Thursday, September 09, 2021

Aula 36-37

Aula 36-37 (9 [1.ª], 10/nov [3.ª]) Correção de respostas vindas da aula anterior. [Exemplo de resposta para cada uma das três perguntas:]

A antítese (ou paradoxo, mesmo) «Fui-o outrora agora» sublinha que a experiência de felicidade não foi vivida verdadeiramente, é uma construção do presente. Se acaso foi feliz, o poeta não teria disso consciência (logo não o foi). Agora, sabe que aquele que pode ter sido feliz também não é ele (corte característico em Pessoa), mas parece querer infligir a si mesmo — «com que ânsia tão raiva» (v. 9) — o castigo de se sentir saudoso do que está apenas a idealizar.

Muitas vezes, em Pessoa e em Campos, a memória da infância é suscitada por estímulo surgido repentinamente no quotidiano, assim interrompido por essa deslocação no tempo, que depois vai alternando com o presente. Vimo-lo em «Chuva Oblíqua» (teatro), «Un Soir à Lima» (música na telefonia), «Aniversário» (o fazer anos). Nestes dois poemas são a música de um realejo ouvida e a visão de crianças a brincar que servem ao poeta de propulsores da «nostalgia da infância».

Nestes três textos há regularidade formal em termos de versificação, uma característica de grande parte da poesia ortónima. Um dos poemas é um soneto, em esperados decassílabos e cumprindo um esquema rimático convencional, embora não o mais clássico. Nos dois outros poemas usam-se quadras, cujas rimas e metro são também regulares, aproximando-se aliás da poesia popular (a redondilha menor, sobretudo; a rima só cruzada uma vez em cada estrofe).

«Autopsicografia» (p. 34), de Fernando Pessoa, e responde:

1. Na 1.ª quadra é apresentada uma tese. Identifica-a e explica-a, considerando: a dor fingida pelo poeta (no poema)/a dor sentida pelo poeta (na vida real); o paradoxo presente nos vv. 3-4.

«______» é a tese apresentada no poema. Significa que o poeta finge uma dor que não coincide com a dor sentida na _____. A dor escrita é uma invenção, uma transfiguração, criada pela ______.

2. A 2.ª quadra refere-se à sensação/sentimento que o poema provoca nos leitores. Explicita o que sentem os leitores, considerando o jogo: «as duas (dores) que ele (o poeta) teve» / «a dor lida» / «a (dor) que eles não têm».

Os leitores sentem uma dor que não é a que o poeta sentiu, nem a que ele ______, mas que é a sua não-dor.

3. Experimenta interpretar as metáforas contidas na última estrofe, na qual se estabelece a dicotomia «razão»/«coração» (intelecto/emoção). Relaciona essa dicotomia com a tese apresentada na 1.ª estrofe.

A última estrofe apresenta, metaforicamente, a relação entre _____ e _____. O coração é um comboio de corda, regulado pelas ______. A razão é uma realidade à parte, mas estimulada (entretida) pelo _______.

4. Interpreta agora o título do poema, considerando os três constituintes da palavra: auto + psico + grafia.

Tendo em conta o significado de cada um dos elementos que compõem o título, «autopsicografia» remete para . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

5. Analisa a estrutura formal do poema.

O poema é constituído por três _____, de versos _______ (também designados versos de «______ maior»), com o esquema rimático _______ (portanto, em rima ______).

6. Expõe a teoria do «fingimento poético» apresentada neste poema.

De acordo com o poema, a criação poética assenta no _____, na medida em que um poema não diz o que o poeta ______, mas aquilo que imagina a partir do que anteriormente sentiu. O poeta é um fingidor, porque escreve uma _______ fingida, fruto da razão e da imaginação, e não a emoção sentida pelo coração, que apenas chega ao poema transfigurada, na tal emoção ______ poeticamente, imaginada. Quanto ao ______, apenas sente a emoção que o poema lhe suscita, que será diferente da do próprio poema. A poesia, a arte, é a intelectualização da _____.

«Isto» (p. 36), também do ortónimo, e responde, usando as frases já começadas:

1. Na l.ª estrofe, o poeta opõe a «imaginação» (razão) ao «coração» (emoção). Qual deles utiliza?

Ao escrever, o poeta usa _________.

2. Na 2.ª estrofe, compara todas as suas emoções (sonhos, vivências, ausências, perdas) a um «terraço». Como interpretas essa comparação?

As emoções são semelhantes a ____________.

3. Nesse terraço de emoções, o poeta procura «outra coisa» — a emoção estética. Qual o verso que a refere?

«_________________».

4. Para encontrar essa emoção estética, como escreve o poeta? Sobre que escreve? (Interpreta os quatro primeiros versos da última estrofe.)

O poeta escreve distanciado daquilo que sentiu anteriormente («________»), sem ________ («livre do meu enleio»).

5. Mostra a ironia presente neste poema.

O último verso é irónico, ___________.

6. Analisa a estrutura formal do poema.

O poema apresenta grande regularidade formal: são três estrofes de cinco versos (isto é, três ______), de ___ sílabas métricas, com o esquema rimático _______ (portanto, de rima ______ e ______).

7. Estabelece a relação entre os poemas «Isto» e «Autopsicografia».

Os poemas «Autopsicografia» e «Isto» têm como tema comum o _________. Neles, o poeta expõe o seu conceito de poesia enquanto intelectualização da ______.

Escreve um pequeno conto cujo primeiro período seja «Dizem que sinto ou minto.» e cujo final seja «Sinta quem lê!». Nota que um bom conto não tem de ter muito enredo, muitas peripécias, muito diálogo ou muitas personagens. É mais importante conseguir uma densidade psicológica que se resolve com certa surpresa ou fica, um pouco enigmaticamente, em aberto.

A caneta, mas riscando sem medo.

Cerca de uma página A4.

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TPC — Repetindo-me: não deixes de ler «Famílias desavindas», nas pp. 163-165, de Mário de Carvalho. (E, se não o fizeras já, também os outros dois contos.)

 

 

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