Thursday, September 09, 2021

Aula 41R-41

 

Aula 41R-41 (17 [1.ª], 18/nov [3.ª]) Correção de prova de exame sobre Reis (2.ª fase de 2018) (cfr. Apresentação).

Na p. 58 do manual tens uma pequena parte da longa «Ode marítima», uma das odes futuristas-sensacionistas de Álvaro de Campos. Lê esse excerto, faz também, na p. 53, uma leitura rápida do «Poema trigésimo nono» («O mistério das cousas, onde está ele?») de Alberto Caeiro — e relanceia, se for caso disso, os outros textos de Caeiro que já lemos —, para completares, depois, o comentário que já iniciei. (Além do conhecimento acerca da filosofia de Caeiro quanto aos sentidos, aconselho a leitura sobretudo da décima final do trecho da «Ode marítima» na p. 58.)

Também na «Ode marítima», de Álvaro de Campos, há sensações, e são elas que conduzem o sujeito poético. Mas o «sensacionismo» de Campos não tem muito que ver com o de Alberto Caeiro:

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Tendo visto a segunda parte (25-41) de documentário sobre Fernando Pessoa (para a série ‘Grandes Portugueses’), assinala, à esquerda de cada período, se a afirmação é V(erdadeira) ou F(alsa).

No segundo número da revista Orpheu, saíram «Chuva oblíqua» (Pessoa) e «Ode marítima» (Caeiro).

Paulismo, Intersecionismo, Sensacionalismo foram correntes literárias criadas por Pessoa.

Os heterónimos aparecem em 1914, quando Pessoa tinha vinte e seis anos.

Ricardo Reis era médico e monárquico.

Segundo Clara Ferreira Alves, Ricardo Reis decide exilar-se no Brasil após a instauração da República.

«Para ser grande, sê inteiro» é um verso de uma das odes de Reis.

Álvaro de Campos era licenciado em Multimédia pela Escola Superior de Comunicação.

Álvaro de Campos é o heterónimo que se considera ter evoluído por várias fases literárias.

Alberto Caeiro era um homem do campo, nunca tendo saído de Portugal.

Caeiro seria o homem de uma «certa mediania dourada de que falavam os clássicos».

Bernardo Silva, ajudante de guarda-livros, é considerado um semi-heterónimo.

Fernando Pessoa era admirado pelo público, mas pouco reconhecido entre os intelectuais do seu tempo.

Para Clara Ferreira Alves, Pessoa seria mesmo um anónimo empregado de escritório.

Mário de Sá-Carneiro suicidou-se em Paris.

Ofélia Queiroz trabalhou num escritório em que também trabalhava Pessoa.

Pessoa dedicou-se com bastante êxito a negócios de comissões e de tabaco.

Escreveu para a Coca-Cola o slogan «primeiro estranha-se, depois emprenha-se».

Em 1930, fixou-se na sua residência final (a Campo de Ourique).

Aleister Crowley era um mágico inglês, decerto charlatão.

Pessoa terá colaborado na encenação de suposto suicídio de Crowley, na Boca do Inferno.

A revista presença foi grande divulgadora da poesia de Fernando Pessoa.

Para recordarmos Fernão Lopes, vamos aproveitar um texto na p. 365, parte do capítulo 115 da Crónica de D. João I.

O fragmento corresponde ao relato de uma fase inicial do cerco de Lisboa. No decurso da crise desencadeada após a morte do rei D. Fernando, os representantes da burguesia e do povo tinham escolhido o mestre de Avis como sucessor, incumbindo-o de matar o conde de Andeiro, aliado da regente. Leonor Telles pede então auxílio ao genro, D. João de Castela, que cercou a cidade de Lisboa. O povo revela sentimento patriótico («ouvindo repicar [...] avivavam-se os corações deles»), coragem («mostrando fouteza»), lealdade ao mestre («nom minguava avondança de trigosos executores»).

[«Tradução» do texto em português do século XXI:]

Além daqueles que, em cada lugar, eram designados para a defesa, também o resto da população da cidade, ouvindo repicar os sinos da Sé e das outras torres, ficava com o sentimento patriótico mais vivo.

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Classifica as orações sublinhadas (com espaço para tal à direita):

«A escola»

(Jorge Palma)

Eu nasci lá para os lados do rio,                 coordenada

Passava os dias a jogar à bola, coordenada assindética

Mas eu não era exceção             coordenada adversativa

E, antes que desse por isso,     ________

Já estava na escola. coordenada copulativa (e subordinante) [começa no «E»]

 

O programa era elementar,     _________

Entre o Euclides e o Arquimedes,

Mas, sempre que a informação                  subordinada adverbial temporal

Dá uma volta no espaço,

Eu quero sintonizar.                   coordenada adversativa [começada no «Mas»]

 

A escola ainda não acabou,

Há sempre tanta matéria a estudar,

Que eu chego mesmo a ter medo               ________

De, em qualquer momento,

Já não ter lugar,

Já não ter lugar,

Para mais conhecimento.

 

Já consigo filosofar,

Sei uma ou duas palavras em grego.

Enquanto o tempo deixar         _______

E a escola não se afundar,

Vou alterando o meu ego,         _______

 

Vou deixando as moscas pairar,                coordenada assindética

Vou vendo se o Godot já chegou                ________

E, quando me dá na tola,          subordinada adverbial temporal

Dou um chuto na bola,              coordenada copulativa (e subordinante)

Só para me aliviar.  subordinada adverbial final

 

A escola ainda não acabou,      coordenada

Há sempre tanta matéria a estudar,         _______ (e coordenada assindética)

Que eu chego mesmo a ter medo

De, em qualquer momento,

Já não ter lugar,

Já não ter lugar,

Para mais conhecimento.

 

TPC — Não marco tepecê porque está a decorrer o prazo para escreverem um original conto que vencerá o conceituado Correntes d’Escritas. (Para se ter ideia do estilo de textos que podem entusiasmar o júri deste concurso, em Gaveta de Nuvens assinalei a azul links para dois contos vencedores: o de Luísa, do 12.º 3.ª de há oito anos, e de Ana, também de um 12.º 3.ª, mas de 2019-2020. Será escusado lembrar que devemos apostar sempre em modelos originais e que o estilo mais original e apropriado em 2013 ou em 2019 já não seria visto do mesmo modo em 2022.)

 

 

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