênteses é comum no português do Brasil).

pneu / *peneu / epêntese / de novo um grupo de consoantes demasiado erudito (-PN-) a ser desfeito pela inserção de uma vogal (em Portugal, produzimos um e; os brasileiros podem inserir um i [*pineu]).

Skip / *cequipe / epêntese / assim estava escrito num supermercado. Quem escreveu mal inseria um som vocálico entre [s] e [k].

sexo / *céquisso (no pg. do Brasil) / epêntese / aqui o par de consoantes desfeito foi o que existia escondido na letra , os sons ks.

sport (ingl.) / esporte / prótese / o desenvolvimento de um som no início da palavra é uma prótese. Os brasileiros costumam fazer esta adaptação aos seus empréstimos começados por s- seguido de consoante (snob > esnobe), enquanto em Portugal é mais comum a manutenção da sequência estrangeira (snob).

mora (lat.) / amora / prótese / a palavra portuguesa que descendeu da palavra latina «mora» tem um som inicial que não havia no seu étimo.

alguidar / *alguidare / paragoge /a paragoge é o desenvolvimento de som no final da palavra. É comum, por exemplo, na pronúncia alentejana.

estar / *tar / aférese / no português europeu, a não ser em situações formais, raramente dizemos a primeira sílaba das formas do verbo «estar» (na escrita temos de ter cuidado!).

ski (ingl.) / esqui / prótese /na adaptação do anglicismo ao português acrescentou-se um som no início da palavra.


adição (inserção de sons)
no princípio: prótese
no meio: epêntese
no final: paragoge


supressão (perda de sons)
no princípio: aférese
no meio: síncope
no final: apócope

alteração (mudança de sons)
aproximação a um som vizinho: assimilação
diferenciação relativamente a um som vizinho: dissimilação
contracção de duas vogais numa só: crase
contracção de duas vogais num ditongo: sinérese

transposição
passagem de um som para outro ponto da palavra: metátese

Aula 101-102

Cada uma das frases seguintes corresponde a uma das estâncias 83 a 92 do canto IV (pp. 259-260). As frases estão desordenadas. Põe à esquerda de cada uma o número da estância que ela resume (ou de que tem um passo). Completa também os parágrafos com a palavra em falta.

Assim partimos da ermida de ___________. Declaro-te, ó Rei, que ainda duvido estar diante de ti, tão longe da pátria de que me afastei com tanta saudade.

As naus já estavam prontas no porto de Lisboa. Os marinheiros e os _________ estão animados.

O povo julga que morreremos em tão longa viagem. Homens, mães, __________, irmãs desconfiam de que não nos verão mais.

A estas e outras palavras que as mulheres diziam por amor respondiam os _________, quase movidos de piedade.

Vestidos de várias cores, os soldados vinham pelas ___________.

Naquele dia, a gente da ____________ afluiu a Belém. E nós fomos caminhando para os batéis.

Outra mulher, de cabeça descoberta, perguntava ao ___________ por que razão ia arriscar a vida no mar, uma vida que era mais dela do que dele próprio.

Os navegadores foram presenteados por __________, para que se preparassem para a viagem com mais entusiasmo.

Uma mulher pergunta ao filho por que a deixa sozinha, ele que era o seu alívio e _________ na velhice.

Depois de os tripulantes estarem preparados com tudo quanto uma tal viagem implicava, preparámos também a alma para a __________.


Campeonato de leitura em voz alta por duplas

Fila da janela
Segunda fila
Terceira fila
Fila da parede
Final

Para uma grande entrevista — a ser publicada no dia da partida das naus — um repórter tem de entrevistar Vasco da Gama. Escreve parte do guião dessa entrevista: cinco perguntas apenas. (Não escreverás as respostas, mas deves verificar se as tuas perguntas poderiam levar a respostas interessantes.)

Responde a 4.1 e 4.2 da p. 262. Fá-lo numa só resposta (e completa, «à exame»).

Responde a «Aplicar a gramática», na p. 263. (Podem ser úteis as pp. 86-87).

TPC — Revê a flexão dos verbos. Usando cadernos de actividades de anos anteriores ou as pp. 46-48 do Caderno de Actividades actual (ou, em último caso, alguma gramática que tenha um modelo de verbo conjugado), deves procurar perceber e fixar toda a flexão (reconhecer pessoa, tempo e modo; nos tempos simples e nos tempos compostos). Também podes ver a flexão do verbo que pretendas em http://www.iltec.pt/mordebe/.
E se aproveitasses para escrever algum texto para o Concurso Literário José Gomes Ferreira? Pus as regras numas folhas atrás: máximo de três páginas A4, a dois espaços, em Arial, tamanho 12; tema livre; poesia, prosa ou teatro. Regulamento completo. Prazo: 31 de Maio.

Soluções

83 Os navegadores foram presenteados por D. Manuel, para que se preparassem para a viagem com mais entusiasmo.

84 As naus já estavam prontas no porto de Lisboa. Os marinheiros e os soldados estão animados.

85 Vestidos de várias cores, os soldados vinham pelas praias.

86 Depois de os tripulantes estarem preparados com tudo quanto uma tal viagem implicava, preparámos também a alma para a morte.

87 Assim partimos da ermida de Santa Maria de Belém. Declaro-te, ó Rei, que ainda duvido estar diante de ti, tão longe da pátria de que me apartei com tanta saudade.

88 Naquele dia, a gente da cidade afluiu a Belém. E nós fomos caminhando para os batéis.

89 O povo julga que morreremos em tão longa viagem. Homens, mães, esposas, irmãs desconfiam de que não nos verão mais.

90 Uma mulher pergunta ao filho por que a deixa sozinha, ele que era o seu alívio e amparo na velhice.

91 Outra mulher, de cabeça descoberta, perguntava ao marido por que razão ia arriscar a vida no mar, vida que era mais dela do que dele próprio.

92 A estas e outras palavras que as mulheres diziam por amor respondiam os montes, quase movidos de piedade.
Aula 103-104

Se ainda não fizeras, ou não acabaras, estes exercícios da última aula, fá-los agora:

Responde a «Aplicar a gramática», na p. 263. (Podem ser úteis as pp. 86-87).


Responde aos exercícios 3, 4, 5 das pp. 59-60 do Caderno de Actividades. (No caso dos textos que te são pedidos, escreve apenas algumas linhas, as suficientes para mostrares que percebeste os dois usos dos verbos — com aspectos durativo e imperfectivo e com aspecto instantâneo e perfectivo — que aí te são pedidos.)

Abre o livro nas pp. 66-67. E resolve a seguinte pergunta (do exame nacional de 2005-2006, 1.ª chamada):

Classifica os verbos sublinhados na frase como transititivos ou intransitivos, transcrevendo-os para a coluna respectiva do quadro.

No final da aula, a Camila arrumou a mochila; depois, enquanto lanchava, trocou apontamentos com uma colega e foi estudar.

Verbos transitivos Verbos intransitivos
_____________ ____________
_____________ ____________
_____________ ____________
_____________ ____________


Responde às perguntas do guião de entrevista a Vasco da Gama feitas por um colega teu. Não sejas um entrevistado demasiado lacónico (de sim ou não). Redige as respostas tal como elas apareceriam no jornal (já com as marcas de oralidade bastante apagadas). Não me perguntes como era isto e aquilo.


TPC — Relê as pp. 66-67 do manual e lê a ficha 15 do Caderno de Actividades (pp. 51-54), para perceberes/fixares assuntos relacionados com «verbo».

Soluções

a) tombou, ouvi, penetrei
b) vê-se, ouço dizer, olha
c) florescia, abria, deliciava; estava a olhar
d) começam a surgir; emudecem
e) deixei envolver-me
f) dormitam, sonhei... sonhei...
g) acabou de parar
h) vai enviar

a)
perfectivo: tombou
imperfectivo: abria

b)
momentâneo (ou pontual): penetrei
durativo: estava a olhar

c) e d) incoativo (ou inceptivo): começam a surgir; emudecem
e) iterativo: dormitam
f) imediato: vai enviar

perfectivo imperfectivo
(=concluído) (não concluído)
pontual (momentâneo) / durativo
contínuo / descontínuo
incoativo (inceptivo) / cessativo (conclusivo)

imediato (vou sair)
iterativo (tenho almoçado bem; saltitar)
genérico (o homem é um animal racional)


Verbos transitivos
arrumou
trocou

Verbos intransitivos
estudar
lanchava




Aula 105-106 [aula só para as turmas 1.ª, 3.ª e 6.ª (as turmas 2.ª e 5.ª estiveram em visita de estudo e cumprirão esta aula em Estudo Acompanhado e nos trabalhos de casa passados antes)]


Resolve a primeira parte da prova de exame nacional de 2005 (1.ª chamada).


Em folha solta, faz a seguinte redacção (retirada de uma prova-modelo de exame que está no Caderno de actividades).

«Amigo» é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!

Alexandre O’Neill

Com base neste excerto do poema «Amigo», compõe um texto curto, bem estruturado, salientando a importância da verdadeira amizade entre os jovens.
O teu texto deve ter de 140 a 240 palavras (tenta talvez chegar às duzentas, pelo menos) e escreverás a tinta e sem corrector (risca, se for caso disso).
Conselhos meus: não uses demasiado o verbo «ser» e evita que o texto seja um conjunto de afirmações do tipo «a amizade é...». Evita «lugares comuns» (as baboseiras delico-doces que se costumam dizer sobre a amizade).


TPC — Faz a ficha 22 do Caderno de Actividades (pp. 73-78), seguindo estes passos:

Na p. 73, relativa à comparação, depois de leres 1 e 2, faz o ponto 2.1.

Na p. 74, na pergunta 3, resolve as alíneas b) a e). Repara na solução para a): «A luz matutina cobre a terra como um leve manto».

Resolve a pergunta 4.

Escreve as frases b) a f) de 5. Repara na solução para a): «O nosso contrato ficou claro como a água».

Já sobre a metáfora, faz o ponto 1.1 da p. 75 (identifica a metáfora do texto A).

O exercício 2 da p. 76 é muito estúpido, não o faças.

Nessa mesma p. 76, tenta fazer 3 (basta uma ou duas frases). Para a): «O rio serpenteia a serra por entre poderosos penedos e belas árvores».

Em C, personificação e hipérbole, podes passar logo à p. 78 e resolver 4 e 5.

Em D, ironia, faz o ponto 1.2 da p. 79, lê o texto dessa mesma página e, na p. 80, resolve os pontos 2.1, 2.2 e o 3.
Aula 107-108

Ponho a seguir o capítulo de ‘Os Lusíadas’ de Luís de Camões contados às crianças e lembrados ao povo, de João de Barros, correspondente ao episódio do Gigante Adamastor. Vai lendo este texto e, ao mesmo tempo, vai procurando nas estrofes dos Lusíadas (pp. 265-269 do manual) os adjectivos que estão em falta.

Mas, cinco dias depois [...], numa noite em que sopravam ventos ______, estando nós de vigia, uma nuvem imensa, que os ares escurecia, apareceu de súbito sobre as nossas cabeças. Tão ______ e _______ vinha que os nossos valentes corações se encheram de pavor!
O Mar bramia ao longe, como se batesse nalgum distante rochedo. Tudo infundia pavor. E nunca na nossa viagem tínhamos encontrado nuvem tão espessa e tão assustadora. Todas as tempestades pareciam vir dentro dela, para de lá saírem e nos assaltarem. Erguendo a voz ao Céu, supliquei piedade a Deus.
Mal acabava de rezar — e logo uma figura surgiu no ar, ______, fortíssima, gigantesca, de rosto pálido e zangado, de barba _______, de olhos _______, e numa atitude feroz. Os cabelos eram _______ e cheios de terra. A boca era _______. Os dentes ______. Tão _____ eram os seus membros, que julguei ver um segundo colosso de Rodes, esse colosso que era uma das sete maravilhas do Mundo, de tal maneira alto que, diz-se, por baixo das suas pernas passavam à vontade enormes navios!...
Num tom de voz _______, como a voz do mar _______, começou a falar-nos. Arrepiámo-nos todos, só de ouvir e de ver tão monstruosa criatura. Disse então o Gigante, voltando-se para nós:

— Ó Gente ______ mais do que nenhuma outra, que nunca descansais de lutas e combates, já que não temeis ultrapassar os limites onde ninguém mais chegou, e navegar os mares que me pertencem; já que vindes devassar os meus segredos ________, que nenhum humano deveria conhecer — ouvi agora os danos que prevejo para vós, para a vossa raça, que subjugará no entanto ainda todo o _______ Mar e toda a imensa Terra.
Ficai sabendo que todas as naus que fizerem esta viagem encontrarão — castigo merecido do seu atrevimento sem par! — as maiores dificuldades nestes meus domínios. E sofrerão o horror de tormentas ________.
Punirei de tal modo a primeira armada que vier aqui depois da vossa frota, que os seus tripulantes mal sentirão talvez o perigo de me defrontarem. Mas hão-de chorar depois o dano que eu lhes fizer...
Hei-de-me vingar de quem primeiro me descobriu, do vosso Bartolomeu Dias, fazendo-o naufragar aqui mesmo. E outras vinganças imprevistas executarei...
D. Francisco de Almeida deixará aqui a sua glória e os troféus que arrancar aos Turcos. Manuel Sepúlveda verá aqui morrer os filhos ________, verá aqui sofrer mil ferimentos a sua mulher, que os negros cafres hão-de torturar e matar.
E tantos, tantos mais dos vossos, hão-de experimentar a fúria do meu ódio pela audácia de me inquietarem, perturbando a solidão em que vivo e quero viver...

Era tão assustador o que me dizia o monstro ________, que eu o interrompi, perguntando-lhe quem ele era, e porque estava assim tão zangado.
Retorcendo a boca e os olhos, e lançando um _______ brado, respondeu-me em voz _______ e _______, como quem se aborrecera da pergunta feita:
— Eu sou aquele ______ e _______ Cabo, a quem vós tendes chamado Tormentório, e que ninguém, a não ser vós, Portugueses, algum dia conheceu e descobriu. Sou um rude filho da Terra, e meu nome é Adamastor.
Andei na luta contra o meu Deus, contra Júpiter, e, depois, fiz-me capitão do mar e conquistei as ondas do Oceano. E então me apaixonei por Tétis, princesa do mar e filha de Neptuno. Ai de mim!... Sou tão feio, tão horrível, que ela nem me podia olhar!
Determinei conquistá-la à força e lhe participar esta minha intenção. Tétis fingiu aceitar o meu pedido de casamento... E julguei certa noite vê-la e supus que vinha visitar‑me e combinar as nossas bodas. Deslumbrado, corri como ______ para ela e comecei a abraçá-la. Mas nem sei de tristeza como conte o que me sucedeu...
Julgando abraçar quem amava, achei-me de repente abraçado a um ______ monte, coberto de mato bravio e espesso. Tétis transformara-se em rocha feia e fria!
Vendo um penedo a tocar a minha fronte, em lugar do rosto _____ de Tétis, penedo me tornei também, de desespero. Em penedos se me fizeram os ossos, a carne em terra inculta, e estes membros e esta figura que te horroriza estenderam-se pelo mar fora.
Enfim, a minha _______ estatura converteu-se neste ______ Cabo. E, para redobrar as minhas mágoas, Tétis anda-me sempre cercando, transformada em onda. E, como as ondas, que ora estão junto da praia, ora dela fogem para o mar alto, assim faz a princesa do Oceano: ora está perto, ora longe de mim, nunca se deixando prender, nunca ficando tranquila entre os meus braços de pedra...

Assim contou a sua história o Gigante Adamastor... E logo em seguida a nuvem _______, que nos escondia o céu, desfez-se — e o Mar bramiu ao longe, muito ao longe...
De novo rezei a Deus, pedindo-lhe que nos guardasse dos perigos que o Adamastor anunciara.

Responde ao ponto 1.1. da p. 270.

Resolve todos os pontos de «Aplicar a gramática», na p. 272.

Vamos assistir a uma passagem do filme Non ou a vã glória de mandar, de Manoel de Oliveira, que glosa o episódio da «Ilha dos Amores» (canto IX de Os Lusíadas). Este episódio está nos antípodas do do Adamastor. A Ilha dos Amores é a recompensa que Vénus decide atribuir aos cansados navegantes, antes de regressarem, já depois dos seus êxitos. Aí, Tétis — a mesma ninfa por quem o Adamastor se apaixonara — recebe o Gama e vai contar-lhe, em profecias (em «prolepses»), os feitos futuros dos Portugueses. [Aqui, apenas o trailer do filme de Manoel de Oliveira:]


TPC — Lê as estâncias da Tempestade (canto VI, 70-93), pp. 275-279 do manual. (Já não estamos dentro do grande encaixe que constituiu o relato do Gama ao Rei de Melinde. As naus já se aproximam da Índia quando, depois de um segundo consílio — dos deuses do mar, convocado por Neptuno, por sugestão de Baco —, uma terrível tempestade se abate sobre a armada. Como se imagina, a tempestade fora uma decisão do consílio.)
Prepara a leitura em voz alta das estâncias deste episódio.

Soluções

Mas, cinco dias depois [...], numa noite em que sopravam ventos prósperos, estando nós de vigia, uma nuvem imensa, que os ares escurecia, apareceu de súbito sobre as nossas cabeças. Tão temerosa e carregada vinha que os nossos valentes corações se encheram de pavor!
O Mar bramia ao longe, como se batesse nalgum distante rochedo. Tudo infundia pavor. E nunca na nossa viagem tínhamos encontrado nuvem tão espessa e tão assustadora. Todas as tempestades pareciam vir dentro dela, para de lá saírem e nos assaltarem. Erguendo a voz ao Céu, supliquei piedade a Deus.
Mal acabava de rezar — e logo uma figura surgiu no ar, robusta, fortíssima, gigantesca, de rosto pálido e zangado, de barba suja, de olhos encovados, e numa atitude feroz. Os cabelos eram crespos e cheios de terra. A boca era negra. Os dentes amarelos. Tão grandes eram os seus membros, que julguei ver um segundo colosso de Rodes, esse colosso que era uma das sete maravilhas do Mundo, de tal maneira alto que, diz-se, por baixo das suas pernas passavam à vontade enormes navios!...
Num tom de voz grossa, como a voz do mar profundo, começou a falar-nos. Arrepiámo-nos todos, só de ouvir e de ver tão monstruosa criatura. Disse então o Gigante, voltando-se para nós:

— Ó Gente ousada mais do que nenhuma outra, que nunca descansais de lutas e combates, já que não temeis ultrapassar os limites onde ninguém mais chegou, e navegar os mares que me pertencem; já que vindes devassar os meus segredos escondidos, que nenhum humano deveria conhecer — ouvi agora os danos que prevejo para vós, para a vossa raça, que subjugará no entanto ainda todo o largo Mar e toda a imensa Terra.
Ficai sabendo que todas as naus que fizerem esta viagem encontrarão — castigo merecido do seu atrevimento sem par! — as maiores dificuldades nestes meus domínios. E sofrerão o horror de tormentas desmedidas.
Punirei de tal modo a primeira armada que vier aqui depois da vossa frota, que os seus tripulantes mal sentirão talvez o perigo de me defrontarem. Mas hão-de chorar depois o dano que eu lhes fizer...
Hei-de-me vingar de quem primeiro me descobriu, do vosso Bartolomeu Dias, fazendo-o naufragar aqui mesmo. E outras vinganças imprevistas executarei...
D. Francisco de Almeida deixará aqui a sua glória e os troféus que arrancar aos Turcos. Manuel Sepúlveda verá aqui morrer os filhos queridos, verá aqui sofrer mil ferimentos a sua mulher, que os negros cafres hão-de torturar e matar.
E tantos, tantos mais dos vossos, hão-de experimentar a fúria do meu ódio pela audácia de me inquietarem, perturbando a solidão em que vivo e quero viver...

Era tão assustador o que me dizia o monstro horrendo, que eu o interrompi, perguntando-lhe quem ele era, e porque estava assim tão zangado.
Retorcendo a boca e os olhos, e lançando um espantoso brado, respondeu-me em voz pesada e amarga, como quem se aborrecera da pergunta feita:
— Eu sou aquele oculto e grande Cabo, a quem vós tendes chamado Tormentório, e que ninguém, a não ser vós, Portugueses, algum dia conheceu e descobriu. Sou um rude filho da Terra, e meu nome é Adamastor.
Andei na luta contra o meu Deus, contra Júpiter, e, depois, fiz-me capitão do mar e conquistei as ondas do Oceano. E então me apaixonei por Tétis, princesa do mar e filha de Neptuno. Ai de mim!... Sou tão feio, tão horrível, que ela nem me podia olhar!
Determinei conquistá-la à força e lhe participar esta minha intenção. Tétis fingiu aceitar o meu pedido de casamento... E julguei certa noite vê-la e supus que vinha visitar‑me e combinar as nossas bodas. Deslumbrado, corri como doido para ela e comecei a abraçá-la. Mas nem sei de tristeza como conte o que me sucedeu...
Julgando abraçar quem amava, achei-me de repente abraçado a um duro monte, coberto de mato bravio e espesso. Tétis transformara-se em rocha feia e fria!
Vendo um penedo a tocar a minha fronte, em lugar do rosto angélico de Tétis, penedo me tornei também, de desespero. Em penedos se me fizeram os ossos, a carne em terra inculta, e estes membros e esta figura que te horroriza estenderam-se pelo mar fora.
Enfim, a minha grandíssima estatura converteu-se neste remoto Cabo. E, para redobrar as minhas mágoas, Tétis anda-me sempre cercando, transformada em onda. E, como as ondas, que ora estão junto da praia, ora dela fogem para o mar alto, assim faz a princesa do Oceano: ora está perto, ora longe de mim, nunca se deixando prender, nunca ficando tranquila entre os meus braços de pedra...

Assim contou a sua história o Gigante Adamastor... E logo em seguida a nuvem negra, que nos escondia o céu, desfez-se — e o Mar bramiu ao longe, muito ao longe...
De novo rezei a Deus, pedindo-lhe que nos guardasse dos perigos que o Adamastor anunciara.


A. c.
B. e.
C. a.
D. d.
E. b.

As gentes ousadas cometeram-nas e sempre quiseram vencê-las. O Adamastor disse-lha e proclamou: nunca mos tirareis, porque não vo-la darei. Alguma? Nenhuma!
Vasco da Gama observou-o e, antes de ouvi-la [antes de a ouvir], qui-los em seu redor para que, sentindo-a, lha desse.

Aula 109-110

Vamos hoje estudar as estâncias da Tempestade (canto VI, 70-93). Já não estamos dentro do discurso de Vasco da Gama ao Rei de Melinde. Agora, as naus aproximam-se da Índia quando, depois de um segundo consílio — dos deuses do mar, convocado por Neptuno, a pedido de Baco —, uma terrível tempestade se abate sobre a armada. Como se imagina, a tempestade fora uma decisão do consílio. Numa das naus, um dos navegantes contava uma história, a dos doze de Inglaterra e do «Magriço» (de que aliás o ano passado falámos, por causa de uma das peças que lemos).
O texto a seguir é a adaptação do episódio da Tempestade, por João de Barros. Preenche os verbos que faltem, usando a indicação que ponho no final de cada parágrafo.

Queria Veloso continuar a heróica narrativa — dos Magriços —, quando o mestre do navio lhe _________, e aos seus ouvintes que ___________ alerta... É que se __________ já a tempestade que Baco ___________ desencadear... («Pedir», Pretérito Perfeito; «Estar», Imperfeito do Conjuntivo; «Anunciar», Imperfeito do Indicativo; «Projectar», Pretérito Mais-que-perfeito»)
De facto, uma nuvem negra __________ sobre a frota, e o vento __________ assustadoramente. Impetuosa, desencadeia-se a terrível procela. («Correr», Imperfeito do Indicativo; «Crescer», Imperfeito do Indicativo)
Rompe-se a vela grande da nau de Veloso, pois não _________ tempo de _________-la. («Haver», Mais-que-perfeito do Indicativo; «Amainar», Infinitivo Pessoal)
Alaga-se o navio todo com as ondas que o envolvem __________, e a água _________ pelos porões. («Espumar», Gerúndio; «Entrar», Presente do Indicativo)
Correm os marinheiros a ________ à bomba, para __________ o naufrágio, que parece certo. («Dar», Infinitivo Impessoal; «Evitar», Infinitivo Impessoal)
Nunca a fúria do vento _____ mais cruel do que nessa hora! Nunca o Mar _____ tão perigoso! («Ser», Pretérito Perfeito; «Ser», Pretérito Perfeito)
O navio maior, em que ________ Paulo da Gama, irmão de Vasco, ________ o mastro quebrado. («Navegar», Imperfeito do Indicativo; «Levar», Presente do Indicativo)
Umas vezes o Mar levanta as naus ao céu, outras _______-las descer como atraídas para as profundas do Inferno. («Fazer», Presente do Indicativo).
______-se-ia que a tempestade queria despedaçar o Mundo inteiro. («Dizer», Condicional)
Relâmpagos e raios, como jamais se ________, faíscam e ________. («Ver», Pretérito Perfeito; «Fuzilar», Presnte do Indicativo)
Na costa, há montes que são __________, raízes que são __________ e __________ ao ar, e as fundas areias ficam todas ___________, como por íntima convulsão da Terra... («Derrubar», «Desenterrar», «Pôr», «Revolver», Particípio Passado)
Tão perto da Índia ___________ os Portugueses — e tão impossível se lhes afigura lá chegar, nessa hora de tragédia! («Estar», Imperfeito do Indicativo)
O Oceano ___________ ali naus e marinheiros, se a tempestade por fim não ____________. («Tragar», Condicional; «Abrandar», Imperfeito do Conjuntivo)
Vasco da Gama, entre o furor da procela, __________ a sua alma a Deus. E enquanto os marinheiros lutam contra a fúria do Oceano, a Deus _________ porto e salvamento. («Erguer», Presente do Indicativo; «Suplicar», Presente do Indicativo)
Sossega o Mar, então. ______-se o vento um pouco. («Calar», Pres. do Indicativo)
As nuvens ______, ________ ver no céu a estrela Vénus, a estrela que tem o nome da protectora dos Lusitanos. («Fugir», Pres. do Indicativo; «Deixar», Gerúndio)
A luz da estrela carinhosa acalma os elementos furiosos, anuncia a madrugada alegre, e ______ força e coragem aos corações dos tripulantes. Cai o vento. Amainam as ondas. E as naus portuguesas retomam outra vez o seu rumo para a Índia. Baco invejoso ______ vencido de novo, e já não _________ contrariar os desígnios da gente lusitana... A manhã clareava nos outeiros por onde passa o Rio Ganges, quando da gávea alta os marinheiros __________ terra, pela proa das naus. («Trazer», Presente do Indicativo; «Ser», Mais-que-perfeito; «Poder», Condicional; «Enxergar», Pret. Perfeito)
Voa dos corações o medo. Foge a sombra de temor que os __________. («Desvairar», Imperfeito do Indicativo)
O piloto melindano, jubilosamente, _______ que a terra que se ________ enfim ___ Calecute, cidade da Índia!... («Exclamar», «Avistar», «Ser», Pres. do Indicativo)


Agora leremos em voz alta as estâncias de Camões (pp. 275-279 do manual).

Fila da janela

Segunda fila

Terceira fila

Fila da parede

Final

Responde à pergunta 3 da p. 272 («Salienta as semelhanças e diferenças entre o episódio do Adamastor e O Mostrengo»):

Responde à pergunta 3 da p. 281 («Demonstra que o provérbio ‘Depois da tempestade vem a bonança’ pode aplicar-se à estância 92»).

TPC — Pensa num episódio passado com a tua turma — ou com parte da turma — ao longo deste(s) ano(s) que mereça figurar numa turmeida (epopeia da turma). Relata esse episódio numa estância rimada, ou mais, cujo esquema rimático seja o dos Lusíadas (A-B-A-B-A-B-C-C).
Brevemente, deixarei de aceitar trabalhos em atraso. É, portanto, boa oportunidade para tudo pôr em ordem. Quem ainda tem redacções por fazer do 1.º ou do 2.º período deve entregá-las na próxima semana.

Soluções

Queria Veloso continuar a heróica narrativa — dos Magriços —, quando o mestre do navio lhe pediu, e aos seus ouvintes que estivessem alerta... É que se anunciava já a tempestade que Baco projectara desencadear...
De facto, uma nuvem negra corria sobre a frota, e o vento crescia assustadoramente. Impetuosa, desencadeia-se a terrível procela. Rompe-se a vela grande da nau de Veloso, pois não houvera tempo de amainá-la.
Alaga-se o navio todo com as ondas que o envolvem espumando, e a água entra pelos porões.
Correm os marinheiros a dar à bomba, para evitar o naufrágio, que parece certo.
Nunca a fúria do vento foi mais cruel do que nessa hora! Nunca o Mar foi tão perigoso!
O navio maior, em que navegava Paulo da Gama, irmão de Vasco, leva o mastro quebrado.
Umas vezes o Mar levanta as naus ao céu, outras fá-las descer como atraídas para as profundas do Inferno.
Dir-se-ia que a tempestade queria despedaçar o Mundo inteiro.
Relâmpagos e raios, como jamais se viram, faíscam e fuzilam.
Na costa, há montes que são derrubados, raízes que são desenterradas e postas ao ar, e as fundas areias ficam todas revolvidas, como por íntima convulsão da Terra...
Tão perto da Índia estavam os Portugueses — e tão impossível se lhes afigura lá chegar, nessa hora de tragédia!
O Oceano tragaria ali naus e marinheiros, se a tempestade por fim não abrandasse.
Vasco da Gama, entre o furor da procela, ergue a sua alma a Deus. E enquanto os marinheiros lutam contra a fúria do Oceano, a Deus suplica porto e salvamento.
Sossega o Mar, então. Cala-se o vento um pouco.
As nuvens fogem, deixando ver no céu a estrela Vénus, a estrela que tem o nome da protectora dos Lusitanos.
A luz da estrela carinhosa acalma os elementos furiosos, anuncia a madrugada alegre, e traz força e coragem aos corações dos tripulantes. Cai o vento. Amainam as ondas. E as naus portuguesas retomam outra vez o seu rumo para a Índia. Baco invejoso fora vencido de novo, e já não poderia contrariar os desígnios da gente lusitana... A manhã clareava nos outeiros por onde passa o Rio Ganges, quando da gávea alta os marinheiros enxergaram terra, pela proa das naus.
Voa dos corações o medo. Foge a sombra de temor que os desvairava.
O piloto melindano, jubilosamente, exclama que a terra que se avista enfim é Calecute, cidade da Índia!...
Aula 111-112

Faz 1.2, 1.3 e 2.1 de «Aplicar a gramática», p. 281. A p. 282 pode ser útil.

Resolve o ponto 4 da p. 284.

Resolve os pontos 2.1 a 2.5 na mesma p. 284. (Quanto ao ponto 3, fá-lo-emos oralmente.)

Resolve o ponto 1 da p. 215, recopiando aqui o texto que resultar dessa tarefa:

Dístico
__________
__________
__________
__________
__________

__________
__________
__________
Sebastião da Gama, Itinerário Paralelo

Compara este poema com o de Fernando Pessoa na p. 198, completando o comentário que se segue:

Os dois poemas começam por vocativos (no caso do poema de Pessoa, «_________»; no caso do poema de Sebastião da Gama, «________»), que representam os aparentes destinatários da mensagem do poeta. (Ambos os vocativos incluem uma oração subordinada adjectiva _______: «______ nos pinheirais»; «que _________».)
Na verdade, esses elementos a quem os poetas se dirigem — o menino nas duas estrofes de Sebastião da Gama e o vento nas quatro quadras de Fernando Pessoa — servem apenas para se realçar que na vida há _______ (que eles, ingénuos, têm a sorte de ignorar). Por isso, os poetas os _________. Eles, por não saberem tudo, é que são ________.
No poema de Fernando Pessoa há a ironia suplementar de o som do vento lembrar ________.

Resolve os pontos 1.1, 1.2, 1.3 das pp. 55-56 do Caderno de Actividades.

TPC — Lê, decora e ensaia a recitação — para depois em aula a repetires — de um destes poemas, aquele que corresponder ao teu número de turma (número que pus à esquerda dos títulos).
Nota que, para que a recitação seja boa, não bastará decorares o texto, é preciso que o percebas bem (a fim de que a tua declamação seja seguida por todos).

1, 13 — «Tudo que faço ou medito», de Fernando Pessoa, p. 206
2, 14 — «Vento que passas», de Fernando Pessoa, p. 198
3, 15, 25 — «Mar Português», de Fernando Pessoa, p. 262
4, 16 — «D. João o Primeiro», de Fernando Pessoa, p. 256
5, 17 — «Canção», de Eugénio de Andrade, p. 204
6, 18 — «[Tu és a esperança, a madrugada]», de Eugénio de Andrade, p. 205
7, 19, 28 — «Urgentemente», de Eugénio de Andrade, p. 198
8, 20 — «As fontes», de Sophia de Mello Breyner Andresen, p. 200
9, 21, 26 — «Bucólica», de Miguel Torga, p. 202
10, 22, 27 — «Inês de Castro», de Miguel Torga, p. 247
11, 23 — «[Recomeça...]», de Miguel Torga, p. 14
12, 24 — «[Junquem de flores o chão do velho mundo]», de Miguel Torga, p. 214


Outros conselhos (eufemismo de «ordens»):

Traz agora sempre o Caderno de Actividades.
Vai arranjando caderno (com tudo desde o início do ano). Reúne em casa, para revisões, os cadernos de actividades do 7.º e do 8.º, bem como os próprios cadernos das nossas aulas. Vai revendo a gramática.
Se tens trabalhos para entregar do 3.º período, ou os mais relevantes dos períodos anteriores, trá-los sem falta.

Está ainda a decorrer — até 31 de Maio — o concurso José Gomes Ferreira.

Soluções

Que o Mundo pareceu ser destruído.
nome predicativo do sujeito

O céu fere com gritos nisto a gente.
sujeito

Aquele que a salvar o mundo veio.
complemento directo

Chama aquele Remédio santo e forte.
atributo

Ele considera aquele remédio santo e forte.
nome predicativo do complemento directo

Paulo da Gama, irmão de Vasco da Gama, viu o mastro da sua nau quebrado pelo meio.
aposto

Os Lusíadas são a culminação de toda uma cultura e de uma civilização. Mas, porque o são, constituem outra coisa para além disso, cuja quantidade acumulada se transforma numa nova qualidade. (...) Camões fez, a partir das suas próprias limitações e da amplitude do seu génio (...), uma obra que, tão fechada na sua complicada estrutura, se abria para o futuro. Tal como o seu pensamento de poeta era uma constante meditação da própria mutação essencial do pensamento, assim a sua epopeia, ao basear-se nas mais recônditas e arcânicas congeminações civilizacionais, assenta em raízes tão profundas que, lá nesses abismos, a História é Mito. E é esse o triunfo do seu génio, que torna inesgotável o seu poema, do mesmo modo que, por essência, é inesgotável o seu pensamento lírico. Quando um homem se aproxima tão intimamente, como ele ousou, das raízes mais ocultas da consciência humana, identifica-se poeticamente com a própria Vida que se encarna nele.

“Que, da Ocidental praia Lusitana” (sinédoque)
“Que eu canto o peito ilustre Lusitano” (metonímia)
“E vós, Tágides minhas, pois criado” (apóstrofe)
“Os ventos brandamente respiravam” (personificação, metáfora)
“De outra pedra mais clara que diamante” (hipérbole)
“Rompem-se as folhas, ferve a serra erguida” (hipérbole)
“Tu, só tu, puro Amor, com força crua” (apóstrofe)
“Tirar Inês ao mundo determina” (eufemismo)
“Mas ela, os olhos, com que o ar serena” (personificação, hipérbole)
“Vós, ó côncavos vales, que pudestes” (apóstrofe)
“Correu ao mar o Tejo duvidoso” (hipérbole, personificação)


Ó meu menino que brincas
o dia todo na rua
e ainda pensas que a Vida
é só a vida que é tua,
fica lá no teu engano.

Não perguntes, não te apresses.
Sobra tempo pra saberes
coisas que antes não soubesses.


Os dois poemas começam por vocativos (no caso do poema de Pessoa, «Vento que passas nos pinheirais»; no caso do poema de Sebastião da Gama, «Ó meu menino que brincas o dia todo na rua»), que representam os aparentes destinatários da mensagem do poeta. (Ambos os vocativos incluem uma oração subordinada adjectiva relativa: «que passas nos pinheirais»; «que brincas o dia todo na rua».)
Na verdade, esses elementos a quem os poetas se dirigem — o menino nas duas estrofes de Sebastião da Gama e o vento nas quatro quadras de Fernando Pessoa — servem apenas para se realçar que na vida há tristezas, infelicidade (que eles, ingénuos, têm a sorte de ignorar). Por isso, os poetas os invejam. Eles, por não saberem tudo, é que são felizes.
No poema de Fernando Pessoa há a ironia suplementar de o som do vento lembrar a dor, a desgraça (de que o vento não tem consciência).


a) está [estava] / fez [fizera]
b) irá [vai]
c) faltei [faltou] / estive [esteve]
d) fizesses / ocupasse
e) puder
f) corra
g) possa / consiga
h) estudaras
i) chegava
j) vai / toma
l) viesse / trouxesse
m) poderia [*podia]
O português mal ficou sozinho caminhou até meio da praia e ali colocou panos coloridos que tinham trazido como presente. Depois recuou até à orla do mar, encostou-se ao batel que ficara e esperou. Ao cabo de algum tempo saiu da floresta um homem que trazia na mão uma lança longa e fina e avançou negro e nu na claridade da praia. Avançou passo por passo, lentamente, vigiando os gestos do homem branco que junto do batel continuava imóvel. Quando chegou perto dos panos, parou e examinou com alvoroço a oferta. Depois ergueu a cabeça, encarou o português e sorriu. Este sorriu também e avançou uns passos. Houve uma pequena pausa. Depois, num acordo mútuo, os dois homens, sorrindo, caminharam ao encontro um do outro. Quando entre eles ficaram só a seis passos de distância, pararam.

a) Se todos os anos, no Verão, se realizasse uma romaria na aldeia, a banda da música tocaria, os rapazes e as raparigas cantariam e dançariam. (...) As raparigas trajariam de vermelho, amarelo e verde e poriam lenços bonitos na cabeça. Se fosse a primeira vez que tivesse ido a uma dessas festas e tivesse visto os rapazes a dançarem com as raparigas, não teria percebido que estariam a divertir-se e julgaria que iriam fazer mal uns aos outros. Desataria então a ladrar como um tolo, saltaria para o meio deles e ferraria algumas raparigas nas pernas.
b) Naquela luz indecisa de crepúsculo que mansamente se vai acentuando, os montes do sul tomam um torvo aspecto de sombras gigantescas, imobilizados num fundo em que se vão apagando ao de leve todos os cambiantes de luz. Os pormenores da paisagem perdem-se naquela indecisão vaga de noite que vem descendo, e uma espécie de silêncio confrangedor domina a natureza toda, recolhida num como espasmo amedrontador e sinistro que dentro de nós evoca a essa hora não sei que vagos receios ou medos inconscientes que fazem com que na imaginação as coisas criem vulto, e no mundo exterior obrigam a retina a exagerar as formas às coisas...

c) É necessário que toda a vila passe um longo frémito de entusiasmo quando se ouvir o foguete. É necessário que desabituados os cães ladrem, em correria doida pelas ruas. É necessário que o rapazio se levante em algazarra, e corra ao encontro do fogueteiro, a admirá-lo a oferecer-se. É necessário que na labuta viva das casas se renovem ordens já dadas. É necessário que aquele foguete seja a bem dizer o primeiro ruído da festa, que não haja tempo a perder. É necessário que da casa dos mordomos saiam esbaforidas as criadas, com ordem de se informarem do que precise o Sr. Fogueteiro.

Aula 113-114

Recitação dos poemas de Fernando Pessoa; Sophia e Eugénio de Andrade; Miguel Torga.

1, 13 — «Tudo que faço ou medito», de Fernando Pessoa, p. 206
2, 14 — «Vento que passas», de Fernando Pessoa, p. 198
3, 15, 25 — «Mar Português», de Fernando Pessoa, p. 262
4, 16 — «D. João o Primeiro», de Fernando Pessoa, p. 256
5, 17 — «Canção», de Eugénio de Andrade, p. 204
6, 18 — «[Tu és a esperança, a madrugada]», de Eugénio de Andrade, p. 205
7, 19, 28 — «Urgentemente», de Eugénio de Andrade, p. 198
8, 20 — «As fontes», de Sophia de Mello Breyner Andresen, p. 200
9, 21, 26 — «Bucólica», de Miguel Torga, p. 202
10, 22, 27 — «Inês de Castro», de Miguel Torga, p. 247
11, 23 — «[Recomeça...]», de Miguel Torga, p. 14
12, 24 — «[Junquem de flores o chão do velho mundo]», de Miguel Torga, p. 214

Vamos ver um ou dois curtos episódios — «A educação sentimental», «O dia do deputado» — de Os Monstros (I Mostri), de Dino Risi, filme italiano de 1963. Vê com atenção o(s) pequeno(s) filme(s), porque, a seguir, terás de o(s) comparar com um texto cuja leitura te vou pedir.

[Dois episódios de I mostri (mas não o[s] que vimos em aula):]




Lê então agora «Suborno à portuguesa», uma crónica de Miguel Esteves Cardoso, nas pp. 164-165 do manual. Depois, responde, tendo particular cuidado com a correcção linguística da tua resposta. Escreve a tinta.

Porque é Portugal, para o cronista, «uma república de ananases» (e não exactamente uma «república de bananas»)? Usa palavras tuas, mostrando a compreensão global do texto, em vez de simplesmente citares alguma frase que encontres.
_________
Relaciona o(s) filme(s) que vimos e a crónica de Miguel Esteves Cardoso.
_________

TPC — Deves rever toda a gramática (reporto-me à dada recentemente, mas também, se achas que a não dominas, a toda a matéria gramatical dada no sétimo e no oitavo ano). Deves relancear as fichas que nestes anos fomos fazendo sobre gramática (em aula ou nos cadernos de actividades). Poderás usar também testes e correcções de testes de gramática que fizemos. As folhas informativas nos manuais também podem ser úteis.
Em breve, em Gaveta de Nuvens, porei um questionário — que percorrerá praticamente toda a matéria de gramática (do 7.º ao 9.º) — que podes experimentar fazer. Serve para teres uma ideia dos vários conteúdos que podem sair numa prova de exame, ou num teste nosso, e fazeres revisões. Também em Gaveta de Nuvens estão as perguntas (e respostas) usadas para a prova de apuramento dos representantes da escola no Concurso Nacional de Leitura, que abordam boa parte da gramática do 3.º ciclo.
[9.º 1.ª, 3.ª e 5.ª] Na sexta-feira , trazer o caderno (com tudo desde o começo do ano).

Redacções pedidas este período como tepecê [versão resumida]
(para ver a exacta fórmula do tepecê, consultar «Sumários e tepecês»)

Aula 87-88 — Repete o que já se fez uma vez para a revista Os Meus Livros. (Vai ver esse trabalho de casa, o das aulas 27-28.) Escreverás agora sobre outro livro. Por favor, não quero textos com o mínimo contributo de coisas da net. E gostaria muito que fosses agora ler algum livro propositamente para este efeito.
Aula 89-90 —Escreve uma destas actas: (i) de uma reunião de condóminos de um prédio; (ii) de um conselho de turma; (iii) de uma reunião de direcção de um grupo desportivo (ou excursionista; ou cultural).
Aula 93-94 — Lança nos tepecês de férias que já entreguei (os da aula 87-88) as emendas que fiz; não deixes também de pôr os teus dados pessoais nesse documento: nome completo; idade (e data de nascimento); morada; telefone; e-mail. Traz-me a nova versão impressa (ou manda-ma:
luisprista@netcabo.pt). Entretanto, envia também a nova versão do teu texto para correiooml@entusiasmomedia.pt
.
Aula 95-96 — Escolhe uma destas hipóteses para escreveres para a Turmeida, ou as duas até: (i) uma estância — sobre alguém da turma — cujo primeiro verso siga o modelo de «Estavas, linda Inês, posta em sossego» (III, 120, v. 1); (ii) uma estância com relato de conversa entre professores (em «consílio» ou não) sobre alunos. O modelo do primeiro verso seria «Quando os Deuses no Olimpo luminoso» (I, 20, 1).
Aula 97-98 — 1. Relendo o Consílio dos Deuses, escreve uma acta dessa 'sessão'. O secretário será Mercúrio. A data pode ser «Aos … dias do mês de Março de 1498»; 2. Na folha do tepecê deves copiar também a notícia que fizeras na aula, relativa à Batalha de Aljubarrota.
[Aula 103-104 — só para 9.º 2.ª e 9.º 5.ª — Em folha solta, faz a redacção, retirada de uma prova-modelo de exame que está no Caderno de actividades, a propósito do poema de O’Neill “«Amigo» é um sorriso”.]
Aula 109-110 — 1. Pensa num episódio passado com a tua turma — ou com parte da turma — ao longo deste(s) ano(s) que mereça figurar numa turmeida (epopeia da turma). Relata esse episódio numa estância rimada, ou mais, cujo esquema rimático seja o dos Lusíadas (A-B-A-B-A-B-C-C). 2. Combinámos que as duas perguntas da ficha que estávamos a fazer em aula, sobre «Mostrengo» e Adamastor, também fariam parte do tepecê.

Quanto às redacções pedidas no 1.º e no 2.º período, em «Revisões» está o que cada um não me entregou. Aí começo por dizer quais são as redacções mais úteis: 2.º período: 77-78-79-80-81-82 (estâncias para turmeida sobre colegas de números próximos; proposição, invocação ou dedicatória para turmeida); 71-72; 55-56; 47-48; 43-44; 51-52. 1.º período: 33-34; 7-8; 23-24.
Aula 115-116

Na tarefa que se segue, peço-te que te concentres apenas na folha que te caiba, evitando relances às dos colegas.

Na folha com estâncias da «turmeida», começa por escrever o teu nome no canto superior esquerdo, a seguir a «Revisto por».
Assinala versos forçados — escrevendo ao lado «forçado» —, quando achares que a afirmação é demasiado disparatada, apenas para conseguir rima. (Se conseguires, propõe alternativas a esse verso ou frase falhados.)
Assinala situações em que te pareça que a estrofe possa vir a ofender as pessoas que nela são retratadas (escreve «ofensivo»).
Se a estrofe te parecer demasiado vaga, sem conteúdo, sem verdadeiros acontecimentos ou retrato pertinente, propõe ao lado o assunto que relativamente à personagem que esteja em causa pudesse ser referido. (Não esquecer, é claro, que o objectivo é deixar sempre textos que possam ser lidos sem mágoa.)
Verifica se as rimas das estrofes são efectivamente A-B-A-B-A-C-C. Se houver alguma falha, marca-a. (Tenta até propor a adaptação necessária de modo a que os versos passem a rimar segundo esquema rimático de uma oitava dos Lusíadas.)
Verifica a pontuação: acrescenta o que falte ou circunda o que esteja a mais. Altera apenas o que seja contra a gramática (ou fique muito melhor com a tua solução).
Sempre que alguma palavra ou frase te pareça poder ser substituída, com vantagem, por outra, escreve a tua sugestão (por baixo, por cima ou ao lado da linha).

Na página branca atrás, propõe assunto(s) relativo(s) à turma (deste ano ou dos dois anteriores) que pudesse fazer parte de uma «história da turma» (uma epopeia deve ter boa parte de narração de episódios gloriosos).

Pensa em situações engraçadas ou que foram importantes para a turma. Descreve-as com um só título. Lembra também personagens, além dos colegas da turma, que aches deverem ter uma estância particular: algum dos antigos professores, alguma pessoa fora da turma mas muito presente, etc. (Não pretendo ver a estância escrita, apenas quero que registes a ideia, o assunto, de modo a que não fiquem factos importantes por tratar.)


Vamos ver «O Pobre Soldado», de Os Monstros, de Dino Risi, que, a seguir, terás de comparar com «Canção para o vaivém duma prostituta», de José Gomes Ferreira.

Lê agora o poema de José Gomes Ferreira na p. 159 do manual.
Estabelece um contraste entre o tema do filme e o do poema.

Explica a presença deste poema de José Gomes Ferreira na p. 159 do manual, dentro da unidade que o livro dedica ao Auto da Barca do Inferno.


Vamos ver agora ainda outro(s) episódio(s) de Os Monstros — «O ópio dos povos» e «O testemunho de Francisco».

Relaciona-o(s) com personagens do Auto da Barca do Inferno.

Já terás percebido qual é a estrutura do filme Os Monstros. Relaciona-a — bem como o título do filme — com estrutura e assunto do Auto da Barca. (Inclui na tua resposta os termos «personagens-tipo», «crítica social», «caricatura», «galeria de personagens».)


TPC — Para a próxima aula, traz o caderno devidamente arrumado, com todos os materiais e trabalhos. (Como é sabido, não me agradam folhas dentro de plásticos, sem permitir consulta fácil, nem desordenadas ou reunidas apenas em montes.)

Aula 117-118

Completa:
Há três géneros literários («modos literários» é talvez designação preferível). Em aula, ultimamente temos lido poemas (de José Gomes Ferreira, de Fernando Pessoa, de Miguel Torga, de Eugénio de Andrade e de Sophia Andresen) que pertencem ao género ______. Os Lusíadas, porque contam uma história, embora em verso, são do género __________ (como são os contos, os romances ou, por exemplo, O Velho e o Mar). Quanto ao Auto da Barca do Inferno, que também é em verso, pertence ao género _________, como acontece com os outros textos teatrais.
Foquemo-nos então na epopeia. Os Lusíadas estão divididos em dez _______, a maioria deles com mais de cem ______. O esquema rimático da cada estrofe é _______ (ou seja, há rima cruzada e ______). Quanto à métrica, os versos são ________ (têm _____ sílabas métricas).
Como é típico dos poemas épicos (por exemplo, a Eneida, de Vergílio, ou a ______, de Homero), a narração começa a meio da história, já os Portugueses estão no oceano ______ (enquanto, no Olimpo, os deuses se preparam para ________). Já tinham, portanto, passado o Cabo das Tormentas (ou Cabo da _________). Mas esse momento tão difícil, como o resto da viagem até _______, ser-nos-á contado dentro do discurso do Gama ao rei dessa localidade africana. É o episódio do __________, o infeliz apaixonado pela ninfa _______. Antes, já o Gama contara ao seu simpático anfitrião vários episódios da história de Portugal, uns de conteúdo quase lírico (como o de _______), outros de guerra (como o da _______).
A despedida das naus, que, há quase quinhentos e dez anos, saíram da praia do _______, também se inclui na longa analepse. Já a ______ (provocada por Baco) é posterior a esse discurso encaixado: acontece quando as naus já se aproximam da _______. Antes de regressarem, os navegantes foram recompensados por __________ com uma passagem por uma ilha paradisíaca, a ilha __________.
Falta só lembrar que, ainda antes da narração, há três estrofes de ____________ (em que o poeta anuncia o assunto do poema), duas de «Invocação» (às Tágides) e umas tantas de «Dedicatória» (a D. Sebastião).


Indica a classe gramatical (a classe «morfológica») das palavras sublinhadas. (Escreve entre as linhas do texto, mas de modo claro.)

Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com aspecto plural e alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. O artigo, era bem definido, feminino, singular. Era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingénua, silábica, um pouco átona, ao contrário dele, que era um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanático por leituras e filmes ortográficos. O substantivo até gostou daquela situação; os dois, sozinhos, naquele lugar sem ninguém a ver nem ouvir. E sem perder a oportunidade, começou a insinuar-se, a perguntar, a conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro. Óptimo, pensou o substantivo.
[texto de aluna brasileira; da internet]

Classifica, quanto à função sintáctica, as palavras (ou expressões) que sublinho. (Escreve entre as linhas do texto, mas de modo claro.)

Os alunos da Secundária de Benfica têm a mania de que não gostam de gramática. Por isso lhes dedico esta pergunta. E saibam que este exercício foi feito pelo seu professor com todo o carinho (e um bocadinho de malvadez). Destina-se o exercício a ver se eles percebem que, por vezes, a preposição «por» introduz agentes da passiva. Enfim, tudo isto é uma tristeza. Ter-se-ão apercebido de que o verbo «ser» é um verbo copulativo (e que, assim sendo, pede nome predicativo do sujeito)? E agora uma frase com «considerar» (podia ser «julgar», achar», que também se ligam a predicativos do complemento directo): «considero a gramática um pitéu melhor do que escaravelhos fritos».

Completa o quadro (relativo a recursos expressivos, ou estilísticos, ou figuras de estilo):

Frase / Recurso / Sentido objectivo
«O teste tem resmas de folhas.» / hipérbole / ‘_______’
«A Helena é uma florzinha de estufa. » / ________ / ‘A Helena adoece facilmente’.
«Não deviam ter estudado tanta gramática, que sabem isto muito bem!» / _______ / ‘Não têm estudado suficientemente’.
«E vós, Ninfas da Gramática, dai-me inspiração.» / _______ /
«A Iva parece o patinho feio do 9.º 0.ª» / _______ / ‘A Iva é marginalizada’.
[O Adamastor a anunciar naufrágios.] / _______ / [O perigo aparece sob a forma de uma personagem humana.]
«Passámos por naufrágios, mortes, fomes, vitórias, derrotas.» / ______ /
«________» / ironia / ‘Ricardo deu vários frangos num jogo’

Substitui por pronomes os complementos directos (e apenas esses). Copia as frases.

1. Trarei a gravata azul. _____
2. Compraríamos todos os bombons. _____
3. O empregado disse que não trabalharia. ____
4. Os polícias deram aos benfiquistas uma valente sova. ____
5. Comes a maçã, Ofelinha? ____


Passa para o discurso indirecto:
— Ontem, estive, a esta hora, a escrever um exercício para vos pedir uma frase em discurso indirecto — declarou-nos o professor.
_______

Passa para o discurso directo:
A Belinda perguntou ao Belmiro se lhe emprestava as cábulas de Português.
______


Reescreve a frase, de modo a obteres uma frase nas formas passiva e afirmativa:
Os mosquitos não beberão a Fanta laranja.
________
De que tipo é a frase? __________

Reescreve, de modo a obteres uma frase nas formas activa e negativa:
A sopa seja comida por ti.
______________
De que tipo é a frase? __________

Transforma as duas frases, de modo a ficarmos com um período complexo com uma...

a) oração subordinada consecutiva
[A Danone vai-me dar um patrocínio especial. Como muitos iogurtes «Puros».]
___________
b) oração subordinada concessiva
[O professor dará notas justas. O professor poderá reprovar alunos.]
___________
c) oração subordinada final
[As turmeidas ficarão prontas. Haverá ainda algum trabalho.]
___________
d) oração subordinada relativa explicativa
[Sandrita deu um sopapo no ministro. Sandrita é a freira mais bondosa desta escola.]
___________
e) oração coordenada conclusiva
[O Adamastor ficou infeliz. A ninfa não ligou ao Adamastor.]
___________

Classifica quanto à acentuação:
estúpido: _____; tabu: ______; Araújo: ______; Benfica: ______; Oratol: ______; indecência: ______.

Classifica os sujeitos dos verbos sublinhados, usando os termos
indeterminado [IND]; subentendido [SUB]; inexistexte [INE]; simples [S]; composto [C].

Chamavam-lhe «o mestre». (___) Aborrecimento e tristezas constantemente o tomavam. (___) Não desistia porém. (___) Mas havia sempre imensos problemas na sua vida. (___) Por exemplo, chovia no sótão da sua velha casa (___); o cão não lhe falava (___); etc.

Preenche a coluna à direita, usando as classificações de formação de palavras que ponho a seguir. (Pode haver repetições e não serem contempladas todas as classificações.).

derivada por prefixação [DP]; derivada por sufixação [DS]; derivada por prefixação e sufixação [DPS]; derivada por parassíntese [P]; composta por justaposição [CJ]; composta por aglutinação [CA]; reduzida [Red]; entrecruzada [E]; formada por conversão, ou seja, por «derivação» imprópria [I]; formada por derivação regressiva [Reg]; formada por composição erudita [CE]; sigla [S].

Palavra a classificar / Palavras primitivas (ou radicais) / Classificação
conter / ter / ___
inteligentemente / inteligente / ___
Coelho [nome próprio] / coelho [nome comum] / ___
embainhar / bainha / ___
pneu / pneumático / ___
espanglês / espanhol + inglês / ___
couve-flor / couve + flor / ___
embarque / embarcar / ___
doçaria / doce / ___
antropofagia / antropo- [‘homem’] + -fagia [‘acto de comer’] /

Completa:
«Rebolar» e «bolada» são de uma mesma _______ de palavras (cuja palavra primitiva é «bola»). Podemos pegar em «bola» e lembrar um campo lexical em que pudesse figurar. Por exemplo, o campo lexical de ‘________’, que conteria ainda palavras como «baliza», «pontapé», «_______», «_______».
Pode ser hiperónimo de «bola» a palavra «________», de que seriam hipónimos também, por exemplo, «Nenuco» ou «________».

Classifica os verbos sublinhados, usando os termos
copulativo [C]; transitivo directo [TD]; transitivo indirecto [TI]; transitivo directo e indirecto [TDI] intransivo [I]:

O dia parecia frio. Para me tirar as dúvidas, telefonei ao meteorologista. Não obtive resposta. O meteorologista morrera ali mesmo. Ao lado, nascera uma linda criança.

Classifica os verbos, usando: defectivo [D]; impessoal [I]; unipessoal [U]; abundante [A].

entregar (___); falir (___); haver (___); anoitecer (___); coaxar (___); aceitar (___).

À direita de cada verbo, assinala se é regular [R] (mantendo-se o radical nas diversas formas da sua flexão) ou irregular [I] (é o caso, por exemplo, de «dizer»: «dizia», «disse», «digo»).

gostar (___); pedir (___); ir (___); comer (___).
Coloca ao lado das formas verbais o número (um só!) que corresponda à classificação que se lhes aplica.

1. gerúndio
2. pretérito perfeito do indicativo
3. pretérito mais-que-perfeito do indicativo
4. pretérito imperfeito do indicativo
5. futuro do indicativo
6. condicional
7. presente do conjuntivo
8. imperfeito do conjuntivo
9. futuro do conjuntivo
10. pretérito perfeito do indicativo composto
11. pretérito mais-que-perfeito do indicativo composto
12. futuro do indicativo composto
13. forma perifrástica com valor de futuro próximo
14. perifrástica com valor imperfectivo, durativo
15. perifrástica com valor cessativo (ou de passado recente)

comeste (___); irias (___); vamos almoçar (___); tinhas corrido (___); puseras (___); alimentávamos (___); façam (___); venho de passear (___); dissesse (___); quisermos (___); tenho respirado (___); ando a estudar (___); tinhas faltado (___); terá comentado (___); escreverás (___); escrevemos (___).

Classifica as palavras sublinhadas nas frases 1-5, usando as classificações A-G (basta pores à esquerda dos algarismos a alínea que lhes corresponda):

A — conjunção subordinativa consecutiva
B — pronome relativo
C — conjunção subordinativa integrante (‘que introduz orações completivas’)
D — conjunção subordinativa causal
E — conjunção subordinativa temporal
F — conjunção subordinativa concessiva
G — conjunção coordenativa copulativa

1. Quem come espinafres fica verde.
2. Não comas cenouras, que ficas alaranjado.
3. Comi a cenoura que estava no caixote.
4. Comi tantas cenouras que me tornei burro (aliás, mais burro).
5. O cozinheiro disse que os espinafres estavam docinhos como um doce muito doce.


Copia a frase — O rapaz beijou a melancia. —, acrescentando-lhe...

1. um aposto: ______________
2. um atributo: _____________

Põe os adjectivos das frases seguintes nos graus que indico (basta escrever o adjectivo):

a) A açorda de chocolate estava óptima.
Comparativo de superioridade: _______
b) Considero o clima da Sibéria agradável.
Superlativo absoluto sintético: _______
c) Sempre parvíssimo, o Zé Pereira perdeu o emprego.
Superlativo absoluto analítico: ________
d) Comprei um interessante conjunto de cangurus de plástico.
Superlativo relativo de inferioridade: ________

Completa:
Se num texto recorrermos a uma palavra que já não se usa, que já é antiquada, estamos a usar um ________. Se aproveitarmos palavras vindas de línguas estrangeiras e que ainda não estão completamente acomodadas ao português, usamos ________. Por outro lado, é comum os escritores, as pessoas mais inventivas, «fabricarem» palavras, inventarem-nas. Trata-se de _________.
Por vezes, encontramos em português pares de palavras que vêm de um mesmo étimo. Por exemplo, as palavras «inteiro » e «íntegro» resultam da palavra latina integru; uma entrou no português pela chamada «via ________»; a outra entrou mais tarde, por «via ________». A estas palavras chama-se «palavras ________».
Continuando no campo da diacronia, podemos ver a situação que conduziu às palavras homónimas (por exemplo, «lima» [‘fruta’] e «lima» [‘ferramenta’]). São palavras distintas, vindas de palavras bastante diferentes (a primeira é de origem árabe; a segunda é latina), mas que vieram a ter forma gráfica e som coincidentes em português actual. Estas palavras são, em termos históricos, «palavras _______».
Voltando a uma análise sincrónica, podemos dizer que «sem» e «cem» — que têm o mesmo som mas grafias diferentes — são palavras ______. Quanto a «infligir», «infringir» — que um mau falante pode confundir — são palavras ________.
Falámos recentemente de mudanças que vão ocorrendo na pronúncia das palavras (e já há mais tempo tínhamos também visto casos de evolução semântica, mudanças ao nível do significado das palavras). Mesmo nas palavras que usamos podemos observar fenómenos fonéticos. Um brasileiro, ao pronunciar certos pares de consoantes, fará uma epêntese (por exemplo: «agnóstico» > *aguinóstico) — ou seja, introduzirá uma vogal a ________. Ao contrário, na pronúncia do português europeu, é frequente _________ vogais a meio das palavras, o que constitui uma _______ (não dizemos «telefonar» mas quase «tfonar»; não dizemos «portanto», mas «ptanto»). Ao abordarmos os fenómenos fonéticos, aproveitei para recomendar que não escrevessem «tava» (por «estava»), embora na oralidade todos façamos essa aférese (ou seja, suprimamos o som _________ da palavra).

TPC — Escreve uma estância para a turmeida sobre o tema que te tenha calhado na distribuição feita em aula.

Soluções

Completa:
Há três géneros literários («modos literários» é talvez designação preferível). Em aula, ultimamente temos lido poemas (de José Gomes Ferreira, de Fernando Pessoa, de Miguel Torga, de Eugénio de Andrade e de Sophia Andresen) que pertencem ao género lírico. Os Lusíadas, porque contam uma história, embora em verso, são do género narrativo (como são os contos, os romances ou, por exemplo, O Velho e o Mar). Quanto ao Auto da Barca do Inferno, que também é em verso, pertence ao género dramático, como acontece com os outros textos teatrais.
Foquemo-nos então na epopeia. Os Lusíadas estão divididos em dez cantos, a maioria deles com mais de cem oitavas/estâncias/estrofes. O esquema rimático da cada estrofe é a-b-a-b-a-b-c-c (ou seja, há rima cruzada e emparelhada). Quanto à métrica, os versos são decassilábicos/decassílabos (têm dez sílabas métricas).
Como é típico dos poemas épicos (por exemplo, a Eneida, de Vergílio, ou a Odisseia/Ilíada, de Homero), a narração começa a meio da história, já os Portugueses estão no oceano Índico (enquanto, no Olimpo, os deuses se preparam para reunir/um consílio). Já tinham, portanto, passado o Cabo das Tormentas (ou Cabo da Boa Esperança). Mas esse momento tão difícil, como o resto da viagem até Melinde, ser-nos-á contado dentro do discurso do Gama ao rei dessa localidade africana. É o episódio do Adamastor, o infeliz apaixonado pela ninfa Tétis. Antes, já o Gama contara ao seu simpático anfitrião vários episódios da história de Portugal, uns de conteúdo quase lírico (como o de Inês de Castro), outros de guerra (como o da Batalha de Aljubarrota).
A despedida das naus, que, há quase quinhentos e dez anos, saíram da praia do Restelo, também se inclui na longa analepse. Já a tempestade (provocada por Baco) é posterior a esse discurso encaixado: acontece quando as naus já se aproximam da Índia. Antes de regressarem, os navegantes foram recompensados por Vénus com uma passagem por uma ilha paradisíaca, a ilha dos Amores.
Falta só lembrar que, ainda antes da narração, há três estrofes de Proposição (em que o poeta anuncia o assunto do poema), duas de «Invocação» (às Tágides) e umas tantas de «Dedicatória» (a D. Sebastião).


Indica a classe gramatical (a classe «morfológica») das palavras sublinhadas. (Escreve entre as linhas do texto, mas de modo claro.)

Era a terceira vez que aquele [determinante] substantivo e aquele artigo se encontravam no [contracção de preposição e determinante] elevador. Um substantivo masculino, com aspecto plural e alguns anos bem [advérbio] vividos pelas preposições da vida. O artigo, era bem definido, feminino, singular. Era ainda novinha [adjectivo], mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingénua, silábica, um pouco átona, ao contrário dele, que era um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanático por leituras e filmes ortográficos. O substantivo [nome/substantivo] até gostou daquela situação; os dois, sozinhos, naquele lugar sem ninguém a ver [verbo] nem ouvir. E sem [preposição] perder a oportunidade, começou a [preposição] insinuar-se, a perguntar, a conversar. O artigo feminino deixou as [determinante] reticências de lado. De repente, o elevador [nome/substantivo] pára, só com os dois lá dentro. Óptimo, pensou o substantivo.
[texto de aluna brasileira; da internet]

Classifica, quanto à função sintáctica, as palavras (ou expressões) que sublinho. (Escreve entre as linhas do texto, mas de modo claro.)

Os alunos da Secundária de Benfica [sujeito] têm a mania de que não gostam de gramática. Por isso lhes [complemento indirecto] dedico esta pergunta [complemento directo]. E saibam que este exercício [sujeito] foi feito pelo seu professor [agente da passiva] com todo o carinho (e um bocadinho de malvadez). Destina-se o exercício [sujeito] a ver se eles percebem que, por vezes, a preposição «por» introduz agentes da passiva [complemento directo]. Enfim, tudo isto é uma tristeza [predicativo do sujeito]. Ter-se-ão apercebido de que o verbo «ser» é um verbo copulativo [predicativo do sujeito] (e que, assim sendo, pede nome predicativo do sujeito)? E agora uma frase com «considerar» (podia ser «julgar», achar», que também se ligam a predicativos do complemento directo): «considero a gramática um pitéu melhor do que escaravelhos fritos» [predicativo do complemento directo].

Completa o quadro (relativo a recursos expressivos, ou estilísticos, ou figuras de estilo):

Frase / Recurso / Sentido objectivo
«O teste tem resmas de folhas.» / hipérbole / ‘o teste é grande’
«A Helena é uma florzinha de estufa. » / metáfora / ‘A Helena adoece facilmente’.
«Não deviam ter estudado tanta gramática, que sabem isto muito bem!» / ironia / ‘Não têm estudado suficientemente’.
«E vós, Ninfas da Gramática, dai-me inspiração.» / apóstrofe /
«A Iva parece o patinho feio do 9.º 0.ª» / comparação / ‘A Iva é marginalizada’.
[O Adamastor a anunciar naufrágios.] / personificação / [O perigo aparece sob a forma de uma personagem humana.]
«Passámos por naufrágios, mortes, fomes, vitórias, derrotas.» / enumeração /
«Mais uma bela exibição de Ricardo!» / ironia / ‘Ricardo deu vários frangos num jogo’

Substitui por pronomes os complementos directos (e apenas esses). Copia as frases.

1. Trarei a gravata azul. Trá-la-ei / Trazê-la-ei
2. Compraríamos todos os bombons. Comprá-los-íamos
3. O empregado disse que não trabalharia. O empregado disse-o
4. Os polícias deram aos benfiquistas uma valente sova. Os polícias deram-na aos benfiquistas
5. Comes a maçã, Ofelinha? Come-la, Ofelinha?


Passa para o discurso indirecto:
— Ontem, estive, a esta hora, a escrever um exercício para vos pedir uma frase em discurso indirecto — declarou-nos o professor.
O professor declarou-nos que no dia anterior, àquela hora, estivera a escrever um exercício para nos pedir uma frase em discurso indirecto.

Passa para o discurso directo:
A Belinda perguntou ao Belmiro se lhe emprestava as cábulas de Português.
— Belmiro, emprestas-me as cábulas de Português — perguntou a Belinda.

Reescreve a frase, de modo a obteres uma frase nas formas passiva e afirmativa:
Os mosquitos não beberão a Fanta laranja.
A Fanta laranja será bebida pelos mosquitos.
De que tipo é a frase? declarativo

Reescreve, de modo a obteres uma frase nas formas activa e negativa:
A sopa seja comida por ti.
Não comas a sopa.
De que tipo é a frase? imperativo

Transforma as duas frases, de modo a ficarmos com um período complexo com uma...

a) oração subordinada consecutiva
[A Danone vai-me dar um patrocínio especial. Como muitos iogurtes «Puros».]
Como tantos iogurtes «Puros», que a Danone vai dar-me um patrocínio especial.
b) oração subordinada concessiva
[O professor dará notas justas. O professor poderá reprovar alunos.]
Ainda que/Embora possa reprovar alunos, o professor dará notas justas.
c) oração subordinada final
[As turmeidas ficarão prontas. Haverá ainda algum trabalho.]
Para que as turmeidas fiquem prontas, haverá ainda algum trabalho.
d) oração subordinada relativa explicativa
[Sandrita deu um sopapo no ministro. Sandrita é a freira mais bondosa desta escola.]
Sandrita, a freira mais bondosa desta escola, deu um sopapo no ministro.
e) oração coordenada conclusiva
[O Adamastor ficou infeliz. A ninfa não ligou ao Adamastor.]
A ninfa não ligou ao Adamastou, portanto/por isso/logo este ficou infeliz.

Classifica quanto à acentuação:
estúpido: esdrúxula; tabu: aguda; Araújo: grave; Benfica: grave; Oratol: aguda; indecência: esdrúxula.

Classifica os sujeitos dos verbos sublinhados, usando os termos
indeterminado [IND]; subentendido [SUB]; inexistexte [INE]; simples [S]; composto [C].

Chamavam-lhe «o mestre». (IND) Aborrecimento e tristezas constantemente o tomavam. (C) Não desistia porém. (SUB) Mas havia sempre imensos problemas na sua vida. (INE) Por exemplo, chovia no sótão da sua velha casa (INE); o cão não lhe falava (S); etc.

Preenche a coluna à direita, usando as classificações de formação de palavras que ponho a seguir. (Pode haver repetições e não serem contempladas todas as classificações.).

derivada por prefixação [DP]; derivada por sufixação [DS]; derivada por prefixação e sufixação [DPS]; derivada por parassíntese [P]; composta por justaposição [CJ]; composta por aglutinação [CA]; reduzida [Red]; entrecruzada [E]; formada por conversão, ou seja, por «derivação» imprópria [I]; formada por derivação regressiva [Reg]; formada por composição erudita [CE]; sigla [S].

Palavra a classificar / Palavras primitivas (ou radicais) / Classificação
conter / ter / DP
inteligentemente / inteligente / DS
Coelho [nome próprio] / coelho [nome comum] / I
embainhar / bainha / P
pneu / pneumático / R
espanglês / espanhol + inglês / E
couve-flor / couve + flor / CJ
embarque / embarcar / Reg
doçaria / doce / DS
antropofagia / antropo- [‘homem’] + -fagia [‘acto de comer’] / CE

Completa:
«Rebolar» e «bolada» são de uma mesma família de palavras (cuja palavra primitiva é «bola»). Podemos pegar em «bola» e lembrar um campo lexical em que pudesse figurar. Por exemplo, o campo lexical de ‘futebol’, que conteria ainda palavras como «baliza», «pontapé», «rede», «golo».
Pode ser hiperónimo de «bola» a palavra «brinquedo», de que seriam hipónimos também, por exemplo, «Nenuco» ou «pião».

Classifica os verbos sublinhados, usando os termos
copulativo [C]; transitivo directo [TD]; transitivo indirecto [TI]; transitivo directo e indirecto [TDI] intransivo [I]:

O dia parecia [C] frio. Para me tirar [TDI] as dúvidas, telefonei [TI] ao meteorologista. Não obtive [TD] resposta. O meteorologista morrera [I] ali mesmo. Ao lado, nascera uma linda criança [I].

Classifica os verbos, usando: defectivo [D]; impessoal [I]; unipessoal [U]; abundante [A].

entregar (A); falir (D); haver (I); anoitecer (I); coaxar (U); aceitar (A).

À direita de cada verbo, assinala se é regular [R] (mantendo-se o radical nas diversas formas da sua flexão) ou irregular [I] (é o caso, por exemplo, de «dizer»: «dizia», «disse», «digo»).

gostar (R); pedir (I); ir (I); comer (R).
Coloca ao lado das formas verbais o número (um só!) que corresponda à classificação que se lhes aplica.

1. gerúndio
2. pretérito perfeito do indicativo
3. pretérito mais-que-perfeito do indicativo
4. pretérito imperfeito do indicativo
5. futuro do indicativo
6. condicional
7. presente do conjuntivo
8. imperfeito do conjuntivo
9. futuro do conjuntivo
10. pretérito perfeito do indicativo composto
11. pretérito mais-que-perfeito do indicativo composto
12. futuro do indicativo composto
13. forma perifrástica com valor de futuro próximo
14. perifrástica com valor imperfectivo, durativo
15. perifrástica com valor cessativo (ou de passado recente)

comeste (2); irias (6); vamos almoçar (13); tinhas corrido (11); puseras (3); alimentávamos (4); façam (7); venho de passear (15); dissesse (8); quisermos (9); tenho respirado (10); ando a estudar (14); tinhas faltado (11); terá comentado (12); escreverás (5); escrevemos (2).

Classifica as palavras sublinhadas nas frases 1-5, usando as classificações A-G (basta pores à esquerda dos algarismos a alínea que lhes corresponda):

A — conjunção subordinativa consecutiva
B — pronome relativo
C — conjunção subordinativa integrante (‘que introduz orações completivas’)
D — conjunção subordinativa causal
E — conjunção subordinativa temporal
F — conjunção subordinativa concessiva
G — conjunção coordenativa copulativa

[B] 1. Quem come espinafres fica verde.
[D] 2. Não comas cenouras, que ficas alaranjado.
[B] 3. Comi a cenoura que estava no caixote.
[A] 4. Comi tantas cenouras que me tornei burro (aliás, mais burro).
[C] 5. O cozinheiro disse que os espinafres estavam docinhos como um doce muito doce.

Copia a frase — O rapaz beijou a melancia. —, acrescentando-lhe...

1. um aposto: O rapaz, um incorrigível romântico, beijou a melancia.
2. um atributo: O rapaz romântico beijou a melancia.

Põe os adjectivos das frases seguintes nos graus que indico (basta escrever o adjectivo):

a) A açorda de chocolate estava óptima.
Comparativo de superioridade: melhor do que
b) Considero o clima da Sibéria agradável.
Superlativo absoluto sintético: agradabilíssimo
c) Sempre parvíssimo, o Zé Pereira perdeu o emprego.
Superlativo absoluto analítico: muito parvo
d) Comprei um interessante conjunto de cangurus de plástico.
Superlativo relativo de inferioridade: o menos interessante

Completa:
Se num texto recorrermos a uma palavra que já não se usa, que já é antiquada, estamos a usar um arcaísmo. Se aproveitarmos palavras vindas de línguas estrangeiras e que ainda não estão completamente acomodadas ao português, usamos estrangeirismos. Por outro lado, é comum os escritores, as pessoas mais inventivas, «fabricarem» palavras, inventarem-nas. Trata-se de neologismos.
Por vezes, encontramos em português pares de palavras que vêm de um mesmo étimo. Por exemplo, as palavras «inteiro » e «íntegro» resultam da palavra latina integru; uma entrou no português pela chamada «via popular»; a outra entrou mais tarde, por «via erudita». A estas palavras chama-se «palavras divergentes».
Continuando no campo da diacronia, podemos ver a situação que conduziu às palavras homónimas (por exemplo, «lima» [‘fruta’] e «lima» [‘ferramenta’]). São palavras distintas, vindas de palavras bastante diferentes (a primeira é de origem árabe; a segunda é latina), mas que vieram a ter forma gráfica e som coincidentes em português actual. Estas palavras são, em termos históricos, «palavras convergentes».
Voltando a uma análise sincrónica, podemos dizer que «sem» e «cem» — que têm o mesmo som mas grafias diferentes — são palavras homófonas. Quanto a «infligir», «infringir» — que um mau falante pode confundir — são palavras parónimas.
Falámos recentemente de mudanças que vão ocorrendo na pronúncia das palavras (e já há mais tempo tínhamos também visto casos de evolução semântica, mudanças ao nível do significado das palavras). Mesmo nas palavras que usamos podemos observar fenómenos fonéticos. Um brasileiro, ao pronunciar certos pares de consoantes, fará uma epêntese (por exemplo: «agnóstico» > *aguinóstico) — ou seja, introduzirá uma vogal a meio da palavra. Ao contrário, na pronúncia do português europeu, é frequente suprimirmos/omitirmos vogais a meio das palavras, o que constitui uma síncope (não dizemos «telefonar» mas quase «tfonar»; não dizemos «portanto», mas «ptanto»). Ao abordarmos os fenómenos fonéticos, aproveitei para recomendar que não escrevessem «tava» (por «estava»), embora na oralidade todos façamos essa aférese (ou seja, suprimamos o som inicial da palavra).
Aula 119-120
[Correcção feita do trabalho de gramática corresponde às soluções da aula 117-118]

TPC — (i) Nas pp. 22, 23 e cimo da 24 do CA, tenta fazer o que souberes (não vale a pena pesquisar muito o que não saibas); idem, para parte de baixo da p. 30 e 31-32.
(ii) Podes ainda resolver teste da pp. 92-93 (e, se quiseres, o das pp. 94-96).

Aulas em férias (na sala B3)

Quinta-feira, 14 de Junho — das 9,30 às 11 (9.º 5.ª) das 11,30 às 13 (9.º 2.ª).

Sexta-feira, 15 de Junho — das 8,15 às 9,45 (9.º 6.ª) das 10 às 11,30 (9.º 1.ª) das 11,45 às 13,15 (9.º 3.ª).

Segunda-feira, 18 de Junho — das 8,15 às 9,45 (9.º 6.ª) das 10 às 11,30 (9.º 2.ª) das 11,45 às 13,15 (9.º 5.ª) das 13,45 às 15,15 (9.º 1.ª) das 15,30 às 17 (9.º 3.ª).