Aula 13-14
Aula 13-14 (7 [1.ª, 3.ª], 10 [5.ª], 11/out [4.ª]) Correção de tarefas
que se devolviam; menção de Annie Ernaux, recém-laureada com o Nobel da
Literatura.
Tendo ouvido «Pica do
Sete», lê a cantiga de amigo na p. 26 e completa:
Título |
___________ |
«Pica do Sete» |
Autor |
Martim de Ginzo |
___________ |
Intérprete |
___________ |
António Zambujo |
Sujeito (eu da poesia) |
rapariga |
___________ |
Confidente |
___________ |
[não há] |
Atividade do namorado (ou putativo namorado) |
___________ |
revisor («pica») |
Onde vai, ou costuma estar, o namorado |
guerra («ferido», «fossado») |
___________ |
Estado de espírito do sujeito |
preocupada com o namorado
(«coitada») |
___________ («com pica») |
Contactos do namorado com o sujeito |
____________ («mandado») |
oblitera o bilhete |
Pica do Sete
De manhã cedinho eu
salto do ninho e vou para a paragem
De bandolete
à espera do sete mas não pela viagem
Eu bem que
não queria mas um certo dia vi-o passar
E o meu
peito cético por um pica de elétrico voltou a sonhar
A cada
repique que soa do clique daquele alicate
Num modo
frenético o peito cético toca a rebate
Se o trem
descarrila o povo refila e eu fico num sino
Pois um
mero trajeto no meu caso concreto é já o destino
Ninguém
acredita no estado em que fica o meu coração
Quando o
sete me apanha até acho que a senha me salta da mão
Pois na
carreira desta vida vã mais nada me dá
A pica que o pica do
sete me dá
Que triste
fadário e que itinerário tão infeliz
Cruzar meu
horário com o de um funcionário de um trem da Carris
Se eu lhe
perguntasse se tem livre passe para o peito de alguém
Vá-se lá
saber talvez eu lhe oblitere o peito também
Ninguém
acredita no estado em que fica o meu coração
Quando o
sete me apanha até acho que a senha me salta da mão
Pois na
carreira desta vida vã mais nada me dá
A pica que o pica do
sete me dá
Ninguém
acredita no estado em que fica o meu coração
Quando o
sete me apanha até acho que a senha me salta da mão
Pois na
carreira desta vida vã mais nada me dá
A pica que o pica do
sete me dá
Mais nada
me dá a pica que o pica do sete me dá
(letra
e música de Miguel Araújo;
interpretação de António Zambujo)
Copiei o verbete para «pica1» de um dicionário
online. Nesse dicionário há outros verbetes também para «pica»,
mas que já não são a mesma palavra (havia também «pica2» = ‘pega’,
do lat. pica, -ae; «pica3» = unidade de medida
tipográfica, do lat. med. pica; e
nem estamos a contar com formas do verbo «picar»). São palavras homónimas.
No verbete em baixo, trata-se apenas da palavra «pica1»
(derivada não afixal do verbo «picar»), ainda que com doze aceções (ou
seja, sentidos) diferentes. Essas doze aceções constituem o campo semântico
da palavra.
Que aceções de «pica1» aproveitava a letra da
canção? As dos números ___ e ___.
Em que outras aceções já tinhas usado a palavra. (Provavelmente,
a número ___. Por favor, evita dizer que costumas usar a palavra nas aceções 9
e 10, porque são do calão ou remetem para um contexto pouco recomendável. Mesmo
a aceção 11 não é muito elegante num registo formal.)
pica 1 (derivação regressiva de picar)
nome
feminino
1. [Antigo] Tipo de lança. = PIQUE
2. [Náutica] Cada uma das peças delgadas que entram na construção da proa e da popa.
3. [Portugal, Informal] Injeção.
4. [Portugal: Trás-os-Montes] Ato de picar ou sachar o milho.
5. [Portugal: Trás-os-Montes] Sacho que se emprega nesse serviço.
6. [Ictiologia] Designação comum a vários peixes teleósteos da família dos ciprinídeos, de água doce, muito comuns em Portugal. = ESCALHO, ESCALO, ROBALINHO
7. [Ictiologia] Peixe teleósteo (Atherina presbyter), da família dos aterinídeos, de corpo alongado e cor cinzenta, com uma banda prateada longitudinal dos lados, comum nas regiões costeiras europeias do Atlântico. = PEIXE-REI
8. [Gíria] Camisola de lã.
9. [Brasil, Calão] Órgão sexual masculino. = PÉNIS
10. [Portugal, Informal] Cigarro de haxixe ou marijuana. = CHARRO
11. [Portugal, Informal] Entusiasmo, vigor, vontade (ex.: assim não dá pica; estão cheios de pica para treinar).
nome de dois géneros
12. [Portugal, Informal] Pessoa que verifica a validade de bilhetes em transportes coletivos (ex.: o pica pediu o bilhete). = COBRADOR, REVISOR
«pica»,
Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021 [consultado
em 05-10-2022]
Se te despachares, completa a cantiga de amigo
«Per ribeira do rio» (na p. 31), de João
Zorro, tendo em conta o esquema que está na p. 30.
1 a) ___________________
b) ___________________
c) ___________________
d) ___________________
e) ___________________
f) ___________________
Continua, em prosa, os dois textos cujo início te
dou, que não têm de se concluir (prefiro que a ação não evolua demasiado repentinamente).
Como perceberás, um dos textos adota a perspetiva da rapariga; o outro, a do
revisor. Mas não têm de aproveitar ambos o mesmo episódio. Podem ser
independentes.
(Abstrai-te do clip, que já era uma recriação da canção.
Considera só a letra da canção, mas sobretudo as frases dadas por que começarão
os teus textos.)
Daquela vez, resolvi sair só na última paragem. Já
só éramos três passageiros. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Mais um dia que nem sei adjetivar. Fui destacado, de novo, para
a carreira 7. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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TPC —
Vê esta correção da ficha 1 do Caderno de Atividades (sobre uma cantiga de
amigo).
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