Aulas (3.º período)
Aula 49 (11 [10.º 6.ª], 12 [10.º 4.ª], 13 [10.º 9.ª], 16 [10.º 3.ª], 18 [10.º 1.ª]/abril)
Recursos estilísticos
A tabela integra as figuras de estilo referidas no sketch «Jesus ensaia figuras de estilo» (série Barbosa) e em «Que figura de estilo está Manuela Ferreira Leite a usar?» (Zé Carlos), arrumadas segundo a classificação em «Recursos estilísticos» (manual, pp. 333-335).
Completa as definições. Deixei ficar algumas figuras de estilo que não surgem nos sketches. Nuns casos, exemplifico-as com frases de filme que veremos depois; nos restantes, criarás tu uma abonação (podes aproveitar ainda o contexto ‘Jesus e apóstolos’).
[TPC — Aguardo ainda muitos dos verbetes de dicionário de palavras inventadas (passados a computador), que constituíam o tepecê da aula 47.]
Recursos estilísticos
A tabela integra as figuras de estilo referidas no sketch «Jesus ensaia figuras de estilo» (série Barbosa) e em «Que figura de estilo está Manuela Ferreira Leite a usar?» (Zé Carlos), arrumadas segundo a classificação em «Recursos estilísticos» (manual, pp. 333-335).
Completa as definições. Deixei ficar algumas figuras de estilo que não surgem nos sketches. Nuns casos, exemplifico-as com frases de filme que veremos depois; nos restantes, criarás tu uma abonação (podes aproveitar ainda o contexto ‘Jesus e apóstolos’).
[TPC — Aguardo ainda muitos dos verbetes de dicionário de palavras inventadas (passados a computador), que constituíam o tepecê da aula 47.]
Aula 50 (12 [10.º 3.ª], 13 [10.º 1.ª, 4.ª, 6.ª], 16/abril [10.º 9.ª]) Na p. 88 do manual, centra-te no «artigo de divulgação científica e técnica» redigido por Ana Markl. Na verdade, «Um robô chamado Wall.E» não é bem um típico artigo de divulgação, é mais uma recensão de filme pensada para revista juvenil (e, por isso, com marcas pedagógicas, em estilo coloquial).
Reformula o texto, tornando-o adequado a um público adulto. Sem prejudicares os dados sobre o enredo (o teu texto deve ter, pelo menos, a mesma extensão do original), usarás linguagem mais cuidada, mais formal. Substituirás as partes de diálogo quase didático, as marcas de oralidade e certo tom infantil.
_______________________
A ação de Wall.E decorre num futuro longínquo, em 2700.
TPC — Estudar (resolvendo partes, experimentando outras, relanceando correções) páginas sobre acentuação no Caderno de Atividades (pp. 7-11).
Reformula o texto, tornando-o adequado a um público adulto. Sem prejudicares os dados sobre o enredo (o teu texto deve ter, pelo menos, a mesma extensão do original), usarás linguagem mais cuidada, mais formal. Substituirás as partes de diálogo quase didático, as marcas de oralidade e certo tom infantil.
_______________________
A ação de Wall.E decorre num futuro longínquo, em 2700.
TPC — Estudar (resolvendo partes, experimentando outras, relanceando correções) páginas sobre acentuação no Caderno de Atividades (pp. 7-11).
Aula
51 (18, 19, 20/abril) Leitura do «Regulamento 2008» do Prémio Pessoa (p. 62) e
do «Regulamento do Concurso Literário José Gomes Ferreira »,
para preenchimento de comparação; resolução de item 7 da p. 63.
Compara os dois regulamentos
na tabela (o da p. 62 do manual e o do verso desta folha), preenchendo as
quadrículas vagas:
Prémio Pessoa 2008
|
Concurso Literário
|
|
Destinatários
|
alunos,
pais, funcionários da ESJGF
|
|
Área
|
arte,
literatura, ciência
|
|
objeto
do concurso
|
toda
a obra passada do candidato
|
|
apresentação
das candidaturas
|
presencial
(no CRE)
|
|
prazo
das candidaturas
|
8
de junho de 2012
|
|
processo
da candidatura
|
entrega
de dois exemplares do trabalho (com pseudónimo e indicação de escalão) e preenchimento
de identificação (chave do pseudónimo, nomeadamente)
|
|
constituição
do júri
|
personalidades
a convidar pelo jornal
|
|
prerrogativas
do júri
|
escolha
de alguém que não esteja entre os candidatos; excecionalmente, atribuição do
prémio a duas personalidades, dividindo-o
|
|
informação
pública dos resultados
|
não explicitada
|
|
Prémio
|
não explicitado
|
Resolve o ponto 7 da p. 63:
A «Os
originais que integrem essa documentação não serão devolvidos» | _____________
B «Quem
pode participar?» | ____________
C
«Espero que ganhes o prémio!» | _____________
D «Não
esperes mais, concorre!» | _____________
Depois de
assistires ao sketch «No chão, não:
no velhão!», lerás o poema «Velho» (p. 209), letra de uma canção de Mafalda
Veiga.
Escreve um comentário
(de cem a cento e vinte palavras) em que estabeleças alguma analogia entre os
dois textos. Sobretudo no caso do sketch,
não te iludas com a interpretação literal: parece-me óbvio que a «publicidade
institucional» aí feita tem intenção irónica (e, portanto, a haver alguma
mensagem no sketch, ela irá até em
sentido contrário do aparentemente afirmado ao longo do sketch).
Faz de maneira a
que haja, pelo menos, uma ou duas curtas transcrições do texto de Mafalda Veiga
(entre parênteses e entre aspas).
Tanto
o sketch dos Gato Fedorento como a
canção de Mafalda Veiga abordam _________
...
…
Reformula as primeiras
estrofes do poema de Mafalda Veiga, reescrevendo o texto agora sob o título
«Jovem» e, naturalmente, criando versos «antónimos» dos da cantora.
Jovem
…
Frases da parte de Uivo que veremos hoje
|
Figura de estilo
|
«a
sopa de massinhas do tempo»
|
|
«que
provaram as pássaras de um milhão de catraias»
|
|
«para verificar se eu tenho uma visão ou se tu tinhas uma
visão ou se ele tinha uma visão para descobrir a Eternidade»
|
|
«Denver
tem saudades dos seus heróis»
|
|
«o
cabelo da alma iluminou-se»
|
Aula 52 (20, 23, 26, 27/abril)
Processos irregulares de formação de palavras
(ou
Neologia ou Processos de inovação lexical)
Além
dos processos morfológicos de formação
de palavras, arrumáveis grosso modo
em derivação e composição (p. 298) — que já conhecerás mas que reveremos um dia
destes, porque houve reclassificações importantes entretanto —, no domínio da
formação de palavras temos de contar ainda com os chamados «processos
irregulares» («neológicos» ou «de inovação lexical»), cujas definições não se
alteraram nestes anos mas que é menos seguro tenham sido muito abordadas no 3.º
ciclo.
Vamos,
portanto, até à p. 316. Vê as sete definições, e respetivos exemplos, no ponto
2, «Processos irregulares de formação de
palavras». (Acrescentarei eu a cunhagem,
a criação de palavras por pura invenção, a partir do nada.) Depois lança no
quadro as palavras «neológicas» seguintes (cada quadrícula ficará com uma, duas
ou três palavras).
coaxar
tiquetaque
navegar (na net)
nega (‘nota negativa’)
ESJGF
pizza
ovni
portunhol
CEE
scanear
otorrino
besidróglio
chumbo (‘reprovação’)
zoo
CRE
motel
Processos de neologia
|
Exemplos
|
Extensão semântica
|
|
Empréstimo
|
|
Amálgama (ou palavra
entrecruzada)
|
|
Sigla
|
|
Acrónimo
|
|
Onomatopeia
|
|
Truncação (ou
redução)
|
|
Cunhagem
|
Depois
de vermos «Novo dicionário» (série Barbosa), preenche a coluna ‘classe’ e as
lacunas do texto que se segue.
Neologismo
|
Significado
|
Classe
|
Abonação
|
Feni
|
‘irritado
por causa da meia que resvalou para debaixo do calcanhar’
|
«Eu
hoje estou completamente feni».
|
|
poete
[poe:te]
|
‘frustrado
por não ter encontrado leite no frigorífico’
|
‘Fiquei
mesmo poete’.
|
|
[não consigo grafar]
|
‘frustrado
por não ter encontrado sumo no frigorífico’
|
adjetivo
|
«Agora
é que eu fiquei mesmo [?]»
|
Brenaca
|
‘[algum
sítio feio]’
|
«Vá para o brenaca»
|
|
Baúte
|
[também não convém definir]
|
«Pegue
no barute e enfie-o no aúba»
|
|
Aúba
|
As
palavras propostas por Juvenal Barbosa aproveitam pouco o léxico já existente. Poderiam esses
neologismos seguir os processos descritos na p. 316 do manual, mas isso não
acontece. O Dr. Juvenal usa sobretudo a cunhagem, um processo também de
neologia, mas bastante raro. Ainda por cima, as palavras cunhadas costumam ser criadas segundo os padrões da língua em que
se vão integrar, o que não sucede com duas das palavras de Juvenal (a que nem
conseguimos grafar e a que tem um alongamento numa das vogais).
Se houvesse em outras línguas
palavras tão específicas como pretende, o linguista-afinal-físico-químico
poderia importá-las (seriam ________, mais ou menos adaptados ao padrão
português — e, na fase em que estivessem a ser introduzidos, chamar-lhes-íamos,
quase pejorativamente, _______).
Se preferisse as ________ —
designadas também palavras entrecruzadas
—, Juvenal poderia juntar o início de «irritação» e o final de «peúgo», formando
o adjetivo «________», que serviria para ‘irritado com as meias que descaem no
calcanhar’.
Para o impropério com que termina o
diálogo — «Vai para o brenaca» — era aceitável um ________ ou uma _______ (às
vezes, eufemística e ironicamente substituem-se as ordinarices por iniciais).
Uma das
criações de Juvenal, o adjetivo correspondente à frustração por não haver sumo
no frigorífico, talvez se possa considerar uma ________, na medida em que
parece basear-se num som ligado à surpresa desagradável de não haver o que se
procura.
Poderia
ainda Juvenal ter recorrido à ________ (passamos a usar uma palavra num
contexto tão diferente do original, que, na verdade, se trata também de um
neologismo). «Estou ________ {pensa tu
num adjetivo}» inclui um adjetivo que, por metáfora, daria
satisfatoriamente a noção de ‘estar frustrado por não encontrar leite’.
Vai
até à p. 227. O poema de Saramago pretende ridicularizar certos textos de
lírica amorosa. Os ingredientes da receita para fazer um amor de poeta seriam
os lugares-comuns que costumam aparecer na má poesia amorosa («um poeta não
cansado», «uma nuvem de sonho», «uma flor», «[três gotas de] tristeza», «um tom
dourado», «uma veia sangrando de pavor», «a luz de um corpo de mulher», «[uma
pitada de] morte»).
Por
outro lado, esta abordagem em formato de receita (segundo o tipo textual
instrucional, no fim de contas) inspira-se no que já tinham feito outros
escritores. Repara, em baixo, no texto de Reinaldo Ferreira, menos irónico mas
fortemente crítico.
Receita para fazer um
herói
Tome-se um homem,
Feito de nada, como nós,
E em tamanho natural.
Embeba-se-lhe a carne,
Lentamente,
Duma certeza aguda, irracional,
Intensa como o ódio ou como a fome.
Depois, perto do fim,
Agite-se um pendão,
E toque-se um clarim.
Serve-se morto.
Reinaldo
Ferreira, Poemas
Plasmado
sobre um dos poemas (quase com a sua estrutura sintática) escreve um texto
poético cujo título seja
Receita para ______________
_____________________
_____________________
_____________________
_____________________
_____________________
_____________________
_____________________
_____________________
_____________________
_____________________
_____________________
Frases da parte de Uivo que veremos hoje
|
Figura de estilo
|
«[Moloch] cujos olhos são mil janelas cegas»
|
|
«cujo amor é pedra e petróleo sem fim»
|
|
«ficaram apenas com a sua insanidade e as
suas mãos e um júri anulado»
|
|
«a quem foi dado um vazio concreto de
insulina, Metrazol, eletricidade, hidroterapia, psicoterapia, terapia
ocupacional, pingue-pongue e amnésia»
|
|
«cujas fábricas sonham e morrem no nevoeiro»
|
TPC — Resolver, ou estudar, as pp. 42-44 do
Caderno de Atividades.
Aula 53 (26, 27/abril, 2/maio) O sketch «Encorning» (série Fonseca) brinca
com um hábito que encontramos nas profissões em que convém parecer muito
atualizado: o uso despropositado de palavras inglesas. É certo que, por vezes,
o anglicismo é mesmo necessário para
referir conceitos para que não há equivalente em português; mas, em muitos outros
casos, usa-se o estrangeirismo
apenas para conferir ao que se diz uma aparência de modernidade.
O ridículo da situação vem destas características:
(i) exagero do número de anglicismos
proferidos em todas as falas;
(ii) a
partir de certa altura, as personagens, passarem a dizer supostos
estrangeirismos (constituídos por palavra portuguesa + ing);
(iii) num
momento quase final, essas falsas palavras inglesas serem derivadas a partir de
palavras portuguesas de nível popular (+ sufixo inglês -ing).
Depois
de veres o sketch, entre as palavras
que transcrevi na tabela, distingue:
(1) anglicismos propriamente ditos;
(2) falsos
anglicismos, criados a partir de palavras portuguesas de nível corrente;
(3) falsos
anglicismos, inventados a partir de palavras portuguesas de nível popular.
anglicismo
|
tradução / palavra verdadeira
|
anglicismo
|
tradução / palavra verdadeira
|
||
downsizing
|
1
|
Abaixamento
|
raspaneting
|
||
merchandizing
|
Promoção
|
preguicing
|
|||
Factoring
|
cobrança de créditos por intermediário
|
desautorizing
|
|||
outsourcing
|
subcontratação externa
|
respeiting
|
|||
Holding
|
sociedade gestora de
participações sociais
|
retracting
|
2
|
retra[c]tar ('desdizer')
|
|
benchmarking
|
avaliação relativamente à
concorrência
|
sarilhing
|
|||
Marketing
|
Mercadologia
|
encorning
|
|||
Leasing
|
aluguer de bens
|
aldrabing
|
|||
Renting
|
Aluguer
|
lixating
|
|||
Upgrading
|
Atualização
|
enxerting
|
|||
networking
|
ligação em rede
|
larguing
|
|||
[outsourcing]
|
subcontratação externa
|
desculping
|
|||
Encorning
|
melhoring
|
||||
Despeding
|
geraling
|
||||
Viding
|
filhodaputing
|
3
|
filho da puta
|
Algumas das
palavras que integrámos no tipo 1 podem considerar-se já verdadeiros empréstimos (mais do que estrangeirismos temporários). Se admitíssemos o critério de
os empréstimos já estarem dicionarizados e os estrangeirismos não, diríamos
ainda serem meros estrangeirismos ________, _______, ________, já que encontro
as outras palavras no Grande Dicionário
Língua Portuguesa (Porto Editora).
O
protagonista de «Polícia que se quer vestir de mulher» (série Fonseca) usa
alguns empréstimos e estrangeirismos. São, em geral, palavras relacionadas com
a moda.
Põe
nas duas primeiras colunas a tradução ou o empréstimo que ouviste. Na terceira
coluna, decide entre «anglicismo» ou, se a palavra vier do francês,
«galicismo».
Por
fim, à esquerda da primeira coluna, ordena (1-6) as palavras segundo o grau de
integração no português (de empréstimo quase já não reconhecível como tal — e,
claro, dicionarizado há muito — até ao estrangeirismo raramente ouvido).
Empréstimo/Estrangeirismo
|
Significado /
Tradução
|
Origem | étimo
|
Tailleur
|
_____________________
|
galicismo
| tailleur
|
chapéu com abas largas e leves
|
_________ _ | capeline + «chapelina»
|
|
cosméticos aplicados para embelezar
|
___________ | maquillage
|
|
_____________________
|
anglicismo
| gloss
|
|
mulher ordinária, promíscua
|
___________ | slut
|
|
espécie de «cachecol» largo
|
___________ | écharpe
|
Relativamente
às palavras ou expressões em «Indivíduo que é javardola, menos quando fala
francês» (Lopes da Silva), adivinha se estão dicionarizadas e, nesse caso, dá
palpite sobre as grafias com que a palavra foi registada em dois dicionários (o
português Grande Dicionário Língua
Portuguesa e a edição brasileira do Dicionário
Houaiss).
GDLP (Porto Ed.)
|
Houaiss
brasileiro
|
étimo
|
|
Galicismos
(francesismos)
|
Ø
|
partenaire
|
|
Lingerie
|
lingerie
|
||
soutien-gorge / sutiã
|
soutien-gorge
|
||
Réveillon
|
réveillon
|
||
Champanhe
|
champagne
|
||
chantilly
/
chantili
|
chantilly
|
||
Marquise
|
marquise
|
||
Croissant
|
croissant
|
||
roulotte / rulote
|
roulotte
|
||
Tricô
|
tricot
|
||
ménage
à trois
|
ménage à trois
|
||
Anglicismos;
termos ingleses
|
Timing
|
timing
|
|
Feedback
|
feedback
|
||
OK
|
o.k.
|
o.k. (oll korrect)
|
|
Ø
|
boxer shorts
|
||
Ø
|
[Manchester United]
|
||
Ø
|
[Bobby Charlton]
|
Na p. 35, relanceia o «Contrato de
trabalho a termo certo». Aproveitando-o como guia — quase como uma espécie de
formulário —, escreve um contrato relativo a uma destas situações:
contratação de um dado
animal para fazer figuração num filme (contrato seria estabelecido entre o dono
do animal e uma empresa de audiovisuais);
contratação de um
artista (ator, cantor, etc.) para um dado espetáculo de televisão;
contratação para algum
serviço (ascensorista, porteiro, etc.) num dado hotel;
contratação para posar
para um pintor ou para posar numa escola de Belas-Artes;
contratação de precetora
para educar e acompanhar uma criança difícil;
contratação de
indivíduo para serviços de segurança de ... ;
[qualquer outra
contratação suscetível de contrato a termo certo].
Relativamente
ao contrato no manual, haverá diferenças
grandes nas identificações (1 e 2). Em cada uma das cláusulas primeira a sétima, só se manterão talvez as cinco primeiras palavras. A
cláusula oitava deve manter-se toda.
Localidade, data e assinaturas também serão novas.
O
contrato deve ser verosímil, adotar a linguagem formal adequada a este tipo de
textos, mas não são proibidos subtis exageros, ligeiras absurdidades, etc.
TPC — Conclusão (ou melhoramento) do contrato
muito adiantado em aula.
[Também no caso do 10.º 3.ª — acabei por me decidir por este
tepecê, apesar de lhes ter dito que pensaria em tarefa mais especial.]
Aula 54 (30/abril, 2, 3/maio) Dá um
relance ao texto informativo sobre resumo nas pp. 290-291 (vê sobretudo o
enquadrado da p. 290).
Resume
depois «A presença dos livros» (p. 13), crónica de Guilherme de Oliveira
Martins. Não havendo outra indicação — diz-se no texto explicativo que
relanceaste —, o resumo contrairá o texto-fonte para cerca de um terço ou um
quarto. Mantêm-se enunciador, tempos, modos, sequência; evitam-se transcrições
próximas.
[1.º parágrafo] Gosto das casas com muitos livros, cuja
presença considero imprescindível a um ambiente hospitaleiro. É um grande
prazer _________________________. Porém, ...
[2.º parágrafo] As minhas mais antigas recordações ...
[3.º parágrafo] ...
[4.º parágrafo] ...
Ponho
a seguir os começos de várias das obras narrativas a que aludia Guilherme de Oliveira Martins no
final da sua crónica (uso traduções, no caso das não portuguesas). Adivinha as
correspondências, escrevendo à esquerda dos trechos o título da obra que
iniciam. Depois, ao mesmo estilo de cada passo, cria o par de linhas que se lhe
seguiria.
Homero,
Odisseia Homero,
Ilíada Vergílio,
Eneida
Jonathan
Swift, As Viagens de Gulliver Daniel
Defoe, As Aventuras de Robinson Crusoe
Júlio
Verne, Vinte Mil Léguas submarinas
Camilo
Castelo Branco, Amor de Perdição Eça
de Queirós, A Cidade e as Serras
Eça de
Queirós, Os Maias Eça de Queirós, O Primo Basílio
Tinham dado onze horas no cuco da sala de jantar. Jorge fechou o
volume de Luís Figuier que estivera folheando devagar, estirado na velha voltaire de marroquim escuro,
espreguiçou-se, bocejou e disse:
Canto
as armas e o varão que nos primórdios veio das costas de Tróia para Itália
[...]
A casa que os Maias vieram habitar
em Lisboa, no Outono de 1875, era conhecida na vizinhança da Rua de S.
Francisco de Paula, e em todo o bairro das Janelas Verdes, pela Casa do
Ramalhete, ou simplesmente o Ramalhete.
Nasci
em 1632, na cidade de Iorque, no seio de uma boa família. Esta, porém, não era
oriunda da terra, pois o meu pai era um estrangeiro de Bremen que começou por
se fixar em Hull.
Fala-me, Musa, do homem astuto que
tanto vagueou, / depois que de Tróia destruiu a cidadela sagrada.
O meu amigo Jacinto nasceu num
palácio, com cento e nove contos de renda em terras de semeadura, de vinhedo,
de cortiça e de olival.
Canta, ó deusa, a cólera de Aquiles,
[...]
Espero que estejas preparado para
admitir publicamente, sempre que fores chamado a fazê-lo, que foi por grande
insistência tua que decidi autorizar a publicação de uma narrativa pouco
cuidada e incorreta das minhas viagens [...]
O ano de 1866 ficou marcado por um
acontecimento estranho, um fenómeno inexplicado e inexplicável, que certamente
ninguém ainda esqueceu.
Domingos José Correia Botelho de
Mesquita e Meneses, fidalgo de linhagem e um dos mais antigos solarengos de
Vila Real de Trás-os-Montes, era, em 1779, juiz de fora de Cascais, e nesse
mesmo ano casara com uma dama do paço, D. Rita Teresa Margarida Preciosa da
Veiga Caldeirão Castelo Branco [...]
Trechos em Uivo
|
Recursos estilísticos
|
Ó legiões magras, corram lá para fora
|
|
Ó choque misericordioso de estradas ornado, a
guerra eterna chegou
|
|
Ó vitória, esquece as tuas ceroulas
|
|
Estou
contigo em Rockland, onde irás cindir os céus... / Estou contigo em Rockland,
onde os vinte... / Estou contigo em Rockland, onde achamos e beijamos... /
Estou contigo em Rockland, onde acordamos eletrificados...
|
|
... sagrado. /... sagrado. /... sagrado.
|
|
viera
lançar bombas angélicas
|
TPC — Redação de pequenas continuações
de cada um dos começos de livros.
Aula
55 (3, 4, 9/maio) Explicação de poucos conceitos de prosódia (os referidos na
p. 297 do manual): tom, duração, intensidade; entoações (declarativa,
imperativa, interrogativa, exclamativa, persuasiva); pausas (silenciosas e
preenchida); audição de «Amor é fogo [...]» com pausas preenchidas.
Ouvida a crónica radiofónica de Fernando Alves («A
lâmpada, os livros»), escreve V(erdadeiro)
ou F(also) à esquerda de cada
afirmação.
A notícia saíra no
jornal Folha de São Paulo.
A notícia relatava uma iniciativa de venda de
livros quase de borla.
O título da notícia era «Metrô mexicano vira
biblioteca circulante».
Habitualmente, o cronista nem concorda com este
tipo de iniciativas.
Na primeira leva, quase um terço dos livros
postos a circular foram devolvidos.
A devolução dos livros era uma exigência da
campanha.
Idêntica iniciativa já fora experimentada em
Palermo.
Segundo um dos entrevistados pelo jornal, a
leitura cria ambiente amistoso.
O dinheiro para a compra dos livros envolvidos
na operação veio de empresa privada.
Estudos parecem indicar que medidas do mesmo
tipo só trazem frutos a longo prazo.
Foi à Câmara de Nova Iorque que foi pedido um
estudo sobre a redução da criminalidade na Cidade do México.
À data da crónica, o mayor de Nova Iorque era Rudolph Giulani.
Nova Iorque experimentou também uma iniciativa
idêntica.
Segundo o cronista, um dos objetivos da ideia
era criar no metro uma atmosfera mais securizante.
Estudos parecem indiciar haver uma redução da
criminalidade com medidas deste tipo.
Os «milhões de passageiros pobres da megacidade»
referidos pelo cronista são os utentes do metro da Cidade do México.
Tóquio será a próxima cidade a acolher
atividades do mesmo género.
A lâmpada de Aladino a que se reporta Fernando Alves é o livro.
Vai
até à p. 237. «O conto», de José Luís Peixoto, é uma crónica em que se nos
conta como o autor construiu um conto. É uma espécie de sinopse de conto, com
comentários acerca da elaboração daquela narrativa (ou suposta narrativa,
porque, na verdade, o conto que dá pretexto à crónica nem nunca terá sido
propriamente desenvolvido). Este processo de fazer resumos de obras que não
existem é muito característico de alguns escritores cujos livros aliás
participam na narrativa-crónica de Peixoto (Adolfo Bioy Casares, Júlio
Cortázar, Jorge Luis Borges
— este último não aparece neste passo mas é o exemplo ideal desse género de
abordagens).
Lê
o texto, que nos fala de um conto em que os livros, leitores, bibliotecárias
são o essencial da intriga. Repara, nas zonas marcadas com «(...)» (entre o
primeiro e o segundo parágrafos; e entre o segundo e o terceiro parágrafos).
Cria
o texto que poderia estar no primeiro (a seguir a «Casares.») e no segundo
(após «extravagante.») destes cortes. Farás de maneira a fazer entrar aí
alusões a algum, ou alguns, dos livros que leste, ou estás a ler, no âmbito das
leituras que pedi fosses tentando fazer. Essas alusões não terão de procurar
exibir conhecimentos acerca das obras, mas não fará mal que o façam, desde que
sem exibicionismos. (Mesmo que não tenhas lido
nenhuma obra, podes sempre criar os passos que peço, porventura até
aproveitando para mencionar as tuas hesitações, gostos, mas sempre de modo
conformado ao conto a completar.)
da
autoria de Adolfo Bioy Casares. ______________
extravagante.
____________
Já
fora do contexto da tarefa com o «O conto», completa:
Li / Estou a ler / Na verdade, ainda
não comecei a leitura, mas vou ler {riscar
o que não interessa} ___________{autor, título [como não há itálico,
sublinhas o título]}, que é um/uma __________ {autobiografia,
livro de memórias, livro de viagens, diário, narrativa na 1.ª pessoa não
integrável nos géneros anteriores; biografia; livro de crónicas, etc.}.
Um «pró» do livro lido:
________
Um «contra»:
______
Se
tiveres lido outras obras desde, mais ou menos, Dezembro, indica-as:
__________________
__________________
__________________
__________________
Como
sucede em tantos filmes (e narrativas), O
Leitor começa em época mais recente (Berlim, 1995), recuando depois ao
passado, numa analepse de quase quarenta anos (Neustadt, 1958). O pretexto para
a analepse, neste caso, é um elétrico avistado da janela. Como se verá, em O Leitor não faltam citações de autores
da literatura universal.
TPC — Vê em Gaveta de Nuvens instruções para duas tarefas: bibliofilme (a entregar em maio), aqui;
comentário-análise de canção (a
entregar durante a próxima semana ou pouco mais), aqui.
Aula 56 (7, 9, 10, 11/maio) Vai lendo a entrevista
nas pp. 82-84 («Não queria que fizessem de mim um bicho racional»). Em cada
item circunda a melhor alínea. Antes dos itens estão, a negro e em corpo menor, as perguntas
dos entrevistadores que encimam os trechos a que me reporto.
[«Onde estava há sete anos, antes de publicar o primeiro de 23 livros?»]
Ao responder, Gonçalo M. Tavares
preocupou-se em explicar que
a) já tinha publicado
ainda mais intensamente antes dos trinta e um anos.
b) editara livros que
não fora ele que escrevera.
c) não escrevera
todos os livros que publicara.
d) já escrevera antes
parte do que publicara.
[«Como conseguiu ter tal intensidade criativa nesse período, entre os 20
e os 30 anos, uma idade ainda muito verde?»]
Foi importante para a
atividade criativa de Gonçalo
M. Tavares ter lido
a) os autores da sua
geração.
b) sobretudo os
autores clássicos.
c) autores que
sobreviveram ao teste do tempo.
d) os autores
antigos.
Para o escritor,
«clássicos» são as obras
a) greco-latinas.
b) gregas.
c) importantes mesmo
que relativamente contemporâneas.
d) antigas.
A frase de Nietzsche
«o que este povo deve ter sofrido para conseguir ser tão sábio»
a) é irónica.
b) significa que o
conhecimento cultural implica esforço.
c) significa que o exercício
da arte é aborrecido.
d) significa que a
cultura é aborrecida.
[«É preciso então sofrer para ser criativo?»]
Para Gonçalo M. Tavares ,
a) é ao contrário:
mais vale ter tido poucas experiências (como Pessoa, por exemplo).
b) tudo depende de
como somos capazes de aproveitar as experiências que tivemos.
c) só tendo muitas
experiências pessoais é que se pode ser bom escritor.
d) tudo depende do
tipo de experiências por que se passou.
[«Ainda assim busca alimento para a sua escrita
nalgum sítio ou circunstância específicas?»]
Os risos
correspondentes à expressão entre parênteses retos ter-se-ão devido a
a) estar o
entrevistado a referir aspeto quase doentio.
b) ser a frase
irónica (na verdade, Tavares considera-se pouco observador).
c) estarem os entrevistadores
a beber chá.
d) ter «absorvido por
mim» uma conotação um pouco brejeira.
[«Não há um cenário de predisposição?»]
Na fase de preparação
das suas obras, Gonçalo
M. Tavares
a)
estabelece um plano de modo a confrontar-se com circunstâncias em que possa
observar os outros.
b) escreve nos cafés,
o que já o aproxima das fontes de inspiração.
c) depara-se com as
suas fontes de inspiração sem o planear, já que costuma andar a pé.
d) recorre a cafés,
como aconteceu quando escreveu Água, Cocó
de Cão, Cavalo, Cabeça.
[«Isso muda muito quando está em casa a escrever ao computador?»]
Para
Tavares, o uso do computador ou a frequência de cafés correspondem,
respetivamente, a
a) observações
fragmentárias; romances e revisão de texto.
b) romances; observações
fragmentárias e revisão de texto.
c) romances e
observação fragmentárias; revisão de texto.
d) romances e revisão
de texto; observações fragmentárias.
[«Diz que quando começou a ler jogou pelo seguro e
escolheu livros que atravessaram três ou quatro gerações. Se o público tivesse
seguido essa lógica, não começaria pelo Gonçalo M. Tavares...»]
O
entrevistador faz notar um paradoxo (relacionado com uma anterior confissão do
escritor):
a)
se os outros tivessem seguido os critérios de Gonçalo M. Tavares enquanto
leitor, ele não teria sido lido.
b)
se os leitores tivessem só lido o que era bom, não teriam conhecido a escrita
de Gonçalo M. Tavares.
c)
se o público só tivesse lido as novidades, não teria lido a obra de Gonçalo M.
Tavares.
d)
se os leitores só tivessem lido o que era claramente português, não teriam lido
Gonçalo M. Tavares.
Nas suas leituras, Gonçalo M. Tavares
foi guiado
a) apenas pela regra
da novidade.
b) também por parte
da família.
c) pelo facto de os
autores serem portugueses.
d) por algumas
pessoas com quem se cruzou e o aconselharam.
[«Como se sente ao ser incluído numa nova geração de escritores?»]
O autor de Jerusalém
a) não acredita no
conceito de «geração».
b) sente orgulho por
ser considerado um dos melhores.
c) considera que os
da nova geração têm características demasiado individualizáveis.
d) julga que cada um
absorve de modo diferente.
[«Sente-se mais próximo de artistas de outras áreas do que de outros
escritores?»]
a) já não há escolas
ou correntes literárias.
b) se identifica com
certas artes.
c) é preciso
reencontrar um adversário comum.
d) lhe interessam
mais as outras artes.
[«Mas o fascínio pelo cruzamento com outras artes é comum aos escritores
mais novos...»]
O entrevistado
responde que
a)
as atividades por outras artes a partir das suas obras não lhe interessam,
são-lhe indiferentes.
b) as atividades de
outros escritores a partir das suas obras são como estar a martelar.
c)
lhe agrada que outras artes reinterpretem as suas obras, mesmo se não considera
esses trabalhos já os seus.
d) os escritores
compreendem-se bem entre si.
Os quatro poemas
que se seguem foram escritos por Jorge de Sena, em 1961 («Quatro Sonetos a
Afrodite Anadiómena», Metamorfoses,
Lisboa, Moraes, 1963).
Se excetuarmos as palavras «gramaticais»
(preposições, _____, determinantes, pronomes), há sobretudo vocábulos criados
pelo poeta, ainda que seguindo os padrões morfológicos do português (palavras
______, portanto). Também as características de versificação esperáveis são
efetivamente cumpridas, já que, em termos de métrica, temos versos _____, e a
rima das quadras é ______ e emparelhada, enquanto que, nas duas estrofes finais
dos sonetos, surgem os esquemas rimáticos C-C-_______ (para o primeiro e último
poemas) e C-D-_____, C-D-______ (no segundo e terceiro sonetos).
Reconhecemos também as classes da maioria das palavras
inventadas por Sena («sussúrica» será ______; «escalca», verbo; «transcêndia»,
_____), bem como percebemos certas categorias («palquitonará» há de ser uma 3.ª
pessoa do singular do _____ do Indicativo; «fissivirão», uma 3.ª pessoa do ____
do mesmo tempo; «refucarai», a 2.ª pessoa do plural do _____).
Quanto a mim, há dois casos em que Sena decidiu mal as
grafias. No terceiro soneto há uma acentuação impossível no sistema ortográfico
português: «_____» nunca poderia ter o acento gráfico que lhe foi posto, já
que, mesmo sem ele, era já uma palavra grave. Também não concordo com a grafia
«______», no segundo soneto, pois que a formação do plural implicava um «res»
(compare-se: «júnior», «juniores»). No último soneto, torço o nariz à
acentuação gráfica de «meláina» e «Hefáistos».
I — PANDEMOS
Dentífona apriuna a veste iguana
de que se escalca auroma e tentavela.
Como superta e buritânea amela
se palquitonará transcêndia inana!
Que vúlcios defuratos, que inumana
sussúrica donstália penicela
às trícotas relesta demiquela,
fissivirão boíneos, ó primana!
Dentívolos palpículos, baissai!
Lingâmicos dolins, refucarai!
Por mamivornas contumai a veste!
E, quando prolifarem as sangrárias,
lambidonai tutílicos anárias,
tão placitantes como o pedipeste.
II — ANÓSIA
Que marinais sob tão pora luva
de esbranforida pela retinada
não dão volpúcia de imajar anteada
a que moltínea se adamenta ocuva?
Bocam dedetos calcurando a fuva
que arfala e dúpia de antegor tutada,
e que tessalta de nigrors nevada.
Vitrai, vitrai, que
estamineta cuva!
Labiliperta-se infanal a esvebe,
agluta, acedirasma, sucamina,
e maniter suavira o termidodo.
Que marinais dulcífima contebe,
ejacicasto, ejacifasto, arina!...
Que marinais, tão pora luva, todo...
III — URÂNIA
Purília amancivalva emergidanto,
imarculado e rósea, alviridente,
na azúrea juventil conquinomente
transcurva de aste o fido corpo tanto...
Tenras nadáguas que oculvivam quanto
palidiscuro, retradito e olente
é mínimo desfincta, repente,
rasga e sedente ao duro latipranto.
Adónica se esvolve na ambolia
de terso antena avante palpinado.
Fímbril, filível, viridorna, gia
em túlida mancia, vaivinado.
Transcorre uníflo e suspentreme o dia
noturno ao lia e luçardente ao cado.
IV — AMÁTIA
Timbórica, morfia, ó persefessa,
meláina, andrófona, repitimbídia,
ó basilissa, ó scótia, masturlídia,
amata cíprea, calipígea, tressa
de jardinatas nigras, pasifessa,
luni-rosácea lambidando erídia,
erínea, erítia, erótia, erânia, egídia,
eurínoma, ambológera, donlessa.
Ares, Hefáistos, Adonísio, tutos
alipigmaios, atilícios, futos
da lívia damitada, organissanta,
agonimais se esforem morituros,
necrotentavos de escancárias duros,
tantisqua
abradimembra a teia canta.
TPC — Prepara a leitura em voz alta dos
sonetos que não lemos em aula.
Aula 57 (10, 11, 16/maio) Nas pp. 42-46 do manual aborda-se um
novo tipo de texto transacional, a declaração. Podes dar um relance ao
enquadrado na p. 42.
Na p. 43 estão
duas declarações (melhor, dois formulários para declarações). Nas pp. 44-45,
também não se trata propriamente de uma declaração, mas de um texto político,
ou mesmo jurídico. De qualquer modo,
preenche as quadrículas vagas:
Declaração
A (p.
43)
|
Declaração
B
(43)
|
Declaração dos
Direitos Humanos
(44-45)
|
|
Tipo de declaração
|
de
conhecimento de regulamento e veracidade de dados
|
||
Declarante
|
Organização
das Olimpíadas de Leitura
|
||
Finalidade
|
fixar
uma série de princípios, valores
|
||
[Destinatário]
|
um
público universal
|
Imaginemos a seguinte situação.
Uns anos depois da sua separação de Hanna (que, como vimos, mudou de
cidade sem o avisar), Michael Berg, agora estudante de direito, escreve uma declaração a atestar que Hanna Schmitz
não sabia ler. Nesse texto, destinado a abonar alguém a braços com a justiça
(e, no caso em apreço, ser analfabeta seria, como veremos, uma atenuante
decisiva ou mesmo um alibi), o declarante teria de relatar também as
circunstâncias em
que conhecera Hanna , leituras que lhe fizera, indícios da sua
iliteracia, etc., mas sempre num registo de texto formal — de depoimento
escrito para efeitos de um processo judicial.
O formato e as fórmulas são as de uma declaração, que, porém, incluirá
uma parte um pouco mais narrativa, ainda que enxuta (como convém a um texto com
estes fins).
DECLARAÇÃO
...
Livros de o O Leitor
Autor
|
Obra
|
Data
|
País
|
Personagens
|
Género
|
Horácio
|
Epodos
|
Roma
|
Poesia lírica
|
||
G. E. Lessing
|
Emilia Galotti
|
1772
|
Alemanha
|
Emilia Galotti
|
Drama
|
Homero
|
Odisseia
|
séc. VIII a.C.
|
Grécia
|
Ulisses, Penélope, Telémaco
|
Poema épico
|
Mark Twain
|
Aventuras de Huckleberry Finn
|
1884
|
EUA
|
Huckleberry Finn,
Tom Sawyer
|
Novela de aventuras
|
D. H. Lawrence
|
O amante de Lady Chatterley
|
1928
|
Reino Unido
|
Constance Chatterley, Clifford
Chatterley, Oliver Mellors
|
Novela passional, psicológica
|
Hergé
|
[série de Tintin]
|
1929-...
|
Bélgica
|
Tintin, Haddock, Milou
|
BD
|
Anton Tchekov
|
A dama do cachorrinho
|
1899
|
Rússia
|
Dimitri Gurov,
Ana Siergueievna
|
Conto
|
Leão Tolstoi
|
Guerra e Paz
|
1865-1869
|
Rússia
|
Pedro
Bezukov, entre muitas
|
Romance-fresco
|
Aula 58 (14, 16, 17, 18/maio) Lê os poemas que refiro no quadro em
baixo. A cada um atribuirás um aforismo/máxima que lhe possa servir de
título-lema-divisa. Essas frases — que transcreverás com as devidas aspas —
procurá-las-ás nos livros que te tenham calhado:
Poema
|
Citação alusiva
|
«O seu santo nome» (Carlos Drummond de
Andrade), p. 219
|
|
«Para ti» (Mia Couto),
p. 226
|
|
«Paixão» (José Craveirinha), p. 226
|
|
«Poético» (Álvaro Alves de Faria), p. 229
|
Livros que te calharam {referência dos livros, apoiada, como se deve
fazer sempre, no frontispício (rosto, portada), e, em caso de falta de algum
dado, também na ficha técnica ou no colofão}:
….
Correção possível da declaração ensaiada na última
aula:
DECLARAÇÃO
Michael Berg, estudante de Direito
na Universidade de Heidelberg, residente na Rua do Moinho, n.º 23,2, declara
estar em condições de assegurar que Hanna Schmitz, atualmente em julgamento no
tribunal de Hgytr, até há poucos anos não sabia ler.
O declarante travou conhecimento com
Hanna Schmitz na cidade de Neustad, em 1959, em circunstâncias que recorda com
saudade mas que se escusará a detalhar. O que é relevante é ter-se então
apercebido de que a Senhora Schmitz era analfabeta. Durante meses, leu em voz
alta a Hanna obras fundamentais da literatura universal, para visível deleite
desta, que, no entanto, nunca pôde prosseguir sozinha a leitura dos livros que
tanto a entusiasmavam. Em outras ocasiões, a mesma Hanna Schmitz mostrou-se
incapaz de ler textos informativos simples (uma ementa, um guia, um caderno de
apontamentos).
Acrescenta ainda o subscritor que
lhe pareceu que Schmitz, por vergonha, procurava esconder a sua evidente
iliteracia.
Heidelberg, 11 de maio de 1966
(Michael Berg)
TPC — [O trabalho
de análise de canção (com instruções no blogue, a que acrescento apenas o
seguinte: a letra da música tem de ser em português, europeu ou brasileiro)
deve ser-me enviado, ou entregue por pen, ainda durante esta semana.]
Aula
59 (17, 18, 23/maio) Já demos os
processos irregulares de formação de palavras. Veremos hoje os considerados
«regulares», os processos morfológicos de formação de palavras.
Reencontraremos
um quadro de classificações que se assemelha à antiga «formação de palavras por
derivação e composição», mas, sobretudo no se refere à composição, com
diferenças razoáveis.
Vai seguindo a p. 298 do manual. Na
derivação não há grande novidade:
Na derivação afixal (ou por
afixação), distinguimos
Prefixação
|
|
Sufixação
|
|
Parassíntese
|
Depois,
no nosso livro, referem-se dois processos
que não envolvem afixos. No entanto, note-se que a derivação não-afixal (ou derivação
regressiva) implica ter havido a ideia — errada, é certo — de que uma dada
palavra era já uma derivada por afixação, dela se podendo deduzir, por
subtração dos supostos afixos, uma também suposta palavra primitiva, que é
afinal a palavra derivada regressivamente. A conversão (ou derivação
imprópria) é que nada tem a ver com afixos: é apenas a situação em que uma
palavra passa a ser usada numa nova classe.
conversão (derivação imprópria)
|
|
derivação não-afixal (derivação regressiva)
|
Na
composição deixaram de se usar
termos que terás ainda aprendido no 3.º ciclo («justaposição, aglutinação»).
Distingue-se a composição morfossintática,
que implica a associação de duas palavras (ou mais); e a composição morfológica, em que se associam dois radicais ou radical
e palavra.
composição morfológica
|
|
composição morfossintática
|
Distribui pelos quadros em cima
estas catorze palavras:
gajo (<
gajão) entristecer alindar saca-rolhas pesca
(< pescar) socioeconómico apicultura bomba-relógio
guerrear reler incompleto um porto
(< Porto) burro
(< burro) amável
Nesta
parte final do ano, vamos ler contos, ou partes de contos. A
partir da p. 234 do manual, desenvolve-se a unidade «Conto eu», que inclui
esses trechos, bem como passos ensaísticos sobre a índole deste género do modo
narrativo. Na p. 282 há um glossário de narratologia
a que também muito recorreremos.
Entretanto,
na parte do filme O leitor que
estivemos a ver na última aula, a protagonista aprendia a ler precisamente com
um texto que é excelente exemplo da técnica dos grandes contos, «A senhora do
cãozinho», Tchékhov (ou Chekov). No filme, a tradução do título do original,
russo, surge como ‘A dama do cachorrinho’, mas a mais recente tradução
portuguesa (Anton Tchékhov, Contos,
II, Lisboa, Relógio d’Água, 2001), de Nina Guerra e Filipe Guerra , opta por
aquela solução (que me parece preferível).
O que se segue é o início de «A senhora do cãozinho». No entanto, a
alguns parágrafos foi retirado o lado direito das linhas.
Vai lendo o conto e completando o que está em falta, na medida do que
possas adivinhar e em estilo próximo do do original. Não acertarás em tudo (ou
mesmo em nada), mas procura que as frases fiquem com sentido e gramaticalmente
correctas. Tenta também que o que fores escrevendo não tenha extensão demasiado
diferente da da parte suprimida das linhas (mas, claro, a letra manuscrita
ocupa sempre mais espaço que a impressa).
TPC — Para estudares o ponto de gramática
explicado hoje, vê os exercícios de «Processos morfológicos de formação de
palavras», nas pp. 24-27 do Caderno de
Atividades.
Aula
60 (21, 23, 24, 25/maio) Entre as páginas 250 e 253 do manual está o conto
«Asclépio, o “Caçador de Eclipses”». Vai lendo o texto a pouco e pouco e
circundando logo a melhor alínea de cada item (creio que não há tempo para
leres primeiro todo o conto).
No
título, «o “Caçador de Eclipses”» é um
a)
sujeito.
b)
modificador apositivo.
c)
vocativo.
d)
complemento direto.
O
segmento «embora graduado com distinção nestes últimos» (1-2), implica que
Asclépio
a)
era especialista em eclipses, mas tinha especial certificação para os solares.
b)
não conseguia acalmar a multidão, apesar de graduado em eclipses solares.
c)
não conseguia acalmar a multidão, apesar de graduado em eclipses lunares e
solares.
d)
não sabia afinal assim tanto de eclipses.
O
«Padre Santinho» (5) seria
a)
uma ironia.
b)
Deus.
c)
um padre com apelido «Santinho».
d)
alcunha de padre que espirrava muito.
Em
«a luz de Deus, essa, decerto jamais se apagará aos seus fiéis!» (5-6) temos
uma
a)
anáfora.
b)
hipérbole.
c)
hipálage.
d)
metáfora.
«[d]a
dita» (7-8) reporta-se a
a)
«Letícia Catarata».
b)
«a palavra».
c)
«sua colega de bancada».
d)
«Catarata».
«Tão
rotundamente como a noite que daí a três dias, em pleno meio-dia, engoliria a
quase totalidade da luz solar» (11-12) constitui
a)
uma analepse.
b)
uma prolepse.
c)
uma cadeia de referência.
d)
um futuro.
«o país travava-se de razões com o segundo grande eclipse
solar do século» (12-13) significa que o país
a)
lutava contra o eclipse.
b)
argumentava em torno do eclipse.
c)
estava prestes a observar um eclipse.
d)
zangava-se com o eclipse.
«Pio»
(16) é
a)
correferente de «Asclépio Euclides».
b)
masculino de «sanita».
c)
uma onomatopeia.
d)
personagem só introduzida neste segundo parágrafo.
A expressão «falta de memória», usada pelos médicos que
observaram Lupino (28-29), constituía um
a)
hipónimo de «esquecimento».
b)
holónimo de «cérebro».
c)
eufemismo.
d)
referente de «cabeça.
O
sujeito de «esqueceria» (63) é correferente de
a)
«o jovem Asclépio».
b)
«o Comandante Lupino».
c)
«Governador-Geral de Colónia».
d)
«a infância».
«horas
após horas, tardes após tardes, dias após dias, meses e anos por fim» (72-73) é
uma
a)
apóstrofe.
b)
metáfora.
c)
anáfora.
d)
gradação.
O
último período do parágrafo delimitado pelas linhas 58 e 81 significa que
a)
tio e sobrinho estudaram biologia, botânica, astronomia, geologia, geografia.
b)
o «Museu» foi visitado por cientistas de várias disciplinas.
c)
tio e sobrinho pediram informações a diversos cientistas.
d)
diversos cientistas se encarregaram da formação de Asclépio.
«Tio
Lupino» (86) é
a)
sujeito.
b)
modificador temporal.
c)
vocativo.
d)
modificador apositivo.
Ficar
a «igreja tão cheia de ovelhas» (98-99) deveu-se
a)
à fuga dos animais, atarantados com o eclipse.
b)
à admiração por Deus, suscitada nos não-católicos pelo eclipse.
c)
a ser essa a melhor plateia para observar o eclipse.
d)
ao medo dos indígenas.
Padre
Maciel (98) era
a)
o Padre Santinho.
b)
o Padre Diabinho.
c)
Kalunga.
d)
um padre que tinha de rivalizar com os deuses pagãos.
Quanto
à sua formação, «solares» é uma palavra derivada por
a)
parassíntese.
b)
conversão.
c)
sufixação.
d)
prefixação e sufixação.
«um
radiofonista de nome Igrejas qualquer coisa» (115-116) seria
a)
o Padre Maciel.
b)
Igrejas Caeiro, falecido há pouco tempo.
c)
brincadeira do autor para fazer crítica ao catolicismo.
d)
um locutor da Rádio Renascença.
Do
parágrafo das ll. 118-129 se depreende que
a)
assistentes saíram da palestra receosos.
b)
assistentes perceberam o essencial das explicações de Euclides e Catarata.
c)
brancos perceberam as explicações; os negros, não.
d)
se acentuaram os temores dos assistentes à palestra.
À
data do eclipse de 1968,
a)
Moçambique já era independente.
b)
o tio Lupino já morrera.
c)
o tio Lupino ainda era vivo.
d)
o tio Lupino ainda não se reformara.
Na
p. 210, lê o poema «O nosso mundo é este...», de José Gomes Ferreira.
Faz a tarefa de escrita indicada no final da p. 211 (nota que o texto pedido
aí, «expressivo», não tem de ser, obrigatoriamente, em verso).
…
Veremos
hoje o início de Os Coristas, que
trataremos também quanto a aspetos de narratologia (no manual, pp. 282-283, há
um glossário de termos deste domínio).
O filme começa num espaço (_____) e num tempo
(____) que serão abandonados pouco depois. Nesse primeiro nível narrativo, a figura principal parece ser o maestro
Pierre Morhange. Ficamos a saber que é pessoa bem sucedida. Mesmo antes de
terminado o concerto e sair, intuímos que a sua mãe terá morrido. Por isso,
quando vemos depois um enterro, percebemos que estamos agora noutro espaço, em
França, mas ainda no presente.
O funeral é o pretexto natural para conhecermos
mais uma personagem, Pépinot. Até aqui não há narrador (num conto, haveria
decerto um narrador de 3.ª pessoa, _______, mas talvez com focalização através de Pierre — isto é, que nos apresentasse os
acontecimentos filtrados sobretudo pela perspetiva do maestro). O reencontro
dos dois colegas permite datar a ação da
narrativa encaixada que se vai seguir: foi há «uns cinquenta anos».
Antes de chegarmos a esse segundo nível narrativo,
a personagem secundária Pépinot funciona
— brevemente — como narrador _______ (narrador de ação testemunhada mas não
vivida como herói), ao explicar como lhe chegou às mãos o diário-álbum que vai
constituir a narrativa encaixada. Faz uma ponte entre os dois níveis
narrativos.
Aberto o diário, olhada a foto de conjunto (que
favorece a identificação das personagens e a transição entre tempos e espaços),
o narrador passa a ser Clément
Mathieu. É um narrador homodiegético
(aliás, ________, já que é a personagem principal do que vai contar). Entramos
numa ________, que nos faz recuar até 1949, e, por bastante tempo, vamos
esquecer os dois sexagenários que abriram o diário do antigo professor.
TPC — Prepara leitura expressiva dos
seguintes dois poemas (fica entre parênteses retos por quem a leitura dos
poemas deve ser preparada):
«Poética» (199) [participantes nos jogos I e K da Liga dos Campeões]
«Conheço esse sentimento» (220) [participantes
nos jogos I e K]
«Discurso ao Príncipe de
Epaminondas, mancebo de grande futuro» (215) [participantes nos jogos J e L]
«Encontro» (223) [participantes nos jogos J e L]
«Depoimento [Miguel Torga]» (206) [Liga Europa, grupos I e II]
«Cordial» (207) [Liga Europa, grupos I e II]
«O relógio [Vinicius de Moraes]» (208) [Liga
Europa, grupos III e IV]
«O relógio — adereço
conceptual para usar no pulso» (208) [Liga Europa, grupos III e IV]
Os
infelizes que já só estão a disputar jogos particulares devem preparar dois
poemas dos da Liga Europa ou um dos da Champions.
Aula
61 (24, 25, 30/maio) Uma das classes de palavras que, na nova terminologia,
têm mais diferenças relativamente ao que conhecíamos do terceiro ciclo é a do advérbio.
Costuma dizer-se que os advérbios qualificam verbos
(como os adjetivos qualificariam, modificariam, os nomes). Não é uma verdade exata,
como se verá a seguir. As frases que usarei como exemplos são de «Advérbios de
modo não combinam com amor» (série Zé
Carlos). Completa as lacunas com advérbio,
frase, verbo, adjetivo.
Em «Você é jovem e
moderadamente bela», o advérbio «moderadamente» modifica o ______ «bela».
Identicamente, em «você me deixou completamente ***», o _____ «completamente»
está a modificar o adjetivo eufemisticamente traduzido por ***.
Em «Efetivamente,
gosto de aparências», o ____ «efetivamente» modifica toda uma frase («gosto de
aparências»). Tal como em «Contrariamente ao que dizem, nunca pus os pés no
Finalmente» o grupo adverbial «contrariamente ao que dizem» modifica a _______
«nunca pus os pés no Finalmente».
Mas é verdade que o
caso mais comum será o de o advérbio modificar o grupo verbal. Em «Gosto
extremamente de você», «extremamente» modifica «gosto (de você)». Em «Qual é o
mal de falar precisamente?» e em «Eu falo assim», os advérbios «precisamente» e
«assim» reportam-se ao _____ que os precede.
Os advérbios podem
até modificar outros advérbios. No sketch
não há nenhum caso desses, mas, por exemplo, em «Ricardo Araújo Pereira canta
pouco afinadamente», o ____ «pouco» reporta-se ao advérbio «afinadamente».
Vejamos as subclasses
do advérbio. Como se percebe pela p. 302 do manual, a arrumação é diferente
da tradicional. Teremos de ir experimentando as novas classificações, nada
fáceis, a pouco e pouco (por sinal, este «a pouco e pouco» é uma locução
adverbial). Tendo em conta as nove (sub)classes de advérbio na p. 302, completa
com predicado, frase, conectivo, negação, quantidade/grau, inclusão/exclusão:
Em «Principalmente, a tendência que eu tenho
para adverbiar», «principalmente» é um advérbio _____ (tem função de conexão,
serve para ligar frases ou constituintes).
Já vimos advérbios de
_____: «falar com modificadores verbais persistentemente»;
«falar precisamente»; «eu falo assim»; «nunca pus os pés no Finalmente».
E advérbios de _______:
«Efectivamente, gosto de aparências».
Em
«Escolheu um cara que, estupidamente,
somente adjetiva», «somente» é
advérbio de _________ (enquanto «estupidamente», que se reporta a «somente
adjetiva», é um advérbio de predicado).
Em «Eu gosto extremamente de você», teríamos um
advérbio de ________.
Por
fim, em «Advérbios de modo não
combinam com amor», «não» é advérbio de _______.
Refira-se ainda uma característica dos advérbios em
«mente» com que, a certa altura, se brinca na canção: a possibilidade de, em
séries, se omitir o «mente» dos primeiros advérbios: «estudarei gramática abnegada e esforçadamente».
Só que os Gato Fedorento usam uma série demasiado
grande, por isso implausível: «E me deixou, designadamente,
nomeada, exata e mormente,
completamente ...» (além de que o primeiro elemento da série não teria o
«mente», só o último).
Aula 62 (28, 30,
31/mai, 1/jun) Correção do questionário de leitura feito há duas aulas.
Resolução de questionário
de gramática.
Circunda
a melhor alínea.
A palavra «choro», provinda de
«chorar», é formada por
a) derivação não afixal.
b) conversão.
c) derivação imprópria.
d) parassíntese.
Em «menos ais, menos ais, menos ais» e «o Estado tem de emagrecer», temos exemplos de
a) conversão e derivação não
afixal.
b) derivação não afixal e
conversão.
c) derivação imprópria e
parassíntese.
d) conversão e derivação por
prefixação.
As palavras «ineficazmente» e
«couve-flor» são, respetivamente,
a) derivada por prefixação e
sufixação e composto morfológico.
b) derivada por parassíntese e
composto morfossintático.
c) derivada por prefixação e
sufixação e composto morfossintático.
d) derivada por parassíntese e
composto morfológico.
A palavra «geologia» (geo + logia), é formada por
a) composição morfológica.
b) composição morfossintática.
c) truncação.
d) derivação por prefixação e
sufixação.
São palavras derivadas por
derivação não afixal
a) «amanhecer», «fotografia»,
«engordar».
b) «alcance», «debate»,
«compra».
c) «amor», «corte», «andamento».
d) «burro», «conquista»,
«apara».
São palavras derivadas por
prefixação
a) «infeliz», «inexato»,
«rever».
b) «filósofo», «anormal»,
«alindar».
c) «recocó», «repente», «apor».
d) «índio», «interior»,
«Inglaterra».
Uma das diferenças entre a
derivação com constituintes morfológicos e a composição é
a) na composição haver mais do
que uma forma de base.
b) na derivação haver sufixos.
c) na composição a base serem
radicais e, na derivação, palavras.
d) na derivação haver radicais e
afixos.
As palavras «tira-nódoas» e
«girassol» são
a) compostos morfológicos.
b) compostos morfossintáticos.
c) palavras compostas por
justaposição e aglutinação, respetivamente.
d) composto morfossintático e
composto morfológico, respetivamente.
As palavras
«profe» (< professor) «informática» (informação
+ automática) são exemplos,
respetivamente, de
a) truncação e empréstimo.
b) cunhagem e empréstimo.
c) cunhagem e extensão
semântica.
d) truncação e amálgama.
«Unicef» e «AMI» são exemplos de
a) siglas.
b) acrónimos.
c) truncações.
d) empréstimos.
«Yaros» (<
Yaroslav), «Gi» (< Gisela), «Bia» (< Beatriz), «Sol» (< Solange),
«Dani» (< Daniel) são exemplos de
a) onomatopeia.
b) truncação.
c) derivação não afixal.
d) derivação imprópria.
«Sumás de ananol» é brincadeira
que implica o processo de
a) amálgama.
b) truncação.
c) composição morfológica.
d) derivação não afixal.
A palavra
«leitor» (de DVD’s), resultante de analogia com um «leitor» (de textos),
exemplifica o processo de
a) Hanna Schmitz.
b) empréstimo.
c) estrangeirismo.
d) extensão semântica.
«Corista» (< coro) é uma
palavra derivada por
a) parassíntese.
b) prefixação.
c) sufixação.
d) derivação não afixal.
«SOS» (< Save Our Souls) e
«PJ» são, respetivamente,
a) sigla, sigla.
b) sigla, acrónimo.
c) acrónimo, sigla.
d) acrónimo, acrónimo.
«Empréstimo» e «estrangeirismo»
a) podem ser palavras sinónimas,
mas «estrangeirismos» tem conotação depreciativa.
b) são sinónimos exatos.
c) supõem, respetivamente,
grafias aportuguesada e a da língua original.
d)
correspondem a palavras entradas no português recentemente e a palavras em
curso de acomodação.
Galicismos são palavras
a) francesas.
b) portuguesas provindas do
francês.
c) de origem galesa.
d) da família de «galo» («ovo»,
«Roberto», «crista», etc.).
A palavra «feni», inventada por
um lexicógrafo afinal engenheiro, era
a) uma cunhagem.
b) uma onomatopeia.
c) uma composição.
d) um empréstimo.
A grafia «cócó» é
a) correta, porque o acento
gráfico visa marca a abertura do «o» da primeira sílaba.
b) incorreta, porque uma palavra
aguda não teria nunca acento na penúltima sílaba.
c) correta, porque a palavra,
sendo grave, tem de ter acento na antepenúltima sílaba.
d) correta, porque a palavra é
grave e aguda, resultando de composição.
A palavra «Abú» está
a) mal escrita, porque «u» final
nunca é tónico.
b) bem escrita.
c) mal escrito, porque nenhuma
palavra pode terminar com «u» acentuado graficamente.
d) mal escrita, porque esta
palavra seria já aguda sem acento gráfico.
«alvedrio» é uma palavra
a) esdrúxula.
b) grave.
c) aguda.
d) certamente mal grafada.
«Imbele» é uma palavra
a) aguda.
b) grave.
c) esdrúxula.
d) que inventei eu.
A grafia «baínha» é
a) correta, porque o acento
desfaz o ditongo («ai»).
b) errada, porque não se usa
acento no «i» tónico antes de «nh».
c) incorreta, porque nas
palavras graves não é preciso acento.
d) errada, por desfaz um ditongo
que deveria existir.
«Ninguém» tem acento gráfico,
porque
a) é palavra esdrúxula.
b) é palavra aguda.
c) as palavras agudas terminadas
em consoante nasal têm acento gráfico.
d) as palavras agudas terminadas
«-em» têm acento quando dissílabas.
O acento grave
a) usa-se apenas em palavras
graves.
b) usa-se em palavras agudas e
esdrúxulas.
c) marca a sílaba tónica.
d) indica vogal aberta.
Pausas preenchidas são
a) silêncios num discurso.
b) intervalos nas frases
completados com palavras.
c) ateliês de tempos livres.
d) alongamentos enquanto não
ocorre a palavra a usar.
Em «Fulano está bué calmo»,
«bué» é um advérbio de
a) frase.
b) predicado.
c) quantidade/grau.
d) modo.
Em «Devorei o salmão
sofregamente», «sofregamente» está a modificar
a) toda a frase.
b) o predicado.
c) um adjetivo.
d) um nome.
Em «Inicialmente, lemos um
texto; depois, estudámos gramática; por fim, vimos um filme», os advérbios e a
locução adverbial pertencem à subclasse dos
a) advérbios conectivos.
b) advérbios de frase.
c) advérbios de tempo.
d) advérbios de predicado.
Em «Possivelmente, considerarão
esta pergunta sobre advérbios demasiado fácil» há
a) um advérbio de frase e um
advérbio de quantidade.
b) um advérbio de predicado e um
advérbio de quantidade.
c) um advérbio conectivo e um
advérbio de grau.
d) um advérbio conectivo e um
advérbio de predicado.
Em «Vale bem a pena verem
algumas análises a letras de músicas escolhidas por colegas, embora haja muitos
‘anda comigo ver os aviões’», temos
a) um advérbio.
b) dois advérbios.
c) três advérbios.
d) zero advérbios.
Em «Bruno Alves cortou rápida e meigamente a jogada», as duas palavras em itálico são
a) adjetivo e advérbio.
b) dois adjetivos.
c) dois advérbios.
d) um adjetivo e uma mentira.
Num contrato usa-se
a) a 3.ª pessoa e identificam-se
os dois outorgantes mas só no final.
b) a 2.ª ou a 1.ª pessoa,
podendo haver identificação dos outorgantes.
c) a 3.ª pessoa e revelam-se os
dois outorgantes logo no início.
d) a 1.ª pessoa e identificam-se
os dois outorgantes.
Numa declaração, o declarante é
a) um serviço oficial.
b) o subscritor.
c) o destinatário.
d) o requerente.
Um regulamento divide-se em
a) cláusulas.
b) artigos.
c) outorgantes.
d) itens.
Há uma hipérbole em
a) «fumei um cigarro pensativo».
b) «em 1755 boa parte de Lisboa
ficou destruída».
c) «o Barcelona goleou por 5-0».
d) «este trabalho de gramática
será uma derrocada».
Uma apóstrofe é
a) a repetição de uma palavra no
início de vários versos ou frases.
b) um vocativo.
c) a repetição de uma palavra ou
expressão no final de versos ou frases.
d) o sinal usado para marcar
sinalefas («morr’amor!»).
Em «Estudámos
figuras de estilo e advérbios e processos de formação de palavras e o diabo a
quatro», temos
a) um assíndeto.
b) um polissíndeto.
c) uma gradação.
d) uma metonímia.
A frase em que não há nenhuma
metáfora é
a) «O blogue é uma gaveta de
textos úteis».
b) «Não havia nuvens na sua
alegria».
c) «A tua impertinência funciona
como uma seta que me apontas».
d) «As dificuldades económicas
são desafios ou espinhos ou faróis».
Em «Bebi o cheiro verde dos teus
acalantos», além de má poesia, há
a) uma antítese.
b) um oxímoro.
c) um paradoxo.
d) uma sinestesia.
TPC — Prepara leitura expressiva dos
seguintes dois poemas (fica entre parênteses retos por quem a leitura dos
poemas deve ser preparada):
«Curiosidades estéticas »
(183) [participantes nos jogos A e B da Liga Europa]
«Se alguém respirasse e
cantasse uma palavra» (195) [participantes nos jogos A e B]
«Para atravessar contigo
o deserto do mundo» (222) [participantes nos jogos C e D]
«Monólogo» (223)
[participantes nos jogos C e D]
«O poema» (192) [Liga dos
Campeões, jogos M e N]
«O poeta» (196) [Liga dos
Campeões, jogos M e N]
Os infelizes que já só estão a disputar jogos
particulares (digamos, todos os que não estão nos jogos supracitados) devem preparar
dois poemas dos da Liga Europa ou um dos da Champions.
Aula
63 (31/mai, 1/jun, 6/jun) Iremos comparar o conto «A chama obsitinada da
sorte», de Luis Sepúlveda, autor chileno, com o filme Feios, Porcos e Maus, do realizador italiano Ettore Scola.
Para
já, lê a parte 1 do conto (pp. 261-262) e completa a coluna esquerda da tabela.
«A chama
obstinada da sorte»
|
Feios, Porcos e Maus
|
Dedicatória
|
|
Para o senhor Aladino
Sepúlveda, primeiro __________.
|
[Não há]
|
Personagens
|
|
O protagonista, um velho de ________ anos, era o patriarca de uma
família numerosa, que sob o teto da sua cabana se acolhia (pelo menos, nas
épocas de _______).
O seu adjuvante (na verdade, segunda
personagem, decerto mais que mero figurante)
era ______, aparentemente mais estimado pelo velho do que o resto da família,
«esses merdosos».
O velho segue um ritual
repetido há ______ anos, quando «chega o tempo das vacas magras»: põe na boca fatias de «charque», com que
depois constitui um bolo que dá ao cão a engolir, ordenando-lhe, porém, que
não o ______. Uma vez finda esta operação, velho e cão _______; e familiares regressam
à cabana.
|
O protagonista, _____,
também é o chefe da família. O seu poder sobre os outros provém do dinheiro
que guarda, esconde, obsessivamente. Tem como oponentes quase todos os
restantes parentes, que crê quererem roubá-lo.
Os outros
(no fundo, a personagem coletiva
‘restante família’) conspiram contra ele, mas Giacinto também os ataca, não
se chegando a um resultado que favoreça uma das partes.
Diga-se ainda que há uma
personagem um pouco à parte do confronto dos dois pólos e, ver-se-á, sua
vítima, que é a ______. Só talvez ela não
seja propriamente uma personagem-tipo
(todas as outras o são, já que os seus comportamentos são estilizados no
sentido de representarem quase caricaturas).
|
Narrador
|
|
O narrador é _____________ {participante / não participante} e, na
primeira parte do conto, parece ter focalização
________ {interna / externa
/omnisciente}.
Na parte 2, quase parece que
o narrador adota uma focalização
interna. Isso decorre também da importância que ganha o monólogo do velho, (que é, na
verdade, um diálogo em que
_________ não chega a intervir explicitamente).
|
Não há
narrador (nem voz off que faça o seu papel). Podemos dizer que, em muitos
momentos, há focalização _______
em Giacinto, já que seguimos as peripécias através do seu olhar e temos os retratos
das personagens filtrados pelas observações, pelos monólogos, do protagonista.
A miúda
funciona um pouco como um «narrador de focalização
externa». Quando ela surge, o que se nos mostra parece «menos comentado»,
como observado por alguém que só pudesse ver a superfície e desconhecesse
quaisquer outras informações.
|
Espaço
|
|
A
ação situa-se na Patagónia argentina. O centro é uma cabana,
perdida na estepe, com pergaminhos históricos que serão relevantes na
intriga: nela tinham vivido dois bandidos famosos, _______ e _______.
Quando termina a primeira
parte, inicia-se uma ________, a Esquel, a grande cidade.
O conto irá terminar com o
regresso à cabana (que, ver-se-á, é ela mesma parte do enredo).
|
A ação decorre
No final, há um regresso ao
espaço inicial, um entrincheiramento da família, e até de outros, naquele
espaço, cada vez mais inverosímil.
|
Lê agora a parte 2 (pp. 263-264).
Viagem
|
|
A viagem a Esquel (aquela
concreta viagem, uma de muitas) vai ser pretexto para se rememorar toda a
história. Logo na parte 2, à custa dos diálogos-monólogos do velho, se fará
uma analepse um pouco intervalada,
que constitui afinal o grosso da ficção. Quando terminarem estes trechos de
analepse (já não na parte 2), termina também a viagem presente, e com ela o
conto, e estamos prontos para o regresso à cabana.
|
Também há uma viagem — não
anual, mas mensal — que tem um objetivo semelhante à peregrinação anual do
velho e seus cães. Trata-se da ida à cidade, para efeitos de recebimento da
reforma da avó. Em outra viagem, a comemoração do batizado, o herói acaba por
se sair tão bem como sai o velho chileno das suas transações anuais. Na
retoma da barraca, há o mesmo caráter cíclico que encontrámos no conto de
Sepúlveda
|
TPC — Os finalistas (ou
semifinalistas) da Liga dos Campeões e da Liga Europa devem preparar as partes
3 [p. 266: (vencedor de) E; 267: (vencedor de) F] e 4 [p. 269: vencedores de M
e N] do conto que estivemos a ler.
Aula
64 (4, 6, 8/jun) [nas turmas 6.ª e 9.ª, em que ainda houve mais uma aula — 65
(8/jun) — a aula 64 foi, no fundo, desdobrada] Correção do trabalho de
gramática (cfr. Apresentação).
Preenchimento
de texto-síntese sobre categorias da narrativa (aplicadas ao conto e filme que
temos acompanhado).
A propósito de Os Coristas,
mas também do conto «A chama
obstinada da sorte» e de Feios, Porcos e
Maus, fomos vendo algumas categorias da narrativa (cfr. glossário de narratologia, pp. 282-283).
O narrador já foi suficientemente referido, quer quanto à
participação como personagem — principal (autodiegético),
secundária (homodiegético) — ou não
(heterodiegético), quer quanto ao
conhecimento revelado na narração (focalização
omnisciente, interna, externa — ou seja, desde o conhecimento
completo àquele que advém da pura _________ do que se desenrola à nossa
frente).
Não falámos numa figura mais rara.
Imaginemos, por exemplo, que o diário de Clément Mathieu estava dirigido «aos
meus alunos de 1949, no Fundo do Pântano», e que o narrador os ia invocando
aqui e ali («lembram-se de quando começámos o nosso coro?»). Seriam os narratários. Não podemos confundir
«narratário» e «leitor» (do mesmo modo que são diferentes «_______» e «autor»).
Também o Aladino Sepúlveda a quem é dedicado o conto que estamos a ler não é um
narratário, é apenas o destinatário da dedicatória.
Referimos o espaço (físico), por
causa da importância de cabana-Patagónia e barraca-Roma (respetivamente em «A
chama» e em Feios, Porcos e Maus) e das próprias deslocações-viagens
que ocorrem nas duas narrativas. Por vezes, considera-se também os conceito de espaço social (que reconheceríamos no
ambiente dos camponeses da estepe, dos marginais do bairro de lata ou, no caso
dos Coristas, das crianças
estigmatizadas) e de espaço psicológico
(ambos ______, quanto a mim).
E há o tempo. Uma narrativa tem de dar conta representar o tempo da história (o tempo cronológico), numa extensão
medida em linhas e páginas, o tempo do
discurso. O discurso pode condensar o tempo da história, pode omitir até
partes da diegese, pode também
ampliar pequenos momentos. Frequentemente, altera a ________ da sua
apresentação (analepses, prolepses). Na «Chama», de Luis
Sepúlveda, a narração começa e acaba na mesma viagem anual e, no entanto, ao
longo do curto conto, recuamos a todo um passado de décadas. Nos Coristas, a analepse que temos estado a
seguir vai terminar com o desenlace
no colégio, mas, regressados ao presente, Pépinot ainda irá resolver numa nova
_____________ o que já não coubera no diário de Mathieu. Em Feios,
Porcos e Maus,
a ação parece concentrar-se em
poucos dias, mas há um truque para se recuperar informações do passado, os monólogos e diálogos de Giacinto.
Das personagens já salientámos a classificação quanto ao _________ que
têm (protagonista, secundárias, figurantes). Já referimos a possibilidade de se considerar certas
personagens como coletivas (o
colégio, a família).
No domínio da composição, haveria
que distinguir as personagens planas
(previsíveis, pouco trabalhadas psicologicamente) e as redondas (no fundo, mais verdadeiras). O extremo do desenho plano
da personagem é a personagem-____,
que obedece até a um perfil caricatural (como vimos em Feios,
Porcos e Maus).
Nos Coristas, as personagens adultas
secundárias são personagens relativamente _______ (ou mesmo tipos: o diretor autoritário, o
professor excêntrico, o empregado bondoso), mas talvez que Clément e a mãe de
Pierre possam exemplificar as personagens redondas,
mais densas psicologicamente. Creio que o velho de «A chama» é uma personagem
____________.
As personagens podem ter caracterização direta ou indireta. Em «A chama obstinada da
sorte» o retrato psicológico do velho decorre do que diz e faz (e não de alguma
explicitação, de alguma definição, que o
narrador avançasse): é, portanto, uma carascterização ________. Nos filmes, o
natural é a caracterização ser indireta, embora, no caso de Feios, Porcos e Maus e de Os Coristas, as observações dos dois
heróis acerca das outras personagens favoreçam uma caracterização _________.
Permita-se-me assinalar ainda que
para o desenlace (para o desfecho da
ação) concorre decisivamente o
______ de cão.
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