Thursday, September 08, 2022

Aula 13-14

Aula 13-14 (7 [1.ª, 3.ª], 10 [5.ª], 11/out [4.ª]) Correção de tarefas que se devolviam; menção de Annie Ernaux, recém-laureada com o Nobel da Literatura.

Tendo ouvido «Pica do Sete», lê a cantiga de amigo na p. 26 e completa:

Título

___________

«Pica do Sete»

Autor

Martim de Ginzo

___________

Intérprete

___________

António Zambujo

Sujeito (eu da poesia)

rapariga

___________

Confidente

___________

[não há]

Atividade do namorado (ou putativo namorado)

___________

revisor («pica»)

Onde vai, ou costuma estar, o namorado

guerra («ferido», «fossado»)

___________

Estado de espírito do sujeito

preocupada com o namorado («coitada»)

___________ («com pica»)

Contactos do namorado com o sujeito

____________ («mandado»)

oblitera o bilhete

Pica do Sete

De manhã cedinho eu salto do ninho e vou para a paragem
De bandolete à espera do sete mas não pela viagem
Eu bem que não queria mas um certo dia vi-o passar
E o meu peito cético por um pica de elétrico voltou a sonhar
A cada repique que soa do clique daquele alicate
Num modo frenético o peito cético toca a rebate
Se o trem descarrila o povo refila e eu fico num sino
Pois um mero trajeto no meu caso concreto é já o destino
Ninguém acredita no estado em que fica o meu coração
Quando o sete me apanha até acho que a senha me salta da mão
Pois na carreira desta vida vã mais nada me dá

A pica que o pica do sete me dá
Que triste fadário e que itinerário tão infeliz
Cruzar meu horário com o de um funcionário de um trem da Carris
Se eu lhe perguntasse se tem livre passe para o peito de alguém
Vá-se lá saber talvez eu lhe oblitere o peito também
Ninguém acredita no estado em que fica o meu coração
Quando o sete me apanha até acho que a senha me salta da mão
Pois na carreira desta vida vã mais nada me dá

A pica que o pica do sete me dá
Ninguém acredita no estado em que fica o meu coração
Quando o sete me apanha até acho que a senha me salta da mão
Pois na carreira desta vida vã mais nada me dá

A pica que o pica do sete me dá
Mais nada me dá a pica que o pica do sete me dá

(letra e música de Miguel Araújo; interpretação de António Zambujo)

Copiei o verbete para «pica1» de um dicionário online. Nesse dicionário há outros verbetes também para «pica», mas que já não são a mesma palavra (havia também «pica2» = ‘pega’, do lat. pica, -ae; «pica3» = unidade de medida tipográfica, do lat. med. pica; e nem estamos a contar com formas do verbo «picar»). São palavras homónimas.

No verbete em baixo, trata-se apenas da palavra «pica1» (derivada não afixal do verbo «picar»), ainda que com doze aceções (ou seja, sentidos) diferentes. Essas doze aceções constituem o campo semântico da palavra.

Que aceções de «pica1» aproveitava a letra da canção? As dos números ___ e ___.

Em que outras aceções já tinhas usado a palavra. (Provavelmente, a número ___. Por favor, evita dizer que costumas usar a palavra nas aceções 9 e 10, porque são do calão ou remetem para um contexto pouco recomendável. Mesmo a aceção 11 não é muito elegante num registo formal.)

pica 1 (derivação regressiva de picar)

               nome feminino

1. [Antigo] Tipo de lança. = PIQUE

2. [Náutica] Cada uma das peças delgadas que entram na construção da proa e da popa.

3. [Portugal, Informal] Injeção.

4. [Portugal: Trás-os-Montes] Ato de picar ou sachar o milho.

5. [Portugal: Trás-os-Montes] Sacho que se emprega nesse serviço.

6. [Ictiologia] Designação comum a vários peixes teleósteos da família dos ciprinídeos, de água doce, muito comuns em Portugal. = ESCALHO, ESCALO, ROBALINHO

7. [Ictiologia] Peixe teleósteo (Atherina presbyter), da família dos aterinídeos, de corpo alongado e cor cinzenta, com uma banda prateada longitudinal dos lados, comum nas regiões costeiras europeias do Atlântico. = PEIXE-REI

8. [Gíria] Camisola de .

9. [Brasil, Calão] Órgão sexual masculino. = PÉNIS

10. [Portugal, Informal] Cigarro de haxixe ou marijuana. = CHARRO

11. [Portugal, Informal] Entusiasmo, vigor, vontade (ex.: assim não pica; estão cheios de pica para treinar).

               nome de dois géneros

12. [Portugal, Informal] Pessoa que verifica a validade de bilhetes em transportes coletivos (ex.: o pica pediu o bilhete). = COBRADOR, REVISOR

«pica», Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021 [consultado em 05-10-2022]

Se te despachares, completa a cantiga de amigo «Per ribeira do rio» (na p. 31), de João Zorro, tendo em conta o esquema que está na p. 30.

1             a) ___________________

b) ___________________

c) ___________________

d) ___________________

e) ___________________

f) ___________________

Continua, em prosa, os dois textos cujo início te dou, que não têm de se concluir (prefiro que a ação não evolua demasiado repentinamente). Como perceberás, um dos textos adota a perspetiva da rapariga; o outro, a do revisor. Mas não têm de aproveitar ambos o mesmo episódio. Podem ser independentes.

(Abstrai-te do clip, que já era uma recriação da canção. Considera só a letra da canção, mas sobretudo as frases dadas por que começarão os teus textos.)

Daquela vez, resolvi sair só na última paragem. Já só éramos três passageiros. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Mais um dia que nem sei adjetivar. Fui destacado, de novo, para a carreira 7. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

TPC — Vê esta correção da ficha 1 do Caderno de Atividades (sobre uma cantiga de amigo).

 

 

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