Thursday, September 08, 2022

Aulas (101-120)

Aula 101-102 (5/abr [4.ª]; nas outras turmas esta aula será dada mais à frente) Correção do trabalho de gramática (ver Aula 103-104, já que nas outras turmas foi aí que se fez a correção do questionário). Correção da crónica gastronómica (ver Apresentação).

Relance a exemplares de «Fugas dos leitores» (Público)

[Só um exemplo aqui:]



As folhas que distribuí são de um suplemento-revista (Fugas) que sai aos sábados com o Público. (As crónicas gastronómicas de Miguel Esteves Cardoso, que já relanceámos em aula, costumam ser a penúltima página deste suplemento.)

A coluna que nos interessa agora chama-se «Fugas dos leitores». É escrita por leitores e é acompanhada por uma fotografia, que costuma ser também da autoria de quem escreveu a crónica de viagem. Os textos têm cerca de três mil caracteres (um pouco mais de quinhentas palavras).

Ao mesmo tempo que relanceies os textos que te calharam, verifica a qual dos tipos seguintes correspondem (E, PT ou ALD) e preenche as linhas em baixo.

[E] — Viagem ao estrangeiro (com destino a uma dada localidade ou a toda uma região ou mesmo país).

[PT] — Descrição de localidade portuguesa visitada em turismo.

[ALD] — Texto sobre localidade portuguesa que se conhece por vivência familiar (terra dos avós ou dos pais, lugar onde se costuma passar as férias repetidamente, etc.).

Tipo da crónica: E / PT / ALD

Título: ____________________

Localidade (ou região) que é o foco do texto: _____________

País: _______________

 

Tipo da crónica: E / PT / ALD

Título: ____________________

Localidade (ou região) que é o foco do texto: _____________

País: _______________

 

Tipo da crónica: E / PT / ALD

Título: ____________________

Localidade (ou região) que é o foco do texto: _____________

País: _______________

 

Tipo da crónica: E / PT / ALD

Título: ____________________

Localidade (ou região) que é o foco do texto: _____________

País: _______________

Escreve texto ao mesmo estilo, de crónica de viagem. Pode ser num dos três tipos que enunciei. Texto deverá ter, para já, umas 300 palavras.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

TPC férias — Aproveita para ler livros. Já quase no final das férias, devo pôr anúncio de leituras de sonetos a fazer para efeitos de Liga dos Campeões (aqui).

 

 

Aula 103-104 (17 [1.ª, 3.ª, 5.ª], 18/abr [4.ª]) Correção do questionário de gramática [exceto na 4.ª, onde já fora feita na aula 101-102].

Solução da versão com Paulinho incapaz de marcar golos

Com frequência, a acentuação das esdrúxulas é esquecida pelos alunos.

1 — Complemento do nome

2 — Complemento agente da passiva

Armindo, por favor, com a gentileza que todos te reconhecem, traz-nos o DVD de O Leitor.

1 — Vocativo

2 — Complemento direto

Saoirse Ronan, a Briony de Expiação, também é atriz interveniente em A Paixão de Van Gogh.

1 — Modificador apositivo do nome

2 — Predicativo do sujeito

A fútil Inês Pereira achava o bom do Pero Marques demasiado simplório.

1 — Sujeito

2 — Predicativo do complemento direto

Os sportinguistas consideram Paulinho incapaz de marcar golos.

1 — Complemento direto

2 — Complemento do adjetivo

Hawking, que comunicava por meio dos músculos da bochecha, sofria de esclerose lateral amiotrófica.

1 — Sujeito

2 — Complemento oblíquo

Foi dedicado a Bernardo Sassetti, sentidamente, um dos últimos discos de Rui Veloso.

1 — Complemento indireto

2 — Sujeito

Quando foi para Arzila, o cobarde Brás da Mata disse ao moço que vigiasse Inês.

1 — Modificador do grupo verbal

2 — Complemento direto

No Centro Ismaili, com a sua faca bué fofa, Abdul agrediu-nos.

1 — Modificador do grupo verbal

2 — Complemento direto

Percebes os atos de fala?

Diretivo

Declaro-te que não foi culpa minha.

Assertivo

Solução da versão com surto psicótico de Abdul

Para teu bem, Inês, por favor, não dês o sim ao repelente Brás da Mata.

1 — Vocativo

2 — Complemento indireto

Invólucros para recolha de cocós foram oferecidos à escola por um antigo aluno.

1 — Sujeito

2 — Complemento agente da passiva

Kate Winslet, a Hanna Schmitz de O Leitor, foi protagonista de Titanic.

1 — Modificador apositivo do nome

2 — Predicativo do sujeito

Porque Maguire é suplente, o capitão tem sido Bruno, que anda zangado com Crisnaldo.

1 — Modificador do grupo verbal

2 — Sujeito

A declaração da UELVA nomeou o nosso mestre único responsável pelo sorteio da Champions.

1 — Complemento do nome

2 — Predicativo do complemento direto

Chegaram anteontem, pelas dezoito e trinta, os livros que a Hanna pedira.

1 — Predicado

2 — Sujeito

Cumprimentei-te junto da porta de emergência, com a consciência absolutamente tranquila.

1 — Complemento direto

2 — Modificador do grupo verbal

Regressaram de Castelo Branco ontem mesmo os cães da Alzira.

1 — Complemento oblíquo

2 — Sujeito

O Moço, descontente com o Escudeiro, sublinhava que não tinha calçado decente.

1 — Complemento do adjetivo

2 — Complemento direto

No dia 18 de abril cá estarei na nossa aula.

Compromissivo

Tenho dúvidas de que Abdul tivesse um surto psicótico.

Assertivo

O sketch que veremos serve-nos para tratar de questões de flexão de formas verbais (pessoa, tempo, modo) e, sobretudo, do Imperativo:

Em «Instrutor que canta o yodel» (série Meireles) predominam as frases diretivas. Surgem formas verbais na 2.ª pessoa do singular do _______ («Entra», «Mete uma abaixo, homem», «Faz inversão de marcha», «Fica sabendo que em mais de vinte anos», «Está calado, pá»), mas também da 3.ª pessoa do singular do ______ do Conjuntivo («Fique sabendo que o yodel até ajuda»); da __ pessoa do _______ do Presente do Conjuntivo («vamos lá a fazer essa inversão de marcha»); e da 2.ª pessoa do singular do ______ do Indicativo («vais começar»; «tiras o travão de mão»).

Ou seja: são vários os tempos que acabam por poder funcionar como Imperativo. Nas gramáticas mais tradicionais, o Imperativo surge só com duas pessoas (as segundas, do singular e do plural, para «tu» e «vós»). Mas, como já quase não usamos «vós» mas antes a terceira pessoa («você»), o imperativo acaba por se servir da 3.ª pessoa do Presente do _______, no singular e no plural: «fique», «fiquem». Para a 1.ª pessoa do plural, serve também o _________ do Conjuntivo: «fiquemos». Na negativa, o Imperativo socorre-se das formas do Presente do Conjuntivo. Passa tu para a negativa:

Entra | ______; Mete | _______; Faz | _______; Está | ________.

Vamos ler o poema de Camões na p. 193, que costuma ser conhecido pelo verso inicial do mote, «Descalça vai para a fonte». Pertence à lírica camoniana de inspiração tradicional (por contraste com os poemas de Camões de inspiração clássica).

Completa o que falta ao mote e às voltas, que transcrevi já segundo a ordem mais natural do português:

mote, vv. 1-3 || Leanor vai para fonte, pela verdura, _________. Vai fermosa [= bela] e não segura.

voltas, 4-10 || Na cabeça _____ o pote [a bilha, a vasilha]; nas mãos de prata, o ______ [tampo]. [Tem] uma cinta de escarlata _____, um sainho [colete] de chamalote []. Traz a vasquinha [saia plissada] de _____ [todos os dias] mais branca que a neve pura. Vai fermosa e não segura.

11-17 || A ______ descobre a garganta; o ___________, os cabelos d’ouro. Tem fita de cor d’encarnado. [É] tão linda que _________ o mundo. Nela chove tanta ______ [beleza], que dá graça [beleza] à fermosura [beleza]. Vai fermosa e não segura.

O «Poema da autoestrada», de António Gedeão, alude ao de Camões:

Poema da autoestrada

Voando vai para a praia

Leonor na estrada preta.

Vai na brasa, de lambreta.

 

Leva calções de pirata,

vermelho de alizarina,

modelando a coxa fina

de impaciente nervura.

Como guache lustroso,

amarelo de idantreno,

blusinha de terileno

desfraldada na cintura.

 

Fuge, fuge, Leonoreta.

Vai na brasa, de lambreta.

 

Agarrada ao companheiro

na volúpia da escapada

pincha no banco traseiro

em cada volta da estrada.

Grita de medo fingido,

que o receio não é com ela,

mas por amor e cautela

abraça-o pela cintura.

Vai ditosa, e bem segura.

 

Como um rasgão na paisagem

corta a lambreta afiada,

engole as bermas da estrada

e a rumorosa folhagem.

Urrando, estremece a terra,

bramir de rinoceronte,

enfia pelo horizonte

como um punhal que se enterra.

Tudo foge à sua volta,

o céu, as nuvens, as casas,

e com os bramidos que solta

lembra um demónio com asas.

 

Na confusão dos sentidos

já nem percebe, Leonor,

se o que lhe chega aos ouvidos

são ecos de amor perdidos

se os rugidos do motor.

 

Fuge, fuge, Leonoreta.

Vai na brasa, de lambreta.

António Gedeão, Obra Completa, 2004


Na esteira de Gedeão, podemos imaginar uma matriz para criar uma série de textos paralelos, se formos variando os seguintes elementos do mote:

Leonor

vai

para a fonte

pela verdura

descalça

Leonor

vai voando

para a praia

na estrada preta

na brasa, de lambreta

Protagonista

«ir» ou outro verbo idêntico

lugar para onde

lugar por onde

modo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

As tuas versões serão em prosa, semelhantes aos três parágrafos em que linearizei o poema de Camões (e, claro, sem rima). Além da mudança nos elementos das cinco colunas, haverá, desde logo, a mudança de século (XVI > XXI). Tenta que o tipo, a caracterização do protagonista, revele qualidade na observação. Sê bastante descritivo. O próprio Camões também foi muito fotográfico. Nos nomes, evita os de colegas.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

TPC — Vai já preparando as leituras em voz alta de sonetos (vê aqui a distribuição dos sonetos).

 

 

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Aula 105-106 (18 [5.ª], 19 [4.ª], 21/abr [1.ª, 3.ª]) Correções (ver Apresentação).

Na p. 194, vai lendo «Lá vai ela, formosa e segura. Scooters da Coleção de João Seixas». Não uses outras páginas do manual nem outros recursos.

 

«cantada» (l. 1) quer dizer

a) ‘criticada’.

b) ‘relatada’.

c) ‘descrita’.

d) ‘musicada’.

 

A 1.ª pessoa do plural usada em «intitulámos» (l. 4) remete para

a) os vários organizadores da exposição.

b) o autor do texto.

c) o organizador, ou os organizadores, da exposição.

d) todos os utilizadores de scooters.

 

O título da exposição, «Lá vai ela, Formosa e Segura» (l. 4), decorre

a) da interpretação de verso de Camões.

b) da inspiração num poema de António Gedeão.

c) da recuperação de um provérbio popular.

d) de alusão à rainha consorte do Reino Unido Camila.

 

«fenómeno que cruza a Europa e os Estados Unidos» (ll. 9-10) significa ‘fenómeno

a) comum a Europa e Estados Unidos’.

b) que vai alternando entre os dois continentes’.

c) que foi objeto de cancelamento nos Estados Unidos e na Europa’.

d) que não se impôs nem na Europa nem nos Estados Unidos’.

 

Em «A Vespa recebe um destaque pois ganha uma popularidade tal que a torna quase no seu sinónimo» (ll. 10-13), «seu»  tem como antecedente

a) «Estados Unidos» (l. 10).

b) «a Europa e os Estados Unidos» (ll. 9-10).

c) «scooter» (l. 8)

d) «Vespa» (l. 10).

 

Em «a torna» (l. 12), o pronome encontra-se em próclise (ou seja, anteposto ao verbo)

a) por causa do tempo verbal.

b) por estar numa oração subordinada.

c) por estar numa oração subordinante.

d) por o autor ser brasileiro.

 

O ato de fala em «Símbolo do bom design italiano, é hoje um clássico do século XX e um objeto de culto» (ll. 13-15) é

a) declarativo.

b) assertivo.

c) diretivo.

d) compromissivo.

 

Nas linhas 16-20 destacam-se aspetos

a) orgânicos e de design.

b) tecnológicos e literários.

c) gastronómicos e desportivos.

d) de design e económicos.

 

O constituinte «Económica, funcional e bela» (ll. 20-21) desempenha a função sintática de

a) modificador de frase.

b) modificador do grupo verbal.

c) modificador apositivo do nome.

d) modificador restritivo do nome.

 

Nas linhas 20-25 salienta-se

a) a qualidade estética da Vespa.

b) o perigo de picadas de vespas.

c) a integração da Vespa no design italiano.

d) a funcionalidade e a beleza da Vespa.

 

Segundo as linhas 27-30, a exposição

a) aposta na mostra de cores e linhas das scooters ao longo dos tempos.

b) teve a preocupação de pôr a lado a lado scooters e exemplos da moda na mesma época.

c) cinge-se aos modelos de scooters ainda que num largo período temporal.

d) aproveita para estimular conversas entre agentes da moda e utilizadores de scooters.

 

O constituinte «de linhas e silhuetas» (l. 28) desempenha a função sintática de

a) complemento do adjetivo.

b) complemento oblíquo.

c) complemento do nome.

d) complemento direto.

 

O constituinte «cerca de 20 peças de moda e cerca de 80 scooters» (ll. 30-31) desempenha a função de

a) complemento direto.

b) complemento oblíquo.

c) complemento do nome.

d) sujeito.

 

O museu que albergou a exposição é

a) o Mudo.

b) o MUDE.

c) a Coleção João Seixas.

d) o Lisboa.

 

Relativamente a «scooter», «Vespa» é

a) merónimo.

b) hiperónimo.

c) hipónimo.

d) holónimo.

 

Tendo em conta que o étimo de «lambreta» é o italiano «lambretta» (‘pequena’) e que «scooter» nos chegou do inglês, diremos que estamos perante, respetivamente, um

a) empréstimo do italiano e um galicismo.

b) um italianismo e um empréstimo do francês.

c) um anglicismo e um italianismo.

d) um empréstimo do italiano e um anglicismo.

 

O texto é uma

a) apreciação crítica.

b) exposição introdutória à exposição.

c) narrativa de um evento.

d) descrição de scooters.

Leituras em voz alta de sonetos na p. 196 («Um mover d’olhos, brando e piadoso»; «Leda serenidade deleitosa»)

Com o texto da p. 198 regressamos à medida velha. Está em redondilha {escolhe} menor/maior, já que os seus versos têm _____ sílabas métricas, são pentassílabos {confirma, fazendo a divisão em sílabas métricas do v. 1 }:

Aquela cativa

O subgénero escolhido também é típico da poesia camoniana de raiz mais tradicional, já que se trata de endechas (neste caso, quadras agrupadas em oitavas, com rima emparelhada e ________).

O tom é _______, mesmo se se trata de amor. Ao longo das cinco estrofes, esse caráter leve assenta bastante no trocadilho entre «cativa» (‘escrava’, a escrava Bárbara) e «cativo» (‘aprisionado’, metaforicamente, pela paixão).

Vai copiando os versos de «Aquela cativa» (poema também conhecido como «Endechas a Bárbara escrava»), mas acrescentando em cada verso a(s) palavra(s) suficiente(s) para transformar estas redondilhas menores (pentassílabos) em redondilha maior (heptassílabos). A rima manter-se-á, pelo que deves intervir apenas no início ou no meio de cada verso.

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TPC — Continua a preparar leitura em voz alta dos sonetos que te couberam (cfr. aqui).

 

 

Aula 107-108 (24 [1.ª, 3.ª, 5.ª], 26/abr [4.ª]) Correções do texto com acrescento de sílabas métricas e do questionário de compreensão (ver Apresentação).

Leituras em voz alta de sonetos de Camões (segundo dia da fase de grupos).

Nesta parte final do ano, vamos ler mais textos do modo literário narrativo. Até aqui passámos sobretudo pelos modos lírico (cantigas trovadorescas, Camões lírico) e dramático (Farsa de Inês Pereira). Dentro do modo narrativo tivemos Fernão Lopes e chegaremos aos géneros epopeia e ao relato de viagem; mas, para já, vejamos um conto.

Na parte do filme O leitor que estivemos a ver, a protagonista aprendia a ler precisamente com um texto que é excelente exemplo da técnica dos grandes contos, «A senhora do cãozinho», de Tchékhov (ou Chekov). No filme, a tradução do título do original, russo, surge como ‘A dama do cachorrinho’, mas a mais recente tradução portuguesa (Anton Tchékhov, Contos, II, Lisboa, Relógio d’Água, 2001), de Nina Guerra e Filipe Guerra, opta por aquela solução, que me parece preferível.

O que se segue é o início de «A senhora do cãozinho». No entanto, a alguns parágrafos foi retirado o lado direito das linhas.

Vai lendo o conto e completando o que está em falta, na medida do que possas adivinhar e em estilo próximo do do original. Não acertarás em tudo (ou mesmo em nada), mas procura que as frases fiquem com sentido e gramaticalmente corretas. Tenta também que o que fores escrevendo não tenha extensão demasiado diferente da da parte suprimida das linhas (mas, claro, a letra manuscrita ocupa sempre mais espaço que a impressa).





TPC — Relanceia este glossário de termos relativos à lírica de Camões. [Devo pôr proximamente em Gaveta de Nuvens caderno de encargos para os próximos tempos. Para já, os que têm tarefas em atraso, como as que fui referindo nas sínteses, devem aproveitar estes feriados, de 25 de abril e de 1 de maio, para as concluir e entregar. Ir fazendo as leituras de livros que tenham em curso também é boa ideia para todos.]

 

 

Aula 109-110 (2 [5.ª, 4.ª], 5/mai [3.ª, 1.ª]) Correção do trabalho com «A senhora do cãozinho» truncado (ver Apresentação).

Na p. 216 temos um texto que ainda representa a vertente tradicional da lírica camoniana (em «medida velha»); ao lado, na p. 217, estão dois textos que ilustram o Camões lírico clássico (e, portanto, em «medida nova»). Veremos ainda um sketch que não exemplifica nenhuma das vertentes, aliás nem sequer a poesia de Camões.

Depois de leres os poemas, completa as colunas relativas aos textos.

 

«Verdes são os campos»

«A fermosura desta fresca serra»

«Alegres campos, verdes arvoredos»

«Filósofo matarruano»

Modo

_________

lírico

_________

[dramático]

Género

cantiga

____________

_________

sketch

Metro

_________ (redondilha menor)

decassílabo

_________

-------------

Esquema rimático

mote: A-B-C-B

voltas:

D-E-E-D-D-__-F-__

G-H-H-G-G-B-C-__

A-B-B-A

A-B-B-A

__-__-__

D-E-C

A-B-B-A

A-B-B-A

C-D-E

__-__-__

 

-------------

Destinatário(s)

campo, ___, gado

______ («te», «sem ti»)

______, árvores, águas, montes, penedos, ...

[entrevistador]

A natureza serve para...

_____ com os olhos da amada (também verdes e belos)

realce da ausência da _____ (sem ela, até a beleza da natureza magoa o poeta)

contraste com o espírito do poeta (a _____ da paisagem não impede que o «eu» a regue com «lágrimas saudosas»)

putativa _____ de «tetinhas» pelo matarruano

Sentimento

_____, amor

_____, saudade

desilusão («lembranças ____»)

_____ fetichista, luxúria

Tipo de natureza

pastoril (bucólica), mediterrânica, correspondente a um ________

pastoril (_____), mediterrânica, cor-respondente a um locus amœnus, ainda que com mar e serra

mediterrânica, cor-respondente a um locus amœnus mesmo se com «silvestres montes» e «___ penedos»

a de um locus amœnus (campo, pássaros, árvores, abelhas, ____, mel); mar, algas, corais, golfinhos, ...

Na p. 218, lê o enquadrado «A representação da natureza». Responde a 1: ____.

Agora vai até à p. 196. O soneto «Um mover d’olhos, brando e piadoso» faz um retrato de mulher em termos petrarquistas (cfr. p. 200; e p. 230, quarto parágrafo). Ao longo do poema, a anáfora — com o artigo indefinido «um» e «uma» — contribui para esta idealização da mulher. Completa a tabela:

Elementos físicos e morais

Expressões caracterizadoras

o olhar

«brando e _______»

o sorriso

«________ e honesto, / quási forçado»

o rosto

«doce e _______»; «de qualquer alegria _______»

o desembaraço

«_______ e vergonhoso»

a postura

«gravíssim[a] e _________»

a bondade

«pura»; «manifesto indício da alma, limpo e _______»

o ousar

«_________»

o medo

«_________»

o ar

«_________»

o sofrimento

«_______ e obediente»

Leituras em voz alta

Vamos procurar analogias entre Cantar 2 e Os Lusíadas (que estudaremos em breve):

Início de Cantar 2

Os Lusíadas, canto I

No começo há um encaixe: estamos a assistir a um ______. Só depois, quando nos é dada uma imagem dos bastidores e de Moon, percebemos que aquelas peripécias (de uma adaptação de Alice no país das maravilhas, de Lewis Carroll) não pertenciam ao _____ nível narrativo.

No começo também ainda não temos a ação propriamente dita. Primeiro, há a ______ (poeta anuncia o que vai «cantar»), a Invocação (pede inspiração às Tágides, ninfas do Tejo) e a Dedicatória (a D. Sebastião). Só na estância 19 é que entramos na Narração, e ficamos a saber que as ______ navegam já no Índico.

O tópico desta parte é a presença entre a assistência ao espetáculo de uma caça-talentos, a cadela ____, estando Buster Moon e o seu grupo ansiosos com o veredito da importante crítica. ______ vai anotando os gestos da canina «scouter», informando Moon. A certa altura, porém, Suki abandona a sala, o que preocupa Moon, que ainda procura convencê-la a ficar e, depois a irá seguir no meio do trânsito, com risco de algum acidente _____.

O tópico desse começo da Narração, porém, nem vai ser bem a viagem, porque, a partir do final da oitava 19, passamos ao ‘plano da mitologia’ e assistimos ao Consílio dos deuses no _____ (convocados por Mercúrio, por ordem de Júpiter), com o debate entre _____ (que não quer que os portugueses cheguem à Índia, por recear perder o seu estatuto no Oriente) e Vénus (que defende os portugueses, que lhe _____ o seu amado povo romano, dadas a coragem e a língua).

O passo termina com Moon a não se ______ com a sentença, exarada pela cadela «olheira», de que o seu grupo não era suficientemente bom, e mostrando-se decidido a provar que não era assim, o que vai obrigar a troupe a viajar para outra ______, a sofisticada Redshore.

O Consílio (estrofes 19-41) termina com Marte, antigo apaixonado de Vénus, a ______ igualmente os portugueses, sustentando que se cumprisse a determinação de Júpiter, que reafirma que os portugueses, povo valoroso, seriam ajudados na «costa ______ como amigos», e seguiriam depois a «sua longa rota».

TPC — [para as turmas 1.ª e 4.ª, a quem se esqueceu de o fazer, recordo o tepecê anterior:] Lança na Classroom, com as correções que eu tenha introduzido, o texto da «Fuga»; [para as turmas 3.ª e 5.ª:] Escreve e descarrega na Classroom crónica para «Fugas dos leitores».

 

 

Aula 111-112 (3 [4.ª], 8/mai [5.ª, 3.ª, 1.ª]) Vai até à p. 191. O poema «Erros meus, má fortuna amor ardente» pode exemplificar a chamada medida nova. Com efeito, cada verso seu tem dez sílabas métricas, como a escansão do primeiro verso nos mostra {procede a essa divisão em sílabas métricas}:

Erros meus, má fortuna, amor ardente

Também coerente com a vertente clássica, renascentista, da lírica camoniana é o tipo de composição: um _______ (catorze versos, distribuídos duas quadras e dois tercetos). Neste caso, o esquema rimático é: A B B A | A _ _ _ | C _ _ | _ _ _.

Quanto a tema, o texto exprime, em termos complexos, a _______ do poeta com o seu percurso de vida (e, talvez, sobretudo com as desilusões amorosas).

Na p. 190 temos «O dia em que nasci, moura e pereça», em que o sujeito poético volta a exprimir em termos céticos, desiludidos, o seu percurso de vida.

Para dar ideia da pouca conta em que tem o seu fado, apela a que se não volte a repetir o dia do seu nascimento (que esse dia «mo[r]ra e pereça, / não o  queira jamais o tempo dar, não torne mais ao mundo») e amaldiçoa-o com uma série de prognósticos pejorativos, se tiver o desplante de voltar («se tornar»):

Se esse dia voltar, o sol sofrerá um ______; haverá sinais apocalíticos; nascerão _______; choverá ________; as mães não reconhecerão os _______; toda a gente, sem perceber o que acontece, ficará a chorar, pálida, a pensar que o mundo ________.

Vai até à p. 202. O soneto «Amor é um fogo que arde sem se ver» é constituído, nas suas duas quadras e primeiro terceto, por versos que se podem considerar ora oxímoros (ou paradoxos) ora antíteses. É difícil discernir entre estas classificações. Tudo dependerá do grau de impossibilidade — se o verso for mais ilógico, teremos um oxímoro se o verso apostar apenas num contraste mas que até é compreensível, será apenas uma antítese. Não vale a pena estares a tentar classificá-los com estes termos, mas tenta ordenar os versos 1 a 11 em função de o que afirmam ser «mais impossível» ou «relativamente aceitável».

Os versos «tendencialmente oxímoros» (mais impossíveis) seriam os vv. ______.

Os versos «tendencialmente antíteses» (mais exequíveis) seriam os vv. ______.

Leitura em voz alta de sonetos

Dicionário da Língua Portuguesa, Porto, Porto Editora, 2011 (mas abonações acrescentadas):

exergásia [z] n.f. recurso estilístico que consiste na repetição de uma ou mais ideias por palavras diversas, mas sinónimas, cujo significado sobe gradualmente, como em “passava a vida a imaginar, a fantasiar, a idear delícias”; sinonímia [«Em Eça abundam as hipálages, mas também se encontra uma ou outra exergásia»] (Do gr. exergasía, ‘aperfeiçoamento, trabalho de composição’)

garança n.f. 1 botânica um dos nomes vulgares da granza (planta tintorial) [«Menos cantadas do que as rosas, das garanças se extrai um vermelho afinal mais vivo»] 2 cor vermelha obtida desta planta [«A sua face ganhou um matiz entre carmim e garança»] (Do frânc. wratja, ‘id.’, pelo fr. garance, ‘id.’)

turgimão n.m. 1 intérprete oficial de uma legação ou embaixada europeia, nos países do Oriente [«O imperador japonês agradeceu ao turgimão os bons serviços na tradução do contrato firmado»] 2 [fig.] alcoviteiro [«Desconfia do que te diga o turgimão desbocado»] (Do ár. tarjúman, ‘intérprete’)

turificar v.tr. 1 incensar [«Turificámos a sala, reduzindo assim o cheio a mofo»] 2 [fig.] adular; lisonjear [«Para obter os favores do patrão, Ernesto turificava-o»] (Do lat. turificare, ‘id.’)

Luís Fernando Veríssimo, «Falsos Verbetes», Expresso, 29-10-2005:



Depois de leres a crónica de Luís Fernando Veríssimo e de relanceares os quatro verbetes (verdadeiros) tirados de um Dicionário de Língua Portuguesa, redige um verbete de palavra inventada (criada por ti — portanto, não dicionarizada e nem mesmo conhecida de qualquer falante; vamos supor que se destinaria a cumprir o que Luís Fernando Veríssimo diz fazerem os grandes editores de dicionários). Palavra deve ter aparência plausível, considerado o padrão português, e ter três aceções (sentidos).

Não te esqueças de incluir no verbete a abreviatura da classe gramatical (n. = nome; adj. = adjetivo; adv. = advérbio; v. = verbo; interj. = interjeição) e, se for caso disso, de categorias (f. = feminino; m. = masculino; inv. = invariável; tr. transitivo; intr. = intransitivo; etc.) ou outras classificações (fig. = sentido figurado; lat. = latim; ár. = árabe; fr. = francês; frânc = frâncico; gr. = grego; ...; pop. = popular; gír. = gíria; arc. = arcaico; téc. = técnico; ...). Inclui também uma abonação — isto é, uma frase exemplificativa, entre aspas — de cada aceção. No final do verbete, podes pôr etimologia, mas esta já não será obrigatória. (Nota que um dicionário comum de língua não inclui nomes próprios. Portanto, não podes criar topónimos, antropónimos, enfim, tudo o que escreveríamos com maiúscula inicial.)

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

EncargosOs que ainda não fizeram o trabalho de gravação acerca de leituras — o que o era para ser feito em janeiro — vão ser chamados a uma secção da Classroom onde poderão descarregar o ficheiro vídeo, até ao final do próximo fim de semana. Leiam, por favor, as instruções da tarefa, vejam os exemplos que dou e até os dos colegas que fizeram o trabalho nessa altura (podem até ver os comentários que comecei agora a lançar — ainda só estão os do 10.º 3.ª). Repito: leiam as instruções, porque não aceitarei trabalhos que não cumpram o que está aí estipulado.

Para todos: começa a ser tempo de se ir escrutinando o que sugeri fosse feito para se melhorar. Muitas vezes, indiquei a necessidade de estudarem gramática. Está na altura de fazerem essas revisões (as funções sintáticas são sempre um ponto forte do que vier a testar, mas haverá outros assuntos que temos dado ou que daremos agora).

Livros

Preenche aqui: o que tenhas lido este ano letivo ou ainda estejas a ler (não incluas obras lidas em inglês; se estiveres a ler livros literários mas sugeridos em Filosofia, refere-os também, mas explicitando isso mesmo).

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Se achas que podes ainda ler (i) um conto (ou pequenos contos) de livro de contos; (ii) algumas crónicas em livro de crónicas; (iii) algum livro relativamente curto ou suficientemente entusiasmante para o conseguires fazer neste último mês; (iv) [etc.]; diz-mo aqui e eu tratarei de te emprestar alguma obra no estilo que indiques.

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TPC — Descarrega na Classroom (que abrirei para o efeito e a que te chamarei no final desta aula) a nova versão da «Fuga» (isto é, o texto já com as emendas que lancei no impresso devolvido há pouco).

 

 

Aula 113-114 (9 [5.ª, 4.ª], 12/mai [3.ª, 5.ª]) Sobre verbetes corrigidos (ver Apresentação). Explicação sobre modalidades (e valores modais).

Sobre os valores modais (ou modalidade) tens a explicação nas pp. 277-278 do manual. As três modalidades são: epistémica (valores de probabilidade, certeza); deôntica (permissão, obrigação); apreciativa. Na tabela, preenche a coluna da direita com a modalidade que esteja em causa.

«O desensofador» (série Lopes da Silva)

modalidade

Ui!

 

 

Não lhe vou mentir: está muito complicado...

Vai ser preciso desmontar: tenho de tirar a almofada.

 

 

Tenho de fazer a verificação do forro a nível do extravio de acepipes.

Não pode recolocar agora?

 

 

Não posso voltar cá.

Tenho um serviço num dentista que deve ser demorado.

 

Que horror: parece impossível!

 

 

Parece incrível como há gente assim em pleno século XXI...

E posso colocar eu a almofada?

 

 

Por mim, pode.

Pode só virar o fecho éclair ao contrário...

 

 

Pode meter mal a almofada...

A única coisa que pode acontecer é desfigurar o sofá para sempre.

Posso oferecer-lhe uma cerveja?

 

Devemos ter cuidado com chaves e naperons — o mundo tornou-se complicado para os sofás.

 

Na p. 278, lê o texto em «Praticar» e resolve 1 e 2:

1. ______________

2. _____

Depois de ouvires «Fiscal das danças ridículas» (série Lopes da Silva), preenche a coluna do meio, relativa ao ato ilocutório (assertivo, expressivo, diretivo, compromissivo, declarativo):

Passo de «Fiscal das danças ridículas» ou de separadores

Ato ilocutório

Descrição útil para tipificar ato

[Incorreu na prática de danças ridículas.] Vai ter de abandonar o estabelecimento.

 

Frase deôntica dita por um «fiscal de danças ridículas».

Vi-o a efetuar uma espécie de um comboiinho.

 

Relato, relativamente a que o enunciador se responsabiliza, de um acontecimento anterior.

O que é que eu fiz?

 

Interrogação dirigida ao fiscal.

Não posso pactuar com comboiinhos!

 

Frase na 1.ª pessoa, dita com ênfase, com indignação.

Não vou fechar os olhos a uma situação como a que o vi fazer.

 

Frase com complexo verbal (ir + infinitivo do verbo principal) com valor de futuro próximo.

Não perca a atualização das notícias sobre a seleção nacional.

 

Frase com uso do conjuntivo, correspondente a imperativo negativo.

Ao contrário do que fora anunciado, Paulo Ferreira não jantou o prato de peixe.

 

Informação, relato de uma circunstância, negando-se informação anterior.

Vamos ter oportunidade de ouvir uma entrevista com Dona Maria da Conceição Ferradinha, uma alentejana que viu o autocarro da seleção duas vezes.

 

Frase com complexo verbal (ir + infinitivo de verbo principal) com valor de futuro próximo.

Ui, tantos episódios!

 

Frase exclamativa, com algum teor descritivo, mas sobretudo admirativa.

Agora é calcar!

 

Frase de teor apelativo, ainda que sem uso de modo imperativo.

Eu estou a perder a cabeça!

 

Descrição de estado de espírito, sublinhada com nervosismo evidente.

Itens de exame em torno de atos ilocutórios

[2014, 1.ª fase]

2.3. Classifique o ato ilocutório presente em «Como um dia veremos.» (linha 29). [É por isso que, para além do culto que a obra de Eça legitimamente merece, por mérito próprio e grandeza genuína, se deve reconhecer, para sermos justos, que muita da admiração totalitária que Eça desencadeia nasce porventura duma espécie de preguiça e lentidão em entender, ainda nos nossos dias, a linguagem diferente daqueles que lhe sucederam. O que não parece vir a propósito, embora venha. Como um dia veremos.]

R.: ____________________

[2013, 1.ª fase]

1.7. Na frase «E, após isso, ninguém lerá uma só palavra posta por mim num pedaço de papel.» (linhas 9 e 10), o autor realiza um ato ilocutório

(A) compromissivo. | (B) declarativo. | (C) expressivo. | (D) diretivo.

[2013, 2.ª fase]

2.2. Classifique o ato ilocutório presente em «A sua poesia ainda tem segredos para si?» (linha 21).

R.: __________________

Escreve um soneto mais otimista do que «Erros meus, má fortuna, amor ardente» (p. 191). Diria mesmo: um poema na direção emocional contrária, um poema em que desespero, lamento, desilusão dessem lugar a alegria, entusiasmo, fruição.

Respeitarás um esquema rimático ABBA ABBA CDE CDE. Os versos de rima B terminarão em –aram, como podes ver a seguir. Manterás também as poucas palavras que registei nas linhas, mas, como se vê, podes trocar-lhes género e número e, se quiseres, optar por «se juntaram» em vez de «se conjuraram». Não te preocupes com a métrica. E, claro, o soneto não tem de se reportar a Camões.

(Ao escolheres as primeiras rimas, tem em conta que ficas obrigado a obedecer-lhes em versos seguintes. Não ponhas, por isso, finais de palavras muito raros.)

 

___ meu(s)/minha(s), boa(s)/bom/bons __, amor __  A

Em minha(s)/meu(s) _____ se conjuraram/juntaram  B

__________________________________  B

__________________________________  A

 

__________________________________  A

__________________________________  B

__________________________________  B

__________________________________  A

 

__________________________________  C

__________________________________  D

__________________________________  E

 

__________________________________  C

__________________________________  D

__________________________________  E

TPC — Porei em Gaveta de Nuvens ficha do Caderno de atividades sobre Valor modal, já corrigida. Não deixes de a ver. Se ainda ainda não o entregaste, não esqueças também o texto de «Fuga».

 

 

Aula 115-116 (10 [4.ª], 15/mai [1.ª, 3.ª, 5.ª]) Na p. 262, tens as duas últimas estrofes do canto I de Os Lusíadas, as estâncias 105-106. Deixo-te as respetivas paráfrases (mas vai lendo também as estâncias propriamente ditas; e, antes de tudo, o enquadrado «Reflexão... em contexto»):

[105] O recado que traziam era amistoso, mas encobria o veneno [da traição], porque as intenções eram hostis, como [se provou quando] se descobriu o ardil. Oh! Grandes e gravíssimos perigos [ameaçam os mortais!] Quão pouco seguro é o caminho da vida! [Como é possível] que a vida tenha tão pouca segurança, [mesmo] naquilo em que pomos as nossas esperanças!

[106] No mar tantas tormentas e tantos perigos, tantas vezes a morte iminente! Na terra tanta luta, tantas traições, tanta cruciante fatalidade! Onde poderá acolher-se um débil humano? Onde poderá ter segura a curta vida, sem que o tranquilo Céu se arme e se irrite contra um tão humilde verme da terra?]

Como ainda se percebe pelos primeiros versos da est. 105, em Mombaça os portugueses tinham sido alvo de uma emboscada por parte dos mouros, apesar de estes parecerem muito hospitaleiros.

1 Os acontecimentos vividos em Mombaça suscitam ao poeta algumas reflexões, que ocupam as estâncias 105-106. Refere os motivos dessas considerações e os sentimentos que lhe despertam.

A propósito da emboscada preparada aos portugueses, o poeta reflete sobre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Tais reflexões provocam-lhe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

1.1 Aponta recursos estilísticos utilizados na estância 105 para realçar as suas emoções.

A repetição anafórica de «___» (vv. 5-6) e a hipérbole utilizada nas expressões «__________» (v. 5) e «___________» (v. 6) contribuem para enfatizar o desencanto do sujeito poético.

2 Transcreve a metáfora usada na estância 106 para designar o Homem.

A metáfora que designa o homem é ________________.

Na prova nacional intermédia de 2013-2014, duas perguntas aproveitavam as estâncias 105 e 106 do canto I. Reproduzo esses dois itens e as respostas sugeridas oficialmente. Porém, retirei à resposta 1 as formas verbais e, à resposta 2, as preposições e contrações (de preposição e determinante). Completa-as.

1. Relacione a interrogação final (est. 106, vv. 5-8) com as exclamações que a antecedem (est. 105, vv. 5-8, est. 106, vv. 1-4).

A interrogação presente nos quatro versos finais ___________ da reflexão do poeta sobre a fragilidade da condição humana e da sua perplexidade perante a impossibilidade aparente de ____________ um lugar seguro, onde o ser humano, «bicho da terra tão pequeno» (est. 106, v. 8), se ____________ a salvo.

Nas exclamações dos versos 105, 5 a 106, 4, o poeta ____________ os «grandes e gravíssimos perigos» (est. 105, v. 5) a que o homem _________ sujeito, tanto no mar como na terra, na permanente incerteza do futuro («Caminho da vida nunca certo», v. 6).

2. Explique de que modo a mitificação do herói em Os Lusíadas é ilustrada pelas estâncias transcritas.

A mitificação ___ herói é ilustrada ___ excerto, ___ medida ___ que é referido e valorizado o esforço que leva os portugueses não só ___ ultrapassarem os perigos graves, ___ mar e ___ terra, como também ___ assumirem a fragilidade ___ condição humana.

Consciente ___ desproporção existente ___ o «fraco humano» (est. 106, v. 5) e o «Céu sereno» (v. 7), o poeta acentua e enaltece a grandeza heroica daqueles que enfrentam forças adversas e, assim, se elevam ___ nível ___ deuses.

Na p. 263, «Em destaque» («A reflexão do poeta no final do Canto I: o “bicho da terra tão pequeno”») e «Escrita — Exposição sobre um tema». Redige depois a exposição aí pedida.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Classificação da fase de grupos da Liga dos Campeões

Turma 1.ª

 

Grupo A

Grupo B

Grupo C

Grupo D

1

Laura (18,5)

Miguel (15,75)

Alex (15,5)

Neves (18)

2

Margarida (17)

Cristian (15)

Inês (13,75)

Bea (16)

3

Macedo (15)

Ester (14,75)

Matilde Ch. (14)

João (15)

4

Constança (14,5)

Alice (14,5)

Joana (13) [13,75]

Cecília (14,75)

5

Matilde S. (13,5) [13,5]

Mada (13,75)

Tiago (13) [13]

André (13)

6

Clara (13,5) [12,5]

Bernardo (13)

Duarte (11)

Leandro (12,5)

7

Rodrigo (13)

Leo (11)

Lucas (9)

 

[Classificação usada para desempate, a da pré-eliminatória]

Turma 3.ª

 

Grupo A

Grupo B

Grupo C

Grupo D

1

Helena (17)

Letícia (18,5)

Carlos (17)

Leonor (16) [17,5]

2

Eduardo (16,75)

Rodrigo (17,25)

Ribeiro (16)

Joana (16)[14,75]

3

Carolina (15,25)

Ana (16,5)

Henrique (14,75)

Artur (14) [13,25]

4

Bia B. (14,5)

Mariana R. (15,5)

Tiago N. (14,5)

Gonçalo (14) [13]

5

Bea (14) [18]

António (13)

Mariana (13,5)

Carol (13)

6

Marta (14) [17]

Diogo (9) [12]

Augusto (13,25)

Afonso (12,5)

7

Talia (14) [13]

Zé (9) [9,5]

Tiago E. (10,5)

Neuza (10)

8

Anna (13)

 

 

 

[Classificação usada para desempate, a da pré-eliminatória]

Turma 4.ª

 

Grupo A

Grupo B

Grupo C

Grupo D

1

Lourenço (16)

Marta (18)

Afonso (15)

Margarida R. (18)

2

Joana C. (15,5)

Mariana A. (17,5)

Gonçalo (15)

Ranya (17)

3

Joana B. (15)

Carolina (17)

Francisco (14)

Leonor Maria (16,25)

4

Sofia (14,75)

Margarida N. (16)

Miguel (13)

Santi (16)

5

Eliana (14,5)

Leonor (15,5)

Ana (11,5)

André (13,5)

6

Leonor F. (14,5)

Mariana R. (14,75)

Martim (11,5)

João (13)

7

Lara (10,5)

Sarah (14)

Rafa (9)

Manuel (11)

8

Elton (9,5)

 

 

 

Turma 5.ª

 

Grupo A

Grupo B

Grupo C

Grupo D

1

Matias (17)

André (15)

Rafaela (13,5)

José (16,75)

2

Tiago M. (14)

Salvador (14,75) [14]

Rosa (13) [13,75]

Miguel (15,75)

3

Ana (13)

Leonor (14,75) [13,5]

Rodrigo (13)[12,75]

Sara (15)

4

Frederico (12,75)

Gonçalo S. (12) [13,25]

Rita A. (12,5)

Giuliana (14,75)

5

Duarte (11) [13,5]

Tiago C. (12) [13]

Rita S. (12)

Joana (9,5) [11]

6

Guilherme (11) [12,5]

João (9,5)

Matilde (11,5) [14,5]

Gonçalo F. (9,5) [10,75]

7

Santiago (9)

Luna (9)

Tomás (11,5) [13,5]

 

[Classificação usada para desempate, a da pré-eliminatória]

Liga dos Campeões — Fase final

Leitor                   Odd

Eu

Mestre

Leitor                   Odd

Eu

Mestre

Vencedor

Oitavos de final

(A1)

 

 

(B4)

 

 

[α]

(C1)

 

 

(D4)

 

 

[β]

(B1)

 

 

(A4)

 

 

[γ]

(D1)

 

 

(C4)

 

 

[δ]

(A2)

 

 

(B3)

 

 

[ε]

(C2)

 

 

(D3)

 

 

[ζ]

(B2)

 

 

(A3)

 

 

[η]

(D2)

 

 

(C3)

 

 

[θ]

Quartos de final

(α)

 

 

(ζ)

 

 

[ι]

(β)

 

 

(ε)

 

 

[κ]

(γ)

 

 

(θ)

 

 

[λ]

(δ)

 

 

(η)

 

 

[μ]

Semi-finais

(ι)

 

 

(κ)

 

 

[ν]

(λ)

 

 

(μ)

 

 

[ξ]

Final

(ν)

 

 

(ξ)

 

 

 

Liga Europa

Leitor                   Odd

Eu

Mestre

Leitor                   Odd

Eu

Mestre

Vencedor

Primeira pré-eliminatória

(A8)

 

 

(D7)

 

 

[α]

(B8)

 

 

(C7)

 

 

[β]

Segunda pré-eliminatória

(A6)

 

 

(B7)

 

 

[γ]

(C6)

 

 

(D7 ou α)

 

 

[δ]

(B6)

 

 

(A7)

 

 

[ε]

(D6)

 

 

(C7 ou β)

 

 

[ζ]

Quartos de final

(A5)

 

 

(ζ)

 

 

[η]

(B5)

 

 

(δ)

 

 

[θ]

(C5)

 

 

(γ)

 

 

[ι]

(D5)

 

 

(ε)

 

 

[κ]

Semi-finais

(η)

 

 

(κ)

 

 

[λ]

(θ)

 

 

(ι)

 

 

[μ]

Final

(λ)

 

 

(μ)

 

 

 

TPC — Como talvez distribua as leituras a preparar para as fases a eliminar proximamente, vai vendo no blogue, para, se for caso disso, poderes ir ensaiando as estâncias de Os Lusíadas que te calhem.

 

 

Aula 117-118 (16 [5.ª, 4.ª], 20/mai [3.ª, 1.ª]) Devolução de soneto antónimo de «Erros meus, má fortuna, amor ardente», já anotado ou corrigido.

Nas pp. 264-266, lê o final do canto V, as estâncias 92-100, já depois de o Gama terminar o seu longuíssimo discurso ao Rei de Melinde. Ao mesmo tempo, completa as paráfrases de cada estância (tirei-as da edição de Campos Monteiro). Por vezes, as palavras em falta na «tradução» são idênticas às de Camões, outras vezes correspondem a atualização do vocabulário ou descodificação de alguma figura de estilo. O itálico marca os acrescentos (feitos para facilitarem a compreensão).

92         Quão doce não é o louvor e a justa glória dos nossos feitos, quando os vemos ____________! Todo o homem de nobres sentimentos se esforça por _______ ou igualar em fama os antepassados ilustres. As emulações produzidas pela história dos outros dão lugar, muitas vezes, a gloriosos feitos. A quem se propõe à __________ de obras valiosas, muito o incita e estimula o louvor alheio.

93          Alexandre Magno tinha em menos apreço os feitos gloriosos de Aquiles na _______ que os maviosos versos do seu cantor. Só a estes encarecia e fazia jus. Os famosos troféus de Milcíades tiravam o sono ao _________ Temístocles, que afirmava nada lhe ser tão agradável como as vozes que _________ as suas façanhas.

94          Vasco da Gama esforçou-se por mostrar que essas expedições navais exalçadas por todo mundo não _________ tamanha glória e fama como a sua, que assombrou o _____ e a terra. Sim, mas Octaviano Augusto, que tanto prezou e recompensou, com dádivas, mercês, favores e honrarias o poeta Vergílio, foi quem fez ecoar o nome de Eneias e alastrar a ________ de Roma.

95          A terra portuguesa produz também Cipiões, Césares, Alexandres e ________; mas não lhes concede, a esses heróis, aqueles dotes cuja falta os torna rudes e incultos. Octaviano, entre as mais angustiosas conjunturas, compunha ________ eruditos e formosos. Fúlvia poderia confirmar este asserto, quando António a trocou por _________.

96         Júlio César subjugou toda a Gália, e os trabalhos da guerra não o impediram de cultivar as letras; antes, sustentando numa mão a _______ e noutra a lança, conseguiu ________ a eloquência do Cícero. De Cipião Emiliano sabemos nós que tinha grande prática de literatura teatral. E Alexandre Magno lia as obras de Homero tanto a miúdo que nunca lhe saíam da ________ do leito.

97          Enfim, não houve general romano, grego, ou mesmo bárbaro, que não fosse ao mesmo tempo ilustrado e _________; só entre os portugueses não acontece assim. Não o digo sem vergonha; porque o motivo de não serem muitos heróis portugueses cantados em _________ é não serem os versos apreciados por eles, pois que quem desconhece a arte poética não pode _________.

98         Por isso, e não por falta de inspiração, não há também em Portugal Vergílios nem ________; nem haverá, se este costume persistir, pios Eneias ou bravos _________. E ainda o pior de tudo é que o destino fez os nossos guerreiros tão soberbos e tão bruscos, tão ________ e tão apoucados de inteligência, que pouco ou nada se importam com isso.

99         Pode o nosso Gama ________ às Musas portuguesas o intenso amor da pátria que as levou a dar aos seus descendentes fama e nomeada, cantando os seus gloriosos e ________ trabalhos; visto que nem ele, nem quem da sua geração usa o seu nome, usufrui tanto a amizade de Calíope, ou das ninfas do Tejo, que estas se dignassem abandonar as telas de oiro para o _________.

100       Porque o único estímulo e o único propósito das Tágides gentis são o ______ fraternal que elas dedicam aos portugueses e o desinteressado prazer de dar a todos os seus feitos militares o louvor que estes merecem. Não obstante, ninguém deixe de ter a alma sempre disposta para os ________ empreendimentos; pois que por esta, ou por qualquer outra forma, nunca _________ o seu prémio nem o seu valor.

Podendo socorrer-te dos valores modais (modalidade) apontados na p. 277, preenche a coluna à direita. De qualquer modo, os termos a usar serão:

epistémica (valor de certeza) || epistémica (valor de probabilidade) || deôntica (valor de obrigação) || deôntica (valor de permissão) || apreciativa.

Frase de Último a sair, passo de traição de Débora

Modalidade (valor de ...)

Pões-me creme? [Débora para Bruno]

deôntica (valor de obrigação)

Podes pôr-me creme, faz favor. [Débora para Bruno]

 

Posso. [Bruno para Débora]

 

Então não posso. [Bruno para Débora]

 

As tuas mãos são uma coisa, Bruno! [Débora para Bruno]

 

São super-fortes! [Débora para Bruno]

 

Eu até me estou a sentir mal. [Bruno para Débora]

 

O Unas é que devia estar a fazer isto... [Bruno]

 

Não te preocupes. [Débora para Bruno]

 

O quintal ainda não é aí. [Débora para Bruno]

 

E o vizinho não tem de saber de nada. [Débora para Bruno]

 

Se calhar, posso espalhar por mais sítios? [Bruno para Débora]

 

Claro. [Débora para Bruno]

 

É isso. [Débora para Bruno]

 

Está ótimo! [Débora para Bruno]

 

Tens uma melga aqui. [Unas para Débora]

 

Posso matá-la? [Unas para Débora]

 

Granda melga! Bem! [Bruno para Unas]

 

[...] quando podes ter o original [Bruno para Débora]

 

Se calhar, até quero o original. [Débora para Bruno]

 

Tipo duas melgas que voavam mais ou menos assim. [Bruno]

 

Unas, isso é aquela conversa que não interessa a ninguém. [Débora]

 

Recorda as estâncias 1 a 3 dos Lusíadas (p. 248), que constituem a Proposição. Pensa agora num assunto a que pudesses consagrar um poema épico (ou a paródia de um poema épico), para, de seguida, escreveres a proposição dessa epopeia.

Assumimos que as estâncias serão oitavas, como as de Os Lusíadas, e adotaremos o mesmo esquema rimático — A-B-A-B-A-B-C-C —, embora este esquema não impeça, naturalmente, que as exatas rimas sejam diferentes de estrofe para estrofe. Quanto à métrica, deves tentar que os versos sejam, aproximadamente, decassilábicos. (Faremos uma proposição com duas estrofes apenas. Os Lusíadas têm mais uma terceira oitava em que ainda se apresenta o assunto da epopeia.)

[Assunto do poema épico, ou herói-cómico, seria: _______________]

Canto I

1.

As ______ e os ________ assinalados (A)

_____________________________ (B)

_____________________________ (A)

_____________________________ (B)

_____________________________ (A)

_____________________________ (B)

_____________________________ (C)

_____________________________ (C)

2.

_____________________________ (D)

_____________________________ (E)

_____________________________ (D)

_____________________________ (E)

_____________________________ (D)

_____________________________ (E)

Cantando espalharei por toda a parte, (F)

Se a tanto me ajudar o engenho e a arte. (F)

TPC — Prepara as leituras em voz alta de estâncias de Lusíadas segundo a tabela em baixo. No blogue, tentarei deixar leitura minha, só para advertir dificuldades (mas sem investir na interpretação, o que, porém, vocês devem fazer). Também no blogue está parte de uma edição de Os Lusíadas com explicações/traduções estrofe a estrofe, que talvez lhes possa ser útil no caso de querem compreender bem o passo em causa. (Na Liga Europa, se o jogo que indico em certas turmas não se pode realizar, o clube sobrante não tem de preparar a leitura.)

Liga dos Campeões, oitavos de final

A1 vs. B4             p. 248, I, 1-3; p. 250, I, 4-5; p. 252, I, 6

C1 vs. D4            p. 252, I, 7-12

B1 vs. A4             p. 253, I, 13-18

D1 vs. C4            p. 262, I, 105-106; pp. 264-265, V, 90, 92-94

A2 vs. B3            pp. 265-266, V, 95-100

C2 vs. D3            p. 269-270, VII, 78-83

B2 vs. A3            pp. 270-271, VII, 84-87; p. 274, VIII, 96-97

D2 vs. C3            p. 275, VIII, 98-99; pp. 279-280, IX, 88-91

Liga Europa, pré-eliminatórias

A8 vs. D7            p. 280, IX, 92-95

A6 vs. B7            pp. 283, X, 145-148

C6 vs. D7 ou α   pp. 284-285, X, 149-153

B6 vs. A7            p. 285, X, 154-156; p. 255, IX, 52

D6 vs. C7 ou β   pp. 255-256, IX, 53, 66-68

Esta fase das duas ligas deve começar na terça, 23 (10.º 4.ª e 10.º 5.ª), e na sexta, 26 (10.º 1.ª e 10.º 3.ª).

 

 

Aula 119-120 (17 [4.ª], 22/mai [1.ª, 3.ª, 5.ª]) Correção de texto argumentativo sobre «Bicho da terra tão pequeno». Enquadramento do passo a ler a seguir na ação de Os Lusíadas (VIII, 96-99).

Reconstitui as quatro estâncias cujos dísticos recortados tens no envelope. Deves aproveitar o que já sabes acerca do esquema rimático seguido nas estrofes de Os Lusíadas (a-b-a-b-a-b-c-c). Os recortes A, B, C, D são os primeiros, respetivamente,  da primeira, segunda, terceira e quarta estância. Os restantes dísticos estão todos muito bem desordenados.



A

Nas naus estar se deixa, vagaroso,

 

Até ver o que o tempo lhe descobre;

B

A Polidoro mata o Rei Treício,

 

Só por ficar senhor do grão tesouro;

C

Este rende munidas fortalezas;

 

Faz trédoros e falsos os amigos;

D

Este interpreta mais que sutilmente

 

Os textos; este faz e desfaz leis;

E

Que corrompe este encantador, e ilude;

 

Mas não sem cor, contudo, de virtude!

F

Este deprava às vezes as ciências,

 

Os juízos cegando e as consciências.

G

Pode o vil interesse e sede imiga

 

Do dinheiro, que a tudo nos obriga.

H

Este corrompe virginais purezas,

 

Sem temer de honra ou fama alguns perigos;

I

Veja agora o juízo curioso

 

Quanto no rico, assi como no pobre,

J

Que não se fia já do cobiçoso

 

Regedor, corrompido e pouco nobre.

K

Pode tanto em Tarpeia avaro vício

 

Que, a troco do metal luzente e louro,

L

Entrega aos inimigos a alta torre,

 

Do qual quási afogada em pago morre.

M

Até os que só a Deus omnipotente

 

Se dedicam, mil vezes ouvireis

N

Este a mais nobres faz fazer vilezas,

 

E entrega Capitães aos inimigos;

O

Entra, pelo fortíssimo edifício,

 

Com a filha de Acriso a chuva d’ouro;

P

Este causa os perjúrios entre a gente

 

E mil vezes tiranos torna os Reis.

Faz uma releitura das estâncias nas pp. 274-275 (Os Lusíadas, VIII, 96-99). Identifica a estância (96, 97, 98 ou 99) correspondente a cada síntese:

a) O poder corruptor do dinheiro: na amizade, na fidelidade, na integridade. Os bens materiais são mais fortes do que os valores morais de cada um. = ___

b) O poeta exemplifica como a ambição pode corromper os mais poderosos: no Direito, na Monarquia e, até, no Clero. = ___

c) O poeta dá exemplos de histórias trágicas da Antiguidade Clássica, para demonstrar que o «vil metal» leva a cometer, desde sempre, as maiores atrocidades. = ___

d) O poder do dinheiro tanto corrompe pobres como ricos. = ___

Convém perceberes a cadeira anafórica em que assentam estas estrofes finais do antepenúltimo canto dos Lusíadas. Ao referente — ao termo antecedente — «dinheiro» (est. 96, v. 8) sucedem-se vários termos anafóricos (uns sete pronomes demonstrativos «este» e um grupo nominal «este encantador [este feiticeiro]», todos correferentes, é claro). Depois, preenche a tabela, copiando as transcrições do texto que podem abonar cada uma das afirmações da coluna à esquerda.

O poder corruptor do dinheiro percorre todas as camadas sociais.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

A deterioração dos valores da classe nobre é destacada pelo poeta.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

O dinheiro influencia a compreensão das situações.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Nem os membros religiosos (os sacaninhas!) escapam à influência negativa do dinheiro.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

O domínio do dinheiro pode influenciar situações legais.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Sob influência do dinheiro, o ser humano pratica ações desleais.

«Faz tredoros e falsos os amigos; / Este a mais nobres faz viver vilezas, / E entrega Capitães aos inimigos» (est. 98, vv. 2-4); «Este causa os perjúrios entre a gente / E mil vezes tiranos torna os Reis» (99, vv. 3-4).

Vamos continuar a procurar analogias entre Cantar 2 e Os Lusíadas.

Trecho deCantar 2

Os Lusíadas, III-VIII

O objetivo de Moon (ou, melhor, do seu grupo — podemos considerar que o herói é _________) é fazer um grande espetáculo em Redshore City.

O objetivo de Vasco da Gama (ou, melhor, dos portugueses — podemos considerar que o herói é _______) é difundir a fé e expandir o reino.

Depois de ter tido de ________ uma série de hesitações dos artistas (provocadas por descrença no êxito da aventura ou fraca autoestima), Moon, com a ajuda preciosa de ________ (que argumenta ter até encontrado babysitter para os seus leitões), consegue que todos entrem na camioneta que os levará à grande cidade.

Depois de terem tido de ________ uma série de obstáculos (provocados por Baco) com a ajuda preciosa de Vénus, aportaram em Melinde, onde o Gama (cantos III-V) narrou ao rei local a primeira parte da viagem e episódios da história de Portugal (uma analepse que resolve o problema de termos encontrado as naus já no ______, o tal começo in media res).

Chegados a Redshore, conseguiram introduzir-se em zonas reservadas da Crystal Tower, até chegarem à fala com o lobo-magnata _______. É ele que avaliará o resultado, como prometera num cartão: «Não faças ______, Moon. Senão, ...».

Chegados à ______, foram bem recebidos inicialmente. Há até novo relato de factos da história de Portugal (a pretexto de figuras em bandeiras), ao Samorim e ao Catual (espécies de rei-governador e regedor-polícia locais), desta vez por Paulo da Gama, irmão de _____.

Porém, de _________ dependerá a concretização do espetáculo. Havia ______ anos que desaparecera da vista do público, desde que morrera a mulher e se recolhera numa mansão inexpugnável. Para tentar convencer Clay a regressar, Miss Crawley, num espampanante carro vermelho, desloca-se à fortaleza do leão misantropo, não se esquecendo de levar uma cesta de fruta como presente, mas é brutalmente __________, regressando a Redshore City cheia de mazelas.

Porém, _____ volta a interferir, divulgando falsidades sobre as intenções dos portugueses naquelas terras. Por sua influência, altera-se o comportamento do Catual, que, para deixar partir os navegantes portugueses, lhes exige a entrega de mercadorias. É esta atitude interesseira que inspira ao poeta, no final do canto VIII, uma reflexão sobre o poder do _______. As fazendas exigidas pelo Catual acabam por ser ________ pelo Gama e a armada inicia o regresso a Portugal.

Entretanto, a jovem loba ______, filha de Crystal, aproveita as vertigens de Rosita para se _________ na preparação do espetáculo.

Entretanto, _______ prepara uma surpresa aos seus protegidos lusitanos, uma ilha maravilhosa habitada por ninfas, que ________ os amores dos marinheiros.

TPC — Prepara leituras em voz alta. Lá para o final da semana tentarei pôr áudio (está aqui) para advertir dificuldades.

 

 

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