Aula 36-37
Aula 36-37
(9 [1.ª], 10/nov [3.ª]) Correção de respostas vindas da aula anterior. [Exemplo de resposta para cada uma das três
perguntas:]
A antítese (ou
paradoxo, mesmo) «Fui-o outrora agora» sublinha que a experiência de felicidade
não foi vivida verdadeiramente, é uma construção do presente. Se acaso foi feliz,
o poeta não teria disso consciência (logo não o foi). Agora, sabe que aquele
que pode ter sido feliz também não é ele (corte característico em Pessoa), mas
parece querer infligir a si mesmo — «com que ânsia tão raiva» (v. 9) — o
castigo de se sentir saudoso do que está apenas a idealizar.
Muitas
vezes, em Pessoa e em Campos, a memória da infância é suscitada por estímulo
surgido repentinamente no quotidiano, assim interrompido por essa deslocação no
tempo, que depois vai alternando com o presente. Vimo-lo em «Chuva Oblíqua»
(teatro), «Un Soir à Lima» (música na telefonia), «Aniversário» (o fazer anos). Nestes
dois poemas são a música de um realejo ouvida e a visão de crianças a brincar
que servem ao poeta de propulsores da «nostalgia da infância».
Nestes
três textos há regularidade formal em termos de versificação, uma
característica de grande parte da poesia ortónima. Um dos poemas é um soneto,
em esperados decassílabos e cumprindo um esquema rimático convencional, embora
não o mais clássico. Nos dois outros poemas usam-se quadras, cujas rimas e
metro são também regulares, aproximando-se aliás da poesia popular (a
redondilha menor, sobretudo; a rima só cruzada uma vez em cada estrofe).
Lê «Autopsicografia» (p. 34), de Fernando
Pessoa, e responde:
1. Na 1.ª quadra é apresentada uma tese.
Identifica-a e explica-a, considerando: a dor fingida pelo poeta (no poema)/a
dor sentida pelo poeta (na vida real); o paradoxo presente nos vv. 3-4.
«______» é a tese apresentada no poema.
Significa que o poeta finge uma dor que não coincide com a dor sentida na
_____. A dor escrita é uma invenção, uma transfiguração, criada pela ______.
2. A 2.ª quadra refere-se à
sensação/sentimento que o poema provoca nos leitores. Explicita o que sentem os
leitores, considerando o jogo: «as duas (dores)
que ele (o poeta) teve» / «a
dor lida» / «a (dor) que eles não
têm».
Os leitores sentem uma dor que não é a que o
poeta sentiu, nem a que ele ______, mas que é a sua não-dor.
3. Experimenta interpretar as metáforas
contidas na última estrofe, na qual se estabelece a dicotomia
«razão»/«coração» (intelecto/emoção).
Relaciona essa dicotomia com a tese apresentada na 1.ª estrofe.
A última estrofe apresenta, metaforicamente, a
relação entre _____ e _____. O coração é um comboio de corda, regulado pelas
______. A razão é uma realidade à parte, mas estimulada (entretida) pelo
_______.
4. Interpreta agora o título do poema,
considerando os três constituintes da palavra: auto + psico + grafia.
Tendo em conta o significado de cada um dos
elementos que compõem o título, «autopsicografia» remete para . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . .
5. Analisa a estrutura formal do poema.
O poema é constituído por três _____, de versos
_______ (também designados versos de «______ maior»), com o esquema rimático
_______ (portanto, em rima ______).
6. Expõe a teoria do
«fingimento poético»
apresentada neste poema.
De acordo com o poema, a criação poética assenta no _____, na medida em que um poema
não diz o que o poeta ______, mas aquilo que imagina a partir do que
anteriormente sentiu. O poeta é um fingidor, porque escreve uma _______
fingida, fruto da razão e da imaginação, e não a emoção sentida pelo coração,
que apenas chega ao poema transfigurada, na tal emoção ______ poeticamente,
imaginada. Quanto ao ______, apenas sente a emoção que o poema lhe suscita, que
será diferente da do próprio poema. A poesia, a arte, é a intelectualização da
_____.
Lê «Isto» (p. 36), também
do ortónimo, e responde, usando as
frases já começadas:
1. Na l.ª estrofe, o poeta opõe a
«imaginação» (razão) ao «coração» (emoção). Qual deles utiliza?
Ao escrever, o poeta usa _________.
2. Na 2.ª estrofe, compara todas as suas
emoções (sonhos, vivências, ausências, perdas) a um
«terraço». Como interpretas
essa comparação?
As emoções são semelhantes a ____________.
3. Nesse terraço de emoções, o poeta procura
«outra coisa» — a emoção estética. Qual o verso que a refere?
«_________________».
4. Para encontrar essa emoção estética, como
escreve o poeta? Sobre que escreve? (Interpreta os quatro primeiros versos da
última estrofe.)
O poeta escreve distanciado daquilo que sentiu
anteriormente («________»), sem ________ («livre do meu enleio»).
5. Mostra a ironia presente neste poema.
O último verso é irónico, ___________.
6. Analisa a estrutura formal do poema.
O poema apresenta grande regularidade formal:
são três estrofes de cinco versos (isto é, três ______), de ___ sílabas
métricas, com o esquema rimático _______ (portanto, de rima ______ e ______).
7. Estabelece a relação entre os poemas
«Isto» e
«Autopsicografia».
Os poemas «Autopsicografia» e «Isto» têm como
tema comum o _________. Neles, o poeta expõe o seu conceito de poesia enquanto
intelectualização da ______.
Escreve um
pequeno conto cujo primeiro período seja «Dizem que sinto ou minto.» e cujo
final seja «Sinta quem lê!». Nota que um bom conto não tem de ter muito enredo,
muitas peripécias, muito diálogo ou muitas personagens. É mais importante
conseguir uma densidade psicológica que se resolve com certa surpresa ou fica,
um pouco enigmaticamente, em aberto.
A caneta, mas
riscando sem medo.
Cerca de uma
página A4.
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TPC — Repetindo-me:
não deixes de ler «Famílias desavindas», nas pp. 163-165, de Mário de Carvalho.
(E, se não o fizeras já, também os outros dois contos.)
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