Gramática fedorenta
Inspector que não sabe fazer perguntas
As perguntas do inspector não têm relação com a informação anterior, não são pertinentes, não se cumprindo por isso a máxima de _______.
Falta por motivos profissionais
No início, a intervenção do funcionário preguiçoso é insuficiente em termos de informação («Passa-se isto assim, assim»), falhando a máxima de __________. Há depois expressões ambíguas («Não posso vir ao emprego por motivos profissionais»), o que corresponde a quebra da máxima de _________. No final, enquanto o patrão, ao dar os pêsames ao segundo funcionário, cumpre o _________, o funcionário preguiçoso infringe-o («Arranjam cada uma para não trabalhar!» é um comentário contra o que está convencionado numa situação daquelas).
O que eu gosto do meu Anselmo!
Quando Anselmo diz que a mulher nem gosta assim tanto dele — mentindo, para que não se conclua que... —, infringe a máxima de ________.
Bode expiatório
O empregado que arca com as culpas de todas as incompetências no escritório repete «A culpa foi minha. Não há desculpa para o que fiz. Se alguém deve ser responsabilizado, sou eu. É impressionante a minha irresponsabilidade!». Poderíamos reconhecer aqui uma infracção à máxima de ________, se considerássemos que houvera excesso de informação. No entanto, provavelmente, até foi mais a máxima de ________ que falhou, já que ser claro inclui ser breve.
Filho do homem a quem parece que aconteceu não sei quê [e genérico do episódio]
Tanto o pai como o filho, ao «pronominalizarem» muito, omitindo palavras com referentes perceptíveis, tornam a comunicação inviável, por falta de clareza (falha a máxima de __________, embora se possa pensar que o que falta é mesmo a informação). No genérico final, também falha a máxima de __________, mas por demasiadas repetições (poder-se-ia pensar que a infracção é à máxima da quantidade, por excesso de informação).
Dia em que se pode chamar nomes aos colegas
Os vocativos desagradáveis permitidos à quinta-feira e as expressões grosseiras nos minutos para assédio seriam infracções ao ________. A singularidade da situação vem de essas inconveniências serem autorizadas, e até estimuladas, pelas regras do escritório.
Chamada por engano
Na conversa entre jornalista e senhora da Venda Nova falha sobretudo a máxima de _______, na medida em que a interlocutora insiste em fazer pedidos («dispensava-me o seu bidé?») que não servem o objectivo do telefonema (falar do Iraque). No final, a mesma senhora disfarça uma infracção ao ___________ («meu cabeça de porco»).
A tua camisa é feia
Os epítetos deselegantes que cada uma das interlocutoras dirige à outra constituiriam infracções ao __________; no entanto, elas não parecem senti-los como ofensivos (só é tomada como indelicadeza a referência à camisa feia).
Conversa na esplanada
Os vários amigos não se interessam pela história do indivíduo que tem uma alface de estimação: desviam-se para outro assunto («É o Edmundo?»; «São 4h34») ou não percebem o que está a ser defendido pelo amigo («há alfaces tenrinhas»; «se fosse uma alface lisa»). Infringem a máxima de _______.
Matarruano sonhador
O filósofo matarruano desvia-se do tema da pergunta que lhe era feita: não coopera com o jornalista que o entrevista por não cumprir a máxima de ________, já que a informação a que chega invariavelmente não é pertinente para o objectivo da conversa.
Bomba a bordo
O insólito resulta de comissário e comandante agirem como se não detivessem um saber comum (‘bombas não são desejáveis’), o que viabiliza a interacção com o bombista.
Soluções
Inspector que não sabe fazer perguntas
As perguntas do inspector não têm relação com a informação anterior, não são pertinentes, não se cumprindo por isso a máxima de relevância.
Falta por motivos profissionais
No início, a intervenção do funcionário preguiçoso é insuficiente em termos de informação («Passa-se isto assim assim»), falhando a máxima de quantidade. Há depois expressões ambíguas («Não posso vir ao emprego por motivos profissionais»), o que corresponde a quebra da máxima de modo. No final, enquanto o patrão, ao dar os pêsames ao segundo funcionário, cumpre o princípio de cortesia, o funcionário preguiçoso infringe-o («Arranjam cada uma para não trabalhar!» é um comentário contra o que está convencionado numa situação daquelas).
O que eu gosto do meu Anselmo!
Quando Anselmo diz que a mulher nem gosta assim tanto dele — mentindo, para que não se conclua que... —, infringe a máxima de qualidade.
Bode expiatório
O empregado que arca com as culpas de todas as incompetências no escritório repete «A culpa foi minha. Não há desculpa para o que fiz. Se alguém deve ser responsabilizado, sou eu. É impressionante a minha irresponsabilidade!». Poderíamos reconhecer aqui uma infracção à máxima de quantidade, se considerássemos que houvera excesso de informação. No entanto, provavelmente foi mais a máxima de modo que falhou, já que ser claro inclui ser breve.
Filho do homem a quem parece que aconteceu não sei quê [e genérico do episódio]
Tanto o pai como o filho, ao «pronominalizarem» muito, omitindo palavras com referentes perceptíveis, tornam a comunicação inviável, por falta de clareza (falha a máxima de modo, embora se possa pensar que o que falta é mesmo a informação). No genérico final, também falha a máxima de modo, mas agora por demasiadas repetições (poder-se-ia pensar que a infracção é à máxima da quantidade, por excesso de informação, mas não creio).
Dia em que se pode chamar nomes aos colegas
Os vocativos desagradáveis permitidos à quinta-feira e as expressões grosseiras nos minutos para assédio seriam infracções ao princípio de cortesia. A singularidade da situação vem de essas inconveniências serem autorizadas, e até estimuladas, pelas regras do escritório.
Chamada por engano
Na conversa entre jornalista e senhora da Venda Nova falha sobretudo a máxima de relevância, na medida em que a interlocutora insiste em fazer relatos e pedidos («dispensava-me o seu bidé?») que não servem o objectivo do telefonema (falar da guerra do Iraque). No final, a mesma senhora disfarça uma sua infracção ao princípio de cortesia («meu cabeça de porco»).
A tua camisa é feia
Os epítetos deselegantes que cada uma das interlocutoras dirige à outra constituiriam infracções ao princípio de cortesia; no entanto, elas não parecem senti-los como ofensivos (só é tomada como indelicadeza a referência à camisa feia).
Conversa na esplanada
Os vários amigos não se interessam pela história do indivíduo que tem uma alface de estimação: ou se desviam para outro assunto («É o Edmundo?»; «São 4h34») ou não percebem o que está ser defendido pelo seu amigo («mas há alfaces tenrinhas»; «se fosse uma alface lisa»). Infringem a máxima de relevância.
Matarruano sonhador
O filósofo matarruano desvia-se do tema da pergunta que lhe era feita: não coopera com o jornalista que o entrevista por não cumprir a máxima de relevância, já que a informação a que chega invariavelmente não é pertinente para o objectivo da conversa.
Bomba a bordo
O insólito resulta de comissário e comandante agirem como se não detivessem um saber comum (‘bombas não são desejáveis’), o que acaba por viabilizar a interacção com o passageiro bombista.
Nos dois sketches (de Monty Python Flying Circus), mostram-se casos em que o princípio de _____ não foi cumprido, porque as formas de tratamento escolhidas pelo locutor fazem o seu interlocutor «perder a face» — a face é a imagem pública de cada falante.
No primeiro, «Sir Edward Ross», o tratamento escolhido não é suficientemente formal para uma entrevista na televisão: em vez de «Sir Edward», o apresentador começa por usar _____ (o que era aceitável), mas depois passa a ______ (já descabido, mas que o interlocutor ainda suporta), até chegar a ______ (que desespera o realizador). O hipocorístico (nome de carinho) é, naquele contexto, ofensivo.
No segundo sketch («Arthur ‘Two Sheds’ Jackson»), o que faz que o compositor não possa preservar a face é a menção repetida da sua ______, «Dois barracões».
Soluções Nos dois sketches que vamos ver, mostram-se casos em que o princípio de cortesia não foi cumprido, porque as formas de tratamento escolhidas pelo locutor fazem o seu interlocutor «perder a face» — a face é a imagem pública de cada falante.
No primeiro, «Sir Edward Ross», o tratamento escolhido não é suficientemente formal para uma entrevista na televisão: em vez de «Sir Edward», o apresentador começa por usar Edward (o que era aceitável), mas depois passa a Ted (já descabido, mas que o interlocutor ainda suporta), até chegar a Eddie Baby (Querido) (que desespera o realizador). O hipocorístico (nome de carinho) é, naquele contexto, ofensivo.
No segundo sketch («Arthur ‘Two Sheds’ Jackson»), o que faz que o compositor não possa preservar a face é a menção repetida da sua alcunha, «Dois barracões».
Agora veremos um trecho de entrevista reproduzido em «Diz que é uma espécie de magazine», para depois tratarmos de «Fenómenos fonéticos».
O quadro seguinte resume os chamados fenómenos, ou acidentes, fonéticos. Os exemplos que pus são quer da variação geográfica e social do português, quer da diacronia (dentro do português, mas também do latim ao português). Como vimos nas duas entrevistas recuperadas em «Diz que é uma espécie de magazine...», as palavras actuais também sofrem alterações fonéticas, tal como aconteceu ao longo do percurso entre latim e português do século XXI. Vai lendo e completando.
de / para / houve / que podemos descrever assim
pílula / *pírula / dissimilação / evita-se a semelhança que havia entre dois sons. Neste caso particular, um dos LL modificou-se em _______.
fizeram-lo / fizeram-____ / ______ / ao contrário do que acontece na dissimilação, na assimilação um som aproxima-se das características dum som vizinho. Por exemplo, o pronome (lo) passa a ligar-se ao verbo por uma consoante nasal (n), porque assim se assemelha ao som nasal da última sílaba do verbo.
festra (arc.) / _____ / ____ / «r» passa da segunda para a primeira sílaba (há uma metátese quando um som muda o seu lugar dentro da palavra).
crudu (lat.) / cruu (arc.) / _________ / síncope é a perda de um som a meio da palavra. Neste caso, uma consoante que havia na palavra latina «crudu», -d-, desapareceu na palavra portuguesa arcaica «cruu» (que aliás, depois, ainda evoluiria para «cru»).
cruu (arc.) / cru / crase / a crase é a contracção de vogais num único som.
a + a; a + as / à; às / _________ / a contracção da preposição «a» com o _________ definido «a» e «as» é a crase mais frequente.
tio / *tiu / sinérese / tal como a crase, a sinérese também contrai duas _________, só que tornando as duas vogais num ditongo (neste caso: «i-o» é peronunciado «iu»).
sic (lat.) / si (arc.) / _________ / apócope é a perda de um som ou sílaba finais. No exemplo, a palavra latina «sic» veio a dar «si» (que, depois, evoluiu para sim).
Alandroal / *Landroal / aférese / aférese é a perda dos sons do ___________ de uma palavra.
você / cê / _________ / esta pronúncia pode acontecer no português do Brasil.
portanto / *ptanto /_________ / o autarca que ouvimos não pronunciava um som a meio da palavra.
precisamente / *samente / _________ / o médico que ouvimos omitia o início do advérbio.
__________ / *iguinorante / epêntese / a epêntese é o desenvolvimento de um som a meio da palavra. Neste caso, a vogal inserida, i, desfez um grupo que não é natural no português, gn, criando uma sequência mais conforme ao nosso padrão (este tipo de epênteses é comum no português do Brasil).
pneu / *peneu / _________ / de novo um grupo de consoantes demasiado erudito (-PN-) a ser desfeito pela inserção de uma vogal (em Portugal, produzimos um e; os brasileiros podem inserir um i [*pineu]).
_________ / *céquisso (no pg. do Brasil) / epêntese / aqui o par de consoantes desfeito foi o que existia escondido na letra
sport (ingl.) / esporte / ________ / o desenvolvimento de um som no início da palavra é uma prótese. Os brasileiros costumam fazer esta adaptação aos seus empréstimos começados por s- seguido de consoante (snob > esnobe), enquanto em Portugal é mais comum a manutenção da sequência estrangeira (snob).
mora (lat.) / amora / ________ / a palavra portuguesa que descendeu da palavra latina _______ tem um som inicial que não havia no seu étimo.
alguidar / *alguidare / ________ / a paragoge é o desenvolvimento de som no final da palavra. É comum, por exemplo, na pronúncia alentejana.
estar / *________ / ________ / a não ser em situações formais, raramente dizemos a primeira sílaba das formas do verbo «estar» (na escrita temos de ter cuidado!).
ski (ingl.) / esqui / ________ / na adaptação do anglicismo ao português acrescentou-se um som no __________ da palavra.
Completa esta «cábula» do que estivemos a ver (pode ajudar-te a p. 121 do manual):
Fenómenos fonéticos
adição (inserção de sons) supressão (perda de sons)
no princípio: __ ________
no meio: _____ ________
no final: ______ ________
alteração (mudança de sons)
aproximação, em termos de semelhança, a um som vizinho: ______
diferenciação relativamente a um som vizinho: _____
contracção de duas vogais numa só: ________
contracção de duas vogais num ditongo: _____
transposição
passagem de um som para outro ponto da palavra: __________
Palavra derivada (com sufixo diminutivo) / Palavra primitiva / Classe
No sketch «Reunião de condóminos com o Drácula», muitos dos comentários descrevem o estado dos apartamentos ou do prédio:
A minha casa de banho está cheia de humidade.
O elevador continua avariado.
A construção é muito fraquinha.
Estas paredes são muito fininhas.
Isto é areia.
Todas estas frases são constituídas por:
Sujeito + Verbo copulativo + Nome predicativo do sujeito
Transcreve as cinco frases, arrumando os seus vários elementos segundo as funções sintácticas que desempenham:
Sujeito // Predicado Nominal (Verbo Copulativo / Nome predicativo do sujeito)
A minha casa de banho // ____________
_________ // __________
__________ // é _________
_________ // __________
_________ // ________ areia
Faz o mesmo para a frase, dita pelo conde, «Estou arrepiado».
_________ [subentendido] // ____________
Agora, vejamos que classes de palavras aparecem nas funções sintácticas que destacámos. No caso dos sujeitos, temos:
Pronome demonstrativo: Isto
Pronome pessoal: _________
Determinante + Nome: _______ A construção _______
Determinante + Nome + Preposição + Nome: ______________
Dentro deste último sujeito («A minha casa de banho»), podemos discriminar um complemento ________ (preposição «de» + nome): __________.
No caso dos predicados nominais, além dos verbos copulativos («estar», «continuar», _______), temos o nome predicativo do sujeito. Nas frases em cima, o nome predicativo do sujeito é constituído por:
adjectivo no grau normal: ________ arrepiado
adjectivo no superlativo absoluto analítico: ________ ________
adjectivo + complemento determinativo: ________
nome: ________
Acerca dos adjectivos note-se que dois deles, além de estarem no superlativo, são diminutivos (palavras derivadas por sufixação, sendo o seu sufixo «inho» e as palavras primitivas ______ e ______); e que há dois adjectivos que são particípios passados (dos verbos «________» e «________»).
No sketch «Instrutor que canta o yodle» predominam as frases de tipo imperativo. Surgem formas verbais na 2.ª pessoa do singular do ________ («Entra», «Mete uma abaixo, homem», «Faz inversão de marcha», «Fica sabendo que em mais de trinta anos», «Está calado, pá»), mas também da 3.ª pessoa do singular do ________ do Conjuntivo («Fique sabendo que o yodle até ajuda»); da ___ pessoa do ________ do Presente do Conjuntivo («vamos lá a fazer essa inversão de marcha»); e da 2.ª pessoa do singular do ________ do Indicativo («vais começar»; «tiras o travão de mão»).
Ou seja: são vários os tempos que acabam por poder funcionar como Imperativo. Nas gramáticas mais tradicionais, o Imperativo surge só com duas pessoas (as segundas, do singular e do plural, para «tu» e «vós»). Mas, como já quase não usamos «vós» mas antes a terceira pessoa («você»), o imperativo acaba por se servir da 3.ª pessoa do Presente do _________, no singular e no plural: «fique», «fiquem». Para a 1.ª pessoa do plural, serve também o __________ do Conjuntivo: «fiquemos».
Na negativa, o Imperativo socorre-se sempre das formas do Presente do Conjuntivo. Passa para negativa:
Entra _________; Mete ________; Faz ________; Está __________.
No sketch «Castigadores da parvoíce», uma das atitudes parvas castigadas é a má flexão de certas formas verbais. As formas que surgem mal conjugadas são da __ pessoa do _______ do ________ dos verbos «chegar», «vir», «dizer», «fazer», «baldar-se». As personagens dizem, por exemplo, «ouvistes» (em vez de «ouviste»).
As formas em -stes («ouvistes», etc.) até podem ser correctas, se corresponderem à ___ pessoa do ____, que usaríamos se tratássemos alguém por «vós». Flexiona:
Eu cheguei; tu _____; ele ____; nós _____ [com acento, para distinguir do Presente]; vós ____; eles _____.
A propósito do sketch «A sua tia faleceu derivado a complicações», vamos rever as noções de Oração subordinada causal e Complemento circunstancial de causa.
1. A sua tia faleceu devido a uma condição rara.
2. A sua tia faleceu por um motivo bastante prosaico.
3. A sua tia faleceu por causa de um duende no peito.
4. A sua tia faleceu, porque repetia muitas vezes a palavra «pinhal».
5. A sua tia faleceu, visto que tinha um duende no peito.
Quais destes cinco períodos têm duas orações? Têm duas orações as frases n.º __ e n.º __, que são também as que têm dois predicados (cujas formas verbais são: _____ e _____; _____ e _____). Estas duas frases são frases _____ (ou períodos compostos). Ao contrário, são frases simples as n.º __, n.º __ e n.º __, cada uma com uma única oração (a que chamamos oração ______).
Em cada uma das duas frases complexas há uma oração subordinante e outra subordinada. Sublinha as orações subordinantes (as que poderiam aparecer sozinhas) e circunda as subordinadas.
Em ambas as frases, a oração subordinada é {escolhe} temporal / causal / final / condicional / integrante, começando pela conjunção «_____» ou pela locução «_____», que são conjunções subordinativas {escolhe} temporais / causais / finais / condicionais / integrantes.
Regressemos à frases n.º __, n.º __ e n.º __, que têm só um verbo (e, por isso, são frases _______, logo orações ________). Nelas, há um sujeito («_________»), um predicado («__________») e um complemento circunstancial de causa (respectivamente: «devido a uma condição rara», «_____________» e «_____________»). Estes complementos circunstanciais de causa têm o mesmo papel que tinham as orações subordinadas causais. Podemos até reescrever as frases, substituindo os complementos circunstanciais por orações causais (e vice versa):
1. A sua tia faleceu, porque se deu uma condição rara.
2. A sua tia faleceu, __________________.
3. A sua tia faleceu, visto que __________________.
4. A sua tia faleceu por causa da repetição da palavra «pinhal.
5. A sua tia faleceu __________________.
Uma última nota: «A sua tia faleceu derivado a complicações» é uma frase simples, em que «derivado a complicações» é o ___________. No entanto, a expressão «derivado a» não é correcta (o que se deve dizer é: «devido a»).
A propósito de «Concurso para ver quem é o homem mais odioso do mundo», diz o grau em que estão os adjectivos nas frases seguintes, começando por sublinhá-los:
A sua maldade é muito boa. — Superlativo ____________.
Relatem a vossa maior maldade de sempre. — ___________.
E o Nuno já nervosíssimo, não? — _____________.
Foi a concorrência mais apertada que já tive. — ____________.
Sente-se odiado pelas pessoas? — _____________.
«Odiado» ou «apertada», que usamos como adjectivos, são os particípios passados dos verbos ______ e ______. Os particípios passados da 1.ª conjugação (-ar) terminam em -ado. Os particípios passados da 2.ª conjugação (-er) e os da 3.ª (-ir), em ____.
Mas há alguns verbos que têm dois particípios passados: um, regular, porque segue o radical do verbo, e o outro, irregular. Completa a tabela.
Infinito // Particípio Passado Regular // Particípio Passado Irregular
acender // acendido // _____
assentar // _____ // assente
descalçar // descalçado // _____
eleger // _____ // eleito
entregar // entregado // _____
envolver // envolvido // _____
erigir // _____ //erecto
expressar // expressado // _____
expulsar // expulsado // _____
extinguir // extinguido // _____
fixar // fixado // _____
imprimir // imprimido // _____
juntar // juntado // _____
libertar // libertado // _____
matar // matado // _____
morrer // morrido // _____
omitir // omitido // _____
prender // _____ //preso
salvar // salvado // _____
soltar // soltado // _____
sujeitar // _____ // sujeito
tingir // tingido // _____
Em geral, emprega-se a forma regular com os auxiliares ter ou haver, na voz activa; e a forma irregular com ser, estar ou ficar, na voz passiva:
Nós temos aceitado bem a tua mania de cuspir na sopa.
Esse teu hábito de tirar macacos do nariz foi aceite por todos.
Vê as frases a, b, c, d, em «Funcionamento da língua», p. 123. São frases complexas porque ___________. Sabendo que «portanto», «e», «mas» e «ou» são ________ coordenativas (respectivamente: conclusiva, copulativa, adversativa, disjuntiva), classificamos as duas orações das frases a, b, c, d como __________ e, no caso das orações que começam com as conjunções, dizemos que são coordenadas conclusiva, __________, adversativa e disjuntivas.
Nestas frases, tiradas do sketch «Isto é um crime de salada» e em que não pus pontuação, há cinco vocativos. Sublinha-os. Em seguida, introduz nas frases a devida pontuação.
Senhor Guarda cheire o meu hálito
Está bem está meu badocha
O que é que eu fiz Senhor Guarda
Para que é que tu serves meu palhaço
Senhor Guarda acabo de ser vítima de um roubo
Classifica cada frase quanto seu tipo (exclamativo, imperativo, declarativo, interrogativo).
Quantas orações há em cada uma das frases que pus a seguir? (Podes guiar-te pelo número de predicados — lembrando-te ainda de que cada predicado terá de ter um verbo.)
(1) Se correr, ainda os apanha.
(2) Quero uma salada, se faz favor.
Em cada período há ___ orações. Os predicados da primeira frase são ________ e ________. Os predicados da segunda frase são ________ e _______.
Vejamos agora os sujeitos. Os sujeitos de cada uma das orações da frase 1 são _________; ________. Os sujeitos das orações da frase 2 são: _________; _________.
Na frase 1, na segunda oração («ainda os apanha»), a função sintáctica de «os» é de {escolhe} sujeito / predicado / complemento directo / complemento indirecto / vocativo / complemento circunstancial.
Na frase 2, na 1.ª oração («Quero uma salada»), a função sintáctica de «uma salada» é de {escolhe} sujeito / predicado / complemento directo / complemento indirecto / vocativo / complemento circunstancial.
Tentemos agora classificar as orações de cada uma destas duas frases complexas (ou períodos compostos). Em cada uma das frases há uma oração subordinada e uma oração subordinante (esta, ao contrário da subordinada, poderia aparecer como frase simples). A subordinante da frase 1 é ______________; a subordinante da frase 2 é ________________. As duas restantes orações (____________ e _______________), introduzidas pela conjunção subordinativa condicional «____», são orações subordinadas {escolhe} temporais / causais / condicionais / finais / integrantes.
No sketch «Um quilinho de kunami» há bastantes adjectivos (uns graduados em comparativo, superlativo, etc.; outros graduados através de sufixos diminutivos). Surgem ainda nomes que, pelo seu significado, pela entoação ou pelo diminutivo, também exprimem uma valorização. Marca os adjectivos (com A) e os nomes (com N). Circunda todos os sufixos diminutivos.
Um quilinho de kunami.
É kunami do bom.
É fruta tropical raríssima.
Paizinho!
Isto é bom, muito raro.
Por isso o preço é upa-upa, puxadote.
Olh'ò kunami fresquinho!
Isto é só fruta podre.
É preciso ter um gosto sofisticado.
Docinho... Maravilha!
Isto faz um suminho...
Alface velha, ameixas podres, ...
Com todo respeito, a sua mulher é uma pega.
É um bocadinho, é.
Ainda há gente simpática.
Divide o seguinte período em orações (sabendo que temos aqui uma oração subordinante e uma oração subordinada completiva — e que esta serve de complemento directo à sua subordinante):
A minha mulher disse-me que o senhor me tinha enganado.
Troca a oração subordinada completiva por um complemento directo que não constitua oração:
A minha mulher disse-me _________________.
«Tinha enganado» está no Pretérito mais-que-perfeito composto (o verbo conjugado é «Enganar» e o auxiliar é «Ter»). Podemos substituir o auxiliar «Ter» pelo auxiliar «Haver»: _________. Também podíamos substituir toda esta forma verbal pelo Pretérito mais-que-perfeito simples: ___________.
No sketch «General e soldados», interessam-nos os determinantes (palavras introdutoras dos nomes) e os pronomes (que têm papel de nomes). Entre as palavras sublinhadas, distingue os determinantes (incluindo os numerais que desempenhem função de determinante) e os pronomes (incluindo os numerais que não sejam determinantes).
Eu já vos disse que eles são anões?
Isso é verdade.
Este pau sozinho matou trinta alemães.
Eles são trinta mil.
Este pau fez a segunda guerra mundial.
Somos só nós os três.
Meu general, temos outra dúvida.
Ainda bem que faz essa pergunta.
Nós também somos muitos, soldado Meireles.
São uma vergonha para o exército!
Os inimigos dispõem unicamente de canhões, algumas metralhadoras e três mísseis.
São os soldados mais cobardolas que alguma vez vi na minha vida.
No sketch «Acho que faleceu», interessa-me apenas a frase que serve de título: Acho que faleceu.
Repara que tem dois verbos (________ e ________). Portanto, é provável que a frase seja {escolhe} simples / complexa e tenha precisamente ___ orações (cujos predicados são aquelas duas formas verbais).
Os sujeitos de cada uma das orações são ambos subentendidos: _________ (correspondente ao predicado «acho») e __________ (correspondente a «faleceu»).
Para dividirmos e classificarmos as orações, convém perceber que, nesta frase, uma das orações serve de complemento directo à outra. Assim, a oração «_________» tem como complemento directo a oração «que __________». Estas orações que servem de complemento directo às suas subordinantes designam-se orações _________ completivas (ou integrantes). A palavra que as introduz (um «que» ou um «se») é uma _________ subordinativa integrante.
Em conclusão:
Acho / que faleceu.
Subordinante / Subordinada completiva
Experimentemos substituir a oração subordinada por um complemento directo que não seja uma oração — portanto, por um simples nome, pronome, nome e adjectivo, etc.:
Acho ____________
Predicado / Complemento directo
Vejamos uma oração completiva introduzida pela conjunção (integrante) «se»:
Perguntei / se falecera.
Subordinante / Subordinada completiva
O complemento directo de «Perguntei» é «_____________».
A propósito do sketch «Seminaristas falam de raparigas», vamos analisar duas frases complexas em que uma das orações serve de complemento directo à sua subordinante. Primeira frase:
O gajo diz-me / que há raparigas...
1.ª oração / 2.ª oração
A primeira oração é a oração __________. A segunda, que serve à anterior de complemento directo (porque responde à pergunta '«O gajo diz-me» o quê?'), classificamo-la como oração subordinada __________. A palavra «que» é uma conjunção __________ integrante.
Segundo exemplo:
Não sei se isso é verdade.
Divide esta frase em orações (sabendo já que uma será complemento directo da outra). A primeira oração é «__________». O seu complemento directo é «__________», que constitui a segunda oração. A primeira oração é a __________; a segunda oração é uma oração subordinada __________. «Se» é uma __________ subordinativa __________.
Dou-te ainda outra frase, agora com três orações. Classifica as orações. A segunda tem duas classificações (pela relações que tem com as outras), por isso pus dois espaços.
1.ª /2.ª / 3.ª
Se tu tiveres lábia, / dás-lhes a volta /e estão ali contigo de mãos dadas.
Subordinada ____ /__________ /Coordenada __________
__________
No sketch «Doença de Meireles», interessam-nos duas funções sintácticas, o atributo e o determinativo. Servem ambas para qualificar, para «modificar», os nomes.
Tenho dor de cabelo.
Tenho enxaqueca capilar.
Na frase da esquerda, «de cabelo», que qualifica (ou modifica) o nome «_____», é um _________, que, como sempre, é constituído pela preposição ___ mais um nome, «_________». Na frase à direita, «capilar» modifica o nome «__________» e, em termos sintácticos, é um ___________ (função sintáctica desempenhada pela classe morfológica dos ___________).
Vais ver sketches do Gato Fedorento em que se caricaturam características comuns de telejornais e entrevistas. À medida que fores vendo cada sketch, assinala na quadrícula os aspectos (A, B, C, D, E, F, G) que nele se procurou ridicularizar:
A. necessidade de dar notícia primeiro do que os outros
B. sensacionalismo e preferência por assuntos escabrosos
C. importância dada aos directos
D. importância dada aos depoimentos de «populares»
E. manipulação das emoções do «povo»
F. indelicadeza e agressividade para com entrevistados
G. má gestão da tomada de palavra em entrevistas (por jornalista ou entrevistado)
Sketch / / Características caricaturadas
«Testemunhas de acidente» // ____
«Cão gigante» // ____
«O que quer dizer com isso?» // ____
«Padre Carla» // ____
«Tempo de satélite» // ____
«Vai candidatar-se, sotor?» // ____
Vais ver sketches de Gato Fedorento (série Lopes da Silva) em que se caricaturam características de telejornais ou entrevistas na televisão. À medida que fores vendo cada sketch, assinala na quadrícula o(s) aspecto(s) que nele se procurou pôr a ridículo:
A. má gestão da tomada de palavra nas entrevistas (por jornalista ou entrevistado)
B. falta de substância de entrevistas, debates, notícias
C. dramatização de todas as notícias (mesmo de factos relativamente comuns)
D. linguagem específica (dos jornalistas ou dos outros intervenientes)
E. importância dada aos depoimentos de «populares» e vítimas
F. manipulação das emoções do «povo»
G. abertura do telejornal com tragédias
H. gosto por incluir um directo (mesmo que pouco venha adiantar)
I. espaço concedido a casos «humanos» ou a talentos especiais
J. indelicadeza e agressividade para com entrevistados (ou em debates)
Sketch / Características caricaturadas
Debate com muitos apartes e esclarecimentos / ____
Repositomania / ____
Tsunami de informáticos / ____
Entrevistado que muda de atitude ao dizer estrangeirismos / ____
Agricultor e série de vegetais cultivados / ____
Entrevista com caçador (e primo) / ____
Militantes entusiasmados com discurso de político / ____
«É um escândalo!» / ____
Debate entre filatelistas / ____
Padre abusado / ____
O «diseur» / ____
Neste sketch — que designarei «Estou ocupado com coisas a nível da transcendência» —, o protagonista, Jesus, engana-se frequentemente nas formas verbais. Completa o quadro. (Em baixo, estão modelos de tempos que te podem servir de apoio.)
Frase proferida (com erro). / Forma verbal corrigida / Tempo da forma corrigida
Ainda bem que chegásteis. / ____ / Perfeito do Indicativo
Lembreis-vos ou não? / Lembrais-vos / ____
Estades com fome? / ___ / Presente do Indicativo
Se vós pudesses aguentar a larica... / ____ / Imperfeito do Conjuntivo
Sedes pessoas para vir comigo? / Éreis / ____
Idem caçar. / ____ / Imperativo
Comai a seguir. / ____ / ____
Senteis-vos bem? / ____ / ____
Não me agradeceis a mim. / ____ / Imperativo
Sabedes onde se come por aqui? / ____ / ____
Presente do Indicativo
Ando
Andas
Anda
Andamos
Andais
Andam
Perfeito do Indicativo
Andei
Andaste
Andou
Andámos
Andastes
Andaram
Imperfeito do Conjuntivo
Andasse
Andasses
Andasse
Andássemos
Andásseis
Andassem
Imperativo
Afirmativo
Ø
Anda tu
Ande [você] (= Presente do Conjuntivo)
Andemos nós (= Presente do Conjuntivo)
Andai vós
Andem [vocês] (= Presente do Conjuntivo)
Negativo (= Presente do Conjuntivo)
Ø
Não andes
Não ande
Não andemos
Não andeis
Não andem
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