Aula 87-88
Aula 87-88
(13 [1.ª, 3.ª], 14/mar [4.ª, 5.ª]) Correção de resumo do excerto 5 feito na aula
anterior e de tepecê de há duas aulas, sobre ‘Atos de fala’ (cfr. Apresentação).
Solução possível para o resumo pedido na
aula passada (sobre excerto 5):
Casada,
Inês, que agora se julga livre, retoma espontaneamente os bordados e o canto
amoroso. Brás da Mata, porém, revela-se-lhe então na sua tirania.
Confrontada
com uma autoridade que não admite réplica, Inês fica, de novo, prisioneira (proibida
de sair de casa, de cantar, de ir à missa, de ver e falar com quem quer que
seja, vigiada pelo criado do marido).
Quando o
marido tirano parte para África, em busca de uma nobilitação impossível, a voz
de Inês volta, porém, a ouvir-se em canto e em monólogo reflexivo.
Por carta
de seu irmão, vem Inês a saber da morte, nada gloriosa, do marido, às mãos de
um pastor e quando fugia da batalha. Despedido o moço, Inês viúva declara
querer «tomar, / pera boa vida gozar, / um muito manso marido».
Muito a
propósito, logo aparece Lianor Vaz, que lhe lembra que Pero Marques «herdou /
fazenda de mil cruzados».
Completa esta síntese da
parte da Farsa que vimos hoje, correspondente
ao último excerto da peça («Excerto 6», pp. 160-162). (O que falta são sempre
transcrições do próprio texto de Gil Vicente. Procura-as no texto, não na ficha
de quem esteja a teu lado.)
Inês diz a Pero que
gostava de sair («Marido, e ______ eu agora / que há muito que não saí?»). Pero,
ingénuo, julga que Inês quer fazer cocó, já que «sair» significaria também ‘defecar’
e dispõe-se a deixá-la sozinha («eu me sairei pera _____»). Desfeito o equívoco
— no fundo, houve uma situação cómica gerada por ambiguidade da linguagem —,
Inês lá explica que o que pretende é «ir ______ onde eu quiser», o que Pero
autoriza sem quaisquer restrições.
Inês encontra um Ermitão
que lhe revela ser um seu antigo apaixonado, desde os tempos de criança, quando
ela «era ainda ______». Reconhecendo-o («sois aquele que um dia / em casa de minha
tia, / me mandastes _______»), Inês compromete-se a visitá-lo na ermida. Após este
primeiro encontro com o Ermitão, o marido diz-lhe para se ajeitar: «Corregei vós esses ______, / e ponde-vos em
feição», o
que já indicia a infidelidade de Inês.
Inês consegue que o bom —
e cornudo — do Pero Marques a conduza até ao local do encontro amoroso, sob a
justificação de o Ermitão ser um homem santo. Assim, o marido submisso leva-a
ao encontro do amante, carregando-a às costas quando atravessam um rio. Durante
a travessia, cantam uma canção carregada de ironia, na qual Inês chama o marido
«______», «______» e «cuco» (metáforas com animais sobretudo portadores de
belas cornaduras que significariam ‘enganado’
ou ‘atraiçoado’).
Pero Marques limita-se a repetir o refrão,
«Pois assim se fazem as _______». Fica realçada a infidelidade de Inês e a ingenuidade e
submissão de Pero e, consequentemente, ilustra-se o provérbio que servira de
mote, «mais quero ______ que me leve que cavalo que me derrube».
Atentando no seu paralelismo, estabelece a
correspondência entre os vários momentos desta parte final da Farsa e os anteriores.
Parte final:
a)
Inês canta com alegria o seu casamento, o qual lhe permite uma total liberdade.
= ____.
b)
Lianor Vaz propõe Pero Marques para marido de Inês, e esta aceita-o. = ____.
c)
Reflexão de Inês sobre as vantagens do casamento com Pero Marques. = ____.
d)
Lianor Vaz casa Pero Marques e Inês, sem cerimónia nem festa. = ____.
e)
Inês vive feliz, com total liberdade, e é infiel ao seu marido. = ____.
Excertos anteriores:
1) Lianor Vaz propõe Pero Marques para marido de
Inês e esta rejeita-o (vv. 176-257).
2) Reflexão de Inês sobre as desvantagens do
casamento com o Escudeiro (vv. 834-862).
3)
Inês e Brás da Mata casam-se, com cerimónia e com festa (vv. 703-752).
4)
Inês vive infeliz e sem liberdade com o Escudeiro (vv. 776-825).
5) Inês canta com tristeza a sua vida de cativeiro e
trabalho (vv. 1-36).
Gil Vicente
pôs em cena personagens que encarnavam os elementos no ditado, ou provérbio,
abaixo (que, recordemos, lhe fora dado enquanto mote sobre que deveria criar uma
peça, para provar que era mesmo o autor das suas obras). Faz a correspondência
com as personagens que os representam, escrevendo os seus nomes nas linhas
vagas:
«Mais quero asno que me
leve que cavalo que me
derrube»
_____ ___ ________ Inês
Sinopse da Farsa de Inês Pereira — Esta farsa visa ilustrar o ditado «Mais
vale asno que me leve que cavalo que me derrube». Inês Pereira é muito vaidosa,
e propõe-se a gozar a vida. A mãe censura-a pela sua mândria. Leonor Vaz
informa que um clérigo costuma assaltá-la, para verificar se ela é fêmea ou
macho. Veio para entregar uma carta de Pero Marques a Inês, que se aborrece com
a leitura da insípida missiva. A alcoviteira e a mãe aconselham-na a casar com
homem rico. Inês Pereira recebe a visita do pretendente. A mãe deixa-os sós; e
Pero Marques sai envergonhado de estar só com ela. A mãe volta. Inês
declara-lhe que não aceita aquele simplório, e só casará com quem tanja e
cante. Vêm os judeus casamenteiros, que lhe arranjam marido a gosto: um
escudeiro pelintra, mas cantador. Inês casa-se com ele. O escudeiro torna-se
ciumento, encerra-a em casa, escraviza-a. O escudeiro morre longe, na Mourama.
Inês regozija-se. Pero Marques, trazido pela alcoviteira Leonor Vaz, casa-se
com ela. Um ermitão diz galanteios a Inês, que vai recrear-se com ele à ermida,
levando-a o marido às cavaleiras.
Escreve a sinopse de uma peça que, como fez
Vicente com «Mais quero asno que me leve que cavalo que me derrube», ilustrasse
um provérbio, dado como mote. Escolhe esse provérbio-mote
relanceando os dicionários que farei circular. O contexto da peça — de que
escreverás apenas a sinopse — não tem de ser quinhentista.
Sinopse da Farsa . . . . . . . . . .
. . — Esta farsa visa ilustrar
o ditado «. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .». . . . . . . . .
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TPC
— No manual, dá um relance às páginas 154-155 (com um questionário resolvido).
Vai também lendo na diagonal as pp. 156-159, sobre ‘Complemento do nome’ e
sobre ‘Complemento do adjetivo’.
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