Aula 46R-46
Aula 46R-46 (24 [1.ª], 25/nov [3.ª]) Assistência a
trechos de 1986 (partes dos episódios
7 e 8; cfr. famílias desavindas):
[Ficam aqui não os
episódios propriamente ditos mas os episódios, em fundo, comentados por atores,
autor, argumentistas:]
Os
episódios podem ver-se aqui: 7: https://www.rtp.pt/play/p4460/e335557/1986;
8: https://www.rtp.pt/play/p4460/e335557/1986
D. Rita pasmava da transformação, e o marido, bem convencido
dela, ao fim de cinco meses, consentiu que seu filho lhe dirigisse a palavra.
Simão Botelho amava. Aí está uma palavra única, explicando o
que parecia absurda reforma aos dezassete anos.
Amava Simão uma sua vizinha, menina de quinze anos, rica
herdeira, regularmente bonita e bem-nascida. Da janela do seu quarto é que ele
a vira a primeira vez, para amá-la sempre. Não ficara ela incólume da ferida
que fizera no coração do vizinho: amou-o também, e com mais seriedade que a
usual nos seus anos.
Os poetas cansam-nos a paciência a falarem do amor da mulher
aos quinze anos, como paixão perigosa, única e inflexível. Alguns prosadores de
romances dizem o mesmo. Enganam-se ambos. O amor aos quinze anos é uma
brincadeira; é a última manifestação do amor às bonecas; é tentativa da
avezinha que ensaia o voo fora do ninho, sempre com os olhos fitos na ave-mãe,
que está da fronde próxima chamando: tanto sabe a primeira o que é amar muito,
como a segunda o que é voar para longe.
Teresa de Albuquerque devia ser, porventura, uma exceção no
seu amor.
O magistrado e sua família eram odiosos ao pai de Teresa, por
motivos de litígios, em que Domingos Botelho lhes deu sentenças contra. Afora
isso, ainda no ano anterior dois criados de Tadeu de Albuquerque tinham sido
feridos na celebrada pancadaria da fonte. É, pois, evidente que o amor de
Teresa, declinando de si o dever de obtemperar e sacrificar-se ao justo azedume
de seu pai, era verdadeiro e forte.
E este amor era singularmente discreto e cauteloso. Viram-se e
falaram-se três meses, sem darem rebate à vizinhança, e nem sequer suspeitas às
duas famílias. O destino que ambos se prometiam era o mais honesto: ele ia
formar-se para poder sustentá-la, se não tivessem outros recursos; ela esperava
que seu velho pai falecesse para, senhora sua, lhe dar, com o coração, o seu
grande património. Espanta discrição tamanha na índole de Simão Botelho, e na
presumível ignorância de Teresa em coisas materiais da vida, como são um
património!
Na véspera da sua ida para Coimbra, estava Simão Botelho
despedindo-se da suspirosa menina, quando subitamente ela foi arrancada da
janela. O alucinado moço ouviu gemidos daquela voz que, um momento antes,
soluçava comovida por lágrimas de saudade. Ferveu-lhe o sangue na cabeça;
contorceu-se no seu quarto como o tigre contra as grades inflexíveis da jaula.
Teve tentações de se matar, na impotência de socorrê-la. As restantes horas
daquela noite passou-as em raivas e projectos de vingança. Com o amanhecer
esfriou-lhe o sangue e renasceu a esperança com os cálculos.
Camilo
Castelo Branco, Amor de Perdição, cap. II (trecho)
Vê
agora os minutos 20 a 25 deste Amor de Perdição de Manoel de Olveira:
Aproveitando o teu conhecimento de Amor
de Perdição, o próprio passo que leste agora, e uma ou várias das outras
obras a que aludi em cima, trata do problema da difícil coexistência de
questões de honra familiar e feitio dos heróis românticos.
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Nas pp. 63, 67, 69 estão sintetizados os Valores
temporais, aspetuais, modais. Para as categorias tempo, aspeto, modo (modalidade)
concorrem a flexão, os verbos auxiliares, informação lexical, advérbios e grupos
preposicionais:
valores temporais:
anterioridade («passado»), simultaneidade («presente»), posterioridade
(«futuro»);
valores aspetuais:
perfetivo, imperfetivo, habitual, iterativo e o «não-aspeto» genérico;
valores modais:
de apreciação (modalidade apreciativa), de permissão/obrigação (modalidade
deôntica), de probabilidade-certeza (modalidade epistémica)
Nas quadrículas,
destaquei as expressões que conferem alguns dos valores citados. Preencherás a
lacuna com o valor que esteja em causa, como fiz na primeira frase.
Trecho de «Debate com o
Super-Homem» (série Barbosa) |
Tempo |
Aspeto |
Modalidade |
Ó Joaquim Barbosa, você
vai ter de moderar este debate com mais isenção. |
vai ter de... (ir + inf
[«futuro próximo»]) posterioridade |
|
ter de moderar (ter de + inf) deôntica
(obrigação) |
Quem nos está a ouvir em
casa deve estar com a ideia de que o meu adversário é o Super-Homem |
está (presente e estar
a + inf) ________ |
está a ouvir (estar a + inf) _________ |
deve estar (dever) _______ |
Mas, repare, o seu
adversário é o Super-Homem. |
|
é _________ |
repare (imperativo) __________ |
Proponho-me
criar, durante esta legislatura, 150.000 postos de trabalho. |
proponho-me criar (lex.) ________ |
durante esta legislatura _________ |
|
Não me interrompa, por
favor! |
|
|
não me interrompa ___________ |
Vou
também criar estágios para licenciados. | Vou também limpar o Rio Alviela. |
Vou fazer aquilo de que a nossa economia precisa. | Vai usar que super-poder?
| Vou telefonar ao governador do Banco de Portugal. |
Vou criar/limpar/... ir
+ inf («futuro próximo») ________ |
|
|
Temos que apostar no
turismo. |
|
|
temos de apostar (ter de + inf) ______________ |
Vou
pegar no planeta Terra e girá-lo para que o Sol possa incidir sobre o nosso
país oito meses por ano. |
Vou pegar / vou girá-lo (ir + inf) ________ |
oito meses por ano _________ |
possa incidir ________ |
Isso é lamentável! |
|
ser _____________ |
adjetivo, entoação ________ |
Eu salvo o planeta entre
duas a três vezes por semana. |
|
salvo [...] duas a três vezes por semana _________ |
|
Eu salvei o planeta uma
vez. |
salvei (pretérito) ________ |
salvei uma vez (perfeito) _________ |
|
Você fartou-se de me
interromper. |
fartou-se (pretérito) ________ |
fartou-se (lex) _________ interromper (lex) _________ |
|
Classifica as orações sublinhadas:
Amar
pelos dois
(Luísa Sobral; interpret.: Salvador Sobral)
Se um dia alguém perguntar por mim,
_________
Diz que
vivi para te amar. ________ ________
Antes de ti, só existi
Cansado e sem nada para dar.
Meu bem, ouve as minhas preces:
Peço que
regresses, que me voltes a querer. _________
_________
Eu sei que não se ama sozinho,
Talvez devagarinho possas voltar a
aprender.
Meu bem, ouve as minhas preces:
Peço que regresses, que me voltes a
querer.
Eu
sei que não se ama sozinho, ________ _________
Talvez devagarinho possas voltar a
aprender.
Se o teu coração não quiser ceder,
________
[Se] Não sentir paixão, [Se] não
quiser sofrer
Sem fazer planos do que virá depois,
O
meu coração pode amar pelos dois. ________
Para proceder à reformulação
da 1.ª versão do conto
Por
vezes, usei dois signos que nem todos compreenderão: um sinal de cardinal (#)
para introduzir espaço; um vê traçado (aproximadamente: ¥), para tirar espaço
que estivesse a mais. Também posso ter sugerido travessões verdadeiros em vez
de hífens (alt + 0151 costuma dar
bons travessões: — ; também se pode inserir Símbolo,
clicar Mais símbolos, depois Carateres
especiais, escolhendo então Travessão).
Quanto
ao tipo de fonte (da letra),
tamanho, espaço interlinear, pode ficar ao vosso critério, até para não parecer
que os textos foram trabalhados coletivamente. Em outros concursos, costuma
pedir-se Arial, Calibri ou
Times New Roman, corpo 12, dois espaços. Creio, porém, que esse espacejamento
(entrelinha) é exagerado (bastará 1,5).
Preferia
que os parágrafos fossem europeus (ou seja com uma margem inicial e sem grande espaço entre parágrafos; os americanos
é que preferem não fazer margem inicial e separar os parágrafos com uma linha
de espaço). A tal margem inicial pode ser feita automaticamente (Parágrafo
/ Avanços e espaçamento / Especial / Primeira linha).
Notem que o título não pode ficar com Primeira linha (para poder ficar
mesmo centrado).
Poria
o texto justificado (à direita e à
esquerda). Em Parágrafo escolhe-se Alinhamento e aí Justificado.
No
exemplar passado a limpo, não pode aparecer o teu nome (como já disse, deves é
subscrever o texto já com um pseudónimo).
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