Thursday, September 08, 2022

Aulas (41-60)

Aula 41-42 (29/nov [5.ª], 2 [1.ª, 3.ª], 6/dez [4.ª]) Sobre os «alfabetos pessoais» que se devolviam (ver Apresentação).

A exemplo do que fizemos há umas aulas a propósito de crónica de RAP, escreverás agora uma frase com até vinte palavras para cada parágrafo da crónica de MEC, isto é, Miguel Esteves Cardoso, «Os nossos ambíguos» (p. 27).

Há semanas pedi-lhes frases-resumos, agora serão frases-sínteses, o que implica que o sistema de narração pessoal desapareça e passemos a reportar o texto já com mais distância, na 3.ª pessoa («Segundo o cronista, ...»), com a preocupação ainda mais marcada de apurar apenas a mensagem essencial. Mantém-se a necessidade de não ultrapassarem as vinte palavras.

1.º parágrafo (ll. 1-4)

Para o cronista, . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2.º parágrafo

(ll. 5-12)

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

3.º parágrafo

(ll. 13-18)

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

4.º parágrafo

(ll. 19-20)

Conclui, não sem ironia, que mais vale assumirmos que aqueles com quem conversamos nas redes sociais são sempre «ambíguos».

 

Se te despachares, responde a 4. e 5. do manual (p. 27):

4. _________________

5. _________________

A hiperonímia é uma relação de hierarquia entre um termo subordinado (hipónimo) e um seu subordinante (hiperónimo): o hipónimo é um membro da espécie, da classe, que o hiperónimo designa.

Por exemplo, a palavra «crocodilo» é ______ de «animal». Entretanto, «animal» é ______ de «crocodilo». O hiperónimo «animal» tem aliás muitos outros seus hipónimos: «gato», «lesma», «pulga», «caracol», ________. Estes termos subordinados a um mesmo hiperónimo são, entre si, co-hipónimos.

Dou-te pares de co-hipónimos. Encontra o seu hiperónimo:

Os co-hipónimos «cravo» e «piano» têm como hiperónimo «_______».

Os co-hipónimos «cravo» e «rosa» têm como hiperónimo «______».

Os co-hipónimos «Camões» e «Fernando Pessoa» têm como hiperónimo «______»

Nada impede que termos que são hipónimos de um outro termo mais geral que os subordina sejam, por sua vez, hiperónimos de termos mais específicos: «animal» é ______ de «mamífero»; «mamífero» é ______ de «cão»; «cão» é ______ de «cão de caça», «cão pisteiro», «rafeiro» (e estes termos são entre si ______).

Outra relação que estrutura o léxico é a de holonímia. Um termo representa o todo; e outro, a parte: «mesa» é holónimo de «tampo»; e «tampo» é merónimo de «mesa».

Mais exemplos: «ponteiro» é merónimo de ______; «espelho retrovisor» e «volante» são entre si co-merónimos (e sabemos que o seu holónimo é «_______»); «mão» é holónimo de «_______».

Completa com holónimo / merónimo / hiperónimo / hipónimo:

«cáfila» é ________ de «camelo».

«vaso sanguíneo» é ________ de «sistema circulatório».

«cocó» é ________ de «excremento».

«texto dramático» é ________ de «Farsa de Inês Pereira».

Preenche:

Merónimos

Holónimos

Castelo Branco, Lisboa, Faro

 

 

casa

Morfologia, Sintaxe, Fonética

 

 

livro

Depois de veres trecho de Último a sair, completa com hiperónimo, hipónimo, holónimo, merónimo:

«museu» é _______ de «exposição»; || «quadro» é _______ de «museu»; || «artista» é _______ de «Jackson Pollock»; || «pintor» é _______ de «Pollock»; || «Louvre» é ______ de «museu»; || «Magritte» é _______ de «homem»; || «corrente artística» é _______ de «pictomarista»; || «Lourenço Marques (Maputo)» é _______ de «Moçambique»; || «Bélgica» é _______ de «país». São co-hipónimos ______ e «Bélgica». || São co-merónimos «quadro» e ______.

Escreve um texto cujos períodos comecem sempre por nova letra segundo a ordem do alfabeto (A, B, C, D, ...). Género do texto será à tua escolha. Título será «Mundial».

Aqueles tempos ainda eram de euforia pós-revolucionária. Bastou alguém lembrar que faltava um liceu em Benfica para logo se criar uma comissão. Convém lembrar que os adolescentes dos anos setenta tinham de ir estudar para o D. Pedro V, o Dona Leonor, o Padre António Vieira ou mais longe ainda.

De cada vez que ...

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

TPC — Lê a ficha do Caderno de atividades sobre ‘Geografia do Português no mundo’ (p. 49), que fica, já corrigida, em Gaveta de Nuvens. (Dá um relance, entretanto, à p. 306 do manual, sobre o mesmo assunto.)

 

 

Aula 43-44 (5 [1.ª, 3.ª, 5.ª], 7/dez [4.ª]) Entrega de poemas (primeira versão).

Lendo a letra da canção de Miguel Araújo e a cantiga de amigo (cantiga de romaria, concretamente) de Pero Viviães na p. 38, completa a tabela em baixo:

Romaria das Festas de Santa Eufémia

(Miguel Araújo)

Em dia de romaria
Desfila o meu vilarejo
Ainda o galo canta ao dia
Já vai na rua o cortejo

 

O meu pai já está de saída
Vai juntar-se àquele povo
Tem velhas contas com a vida
A saldar com vinho novo

 

Por mais duro o serviço
Que a terra peça da gente
Eu não sei por que feitiço
Temos sempre novo alento

 

A minha mãe, acompanhada
De promessas por pagar
Vai voltar de alma lavada
E joelhos a sangrar

 

A minha irmã quis ir sozinha
Saiu mais cedo de casa
Vai voltar de manhãzinha
Com o coração em brasa

 

Por mais duro o serviço
Que a terra peça da gente
Eu não sei por que feitiço
Temos sempre novo alento

 

A noite desce o seu pano
No alto deste valado
O sagrado e o profano
Vão dançando lado a lado

 

E eu não sou de grandes folias
Não encontrei alma gémea
Há de haver mais romarias
Das festas de Santa Eufémia

 

Por mais duro o serviço
Que a terra peça da gente
Eu não sei por que feitiço
Temos sempre novo alento

 

«Romaria das festas de Santa Eufémia»

(de Miguel Araújo; em Crónicas da Cidade Grande)

«Pois nossas madres vam a Sam Simom»

(de Pero Viviães; no Cancioneiro da Biblioteca Nacional e no Cancioneiro da Vaticana)

Localidade

São Pedro do Paraíso (Castelo de Paiva)?; Trofa?; Felgueiras (Torre de Moncorvo)?; ?

Vale de _____ (Macedo de Cavaleiros?; ou Espanha?)

Sujeito

masculino e ____

____ e plural («nós, as meninhas»)

Outros participantes

pai, mãe, ____

_____ («nossas madres»), namorados («Nossos amigos»)

Que lhes interessa na romaria

pai vai ______ («Tem velhas contas com a vida / A saldar com vinho novo»); mãe vai cumprir _______ («De promessas por pagar / Vai voltar de alma lavada / E joelhos a sangrar»); irmã vai ______ («quis ir sozinha / Saiu mais cedo de casa / Vai voltar de manhãzinha / Com o coração em brasa»); o «eu» talvez procure namorada mas prefere ver o Portugal-Suíça ou estudar Português («E eu não sou de grandes folias / Não encontrei ______»)

mães vão _____ velas («queimar candeas»); raparigas andarão a _____ à frente dos namorados, bonitas e não demasiado ______ («andaremos bailand’ant’eles fremosas em cós»); namorados irão vê-las dançar e, assim, verão dançar raparigas com boa _____ («irám por cousir como bailamos / e podem veer bailar i moças de bom parecer»)

Moral da história

Não faltarão outras ______ («Há de haver mais romarias / Das festas de Santa Eufémia»)

As mães que se preocupem com a religião que nós temos é de _____ («queimem candeas por nós e por si / e nós, meninhas, bailaremos i»)

Na penúltima aula demos exemplo de uma das consequências da mudança linguística, a variação geográfica (referimos as três variedades, ou variantes, do português e alguns dialetos do português europeu). Porém, a língua também varia em função do tempo (variação histórica), dos grupos sociais a que pertencem os falantes (variação social) e até em função da situação de comunicação (variação situacional).

O sketch «Policiês/Português» (série Fonseca) pode ilustrar a variação social (um dos falantes exibe características linguísticas de um dado grupo profissional, uma gíria) e a variação situacional (a mesma personagem recorre a um português muito formal, talvez para enfatizar o momento da aplicação da sanção e o seu estatuto de autoridade). Completa {usando os termos a seguir}

popular / familiar / corrente / cuidado / gíria / dialeto / escrito / oral / formal / informal

Um polícia parece querer multar um automobilista. Ao descrever a manobra incorreta efectuada e a sanção que vai aplicar, recorre a um nível de língua _______, usando linguagem mais típica do meio _______ (que, em geral, segue um registo ______) do que do meio _______ (quase sempre, mais ______). Ainda por cima, adota termos que talvez se possam considerar de uma ________ própria, específica dos polícias. Por isso, o automobilista nada percebe.

Um indivíduo que está por ali vem então traduzir o discurso do polícia para um nível de língua ______ e, às vezes, até _______ ou mesmo _______. Acaba por se perceber que o polícia aceita ser subornado, e fica tudo resolvido.

Diga-se ainda que, pela pronúncia de três palavras («gra[b]e», «indi[b]íduo», «de[rr]espeito»), percebemos que o polícia fala conforme um determinado _______, provavelmente da Beira ou de Trás-os-Montes.

O assunto é Termos antecedente, «sucedente», referencial; Anáfora, catáfora; Referente; Correferentes; Cadeia de referência. Lê e completa.


TPC — Depois de lançares as emendas que fiz (ou reformulares o que tenha aconselhado a melhorar), entrega o teu poema na nova tarefa que abrirei na Classroom.

 

 

Aula 45-46 (6 [5.ª], 9 [3.ª, 4.ª], 13/dez [4.ª]) Correção do trabalho de apreciação crítica de pintura.

Vai lendo os textos [publicados em Mensagens. Português. 10.º ano, Lisboa, Texto, 2015, pp. 76-77], já relativos à unidade em torno de Fernão Lopes, e, em cada item, circunda a alínea melhor. (Não consultes manual, outras folhas, colegas.)




João de Melo, «Da história à literatura»

ll. 1-13

 

Nas ll. 1-6, assume-se que o Mestre de Avis

a) se notabilizou como rei de Portugal e, por isso, Fernão Lopes se não ocupou dele.

b) ficou célebre por ter sido rei de grande mérito, mas que o que dele diz Fernão Lopes já o tornaria notável.

c) se distinguiu como rei mas que Fernão Lopes, por isso mesmo, evitou referi-lo nas suas crónicas.

d) não foi um grande rei, embora tivesse sido celebrizado na Crónica de El-Rei D. João I.

 

A anáfora (ou termo anafórico) «ele» (l. 7) tem como referente (ou termo antecedente)

a) «Fernão Lopes» (l. 4).

b) «o Mestre de Avis» (l. 3).

c) «cronista-historiador» (l. 7).

d) «outro cronista-historiador» (l. 7).

 

O pronome presente em «fá-lo» (l. 12) tem como referente (antecedente)

a) «Fernão Lopes» (l. 4).

b) «quem o lê» (l. 12).

c) «ele» (l. 7).

d) «[o] autor» (l. 12).

 

ll. 14-26

 

Segundo o cronista de «Da história à literatura», aderimos ao que nos é contado por Fernão Lopes

a) por causa da vivacidade da sua escrita e da sua objetividade enquanto historiador.

b) por causa da emoção na sua escrita e por sermos quase convidados a viver os episódios em questão.

c) porque o texto histórico de Fernão Lopes é realista e imparcial.

d) porque a sua prosa trata de temas sentimentais e ele é «opinioso».

 

ll. 27-44

 

No apuramento da verdade histórica, Fernão Lopes usa

a) fontes escritas e testemunhos orais.

b) sobretudo fontes documentais escritas.

c) depoimentos fornecidos de viva voz pelos protagonistas dos feitos relatados.

d) wikipédia, google, Correio da Manhã, «Quem quer casar com um agricultor?».

 

Relativamente aos factos, Fernão Lopes

a) consegue ser neutral, claro, seco.

b) usa de cientificidade investigativa, o que o torna precursor da historiografia moderna.

c) é menos interessante nos dias de hoje do que quanto às capacidades literárias.

d) revela-se inútil atualmente, dado que foi sobretudo criador, opinativo, embora independente do poder.

 

ll. 45-49

 

Fernão Lopes teria dado voz

a) ao povo.

b) às multidões da «arraia miúda» que é o povo.

c) à miúda que, promiscuamente, anda com o povo.

d) às suspeitas do povo.

 

Henrique Monteiro, «Um cronista militante»

ll. 1-9

 

Segundo as ll. 5-9, o «eu» de «Um cronista militante»

a) só a partir do século XIV começou a conhecer as séries de televisão.

b) só depois do século XIV estudou algo tão movimentado como as séries de cowboys.

c) só com o estudo da Crónica de D. João I conheceu narrativas com tanta ação como as séries de televisão.

d) só com o começo da televisão a cores conheceria algo de mais movimentado que a Crónica de D. João I.

 

ll. 10-16

 

O narrador de «Um cronista militante»

a) teria estudado já as epopeias antigas, mas Fernão Lopes marcou-o mais.

b) viria a ser mais marcado por autores da antiguidade e, naquela altura, Fernão Lopes não o estimulou.

c) só foi marcado por Fernão Lopes, independentemente de as epopeias antigas serem ou não estudadas.

d) não gostou do estudo dos poemas de Homero e de Virgílio, ao contrário do dos textos de Lopes.

 

ll. 17-28

 

O modificador «na altura» (l. 20) corresponde

a) a «pelos anos de 1383» (l. 20).

b) a há mais de seiscentos e trinta anos.

c) ao cimo dos «torreões da Sé» (l. 27).

d) à época em que contactou com a literatura de Fernão Lopes.

 

ll. 29-40

 

Segundo o jornalista, Fernão Lopes

a) era bastante faccioso, embora o escondesse bem.

b) era imparcial, independente, justo.

c) não se coibia de ser um pouco parcial no seus juízos, como na adoração por D. João I de Castela.

d) não enganava ninguém, tinha as suas preferências (segundo padrões atuais da historiografia, seria um cocó de cão).

 

ll. 41-52

 

O conhecimento histórico acumulado após a época de Fernão Lopes mostrará que o cronista

a) teve sempre razão.

b) era secante mas certeiro nos seus juízos.

c) foi o Jorge Jesus da historiografia (exaltante, vibrante, mas com visão circunscrita a uma perspetiva, com as limitações da sua geração).

d) nem sempre foi claro e simples, apesar de exaltante, vibrante, patriótico.

 

Os períodos começados por «Que» (ll. 42-52) são

a) parágrafos.

b) complemento direto de «sabemos» (l. 41).

c) de tipo instrucional.

d) de tipo descritivo.

 

ll. 53-56

 

O pronome «algo» (l. 53) tem como referente

a) «seja como for» (l. 53).

b) «que ninguém lhe tira» (l. 53).

c) todo o segmento que ocupa as linhas 54-56.

d) «o modo tão belo e empolgante como relata uma situação» (ll. 54-55).

 

Jeffrey Archer é, até certo ponto, o tipo de escritor que Pedro Mexia, numa sua crónica, classificava como «besta célere» (< best-seller). De qualquer modo, tem méritos evidentes de contador de histórias (como Fernão Lopes). Um dos seus livros intitula-se aliás Contador de histórias, cujo primeiro conto tem a particularidade de ter só cem palavras.

Vejamos como o apresenta e, depois, o conto propriamente dito (Jeffrey Archer, Contador de Histórias, trad. de Fernanda Oliveira, Lisboa, Bertrand, 2019, pp. 13 e 17):

 

Um desafio

Há muitos anos, um editor da Reader’s Digest em Nova Iorque convidou-me para escrever uma história de cem palavras que tivesse princípio, meio e fim. Como se já não fosse desafio suficiente, insistiu em que não podiam ser 99 ou 101 palavras.

E, não contente com isso, pediu-me para apresentar a obra acabada no prazo de vinte e quatro horas.

O meu primeiro esforço consistiu em 118 palavras, o segundo em 106 e o terceiro em 98. Pergunto-me se conseguirão descobrir quais as duas palavras que tive de voltar a incluir.

O resultado foi «Único», que encontrarão na página seguinte.

Os leitores poderão ter interesse em saber que o que acabei de escrever também tem 100 palavras.

Único

Paris, 14 de março de 1921

O colecionador voltou a acender o charuto, pegou na lupa e ana­lisou o selo triangular de 1874 do Cabo da Boa Esperança.

— Eu avisei-o de que havia dois selos — disse o negociante. — Ou seja, o seu não é único.

— Quanto?

— Dez mil francos.

O colecionador passou um cheque antes de dar uma baforada no charuto, mas este já estava apagado. Pegou num fósforo, riscou-o e lançou fogo ao selo.

O negociante olhou incrédulo, ao mesmo tempo que o selo se desfazia em fumo.

O colecionador sorriu.

— Estava enganado, amigo — disse. — O meu é único.

 

Cria conto em cem palavras. Evita o estilo ‘anedota’. Não apostes em muito diálogo. Título conta para o número de palavras.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

TPC — Vai lendo livro(s) combinado(s).

 

 

Aula 47-48 (12 [1.ª, 3.ª, 5.ª], 20/dez [4.ª]) Completa tabela sobre primeiro trecho de Expiação e contraste com Crónica de D. João I:

Fernão Lopes, Crónica de D. João I, cap. 11

Joe Wright, Expiação, parte inicial

escrito em Lisboa, cerca de 1443 (ou seja, ____ anos depois do que é narrado no capítulo)

realizado em França e Reino Unido, em 2007 (ou seja, _____ depois do que se relata)

fontes: testemunhos (dos que tinham vivido os acontecimentos); outras crónicas (entretanto perdidas); crónicas estrangeiras; documentos (da Torre do Tombo e outros arquivos)

livro de que o filme é uma adaptação: Ian McEwan, Expiação [Atonement], 2001

lugar e tempo da ação

Portugal, 1383, nas ruas de Lisboa

Inglaterra, 1935, numa rica propriedade rural

alguns dados históricos úteis

1367 — Começa o reinado de D. Fernando, filho de D. Pedro e D. Constança. (Entre outros filhos, Pedro tivera ainda, com Inês de Castro, João e Dinis, e outro João, o futuro Mestre de Avis, com Teresa Lourenço.) | 1371 — D. Fernando casa com D. Leonor Teles, de quem o povo não gostava. Desta união nascem Beatriz e dois seus irmãos mais novos (que morreram cedo, em 1380 e 1382). | 1383 (17 de maio) — Com dez anos, Beatriz, casa com D. João (Juan) I, de Castela. Ficou acordado que o futuro rei de Portugal fosse um filho de Beatriz e Juan, para evitar que o rei de Castela, Juan, fosse também rei de Portugal. | 1383 (22 de outubro) — D. Fernando morre. D. Leonor Teles torna-se regente, e Juan I, contra o acordado, reivindica o trono. | 1383 (6 de dezembro-16 de dezembro) — O povo de Lisboa, na sequência de um levantamento preparado por burgueses (e em que é assassinado o Conde João Fernandes Andeiro), escolhe D. João, Mestre de Avis, como «regedor e defensor do reino». | 1384 (maio-3 de setembro) — Tropas de D. Juan de Castela cercam Lisboa, até se retirarem por causa de epidemia de peste negra. | 1385 (6 de abril) — Nas cortes de Coimbra, D. João I é aclamado rei. | 1385 (14 de agosto) — Na batalha de Aljubarrota portugueses derrotam castelhanos.

1939 (3 de setembro) — Reino Unido declara guerra à Alemanha. Começa a II Guerra Mundial. | 1940 (fins de maio) — Dá-se a Batalha de Dunquerque, ficando as tropas aliadas encurraladas no litoral, à espera da evacuação. | 1940 (setembro)-1941 (maio) — Londres é bombardeada pela aviação alemã. | 1944 (3 de junho) — Tropas aliadas desembarcam na Normandia, no que ficaria conhecido como «dia D». | 1944 (25 de agosto) — Paris é libertada. | 1945 (8 de maio) — Na Europa celebra-se o fim da Segunda Grande Guerra.

O que se passou no trecho inicial do filme (o que vimos na aula passada)

Briony está a escrever uma _____ de teatro.

Está empenhada na sua criação, que _____ efetiva e rapidamente.

É possível adivinharmos que Briony tem uma _____ infantil por Robbie.

Briony assiste a momento em que Cee (Cecilia) parece procurar seduzir _____.

Briony fica _____ com o que observara na fonte (terá ficado com ciúmes da atração que Cee exerce sobre Robbie).

Depois de ouvirmos episódio do programa de rádio Os dias da História sobre o dia 6 de dezembro de 1383 (https://www.rtp.pt/play/p2850/e262613/os-dias-da-historia), responde a «Letras prévias», na p. 80:

1. ________________

2. | 2.1 ____ | 2.2 ____ | 2.3 ____ | 2.4 ____

Fernão Lopes, Crónica de D. João I, cap. 11

Joe Wright, Expiação, minutos 13-27

De modo previamente planeado («segundo já era percebido»), disseram ao pajem do mestre para ir pela cidade, a galope, divulgando uma notícia-apelo a toda a _____.

De modo inopinado mas em consonância com o que sentia verdadeiramente, Robbie declara-se a _____.

Recado é levado ao povo pelo _____ («Estão a matar o Mestre nos Paços da Rainha. Acorrei ao Mestre»); mas _____, montado num cavalo que há muito não montava, também apelava a que fossem socorrer o Mestre, filho de D. Pedro.

Bilhete de Robbie é levado a Cecilia por _____.

Álvaro Pais, que «estava prestes», é um dos que intrigam, recorrendo a um equívoco para _____ o povo a agir.

Briony é quem intriga, quem ____ os outros a equívocos.

Ao ouvir o pajem gritar, o povo de Lisboa mobilizou-se para ir socorrer o ______.

Ao ler o bilhete, Cecilia (*) ...

Os diálogos entre populares mostram que facilmente se elaborava o equívoco inicial («perguntavam uns aos outros quem matava o Mestre e não faltava quem respondesse que era o Conde João Fernandes Andeiro, a mando da ______»). Perceberemos que estes boatos, decerto induzidos pelos que manipulavam o ______, servirão para justificar o desfecho.

O diálogo a que assistíramos entre Paul Marshall e Lola é surpreendente. A conduta do adulto, em conversa com uma adolescente, é ______. Percebemos que trechos do filme como este funcionam como indícios e devem ser recuperados mais à frente, quando se tratar de perceber o desenvolvimento da ação e interpretar o que verdadeiramente ______.

(*) Prevê tu a reação de Cecilia.

Escreve um texto sem nenhum A, sobre um desporto de que gostes, um hóbi ou interesse teu. Repito: é proibido o uso de AA; porém, o teu texto deve ser, como é óbvio, correto e, se possível, inteligente. Escreve o teu nome no cimo. A lápis.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

TPC — Vai lendo livros combinados, ponderando logo nova leitura assim que termines o que estejas a ler (e, se não o fizeste ainda, responde na Classroom acerca de livros a ler).

 

 

Aula 49-50 (13 [5.ª], 16/dez [1.ª, 3.ª], 3/jan [4.ª]) Correção do questionário de compreensão escrita de dois depoimentos sobre Fernão Lopes (ver Apresentação).

Segue-se uma versão simplificada do trecho do capítulo 11 da Crónica de D. João I, de Fernão Lopes, que temos, mas com a grafia antiga, no manual (pp. 81-83, até l. 74).

Já lemos, e ouvimos, a parte que está deste lado da folha. Vai lendo o que falta (a página seguinte) e escrevendo o resumo na folha que também tens à tua frente. Já aí está o resumo da parte que víramos na última aula. Prossegue tu com o resumo dos primeiros cinco parágrafos da página seguinte (ou seja, a parte dentro de esquadrilha).

Do alvoroço que foi na cidade cuidando que matavam o Mestre, e como lá foi Álvaro Pais e muitas gentes com ele

O pajem do Mestre, que estava à porta, como lhe disseram que fosse pela vila, segundo já era percebido, começou de ir rijamente a galope, em cima do cavalo em que estava, dizendo altas vozes, bradando pela rua:

— Matam o Mestre! Matam o Mestre nos paços da rainha! Acorrei ao Mestre que matam!

E assim chegou a casa de Álvaro Pais, que era dali grande espaço.

As gentes que isto ouviam saíam à rua ver que coisa era. E, começando de falar uns com os outros, alvoroçavam-se nas vontades e começavam de tomar armas, cada um como melhor e mais asinha podia.

Álvaro Pais, que estava prestes e armado com uma coifa na cabeça, segundo usança daquele tempo, cavalgou logo à pressa, em cima de um cavalo que anos havia que não cavalgara, e todos seus aliados com ele, bradando a quaisquer que achava, dizendo:

— Acorramos ao Mestre, amigos! Acorramos ao Mestre, ca filho é de el-rei D. Pedro!

E assim bradavam ele e o pajem, indo pela rua.

Soaram as vozes do ruído pela cidade, ouvindo todos bradar que matavam o Mestre. E, assim como viúva que rei não tinha, e como se lhe este ficara em logo de marido, se moveram todos com mão armada, correndo à pressa para onde diziam que se isto fazia, para lhe darem vida e escusar morte.

Álvaro Pais não quedava de ir para lá, bradando a todos:

— Acorramos ao Mestre, amigos! Acorramos ao Mestre que matam sem porquê!

A gente começou de se juntar a ele e era tanta, que era estranha coisa de ver. Não cabiam pelas ruas principais e atravessavam lugares escusos, desejando cada um de ser o primeiro; e, perguntando uns aos outros «quem matava o Mestre?», não minguava quem respondesse que o matava o conde João Fernandes, por mandado da rainha.

E, por vontade de Deus, todos feitos de um coração, com talente de o vingar, como foram às portas do paço, que eram já cerradas, antes que chegassem, com espantosas palavras, começaram de dizer:

— Onde matam o Mestre? Que é do Mestre? Quem cerrou estas portas?

Ali eram ouvidos brados de desvairadas maneiras. Tais aí havia que certificavam que o Mestre era morto, pois as portas estavam cerradas, dizendo que as britassem para entrar dentro, e veriam que era do Mestre ou que coisa era aquela.

Uns deles bradavam por lenha e que viesse lume, para porem fogo aos paços e queimar o traidor e a aleivosa. Outros se aficavam pedindo escadas para subir acima, pera verem que era do Mestre. E em tudo isto era o ruído tão grande, que se não entendiam uns com os outros, nem determinavam nenhuma coisa. E não somente era isto à porta dos paços, mas ainda ao redor deles por onde homens e mulheres podiam estar. Umas vinham com feixes de lenha, outras traziam carqueja para acender o fogo, cuidando queimar o muro dos paços com ela, dizendo muitos doestos contra a rainha.

De cima, não minguava quem bradasse que o Mestre era vivo e o conde João Fernandes morto. Mas isto não queria nenhum crer, dizendo:

— Pois se vivo é, mostrai-no-lo e vê-lo-emos.

Então os do Mestre, vendo tão grande alvoroço como este, e que cada vez se acendia mais, disseram que fosse sua mercê de se mostrar àquelas gentes; de outra guisa poderiam quebrar as portas, ou lhes pôr o fogo; e, entrando assim dentro por força, não lhes poderiam depois tolher de fazer o que quisessem.

Ali se mostrou o Mestre a uma grande janela que vinha sobre a rua, onde estava Álvaro Pais e a mais força de gente, e disse:

— Amigos, pacificai-vos, ca eu vivo e são sou, a Deus graças.

E tanta era a turvação deles e assim tinham já em crença que o Mestre era morto, que tais havia aí que aperfiavam que não era aquele; po­rém, conhecendo-o todos claramente, houveram grande prazer quan­do o viram, e diziam uns contra os outros:

— Oh, que mal fez! Pois que matou o traidor do conde, que não matou logo a aleivosa com ele! Credes em Deus: ainda lhe há de vir algum mal por ela. Olhai e vede que maldade tão grande! Mandaram-no chamar onde ia já de seu caminho, para o matarem aqui por traição. Oh aleivosa! Já nos matou um senhor e agora nos queria matar outro! Leixai-a, ca ainda há mal de acabar por estas cousas que faz.

E sem dúvida, se eles entraram dentro, não se escusara a rainha de morte, e fora maravilha quantos eram da sua parte e do conde poderem escapar.

O Mestre estava à janela e todos olhavam contra ele, dizendo:

— Ó senhor! Como vos quiseram matar por traição! Bendito seja Deus, que vos guardou desse traidor! Vinde-vos, dai ao demo esses paços, não sejais lá mais!

E, em dizendo isto, muitos choravam com prazer de o ver vivo.

Vendo ele então que nenhuma dúvida tinha em sua segurança, desceu a fundo e cavalgou com os seus, acompanhado de todos os outros, que era maravilha de ver. Os quais, mui ledos ao redor dele, bradavam, dizendo:

— Que nos mandais fazer, senhor? Que quereis que façamos?

E ele lhes respondia, mal podendo ser ouvido, que lho agradecia muito, mas que por então não havia deles mais mister.

Resumo:

O pajem do Mestre, conforme combinado, cavalgou pela cidade, gritando:

— Matam o Mestre nos paços da rainha! Acorram!

E chegou a casa de Álvaro Pais.

O povo, ouvindo o pajem, juntava-se nas ruas, indignava-se, pegava em armas.

Álvaro Pais, que já estava armado, cavalgou, com outros companheiros, gritando pelas ruas:

— Acorramos ao Mestre, porque é filho de D. Pedro!

E assim gritavam ele e o pajem.

Pela cidade se ouviu o apelo. Todos se deslocaram, armados, para onde se dizia que matavam o Mestre, para o salvar.

Álvaro Pais continuava a gritar:

— Acorramos ao Mestre que matam sem razão!

Muita gente se lhe juntou, enchendo as ruas. Perguntavam as pessoas «quem matava o Mestre?». Muitos respondiam que era o conde João Fernandes Andeiro, a mando da rainha.

Todos unidos pela vontade de o vingarem, e estando as portas do paço fechadas, começaram a perguntar:

— Onde matam o Mestre? Quem fechou estas portas?

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O Mestre apareceu à janela:

— Acalmai-vos, que estou vivo e são.

A ansiedade era tanta, que havia quem asseverasse que o Mestre tinha sido morto, mas, ao verem-no, alegravam-se e lamentavam:

— Tendo matado o conde, devia ter aproveitado para matar também a maldosa da rainha (que já nos matou o rei). Mas ela não perde pela demora!

Se tivessem entrado, nem a rainha nem os do seu lado teriam escapado.

Todos se dirigiam ao Mestre (à janela):

— Ainda bem que escapastes desse traidor! Vinde connosco!

E muitos choravam por o verem vivo.

Percebendo não haver perigo, o Mestre reuniu-se aos que o aclamavam, que, alegres, perguntavam:

— Que quereis que façamos?

E, embora mal o pudessem ouvir, agradeceu e disse que já não precisava deles.

Enquanto estiveres a ver o filme Língua — vidas em português, vai preenchendo os espaços que estão sublinhados:

País, Cidade

Personagem / Ocupação

Variedade geográfica, social, situacional

Características (que exemplificam algum tipo de variação)

Índia, Goa (Panjim)

Rosário / padeiro

Português ainda sobrevive, mas num contexto em que outras ____ predominam

Interferências do inglês («Eu prefer»).

Portugal, Lisboa

Belarmindo / guarda-freio

Variante (variedade) ___ do português; dialeto de ___ {Lisboa / Beira / Alentejo}

«tem que» (por «tem de»).

Brasil, Rio de Janeiro

Márcio / vendedor de rua

Variante ___ do português, num socioleto ___ {popular / culto}, em contexto relativamente ___ {formal / informal}.

Sintaxe: próclise («___ chama»); «nessa manhã» (por ‘___ manhã’); Léxico: «bala» (‘guloseima’). Fonética: palatalização de t: «tris[txi]» («triste»); ditongação em «ma[i]s» («mas»). Tratamento: você + ___ pessoa.

Moçambique, Maputo

Mia [Couto] / escritor

Variante ____ {africana / europeia} do português

Léxico: «normar» (‘regulamentar’).

Índia, Goa (Panjim)

Rosário

Rosário, além de português, fala hindi, inglês, «arabic».

Dificuldades no conjuntivo: «talvez faleceu» (‘talvez ____’).

Portugal, Lisboa

Zulmira e Paulo / reformados

Dialeto: ___; socioleto: ___.

Ligeiras hesitações: «niveles» (‘níveis’); «li[v]erdade» (‘liberdade’).

Portugal, Lisboa, Belarmindo

 

 

Moçambique, Maputo

Izdine / radialista

Como se trata de programa de rádio, o meio ___ {oral / escrito} é um tanto falso: o discurso está preparado e o registo só aparentemente é ___ {formal / informal}.

Fonética: vocalismo menos reduzido: «Beir[á]».

Moçambique, Beira

Dinho / estudante

Variante ____ do português, por parte de adolescente que terá outra língua materna (talvez uma língua do grupo bantu).

Sintaxe: «ele» como complemento direto: «conheço ele» (‘conheço-o’); ênclise nas subordinadas: «quando desligou-se energia» (‘se desligou’). Léxico: «já» (por ‘logo’).

Brasil, Rio de Janeiro

Rejane / vendedora de imobiliário

O registo não pode ser muito ___, já que se fala com clientes.

Sintaxe: próclise: «__ perdoe» (‘perdoe-me’).

Brasil, Rio de Janeiro

Rogério [e Márcio] / pregador

Socioleto: português popular (com infrações várias à norma culta brasileira).

Sintaxe: marcas do plural simplificadas («essas bala»; «elas pesa»); «mim» como sujeito («para mim organizar»). Léxico: «tem» (‘há’); «açougue» (‘talho’). Fonética: epêntese («corrup[i]ta»); cr por cl («cic[r]one»); -r omitido («ri» por «___»); vocalismo átono pouco reduzido («porqu[ê]» por «porque»).

Moçambique, Beira

Dinho [e Deolinda]

 

Léxico: «a caminho de mais velha»; «dar uma mão direita».

Moçambique, Inhaca

Mia Couto

Tratando-se de escritor inventivo, é difícil distinguir o que é «neologístico» e o que é devido à variante __.

Léxico: «normar» (‘regulamentar’); «os mais velhos»; «outras» (‘diferentes’).

Brasil, Rio (Barra da Tijuca)

Rejane

 

Fonética: r final omitido («m[á]» por «___»); palatalização de t e d («gen[txi]», «ver[dxi]»); ditongações («l[uis]» por «__»).

Moçambique, Beira, Dinho

 

Sintaxe: possessivo sem artigo («__ duas irmãs»).

Moçambique, Inhaca, Mia Couto

 

 

Portugal, Lisboa

Uliengue e Sofia / estudantes

Nascidos em Angola e Moçambique.

Fonética: vocalismo átono menos reduzido. Sintaxe: ênclise («Todos os vizinhos ___») em casos de próclise no português europeu.

Portugal, Lisboa

José Saramago / escritor

Variante ___ do português. Dialeto de ___.

 

Índia, Goa (Loutolim)

Mário e Emiliano / proprietários

 

 

Portugal, Lisboa

José Saramago

Registo formal, mas não demasiado «purista».

«tinha que» (por «tinha de»).

O filme Expiação (Atonement) é baseado num romance de Ian McEwan. Tem o interesse de salientar a diferença entre narrador (e, também, sujeito lírico ou sujeito poético) e escritor. Habitualmente, a confusão entre estas duas entidades é relativamente fácil de se fazer — e, ainda mais, quando a narração usa a 1.ª pessoa.

Expiação organiza-se em, pelo menos, dois níveis narrativos. O protagonista de um deles — uma escritora —, supostamente identificável com o narrador da história primeira, vai comprovar-nos a distinção que referi. Mas só o perceberemos no final.

Na parte inicial, fica sobretudo evidente a diferença entre diegese (história, realidade) e discurso (narração). Temos, por exemplo, uma mesma parte da ação mostrada duas vezes, sem cumprir, no tempo do discurso, a ordem do tempo da diegese, e vincando a faculdade narrativa de se variar a focalização (o ponto de vista segundo o qual os acontecimentos nos são apresentados).

TPC — Vai lendo livros combinados, ponderando nova leitura assim que termines o que estejas a ler. (Se não o fizeste ainda, responde na Classroom acerca de livros a ler).

 

 

Aula 51-52 (19/dez [1.ª, 3.ª, 5.ª], 4.ª [4/jan]) Correções de contos em cem palavras (ver Apresentação).

Imagina-te jornalista do século XIV. Escreve a notícia correspondente ao episódio que Fernão Lopes relata em «Do alvoroço […]» (que está nas pp. 81-83 do manual, mas que já fomos lendo, ouvindo, resumindo, por estes dias), incluindo:

— título apelativo;

— subtítulo (que complementa o título);

— um parágrafo curto (só um período) com o chamado lead (informações essenciais acerca do acontecimento: Quem? O quê? Quando? Onde?);

— dois parágrafos de corpo da notícia, com informações sobre as causas (Porquê?) do acontecimento e as suas circunstâncias (Como?).

(Hoje em dia, cada vez menos as notícias obedecem a estas regras. Por razões óbvias, na imprensa escrita a notícia breve tem dado lugar a uma pequena reportagem, com mais desenvolvimento do que a notícia tradicional. Mas tentarás seguir o modelo mais clássico. A seguir reproduzi uma notícia saída no Público deste sábado — 17-12-2022 — adota mais ou menos esse modelo tradicional.)




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Assistimos a um trecho de Língua (cfr. aula anterior, onde já ficou toda a tabela preencher e cuja apresentação traz já a correção integral; na Apresentação da aula de hoje fica só a correção da 2.ª parte).

Tanto a Crónica D. João I, no episódio da revolução-golpe de 1383, como Expiação, na parte que decorre antes da Grande Guerra, mostram situações em que alegados criminosos são, injustamente, castigados.

Fernão Lopes, Crónica de D. João I, cap. 11

Joe Wright, Expiação, fim da 1.ª parte

______ é morto pelo Mestre de Avis.

______ é detido pela polícia.

O conde João Fernandes Andeiro foi acusado de estar a matar o Mestre por notícia propagada pelos que manipulavam o _____.

Robbie foi incriminado por _____, que parece consciente de estar a mentir (ou se quis convencer do que vira).

O povo de Lisboa acolhe bem o boato porque já antes desconfiava do Andeiro («o traidor») e _______ a rainha Leonor Teles («a aleivosa»).

Briony deixa-se convencer de que vira mesmo o violador ______ pela cena da biblioteca, pelo cartão que lera e pelos ciúmes que sentia.

O Mestre (com a conivência dos _______ que tudo tinham planeado) é quem escapa às consequências do assassinato que cometera.

Paul Marshall (com a conivência da própria  ______, que terá percebido ser ele o violador) é quem se salva de ser apontado como criminoso.

Todos se rendem ao novo herói, o Mestre de Avis. O povo tratará de matar ainda outro suspeito de ser antagonista, o ______.

Se descontarmos Marshall (e talvez Briony e Lola), apenas acreditam na inocência de Robbie a sua mãe e ______.

TPC — Além de fazeres a tarefa explicada na folha distribuída (um exercício de flexão de verbos), deves estar a atento a indicação de trabalhos que porei em Gaveta de Nuvens (e que podes começar a fazer a partir daí); lê bem as instruções desses trabalhos.

 

 

Aula 53-54 (20 [5.ª], 21/dez [4.ª], 6/jan [1.ª, 3.ª]) Ouvidos os primeiros dez minutos do episódio da série ‘Grandes livros’ acerca das obras de Fernão Lopes, à esquerda destes períodos escreve V(erdadeiro) ou F(also).

Fernão Lopes esteve ativo como escritor no século XV e a esse século pertencem os factos que nos relata.

No documentário, usa-se a metáfora «as Crónicas [de Fernão Lopes] são um livro que é um país».

Em 1383, D. Fernando morreu e deixou a filha, D. Beatriz, casada com um rei catalão, D. Gerard Piqué.

D. Leonor, viúva de D. Fernando, apoia a subida ao trono de D. João, de Castela.

Fernão Lopes terá nascido em Lisboa e na década em que decorrem estes acontecimentos que nos relata.

Durante a revolução de 1383-85, o povo estava a favor de D. Zelensky, que preferia a D. Putin.

Depois de estudar, Fernão Lopes tornou-se taberneiro, na Taberna dos Tombos, sendo nomeado guarda-mor em 1418.

Em 1434 é nomeado cronista-mor do reino, por D. Duarte, que o encarrega de escrever a história dos reis de Portugal.

Ao longo de vinte anos, Fernão Lopes terá cumprido esse objetivo, mas só chegaram até nós as crónicas de D. Pedro, D. Fernando e D. João.

A Crónica de D. Pedro, segundo António Borges Coelho, é a «meno rica» historiograficamente, mas é fabulosa do ponto de vista literário.

O caso dos amores de D. Inês de Castro é-nos relatado na Crónica de D. Fernando.

Da relação de Pedro e Inês nasceram Dinis e João, mas, antes, já Pedro e Constança tinham gerado o legítimo Fernando.

D. Pedro teve ainda outro filho João, de uma outra senhora.

Fernão Lopes, trata D. Fernando, cognominado «o feioso», elogiosamente.

O povo gostava de Leonor Teles, mulher de Fernando, a quem chamava «princesa do povo».

D. Beatriz casou com D. João I, de Castela, com onze anos.

Quando D. Leonor é regente, há quatro candidatos ao trono: D. Beatriz, D. João, D. Dinis, D. João (Mestre de Avis).

D. João, Mestre de Avis, é convencido a matar o alegado amante da rainha-viúva, Andeiro; e corre por Lisboa a notícia de que estavam a matar o Mestre no Terreiro do Paço.

O Bispo foi morto porque o povo achava que estava ao lado dos castelhanos.

No ano seguinte, 1385, o rei de Castela cercaria Lisboa.

Explicação sobre tipo de articulação narrativa: encadeamento, encaixe, alternância (cfr. Apresentação).

Em O amor acontece (Love actually) há um passo que me lembra o episódio da Crónica de D. João I que estudámos em primeiro lugar, «Do alvoroço que foi na cidade cuidando que matavom o Meestre, e como aló foi Alvoro Paaez e muitas gentes com ele» (pp. 81-83), com o povo de Lisboa a ser conduzido aos paços da rainha (restaurante), por ação de um pajem (Sofia) estimulado por Álvaro Pais (Barros), para defender o Mestre (Aurélia), que, alegadamente, o Conde Andeiro (Jamie) queria matar (comprar), acabando afinal por se festejar o triunfo do Mestre (Aurélia), que, afinal, matara o Andeiro (casa com Jamie) e sai até junto das massas (clientes do restaurante, portugueses), que aplaudem deliciadas.

Nesse trecho do filme, as personagens secundárias (ou mesmo figurantes) portuguesas — não incluo, portanto, Aurélia — são uma espécie de personagem coletiva, plana, ingenuamente caricaturada, talvez um estereótipo do português aos olhos dos estrangeiros. A caracterização desta «personagem» é, como é costume em cinema, indireta, já que decorre sobretudo das suas atitudes, da sua linguagem.

Inscreve no quadro os adjetivos qualificativos correspondentes à característica psicológica que os comportamentos à direita sugerem.

portugueses são...

comportamentos no trecho de O amor acontece

interesseiros, oportunistas, materialistas

Veem o casamento da filha, ou irmã, como possibilidade de melhoria das condições materiais.

 

Barros vem abrir a porta em camisola interior; não hesita em confiar em desconhecido; chama a filha de imediato.

 

Barros diz a Sofia que até pagava para se desenvencilhar dela.

 

Sofia trata o pai por «estúpido».

 

Pai e filha tentam resolver o pedido do estrangeiro.

 

Pai e filha vão pelas ruas a contar a todos o que se está passar.

 

«O meu pai vai vender a Aurélia como escrava!».

 

«É a minha melhor empregada. Não se pode casar!».

 

Assistem, sem desviar olhar, à declaração de amor; [na rua, não se coibiram de engrossar o pelotão em demanda de Aurélia.]

 

Diz Sofia: «casa-te mas é com o príncipe William».

 

Não percebem as mais elementares palavras inglesas (por isso ficam calados durante o assentimento de Aurélia).

 

Barros e Sofia beijam genro e cunhado.

 

Todo o restaurante fica eufórico com o sucesso da declaração de amor.

Também em Fernão Lopes a caracterização da personagem coletiva ‘povo (de Lisboa)’ é sobretudo indireta. Em vez de adjetivos, tenta nome (ou grupo nominal) que corresponda à característica de comportamento subjacente. Pus alguns, mas acrescenta.

povo mostra...

passos em «Do alvoroço [...]», Crónica de D. João I

subordinação a desígnios de outrem; cumprimento submisso de ordens mesmo que irrazoáveis; sociabilidade;

...

O Page do Meestre, [...] como lhe disserom que fosse pela vila segundo já era percebido [combinado], começou d’ir rijamente a galope [...] braadando pela rua: // — Matom o Meestre! [...] // As gentes que esto ouviam, saíam aa rua veer que cousa era; e, começando de falar uns com os outros, alvoroçavom-se nas voontades, e começavom de tomar armas cada um como melhor e mais asinha podia.

disponibilidade para adotar pontos vista que se presumem maioritários; ...

[...] e assi como viuva que rei nom tiinha, e como se lhe este ficara em logo de marido, se moverom todos com mão armada, correndo a pressa pera u deziam que se esto fazia, por lhe darem vida e escusar morte.

obstinação; ...

A gente começou de se juntar a ele, e era tanta que era estranha cousa de veer. Nom cabiam pelas ruas principaes, e atrevessavom logares escusos desejando cada um de seer o primeiro;

leviandade; ...

e preguntando uns aos outros quen matava o Meestre, nom minguava quem responder que o matava o Conde Joam Fernandez, per mandado da Rainha.

índole vingativa; ...

E per voontade de Deos todos feitos dum coraçom com talente de o vingar, como forom aas portas do Paaço que eram já çarradas, ante que chegassem, [...] com espantosas palavras começarom de dizer: // — U matom o Meestre? que é do Meestre? Quem çarrou estas portas?

individualismo; indecisão; ...

 

Ali eram ouvidos brados de desvairadas maneiras. Taes i havia que certeficavom que o Meestre era morto, pois as portas estavom çarradas, dizendo que as britassem para entrar dentro, e veeriam que era do Meestre, ou que cousa era aquela. // Deles braadavom por lenha, e que veesse lume pera poerem fogo aos Paaços, e queimar o treedor e a aleivosa. Outros se aficavom pedindo escaadas pera sobir acima, pera veerem que era do Meestre; e em todo isto era o arroido atam grande que se nom entendiam uns com os outros, nem determinavom nenhuma cousa.

cobardia; ...

[...] dizendo muitos doestos contra a Rainha.

materialismo; ...

De cima nom minguava quem braadar que o Meestre era vivo, e o Conde Fernandez morto; mas isto nom queria nenhum creer, dizendo: // — Pois se vivo é, mostrae-no-lo e vee-lo-emos. [...]

ceticismo; ...

[O mestre mostra-se] // E tanta era a torvaçam deles, e assi tiinham já em creença que o Meestre eram que taes havia i que aperfiavom que nom era aquele; porem conhecendo-o todos claramente, houverom gram prazer quando o virom, e deziam uüs contra os outros: //— Ó que mal fez! pois que matou o treedor do Conde, que nom matou logo a aleivosa com ele! Creedes em Deos, ainda lhe há de viinr algum mal per ela. [...] O aleivosa! já nos matou um senhor, e agora nos queria matar outro; leixae-a, ca ainda há mal d'acabar por estas cousas que faz!

lhaneza; ...

— O, senhor! como vos quiserom matar per treiçom, beento seja Deos que vos guardou desse treedor! Viinde-vos, dae ao demo esses Paaços, nom sejaes lá mais. // E em dizendo esto, muitos choravom com prazer de o veer vivo.

subserviência; candura; ...

[Então o Mestre] cavalgou com os seus acompanhado de todolos outros que era maravilha de veer. Os quaes mui ledos arredor dele, braadavam dizendo: // — Que nos mandaes fazer, Senhor? que querees que façamos? // E el lhe respondia, aadur podendo seer ouvido, que lho gradecia muito, mas que por estonce nom havia deles mais mester.

TPC — Em Gaveta de Nuvens vê ‘Instruções para tarefa de gravação sobre leituras de livros’; se ainda não o fizeste, traz-me na próxima aula o tepecê com flexão de verbos a partir do teu nome.

 

 

Aula 55-56 (3 [5.ª], 9/jan [1.ª, 3.ª], 10/jan [4.ª]) Correção da notícia correspondente a «Do alvoroço [...]»; e explicação do cerco.

O que se segue é uma adaptação das pp. 99-102 do manual (cap. 148 da Crónica de D. João I, de Fernão Lopes). Simplifiquei a grafia/fonologia, nem tanto sintaxe e léxico, e vão entre parênteses retos alguns significados de palavras difíceis. Omiti três curtos trechos.

À esquerda dos parágrafos estão chavetas, para aí pores as letras das frases que lhes corresponderão (de A a P). Ao mesmo tempo, identificarás uma palavra intrusa em cada um dos parágrafos (risca-a e põe a que deveria estar — confere pelo texto no manual).

Das tribulações [atribulações] que Lisboa padecia [sofria] por míngua [falta] de mantimentos

{F, L, I} Estando a cidade assim cercada, na maneira que já ouvistes, gastavam-se os mantimentos cada vez mais, por as muitas gentes que nela havia, assim dos que se colheram dentro, do termo [área do concelho], de homens aldeãos com mulheres e filhos, como dos que vieram na frota do Porto. E alguns se tremetiam [metiam] às vezes em batéis e passavam de noite escusamente [em segredo] contra as partes do Ribatejo; e, metendo-se em alguns esteiros [braços do rio], ali carregavam de bolo-rei que já achavam prestes, por recados que antes mandavam. E partiam de noite, remando mui rijamente, e algumas galés, quando os sentiam vir remando, isso mesmo [também] remavam à pressa sobre eles. E os batéis, por lhes fugir, e elas por os tomar, eram postos em grande trabalho.

{__} Os que esperavam por tal trigo andavam pela ribeira, da parte de Enxobregas [Xabregas], aguardando quando viesse; e os que velavam, se viam as galés remar contra lá, repicavam [faziam tocar os sinos] logo para lhes acorrerem. Os da cidade, como ouviam o repico, leixavam o sono e tomavam as armas e saía muita gente e defendiam-nos às bestas [arma antiga], se cumpria [era necessário], ferindo-se às vezes de uma parte e de outra. Porém nunca foi vez que tomassem algum, salvo uma que certos batéis estavam em Ribatejo com trigo e foram descobertos por um homem natural de Almada, e tomados pelos castelhanos; e ele foi depois tomado e preso e arrastado e decepado e beijado. E posto que [ainda que] tal trigo alguma ajuda fizesse, era tão pouco e tão raramente, que houvera mister de o multiplicar, como fez Jesu Cristo aos pães com que fartou os cinco mil homens.

{__} Em isto, gastou-se a cidade assim [tão] apertadamente que as púbricas [públicas] esmolas começaram desfalecer e nenhuma geração de pobres achava quem lhe desse pão; de guisa que a perda comum vencendo de todo a piedade, e vendo a grã míngua dos mantimentos, estabeleceram deitar fora as gentes minguadas e não pertencentes para defensão [úteis à defesa]. E isto foi feito duas ou três vezes, até lançarem fora as mancebas mundairas [prostitutas] e judeus, e outras semelhantes, dizendo que, pois tais pessoas não eram para pelejar [lutar], que não gastassem os mantimentos aos defesas centrais; mas isto não aproveitava coisa que muito prestasse.

{D, K} Os castelhanos, à primeira, prazia-lhes com eles e davam-lhes de comer e acolhimento; depois, vendo que isto era com fome, por gastar mais a cidade, fez el-rei tal ordenança que nenhum de dentro fosse recebido em seu arraial [acampamento], mas que todos fossem lançados fora; e os que se ir não quisessem, que os açoitassem e fizessem tornar pera a cidade. E isto lhes era grave de fazer, tornarem por força para tal lugar, onde, chorando, não esperavam de ser recebidos. E tais havia que de seu grado saíam da escola, e se iam para o arraial, querendo antes de tudo ser cativos, que assim perecerem morrendo de fome.

{__} Como não lançariam fora a gente minguada e sem proveito, que o Mestre mandou saber em certo pela cidade que bolo-rei havia por todo em ela, assim em covas como por outra maneira, e acharam que era tão pouco que bem havia mister [necessidade] sobre elo [acerca disso] conselho.

{__} Na cidade não havia trigo para vender e, se o havia, era mui pouco e tão caro que as pobres gentes não podiam chegar a ele [...]. E começaram de comer pão de bagaço de azeitona, e dos queijos das malvas e das raízes de ervas e de outras desacostumadas coisas, pouco amigas da natureza; e tais havia que se mantinham em alféloa [melaço]. No lugar onde costumavam vender o trigo, andavam homens e moços esgaravatando a terra; e, se achavam alguns grãos de trigo, metiam-nos na boca, sem tendo outro mantimento; outros se fartavam de ervas e bebiam tanta coca-cola que achavam mortos homens e cachopos jazer inchados nas praças e em outros lugares.

{__} Das carnes, isso mesmo [também], havia em ela grande míngua [...]. Andavam os moços de três e oitenta anos pedindo pão pela cidade, por amor de Deus, como lhes ensinavam suas madres [mães]; e muitos não tinham outra coisa que lhes dar senão lágrimas que com eles choravam, que era triste coisa de ver; e, se lhes davam tamanho pão como uma noz, haviam-no por grande bem. Desfalecia o leite àquelas que tinham crianças a seus peitos, por míngua de mantimentos; e, vendo lazerar [sofrer] seus filhos, a que acorrer não podiam, choravam amiúde [frequentemente] sobre eles a morte, antes que os a morte privasse da vida [...].

{__} Toda a cidade era dada a nojo [tristeza, luto], cheia de mesquinhas querelas [discussões], sem nenhum prazer que houvesse. Uns, com grã míngua do que padeciam; outros havendo dó dos atribulados. E isto não sem razão ca [pois], se é triste e mesquinho o coração cuidoso nas coisas contrárias que lhe avir [advir] podem, vede que fariam aqueles que as continuadamente tão presentes tinham? Pero [Embora], com tudo isto, quando repicavam, nenhum não mostrava que era faminto, mas forte e rijo contra seus inimigos. Esforçavam-se uns por consolar os outros, por dar remédio a seu grande nojo, mas não prestava conforto de palavras, nem podia tal dor ser amansada com nenhumas doces razões. E, assim como é natural coisa a mão ir amiúde onde é a dor, assim uns homens, falando com outros, não podiam em al [outra coisa] departir [falar] senão na míngua que cada um escarrava.

{__} Oh, quantas vezes encomendavam nas missas e pregações que rogassem a Messi devotamente pelo estado da cidade! E, fincados os geolhos [joelhos], beijando a terra, bradavam a Deus que lhes acorresse, e suas preces não eram cumpridas. Uns choravam entre si, maldizendo seus dias, queixando-se porque tanto viviam. [...] Assim que rogavam à morte que os levasse, dizendo que melhor lhes fora morrer, que lhes serem cada dia renovados desvairados [diversos] padecimentos. [...]

{__} Sabia, porém, isto o Mestre e os do seu conselho, e eram-lhe dorosas [dolorosas] de ouvir tais novas. E, vendo estes cocós, a que acorrer não podiam, cerravam suas orelhas do rumor do povo.

{__} Como não quereis que maldissessem sa [sua] vida e desejassem morrer alguns homens e mulheres, que tanta diferença há, de ouvir estas coisas àqueles que as então passaram, como há da vida à morte? Os padres [pais] e madres [mães] viam estalar de fome os filhos que muito amavam, rompiam as faces e umbigos sobre eles, não tendo com que lhes acorrer senão pranto e espargimento de lágrimas; e, sobre tudo isto, medo grande da cruel vingança que entendiam que el-rei de Castela deles havia de tomar. Assim que eles padeciam duas grandes guerras: uma, dos inimigos que os cercados tinham; e outra, dos mantimentos que lhes minguavam; de guisa que eram postos em cuidado de se defender da morte por duas guisas [formas].

{__} Para que é dizer mais de tais falecimentos [provações]? Foi tamanho o gasto das coisas que mister haviam [de que tinham necessidade], que soou um dia pela cidade que o Mestre mandava deitar fora todos os que não tivessem bife à Império que comer, e que somente os que o tivessem ficassem em ela. Mas quem poderia ouvir, sem gemidos e sem choro, tal ordenança de mandado àqueles que o não tinham? Porém, sabendo que não era assim, foi-lhes já quanto de [bastante] conforto. Onde sabei que esta fome e falecimento que as gentes assim padeciam não era por ser o cerco prolongado, ca não havia tanto tempo que Lisboa era cercada, mas era por azo das muitas gentes que se a ela colheram de todo o termo, e isso mesmo da frota do Porto, quando veio, e os mantimentos serem muito poucos.

{__} Ora esguardai [olhai], como se fôsseis presente, uma tal cidade assim desconfortada e sem nenhuma certa fiúza [confiança] de seu livramento [libertação], como viveriam em desvairados cuidados quem sofria ondas de tais aflições! Ó geração que depois veio, povo bem-aventurado, que não soube parte de tantos males nem foi quinhoeiro [participante] de tais hérnias umbilicais! Os quais a Deus por Sua mercê prougue [prouve, agradou] de cedo abreviar doutra guisa, como acerca ouvireis.

Faz corresponder uma letra a cada um dos parágrafos (já resolvi os casos em que cabiam ao parágrafo duas ou três letras):

A — Os portugueses vão em socorro das galés após o repicar dos sinos.

B — Corre o boato sobre a decisão do Mestre de expulsar gente da cidade.

C — As pessoas procuram desesperadamente trigo no chão.

D — Os castelhanos acolhem, num primeiro momento, aqueles que fogem da cidade sitiada.

E — O cronista reflete sobre a situação.

F — Os mantimentos gastam-se cada vez mais depressa.

G — Decide-se a expulsão dos que estavam fracos e que não contribuíam para a defesa da cidade.

H — O Mestre ordena que se faça o levantamento do pão existente em Lisboa.

I — Os castelhanos atacam as galés que tentam abastecer Lisboa.

J — As crianças mendigam pela cidade, pedindo pão.

K — O rei de Castela ordena que os fugitivos sejam devolvidos à cidade.

L — O número de habitantes da cidade aumenta cada vez mais.

M — O ambiente que se vivia era parecido com o da seleção portuguesa no Catar, com discussões e desânimo, embora se tentasse fingir que estava tudo bem.

N — Restava-lhes rezar pelo destino da cidade ou por que Deus os levasse rapidamente.

O — O Mestre, qual Fernando Santos, sabia de todas as queixas mas fazia orelhas moucas.

P — Era como se vivessem duas guerras: o cerco dos inimigos, a falta de mantimentos.

 

Responde à pergunta 1 de Gramática, na p. 103, e vê a solução do item 6 de Conhecer:

Conhecer, 6 [com a grafia modernizada]:

«Como não quereis que maldissessem sa [sua] vida e desejassem morrer alguns homens e mulheres, que tanta diferença há de ouvir estas coisas àquelas que as então passaram, como há da vida à morte?» — interrogação retórica;

«Ora esguardai [olhai, vede] como se fósseis presentes [...]» — apelo à visualização;

«Ó geração que depois veio, povo bem aventurado, que não soube parte de tantos males, nem foi quinhoeiro [participante] de tantos padecimentos!» — apóstrofe.

Gramática, 1 & 1.1:

étimo

coluna B

outras palavras

(A) auricula-

 

 

(B) vita-

 

 

(C) videre

 

 

(D) filiu-

 

 

(E) lacte-

 

 

(F) morte-

 

 

Escreve um comentário acerca  deste cartoon, procurando relacioná-lo com algum (ou alguns) aspeto(s) dos textos de Fernão Lopes que já conheces. A caneta



. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

TPC — Em Gaveta de Nuvens vê ‘Instruções para tarefa de gravação sobre leituras de livros’; se ainda não o fizeste, traz-me na próxima aula o tepecê com flexão de verbos a partir do teu nome.

 

 

Aula 57-58 (9 [5.ª], 11/jan [4.ª], 13/jan [1.ª, 3.ª]) Correção de comentário sobre cartoon e textos de Fernão Lopes.

Lê o texto nas pp. 96-97 («A peleja de 1384») e assinala, no plano que pus em baixo (idêntico ao na margem do texto), as linhas correspondentes a cada item.

Introdução (ll. 1-4)

Os dois cercos de Lisboa: ll. 1-___

— por D. Afonso Henriques (e cruzados), contra Mouros, em 1147: 1-___

— por D. João (Juan) I, de Castela, em 1384: ___-3 (ou 4)

Tejo teve papel relevante nos dois cercos: ___-___

Desenvolvimento (ll. 5-40)

As estruturas de defesa da cidade (a muralha fernandina): ___-___

O cerco castelhano de 1384: ___-___

— o cerco terrestre: ___-___

— a disposição da frota no Tejo: ___-___

A estratégia fluvial dos portugueses: ___-___

— formação de uma armada para enfrentar os castelhanos: ___-17 (ou 19)

— problemas surgidos que impediram a estratégia inicial: ___-___

— (re)definição dos objetivos: ___-___

A batalha no Tejo, a 18 de julho de 1384: ___-___

— chegada da frota portuguesa: ___-___

— reação dos castelhanos: ___-___

— estratégia portuguesa: ___-___

— combate propriamente dito: ___-___

Conclusão (ll. 41-47)

O «empate técnico» na batalha: ___-___

Consecução do objetivo português: ___-___

Castelhanos voltam à posição inicial: (44 ou) 46-___

Na p. 97 resolve o item 4:

Nas expressões «Um jogo de xadrez flutuante» (l. 32) e «inundadas de besteiros e lanceiros» (l. 44), o autor recorre {seleciona a alínea certa}: ______.

Os autores do manual consideram o texto que lemos uma exposição sobre um tema (lê também o que se diz no pé da página 97).

Qual é para ti o tipo de texto predominante em «A peleja de 1384»? _______

O sketch «Encorning» (série Fonseca) ridiculariza um hábito que encontramos nas profissões em que convém parecer muito atualizado: o uso despropositado de palavras inglesas. Por vezes, o anglicismo é mesmo necessário para referir conceitos para que não há equivalente em português; mas, em muitos outros casos, usa-se o estrangeirismo apenas para conferir ao que se diz uma aparência de modernidade.

O ridículo da situação vem destas características:

(i) exagero do número de anglicismos proferidos em todas as falas;

(ii) a partir de certa altura, as personagens, passarem a dizer supostos estrangeirismos (constituídos por palavra portuguesa + ing);

(iii) num momento quase final, essas falsas palavras inglesas serem derivadas a partir de palavras portuguesas de nível popular (+ sufixo inglês -ing).

Depois de veres o sketch, entre as palavras que transcrevi na tabela, distingue:

(1) anglicismos propriamente ditos;

(2) falsos anglicismos, criados a partir de palavras portuguesas de nível corrente;

(3) falsos anglicismos, inventados a partir de palavras portuguesas de nível popular.

 

anglicismo

 

tradução / palavra verdadeira

anglicismo

 

tradução / palavra verdadeira

downsizing

1

abaixamento

raspaneting

 

 

merchandising

 

promoção

preguicing

 

 

factoring

 

cobrança de créditos por intermediário

desautorizing

 

 

outsourcing

 

subcontratação externa

respeiting

 

 

holding

 

sociedade gestora de participações sociais

retracting

2

retra[c]tar ('desdizer')

benchmarking

 

avaliação relativamente à concorrência

sarilhing

 

 

marketing

 

mercadologia

encorning

 

 

leasing

 

aluguer de bens

aldrabing

 

 

renting

 

aluguer

lixating

 

 

upgrading

 

atualização

enxerting

 

 

networking

 

ligação em rede

larguing

 

 

[outsourcing]

 

subcontratação externa

desculping

 

 

encorning

 

 

melhoring

 

 

despeding

 

 

geraling

 

 

viding

 

 

filhodaputing

3

filho da puta

Algumas das palavras que integrámos no tipo 1 podem considerar-se já verdadeiros empréstimos (mais do que estrangeirismos temporários). Se admitíssemos o critério de os empréstimos já estarem dicionarizados e os estrangeirismos não, diríamos serem ainda meros estrangeirismos ________, _______, ______, já que encontro as outras palavras no Grande Dicionário Língua Portuguesa (Porto Editora).

O protagonista de «Polícia que se quer vestir de mulher» (série Fonseca) usa alguns empréstimos e estrangeirismos. São, em geral, palavras relacionadas com a moda.

Põe nas duas primeiras colunas a tradução ou o empréstimo que ouviste. Na terceira coluna, decide entre «anglicismo» ou, se a palavra vier do francês, «galicismo».

Por fim, à esquerda da primeira coluna, ordena (1-6) as palavras segundo o grau de integração no português (de empréstimo quase já não reconhecível como tal — e, claro, dicionarizado há muito — até ao estrangeirismo raramente ouvido).

Empréstimo/Estrangeirismo

Significado / Tradução

Origem          | étimo

tailleur

_____________________

galicismo        | tailleur

 

chapéu com abas largas e leves

_________ _ | capeline + «chapelina»

 

cosméticos aplicados para embelezar

___________ | maquillage

 

_____________________

anglicismo       | gloss

 

mulher ordinária, promíscua

___________ | slut

 

espécie de «cachecol» largo

___________ | écharpe

Relativamente às palavras ou expressões em «Indivíduo que é javardola, menos quando fala francês» (Lopes da Silva), adivinha se estão dicionarizadas e, nesse caso, dá palpite sobre as grafias com que a palavra foi registada em dois dicionários (o português Grande Dicionário Língua Portuguesa e a edição brasileira do Dicionário Houaiss).

 

GDLP (Porto Ed.)

Houaiss brasileiro

étimo

Galicismos

(francesismos)

 

Ø

partenaire

lingerie

 

lingerie

 

soutien-gorge / sutiã

soutien-gorge

 

réveillon

réveillon

champanhe

 

champagne

 

chantilly / chantili

chantilly

 

marquise

marquise

 

croissant

croissant

roulotte / rulote

 

roulotte

 

tricô

tricot

 

ménage à trois

ménage à trois

Anglicismos;

 

 

 

 

termos ingleses

 

timing

timing

 

feedback

feedback

OK

o.k.

o.k. (oll korrect)

 

Ø

boxer shorts

 

Ø

[Manchester United]

 

Ø

[Bobby Charlton]

Fernão Lopes, Crónica de D. João I, cap. 148

Joe Wright, Expiação, episódio de Dunquerque

Portugueses (os lisboetas e os dos arrabaldes que se recolheram dentro da muralha fernandina) estão cercados pelos ____.

Tropas aliadas (com franceses e ingleses), vencidas por _____ na Batalha de França, ficaram encurraladas na praia, em Dunquerque.

Portugueses estão a morrer à fome, procuram restos de ____ ou quaisquer mantimentos onde quer que fosse.

Robbie está desidratado e, já tresloucado, avança não se percebe para onde e vai procurando _____.

_____ desanimava («choravam que era triste cousa de ver») e alguns desistiam («como não quereis que maldissessem sa [sua] vida e desejassem morrer»), sem fé na ____ («sem nenhuma certa feúza [confiança] de seu livramento»).

____ estavam desorganizadas, com muitos feridos, e alguns soldados, como Robbie, já mostravam indícios de estar a delirar, mas muitos ainda tinham fé na ____ (e até cantavam hinos de moralização).

Mais tarde, alguma ajuda chegará pelo ____ (naus vindas do Porto trarão alguns víveres e algumas _____ vão conseguir aportar em Lisboa).

Mais tarde, alguma ajuda chegará por ____ (_____ vindas de Inglaterra em poucos dias procederão à evacuação de trezentos mil soldados).

TPC — Durante esta semana (até dia 15) descarrega na Classroom (vou enviar mensagem brevemente) tarefa que já está explicada em Gaveta de Nuvens desde o «boxing day»!; mas, antes de fazeres o trabalho, lê bem as citadas ‘Instruções para tarefa de gravação sobre leituras de livros’.

 

 

Aula 59-60 (10 [5.ª], 16 [1.ª, 3.ª], 17/jan [4.ª]) Correção de comentário a cartoon e textos de Fernão Lopes.

Usa apenas as páginas do manual em que estão os textos que te vou pedir para leres, as pp. 105 e 106. Começa pelos textos na p. 105, reunidos sob o título «Afirmação da consciência coletiva».

Segundo o primeiro parágrafo (ll. 1-10), a revolução de 1383-1385

a) aproveitou uma consciência da identidade nacional que já se fora desenvolvendo.

b) enfrentou a falta de consciência de uma identidade nacional.

c) teve de lutar contra uma identidade nacional muito dependente de Castela.

d) fez surgir uma consciência de identidade nacional que não se tinha esboçado antes.

 

«Fernão Lopes» (l. 13) é

a) catáfora de «um escritor» (l. 11).

b) correferente de «um escritor» (l. 11).

c) termo anafórico de «um escritor» (l. 11).

d) anáfora de «um escritor» (l. 11).

 

No parágrafo entre as linhas 14 e 20, salienta-se o facto de Fernão Lopes ter

a) instituído a burguesia como propulsora da revolução de 1383-1385.

b) atribuído a nobreza e clero atitudes persecutórias da «arraia miúda».

c) interpretado o papel dos adultos no momento em que Portugal se torna nação.

d) reconhecido ao povo o papel de principal agente da ação.

 

Nos dois períodos entre as ll. 21-25, salienta-se uma característica de Fernão Lopes:

a) preferir tomar como principal herói o povo.

b) dar protagonismo aos reis e aos nobres.

c) ter em em conta o contributo de toda sociedade.

d) fazer da história um conjunto de episódios palacianos.

 

«grande parte da originalidade desta crónica» (ll. 21-22) desempenha a função sintática de

a) complemento direto.

b) modificador do nome.

c) complemento oblíquo.

d) sujeito.

 

A função sintática de «à fome» (l. 28) é a de

a) complemento oblíquo.

b) complemento indireto.

c) complemento direto

d) sujeito.

 

A anáfora «ele» (l. 28) tem como antecedente

a) «Mestre» (l. 29).

b) «o povo de Lisboa» (l. 27).

c) «o povo» (l. 25).

d) «D. João I de Castela» (l. 28).

 

No último parágrafo (ll. 31-33), alude-se a uma característica da história de Fernão Lopes:

a) o rigor científico.

b) uma raia miúda ter a proteção divina.

c) a força intrínseca da «arraia miúda».

d) a interferência de juízos religiosos.

 

Passa agora ao texto na p. 106, «A identidade nacional é o novo cool»:

Em «Às vezes parece que o patriotismo é só uma moda.» (l. 1) fica implícito que o patriotismo

a) normalmente é uma moda.

b) nunca parece uma moda.

c) parece sempre uma moda.

d) não é só uma moda.

 

Entre as linhas 5 e 10, lamenta-se que

a) a vaidade tuga só se mobilize com os records do piroso Ronaldo (aka «Cris» ou «CR7»).

b) o orgulho nacional só seja suscitado em certas ocasiões (jogos da seleção, por exemplo).

c) o orgulho português se foque sobretudo nos êxitos em campeonatos de física.

d) o orgulho dos portugueses no seu país seja tão constante, quase obsessivo.

 

No período que ocupa quase na íntegra as ll. 11-13, «em detrimento» (l. 12)

a) está usado erradamente (deveria ser «em benefício», «em favor»).

b) significa que a globalização é desfavorecida pela identidade nacional (como se pretendia dizer).

c) significa que a identidade nacional é favorecida pela globalização.

d) quer dizer ‘em desfavor’, ‘em prejuízo’, o que tem toda a lógica.

 

Entre as linhas 13 e 16, assume-se que a geração atual de jovens adultos (18-34)

a) é a geração mais global de sempre e pouco se preocupa com o orgulho nacional.

b) adota rapidamente os códigos globais mas também se preocupa com as roupas que veste.

c) lida bem com a globalização mas tem também preocupações com a identidade nacional.

d) enfronha-se muito no seu mundo de aldeia, escondendo-se de tudo.

 

A anáfora «os» (l. 19) tem como antecedente

a) «alguns dos principais aspetos» (l. 19).

b) «trinta e sete países» (l. 18).

c) «os principais aspetos» (l. 19).

d) «o sentimento dos cidadãos de trinta e sete países» (l. 18).

 

A anáfora «a» (l. 22) tem como antecedente

a) «cidadão global» (l. 22).

b) «um esforço» (l. 21).

c) «identidade» (ll. 21-22).

d) «Uma das principais conclusões deste relatório» (l. 20).

 

Segundo o penúltimo parágrafo (ll. 23-27), os «Millennials»

a) estão confiantes de que a globalização não porá em perigo a nossa cultura.

b) preferem uma forte relação com os símbolos nacionais à globalização.

c) têm orgulho no seu país em boa percentagem (72%).

d) receiam que a net possa ajudar a globalização a prejudicar a identidade nacional.

 

No último parágrafo (ll. 28-32) considera-se

a) poder a identidade nacional ser fator a ter em conta pela economia.

b) que pastéis de nata, bacalhau à Gomes de Sá, amêijoas à Bulhão Pato são inconciliáveis com a globalização.

c) interessar às marcas comerciais sobretudo a globalização.

d) não haver utilidade comercial na chamada identidade nacional.


Resolve «Praticar», na p. 98:

1.1 ...

1.2 ...

2 ...

Completa, usando o que já conheças ou que ainda possas investigar acerca de Fernão Lopes e da sua Crónica de D. João I. Tenta fazer trabalho criativo e cuidadoso. Alguns conselhos que dei a propósito do Alfabeto Pessoal seriam úteis também agora.



TPC — Completa acróstico sobre Crónica de D. João I.

 

 

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