Saturday, August 31, 2019

Aulas (1.º período, 3.ª parte: 44-65)


Aula 44-45 (18 [3.ª, 5.ª], 19 [3.ª], 20/nov [9.ª]) Vai relendo o conto «Famílias desavindas» (pp. 163-165), de Mário de Carvalho, que pedira que lessem em casa. Escolhe a melhor alínea de cada item, circundando-a.

[Depois de reler ll. 1-6]

Os semáforos a pedal de que trata o conto

a) ainda existem, tal como outros idênticos na Guatemala.

b) já não existem, tendo os últimos desaparecido nos anos setenta, na Guatemala.

c) ainda existiam, à data da narração, ao contrário dos da Guatemala.

d) nunca existiram, segundo o narrador, como se perceberá ao longo do conto.



[ll. 7-17]

As garrafas de Bordéus eram

a) um dos negócios de Letelessier.

b) parte da estratégia para vender os semáforos.

c) elementos do «trânsito de carroças de vinho».

d) contrapartida oferecida pelo autarca.



Os semáforos foram colocados na

a) Ponte, primeiro; na Rua Fernão Penteado, depois.

b) movimentada rua Fernão Penteado.

c) deserta rua Fernão Penteado, depois de vários locais ponderados.

d) travessa de João Roiz de Castel-Branco.



[ll. 18-24]

Em «Durante a Primeira Guerra foi introduzida uma melhoria» (ll. 22-23), «Durante a Primeira Guerra» e «uma melhoria» são, respetivamente,

a) modificador do grupo verbal e complemento direto.

b) modificador do grupo verbal e sujeito.

c) modificador de frase e complemento direto.

d) modificador do grupo verbal e predicativo do sujeito.



«que a roda da frente era destituída de utilidade» (l. 24) é oração subordinada

a) adjetiva relativa restritiva e tem a função de modificador restritivo do nome.

b) substantiva relativa e tem a função de sujeito.

c) substantiva completiva e tem a função de complemento direto.

d) adjetiva relativa explicativa e tem a função de modificador apositivo do nome.



[ll. 25-30]

Quanto à função sintática, «de que os concorrentes soubessem andar de bicicleta» (26-27) é

a) complemento do nome.

b) complemento do adjetivo.

c) complemento direto.

d) complemento oblíquo.



O «que» na linha 28 desempenha a função de

a) sujeito.

b) complemento direto.

c) modificador restritivo do nome.

d) predicativo do sujeito.



Depreende-se que

a) o regulamento para semaforeiro foi revisto, tendo, assim, sido escolhido Ramon.

b) foi contratado, por influências, alguém que não cumpria as condições estipuladas.

c) a escolha de Ramon foi acertada porque aprenderia a andar de bicicleta.

d) o esforço e boa vontade de Ramon foram determinantes na seleção do semaforeiro.



[ll. 31-39]

Em termos de valor aspetual, «Por alturas da Segunda Grande Guerra foi substituído pelo seu filho Ximenez» (ll. 31-32) é

a) perfetivo.

b) iterativo.

c) habitual.

d) imperfetivo.



Em termos de valor aspetual, «A administração continua a pagar um vencimento modesto» (ll. 33-34) é

a) perfetivo.

b) iterativo.

c) habitual.

d) imperfetivo.



[ll. 40-42]

A personalização do semáforo é um conceito

a) verosímil, no contexto da narrativa, mas que remete para o absurdo da situação.

b) inverosímil, abonado também na referência inicial aos semáforos da Guatemala.

c) irrazoável, dado o restante enredo, e crítico da maneira de ser dos portuenses.

d) fantástico, na medida em que personifica um objeto inanimado.



[ll. 43-85]

«Sou um cidadão livre e desimpedido» (55-56), quanto ao valor aspetual, é

a) imperfetivo.

b) genérico.

c) perfetivo.

d) habitual.



«Felizmente» (60) desempenha a função sintática de

a) complemento oblíquo.

b) modificador de frase.

c) sujeito.

d) modificador do grupo verbal.



«descendentes casadoiros» (ll. 61-62) é

a) complemento direto.

b) complemento indireto.

c) sujeito.

d) predicativo do sujeito.



«Piora sempre os resultados» (l. 62) é frase

a) com valor modal apreciativo.

b) em que se reflete acerca das consequências do casamento.

c) que pode ser lida como alusiva, por exemplo, a Amor de Perdição.

d) com valor modal deôntico.



Os médicos João Pedro, João e Paulo eram, respetivamente,

a) preocupado, modesto, explicativo.

b) proativo, incompetente, mais especulativo que prático.

c) livre, inseguro, sonoloento.

d) missionário, hesitante, falador.



[ll. 86-91]

«mota» (l. 88) pode ser considerado

a) complemento oblíquo.

b) truncação.

c) caso de parassíntese.

d) conversão.



[ll. 96-99]

No primeiro período deste parágrafo, «quem dissesse que o semáforo ficou abandonado» é

a) oração subordinada substantiva relativa.

b) oração subordinada adjetiva relativa restritiva.

c) oração subordinada adjetiva relativa explicativa.

d) oração subordinada substantiva completiva.



«de remorsos» (98) é

a) modificador restritivo.

b) complemento oblíquo.

c) complemento do adjetivo.

d) predicativo do sujeito.



«enquanto o Paco não regressa» (99) é

a) modificador de frase.

b) modificador de grupo verbal.

c) complemento oblíquo.

d) oração adjetiva.

[Para os mais rápidos:]

Na p. 166, resolve o item 1 de «Gramática no texto» mas, além da solução da função sintática, indica também o critério formal em que te apoiaste (vê como fiz para A):

A «quase com selvajaria» = 2 [Modificador do grupo verbal] | Que fizeram eles quase com selvajaria? Opuseram-se a um jovem engenheiro que considerou a roda dispensável.

B «a um jovem engenheiro» = ___ | _______

C «a roda» = ___ | _______

D «dispensável» = ___ | considerou a roda dispensável — considerou dispensável a roda.

Vamos cumprir mais uma «linha temática» das que se têm convencionado para o estudo de Fernando Pessoa em nome próprio (isto é, ortónimo) e que no manual vem designada como ‘sonho e realidade’ (pp. 41-44).

Para já, usaremos a prova de exame de 2019 (1.ª fase). Responde aos três itens que constituíam a Parte A do Grupo I — no caso do item 2 podes aproveitar na tua resposta o que, nos «Critérios de classificação», se recomendava como tópicos alegáveis, ainda que, de qualquer modo, tenhas de compor essa síntese em texto e possas acrescentar ideias tuas.

Bem sei que há ilhas lá ao sul de tudo

Onde há paisagens que não pode haver.

Tão belas que são como que o veludo

Do tecido que o mundo pode ser.



Bem sei. Vegetações olhando o mar,

Coral, encostas, tudo o que é a vida

Tornado amor e luz, o que o sonhar

Dá à imaginação anoitecida.



Bem sei. Vejo isso tudo. O mesmo vento

Que ali agita os ramos em torpor

Passa de leve por meu pensamento

E o pensamento julga que é amor.



Sei, sim, é belo, é longe, é impossível,

Existe, dorme, tem a cor e o fim,

E, ainda que não haja, é tão visível

Que é uma parte natural de mim.



Sei tudo, sei, sei tudo. E sei também

Que não é lá que há isso que lá está.

Sei qual é a luz que essa paisagem tem

E qual a rota que nos leva lá.

Fernando Pessoa, Poesia do Eu, edição de Richard Zenith, 2.ª ed., Lisboa, Assírio & Alvim, 2008, pp. 314-315.

1. Nas três primeiras estrofes, o sujeito poético descreve um lugar idealizado. Apresente duas características desse espaço e exemplifique cada uma delas com uma transcrição pertinente.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2. Explique o conteúdo dos versos 3 e 4 e relacione-o com a temática pessoana em evidência no poema.

[ tópicos nos «Critérios de classificação», sobre o item 2:

Devem ser abordados os tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:

comparação entre a beleza das ilhas e o «veludo», para sugerir a suavidade/a felicidade que o mundo pode proporcionar, se existir harmonia/se a tessitura dos seus elementos for harmoniosa;

enquadramento na temática do sonho e da realidade, na medida em que as ilhas imaginadas permitem ao sujeito poético vislumbrar um mundo de plenitude a que, no entanto, só pode aceder através do sonho. ]

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3. Explicite dois sentidos das anáforas e das suas variantes (versos 1, 5, 9, 13, 17 e 19), tendo em conta o desenvolvimento temático do poema.

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TPC — Durante este semana, o tepecê é enviarem-me o conto e, à medida que forem recebendo as primeiras versões corrigidas, enviarem-me uma versão limpa. Pedia que, nessa altura, me dessem de novo, em aula, a versão com emendas, para eu controlar o lançamento das correções (em anos anteriores, reparei que essa tarefa nem sempre era cumprida com cuidado). Na versão limpa acrescentem, no final do texto, um pseudónimo.






Aula 46-46R (18 [9.ª], 19 [5.ª], 20/nov [4.ª, 3.ª]) Resolve estas perguntas de um exame de Português do 12.º ano (2007, 1.ª fase), aproveitando o que já lancei nas respostas. Não deixes de ler as perguntas, é claro.

Grupo I-A

Leia, atentamente, o texto a seguir transcrito.



Acordo de noite, muito de noite, no silêncio todo.

São — tictac visível — quatro horas de tardar o dia.

Abro a janela diretamente, no desespero da insónia.

E, de repente, humano,

O quadrado com cruz de uma janela iluminada!

Fraternidade na noite!



Fraternidade involuntária, incógnita, na noite!

Estamos ambos despertos e a humanidade é alheia.

Dorme. Nós temos luz.



Quem serás? Doente, moedeiro falsol, insone2 simples como eu?

Não importa. A noite eterna, informe, infinita,

Só tem, neste lugar, a humanidade das nossas duas janelas,

O coração latente das nossas duas luzes,

Neste momento e lugar, ignorando-nos, somos toda a vida.



Sobre o parapeito da janela da traseira da casa,

Sentindo húmida da noite a madeira onde agarro,

Debruço-me para o infinito e, um pouco, para mim.



Nem galos gritando ainda no silêncio definitivo!

Que fazes, camarada, da janela com luz?



Sonho, falta de sono, vida?

Tom amarelo cheio da tua janela incógnita...

Tem graça: não tens luz elétrica.

Ó candeeiros de petróleo da minha infância perdida!

Álvaro de Campos, Poesia, Lisboa, Assírio & Alvim, 2002

Apresente, de forma bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.

1. Identifique os sentimentos do “eu”expressos nas três primeiras estrofes.

2. Refira as sensações representadas no poema, transcrevendo os elementos do texto em que se fundamenta.

3. Apresente uma interpretação possível para o seguinte verso: “O coração latente das nossas duas luzes” (v. 13).

4. Comente o sentido da apóstrofe do último verso, tendo em conta a globalidade do poema.

moedeiro falso: pessoa que falsifica moeda.|| insone: pessoa que tem insónias.

1. Os sentimentos do sujeito poético expressos nas três primeiras estrofes são o “desespero”, ou contrariedade, pela ‘insónia” que o afeta a meio da noite (v. 3); a surpresa e alguma satisfação ou consolo, ao deparar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .; e algum interesse e até fraternidade para com . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2. No poema estão representadas sensações visuais nos versos “O quadrado com cruz de uma janela iluminada!” (v. 5), “Tom amarelo cheio da tua janela incógnita...” (v. 21) e nas referências à luz nos versos 9, 13, 19 e 22.

Estão também presentes sensações auditivas — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

É de registar, ainda, a presença de sensações táteis no(s) verso(s) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Finalmente, no verso 2, há uma sobreposição de sugestões auditivas e visuais, uma sinestesia, portanto: “tictac visível”.

3. O verso 13 do poema pode significar que . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

4. A apóstrofe do último verso — “Ó candeeiros de petróleo da minha infância perdida!” — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .


[Ver sobretudo os minutos 43-53:]




Segue-se uma versão simplificada do célebre trecho do capítulo 11 da Crónica de D. João I, de Fernão Lopes,

Do alvoroço que foi na cidade cuidando que matavam o Mestre, e como lá foi Álvaro Pais e muitas gentes com ele

O pajem do Mestre, que estava à porta, como lhe disseram que fosse pela vila, segundo já era percebido, começou de ir rijamente a galope, em cima do cavalo em que estava, dizendo altas vozes, bradando pela rua:

— Matam o Mestre! Matam o Mestre nos paços da rainha! Acorrei ao Mestre que matam!

E assim chegou a casa de Álvaro Pais, que era dali grande espaço.

As gentes que isto ouviam saíam à rua ver que coisa era. E, começando de falar uns com os outros, alvoroçavam-se nas vontades e começavam de tomar armas, cada um como melhor e mais asinha podia.

Álvaro Pais, que estava prestes e armado com uma coifa na cabeça, segundo usança daquele tempo, cavalgou logo à pressa, em cima de um cavalo que anos havia que não cavalgara, e todos seus aliados com ele, bradando a quaisquer que achava, dizendo:

— Acorramos ao Mestre, amigos! Acorramos ao Mestre, ca filho é de el-rei D. Pedro!

E assim bradavam ele e o pajem, indo pela rua.

Soaram as vozes do ruído pela cidade, ouvindo todos bradar que matavam o Mestre. E, assim como viúva que rei não tinha, e como se lhe este ficara em logo de marido, se moveram todos com mão armada, correndo à pressa para onde diziam que se isto fazia, para lhe darem vida e escusar morte.

Álvaro Pais não quedava de ir para lá, bradando a todos:

— Acorramos ao Mestre, amigos! Acorramos ao Mestre que matam sem porquê!

A gente começou de se juntar a ele e era tanta, que era estranha coisa de ver. Não cabiam pelas ruas principais e atravessavam lugares escusos, desejando cada um de ser o primeiro; e, perguntando uns aos outros «quem matava o Mestre?», não minguava quem respondesse que o matava o conde João Fernandes, por mandado da rainha.

E, por vontade de Deus, todos feitos de um coração, com talente de o vingar, como foram às portas do paço, que eram já cerradas, antes que chegassem, com espantosas palavras, começaram de dizer:

— Onde matam o Mestre? Que é do Mestre? Quem cerrou estas portas?

Ali eram ouvidos brados de desvairadas maneiras. Tais aí havia que certificavam que o Mestre era morto, pois as portas estavam cerradas, dizendo que as britassem para entrar dentro, e veriam que era do Mestre ou que coisa era aquela.

Uns deles bradavam por lenha e que viesse lume, para porem fogo aos paços e queimar o traidor e a aleivosa. Outros se aficavam pedindo escadas para subir acima, pera verem que era do Mestre. E em tudo isto era o ruído tão grande, que se não entendiam uns com os outros, nem determinavam nenhuma coisa. E não somente era isto à porta dos paços, mas ainda ao redor deles por onde homens e mulheres podiam estar. Umas vinham com feixes de lenha, outras traziam carqueja para acender o fogo, cuidando queimar o muro dos paços com ela, dizendo muitos doestos contra a rainha.

De cima, não minguava quem bradasse que o Mestre era vivo e o conde João Fernandes morto. Mas isto não queria nenhum crer, dizendo:

— Pois se vivo é, mostrai-no-lo e vê-lo-emos.

Então os do Mestre, vendo tão grande alvoroço como este, e que cada vez se acendia mais, disseram que fosse sua mercê de se mostrar àquelas gentes; de outra guisa poderiam quebrar as portas, ou lhes pôr o fogo; e, entrando assim dentro por força, não lhes poderiam depois tolher de fazer o que quisessem.

Ali se mostrou o Mestre a uma grande janela que vinha sobre a rua, onde estava Álvaro Pais e a mais força de gente, e disse:

— Amigos, pacificai-vos, ca eu vivo e são sou, a Deus graças.

E tanta era a turvação deles e assim tinham já em crença que o Mestre era morto, que tais havia aí que aperfiavam que não era aquele; po­rém, conhecendo-o todos claramente, houveram grande prazer quan­do o viram, e diziam uns contra os outros:

— Oh, que mal fez! Pois que matou o traidor do conde, que não matou logo a aleivosa com ele! Credes em Deus: ainda lhe há de vir algum mal por ela. Olhai e vede que maldade tão grande! Mandaram-no chamar onde ia já de seu caminho, para o matarem aqui por traição. Oh aleivosa! Já nos matou um senhor e agora nos queria matar outro! Leixai-a, ca ainda há mal de acabar por estas cousas que faz.

E sem dúvida, se eles entraram dentro, não se escusara a rainha de morte, e fora maravilha quantos eram da sua parte e do conde poderem escapar.

O Mestre estava à janela e todos olhavam contra ele, dizendo:

— Ó senhor! Como vos quiseram matar por traição! Bendito seja Deus, que vos guardou desse traidor! Vinde-vos, dai ao demo esses paços, não sejais lá mais!

E, em dizendo isto, muitos choravam com prazer de o ver vivo.

Vendo ele então que nenhuma dúvida tinha em sua segurança, desceu a fundo e cavalgou com os seus, acompanhado de todos os outros, que era maravilha de ver. Os quais, mui ledos ao redor dele, bradavam, dizendo:

— Oh, que mal fez! Pois que matou o traidor do conde, que não matou logo a aleivosa com ele! Credes em Deus: ainda lhe há de vir algum mal por ela. Olhai e vede que maldade tão grande! Mandaram-no chamar onde ia já de seu caminho, para o matarem aqui por traição. Oh aleivosa! Já nos matou um senhor e agora nos queria matar outro! Leixai-a, ca ainda há mal de acabar por estas cousas que faz.

E sem dúvida, se eles entraram dentro, não se escusara a rainha de morte, e fora maravilha quantos eram da sua parte e do conde poderem escapar.

O Mestre estava à janela e todos olhavam contra ele, dizendo:

— Ó senhor! Como vos quiseram matar por traição! Bendito seja Deus, que vos guardou desse traidor! Vinde-vos, dai ao demo esses paços, não sejais lá mais!

E, em dizendo isto, muitos choravam com prazer de o ver vivo.

Vendo ele então que nenhuma dúvida tinha em sua segurança, desceu a fundo e cavalgou com os seus, acompanhado de todos os outros, que era maravilha de ver. Os quais, mui ledos ao redor dele, bradavam, dizendo:

— Que nos mandais fazer, senhor? Que quereis que façamos?

E ele lhes respondia, mal podendo ser ouvido, que lho agradecia muito, mas que por então não havia deles mais mister.

Imagina-te jornalista do século XIV. Escreve a notícia correspondente ao episódio que Fernão Lopes relata em «Do alvoroço […]», incluindo: título apelativo; subtítulo (que complementa o título); um parágrafo curto (só um período) com o lead (informações essenciais acerca do acontecimento: Quem? O quê? Quando? Onde?); dois parágrafos de corpo da notícia, com informações sobre as causas (Porquê?) do acontecimento e as suas circunstâncias (Como?).

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .


Escreve a função sintática ao lado dos segmentos que fui sublinhando.

Encosta-te a mim

(Jorge Palma)



Encosta-te a mim

Nós já vivemos cem mil anos

Encosta-te a mim

Talvez eu esteja a exagerar

Encosta-te a mim

Dá cabo dos teus desenganos

Não queiras ver quem eu não sou

Deixa-me chegar



Chegado da guerra

Fiz tudo p’ra sobreviver, em nome da terra

No fundo p’ra te merecer

Recebe-me bem

Não desencantes os meus passos

Faz de mim o teu herói

Não quero adormecer



Tudo o que eu vi

Estou a partilhar contigo

O que não vivi hei de inventar contigo

Sei que não sei

Às vezes entender o teu olhar

Mas quero-te bem

Encosta-te a mim



Encosta-te a mim

Desatinamos tantas vezes

Vizinha de mim

Deixa ser meu o teu quintal

Recebe esta pomba que não está armadilhada

Foi comprada, foi roubada, seja como for



Eu venho do nada

Porque arrasei o que não quis

Em nome da estrada, onde só quero ser feliz

Enrosca-te a mim

Vai desarmar a flor queimada

Vai beijar o homem-bomba, quero adormecer



Tudo o que eu vi

Estou a partilhar contigo, e o que não vivi

Um dia hei de inventar contigo

Sei que não sei às vezes entender o teu olhar

Mas quero-te bem



Encosta-te a mim

Encosta-te a mim

Quero-te bem

Encosta-te a mim

TPC — Durante este semana, o tepecê é enviarem-me o conto e, à medida que forem recebendo as primeiras versões corrigidas, enviarem-me uma versão limpa. Pedia que, nessa altura, me dessem de novo, em aula, a versão com emendas, para eu controlar o lançamento das correções (em anos anteriores, reparei que essa tarefa nem sempre era cumprida com cuidado). Na versão limpa acrescentem, no final do texto, um pseudónimo.






Aula 47-48 (21 [9.ª], 22/nov [3.ª, 4.ª, 5.ª]) Correção de questionário sobre «Famílas desavindas» feito há uma aula (cfr. Apresentação).

Lê o poema de Ricardo Reis na p. 74 — «Sofro, Lídia, do medo do destino» — e relanceia depois os outros poemas do mesmo heterónimo de Pessoa que também se dirigem a «Lídia» e que já conhecemos (o na p. 75, sobretudo, e também o na p. 73).

Os poemas de Adília Lopes (nasc. 1960) que copiei em baixo supõem o conhecimento de textos de Ricardo Reis (com a figura horaciana de «Lídia»). A alusão a Reis está explícita no título do primeiro poema de Adília Lopes e na epígrafe (cfr. v. 21 de «Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio») e no último verso do segundo poema (além de que, neste texto, o segundo verso repete o primeiro verso de uma ode de Reis que não temos no manual, «As rosas amo do jardim de Adónis»).

Escreve um comentário sobre estes poemas de Adília Lopes, procurando salientar a relação que eles estabelecem com a ideologia de Ricardo Reis, citando, se for caso disso, qualquer uma das suas odes lidianas.



(anti-Ricardo Reis)



O rio

é bom

para nadar

e as flores

para dar

o resto

são cantigas

casa-te com Lídia

tem bebés

passa a lua de mel

na Grécia

Adília Lopes, Sete rios entre campos



«pega tu nelas»

Ricardo Reis

Mão morta vai bater àquela porta

as rosas amo dos jardins de Adónis

ao escrever

é preciso reconciliar uma lebre

com uma tartaruga

oh como era lebre a tartaruga!



Mas porque será sempre Lídia

a pegar nas rosas

Dr. Ricardo Reis?

Adília Lopes, Os 5 livros de versos salvaram o tio

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Um dos assuntos de gramática que revimos foram os chamados «processos irregulares de formação de palavras». As suas seis definições estão na p. 7 do anexo colado à contracapa. Na tabela pus ainda a onomatopeia, que, por vezes, também figura nesta listas de processos não-morfológicos de formação de palavras.

Terás de lançar na coluna à esquerda o nome dos processos (de neologia) e lançar na coluna à direita as palavras «neológicas» seguintes (as que já estão na tabela são as que temos usado em exercícios idêntico; as que vais ter de colocar agora são, em parte, retiradas do sketch «Curso de preparação para o casamento», da série Lopes da Silva):

mousse | São (< Conceição) | gravar [a eucaristia] (‘fixar sons ou imagens em disco ou fita magnética’ [< ‘esculpir com buril ou cinzel; estampar; imprimir’]) | abreijos (abraços + beijos) | NCMDL (< Núcleo de Conselheiros Matrimoniais da Diocese de Lisboa) | CAAAB (pronunciado [kαab]; < Cool Até Abrir A Boca) | sofá | pumba! | chocolate

Processos
Exemplos
Extensão semântica
navegar (na net), chumbo (‘reprovação’)

scanear, pizza

portunhol, motel

CEE, ESJGF

CRE, ovni
Onomatopeia
coaxar, tiquetaque

zoo, nega (‘nota negativa’), otorrino


TPC — Durante este semana — que está a findar (acrescento eu) —, o tepecê é enviarem-me o conto e, à medida que forem recebendo as primeiras versões corrigidas, enviarem-me a versão limpa. Pedia que, depois de lançadas as emendas, me trouxessem de novo a versão escrevinhada por mim, para eu controlar o lançamento das correções (em anos anteriores, reparei que essa tarefa nem sempre era cumprida com cuidado). Na versão limpa acrescentem, no final do texto, um pseudónimo (em substituição do nome).






Aula 49-50 (25 [3.ª, 5.ª], 26 [4.ª], 27/nov [9.ª])


Para evitar certos erros que ainda vou vendo aqui e ali


A terminação mos da 1.ª pessoa do plural (andamos, andámos, andaremos, andámos, andávamos, andarmos, andaríamos) não é nenhum pronome, é um sufixo que nos dá informação sobre pessoa/número (dantes, chamávamos-lhe desinência pessoal) que integra a palavra. Não há, é claro, nenhum hífen a separá-lo do verbo.


Basta flexionarmos a forma verbal para termos a certeza de que é uma palavra única:


quando eu fizer


quando tu fizeres


quando ele fizer


quando nós ________


quando eles fizerem


É verdade que também há expressões com o pronome -mos (contração de me + os), que deverá ficar separado do verbo por um hífen. Exemplo: «Tens os lápis? Dá-___.»


Podes experimentar substituir pela 3.ª pessoa do complemento indireto (lhe):


Dá-_____.


Podes substituir por um nome a parte do complemento direto:

Dá-me os lápis.

É mais comum o pronome -nos. (E nota que não há nenhum sufixo nos, portanto nos depois de verbo será decerto -nos.) Este pronome nos pode ser complemento indireto ou direto: «Dá-nos o lápis.» / «Deixa-nos sozinhos»

É substituível por lhe ou por o.

Dá-lhe o lápis. / Deixa-o sozinho.

Há ainda um outro pronome -nos, que resulta de -os estar a seguir a uma nasal e precisar de uma consoante de ligação:

«Comam os kínderes» pronominaliza-se assim: [*Comam-os] > _______

As formas do Imperfeito do Conjuntivo terminam em asse, esse, isse (repara que são palavras graves, como se vê de o a e o e serem tónicos): andasse, comesse, partisse:

Para verificar que é uma forma verbal simples, flexiona-se:

se eu _______

se tu andasses

se ele _______

se nós andássemos

se eles andassem

A diferença relativamente às formas (indeterminadas) com um pronome -se é notável pelo som (a ou e finais — mesmo seguidos de hífen — são átonos):

anda-se || ________ || parte-se

Outro erro frequente relaciona-se com pronomes que estão em ênclise (portanto, depois dos verbos) depois de formas que terminavam em -r, -s, -z. Repara que a terminação do verbo cai (-r, -z, -s > Ø), passando o pronome a ter um l inicial (o, os, a, as > lo, los, la, las). 

Pronominalizemos o complemento direto:

Vou comer as castanhas. > Vou ____.

Tu bebes o leite com deleite. > Tu ______ com deleite.

Amália vai amar aquela mala. > Amália vai ________.

Fez o merdelim do tepecê. > _________.

Nota que, frequentemente, é preciso pôr acento gráfico na vogal antes do hífen.

Problemas mais sofisticados vêm da mesóclise (que se usa apenas com o Futuro e com o Condicional).

Pronominalizemos os complementos diretos:

Entornarei o vinho sobre o linho impecável da mesa. || ______ sobre o linho impecável da mesa.

Devoraria com gula trinta javalis meigos se tivesse dentes capazes. || ______ com gula se tivesse dentes capazes.

Amarão todas as moças bonitas do mundo. || _____.

Pontapearemos os dinossauros com charme. || _____ com charme.

Traríamos o passaporte dos duendes. || ____.

Diria o sermão. || _____.

Diluiria o diluente. || ________.

Corrijamos estas formas incorretas:

* Comerá-se bem neste talho. || ______ bem neste talho.

* Zangarias-te comigo. || _______ comigo.

* Veremos-vos no inferno. || _______ no inferno.

Complete-se, tendo em conta o que fica dentro dos parênteses:

Se eu ______ («Olhar» no Imperfeito do Conjuntivo) para cima, veria um céu toldado.

______ («Olhar» na 3.ª pessoa do Presente do Indicativo e pronome de indeterminação) e vê-se só hipocrisia e penicos de prata.

Se ___ («Comer» na 1.ª pessoa do plural do Imperfeito do Conjuntivo) dicionários, não ficávamos com mais vocabulário.

Vês estas belas osgas? _________ (Imperativo de «Levar» + complemento direto pronominalizado) ao dentista.

Levamos as aulas muito a sério. ________ («Levar» na 1.ª pessoa do plural do Presente do Conjuntivo + complemento direto pronominalizado) mais a brincar.

Depois de ouvirmos declamação de «Não sei se é sonho, se realidade» (p. 39), de Fernando Pessoa, ortónimo, faz corresponder a cada estrofe os seguintes títulos-sinteses (para a estrofe que falta, escreve tu um título:

A terra ideal é percebida como sonho e descobre-se que também não satisfaz  o poeta = sextilha de vv. __-__.

A hipótese de um lugar por que se anseia (seja sonho seja realidade) = sextilha de vv. __-__.

A representação de um lugar que ainda se considera possível mas dubitadamente = sextilha de vv. __-__.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . = sextilha de vv. __-__.

Lê o texto que ainda nos falta para esgotarmos os que no manual ficam sob o tema ‘Sonho e realidade’, «Contemplo o que não vejo», na p. 41.

Embora com métrica e rima convencionais (como sucede no resto do poema e, em geral, nos textos de Pessoa ele mesmo), acrescenta uma quadra final que fizesse de repente que o «eu» nos parecesse de (i) Caeiro; de (ii) Reis; de (iii) Campos. No fundo, escreverás três quadras (ou duas ou uma, se te demorares) que seriam finais alternativos.

[Alberto Caeiro:]

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[Ricardo Reis:]

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[Álvaro de Campos:]

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A propósito de «C Certinho» (série Carlos), completa esta síntese.

A letra da canção assenta em dois tipos de transgressão da adequação discursiva.

Dado tratar-se de um rap, não esperávamos muitas das palavras e sintaxe usadas, que são mais características do uso ______ do que do uso ______: «fornicar», «extremo vigor», «proporcionar», «envereda pelo banditismo», «furtar», «redunda em libertinagem», «descarta», «numismática».

Também o registo é mais _______ do que é habitual neste género de canções, embora haja algumas raras marcas de ________ ou expressões mais coloquiais, familiares (as interjeições «ui», «ei» e «hum»; léxico do calão, como «______»; expressões que talvez sejam relativamente ________: «vestida para o pecado», «ninguém me tira», «[fazer-se] esquisita»; «é do melhor que há»; «da pesada»).

Podemos dizer que, exceto nestes poucos casos mencionados, se segue o padrão, a ______, não havendo incorreções, nem as marcas de variedade linguística (social, ______, até geográfica) que associamos ao rap.

Em termos de tratamento, usa-se uma fórmula ______, «amigos», que implica o uso da ____ pessoa do plural (pessoa verbal correspondente a ‘vocês’), que funciona como plural do tratamento em ‘tu’, porque, mesmo em registos formais, praticamente não se usa hoje em dia o ‘vós’ (a verdadeira ____ pessoa do plural).

Quanto a variedades (ou variantes) do português, há um termo que é mais típico da variante _____: «cafageste». Entretanto, tenho dúvidas quanto à origem de «curtir» na aceção em que surge (será talvez também da variedade sul-americana).

Para proceder à reformulação da 1.ª versão do conto

Por vezes, usei dois signos que nem todos compreenderão: um sinal de cardinal (#) para introduzir espaço; um vê traçado (aproximadamente: ¥), para tirar espaço que estivesse a mais. Também posso ter sugerido travessões verdadeiros em vez de hífens (alt + 0151 costuma dar bons travessões: — ; também se pode inserir Símbolo, clicar Mais símbolos, depois Carateres especiais, escolhendo então Travessão).

Quanto ao tipo de fonte (da letra), tamanho, espaço interlinear, pode ficar ao vosso critério, até para não parecer que os textos foram trabalhados coletivamente. Em outros concursos, costuma pedir-se Arial, Calibri ou Times New Roman, corpo 12, dois espaços. Creio, porém, que esse espacejamento (entrelinha) é exagerado (bastará 1,5).

Preferia que os parágrafos fossem europeus (ou seja com uma margem inicial e sem grande espaço entre parágrafos; os americanos é que preferem não fazer margem inicial e separar os parágrafos com uma linha de espaço). A tal margem inicial pode ser feita automaticamente (Parágrafo / Avanços e espaçamento / Especial / Primeira linha). Notem que o título não pode ficar com Primeira linha (para poder ficar mesmo centrado).

Poria o texto justificado (à direita e à esquerda). Em Parágrafo escolhe-se Alinhamento e aí Justificado.

No exemplar passado a limpo, não pode aparecer o teu nome (como já disse, deves é subscrever o texto já com um pseudónimo).






Aula 51-51R (25 [9.ª], 26 [5.ª], 27/nov [4.ª, 3.ª]) Lírica de Camões [exame de 2016, 1.ª fase] // Grupo I — B

Leia o soneto.

Oh! como se me alonga, de ano em ano,

a peregrinação cansada minha!

Como se encurta, e como ao fim caminha

este meu breve e vão discurso humano!



Vai-se gastando a idade e cresce o dano;

perde-se-me um remédio, que inda tinha;

se por experiência se adivinha,

qualquer grande esperança é grande engano.



Corro após este bem que não se alcança;

no meio do caminho me falece,

mil vezes caio, e perco a confiança.



Quando ele foge, eu tardo; e, na tardança,

se os olhos ergo a ver se inda parece,

da vista se me perde e da esperança.

Luís de Camões, Rimas

4. Nas duas quadras, o sujeito poético reflete sobre os efeitos da passagem do tempo na sua vida. Refira quatro dos aspetos que integram essa reflexão.

[ dois dos Tópicos nos Critérios de classificação:

De acordo com as duas quadras, o sujeito poético:

– entende a vida como uma experiência longa e cada vez mais penosa;

– toma consciência da aproximação do termo da sua vida;

– ... {sugeriam-se mais três outros tópicos possíveis} ]

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[Exemplo de solução possível:]

No primeiro quarteto, o sujeito poético começa por exprimir, exclamativa e lamentosamente, como a vida se lhe torna penosa («Oh! como se me alonga, de ano em ano, a peregrinação cansada minha!», vv. 1-2), à medida que se aproxima o seu termo, que já adivinha («Como se encurta, e como ao fim caminha [...]», v. 3). O «eu» deixa nota da noção que tem da efemeridade da vida e da fragilidade dos homens, ao mesmo tempo que faz um balanço negativo do seu próprio «breve e vão discurso humano» (v. 4).

É na segunda quadra que toma consciência de que a vida vai perdendo qualidade — «vai-se gastando a idade e cresce o dano» (v. 5) —, servindo os três versos finais da estrofe para revelar o ceticismo de quem já não tem ilusões: «perde-se-me um remédio, que inda tinha; / [...] / qualquer grande esperança é grande engano» (vv. 6-8).

5. Relacione o sentido do verso «qualquer grande esperança é grande engano» com o conteúdo dos dois tercetos.

[acrescenta à resposta que já pus as duas palavras em falta]

O verso «qualquer grande esperança é grande engano» (v. 8) sugere que, para o sujeito poético, toda a esperança acaba por se revelar _____. Esta ideia concretiza-se nos dois tercetos. O bem desejado é representado como um objetivo que se persegue, num caminho em que o sujeito cai e se levanta, até que o próprio bem desejado se perde de vista e o desânimo _____.



Reveremos os processos morfológicos de formação de palavras.

Começamos pela derivação e, para já, pela derivação com adição de constituintes morfológicos. Nesta distinguimos quatro tipos de afixação à forma de base. (Na parassíntese os dois afixos aglutinaram-se em simultâneo à forma de base, não existindo as palavras sem o sufixo ou sem o prefixo.)

derivação com adição de constituintes morfológicos
prefixação
reler, incompleto
sufixação
amável, guerrear
prefixação e sufixação
desorganização, inesperadamente
parassíntese
alindar, entristecer

Depois, consideram-se os processos de derivação que não envolvem afixos (ou seja, sem adição de constituintes morfológicos) No entanto, note-se que um deles, a derivação não afixal (em tempos, aka «derivação regressiva»), implica ter havido a ideia — errada, é certo — de que uma dada palavra era já uma derivada por afixação, dela se podendo deduzir, por subtração dos supostos afixos, uma, também suposta, palavra primitiva, que é afinal a palavra «derivada regressivamente» (a derivação não afixal é sobretudo produtiva na formação de nomes a partir de verbos — esses nomes assim derivados chamam-se deverbais). Já a conversão (aka «derivação imprópria») nada tem a ver com afixos: é apenas a situação em que uma palavra passa a ser usada numa nova classe.

derivação sem adição de constituintes morfológicos
conversão
burro (< burro), um porto (< Porto)
derivação não afixal
pesca (< pescar), gajo (< gajão)

Na composição, distingue-se a composição morfossintática, que implica a associação de duas ou mais palavras; e a composição morfológica, em que se associam dois radicais ou um radical e uma palavra (um radical é uma unidade não autónoma, frequentemente raiz grega ou latina).

composição
composição morfológica
apicultura, socioeconómico
composição morfossintática
conta-gotas, bomba-relógio

Distribui pelos quadros em cima as seguintes palavras, quase todas recolhidas em «Relato de engate» e «Baratas à procura de casa» (série Lopes da Silva):

papa-formigas | formicida | saprófago | [o] quente | [a] recolha [do lixo] (< recolher) | engate (< engatar) | assalto (< assaltar) | avizinhar | retrovisor | formigueiro | gordura | vizinhança | engordurar | arejar



Gentilmente cedido pela Nova Gramática didática de português (Carnaxide, Santillana, 2011):

1. Atente nas frases apresentadas abaixo e identifique a classe a que pertencem as palavras destacadas.

a) — São horas de jantar e o jantar já está na mesa!

b) As irmãs Silva têm uma silva no jardim.

c) O inverno é frio e, por vezes, o frio é difícil de suportar.

d) — Ali? O teu ali é muito confuso...

e) Ele é rápido, mas o cão corre ainda mais rápido.

f) — Porquê? Queres saber o porquê?

1.1       Perante os exemplos apresentados, defina conversão:

A conversão é um processo de formação em que as palavras mudam de _____ mas não de ______.

2. Seguindo o exemplo, crie, para cada verso dado, uma frase em que a palavra destacada pertença a uma classe diferente. Identifique a respetiva classe.

[O Porto [nome próprio] é uma cidade lindíssima! O barco atracou num porto [nome comum] longínquo.]

a) «Se eu fosse um dia o teu olhar» (Pedro Abrunhosa) | ____

b) «Eu hei de te amar por esse lado escuro» (Rui Veloso/Carlos Tê) | ____

c) «É o poder / que você sabe que tem bem» (Nelly Furtado) | ____

d) «Estou num paraíso onde nada vai mudar» (Beto) | _____

e) «Pede-me que roube o azul do céu» (Rita Guerra) | _____

3. Na sopa de letras, encontrará sete pares de palavras que são exemplos de derivação não afixal. Registe-os:



1 = _______

2 = _______

3 = _______

4 = _______

5 = _______

6 = _______

7 = _______

4. Forme palavras compostas utilizando radicais de origem latina ou grega.

 ‘Que está ao mesmo tempo em todo o lado’ — _____

‘Que tem duas dimensões’ — ______

‘Que tem forma de fuso’ — _____

‘Descrição da vida de alguém’ — ______

‘Ciência que estuda os fósseis’ — ______

‘Dor na região lombar’ — ______

‘Medo de recintos fechados’ — _______


Além dos processos morfológicos de formação de palavras, no domínio da formação de palavras temos de contar ainda com os chamados «processos irregulares de formação de palavras», que revimos numa destas sessões e a que voltamos agora:

Os exercícios seguintes são tirados de Nova Gramática didática do português:

1. Os exemplos listados abaixo ilustram um processo irregular de formação de palavras. Identifique-o. _______

rato (‘animal’) > rato (‘dispositivo informático’)

leitor (‘aquele que lê’) > leitor (‘professor universitário’)

portal (‘porta grande’) > portal (‘página da Internet’)

salvar (‘livrar de perigo’) > salvar (‘guardar’)

2. Distribua as palavras que se seguem pelo quadro abaixo.

soirée | restaurante | menu | jeep | bife | lambreta | diesel | airoso | flamenco | maestro | recuerdo | futebol | confetti | piloto | dobermann | stock | alzheimer | tapa | tablier | muesli

Empréstimos
Galicismos
Anglicismos
Italianismos
Espanholismos
Germanismos

3. Descubra, na sopa de letras, seis palavras formadas por amálgama. Encontrá-las-á na horizontal e na vertical.



4. A lista de palavras apresentada é composta por acrónimos e siglas. Classifique-as e especifique o seu significado. [Não especifiques por escrito; pensa só.]

a) PALOP — ______

b) CD — ______

c) PSP — ______

d) BD —______

e) OTAN — ______

f) OMS — ______

g) ONU — ______

h) TAP — _______

i) UE — ______

j) PME — _____

5. Recorra ao processo de truncação para formar palavras.

a) motociclo > _______

b) fotografia > _______

c) exposição > ______

d) zoológico > ______

e) quilograma > _______

f) metropolitano > ______

g) hipermercado > ______

h) discoteca > ______

6. Proponha uma onomatopeia para cada caso apresentado.

a) avalancha — _______

b) mergulho — _______

c) vidro partido — _______

d) chuva — ________

e) batida na porta — _______

f) vento — _________

g) trovão — _______

h) queda — _______

Itens de exame recentes em torno de processos de formação de palavras

[2014, 2.ª fase]

1.5. Os processos de formação das palavras «cristãos-novos» (linha 12) e «confisco» (linha 17 [«realizar o confisco prévio dos bens dos arguidos»]) são, respetivamente,

(A) derivação e amálgama.

(B) composição e truncação.

(C) amálgama e parassíntese.

(D) composição e derivação.

[2013, prova intermédia]

1.3. Os processos de formação das palavras «plastisfera» (linha 11 [«Parece que todo esse plástico está a ser adotado por vários tipos de bactérias que o usam como uma espécie de recife. Foram encontrados pelo menos mil tipos diferentes de microrganismos. Segundo o estudo publicado na Environmental Science & Technology, é uma verdadeira «plastisfera», um imenso ecossistema.»]) e «matéria-prima» (linha 21) são, respetivamente,

(A) derivação e composição.

(B) truncação e composição.

(C) parassíntese e amálgama.

(D) amálgama e composição.


À direita, indica a função sintática dos segmentos sublinhados de

A cantiga é uma arma

(José Mário Branco)



A cantiga é uma arma

e eu não sabia,

tudo depende da bala

e da pontaria,

tudo depende da raiva

e da alegria;

a cantiga é uma arma

de pontaria.



Há quem cante por interesse,

quem cante por cantar,

há quem faça profissão

de combater a cantar

e há quem cante de pantufas

para não perder o lugar. || modificador GV



O faduncho choradinho

de tabernas e salões

semeia só desalento,

misticismo e ilusões,

 canto mole em letra dura

nunca fez revoluções.



A cantiga é uma arma· (contra quem?)

contra a burguesia,

tudo depende da bala

e da pontaria,

tudo depende da raiva

e da alegria;

a cantiga é uma arma

de pontaria.



Se tu cantas a reboque,

não vale a pena cantar;

se vais à frente demais,

bem te podes engasgar;

a cantiga só é arma

quando a luta acompanhar.



Uma arma eficiente,

fabricada com cuidado,

deve ter um mecanismo

bem perfeito e oleado

e o canto com uma arma

deve ser bem fabricado.

TPC — Relanceia o que está em Gaveta de Nuvens sobre «Processosmorfológicos de formação de palavras». No manual do décimo esta matéria estava na p. 319. (Não é conteúdo muito suscetível de sair em exame, a não ser em contrastes com processos irregulares de formação ou a propósito de etimologias e sentidos de palavras.)






Aula 52-53 (28 [9.ª], 26/nov [3.ª, 4.ª, 5.ª]) Na p. 31, à direita, lê «Não sei quantas almas tenho», de Fernando Pessoa ortónimo, para completares a minha síntese:


Cerca de metade deste poema é uma série de declarações da estranheza do poeta por si mesmo («Não sei quantas almas tenho»; «_______»; «_______»; «Diverso, móbil e só, não sei sentir-me onde estou»). Entretanto, os versos «Sou minha própria paisagem» e «vou lendo / como páginas meu ser» servem de metáfora da necessidade que o poeta tem de se ______. Também remetem para a fragmentação do eu, na medida em que parecem supor uma consciência ________ ao próprio poeta (que o pudesse observar de fora).




Transcrevo agora uma análise do mesmo poema (tirada de Ângela Campos e Cidália Fernandes, Fernando Pessoa. Poesia em Análise, Lisboa, Plátano, 2006), a que retirei apenas, para os prencheres tu, termos de versificação ou metalinguísticos:


Podemos encontrar no ______ dois momentos significativos.


No primeiro momento (as duas primeiras ____), o sujeito poético reconhece‑se como um ser multifacetado, que continuamente se vai revelando, resultando daí uma espécie de desencanto consigo mesmo («Nunca me vi nem achei»). Este ser excessivo vai criar uma grande inquietação no _____ poético («Quem tem alma não tem calma», «Não sei sentir-me onde estou») e, ao mesmo tempo, uma distanciação, responsável por uma postura passiva em relação ao desfile dos outros eus.


O segundo momento (última _____), introduzido pelo _____ «por isso», constitui uma sequência relativamente ao primeiro, tentativa de conhecimento de si próprio como se de um livro se tratasse: «vou lendo / Como páginas, meu ser». O resultado é, porém, um estranhamento, acabando por responsabilizar Deus pelo ato de escrita, que lhe pertence. Numa atitude de humildade, o sujeito ______ não atribui a si próprio o mérito do ato de criação. Saliente-se ainda a atitude de alheamento do poeta, responsável pelo sentimento de solidão.


Os sentimentos que dominam o sujeito poético são a angústia e a inquietação, provocados pela incapacidade de controlar as várias manifestações do seu eu. As _____ que melhor documentam este estado de espírito são «Quem tem alma não tem calma» e «Assisto à minha passagem / Diverso, móbil e só». O _____ que melhor sintetiza o conteúdo do poema é «Continuamente me estranho».


A nível formal verifica-se uma certa regularidade ______ (três oitavas), ____ (redondilha maior) e _____ (rima cruzada e emparelhada), a qual nos pode remeter para a ideia de regularidade de fragmentação do eu poético. Esta regularidade a nível formal pode justificar-se ainda por uma necessidade de busca de unidade.


Faz corresponder a cada segmento da textual da coluna A um único segmentotextual da coluna B, de modo a obteres uma afirmação adequada ao sentido da última estrofe do texto. Utiliza cada letra e cada número apenas uma vez [exercício gentilmente cedido por Expressões 12:]



a = ___; b = ___; c = ___; d = ___; e = ___.


Um curto poema de Mário de Sá-Carneiro, de fevereiro de 1914 (ou seja, contemporâneo do surgimento oficial dos heterónimos de Pessoa, o «dia triunfal», 8-3-1914) evidencia os mesmos desconhecimento e estranheza do eu face a si próprio, fragmentação interior que os determina e sentimentos do sujeito poético em relação à sua personalidade:

Eu não sou eu nem sou o outro,

Sou qualquer coisa de intermédio:

Pilar da ponte de tédio

Que vai de mim para o Outro.


Depois de vermos parte do segundo episódio de O Programa do Aleixo, série 2, na linha sob os constituintes destacados identifica a função sintática que desempenham.



Já conheces textos «deambulatórios». Lemos o ano passado poemas de Cesário Verde em que o sujeito poético vai observando o contexto e refletindo sobre ele, ou pensando em si próprio, à medida que passeia pela cidade. No Livro de Desassossego, de Fernando Pessoa/Bernardo Soares, temos processo semelhante, ainda que em prosa — aliás, prosa poética. Dá um relance, só para perceberes o estilo a que aludo, ao texto na p. 85 («Tudo é absurdo»). {direi em slide o que pretendo exatamente}

Escreve texto com características de prosa poética deambulatória. O narrador passeia pela cidade e vai observando e refletindo. Cada período deve começar por nova letra conforme o alfabeto. Exemplo:

Ando pela cidade. Benfica é o ponto de partida natural. Conheço o bairro como me conheço.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

TPC — Vê a versão corrigida das fichas 28 (Funções sintáticas) e 25 (Complemento e modificadores do nome) do Caderno de atividades que reproduzirei em Gaveta de Nuvens.






Aula 54-54R (2 [9.ª], 3 [5.ª], 4/dez [4.ª, 3.ª])

Ainda para rever Lírica de Camões

Expressões, 10.º ano, p. 155:



Expressões, 10.º ano, p. 157:



Lírica de Camões

Vertente tradicional

Medida velha

redondilha maior (heptassílabo)

redondilha menor (pentassílabo)

[Composições com mote]

vilancete

cantiga

[Composições sem mote]

esparsa

endechas ou trovas

Vertente renascentista

Medida nova (decassílabo)

soneto

(oitava, ode, sextina, elegia, ...)



Mensagens, 10.º ano, p. 196:



Tema deste soneto:

_______________

Outros temas da poesia lírica de Camões:

_______________

_______________

_______________

_______________

_______________

_______________

_______________

Compara a mudança a que se refere o «eu» em Camões com a da canção de Rui Veloso e a da estrofe acrescentada por José Mário Branco.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Resolve estes itens de grupo I (modelo antigo) com Alberto Caeiro. As lacunas a prencher nas soluções dos itens correspondem a formas de verbo crucial em Caeiro (e palavras da mesma família).

VII

Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver do Universo...

Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer,

Porque eu sou do tamanho do que vejo

E não do tamanho da minha altura...



Nas cidades a vida é mais pequena

Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.

Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,

Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o céu,

Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,

E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.

Fernando Pessoa, Poemas de Alberto Caeiro, Lisboa, Ática, 1946.

1. A aldeia é descrita pelo sujeito poético como «tão grande como outra terra qualquer.» Refere o argumento utilizado pelo sujeito poético para sustentar esta afirmação.

O sujeito poético ___ a sua aldeia «tão grande como uma outra terra qualquer» porque desse local se tem um horizonte de _____ amplo (abrangente) e, para ele, aquilo que se é capaz de ____ é que deter­mina a dimensão dos lugares e dos seres.

2. Menciona os elementos que distinguem a aldeia da cidade.

À aldeia o sujeito poético associa a largura de todo o céu, o grau máximo de _____ do Universo; por isso, estão associadas à aldeia a capacidade de _____ e, consequentemente, a riqueza de quem ___. Pelo contrário, a cidade é um lugar pequeno e fechado, porque restringe o campo de ___; as suas construções limitam o olhar e, por conse­guinte, impedem-nos de _____ a Natureza e o Uni­verso.

3. Explicita em que reside, do ponto de vista do sujeito poético, o tamanho de cada pessoa.

Para o sujeito poético, o tamanho de cada pessoa mede-se a partir daquilo que ele é capaz de ____: se tem uma _____ larga e abrangente do Universo, é rico e é grande; se tem uma _______ limitada e res­trita, é pobre e é pequeno. O tamanho, o valor de alguém depende daquilo que os seus olhos são capazes de _____.

4. Indica a figura de retórica [recurso estilístico; figura de estilo] presente na frase «Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave» (v. 7), explicitando o seu sentido.

Em «Na cidade as grandes casas fecham a ____ à chave» (v. 7), está presente uma metáfora, através da qual se expressa a limitação ou a restrição que as casas da cidade impõem às pessoas que nelas vivem relativamente ao que _____. As fecha­duras das portas vedam a entrada das pessoas nos locais, impedem o acesso. Do mesmo modo, as casas numa cidade impedem a _____ de olhar para um espaço aberto. Esta metáfora contribui para a caracterização negativa da cidade em con­traste com a aldeia.

Vamos rever Coordenação e Subordinação (no fundo, a classificação de orações). Este conteúdo não é novo. (Nos cinco parágrafos a seguir repito até o que já dissemos o ano passado — cfr. aula 91-92 do 11.º ano.) No manual atual, temos as pp. 13-14 do anexo (vai até lá, por favor). Revejamos.

A frase simples é a que só tem uma oração; a complexa, a que tem mais do que uma oração. O que nos leva a perceber estarmos perante uma oração é a presença de um verbo (principal ou copulativo), o núcleo do predicado. Se houver mais do que um verbo desses, estaremos perante mais do que uma oração, teremos uma frase complexa.

As orações da frase complexa podem relacionar-se por subordinação ou por coordenação. As orações coordenadas são, por assim dizer, independentes, não desempenham funções sintáticas de outra. Podem ser sindéticas (se tiverem uma conjunção ou locução conjuncional a ligá-las) ou assindéticas (se forem ligadas apenas por vírgula).

Já na subordinação, temos orações subordinadas a desempenharem funções sintáticas das orações subordinantes. Podem servir-lhe de complemento direto, de sujeito, de modificador, etc. Consoante o tipo de função sintática que desempenham, as orações subordinadas agrupam-se em substantivas, adjetivas, adverbiais.

O conhecimento das conjunções que costumam introduzir as orações subordinadas ou ligam as orações coordenadas sindéticas ajuda muito a classificá-las.

[Exercício de Gramática Prática de Português. Da Comunicação à Expressão. Exercícios:]

Completa o texto com as conjunções e locuções conjuncionais desta lista:

mas / por mais que / que / que / embora / se / logo / sempre que / para que

______ muitos já não vivam no campo, _____ há mais trabalho, toda a família vem ajudar. ____ este ano, na altura das colheitas, os lavradores verificaram _____ a fruta era tanta _____ a família só não chegava. _____, contrataram mais pessoas _____ tudo fosse apanhado a tempo. _____ não tivessem tido essa ideia, _____ trabalhassem, não teriam conseguido.

Classifica as conjunções e locuções conjuncionais que ficaram nos espaços em cima (já exemplifiquei com a primeira):

Conjunções e locuções
Coordenativas
Subordinativas
Embora

concessiva

























Classifica as orações sublinhadas:

Não há estrelas no céu

(Rui Veloso)

Não há estrelas no céu a dourar o meu caminho:

Por mais amigos que tenha, sinto-me sempre sozinho.

De que vale ter a chave de casa para entrar,

Ter uma nota no bolso pr’a cigarros e bilhar?



A primavera da vida é bonita de viver:

Tão depressa o sol brilha, como, a seguir, está a chover.

Para mim hoje é Janeiro, está um frio de rachar,

Parece que o mundo inteiro se uniu pr’a me tramar!



Passo horas no café, sem saber para onde ir:

Tudo à volta é tão feio, [que] só me apetece fugir.

Vejo-me à noite ao espelho, o corpo sempre a mudar;

De manhã ouço o conselho que o velho tem pr’a me dar.



A primavera da vida é bonita de viver:

Tão depressa o sol brilha, como a seguir está a chover.

Para mim hoje é Janeiro, está um frio de rachar,

Parece que o mundo inteiro se uniu pr’a me tramar!



Vou por aí, às escondidas,

A espreitar às janelas,

Perdido nas avenidas

E achado nas vielas.



Mãe, o meu primeiro amor

Foi um trapézio sem rede;

Sai da frente, por favor,

[Que] estou entre a espada e a parede.



Não vês como isto é duro:

Ser jovem não é um posto,

Ter de encarar o futuro

Com borbulhas no rosto.



Porque é que tudo é incerto?

Não pode ser ser sempre assim.

Se não fosse o Rock and Roll,

O que seria de mim?



A primavera da vida é bonita de viver:

Tão depressa o sol brilha como, a seguir, está a chover.

Para mim hoje é Janeiro, está um frio de rachar;

Parece que o mundo inteiro se uniu pr’a me tramar!



Não há estrelas no céu,

estrelas no céu,

....


TPC — Lê a ficha do Caderno de atividades sobre orações (27, Coordenação e subordinação), cuja versão corrigida porei em Gaveta de Nuvens.






Aula 55-56 (4 [9.ª], 6/dez [3.ª, 4.ª, 5.ª]) Vai lendo o texto na p. 87 — uma apreciação crítica a filme cujo início veremos a seguir —, circundando a melhor alínea de cada item. (Não uses, por favor, outras páginas do manual nem quaisquer outros elementos.)



O primeiro parágrafo veicula informação

a) correta, porque é verdade que o filme em exibição se intitula Livro do Desassossego.

b) incorreta, porque o filme exibido era o Filme do Desassossego.

c) pouco clara, porque, podendo estar a referir-se o livro, parece que Livro do Desassossego seria o título do filme.

d) correta, porque «Livro do Desassossego», no contexto em que está, só pode reportar-se ao livro.



Em termos aspetuais e temporais, a l. 1 do texto tem valor

a) perfetivo e de anterioridade.

b) iterativo e de posterioridade.

c) perfetivo e de simultaneidade.

d) imperfetivo e de anterioridade.



As aspas em «infilmável» (l. 6) visam assinalar que

a) se trata de citação de outrem.

b) a palavra não deve ser tomada em sentido conotativo.

c) estamos perante um neologismo (ou, pelo menos, palavra, digamos, criativa).

d) há ironia.



«usa e abusa do ponto de fuga e do lado mais forte do ecrã» (12-13) é

a) elogioso.

b) pejorativo.

c) irónico.

d) imperativo.



A função sintática de «que» (l. 11) é a de

a) modificador apositivo do nome.

b) modificador restritivo do nome.

c) sujeito.

d) complemento direto.



«Se a nível plástico o Filme do Desassossego se revela intenso» (l. 19) desempenha a função sintática de

a) modificador do grupo verbal.

b) modificador de frase.

c) sujeito.

d) complemento oblíquo.



As aspas que delimitam «narrativo» (l. 19) pretender marcar que a palavra é usada

a) conotativamente.

b) denotativamente.

c) enquanto citação.

d) literalmente.



Pelo primeiro período do terceiro parágrafo se percebe que o recensor do filme

a) considera mais bem resolvidos os aspetos de intensidade do que os dramáticos.

b) valoriza cirurgias plásticas e a contribuição da figura dos atores para a intensidade da obra.

c) assinala a dificuldade criada pela falta de enredo do original, que julga bem ultrapassada.

d) elogia aspetos estéticos, critica soluções ao nível da história propriamente dita.



Em termos aspetuais, «estar a trabalhar» (l. 20) tem valor

a) habitual.

b) perfetivo.

c) imperfetivo.

d) genérico.



Nas linhas 21-25, Antero Eduardo Monteiro salienta

a) a dificuldade em digerir, em cinema, o que, por escrito, permite receção bem sucedida.

b) que o discurso do Livro do Desassossego é verborreico, não conseguimos segui-lo.

c) permitirem os registos de Bernardo Soares reflexão e absorção.

d) o caráter episódico de que se reveste o texto do Livro do Desassossego.



Na l. 23,

a) falta uma vírgula a seguir ao travessão (e antes do «e»).

b) deveria haver uma vírgula em vez do travessão.

c) não há problemas claros de pontuação

d) deveria haver vírgula a seguir ao «e».



Em «tornar a “história” episódica» (l. 25), «a “história”» e «episódica» são, respetivamente,

a) complemento direto e modificador restritivo do nome.

b) complemento oblíquo e modificador restritivo do nome.

c) complemento direto e predicativo do complemento direto.

d) sujeito e complemento do nome.



«Um pouco mais longo do que o ideal» (ll. 25-26) é

a) uma oração subordinada adverbial comparativa.

b) modificador do grupo verbal.

c) modificador apositivo do nome.

d) modificador de frase.



Segundo as três últimas linhas do penúltimo parágrafo, o cenário

a) alude à época em que viveu Pessoa mas mistura-a com elementos atuais.

b) evoca o início do século XX e inclui objetos seus contemporâneos.

c) é intemporal.

d) integra intemporais cocós de cão.



«cuja» (l. 27) tem como referente

a) «Cláudio Silva».

b) «protagonista».

c) «uma ótima interpretação».

d) concentração absoluta.



«na mente de Bernardo Soares e nas suas deambulações por uma Lisboa [até «obra»]» (ll. 28-29) desempenha a função de

a) complemento oblíquo.

b) modificador do grupo verbal.

c) modificador de frase.

d) predicado.



A oração inicial do último parágrafo (a partir da l. 31) é

a) subordinada adverbial temporal.

b) subordinada adverbial consecutiva.

c) coordenada adversativa.

d) subordinada adverbial concessiva.



Nas linhas finais (38-41), o recenseador considera que João Botelho

a) não foi capaz de traduzir em filme o génio de Pessoa embora mostrasse proficiência em termos técnicos.

b) ofuscou (involuntariamente ou não) o texto pessoano, dadas insuficiências na arte cinematográfica.

c) é excessivo na celebração do génio de Pessoa, acabando, assim, por, não intencionalmente, o desvalorizar.

d) é exagerado na exibição da técnica cinematográfica, pelo que acaba por ofuscar a essência do génio de Pessoa.



«pelo talento do seu realizador» (ll. 40-41) desmpenha a função de

a) complemento agente da passiva.

b) complemento oblíquo.

c) sujeito.

d) complemento direto.



«que esta fosse a intenção de João Botelho» (l. 41) é uma oração

a) subordinada substantiva relativa.

b) subordinada substantiva completiva.

c) subordinada adjetiva relativa restritiva.

d) subordinada adjetiva relativa explicativa.



Segundo o que nos é dito no Filme do Desassossego, de João Botelho, junto do poema de Fernando Pessoa que copio em baixo estaria o apontamento que teria inspirado o Livro do Desassossego. Procura transcrever o poema de Pessoa (ortónimo):

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E é verdade que, nessa folha, à direita, está escrito «O titulo | Desassocego» (uso a ortografia de Pessoa), que poderia ter que ver com o surgimento da ideia do LdoD, que começa efetivamente por esta época.

Relaciona o poema — que veremos entretanto em versão limpa — com alguma (ou várias) das linhas temáticas que usámos para estudar o ortónimo. Cita o texto. (Nas pp. 32-33 do manual tens uma súmula dos temas por que é costume classificar a poesia ortónima.)

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .


Como alguém já disse, Álvaro de Campos é o «duplo extrovertido de Pessoa». Estas características encontram-se quer em poemas de Campos quer em textos ortónimos:

Atitude de autoanálise

Tédio existencial

Inadaptação à vida

Evocação nostálgica da infância

Associação da inconsciência à felicidade

Oposição sonho-realidade

Dor de pensar

Na coluna à direita dos versos de «Tabacaria», escreve a característica que cada um deles pode ilustrar (vá lá, não escrevas abreviadamente, escreve por extenso):

Versos de «Tabacaria»
Motivos Campos & Ortónimo
«Não sou nada. / Nunca serei nada. / Não posso querer ser nada.» (vv. 1-3)
Tédio existencial
«Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates. / Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria» (vv. 46-47)

«Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou? / Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa!» (vv. 33-34)

«Fiz de mim o que não soube, / E o que podia fazer de mim não o fiz» (vv. 59-60)

«Falhei em tudo. / Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada» (vv. 25-26)

«Come chocolates, pequena» (v. 44)

«À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo» (v. 4)

«Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.» (v. 14)

«Não, não creio em mim» (v. 40)

«Se eu casasse com a filha da minha lavadeira / Talvez fosse feliz» (vv. 92-93)

«Estou hoje dividido entre a lealdade que devo / À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora, / E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro» (vv. 22-24)

«Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folhas de estanho, / Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida» (vv. 50-51)

«Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida» (v. 51)

«Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes» (v. 49)



TPC — Vê as seguintes fichas, já corrigidas, do Caderno de atividades: 24, Complemento do nome; 26, Complemento doadjetivo; 23, Modificador do nome: restritivo e apositivo.






Aula 57-58 (5 [9.ª], 9 [3.ª, 5.ª], 10/dez [4.ª]) Correção de redação «deambulatória» e alfabética.

Mais uns exercícios tirados de Alexandre Dias Pinto, Carlota Miranda, Patrícia Nunes, Caderno de Atividades. Português. 12.º ano, Carnaxide, Santillana, 2012.
Assinala a hipótese correta em cada item:
Na frase «Limpámos a casa, arrumámos os quartos e fizemos o jantar.», a oração destacada classifica-se como...
oração coordenada assindética. || oração coordenada copulativa. || oração coordenada disjuntiva. || oração coordenada conclusiva.
Na frase «Choveu tanto que o telhado da casa abateu.», a oração destacada classifica-se como...
oração subordinada substantiva completiva. || oração subordinada adjetiva relativa restritiva. || oração subordinada adverbial causal. || oração subordinada adverbial consecutiva.
Na frase «Caso o projeto seja aprovado, iniciaremos o trabalho no próximo mês.», a oração destacada classifica-se como...
oração subordinada adverbial consecutiva. || oração subordinada adverbial concessiva. || oração subordinada adverbial causal. || oração subordinada adverbial condicional.
Na frase «Os animais que nasceram recentemente no Jardim Zoológico atraíram muitos visitantes.», a oração destacada classifica-se como...
oração subordinante. || oração subordinada adjetiva relativa restritiva. || oração subordinada adjetiva relativa explicativa. || oração coordenada.
Na frase «Ele fala melhor do que escreve.», a oração destacada classifica-se como...
oração subordinada substantiva completiva. || oração subordinada adverbial concessiva. || oração subordinada adverbial consecutiva. || oração subordinada adverbial comparativa.
Na frase «Enquanto víamos o filme, comíamos pipocas.», a oração destacada dassifica-se como...
oração subordinante. || oração subordinada adverbial causal. || oração subordinada adverbial temporal. || oração subordinada adverbial concessiva.
Na frase «Este quadro é o mais bonito, portanto vou levá-lo.», a oração destacada classifica-se como...
oração coordenada explicativa. || oração subordinada adverbial causal. || oração subordinada adverbial consecutiva. || oração coordenada conclusiva.
Na frase «O livro cujo autor foi premiado está à venda nesta livraria.», a oração destacada classifica-se como...
oração subordinada adjetiva relativa explicativa. || oração subordinada adjetiva relativa restritiva. || oração subordinada substantiva relativa. || oração subordinada substantiva completiva.
Delimita e classifica as orações das frases que se seguem.
Dado que a exposição é muito interessante, amanhã visitaremos o museu.
Ele considera que este texto é muito atual.
Ele deparou com vários obstáculos ao longo do caminho, contudo nunca desistiu.
Embora não o conheça pessoalmente, julgo que é um bom profissional.
A ginasta esforçou-se tanto que conseguiu vencer a prova.
Assim que a campainha tocou, abri a porta.
Entrei no carro, pus a chave na ignição e liguei os faróis.
A professora deu instruções detalhadas, a fim de que os alunos não tivessem dúvidas na realização do trabalho.
Do Caderno de Atividades. Português. 11.º ano (Carnaxide, Santillana, 2011):
Liga as afirmações da coluna A às hipóteses da coluna B que lhes correspondam:

Lê «Amo, pelas tardes demoradas de verão» (p. 83), fragmento do Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa-Bernardo Soares.
Escreverás um texto com o mesmo incipit (começo) — «Amo, pelas tardes demoradas de verão,» — que terá etapas equivalentes às do fragmento que leste:
Num primeiro parágrafo, o teu narrador-sujeito começará por referir o espaço — incluindo topónimo(s) — e passará depois a uma autoanálise, regressando ao espaço físico para encontrar as implicações em si mesmo. (Tudo isto segue a mesma estratégia usada nas ll. 1-9 do fragmento do LdoD. Vai lendo, portanto.)
O teu segundo parágrafo corresponderá aos segundo e terceiro parágrafos da p. 83 (ll. 10-23), com o «eu» a comparar-se com o espaço, a refletir sobre si próprio, mas também a reparar em alguns pormenores do cenário (cfr. elétrico e voz do apregoador).
Haverá depois um terceiro parágrafo, que deve começar com «Passam» (cfr. ll. 24-30), em que o teu «eu» descreverá outros ocupantes do espaço em causa, como sucede no quarto parágrafo do texto de Pessoa/Soares.
Finalmente, o último parágrafo do teu texto será a simples cópia do último parágrafo de Bernardo Soares/Fernando Pessoa (ll. 31-33).
Texto deve ter estilo, ora introspetivo ora atento à paisagem/cenário, idêntico ao do original. «Etapas» serão também semelhantes, embora segundo e terceiro parágrafos originais deem lugar a um só. Espaço, tempo, psicologia serão tuas (aliás, do «eu» do século XXI que adotares).
Amo, pelas tardes demoradas de verão, . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
TPC — [Para quem queira que o seu conto seja enviado ao Correntes d’escritas (e era interessante enviarmos bastantes textos)]: traz-me, ao longo da semana 9-13/dez, fotocópia do cartão de cidadão. (Queria evitar estar eu a receber as cópias do CC por mail e a imprimi-las, porque esse processo, repetido por muitos, acabaria por ser demorado.) Segundo o regulamento, os concorrentes não podem ter mais de dezoito anos, o que significa que não poderei enviar textos de quem já tenha dezanove.


Aula 59-59R (9 [9.ª], 10 [5.ª], 11/dez [4.ª, 3.ª]) Correção de questionário sobre apreciação crítica de Filme do Desassossego (cfr. Apresentação).
Em Amor de Perdição, o obstáculo à paixão do jovem par amoroso (Simão e Teresa) é, como em Romeu e Julieta, de Shakespeare, o ódio entre as famílias dos pais. Na série 1986, criada por Nuno Markl, o namoro Tiago-Marta é prejudicado pelo ódio entre o pai de Tiago (comunista) e o pai de Marta (apoiante de Freitas do Amaral). Em «Famílias desavindas», de Mário de Carvalho, o desfecho parece resolver um ódio de gerações. Começa por ler este passo de Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco:
D. Rita pasmava da transformação, e o marido, bem con­vencido dela, ao fim de cinco meses, consentiu que seu filho lhe dirigisse a palavra.
Simão Botelho amava. Aí está uma palavra única, explicando o que parecia absurda reforma aos dezassete anos.
Amava Simão uma sua vizinha, menina de quinze anos, rica herdeira, regularmente bonita e bem-nascida. Da janela do seu quarto é que ele a vira a primeira vez, para amá-la sempre. Não ficara ela incólume da ferida que fizera no coração do vizinho: amou-o também, e com mais seriedade que a usual nos seus anos.
Os poetas cansam-nos a paciência a falarem do amor da mulher aos quinze anos, como paixão perigosa, única e inflexível. Alguns prosadores de romances dizem o mesmo. Enganam-se ambos. O amor aos quinze anos é uma brincadeira; é a última manifestação do amor às bonecas; é tentativa da avezinha que ensaia o voo fora do ninho, sempre com os olhos fitos na ave-mãe, que está da fronde próxima chamando: tanto sabe a primeira o que é amar muito, como a segunda o que é voar para longe.
Teresa de Albuquerque devia ser, porventura, uma exceção no seu amor.
O magistrado e sua família eram odiosos ao pai de Teresa, por motivos de litígios, em que Domingos Botelho lhes deu sentenças contra. Afora isso, ainda no ano anterior dois criados de Tadeu de Albuquerque tinham sido feridos na celebrada pancadaria da fonte. É, pois, evidente que o amor de Teresa, declinando de si o dever de obtemperar e sacrificar-se ao justo azedume de seu pai, era verdadeiro e forte.
E este amor era singularmente discreto e cauteloso. Viram-se e falaram-se três meses, sem darem rebate à vizinhança, e nem sequer suspeitas às duas famílias. O destino que ambos se prometiam era o mais honesto: ele ia formar-se para poder sustentá-la, se não tivessem outros recursos; ela esperava que seu velho pai falecesse para, senhora sua, lhe dar, com o coração, o seu grande património. Espanta discrição tamanha na índole de Simão Botelho, e na presumível ignorância de Teresa em coisas materiais da vida, como são um património!
Na véspera da sua ida para Coimbra, estava Simão Botelho despedindo-se da suspirosa menina, quando subitamente ela foi arrancada da janela. O alucinado moço ouviu gemidos daquela voz que, um momento antes, soluçava comovida por lágrimas de saudade. Ferveu-lhe o sangue na cabeça; contorceu-se no seu quarto como o tigre contra as grades inflexíveis da jaula. Teve tentações de se matar, na impotência de socorrê-la. As restantes horas daquela noite passou-as em raivas e projectos de vingança. Com o amanhecer esfriou-lhe o sangue e renasceu a esperança com os cálculos.
Camilo Castelo Branco, Amor de Perdição, cap. II (trecho)
Aproveitando o teu conhecimento de Amor de Perdição, o próprio passo que leste agora, e uma ou várias das outras obras a que aludi em cima, trata do problema da difícil coexistência de questões de honra familiar e feitio dos heróis românticos. A tinta.
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Nas pp. 63, 67, 69 estão sintetizados os Valores temporais, aspetuais, modais. Para as categorias tempo, aspeto, modo (modalidade) concorrem a flexão, os verbos auxiliares, informação lexical, advérbios e grupos preposicionais:
valores temporais: anterioridade («passado»), simultaneidade («presente»), posterioridade («futuro»);
valores aspetuais: perfetivo, imperfetivo, habitual, iterativo e o «não-aspeto» genérico;
valores modais: de apreciação (modalidade apreciativa), de permissão/obrigação (modalidade deôntica), de probabilidade-certeza (modalidade epistémica)
Nas quadrículas, destaquei as expressões que conferem alguns dos valores citados. Preencherás a lacuna com o valor que esteja em causa, como fiz na primeira frase.

Classifica as orações sublinhadas (com espaço para tal à direita):

TPC — Se não o fizeste ao longo do período, revê agora assuntos de gramática (marquei no blogue, a azul e a amarelo, recursos úteis, mas admito que também se possa fazer idêntica revisão através do manual ou das nossas folhas).


Aula 60-61 ([aula só da turma 9.ª:] 11/dez) Resolve as correspondências de Gramática no texto, 1. (p. 86):
1 = ___
2 = ___
3 = ___
4 = ___
5 = ___
6 = ___
Resolve o ponto 2:
a.        ______
b.        ______
Vamos rever, ou ver pela primeira vez, cenas de A vida secreta dos nossos bichos-2, que, quanto a mim, podem ser relacionadas com certas características do Pessoa ortónimo, Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, Ricardo Reis. Escreve ao lado da indicação do momento do filme um comentário que estabeleça essa associação.

Indica a função sintática das expressões sublinhadas. Fizemos este exercício no 10.º ano, mas acrescentei agora funções que evitara nessa altura. Só tens de preencher a coluna da direita (a do meio serve apenas para lembrar elementos úteis ao teu raciocínio).
Frase (em geral de Último a sair)
A ter em atenção
Função sintática
Ó pessoal, podem vir até aqui?


Ó pessoal, podem vir até aqui?
* que fazem eles até aqui?

Antes que expluda, é melhor falarmos entre todos.
oração adverbial temporal

Antes que expluda, é melhor falarmos entre todos.


Basicamente, é isto.
* É basicamente que é isto

Vocês acham normal terem-me nomeado?
acham normal isso

Vocês acham normal terem-me nomeado?
cfr. verbo transitivo-predicativo

terem-me nomeado
terem-na /* terem-lhe

Limpo esta merda todas as semanas.
Limpo-a

Limpo esta merda todas as semanas.
Que faço todas as semanas?

Limpo a merda que vocês deixam espalhada na cozinha.
«que» = ‘a merda’, ‘a qual’

Trato das plantas.


Estou-te a perguntar se és tu que vais limpar tudo isto.


Vê se te acalmas.
se o acalmas / * se lhe acalmas

Deixa o Bruno em paz.


Olha a gaja que fala com as árvores.
oração adjetiva relativa restritiva

Olha a gaja que fala com as árvores.


Ai, coitadinha, que eu sou tão especial.
cfr. verbo copulativo

Vou mostrar ao mundo a verdadeira Luciana.
Vou mostrar-lhe

Olha, filha, verdadeiro é isto.
cfr. «verdadeiras são estas»

Pensas que vens aqui falar assim para as pessoas.
= isso / substantiva completiva

Sónia, gostas de partir pratos?
* Que faz ela de partir pratos? Gosta

Débora e Luciana, que são ambas tripeiras, discutem.


Por causa da nomeação de Débora gerou-se grande discussão.


Por causa da nomeação de Débora gerou-se grande discussão.


— O Roberto uniu-nos — disseram Débora e Rui.


— Os quartos e a casa de banho foram limpos por mim.


A Susana também é capaz de partir de pratos.


A mãe da Luciana não a educou assim.


Débora não fez sequer uma queixa dos colegas.


Classifica as orações sublinhadas (a propósito de trecho de Último a sair).
Foi um momento chocante, teve a entrada do INEM, porque a situação estava complicada.
Vou fazer uma cena que ainda não mostrei a ninguém.
É um salto muito complicado, mas tens de o ver.
Quero que dês um mortal e que te partas todo.
Quero que dês um mortal e que te partas todo.
Se te partisses todo, deixavas-me em paz.
Vês o mortal ou não vês o mortal.
É um mortal que eu vi num filme.
A produção já contactou o 112 e o Inem está a chegar à casa.
Nuno Lopes perguntou se não o queriam no programa.
Não tenho trabalho até setembro, portanto faço aí umas macacadas.
Nuno Lopes entrará na casa, pois Bruno Nogueira partiu a perna.
Mal saia Bruno, entrará Nuno.
Como Sónia não lhe ligava, Bruno fez um mortal.
Para que voltes a falar comigo, é preciso o quê?
Bruno quer Sónia, embora esta pouco lhe ligue.
Nuno Lopes representa tão bem como canta Luciana Abreu.
Bruno Nogueira, que é também o argumentista, partiu a perna.
Saltou tão mal que partiu a perna.
Quem se porta mal na casa recebe más votações.
Classifica as orações sublinhadas:
Amar pelos dois
(Luísa Sobral; interpret.: Salvador Sobral)
Se um dia alguém perguntar por mim,
Diz que vivi para te amar.
Antes de ti, só existi
Cansado e sem nada para dar.

Meu bem, ouve as minhas preces:
Peço que regresses, que me voltes a querer.
Eu sei que não se ama sozinho,
Talvez devagarinho possas voltar a aprender.

Meu bem, ouve as minhas preces:
Peço que regresses, que me voltes a querer.
Eu sei que não se ama sozinho,
Talvez devagarinho possas voltar a aprender.

Se o teu coração não quiser ceder,
[Se] Não sentir paixão, [Se] não quiser sofrer
Sem fazer planos do que virá depois,
O meu coração pode amar pelos dois.


Aula 62-63 (12 [9.ª], 13 [3.ª, 4.ª, 5.ª])
Questionário de gramática (versão com mercados a enervarem-se)
Classifica quanto ao valor aspetual.
Lá vamos, cantando e rindo.

Classifica as orações sublinhadas. Escreve os termos completos, como os fomos usando em aula, sem abreviar (mas não ponhas «oração»).
Mal os britânicos votaram a saída da Comunidade,
os mercados enervaram-se.


É um fulano tão porreiro, que todos gostam bué dele.

Li o livro de José Saramago, estudei Pessoa, portanto tive ótimas notas.


A edição do Livro do Desassossego que prefiro é a de Pizarro.

Compro-te o Nenuco, para que berres menos.

Quem tem medo compra um Max.

Perguntei ao Pessoa se escrevera o Antinous.

Ainda que tenhas zero neste exercício, dou-te um vinte no final do período.

Indica a função sintática dos segmentos sublinhados. Escreve os termos completos, como os fomos usando em aula, e evitando abreviar.
Pessoa ortónimo desconfiava dos que raciocinam.

Campos era o psicanalista que o ortónimo não tinha.

Campos declara que não é nada.

Com inteligência, não vamos responder «modificador de frase».

Max, que se coçava constantemente, foi ao veterinário.

Na Pedro, na sexta-feira acaba já o período.

Bloom considerou Pessoa um dos maiores poetas do século XX.

Se Gidget não sonhasse, não teria perdido Zum-Zum.

A lavadeira cumprimentou-te bem, ó Esteves!


Outro questionário de gramática (versão com Pessoa a beber aguardente)
Classifica quanto ao valor aspetual.
Gidget perdeu há pouco Zum-Zum.

Classifica as orações sublinhadas. Escreve os termos completos, como os fomos usando em aula, sem abreviar (mas não ponhas «oração»).
Pessoa bebia bastante, gostava de aguardente,
mas nunca o viram bêbado.


Estudaste de tal maneira, que vais ter vinte e um valores.

Embora morresse relativamente cedo,
Pessoa deixou vinte e sete mil papéis.


O Livro do Desassossego, que é atribuído a Bernardo Soares, é um monte de fragmentos.

Como te portaste bem, levo-te a ver o Joker.

A dona de Max garantiu-lhe que o veterinário era competente.

Quem semeia ventos colhe tempestades.

Enquanto o diabo esfrega um olho, respondeste a todas as orações.

Indica a função sintática dos segmentos sublinhados. Escreve os termos completos, como os fomos usando em aula, e evitando abreviar.
Caeiro pergunta-nos se os sentidos são tudo.

Decifrei o manuscrito que Pessoa nos deixou.

Vinha de muitos cofres o dinheiro de Sócrates.

Vamos pela autoestrada, porque somos como Campos.

A lavadeira que o Esteves pretendia lavava-se pouco.

Os alunos sabem que esta quarta regressam as férias.

Acho o Pizzi — jogador do Benfica — muito injustiçado.

— A nossa dona abraça-nos constantemente — disseram Duke e Max.

Com efeito, Ricardo Reis é o mais antipático.


Outro questionário de gramática (versão contigo a cantares bem, mas sem me alegrares)
Classifica quanto ao valor aspetual.
Os nossos clientes desistiram da queixa.

Classifica as orações sublinhadas. Escreve os termos completos, como os fomos usando em aula, sem abreviar (mas não ponhas «oração»).
Conquanto cantes bem, não me alegras.

Sempre que o Bruno Fernandes não joga,
o Sporting perde.


Pessoa fingia tão completamente, que chegava a fingir a verdade.

Leremos Saramago, pensaremos em trabalho sobre Pessoa, pois as férias serão longas.


Os Capuleto e os Montecchio tinham um ódio que impediu a felicidade de Romeu e de Julieta.

A fim de que Simão tivesse dinheiro, Mariana deu uma bolsa a João da Cruz.

Quem tem boca vai ao Café Império.

Domingos Botelho perguntou a Simão se aceitava esquecer Teresa.

Indica a função sintática dos segmentos sublinhados. Escreve os termos completos, como os fomos usando em aula, e evitando abreviar.
Se o cão Galo fosse um galo, chamar-se-ia Cão.

Com nostalgia, Pessoa e Campos recordam-se da infância.

Caeiro vivia com uma tia velha, que a Tia Albertina conhecia muito bem.

Campos diz-nos que já não festejavam o seu aniversário.

Neste trabalho, faltam os valores temporais e modais.

Max, que se preocupava imenso com Liam, mantinha-se vigilante.

Na época natalícia surge o bacalhau.

Vasco Graça Moura julgava exagerado o culto de Pessoa.

Desprezo-te por seres quem és.

Outro questionário de gramática (versão com Max a coçar-se)
Classifica quanto ao valor aspetual.
Estou a ler um livro delicioso.

Classifica as orações sublinhadas. Escreve os termos completos, como os fomos usando em aula, sem abreviar (mas não ponhas «oração»).
Lamento que Max se coce tanto.

Pessoa era bilingue, interessava-se por tudo,
mas pouco viajou em adulto.


Sabes tanta gramática, que dói.

Se bem que exercesse ainda a advocacia,
Mário de Carvalho já escrevia.


Mensagem, que Pessoa coligiu para um concurso, foi o único livro publicado pelo poeta.

Há edições de Pessoa diferentes, visto que a decifração dos textos não é fácil.

Quem compra quer desdenhar.

Antes que ponhas «subordinada adverbial final» por ser a última oração, pensa duas vezes.

Indica a função sintática dos segmentos sublinhados. Escreve os termos completos, como os fomos usando em aula, e evitando abreviar.
Realmente, o Sporting de Varandas é um caos.

O jovem Campos pergunta se o ópio é de boa qualidade.

Era metafórico o rebanho que Caeiro guardava.

Caeiro desistira dos estudos por preferir os sentidos.

Quando Lídia nos fala, Reis desenlaça as mãos.

A pequena que comia chocolates tem os dentes podres.

Dia vinte e dois de dezembro chega o inverno.

Nomearam Fernão Lopes guarda-mor da Torre do Tombo.

Tadeu de Albuquerque odeia-nos, porque nós somos amigos do Simão da turma 2.ª.

Escreve a referência bibliográfica do livro que leste para efeitos de Projeto de leitura (pelo menos: Autor, Título). Acrescenta se o leste efetivamente todo (se não o leste integralmente, diz o que leste ou o que faltou; se se tratar de livro de contos, diz quantos textos conheces e quantos ficaram por ler). A lista dos livros do Projeto de Leitura está na p. 6 do manual.
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Se for caso disso, escreve a referência de outros livros que tivesses lido nestes poucos meses, também com estatuto de livros «literários» (mesmo sem serem dos do Projeto de leitura).
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[O que se segue não é para escreveres em quantidade, a fazer exibição de pormenores; é para escreveres em qualidade, selecionando a informação a transmitir e redigindo com elegância.]
Relativamente à obra que indicaste em primeiro lugar, se se tratar de uma narrativa única (romance passional, romance de aventura, memórias, novela policial, saga de família, etc.), escreve parágrafo que a situe no tempo, no espaço, no tipo de sociedade em que a intriga se desenvolve. No fundo, tratar-se-á de indicar o contexto, ou contextos, que servem de cenário à ação. Se leste um livro de contos, pode acontecer haver espaço ou tempo ou meios sociais coincidentes nas várias narrativas, o que te permitirá abordagem semelhante à que indiquei. Se não for assim, escolhe dois dos contos e contrasta as diferenças de «cenários».
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Destaca uma personagem (que pode ser, ou não, o protagonista). Pode entrar no teu comentário menção dos seus objetivos, idiossincrasias, antagonistas (os que se lhe opõem); é personagem-tipo (de quê) ou mais «redonda»?; tem caráter simbólico?, etc. Não pretendas responder a estas «perguntas» (são ideias de linhas que poderás integrar na tua abordagem).
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Relaciona o título com a obra. Muitas vezes, tratar-se-á de título conotativo e, nesse caso, há pretexto para raciocinares acerca do que o autor pretende inculcar ou para justificares o título em função do resto do livro. Também podes sugerir um novo título, explicando a tua escolha (sobretudo, se se esgotar facilmente a matéria anterior). No caso de livros de contos, pode o título ser genérico — e abordá-lo-ás do mesmo modo — ou pode ter-se adotado como título da obra o título de um dos contos (se tiveres lido o conto em causa, escreverás sobre ele).
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Pondo-te no papel de um aconselhador de leituras — professor, bibliotecário, recenseador em jornal —, indica pontos favoráveis à escolha do livro e aspetos que dificultam que se goste dele. Evita apreciações banais, procura mostrar que conheces características da obra.
Ponto(s) forte(s): . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Aspeto(s) que desfavorece(m) o livro: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .


Aula 64-65 (16 [3.ª, 5.ª, 9.ª], 17/dez [4.ª]) Sobre apreciações críticas a livros feitas na aula anterior.

Soluções do questionário de gramática
Versão com mercados a enervarem-se
Lá vamos, cantando e rindo.
imperfetivo

Mal os britânicos votaram a saída da Comunidade,
os mercados enervaram-se.
subordinada adverbial temporal
subordinante
É um fulano tão porreiro, que todos gostam bué dele.
subordinada adverbial consecutiva
Li o livro de José Saramago, estudei Pessoa, portanto tive ótimas notas.
coordenada assindética
coordenada conclusiva
A edição do Livro do Desassossego que prefiro é a de Pizarro.
subordinada adjetiva relativa restritiva
Compro-te o Nenuco, para que berres menos.
subordinada adverbial final
Quem tem medo compra um Max.
subordinada substantiva relativa
Perguntei ao Pessoa se escrevera o Antinous.
subordinada substantiva completiva
Ainda que tenhas zero neste exercício, dou-te um vinte no final do período.
subordinada adverbial concessiva

Pessoa ortónimo desconfiava dos que raciocinam.
complemento oblíquo
Campos era o psicanalista que o ortónimo não tinha.
complemento direto
Campos declara que não é nada.
complemento direto
Com inteligência, não vamos responder «modificador de frase».
modificador do grupo verbal
Max, que se coçava constantemente, foi ao veterinário.
modificador apositivo do nome
Na Pedro, na sexta-feira acaba já o período.
sujeito
Bloom considerou Pessoa um dos maiores poetas do século XX.
predicativo do complemento direto
Se Gidget não sonhasse, não teria perdido Zum-Zum.
modificador de frase
A lavadeira cumprimentou-te bem, ó Esteves!
complemento direto

Versão com Pessoa a beber aguardente
Gidget perdeu há pouco Zum-Zum.
perfetivo

Pessoa bebia bastante, gostava de aguardente,
mas nunca o viram bêbado.
coordenada assindética
coordenada adversativa
Estudaste de tal maneira, que vais ter vinte e um valores.
subordinada adverbial consecutiva
Embora morresse relativamente cedo,
Pessoa deixou vinte e sete mil papéis.
subordinada adverbial concessiva
subordinante
O LdoD, que é atribuído a Bernardo Soares, é um monte de fragmentos.
subordinada adjetiva relativa explicativa
Como te portaste bem, levo-te a ver o Joker.
subordinada adverbial causal
A dona de Max garantiu-lhe que o veterinário era competente.
subordinada substantiva completiva
Quem semeia ventos colhe tempestades.
subordinada substantiva relativa
Enquanto o diabo esfrega um olho, respondeste a todas as orações.
subordinada adverbial temporal

Caeiro pergunta-nos se os sentidos são tudo.
complemento direto
Decifrei o manuscrito que Pessoa nos deixou.
complemento direto
Vinha de muitos cofres o dinheiro de Sócrates.
complemento oblíquo
Vamos pela autoestrada, porque somos como Campos.
modificador do grupo verbal
A lavadeira que o Esteves pretendia lavava-se pouco.
modificador restritivo do nome
Os alunos sabem que esta quarta regressam as férias.
sujeito
Acho o Pizzi — jogador do Benfica — muito injustiçado.
predicativo do complemento direto
— A nossa dona abraça-nos constantemente — disseram Duke e Max.
complemento direto
Com efeito, Ricardo Reis é o mais antipático.
modificador de frase

Versão contigo a cantares bem mas a não me alegrares
Os nossos clientes desistiram da queixa.
perfetivo

Conquanto cantes bem, não me alegras.
subordinada adverbial concessiva
Sempre que o Bruno Fernandes não joga,
o Sporting perde.
subordinada adverbial temporal
subordinante
Pessoa fingia tão completamente, que chegava a fingir a verdade.
subordinada adverbial consecutiva
Leremos Saramago, pensaremos em trabalho sobre Pessoa, pois as férias serão longas.
coordenada assindética
coordenada explicativa
Os C.apuleto e os Montecchio tinham um ódio que impediu a felicidade de R e de J.
subordinada adjetiva relativa restritiva
A fim de que Simão tivesse dinheiro, Mariana deu uma bolsa a João da Cruz.
subordinada adverbial final
Quem tem boca vai ao Café Império.
subordinada substantiva relativa
Domingos Botelho perguntou a Simão se aceitava esquecer Teresa.
subordinada substantiva completiva

Se o cão Galo fosse um galo, chamar-se-ia Cão.
modificador de frase
Com nostalgia, Pessoa e Campos recordam-se da infância.
complemento oblíquo
Caeiro vivia com uma tia velha, que a Tia Albertina conhecia muito bem.
complemento direto
Campos diz-nos que já não festejavam o seu aniversário.
complemento direto
Neste trabalho, faltam os valores temporais e modais.
modificador do grupo verbal
Max, que se preocupava imenso com Liam, mantinha-se vigilante.
modificador apositivo do nome
Na época natalícia surge o bacalhau.
sujeito
Vasco Graça Moura julgava exagerado o culto de Pessoa.
predicativo do complemento direto
Desprezo-te por seres quem és.
complemento direto

Versão com Max a coçar-se
Estou a ler um livro delicioso.
imperfetivo

Lamento que Max se coce tanto.
subordinada substantiva completiva
Pessoa era bilingue, interessava-se por tudo,
mas pouco viajou em adulto.
coordenada assindética
coordenada adversativa
Sabes tanta gramática, que dói.
subordinada adverbial consecutiva
Se bem que exercesse ainda a advocacia,
Mário de Carvalho já escrevia.
subordinada adverbial concessiva
subordinante
Mensagem, que Pessoa coligiu para um concurso, foi o único livro publicado pelo poeta.
subordinada adjetiva relativa explicativa
Há edições de Pessoa diferentes, visto que a decifração dos textos não é fácil.
subordinada adverbial causal
Quem compra quer desdenhar.
subordinada substantiva relativa
Antes que ponhas «subordinada adverbial final» por ser a última oração, pensa duas vezes.
subordinada adverbial temporal

Realmente, o Sporting de Varandas é um caos.
modificador de frase
O jovem Campos pergunta se o ópio é de boa qualidade.
complemento direto
Era metafórico o rebanho que Caeiro guardava.
complemento direto
Caeiro desistira dos estudos por preferir os sentidos.
complemento oblíquo
Quando Lídia nos fala, Reis desenlaça as mãos.
modificador do grupo verbal
A pequena que comia chocolates tem os dentes podres.
modificador restritivo do nome
Dia vinte e dois de dezembro chega o inverno.
sujeito
Nomearam Fernão Lopes guarda-mor da Torre do Tombo.
predicativo do complemento direto
Tadeu de Albuquerque odeia-nos, porque nós somos amigos do Simão da turma 2.ª.
complemento direto

1.º período — alguns focos do ensino e da avaliação
(que, porém, não devem ser vistos como parcelas para se chegar a uma média)

[*] — Neste período não se trabalhou suficientemente a compreensão e a expressão oral (preferimos adiar um trabalho de gravação e umas tarefa de recitação/leitura expressiva que prevíramos fazer). Nos próximos períodos, equilibrar-se-á a proporção entre os vários domínios (escrita, leitura, oral — muitas vezes contíguo do trabalho dito de «educação literária» — e gramática).
[**] — Ainda não devolvo estes textos, exceto em um caso ou outro.

Deixo aqui alguns conselhos para se melhorar (infere-se, portanto, que estou a criticar os aspetos que assinalei à esquerda com xis). Evitarei repeti-los quando falar com cada um, cingindo-me então, se houver tempo, aos aspetos mais positivos.
1. Não faltar às aulas (a não ser, é claro, por motivo compreensível).
2. Ser pontual.
3. Fazer as tarefas pedidas para casa.
4. Focar-se mais no estudo de gramática, procurando fazer revisão do que não se tenha acompanhado. Assuntos de gramática podem ser estudados isoladamente (são aliás de índole diferente uns dos outros), por isso não há que descartar estas matérias só porque se interiorizou que é difícil. Começa por ler as pp. 8-14 das folhas anexas ao manual (está aí quase tudo o que é preciso recuperar).
5. Continuar como tens estado, mas focando-te mais no estudo de gramática.
6. Estar concentrado nos momentos em que se «explica matéria» ou se dão indicações julgadas úteis (evita tagarelar nessas alturas).
7. Ler os livros pedidos (uma das obras a ler proximamente é O ano da morte de Ricardo Reis, de José Saramago).
8. Ler livros, o que me parece ser a melhor maneira de melhorar na compreensão de textos (e na ortografia, e escrita em geral).
9. Evitar escrita «trapalhona» (revê sempre; olha as emendas feitas nas redações; atenta nos erros que são advertidos em aula, fugindo a repeti-los).
10. Ler com mais atenção o que escrevo nas folhas das aulas ou no blogue (nem sempre estás dentro do que se vai pedindo).
11. Não dormir em aula (cochilar, para usar palavra ridícula).
12. Fazer tarefas da aula com mais zelo (não saltes itens à mínima dificuldade).
13. Em certas tarefas da aula procurar ser menos demorado (em termos de exame, é preocupante que fiques tanto tempo só numa tarefa).
14. ......
TPC (férias) — (i) Ir já lendo O ano da morte de Ricardo Reis, de José Saramago. Este livro vai ser objeto de estudo sobretudo no 3.º período, mas, no segundo, ainda antes de começarmos a análise da obra, escrutinaremos a sua efetiva leitura. (ii) Lá pelo Natal — já está aqui —, porei em Gaveta de Nuvens as instruções para tarefa que envolverá oralidade e Pessoa (provavelmente, gravação com tratamento criativo de algum poema do ortónimo ou dos heterónimos). Se houver mais tarefas antecipáveis, afixá-las-ei no blogue.

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