Saturday, August 31, 2019

Aulas (2.º período, 1.ª parte: 66-83R)


Aula 66-67 (6 [3.ª, 5.ª], 7 [4.ª], 8/jan [9.ª]) Lê «Fernando Pessoa: o ciclo das estações» (p. 89), crónica (ou artigo de opinião, como lhe chama o manual) de José Manuel dos Santos. Completa (segundo o que se lê no texto):

os vários Pessoas
meteorologia
característica que permite a analogia
_____
inverno
«inverno interior»; «gelo invariável da _____»; «vento tão mortal e tão alto [...]»; «febre ____»
Ortónimo — Mensagem
_____
«_____ no inverno da História»
Alberto Caeiro
_____
«fatalismo feliz, em que nascemos naturais como as flores»; «torna a ___, a ___ e a verdade uma e a mesma coisa»
____
verão
«ardor alucinado, doloroso, sexual, fazendo dos ______ um verão explodido»
Ricardo Reis
_____
«numa serena _____, [...] contempla a vida na luz dourada e triste que antecede o _____»
Bernardo Soares / LdoD
_____
«todas as estações se perturbam e ____»

Responde à pergunta 3, fazendo corresponder estes onze trechos às sete classificações mais em baixo (que, portanto, podem estar abonadas mais do que uma vez):

1. «é o silêncio do sol» (l. 29)

2. «um vento tão mortal e tão alto que nos assombra como um ritual cumprido sob um céu vazio.» (ll. 10-11)

3. «como em certos dias dos Açores, todas as estações se perturbam e confundem em Bernardo Soares e no seu Livro do Desassossego» (ll. 24-25)

4. «O inverno é o remorso do verão» (l. 1)

5. «em todas as estações por onde passa o comboio que nos leva, [...], e em cuja carruagem da frente o destino joga um jogo fatal com cartas que têm o nosso rosto». (ll. 30-32)

6. «Quando leio Pessoa ele-mesmo» (l. 8)

7. «tornando desconhecido o que conheço e inesperado o que espero». (ll. 4-5)

8. «na sua febre fria» (ll. 13-14)

9. «para olhar o que se esconde e escutar o que emudece» (ll. 28)

10. «O frio (...) é nos olhos que cintila.» (ll. 26-27)

11. «numa serena ansiedade saciada» (ll. 17-18)

aliteração — _______

comparação — _______

metáfora — _______

metonímia — _______

antítese — _______

paradoxo — _______

sinestesia _______

Lê «Eu nunca fiz não sonhar» (pp. 80-82), do Livro do Desassossego. Como se dizia na crónica de José Manuel dos Santos, no Livro todas as estações (isto é, todos os Pessoas) surgem, de certo modo, misturadas, como acontece em certos dias nos Açores.

Tenta localizar no texto de Bernardo Soares passos que pudessem caracterizar o ortónimo ou os heterónimos. Completa

Ortónimo (sonho/realidade)
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Ortónimo
(dor de pensar)
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Ortónimo (fingimento poético)
«Ter de estar aqui escrevendo isto, por me ser preciso à alma fazê-lo, e mesmo isto, não poder sonhá-lo apenas, exprimi-lo sem palavras, sem consciência mesmo, por uma construção de mim próprio em música e esbatimento [...]»
Ortónimo (fragmentação do eu)
«alinho na minha imaginação [...] figuras que habitam, e são constantes e vivas, na minha vida interior. Tenho um mundo de amigos dentro de mim, com vidas próprias, reais, definidas e imperfeitas» // . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Ortónimo (decifração do enigma do ser)
«Nunca tive outra preocupação verdadeira senão a minha vida interior. As maiores dores da minha vida esbatem-se quando, abrindo a janela para dentro de mim, pude esquecer-me na visão do seu movimento»
Álvaro de Campos
ou
Ortónimo
(tédio, nostalgia)
«Ah, não há saudades mais dolorosas do que as das coisas que nunca foram! O que eu sinto quando penso no passado que tive no tempo real, quando choro sobre o cadáver da vida da minha infância ida...» // . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Álvaro de Campos futurista
«[...] outros têm uma vida boémia, pitoresca, humilde. Há outros que são caixeiros-viajantes. (Poder sonhar-me caixeiro-viajante foi sempre uma das minhas grandes ambições [...])»
Alberto Caeiro
«As flores do jardim da pequena casa de campo [...] // As hortas, os pomares, o pinhal, da quinta [...] // . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Ricardo Reis
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Finalmente, ouçamos num depoimento de Cleonice Berardinelli (inserido num bom documentário da Globo acerca de Fernando Pessoa: cerca do minuto 52-53) como a professora brasileira tipifica cada um dos heterónimos.



Tendo visto parte de documentário sobre o Livro do Desassossego (da série ‘Grandes Livros’), assinala, à esquerda de cada parágrafo, se a afirmação é V(erdadeira) ou F(alsa).

O Livro do Desassossego foi publicado por Pessoa em 1982.

Bernardo Soares, segundo Pessoa, era um seu semi-heterónimo por ser mais próximo de si do que os heterónimos propriamente ditos (Caeiro, Campos, Reis).

Para Valter Hugo Pai, o Livro do Desassossego foi revelador sobretudo seu hibridismo quanto ao género.

A multiplicidade e a surpresa que há no Livro não serão, segundo Inês Pedrosa, características tipicamente pessoanas.

O Livro do Desassossego é constituído por mais de cinco mil textos soltos.

Para Richard Zenith, uma característica da prosa do Livro do Desassossego é a sua sonoridade, como se se tratasse de poesia.

Pessoa terá começado a escrever o Livro cerca dos cinquenta e dois anos e não o terminara ainda aos quarenta e sete, quando morreu.

Para José Eduardo Agualusa, o fascínio do Livro advém de não ser um livro.

Jerónimo Pizarro alude ao realismo mágico e a Gabriel García Márquez, para concluir que o leitor de o Livro pode ter uma experiência fantástica.

Ondjaki compara o Livro do Desassossego a um labirinto de sonhos cujo dragão fosse Fernando Pessoa.

Para Inês Pedrosa, o Livro do Desassossego é um mini-challenger.

Para Fernando Cabral Martins, Bernardo Soares não é um heterónimo mas a personagem que assume a primeira pessoa do diário que é o Livro.

Richard Zenith faz notar que as letras de «Bernardo Soares» e de «Willy Quivi Xichi» quase coincidem.

Para a narração do documentário, o Livro do Desassossego é uma enciclopédia da decadência com entradas para Deus, vida, política, sexo, álcool, varandismo.

Para Ondjaki pode-se ler o Livro começando por qualquer página, abordando-o ao calhas, como se deve fazer com os exercícios de Matemática.

«Se um homem só escreve bem quando está bêbado, dir-lhe-ei ‘faça os testes bêbado’» é uma citação do Livro.

Fernando Cabral Martins defende a utilidade das edições eletrónicas para a leitura do Livro do Desassossego.

Richard Zenith elege como critério primeiro o uso de tecidos transparentes, para que o Livro fique exposto em toda a sua nudez.

Para Pizarro, o Livro não existe.

Zenith sugere uma edição em folhas soltas, por exemplo, dentro de caixa de chocolates vazia.



Escreve uma apreciação crítica da publicidade de «A Nossa Aposta». O teu comentário deve preocupar-se com a análise do cartaz enquanto veículo publicitário, mas, ao mesmo tempo, revelar conhecimentos pessoanos. (Não explicites demasiado um juízo valorativo. Um texto deste género deixa, em parte, que seja o leitor a infira a opinião do crítico.)

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  

TPC — No manual, relanceia os textos ensaísticos e os esquemas em torno de Fernando Pessoa (ortónimo, heterónimos, Livro do Desassossego) que ainda não tenhas lido — excetua-se o Pessoa de Mensagem, que começaremos a conhecer no final desta semana. Lembro ainda que, durante as férias, pus em Gaveta de Nuvens informação sobre tarefa grande (com poemade Pessoa) a fazer em janeiro, ao mesmo tempo que reforcei contar que a leitura de O Ano da Morte de Ricardo Reis fosse, pelo menos, iniciada.






Aula 68-68R (6 [9.ª], 7 [5.ª], 8/jan [4.ª, 3.ª]) Lê o excerto e resolve estes itens (tirados de prova a imitar as dos exames).

Maria — Quereis vós saber, mãe, uma tristeza muito grande que eu tenho? A mãe já não chora, não? Já se não enfada comigo?

Madalena — Não me enfado contigo nunca, filha; e nunca me afliges, querida. O que tenho é o cuidado que me dás, é o receio de que...

Maria — Pois aí está a minha tristeza: é esse cuidado em que vos vejo andar sempre por minha causa. Eu não tenho nada; e tenho saúde, olhai que tenho muita saúde.

Madalena — Tens, filha... se Deus quiser, hás de ter; e hás de viver muitos anos para consolação e amparo de teus pais, que tanto te querem.

Maria — Pois olhai: passo noites inteiras em claro a lidar nisto, e a lembrar-me de quantas palavras vos tenho ouvido, e a meu pai... e a recordar-me da mais pequena ação e gesto — e a pensar em tudo, a ver se descubro o que isto é, o porque, tendo-me tanto amor... que, oh! isso nunca houve decerto filha querida como eu!...

Madalena — Não, Maria.

Maria — Pois sim; tendo-me tanto amor, que nunca houve outro igual, estais sempre num sobressalto comigo?...

Madalena — Pois se te estremecemos?

Maria — Não é isso, não é isso: é que vos tenho lido nos olhos... Oh, que eu leio nos olhos, leio, leio!... e nas estrelas do céu também — e sei coisas...

Madalena — Que estás a dizer, filha, que estás a dizer? Que desvarios! Uma menina do teu juízo, temente a Deus... não te quero ouvir falar assim. Ora vamos: anda cá, Maria, conta-me do teu jardim, das tuas flores. Que flores tens tu agora? O que são estas? (Pegando nas que ela traz na mão.)

Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa, ato I, cena IV, Porto, Porto Editora, 2015

4. Tendo em conta o estudo que fez do Frei Luís de Sousa, especifique as causas do «cuidado» em que vive D. Madalena com a filha.

[Para responderes a 4, completa o texto a seguir com as formas verbais que lhe faltam:]

4. Os cuidados em que D. Madalena ________ permanentemente com a filha ______-se à saúde débil de Maria e ao seu temperamento curioso, atento, perspicaz, que _______ levá-la a ________ do mistério que _______ a família. Maria, jovem de treze anos, ________ de tuberculose, o que ___ percetível logo no início da peça através de alguns indícios, como o estado febril permanente ou a audição demasiado apurada. Não menos preocupante, pelo menos para a mãe,  ___ o facto de Maria não _____ os mesmos interesses e brincadeiras de outras jovens da sua idade. Muito precoce, a jovem _____ uma particular curiosidade por tudo o que diz respeito à História de Portugal, sobretudo aos factos relativos à batalha de Alcácer Quibir, ao desaparecimento do Rei, ao seu desejado regresso, à perda da independência nacional. A sua crença no regresso do passado _______ a mãe, tanto mais que Telmo, seu aio e amigo, lhe _____ histórias desse tempo que a _______. Inadvertidamente, poderá ______ D. João, o primeiro marido de D. Madalena, cujo regresso ______ nulo o segundo casamento e _______ de D. Maria uma filha ilegítima. A inteligência e curiosidade da filha ____, pois, outra fonte de preocupação para D. Madalena. ______ Maria do segredo que a mãe ______ com tão visível angústia? Poderá _____ a descobri-lo, piorando a sua já muito débil saúde?

5. Explique como se revela, nomeadamente neste excerto, a perspicácia de Maria.

5. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .


Grupo I, Parte C (2019, 2.ª fase)

7. Leia o excerto seguinte, retirado de uma fala de Maria em Frei Luís de Sousa (Ato I, Cena IV).

«O que eu sou... só eu o sei, minha mãe... E não sei, não: não sei nada, senão que o que devia ser não sou...»

Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa, ed. de Maria João Brilhante, Lisboa, Comunicação, 1982, p. 110.

Escreva uma breve exposição na qual comprove que Maria se afasta daquilo que a família espera dela.A sua exposição deve incluir:

• uma introdução ao tema;

• um desenvolvimento no qual explicite dois aspetos que comprovem que Maria se afasta daquilo que a família espera dela, fundamentando cada um deles com uma referência pertinente à obra;

• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

[das sugestões nos critérios de correção:

7. Devem ser abordados dois dos tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes, para comprovar que Maria se afasta daquilo que a família espera dela:

interessa-se pela leitura/pelas conversas com os adultos, em vez de brincar/de cultivar a alegria, como lhe sugerem os familiares;

tem consciência da situação política do país, patente, por exemplo, no orgulho pela ação patriótica do pai contra o domínio castelhano/no conhecimento da realidade política da época;

revela-se patriota/sebastianista, como se depreende, por exemplo, do apego aos símbolos nacionais/da crença no regresso de D. Sebastião/do discurso de oposição aos «tiranos»;

revela preocupação com o bem comum/idealismo, patente, por exemplo, na referência às condições de vida do povo/na vontade de tornar o mundo mais justo (de «emendá-lo»);

manifesta desejo de aventura, que se expressa na vontade de combater os castelhanos;

manifesta desapego dos bens materiais/desvaloriza o conforto, como se depreende, por exemplo, da reação que manifesta quando o pai ateia fogo ao palácio onde a família habita.]

7. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .



Completa com nomes próprios (antropónimos ou topónimos):

1986 (trechos de episódios 11 a 13)
Frei Luís de Sousa (final do ato II e ato III)
Alguém vindo de fora facilita desfecho favorável/provoca desfecho trágico
Rita chega de Londres (é uma «punk», serve também para mostrar a distância, então maior, entre Portugal e o estrangeiro, em termos culturais) e procura ajudar Tiago na sua paixão por ______. Estratégia passa por fingir um namoro, fazendo que Marta, por ciúme, dê importância a Tiago. Tiago, inicialmente, não percebe Rita, estranha que ela se disponha a sair com ele. Rita, depois de conhecer a situação (através de conversas com Tiago na discoteca e no cinema), não hesita em ridicularizar Gonçalo e provocar ____. Tiago é muito menos assertivo, não hostilizando os seus colegas.
João de Portugal chega da Terra Santa (preso em Alcácer Quibir, estivera depois vinte anos na Palestina), impedindo assim a continuação do casamento de ______ de Vilhena e Manuel de Sousa Coutinho. No entanto, D. João, depois de conhecer toda a situação (através de conversa com o antigo aio, Telmo) ainda procura reverter o mal que causara, pedindo a Telmo que negasse a sua identidade, que fizesse que retirassem importância «àquele impostor». _____ demorou a perceber que aquele romeiro não era um simples intermediário, era o seu primeiro marido.
Famílias e pares conciliam-se/separam-se
Famílias que estavam desavindas aproximam-se (Fernando, freitista, e _____, comunista). Pares (que o destino escolhera mas estavam desencontrados, hesitantes ou menos evidentes) reúnem-se (Marta e Tiago, Patrícia e Sérgio, Alice e Eduardo, Gonçalo e Não sei Quantas; professor Zé e namorado). Há uma exceção por razões instrumentais (para se passar mensagem a favor da emancipação das mulheres): a mãe de Marta, Maria de Lurdes, separa-se temporariamente de ______, ainda que se perceba que a relação será restabelecida em breve.
Família Sousa Coutinho-Vilhena fica desfeita (e o seu fruto, ______, morre «de vergonha»). Pares (como estava definido pelo destino e há muito adivinháramos — cfr. alusões de Telmo, angústias premonitórias de Madalena) são separados (______ torna-se Frei Luís de Sousa; Madalena torna Soror Madalena; João percebe que Madalena já não o amava — pelo meio, há um quiproquó, julgando que Madalena se lhe dirigia quando afinal falava para Manuel). Há uma exceção, Frei _____, o que se justifica com o caráter instrumental desta personagem (confidente, «coro», enquadrador na história).
Contexto histórico influencia vida das personagens
Dia das eleições e acompanhamento dos resultados pela televisão aproximam personagens e são pano de fundo dos vários desfechos positivos. Note-se que toda a série decorre sob o signo dessas eleições: sabe-se, à partida, que, em termos políticos, alguns vão ficar bem e outros mal. Resultado das presidenciais tem efeito benfazejo: a derrota de Freitas reaproximará ______ da sua família; ________ reconhece ter tido de se ajustar a um voto de conveniência (tapa até a cara de Soares) e parece agora menos monocórdico.
Regresso de D. João implica várias desfechos negativos (separação de Manuel e Madalena; agravar da doença e morte de Maria). Note-se que toda a peça decorre sob a dúvida do que acontecera na batalha (está ______ morto, como pareceriam confirmar as buscas que _______ mandara fazer durante sete anos?): sabe-se, à partida, que o destino se encarregará de impedir a felicidade daquela família. Desfecho da batalha repercute-se, vinte e um anos depois, causando o desenlace fatal, a infelicidade definitiva das personagens.
Espaços e instituições característicos da época condicionam o enredo
Estamos nos anos oitenta do século XX, concretamente em janeiro-fevereiro de 1986. Cinema ainda era espaço de convívio, apesar do fenómeno dos videoclubes (aliás efémero); rádios clandestinas proliferavam; televisão e noite do escrutínio dos resultados eleitorais juntavam as pessoas; havia lojas de discos («discotecas»); a política ainda era vivida como assunto do dia a dia.
Estamos na transição entre séculos XVI e XVII, concretamente em julho-agosto de 1599. Peregrinações são comuns (______ vem de Jerusalém; _____, ao dar notícia do romeiro, compara-o com peregrinos que se dirigiam a Compostela); religião condiciona juízo do que se aceitava ou não; a guerra (Alcácer Quibir) e a perda da independência ainda estão no espírito das personagens.
Ação está concentrada no tempo e no espaço
Pouco mais do que o dia das eleições (chegada de _____ e ida ao cinema poderiam ter decorrido entre sexta e sábado; dia das eleições no domingo). (Se contarmos com todos os episódios da série, a duração não parece ser poder maior do que o da segunda volta das eleições.) Não fica claro se se chega a sair de Benfica (cinema seria o Turim, perto da igreja de Benfica, ou outro na Baixa?; embora houvesse lojas de discos em Benfica, a que é mostrada na série parece situar-se fora do bairro). Não só tudo se centra em ______ como há um esforço para localizar o máximo de ação na própria escola (na realidade, por exemplo, as secções de voto estavam instaladas na Pedro e não na Secundária de Benfica).
Em cerca de um dia (a ação do ato II decorre na tarde de sexta-feira 4 de agosto de 1599 — 21.º aniversário da batalha de Alcácer Quibir e também aniversário do casamento de Madalena com João e da primeira vez que Madalena vira ______ — e os acontecimentos do ato III correspondem a «alta noite», madrugada e manhã de 5 de agosto). (Se contarmos com o ato I, a duração é de cerca de uma semana.) Atos II e III decorrem no palácio de D. João, embora em cenários diferentes: o ato III passa-se numa «parte baixa do palácio» que comunica com a igreja dos dominicanos, que fica visível nas cenas finais. (O ato I também se situava em ______, mas no palácio de Manuel de Sousa Coutinho, que o próprio incendeia.)


Classifica os segmentos sublinhados em termos aspetuais, temporais, modais.

Pensamos no futuro amanhã

(interpret.: Ana Bacalhau | letra e música: João Só)

O sonho vulgar

De um futuro invulgar

De olhos fixos no teto

De um quarto secreto

A arrumar as estrelas

Em mapas e tabelas

Como se alguém pudesse contê-las,

Vamos conquistando o nosso canto no espaço // valor aspetual: ____

No vaivém de um gesto

Na incerteza de um abraço



Nada de novo debaixo do céu

A não ser tu, a não ser eu

Nada de novo no ecrã

Pensamos no futuro, amanhã // valor temporal: ____

Pensamos no futuro, amanhã



Tens a vida toda pela frente // valor modal: ____ (certeza)

Diz toda a gente

Mas é agora que se torce o futuro // valor temporal: ____

Metido no escuro

Andas a ver mosquitos na outra banda // valor aspetual: _____

Diz quem pode, diz quem manda // valor modal: _____ (permissão)



Vamos conquistando o nosso porto inseguro // valor temporal: ____

O nosso universo

Para lá do muro



Nada de novo debaixo do céu

A não ser tu, a não ser eu

Nada de novo no ecrã

Pensamos no futuro, amanhã // valor modal: ________ (obrigação)

TPC — Relanceia a ficha n.º 1 do Caderno de atividades (que reproduzo aqui já com soluções), sobre ‘Poesia de Fernando Pessoa (ortónimo) + Bernardo Soares’.






Aula 69-70 (9 [9.ª], 10/jan [3.ª, 4.ª, 5.ª])

Fernando Pessoa, Mensagem — Paratexto e estrutura

Faz a referência bibliográfica (autor, título, cidade da editora, editora, ano da edição).

A primeira fonte destes elementos deve ser o frontispício (página [3], neste caso). Quando haja dados de que não possamos certificar-nos pela folha de rosto (o referido frontispício), recorreremos ao colofão (na última folha), à ficha técnica, à capa, etc.:

Este livro não numera a edição. Se o fizesse, esse elemento poderia constar logo após o título. E poríamos a seguir à data da edição e entre parênteses o ano da 1.ª edição, 1934.

Verifica estas partes do livro (matéria que se integra no estudo do paratexto):

Capa: tem um ________ (poema visual) que usa versos de Pessoa e desenha a efígie do poeta.

Contracapa: reproduz o poema «_________», o primeiro texto de Mensagem; em baixo, vêm os logótipos dos _________.

Lombada: tem só o ______ da obra.

Colofão (ou, à latina, colofon): em vez do tradicional «Acabou de imprimir-se a […]», contém uma espécie de _______.

O anterrosto repete o desenho caligramático da capa. No entanto, há na p. ____ o que poderia ser o verdadeiro anterrosto, já que a página tem apenas o título, como é característico das páginas três. Terá sido lapso (e a ordem das pp. 5 e 3 ter saído mal, sendo a p. 1 uma mera folha de guarda)?

No miolo do livro há, no cabeçalho, o título corrente, nas páginas ímpares, e nome do autor, nas ______. Nesse espaço, dito dos «títulos correntes», vem «Índice» na parte do livro que lhe corresponde.

Na p. [7], temos a epígrafe: «________» (‘Bendito Deus Nosso Senhor que nos deu o Sinal’).

Preenche as quadrículas vagas da tábua seguinte, sobre a estrutura de Mensagem:

Primeira parte / Brasão
Os Campos
O dos Castelos


Ulisses
Viriato
O Conde D. Henrique
D. Tareja
D. Afonso Henriques
D. Dinis
D. João o Primeiro
D. Filipa de Lencastre
As Quinas

D. Fernando, Infante de Portugal
D. Pedro, Regente de Portugal
D. João, Infante de Portugal
D. Sebastião, Rei de Portugal
A Coroa
Nun’Álvares Pereira

[A Cabeça do Grifo:] O Infante D. Henrique
[Uma Asa do Grifo:] D. João o Segundo
[A Outra Asa do Grifo:] Afonso de Albuquerque
Segunda parte / Mar Português
O Infante

Padrão
O Mostrengo
Epitáfio de Bartolomeu Dias
Os Colombos
Ocidente
Fernão de Magalhães
Ascensão de Vasco da Gama

A Última Nau
Prece

Os Símbolos

O Quinto Império
O Desejado
As Ilhas Afortunadas


O Bandarra
António Vieira
«Screvo meu livro à beira-mágoa»
Os Tempos
Noite
Tormenta
Calma
Antemanhã


De que tratam as três partes de Mensagem?

A 1.ª parte, «Brasão», trata da fase de ________ de Portugal e seu crescimento. A 2.ª parte, «Mar Português», versa a ________ de Portugal, os Descobrimentos. A 3.ª parte, «O Encoberto», trata da estagnação da pátria e, profeticamente, do seu ressurgimento.

«Brasão» tem _______ {numeral, mas por extenso} poemas, repartidos por cinco partes, que aproveitam classificações heráldicas (campos; castelos, quinas; coroa; timbre). A primeira destas sub-partes funciona como introdução às dezassete ______, abordadas em cada poema, que representam características do povo português. A epígrafe de «Brasão» é «______», um oxímoro (‘Guerra sem guerra’).

A parte «Mar Português» é constituída por ____ poemas e não tem outra repartição. A epígrafe desta parte, «_______» (‘Posse do mar’), alude à saga dos descobrimentos. Desta parte já referimos em aula um dos poemas, precisamente o homónimo da secção, «_______», a propósito da frase tornada proverbial «Tudo vale a pena, se a alma não é pequena».

A parte «O Encoberto» implica a visão esotérica de Pessoa, uma síntese de história, mito e profecia. Esta parte situa-se depois do desastre de ______. Está aliás toda centrada na figura do rei ______, o encoberto. Logo pelos títulos se vê que a organização, agora, decorre mais do simbolismo, não se adotando tanto o formato ‘galeria de personagens’. A epígrafe é «_______» (‘Paz nos céus’), que corresponderá ao estado ideal conseguido com o profetizado Quinto Império.

Pelo índice, repara nas datas predominantes da elaboração dos poemas. Os poemas da primeira parte são quase todos posteriores a ______, ou deste exato ano. Os textos de «Mar Português» são maioritariamente de _____-_____, a época do sidonismo. Finalmente, o ano mais representado na terceira parte é 1934 (precisamente, o ano da publicação de Mensagem, penúltimo da vida de Pessoa, quando o Estado Novo se implantava).



Vejamos a estrutura formal, em termos de versificação, de Mensagem.

Que tipo de estrofe predomina? {circunda os quatro tipos que consideres mais presentes, após folheares o livro sem grandes demoras} Dísticos, tercetos, quartetos ou quadras, quintilhas, sextilhas, sétimas, oitavas, nonas ou novenas, décimas, centésimas.

Os versos {escolhe} são brancos / têm rima / são amarelos.

O metro (o número de sílabas métricas) predominante deve ser o {escolhe} o monossílabo, dissílabo, trissílabo, tetrassílabo, pentassílabo (ou redondilha menor), hexassílabo, heptassílabo (ou redondilha maior), octossílabo, eneassílabo, decassílabo, hendecassílabo, dodecassílabo (alexandrino).

O único poema que não tem título é o terceiro aviso, que está na p. ____. É o único texto em que o assunto parece ser o próprio poeta.

O último verso de Mensagem é «______», seguindo-se-lhe a fórmula de despedida latina, «________» (‘Saúde [Força, Felicidade], Irmãos’).

Regressando à tabela na outra folha, põe um visto ao lado dos poemas que estejam no nosso manual (pp. 102-112 e 122).






Esta matéria, ‘Texto e textualidade — Coesão e coerência’, está nas pp. 18-19 e 21 do anexo do manual. Embora seja um dos poucos conteúdos específicos do 12.º ano, até já falámos bastante da coesão textual (nos 10.º e 11.º anos) e também já explicara a coerência textual (no 10.º ano). Este quadro, que terão algures, resume o assunto:

Coesão e Coerência textuais

Coesão textual

coesão gramatical

coesão frásica:

ordenação das palavras e funções sintáticas; concordância; regências.

coesão interfrásica:

mecanismos de coordenação ou subordinação; conectores; pontuação.

coesão temporo-aspetual:

correlação de modos e tempos verbais; advérbios e expressões preposicionais com valor temporal; articuladores indicadores de ordenação; datas e outras marcas temporais.

coesão referencial:

recurso a anáforas, catáforas, elipses; deíticos.

coesão lexical:

uso de repetições; sinonímia; antonímia; hiperonímia, hiponímia; holonímia, meronímia.

Coerência textual

coerência lógico-conceptual

observa três princípios:

princípio da não contradição:

não deve haver a afirmação de uma ideia e, em simultâneo, o seu oposto.

princípio da não tautologia ou não redundância:

as ideias não devem ser repetidas.

princípio da relevância:

as ideias devem estar relacionadas com a temática do texto.

coerência pragmático-funcional

versa a relação texto-situação.

A violação dos princípios em que assenta a coerência textual terá como consequência a incompreensão ou a surpresa pela falta de sentido do que se lê. No entanto, podem as infrações à coerência textual serem propositadas, ou para se inovar em termos literários ou para se obterem efeitos humorísticos. Correntes literárias como a surrealista (mas também os autores modernistas, como Pessoa) aproveitaram frequentemente o inesperado dessas quebras da lógica do texto.

Recurso constante dos Gato Fedorento são as beliscaduras na coerência. Preenche as quadrículas com os títulos dos sketches (em geral, da série Barbosa):

Deputado dirige-se à assembleia / Homem que repete frases do Sandokan / Qual papel? / O médico hipocondríaco / Conversas com empregados de mesa / Indivíduo na bagageira / Estenógrafo fadista / Super-irritante / Velha que faz apartes longuíssimos

Classificação do «problema» Sketch Explicação da infração
Coerência afetada por não se cumprir princípio da relevância
Parte do discurso não concorre para o foco temático do relato.

O longo comentário intercalado não se integra no diálogo inicial (e as ovações finais parecem ir contra o resto do contexto)
Coerência afetada por não se cumprir princípio da não contradição
Quando supúnhamos estar perante um programa de televisão, abre-se um cenário novo, incompatível com o anterior.

Indiferença perante situação estranhíssima vai contra o que é expectável no mundo real.
Coerência afetada por não se cumprir princípio da não tautologia (ou não redundância) «Deputado dirige-se à Assembleia» Não há informação nova ao longo do discurso.

O protagonista assume não renovar as informações, limitando-se a repetir.

Além do incumprimento do princípio de não tautologia, há também falhas de coesão lexical e referencial (substituição da palavra repetida).
Coerência afetada por inadequação pragmático-funcional


Registo infantil (passos e berlindes) não é apropriado a uma consulta médica (há também contradição: médico quer ser doente).

Registo linguístico (com oscilações entre o jargão do direito e a linguagem corrente) e confusão de modos e tipos textuais tornam a situação inverosímil.

[Contracapa de uma edição de Mensagem:]



Cria a contracapa de um livro que fosse uma antologia da poesia (incluindo prosa poética) de Fernando Pessoa e heterónimos.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

TPC — No manual, lê as pp. 98-100 e relanceia também o quadro na p. 101.






Aula 71-72 (13 [3.ª, 5.ª], 14 [4.ª], 15/jan [9.ª]) Na p. 102 do manual, lê o «O dos castelos», o primeiro poema de Mensagem.


Resolve a pergunta 1 da mesma p. 102, acrescentando à resposta que se segue os topónimos (nomes de lugares) ou gentílicos (designações de povos) em falta.


1. A _____ é descrita no poema como se de uma figura feminina se tratasse. Assim, na descrição do continente europeu, corpo cujos braços são a ______ e a ______, sobressai a cabeça «cujo rosto é ______». Nessa cabeça, os cabelos são «românticos», sonhadores, toldam o rosto, adensando o mistério que envolve a figura. Os olhos são «_____», marca da herança clássica e civilizacional que este atributo conota, e o olhar que deles se desprende é «esfíngico», indagador do desconhecido, e «fatal», pois a procura desse desconhecido é motivada pelo destino.


Responde à pergunta 2 (e lê a resposta que dou à pergunta 3).


2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .


3. Portugal é o rosto da Europa que contempla o desconhecido. Ora, esse desconhecido é o Ocidente, o mar a desvendar para tornar possível o paradoxo de construir o «futuro do passado». É a Portugal que cabe, pois, a missão predestinada de construção do futuro.


Como se fez em 1, resolve a pergunta 4, acrescentando os nomes de lugares.


4. «O dos castelos» é ______, definido no poema como o rosto da ______________, o olhar e guia da _____, _____ cujo brasão ostenta os castelos, referenciais do passado, mas cuja missão é a construção do futuro. Lembremos que este é o primeiro poema da primeira parte de Mensagem, que remete para a fundação da nacionalidade inscrita no brasão.






Passa à p. 215. Ana Luísa Amaral escreveu «Europa», que tem com «O dos Castelos» óbvia relação de intertextualidade.


O quadro no item 4, na p. 216, assinala algumas expressões em que o poema alude ao texto de Pessoa, desdizendo-o, de certo modo.


Completa:


O desenho de Agim Sulaj — à direita do poema de Ana Luísa Amaral — concorda mais com o poema «Europa» do que o «O dos Castelos»’. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .



Vê estes grupos III — todos os da geração de exames dos programas em vigor:

GRUPO III (2019, 1.ª fase)

Se algumas pessoas consideram que o acesso rápido e livre à informação é uma mais-valia na sociedade atual, outras defendem que esta facilidade pode ter um impacto negativo, tanto em termos pessoais como sociais.

Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cinquenta palavras, defenda uma perspetiva pessoal sobre a problemática apresentada.

No seu texto:

— explicite, de forma clara e pertinente, o seu ponto de vista, fundamentando-o em dois argumentos, cada um deles ilustrado com um exemplo significativo;

— utilize um discurso valorativo (juízo de valor explícito ou implícito).

GRUPO III (2019, 2.ª fase)

Tradicionalmente, a casa era o espaço de domínio feminino; por seu lado, o homem movia-se predominantemente num espaço exterior, fora de casa.

Será que, na atualidade, esta visão do mundo está já ultrapassada?

Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cinquenta palavras, defenda uma perspetiva pessoal sobre a questão apresentada.

No seu texto: [... {= ao anterior} ...]

GRUPO III (2018, 1.ª fase)

«Há palavras que nos beijam Como se tivessem boca.»

Alexandre O’Neill, Poesias Completas, 4.ª ed., Lisboa,  Assírio & Alvim, 2005, p. 64.

«São como um cristal, as palavras. Algumas, um punhal, um incêndio.»

Eugénio de Andrade, Antologia Breve, 6.ª ed., Porto, Fundação Eugénio de Andrade, 1994, p. 35.

Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cinquenta palavras, defenda uma perspetiva pessoal sobre o poder das palavras nas relações humanas.

No seu texto: [... {= ao anterior} ...]

GRUPO III (2018, 2.ª fase)

Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cinquenta palavras, defenda uma perspetiva pessoal sobre o impacto do progresso técnico na qualidade de vida do ser humano, no futuro.

No seu texto: [... {= ao anterior} ...]

TPC — Vê a ficha do Caderno de atividades sobre Coerência textual (que porei, já resolvida, aqui).






Aula 73-73R (13 [9.ª], 14 [5.ª], 16/jan [4.ª, 3.ª]) A parte B do exame nacional de há dois anos (2018, 1.ª fase) tinha como texto a analisar a cena X do ato II de Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett.

Como sabes, o ato II passa-se já no palácio que fora do primeiro marido de Madalena, João de Portugal. A deslocação para esta casa (tornada necessária porque Manuel incendiara o palácio onde viviam, também em Almada, contribuíra para aumentar as angústias de Madalena, que já não eram poucas). Esta cena X acontece depois de Manuel, Maria e Telmo saírem para Lisboa (iam visitar uma parenta e agradecer ao Arcebispo diligências junto do poder) e antes da entrada de João de Portugal (identificado só como Romeiro).

(A cena IX fora um pequeno aparte de Jorge — só com este em palco — e a cena XI incluirá o criado Miranda, que virá anunciar a chegada de um romeiro.)

Grupo I, Parte B

Leia o texto.

Madalena (falando ao bastidor) — Vai, ouves, Miranda? Vai e deixa-te lá estar até veres chegar o bergantim; e quando desembarcarem, vem-me dizer para eu ficar descansada. (Vem para a cena.) Não há vento e o dia está lindo. Ao menos não tenho sustos com a viagem. Mas a volta... quem sabe? o tempo muda tão depressa...

Jorge — Não, hoje não tem perigo.

Madalena — Hoje... hoje! Pois hoje é o dia da minha vida que mais tenho receado... que ainda temo que não acabe sem muito grande desgraça... É um dia fatal para mim: faz hoje anos que... que casei a primeira vez; faz anos que se perdeu el-rei D. Sebastião; faz anos também que... vi pela primeira vez a Manuel de Sousa.

Jorge — Pois contais essa entre as infelicidades de vossa vida?

Madalena — Conto. Este amor — que hoje está santificado e bendito no Céu, porque Manuel de Sousa é meu marido — começou com um crime, porque eu amei-o assim que o vi... e quando o vi — hoje, hoje... foi em tal dia como hoje! — D. João de Portugal ainda era vivo. O pecado estava-me no coração; a boca não o disse... os olhos não sei o que fizeram; mas dentro da alma eu já não tinha outra imagem senão a do amante... já não guardava a meu marido, a meu bom... a meu generoso marido... senão a grosseira fidelidade que uma mulher bem nascida quase que mais deve a si do que a seu esposo. — Permitiu Deus... quem sabe se para me tentar?... que naquela funesta batalha de Alcácer, entre tantos, ficasse também D. João...

Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa, edição de Maria João Brilhante, Lisboa, Comunicação, 1982.

5. Explique em que medida a afirmação «o tempo muda tão depressa...» (linhas 5 e 6), proferida por Madalena, pode constituir um presságio de tragédia.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

6. Ao longo do excerto, Madalena repete oito vezes a palavra «hoje». Justifique os sentimentos manifestados por Madalena na sua última fala e relacione-os com a repetição dessa palavra.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .


Na coluna à direita, escreve o nome do princípio infringido (não tautologia; não contradição; relevância) — todos de ordem lógico-conceptual — ou assinala, se for esta a afetada, coerência pragmático-funcional. Se a coerência textual não estiver prejudicada, nada escrevas. (Para o caso de ser necessário, vê o esquema em baixo.)

Trecho (que infringe...
princípio de... ou área)
Na última quadra o poeta conclui o poema.

O maneta foi à manicura para tratar das suas dez belas unhas de gel.

Sob o sol da meia-noite, o cego lia um jornal sem letras.

O poema é constituído por quadras. A esse tipo de estrofes chamamos quartetos.

Os três mosqueteiros eram quatro.

Não choveu, porque houve seca.

Segundo Pennac, com efeito, «os leitores têm o direito de amar os protagonistas dos livros». [Pouco depois do enunciado da pergunta respetiva.]
Não tautologia
[A meio de um comentário a um texto, opiniões próprias sobre o mesmo assunto ou paralelos com a vida corrente.]

Exmo. senhor Diretor de Finanças. | O requerente vem informar que está chateado com a situação criada pelo art.º 3, do decreto 45678, de 31 de março. Ainda falou com a sua querida Belinha ontem sobre o mesmo assunto.

Ganhámos, mas é preciso é levantar a cabeça e continuar a trabalhar.


Coerência textual

coerência lógico-conceptual observa três princípios:

princípio da não-contradição:

               não deve haver a afirmação de uma ideia e, em simultâneo, o seu oposto.

princípio da não-tautologia ou não-redundância:

               as ideias não devem ser repetidas.

princípio da relevância:

               as ideias devem estar relacionadas com a temática do texto.

coerência pragmático-funcional versa a relação texto-situação.

Aproveito uns exercícios sobre Coesão textual tirados da Nova Gramática didática de português (Carnaxide, Santillana, 2011), pp. 306-307, em que introduzi pouquíssimas reformulações:

1. Lê o texto e repara nas formas que dizem respeito aos «dinossauros». Em baixo, completa os itens, referindo qual é a relação entre aquelas formas e dinossauros, determinando ainda se o seu uso corresponde a um mecanismo de coesão lexical ou de coesão referencial.

Os Dinossauros

Em tempos, já houve a «mania dos dinossauros».

Então, toda a gente adorava esses monstros e não parava de dizer «— Que seres fantásticos!», que os peluches desses répteis eram «queridos», «fofinhos» e mais uma série de inutilidades.

Pergunto-me: o que é que se achou de tão espetacular nesses bichos? Eles são feios até dizer basta e, ainda por cima, estão extintos. Em vez de se adorar tais criaturas, porque não se olha para espécies em vias de extinção? Pensemos no Tamagochi, no Nenuco e em tantas outras coisas pelas quais muitas pessoas perderam a cabeça. Agora, estão esquecidos nos armários ou mesmo «extintos de brincadeiras». Os dinossauros foram pelo mesmo caminho...

Enfim, foram febres da nossa sociedade que já passaram e que deram muitos lucros, que é o que parece interessar!

a) «monstros» — substituição por um hiperónimo; mecanismo de coesão lexical;

b) «seres» — substituição por um ______; mecanismo de coesão lexical;

c) «répteis» — substituição por um hiperónimo; mecanismo de coesão _____;

d) «bichos» — substituição por um ______; mecanismo de coesão _____;

e) «eles» — pronominalização (uso de uma _____); mecanismo de coesão referencial;

f) Ø [estão extintos] — recurso a uma elipse; mecanismo de coesão _______;

g) «criaturas» — substituição por um hiperónimo; mecanismo de coesão ______;

h) «dinossauros» — repetição; mecanismo de coesão ______.

2. Os pronomes destacados nas frases seguintes asseguram a sua coesão referencial. Diz a que se refere cada um dos pronomes.

a) O Jaime conhecia muito bem o Eleutério. Ele conhecia-o tão bem que lhe ofereceu um presente invulgar.

b) O rapaz viu a carrinha que estava estacionada à beira da estrada.

c) O Marcelino viu o Henrique no cinema e este disse-lhe que já tinha visto aquele filme.

d) O teu computador e o meu deviam ser substituídos.

e) Quaisquer que sejam as dúvidas, esclarecê-las-ei!

f) Gosto muito de ler Eça de Queirós. Tenho vários livros dele.

3. Assegura a coesão interfrásica dos enunciados seguintes, ligando as orações com os conectores adequados.

a) Fui cedo para a bilheteira. Consegui bilhete.

b) Eram oito horas. Ele chegou a casa.

c) Ele estava maldisposto. Comera uma salada russa.

d) Comi um bolo. Bebi um sumo.

e) Consegui marcar os bilhetes para o concerto na Casa da Música. Não arranjei lugares para Guimarães.

4. Seleciona do quadro abaixo os marcadores discursivos adequados para completar os enunciados que se seguem.

efetivamente | depois | antigamente | agora | primeiro | ou seja

a) ___ tomei o pequeno-almoço, ______ escovei os dentes.

b) ______ pensava que tudo era fácil, mas, ______, penso que é mais complicado.

c) Adoro citrinos, ______, laranjas, limões, limas. _______, são os meus frutos preferidos.

5. Conjuga os verbos entre parênteses por forma a assegurar a coesão temporo-aspetual.

a) Ontem não saí de casa. ____ (ficar) o dia inteiro a descansar e a trabalhar, porque _____ (ter) uma semana complicada. ____ (dormir), ____ (ver) televisão, ____ (ler) um pouco e ______ (estudar) bastante, exceto a porcaria do Português.

b) Um dia, ______ (visitar) a Islândia para _____ (assistir) a uma aurora boreal. É claro que _____ (haver) muito mais para ver.

E, de novo, uma tarefa sobre coerência textual (da Nova Gramática didática de português, Carnaxide, Santillana, 2011, p. 306):

Restabelece a coerência nos enunciados apresentados.

a) Deite a gelatina numa cama, de modo a ficar com cerca de 1 cm de descanso. Prepare a gelatina de morango de acordo com as instruções da perfumaria, mas utilizando apenas 1 dl de sopa a ferver e 2 dl de água fria.

b) Primeiro, entrei em casa da Etelvina; depois, cheguei lá.

c) Têm duas hipóteses: ou calam-se ou calam-se!

d) O dueto a solo foi fantástico!

e) D. Afonso Henriques foi o primeiro rei do Condado Portucalense.

f) Venci, vi e cheguei.


Classifica os constituintes sublinhados quanto à função sintática que desempenham.

Quanto é que falta?

(João Só)

Se eu te fosse buscar

Para dançar e jantar fora

A tua mãe não nos ia

Marcar hora

E se eu pedisse licença

Para te levar à lua

O teu pai não me ia pôr na rua



Mas não é a preferência

Da tua ascendência

Que vai fazer que olhes para mim com paixão

E é isso que eu quero

E é por isso que espero

Que as estrelas entrem em conjugação



Quanto é que falta para chegar a noite

Quanto é que falta para chegar o verão

Quanto é que falta para chegar a hora

Em que o tempo para e dispara o coração



Se eu te levasse a um concerto

Não se dava o desconcerto

De discordares da minha opção

Nascemos do lado errado

E acusam-nos do pecado

De ouvirmos outra canção



Mas não é a trivialidade

De uma ou outra afinidade

Que vai fazer que olhes para mim com paixão

E é só isso que eu quero

E é por isso que espero

Que as estrelas entrem em conjugação



Quanto é que falta para chegar a noite

Quanto é que falta para chegar o verão

Quanto é que falta para chegar a hora

Em que o tempo para e dispara o coração

TPC — Relanceia, em Gaveta de Nuvens, páginas de uma gramática, sobre coerência ecoesão textual (marco a azul). Também podes usar o anexo do manual, pp. 18-19 e 21.






Aula 74-75 (16 [9.ª], 17/jan [3.ª, 4.ª, 5.ª]) Correção de apreciações críticas de anúncio (cfr. Apresentação)

Na p. 105, lê «D. Sebastião, Rei de Portugal», o primeiro de quatro poemas de Mensagem, de Fernando Pessoa, dedicados a D. Sebastião. Só este, porém, está ainda na 1.ª parte (portanto, em «Brazão», de que é a quinta «Quina»). Os outros três poemas sobre Sebastião ficam já na 3.ª parte («D. Sebastião», «O Desejado», «O Encoberto»).

Completa só com formas verbais esta análise do poema (de uma edição cuja consulta aconselho vivamente — está aliás indecentemente copiada aqui na íntegra — e que tem ao lado de cada poema uma sua explicação: Fernando Pessoa, Mensagem, edição especial comemorativa do 75.º aniversário da morte de Fernando Pessoa, comentada por Auxília Ramos e Zaida Braga, Vila Nova de Famalicão, Centro Atlântico, 2010):

_______-se como um louco, porque quis uma grandeza aparentemente indevida — «Qual a Sorte a não dá» —, D. Sebastião admite com orgulho essa loucura e _______ a ideia de que nem a morte a extinguiu ou poderá extinguir. O «ser que houve», esse _______ nos areais de Alcácer Quibir, o «ser que há», esse não é perecível, porque o sonho também o não é.

Indo mais além neste discurso de «elogio da loucura», D. Sebastião _____ aqueles que o ouvem a herdarem a sua loucura. Trata-se de uma espécie de apelo à continuidade do seu sonho de grandeza.

Num remate de natureza tanto reflexiva como desafiadora, o poeta ______-se sobre o que ______ o homem dos restantes animais: é o sonho que permite que o homem seja mais que um «Cadáver adiado». É o sonho que eleva o homem e o faz _________ a própria morte. D. Sebastião surge, então, como, uma espécie de Messias que _____ a boa nova da salvação.

Faz corresponder cada segmento de A a um único segmento de B, de modo a obteres uma afirmação adequada: a = ___; b = ___; c = ___; d = ___; e = ___.



Lê o texto que se segue, sobre ‘loucura’, um excerto de editorial de Sofia Barrocas (que fui buscar ao manual Expressões, 12.º ano, como fiz com o exercício anterior):

A loucura aterroriza-nos e fascina-nos. Sentimos um medo indisfarçável de um dia atra­vessarmos a fronteira — às vezes tão ténue — que nos separa daquilo a que chamamos «o mundo real», onde vivemos de acordo com as normas de um mal definido conceito de «normalidade», e mergulharmos nessa realidade distorcida (achamos nós) a que optámos por chamar loucura. E no entanto... quando olhamos os «nossos loucos» com um misto de comiseração, respeito e fascínio não podemos por vezes deixar de pensar se os loucos não seremos nós, se não serão «eles» que estão certos, ao escudarem-se numa realidade só deles [...]. São personagens intrigantes, fascinantes, desconcertantes, acarinhadas [... ] como símbolos vivos de alguma coisa que não sabemos definir bem. Vale a pena conhecê-los. Quanto mais não seja pelas questões que nos obrigam a pôr aos nossos «eus» mais escondidos.

Sofia Barrocas, «Nota de abertura», Notícias Magazine, n.° 934, 18 de abril de 2010

Verifica se o entendimento da loucura expresso no poema de Pessoa coincide, total ou parcialmente, com o apresentado no trecho do editorial.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Vai dando um relance aos outros poemas que tratam do mesmo D. Sebastião, já na terceira parte (nas pp. 71, 74 e 76 da edição de Mensagem que estamos a usar em aula), detendo-te sobretudo em «D. Sebastião» (p. 71), para depois responderes a um item.

PRIMEIRO

D. SEBASTIÃO



’Sperai! Caí no areal e na hora adversa

Que Deus concede aos seus

Para o intervalo em que esteja a alma imersa

Em sonhos que são Deus.



Que importa o areal e a morte e a desventura

Se com Deus me guardei?

É O que eu me sonhei que eterno dura,

É Esse que regressarei.



Já depois de lido o «D. Sebastião» reproduzido em cima (o na p. 71; primeiro da 3.ª parte de Mensagem — designada ‘O Encoberto’ — e primeiro também de «Os Símbolos»), completa a síntese a seguir, usando só preposições (não contraídas com determinantes) e conjunções.

D. Sebastião adquire ____ Mensagem um valor simbólico que ultrapassa a sua figura histórica. São os valores da determinação ___ da coragem que ele corporiza que funcionam _____ mito inspirador ___, nessa aceção, «fecundam a realidade»: «É Esse que regressarei».

O Sebastianismo ___ Mensagem não se liga, pois, ao caso específico ____ concreto de D. Sebastião, que não poderá, obviamente, voltar, _____ à ideologia que lhe está subjacente. ______ do «ser que houve» ___ que ficou no «areal» ______ a «morte», regressará a força inspiradora _____ D. Sebastião necessária ao ressurgimento anímico da nação.


No poema de Fernando Pessoa, D. Sebastião é o protótipo da loucura.

«Todos os homens são doidos e, apesar das precauções, só diferem entre si em virtude das proporções. Este mundo está cheio de loucos e quem não os queira ver deve fechar-se e partir o espelho.» (Nicolas Boileau)

Partindo da citação de Nicolas Boileau, redige um texto de opinião, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, no qual apresentes uma reflexão sobre a loucura.

Fundamenta o teu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustra cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.


TPC Prossegue a dissertação sobre loucura começada em aula, acrescentando mais um argumento e respetivo(s) exemplo(s).






Aula 76-77 (20 [3.ª, 5.ª], 21 [4.ª], 22/jan [9.ª]) Os itens seguintes dizem respeito ao poema «Ulisses» — o terceiro de Mensagem —, na p. 103 do manual. Vai lendo o texto e escolhendo a melhor resposta. Não consultes outras páginas do manual.





No primeiro verso («O mito é o nada que é tudo») há


a) uma metonímia e uma metáfora.


b) uma metáfora e um oxímoro.


c) uma comparação e uma antítese.


d) um polissíndeto e uma aliteração.





O valor aspetual predominante em «O mito é o nada que é tudo» é o


a) perfetivo.

b) habitual.

c) imperfetivo.

d) genérico.



«que abre os céus» (v. 2) é oração subordinada

a) adjetiva relativa e modificador restritivo do nome.

b) substantiva completiva e complemento direto.

c) adverbial concessiva e modificador de frase.

d) adverbial temporal e modificador do grupo verbal.



Nos vv. 2-5, ilustra-se a relevância dos mitos através da alusão

a) ao Sol, que é mudo mas brilhante.

b) a Deus, nu mas vivo.

c) ao Céu.

d) a Cristo crucificado, a luz que a todos ilumina.



No primeiro verso da segunda estrofe, o deítico «Este» corresponde a

a) ‘o mito’.

b) ‘o mesmo sol que abre os céus’.

c) ‘Ulisses’.

d) ‘o corpo morto de Deus’.



«que aqui aportou» (v. 6) é oração subordinada

a) adjetiva relativa restritiva e modificador restritivo do nome.

b) adjetiva relativa explicativa e modificador apositivo do nome.

c) substantiva relativa e sujeito.

d) adjetiva relativa explicativa e complemento do nome.



Em «que aqui aportou» (v. 6) o valor aspetual predominante é

a) perfetivo.

b) habitual.

c) imperfetivo.

d) iterativo.



O advérbio «aqui» (v. 6) — um deítico — vale por

a) ‘Ítaca’.

b) ‘Troia’.

c) ‘Grécia’.

d) ‘Lisboa’.



«Foi por não ser existindo» (v. 7) deve ser um hipérbato de

a) ‘por não ser foi existindo’.

b) ‘foi sendo por não existir’.

c) ‘por não ser existindo foi’.

d) ‘não foi por ser existindo’.



«nos» (v. 8) desempenha a função sintática de

a) complemento direto.

b) complemento indireto.

c) sujeito.

d) complemento oblíquo.



«nos» (v. 10) desempenha a função sintática de

a) complemento direto.

b) complemento indireto.

c) sujeito.

d) complemento oblíquo.



Na última estrofe, defende-se que

a) a vida é mais importante do que o mito.

b) só há mito enquanto dura a vida.

c) só há vida enquanto dura o mito.

d) o mito permanece, mesmo quando a vida acaba.



Em «Assim a lenda se escorre» (v. 11) predominará o valor aspetual

a) perfetivo.

b) habitual.

c) imperfetivo.

d) iterativo.



O uso de «mito» (vv. 1 ou 3) e «lenda» (v. 11) constitui um mecanismo de coesão

a) frásica.

b) interfrásica.

c) lexical.

d) referencial.



«na realidade» (v. 12) desempenha a função sintática de

a) modificador de grupo verbal.

b) predicativo do complemento direto.

c) complemento oblíquo.

d) complemento do adjetivo.



«E» (v. 13) constitui um mecanismo de coesão

a) frásica.

b) interfrásica.

c) lexical.

d) temporo-aspetual.



O uso da anáfora «la» (v. 13) constitui um mecanismo de coesão

a) frásica.

b) interfrásica.

c) lexical.

d) referencial.



Segundo os vv. 11-13, «[a lenda fecunda a realidade]», o que deve significar que

a) o mito faz amor com a realidade.

b) Ulisses é um grande maroto e Penélope não merecia isto.

c) a lenda f... a realidade, isto é, estraga a realidade, impede a realidade.

d) o mito dá novo sentido à realidade.



«Em baixo» (v. 14) desempenha a função sintática de

a) modificador de frase.

b) sujeito.

c) modificador de grupo verbal.

d) complemento oblíquo.



«metade / De nada» (vv. 14-15), quanto à função sintática, é

a) predicativo do sujeito.

b) predicativo do complemento direto.

c) modificador apositivo do nome.

d) modificador restritivo do nome.



Em cada quintilha, o último verso e os quatro primeiros têm, respetivamente,

[não percas tempo com os vv. 1 e 3 da primeira estrofe, que são mais discutíveis]

a) cinco e oito sílabas métricas.

b) quatro e sete sílabas métricas.

c) cinco e sete sílabas métricas.

d) quatro e oito sílabas métricas.




Em «Ulisses», de Fernando Pessoa, através do exemplo do herói da Odisseia e da lendária fundação de Lisboa, a origem de Portugal é associada a um caráter mítico. Por outro lado, a gesta de Ulisses ajudaria a explicar a vocação marítima dos portugueses.

Em Mensagem a abordagem mítica é crucial. Já vimos a importância que tem nesta «epopeia lírica» o sebastianismo, que assenta também num mito.

Na literatura, como aliás em todas as artes, a alusão a mitos é recorrente, implícita ou explicitamente. Na p. 190, tal como em «Ulisses», o próprio título do poema de Miguel Torga («Sísifo») antecipa que há relação intertextual com o mito de Sísifo. Lê a informação sobre esse mito ainda em «Antes de ler». Depois lê o poema e completa:

No poema de Torga só aparentemente se defende o destino de Sísifo, já que, embora se comece por aconselhar que, a exemplo da pena a que Sísifo foi condenado, cada um . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

No início, o poema parece estipular uma atitude «à Ricardo Reis» («___________», v. 3), mas ainda na primeira estrofe o desdiz: «_________» (vv. 8-10). Os primeiros versos da segunda estrofe confirmam que o programa sugerido pelo sujeito poético fica longe do epicurismo estoico de Reis: «____________» (vv. 11-14).

O final lembra-nos «D. Sebastião, Rei de Portugal», porque, como no poema de Mensagem, faz-se a apologia __________, ainda que o derradeiro dístico mitigue um tanto esta euforia através do modificador do grupo verbal «________» (v. 20).

Escreve parágrafo inicial do desenvolvimento — um argumento e respetivo(s) exemplo(s) — da dissertação pedida no grupo III da p. 229: «A solidão dos idosos é uma das mais graves doenças das sociedades contemporâneas».

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

O filme que lhes trago — Diamantino, de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt — é muito mau. Começa por ser uma paródia em torno de Cristiano Ronaldo mas deriva depois, como se reconhece na contracapa do DVD, para «uma odisseia delirante onde [o ícone internacional] enfrenta o neofascismo, a crise de refugiados, a modificação genética e a busca pela fonte do génio». No entanto, tem para nós o interesse de permitir analogias com Mensagem, na medida em que...

Mensagem
Diamantino
Ambas as obras referem, no início, a fase heroica dos seus protagonistas.
A primeira parte («Brazão») e boa parte da segunda («Mar Português») focam-se em figuras e aspetos gloriosos de ______.
Começamos por conhecer o protagonista, «o maior astro do futebol no mundo», ainda no seu _______.
Ambas as obras identificam as razões da decadência, ainda que sem estabelecerem uma fronteira clara com uma nova demanda que se lhe seguirá.
Há alusões à morte física do rei Sebastião («ser que houve») em _____.
Temos um _____ falhado e a morte do pai do jogador.
Ambas as obras anunciam de imediato a possibilidade de um ressurgimento, que implica uma dedicação em prol da humanidade.
Prediz-se que Portugal promoverá o ________.
________ dedicar-se-á à causa dos «fugiaditos».
Ambas as obras conjugam abordagem histórica/narrativa com partes sobretudo de caráter simbólico, onírico.
Em todos os poemas o referente histórico é acompanhado por interpretação _______.
Há momentos de puro sonho, como sucede com os «_____ felpudos».








Aula 78-78R (20 [9.ª], 21 [5.ª], 22/jan [3.ª, 4.ª]) Correção das perguntas 5 e 6 de prova nacional (ver Apresentação).

Na «Memória ao Conservatório Real», Garrett equaciona a questão de saber se o seu Frei Luís de Sousa deve ser classificado como tragédia ou como drama romântico. Enumera tu as caraterísticas que obedecem ao modelo da tragédia clássica:

Os acontecimentos são dirigidos pelo destino, cujo poder se revela por meio de presságios e indícios de fatalidade: a profecia do _______ de D. Sebastião; os pressentimentos e receios de _______; os sonhos e visões de Maria; as falas agoirentas de ______; os diálogos carregados de ameaças suspensas; o caráter funesto do ______ (sete anos, sexta-feira, «dia fatal», «hora fatal»).

A intriga inclui os três elementos essenciais da tragédia clássica: a peripécia (chegada dos espanhóis, que leva Manuel de Sousa a ______ o palácio e a deslocar-se para o espaço fatal); a anagnórise (reconhecimento do Romeiro como _______); a catástrofe (morte de Maria e clausura dos _____).

O coro trágico é corporizado na personagem de _______, talvez um tanto também na de Frei Jorge, bem como no grupo de frades que recita o ofício litúrgico dos mortos.

As personagens principais pertencem à/ao ______ {nobreza / povo / clero / burguesia} e gozam de boa fortuna até a ______ se abater sobre elas em consequência de um erro involuntário (provocado pelo destino) cometido no passado (o «crime» de D. Madalena).

{as palavras a negro são objeto de definição mais à frente}

Lê estes verbetes do Manual de Teatro, de Antonino Solmer (2.ª ed., Lisboa, Temas & Debates, 2003):

Tragédia Do grego «canção do bode» (animal que os Gregos sacrificavam aos deuses). Segundo a clássica definição de Aristóteles, a tragédia é uma imitação de uma acção elevada efetuada por personagens em ação no meio de um relato que, suscitando compaixão e temor, leva a cabo a purgação de emoções por parte do público (a catarse).

Drama Do grego drama (ação). Género híbrido entre a tragédia e a comédia, que começou por veicular os temas que não cabiam em nenhum dos dois grandes géneros. A partir do séc. XVIII, com Diderot, o chamado drama burguês que, sendo um género sério, não exclui elementos cómicos, realistas e patéticos, funciona de facto como um género «a meio-termo» entre os dois grandes géneros clássicos, uma vez que também os protagonistas fazem parte de uma nova classe média, entre a aristocracia trágica e a classe baixa cómica. Os sentimentos a que apela este género serão também outros: visando urna reflexão filosofante a partir de situações apresentadas de forma realista, o drama burguês não visa nem a catarse da tragédia nem o riso da comédia, mas antes o apelo à lágrima e à reflexão. Na atualidade, a palavra «drama» já não se limita a um género específico, tendo, grosso modo, passado a designar-se por drama tudo o que não é cómico. Em certas correntes, a expressão revela-se ainda mais abrangente: em inglês, por exemplo, a palavra aplica-se a todo o género teatral (uma escola de teatro é uma Drama school...). Entre os subgéneros do drama, tal como na comédia, encontram-se termos como drama histórico (cuja ação se desenrola numa época recuada em relação àquela em que foi escrita, podendo incluir reconstituições de factos historicamente acontecidos), drama lírico (a ópera, o teatro cantado), drama litúrgico (género medieval que inclui os mistérios e os milagres), etc.

Comédia Termo que provém dos antigos ritos dionisíacos gregos. Género dedicado aos procedimentos cómicos que a opõem à tragédia, e que se caracteriza por: personagens de baixo estatuto social, desenlace feliz e a finalidade de provocar o riso do espectador. Mais tarde, o termo irá manter-se, aplicado ao género que se opõe ao drama. A comédia pode ser no entanto de vários tipos, de que os principais serão a alta comédia e a baixa comédia. Esta última é caracterizada pela utilização de recursos da farsa e do gag, enquanto a primeira recorre a uma linguagem cuidada, marcada por subtilezas intelectuais e psicológicas. Outros tipos possíveis de comédia são: comédia de capa e espada (cuja intriga envolve nobres e cavaleiros); comédia de costumes (que analisa os comportamentos sociais em situação); comédia musical (que integra música e canções); comédia de situações ou de equívocos (caracterizada pela rapidez do desenvolvimento da ação, com um cómico baseado no efeito de surpresa e no quiproquó), etc.

TragicomédiaGénero que designa um híbrido de tragédia e comédia definido em função de três elementos fundamentais: as personagens (pertencem a estratos populares e aristocráticos, anulando a fronteira de exigências de cada um dos géneros); a ação (que aqui não termina em catástrofe nem na morte do herói) e estilo (entremeado de linguagem simultaneamente enfática e vulgar).

Nos períodos que se seguem faltam algumas vírgulas. Acrescenta-as. Marca também os casos em que é possível pôr vírgula ou não, dependendo da interpretação que se faça.

O Hamlet que prefiro é o dos Gato Fedorento.

Hamlet que é uma tragédia de Shakespeare terá sido escrito entre 1599 e 1601.

O Hamlet que tem comichão não é o dos Monty Python.

Gosto das tragédias de Shakespeare que nunca são enfadonhas.

Gosto das tragédias que não sejam enfadonhas.

Gosto de sketches cujos protagonistas sejam psiquiatras e Hamlet.

Vi o Frei Luís de Sousa cuja Maria é representada por Alexandra Lencastre.

Veremos o final de Quem és tu? que é um filme de João Botelho.

No fundo, o que estiveste a fazer foi distinguir entre as orações relativas restritivas, as que não são isoladas por vírgulas, e orações relativas explicativas, as que têm de ficar entre vírgulas. Em cada período, sublinha a oração relativa (que começará por «que» ou por «cujo») e escreve E(xplicativa) ou R(estritiva).

Já agora, todas estas orações relativas são adjetivas (mas também há substantivas relativas). As palavras que as introduzem são pronomes e determinantes relativos (bem como quantificadores e advérbios relativos), genericamente, palavras relativas.

Almeida Garret, Frei Luís de Sousa

Eis um grupo I-B de uma prova ainda segundo o modelo antigo (em em que este grupo não implicava texto, mas um pequeno comentário mais «teórico»). É-nos util para fixarmos dados acerca de Frei Luís de Sousa:

Grupo I-B

Tal como na tragédia clássica, também o fatalismo é uma presença constante em Frei Luís de Sousa. O destino acompanha todos os momentos da vida das personagens, apresentando-se como uma força que as arrasta de forma cega para a desgraça. É ele que não deixa que a felicidade daquela família possa durar muito. Recordando a peça de Garrett, responda de forma completa às questões que se seguem.

1. Na tragédia clássica, a hybris (o desafio) era o ponto de partida para o conflito (o desenvolvimento).

1.1. Identifique, na peça Frei Luís de Sousa, o desafio de D. Madalena.

1.2. Indique o desafio de Manuel de Sousa e as consequências da sua atitude no final do Ato I.

2. Demonstre a importância do destino e da superstição no desenrolar dos acontecimentos.

[Sugestões de resolução]

1.1 A hybris é o desafio, o crime do excesso e do ultraje. D. Madalena não comete um crime propriamente na ação, mas sabemos que ele existiu pela confissão a Frei Jorge de que _________, embora guardasse fidelidade ao marido. O crime estava no seu coração, na sua mente, embora não fosse explícito como entre os clássicos.

1.2. Manuel de Sousa Coutinho também comete a sua hybris ao __________. Esta atitude obrigou-o a esconder-se durante alguns tempos e a evitar regressar ao palácio durante o dia.

2. [Completa só com nomes de personagens.] O destino pode definir-se como força superior que tudo domina e a quem nem os deuses podem fugir; apresenta-se como uma obrigação imperiosa, uma força que arrasta «de forma cega para a desgraça». Madalena e Maria são vítimas do destino que afeta também as restantes personagens.

Um presságio da desgraça percorre toda a obra: a atmosfera de superstição, as apreensões e pressentimentos de ______ adquirem sentido; também _______ pressente a hipótese de ser filha ilegítima e vem a ser a vítima sacrificada; ________ alimenta a crença no Sebastianismo; o incêndio e a necessidade de viver no palácio que fora de ________ aumentam a tensão dramática; o terror apodera-se de _______...

O destino acompanha todos os momentos da vida das personagens e arrasta-as de forma cega para a desgraça; o sofrimento não acontece apenas nas personagens, mas age sobre os espectadores, através dos sentimentos de terror e de piedade, para purificar as paixões (catarse); dentro da lógica do teatro clássico, a intriga desenvolve-se, de forma a culminar num desfecho dramático, cheio de intensidade: a morte física de _____ e a morte para a vida secular de ____ e _____. É, pois, evidente que, tal como na tragédia clássica, também em Frei Luís de Sousa o fatalismo é uma presença constante, dado que o destino acompanha todos os momentos da vida das personagens, apresentando-se como uma força que as arrasta de forma cega para a desgraça.

Elementos da tragédia clássica (segundo Projetos, 11.º ano, Santillana)

Hybris — desafio feito pelas personagens à ordem instituída.

Peripécia — de acordo com a Poética de Aristóteles (c. 334-330 a. C.), corresponde à «mutação dos sucessos no contrário», isto é, ao momento em que se verifica uma alteração no rumo dos acontecimentos.

Anagnórise — «reconhecimento»; segundo a Poética de Aristóteles, «é a passagem do ignorar ao conhecer», podendo consistir na revelação de acontecimentos desconhecidos ou na identificação de determinada personagem.

[Em FLS, a anagnórise sucede em simultâneo com a peripécia: é com a chegada do Romeiro e o reconhecimento da sua identidade (anagnórise) que se dá uma inversão brusca nos acontecimentos (peripécia): o casamento é invalidado, Madalena torna-se uma mulher adúltera e a filha, ilegítima.]

Clímax — momento culminante (de maior intensidade) da ação.

[Em FLS, o clímax corresponde à cena final do ato II, pois é neste momento que a tensão dramática atinge o seu auge: D. João de Portugal dá a conhecer a sua identidade de forma inequívoca, demonstrando, ao mesmo tempo, deforma paradoxal, que o esquecimento a que foi votado anulou a sua existência.]

Catástrofe — desenlace trágico.

[Em FLS, a família é totalmente exterminada: Madalena e Manuel morrem para o mundo, ingressando na vida religiosa, e Maria morre, efetivamente.]

Ágon — conflito vivido pelas personagens; pode designar o conflito com outras personagens ou o conflito interior.

[Em FLS, o de Madalena, por exemplo; ou de Telmo, quando se apercebe de que o amor a Maria é já superior à fidelidade ao amo.]

Pathos — sofrimento crescente das personagens.

Ananké — o destino; preside à existência das personagens e é implacável.

Catarse — efeito purificador que a tragédia deve ter nos espectadores: ao desencadear o terror e a piedade, permitir-lhes-ia purificar as suas emoções.



Os dois itens seguintes — sobre pontuação — copiei-os de Desafios. Português. 11.º ano. Caderno de Atividades (de Alexandre Dias Pinto, Carlota Miranda, Patrícia Nunes; Carnaxide, Santillana, 2011), alterando apenas alguns nomes próprios.

Associa cada frase de A à única hipótese da coluna B que permite obter uma afirmação correta.

A

a) Na frase «O Irondino, o Sancho e o Gualter foram a Braga.», usa-se a vírgula para...

b) Na frase «O Mário nunca, nunca chega a horas.», usa-se a vírgula para...

c) Na frase «Camões, príncipe dos poetas, viveu no século XVI.», usa-se a vírgula para...

d) Na frase «O Gustavo anda a ler Fernando Pessoa e eu, um romance de Saramago.», usa-se a vírgula para...

e) Na frase «Tu, Jorge, vais ao Porto esta semana.», usa-se a vírgula para...

f) Na frase «Ele era, dizia-se, um bom jardineiro.», usa-se a vírgula para...

g) Na frase «Se fores a Londres, visita o Museu Britânico.», usa-se a vírgula para...

h) Na frase «Os alunos, que faltaram à aula, ficaram a estudar para o teste.», usa-se a vírgula para...

B

1. isolar as orações subordinadas relativas explicativas.

2. isolar o modificador apositivo.

3. separar elementos com a mesma função sintática.

4. indicar a supressão de uma palavra, geralmente o verbo.

5. separar a oração subordinada adverbial que ocorre antes da oração principal.

6. isolar o vocativo.

7. separar uma oração intercalada.

8. separar os elementos repetidos.

Assinala e corrige os erros de pontuação presentes nas frases seguintes e explica a razão das incorreções.

a) O Saul comprou, uma casa junto ao mar.

b) — Ó Mateus que horas são?

c) — Quem é aquela senhora.

d) A Agostinha disse. Vou para a escola.

e) Se voltas a ter esse tipo de comportamento.

f) Socorro. Estou preso aqui dentro.

g) O Hélio o Alberto e o Zuzarte compraram tostas queijo e fiambre.


Classifica as orações sublinhadas.

Carta

(Toranja)

Não falei contigo com medo que os montes

e vales que me achas caíssem a teus pés...    

Acredito e entendo que a estabilidade lógica

de quem não quer explodir faça bem ao escudo que és...



Saudade é o ar que vou sugando e aceitando

como fruto de verão nos jardins do teu beijo...

Mas sinto que sabes que sentes também

que num dia maior serás trapézio sem rede

a pairar sobre o mundo e tudo o que vejo...



É que hoje acordei e lembrei-me

Que sou mago feiticeiro

Que a minha bola de cristal é folha de papel

Nela te pinto nua numa chama minha e tua.



Desconfio que ainda não reparaste

que o teu destino foi inventado

por gira-discos estragados aos quais te vais moldando...

E todo o teu planeamento estratégico de sincronização do coração

são leis como paredes e tetos cujos vidros vais pisando...



Anseio o dia em que acordares por cima de todos os teus números

raízes quadradas de somas subtraídas sempre com a mesma solução...



Podias deixar de fazer da vida um ciclo vicioso

harmonioso ao teu gesto mimado e à palma da tua mão...



É que hoje acordei e lembrei-me

Que sou mago feiticeiro

Que a minha bola de cristal é folha de papel

E nela te pinto nua

Numa chama minha e tua.



Desculpa, se te fiz fogo e noite sem pedir autorização por escrito

ao sindicato dos deuses, mas não fui eu que te escolhi.



Desculpa, se te usei como refúgio dos meus sentidos

pedaço de silêncios perdidos, que voltei a encontrar em ti...



É que hoje acordei e lembrei-me

Que sou mago feiticeiro...



... nela te pinto nua

Numa chama minha e tua.



Ainda magoas alguém

O tiro passou-me ao lado

Ainda magoas alguém

Se não te deste a ninguém,

magoaste alguém,

A mim... passou-me ao lado.







Aula 79-80 (23 [9.ª], 24/jan [3.ª, 4.ª, 5.ª]) Correção do questionário de compreensão escrita sobre «Ulisses» (ver Apresentação).

O assunto será atos ilocutórios. Não estando nos atuais programas, não é seguro que não possa sair em exame, já que integra as metas ou as aprendizagens essenciais.

Os atos de fala dividem-se em locutórios (o próprio facto de se falar), ilocutórios (o tipo de ação que se pretende realizar: uma ordem, uma promessa, uma constatação, uma ameaça, etc.) e perlocutórios (o efeito produzido no interlocutor: ficar o ouvinte ofendido, envergonhado, convencido, etc.).

Nos atos ilocutórios diretos, a intenção comunicativa fica explícita no que é dito; nos atos ilocutórios indiretos, a intenção comunicativa tem de ser captada pelo interlocutor. Por exemplo, em «Leiam o texto tal» há um ato ilocutório _______; mas, se, no contexto de uma aula, o professor disser «É na p. 104», temos um ato ilocutório _____, cuja _______ (‘ordem para se começar a ler’) tem de ser inferida pelos interlocutores.

O entendimento de um ato de fala está dependente do contexto comunicativo. O que possibilita que a frase «É na p. 104» seja percebida como ordem para que se leia é o facto de se estar numa _____ de _______.

Os atos ilocutórios podem ser agrupados consoante a força ilocutória (o objetivo ilocutório) que apresentam:

diretivos (pretende-se que o interlocutor atue de acordo com a vontade do locutor) — «Querem abrir os livros na p. 321?»; «Abram os livros na p. 321».

assertivos (assinala-se a posição do locutor relativamente à verdade do que diz) — «Não há dúvida de que esta é a melhor frase»; «Admito que haja aqui um equívoco meu».

expressivos (traduz-se o estado de espírito do locutor relativamente ao que diz) — «Entristece-me que tenha partido»; «Muitos parabéns pelo teu teste».

compromissivos (responsabilizam o locutor relativamente a uma ação futura) — «Não darei aula no dia 1 de fevereiro»; «Prometo entregar os prémios Tia Albertina».

declarativos (aquilo que se diz cria, por si só, uma nova realidade) — «Absolvo-te das falhas cometidas»; «Fica aprovado com catorze valores».

Há que contar com o tipo de frase (interrogativo, imperativo, declarativo, exclamativo) e com o contexto: «Estou constipadíssima», num contexto em que há uma porta aberta, pode ser um ato ilocutório {escolhe} direto / indireto que corresponda ao objetivo ilocutório (à força ilocutória) _______ (com a locutora a pretender que ______).

Plural 12, 2012, p. 343 [note-se que não está no nosso manual atual]:



Indica o tipo dos atos ilocutórios (diretivo / assertivo / expressivo / compromissivo / declarativo):

1. Fala com o diretor de turma. _______

2. Gostei que fizesses cocó no penico. ______

3. Sei que Gedeão era Rómulo de Carvalho, professor de Física. ______

4. Ficam isentos do pagamento os menores de setenta e três anos. ______

5. A hipótese mais provável é que tenha perdido o comboio. _____

6. Duvido que te interesse. _____

7. Chegarei às onze e sessenta e dois. ______

8. Detesto que me estejam sempre a pressionar. _____

9. Vou pensar no que me propõe. ______

10. É inadmissível que te impeçam de ires ao jogo. ______

[fundado em M. Olga Azevedo, M. Isabel Pinto & M. Carmo Lopes, Exercícios — Gramática Prática de Português — Da Comunicação à Expressão]


Preenche as quadrículas em branco, interpretando os atos de fala dos dois sketches (série Barbosa). Por vezes, previ duas interpretações (uma, direta; a outra, indireta, aliás mais verosímil). No tipo (segundo a força ilocutória), porás assertivo, diretivo, expressivo, compromissivo. (Nenhum exemplo é de ato declarativo.)

Ato de fala direto / indireto tipo (segundo a força ilocutória) modo verbal, etc.
«Últimos desejos»
Julgava que eras meu amigo... direto assertivo «julgar» + imperfeito do indicativo
indireto
Por favor, promete que passas para açúcar mascavado. direto
imperativo + «por favor»
Eu mudo para açúcar mascavado. direto

Gostava de ouvir o mar.
expressivo imperfeito do indicativo
indireto
Carlos, descansa. direto

indireto expressivo
«Condutor de ambulância»
Pronto. Está bem. direto
advérbio e presente do indicativo
Arranca. Depressa. Já. direto diretivo
Há aqui indivíduos que devem estar cheios de pressa. direto
«dever» no presente
A sensação que me dá é que está verde há muito tempo direto
«dá-me a sensação» + presente do indicativo
Não podia ir um pouco mais rápido? indireto
imperfeito de «poder» + infinitivo
Morreu. direto

indireto expressivo

Vai até à p. 104, para leres «D. Dinis». Lembro que D. Dinis foi importante trovador — autor de cantigas de amigo e cantigas de amor — e também é conhecido por ter mandado plantar o pinhal de Leiria.

Mostra como em Mensagem se traça o perfil de D. Dinis, indicando três características do retrato que aí é feito do rei. Fundamenta essas características com citações pertinentes. (Podes ler o pequeno comentário «D. Dinis, um símbolo», mas não te deves limitar a transpor o que aí se diz.)

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .


TPC — Em Gaveta de Nuvens capítulo de gramática sobre Atos ilocutórios.





Aula 81-82 (27 [5.ª, 3.ª], 28 [4.ª], 29/jan [9.ª]) Na p. 108, à direita, tens o poema cujo título é adotado por toda a segunda parte de Mensagem, «Mar português». Talvez já o conheças desde o 9.º ano.


Explicita, por palavras tuas, as seguintes afirmações da segunda quintilha:


«Tudo vale a pena / Se a alma não é pequena»:


. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .


«Quem quer passar além do Bojador / Tem que passar além da dor»:

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

«Deus ao mar o perigo e o abismo deu, / Mas nele é que espelhou o céu»:

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Recorda estas estâncias (Os Lusíadas, canto IV, 88-89), que integram o passo das despedidas, na praia do Restelo (pouco antes de surgir «um velho, de aspeito venerando», que menearia três vezes a cabeça e, descontente, discursaria).

A gente da cidade, aquele dia,

(Uns por amigos, outros por parentes,

Outros por ver somente) concorria,

Saudosos na vista e descontentes

E nós, co’a virtuosa companhia

De mil religiosos diligentes,

Em procissão solene, a Deus orando,

Pera os batéis viemos caminhando.



Em tão longo caminho e duvidoso

Por perdidos as gentes nos julgavam,

As mulheres c’um choro piadoso,

Os homens com suspiros que arrancavam.

Mães, Esposas, Irmãs, que o temeroso

Amor mais desconfia, acrescentavam

A desesperação e frio medo

De já nos não tornar a ver tão cedo.

Estabelece uma aproximação entre a ideologia do poema «Mar português» e a das estâncias 88 e 89 do canto IV dos Lusíadas, que acabaste de reler:

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Na p. 108, à esquerda, lê «O mostrengo», o quarto poema da segunda parte de Mensagem (cfr. pp. 52-53 da edição que estamos a usar).


Discorre sobre as características narrativas do poema:

O poema apresenta uma breve narrativa, em que se relata o encontro dos navegadores portugueses com o Mostrengo (ação), sendo ambos protagonistas. Do conjunto de personagens, destaca-se ainda o «______», que dialoga com o monstro. A narrativa decorre «______» (espaço) e numa «_______» (tempo).

Debruça-te sobre as marcas épicas da composição:

São características épicas do poema a presença de uma ameaça grandiosa sobre o ______, que, no confronto com ela, evidencia marcas de grandeza (moral). O caráter narrativo é igualmente traço ______ do poema.


[Depois de se ouvir passo do Adamastor, no canto V de Os Lusíadas]

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Completa esta síntese comparativa de Os Lusíadas e Mensagem, que retirei, com poucas adaptações, de uma sebenta de estudo para exame.

Os Lusíadas (1572)
Mensagem (1934)
Poema ______
Poema épico-lírico
dez cantos
estrutura triádica: «Brasão», «______», «O Encoberto»
escritos em meados do século XVI, época do declínio do apogeu expansionista
escrita entre 1913 e 1934, época de desencantos (relativamente a 1.ª República e a ____)
cariz ______ e descritivo; dimensão real e concreta
cariz abstracto e interpretativo; dimensão simbólica, doutrinária
fundo histórico: a viagem do Gama
fundo histórico e _____: a busca de uma «Índia que não há»
referência aos fundadores de Portugal pela voz de Vasco da Gama e de Paulo da Gama, nos relatos ao rei de Melinde e ao _____
evocam-se os que estiveram associados aos primórdios da nacionalidade, pedindo-se a Afonso Henriques que abençoe a pátria com o seu exemplo
referem-se as lutas contra os Mouros (Batalha de Ourique) e as lutas contra _____ (Aljubarrota; papel de Nun’Álvares)
Pessoa refere-se à figura de Nun’Álvares como um messias, um «Portugal em ser»
relata-se a aventura da descoberta do caminho marítimo para a Índia, incluindo adversidades e perigos (despedidas de Belém, Adamastor, tempestade)
evoca-se processo de conquista do mar desconhecido («O infante D. Henrique», «Horizonte», «Padrão», «O Mostrengo», «Ocidente», «______»)
________ é a recompensa para os portugueses que se transcenderam
Pessoa sonha a recompensa: «ilhas afortunadas», «terras sem ter lugar», onde mora o Desejado
D. Sebastião é a garantia e a esperança do regresso de tempos gloriosos, ao estilo do sebastianismo tradicional
D. Sebastião está na base de um sebastianismo pessoano, que, sem negar o passado, aponta para um _____ promissor
nas ______ (cantos I e X), Camões reconhece em D. Sebastião qualidades de líder
loucura de D. Sebastião é evocada como necessária à criação de um novo império
conceito de herói épico tradicional: o que o move é a guerra contra os ________, a expansão
conceito de herói mítico: o que é escolhido para cumprir uma missão e é movido pela «febre do Além»
os obstáculos que o herói enfrenta levam-no à construção de um Império terreno (nacionalismo)
os obstáculos que o herói enfrenta levam-no à transcendência, a um império espiritual, o _____ (nacionalismo universalista)
poeta revela desencanto pelo _____
poeta revela desencanto pelo presente e apela à construção de um futuro de dimensão cultural e espiritual: «É a hora!»
poeta, ainda que valorizando os momentos gloriosos da pátria, mostra tristeza pelo não reconhecimento do seu valor e pelo estado da pátria
poeta pretende restaurar a grandeza da pátria, recriando o mito ______, essencial ao renascimento que se defende
a poesia serve para registar e glorificar o passado
a poesia, o sonho, o misticismo são as forças que levarão ao _______


Itens sobre tipos de coesão em exames relativamente recentes

[2018, 2.ª fase]

7. Indique o processo de coesão textual assegurado pelas expressões «No passado» (linha 1), «a pouco e pouco» (linha 5), «Já» (linha 7), «Hoje, a pouco e pouco» (linha 24) e «ainda» (linha 27).

R.: __________________



[2016, 1.ª fase]

6. O uso das palavras «dele» (linha 28) e «os» (linha 29) [«O risco, correta ou incorretamente percecionado, está por todo o lado nas nossas vidas, sendo várias as interrogações que se podem colocar em face dele. A ciência traz-nos constantemente novos riscos, assim como maneiras de os minimizar»] contribui para a coesão

(A) lexical. | (B) aspeto-temporal. | (C) frásica. | (D) referencial.



[2015, 1.ª fase]

7. No contexto em que ocorre, a palavra «Dessas» (linha 15 [«E dá dois exemplos: na época de Dürer, existiam na língua alemã mais de cento e cinquenta e oito palavras para designar cheiros diferentes. Dessas, apenas trinta e duas hoje subsistem, e frequentemente como formas dialetais muito localizadas.»]) contribui para a coesão

(A) temporal. | (B) referencial. | (C) frásica. | (D) interfrásica.



[2014, época especial]

1.5. A utilização de «pois» (linha 4) e de «Por isso» (linhas 25-26) contribui para a coesão

(A) frásica. | (B) interfrásica. | (C) temporal. | (D) lexical.



 [2013, 1.ª fase]

1.6. No contexto em que que ocorrem [«Sai um livro em 2012, para o ano uma coleção destes textozitos, em 2014 o que agora terminei e uma última coleção destas prosinhas e acabou-se»], as palavras «textozitos» (linha 7) e «prosinhas» (linha 8) [contribuem para a coesão

(A) temporal. | (B) frásica. | (C) interfrásica. | (D) lexical.



e dois itens para identificação de referentes

[2012, 2.ª fase]

2.2. Indique o antecedente do determinante possessivo que ocorre em «a sua subordinação à hegemonia das imagens» (linhas 15 e 16). [«É, por isso, inteiramente lícito que nos interroguemos sobre a relação possível entre o esvaziamento das palavras e a sua subordinação à hegemonia das imagens, das quais se diz agora valerem, cada uma delas, mais do que mil palavras, num câmbio tão duvidoso quanto sugestivo.»]

R.: __________________



[2011, 1.ª fase]

2.1. Indique o antecedente dos determinantes possessivos que ocorrem em «A sua grande vegetação, o seu grande triunfo de flora» (linhas 12 e 13). [«As terras não se cultivavam. Faziam, inertes, as suas despedidas da fertilidade, suportavam aquela pausa intermédia entre a morte e a inumação. A sua grande vegetação, o seu grande triunfo de flora, era o cardo. Se lhe davam folga, o cardo cobria de verde-cinzento a paisagem.»]

R.: __________________








Aula 83-83R (27 [9.ª], 28 [5.ª], 29/jan [3.ª, 4.ª]) Correção da resposta a item sobre «D. Dinis» (ver Apresentação).


Eis a parte B do Grupo I do exame do ano passado (2.ª fase). O texto era constituído pelas estâncias 26 a 29 do canto VI de Os Lusíadas.


4. Explicite as estratégias argumentativas utilizadas por Baco (estâncias 27 e 28) para convencer Neptuno, Oceano e os outros deuses marinhos a serem seus aliados.

5. Apresente dois aspetos distintos que, na estância 29, evidenciem a mitificação do herói, fundamentando cada um deles com uma transcrição pertinente.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

6. Complete as afirmações abaixo apresentadas, selecionando da tabela a opção adequada a cada espaço. Na folha de respostas, registe apenas as letras e o número que corresponde à opção selecionada em cada um dos casos.

Nestas estâncias, são utilizados alguns recursos expressivos frequentes em Os Lusíadas: na expressão «peito oculto» (v. 3), está presente uma   a)  ; a apóstrofe ocorre, por exemplo, em    b)   .

a)
b)
1. personificação
1. «o mar irado» (v. 10)
2. anástrofe
2. «padre Oceano» (v. 13)
3. metáfora
3. «fracos e atrevidos» (v. 24)
4. comparação
4. «humanos» (v. 32)


Depois de ouvires «Fiscal das danças ridículas» (série Lopes da Silva), preenche a coluna do meio, relativa ao ato ilocutório (assertivo, expressivo, diretivo, compromissivo, declarativo):

Passo de «Fiscal das danças ridículas» ou de separadores
Ato ilocutório
Descrição útil para tipificar ato
[Incorreu na prática de danças ridículas.] Vai ter de abandonar o estabelecimento.

Frase deôntica dita por um «fiscal de danças ridículas».
Vi-o a efetuar uma espécie de um comboiinho.

Relato, relativamente a que o enunciador se responsabiliza, de um acontecimento anterior.
O que é que eu fiz?

Interrogação dirigida ao fiscal.
Não posso pactuar com comboiinhos!

Frase na 1.ª pessoa, dita com ênfase, com indignação.
Não vou fechar os olhos a uma situação como a que o vi fazer.

Frase com complexo verbal (ir + infinitivo do verbo principal) com valor de futuro próximo.
Não perca a atualização das notícias sobre a seleção nacional.

Frase com uso do conjuntivo, correspondente a imperativo negativo.
Ao contrário do que fora anunciado, Paulo Ferreira não jantou o prato de peixe.

Informação, relato de uma circunstância, negando-se informação anterior.
Vamos ter oportunidade de ouvir uma entrevista com Dona Maria da Conceição Ferradinha, uma alentejana que viu o autocarro da seleção duas vezes.

Frase com complexo verbal (ir + infinitivo de verbo principal) com valor de futuro próximo.
Ui, tantos episódios!

Frase exclamativa, com algum teor descritivo, mas sobretudo admirativa.
Agora é calcar!

Frase de teor apelativo, ainda que sem uso de modo imperativo.
Eu estou a perder a cabeça!

Descrição de estado de espírito, sublinhada com nervosismo evidente.

Itens de exame em torno de atos ilocutórios

[2014, 1.ª fase]

2.3. Classifique o ato ilocutório presente em «Como um dia veremos.» (linha 29). [É por isso que, para além do culto que a obra de Eça legitimamente merece, por mérito próprio e grandeza genuína, se deve reconhecer, para sermos justos, que muita da admiração totalitária que Eça desencadeia nasce porventura duma espécie de preguiça e lentidão em entender, ainda nos nossos dias, a linguagem diferente daqueles que lhe sucederam. O que não parece vir a propósito, embora venha. Como um dia veremos.]

R.: __________________

[2013, 1.ª fase]

1.7. Na frase «E, após isso, ninguém lerá uma só palavra posta por mim num pedaço de papel.» (linhas 9 e 10), o autor realiza um ato ilocutório

(A) compromissivo. | (B) declarativo. | (C) expressivo. | (D) diretivo.

[2013, 2.ª fase]

2.2. Classifique o ato ilocutório presente em «A sua poesia ainda tem segredos para si?» (linha 21).

R.: ______________


Classifica as orações sublinhadas:

Ouvi dizer

(Ornatos Violeta)



Ouvi dizer

________________________

Que o nosso amor acabou,

Subordinada ______________

Pois eu não tive a noção do seu fim.

Coordenada _______________

Pelo que eu já tentei,

Eu não vou vê-lo em mim,

Se eu não tive a noção

De ver nascer o homem.

____________________________



E, ao que eu vejo, tudo foi para ti

Subordinada adverbial ___________

Uma estúpida canção que só eu ouvi,

Subordinada ___________________

E eu fiquei com tanto para dar,

Que agora não vais achar nada bem

Subordinada adverbial ____________

Que eu pague a conta em raiva.

_____________________________



E, pudesse eu pagar de outra forma, ...

Subordinada adverbial ____________

E, pudesse eu pagar de outra forma, ...

E, pudesse eu pagar de outra forma, ...



Ouvi dizer

Que o mundo acaba amanhã.

Subordinada ____________________

Eu tinha tantos planos para depois,

Fui eu quem virou as páginas

Subordinada _____________________

Na pressa de chegar até nós

Sem tirar das palavras seu cruel sentido.



Sobre a razão estar cega

Resta-me apenas uma razão,

Um dia vais ser tu

E um homem como tu,

Como eu não fui.

Um dia vou-te ouvir dizer



E, pudesse eu pagar de outra forma, ...

E, pudesse eu…



Sei que um dia vais dizer...



E, pudesse eu pagar de outra forma, ...

E, pudesse eu…



A cidade está deserta

_________________________________

E alguém escreveu o teu nome em toda a parte,

Nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas,

Em todo o lado essa palavra

Repetida ao expoente da loucura,

Ora amarga ora doce,

Coordenada ________________________

Para nos lembrar que o amor é uma doença,

Subordinada adverbial _________________

Quando nele julgamos ver a nossa cura.

Subordinada adverbial _________________







#