Aulas (1.º período, 3.ª parte: 44-65)
Aula 44-45 (18 [3.ª, 5.ª], 19 [3.ª], 20/nov [9.ª]) Vai relendo o conto «Famílias desavindas» (pp. 163-165), de Mário de Carvalho, que pedira que lessem
em casa. Escolhe a melhor alínea de cada item, circundando-a.
[Depois de reler ll. 1-6]
Os
semáforos a pedal de que trata o conto
a) ainda existem, tal como outros idênticos na
Guatemala.
b) já não existem, tendo os últimos desaparecido
nos anos setenta, na Guatemala.
c) ainda existiam, à data da narração, ao
contrário dos da Guatemala.
d) nunca existiram, segundo o narrador, como se
perceberá ao longo do conto.
[ll. 7-17]
As
garrafas de Bordéus eram
a) um dos negócios de Letelessier.
b) parte da estratégia para vender os semáforos.
c) elementos do «trânsito de carroças de vinho».
d) contrapartida oferecida pelo autarca.
Os
semáforos foram colocados na
a) Ponte, primeiro; na Rua Fernão Penteado,
depois.
b) movimentada rua Fernão Penteado.
c) deserta rua Fernão Penteado, depois de vários
locais ponderados.
d) travessa de João Roiz de Castel-Branco.
[ll. 18-24]
Em
«Durante a Primeira Guerra foi introduzida uma melhoria» (ll. 22-23), «Durante
a Primeira Guerra» e «uma melhoria» são, respetivamente,
a) modificador do grupo verbal e complemento
direto.
b) modificador do grupo verbal e sujeito.
c) modificador de frase e complemento direto.
d) modificador do grupo verbal e predicativo do
sujeito.
«que
a roda da frente era destituída de utilidade» (l. 24) é oração subordinada
a) adjetiva relativa restritiva e tem a função de
modificador restritivo do nome.
b) substantiva relativa e tem a função de sujeito.
c) substantiva completiva e tem a função de
complemento direto.
d) adjetiva relativa explicativa e tem a função de
modificador apositivo do nome.
[ll. 25-30]
Quanto
à função sintática, «de que os concorrentes soubessem andar de bicicleta»
(26-27) é
a) complemento do nome.
b) complemento do adjetivo.
c) complemento direto.
d) complemento oblíquo.
O
«que» na linha 28 desempenha a função de
a) sujeito.
b) complemento direto.
c) modificador restritivo do nome.
d) predicativo do sujeito.
Depreende-se
que
a) o regulamento para semaforeiro foi revisto,
tendo, assim, sido escolhido Ramon.
b) foi contratado, por influências, alguém que não
cumpria as condições estipuladas.
c) a escolha de Ramon foi acertada porque
aprenderia a andar de bicicleta.
d) o esforço e boa vontade de Ramon foram
determinantes na seleção do semaforeiro.
[ll. 31-39]
Em
termos de valor aspetual, «Por alturas da Segunda Grande Guerra foi substituído
pelo seu filho Ximenez» (ll. 31-32) é
a) perfetivo.
b) iterativo.
c) habitual.
d) imperfetivo.
Em
termos de valor aspetual, «A administração continua a pagar um vencimento
modesto» (ll. 33-34) é
a) perfetivo.
b) iterativo.
c) habitual.
d) imperfetivo.
[ll. 40-42]
A
personalização do semáforo é um conceito
a) verosímil, no contexto da narrativa, mas que
remete para o absurdo da situação.
b) inverosímil, abonado também na referência
inicial aos semáforos da Guatemala.
c) irrazoável, dado o restante enredo, e crítico
da maneira de ser dos portuenses.
d) fantástico, na medida em que personifica um
objeto inanimado.
[ll. 43-85]
«Sou
um cidadão livre e desimpedido» (55-56), quanto ao valor aspetual, é
a) imperfetivo.
b) genérico.
c) perfetivo.
d) habitual.
«Felizmente»
(60) desempenha a função sintática de
a) complemento oblíquo.
b) modificador de frase.
c) sujeito.
d) modificador do grupo verbal.
«descendentes
casadoiros» (ll. 61-62) é
a) complemento direto.
b) complemento indireto.
c) sujeito.
d) predicativo do sujeito.
«Piora
sempre os resultados» (l. 62) é frase
a) com valor modal apreciativo.
b) em que se reflete acerca das consequências do
casamento.
c) que pode ser lida como alusiva, por exemplo, a Amor
de Perdição.
d) com valor modal deôntico.
Os
médicos João Pedro, João e Paulo eram, respetivamente,
a) preocupado, modesto, explicativo.
b) proativo, incompetente, mais especulativo que
prático.
c) livre, inseguro, sonoloento.
d) missionário, hesitante, falador.
[ll. 86-91]
«mota»
(l. 88) pode ser considerado
a) complemento oblíquo.
b) truncação.
c) caso de parassíntese.
d) conversão.
[ll. 96-99]
No
primeiro período deste parágrafo, «quem dissesse que o semáforo ficou
abandonado» é
a) oração subordinada substantiva relativa.
b) oração subordinada adjetiva relativa
restritiva.
c) oração subordinada adjetiva relativa
explicativa.
d) oração subordinada substantiva completiva.
«de
remorsos» (98) é
a) modificador restritivo.
b) complemento oblíquo.
c) complemento do adjetivo.
d) predicativo do sujeito.
«enquanto
o Paco não regressa» (99) é
a) modificador de frase.
b) modificador de grupo verbal.
c) complemento oblíquo.
d) oração adjetiva.
[Para os mais rápidos:]
Na p. 166, resolve o item 1 de «Gramática
no texto» mas, além da solução da função sintática, indica também o critério
formal em que te apoiaste (vê como fiz para A):
A
«quase com selvajaria» = 2 [Modificador
do grupo verbal] | Que fizeram eles quase
com selvajaria? Opuseram-se a um jovem engenheiro que considerou a roda
dispensável.
B
«a um jovem engenheiro» = ___ | _______
C
«a roda» = ___ | _______
D
«dispensável» = ___ | considerou a
roda dispensável — considerou dispensável a roda.
Vamos cumprir mais uma «linha temática» das
que se têm convencionado para o estudo de Fernando Pessoa em nome próprio
(isto é, ortónimo) e que no manual
vem designada como ‘sonho e realidade’
(pp. 41-44).
Para já, usaremos a prova de exame de 2019
(1.ª fase). Responde aos três itens que constituíam a Parte A do Grupo I — no caso do item 2 podes aproveitar na tua
resposta o que, nos «Critérios de classificação», se recomendava como tópicos
alegáveis, ainda que, de qualquer modo, tenhas de compor essa síntese em texto
e possas acrescentar ideias tuas.
Bem
sei que há ilhas lá ao sul de tudo
Onde há paisagens que
não pode haver.
Tão belas que são como
que o veludo
Do tecido que o mundo
pode ser.
Bem sei. Vegetações
olhando o mar,
Coral, encostas, tudo o
que é a vida
Tornado amor e luz, o
que o sonhar
Dá à imaginação
anoitecida.
Bem sei. Vejo isso
tudo. O mesmo vento
Que ali agita os ramos
em torpor
Passa de leve por meu
pensamento
E o pensamento julga
que é amor.
Sei, sim, é belo, é
longe, é impossível,
Existe, dorme, tem a
cor e o fim,
E, ainda que não haja,
é tão visível
Que é uma parte natural
de mim.
Sei tudo, sei, sei tudo.
E sei também
Que não é lá que há
isso que lá está.
Sei qual é a luz que
essa paisagem tem
E qual a rota que nos
leva lá.
Fernando
Pessoa, Poesia do Eu, edição de
Richard Zenith, 2.ª ed., Lisboa, Assírio & Alvim, 2008, pp. 314-315.
1. Nas três primeiras estrofes, o sujeito poético descreve um lugar
idealizado. Apresente duas características desse espaço e exemplifique cada uma
delas com uma transcrição pertinente.
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2. Explique o
conteúdo dos versos 3 e 4 e relacione-o com a temática pessoana em evidência no
poema.
[
tópicos nos «Critérios de classificação»,
sobre o item 2:
Devem
ser abordados os tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:
‒ comparação
entre a beleza das ilhas e o «veludo»,
para sugerir a suavidade/a felicidade que o mundo pode proporcionar, se existir
harmonia/se a tessitura dos seus elementos for harmoniosa;
‒ enquadramento na temática
do sonho e da realidade, na medida em que as ilhas imaginadas permitem ao
sujeito poético vislumbrar um mundo de plenitude a que, no entanto, só pode
aceder através do sonho. ]
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3. Explicite dois
sentidos das anáforas e das suas variantes (versos 1, 5, 9, 13, 17 e 19), tendo
em conta o desenvolvimento temático do poema.
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TPC — Durante este semana, o tepecê é enviarem-me o conto e, à
medida que forem recebendo as primeiras versões corrigidas, enviarem-me uma
versão limpa. Pedia que, nessa altura, me dessem de novo, em aula, a versão com
emendas, para eu controlar o lançamento das correções (em anos anteriores,
reparei que essa tarefa nem sempre era cumprida com cuidado). Na versão limpa
acrescentem, no final do texto, um pseudónimo.
Aula 46-46R (18 [9.ª], 19 [5.ª], 20/nov [4.ª, 3.ª]) Resolve
estas perguntas de um exame de Português do 12.º ano (2007, 1.ª fase), aproveitando
o que já lancei nas respostas. Não deixes de ler as perguntas, é claro.
Grupo I-A
Leia, atentamente, o texto a seguir transcrito.
Acordo de noite, muito de
noite, no silêncio todo.
São — tictac visível —
quatro horas de tardar o dia.
Abro a janela diretamente,
no desespero da insónia.
E, de repente, humano,
O quadrado com cruz de uma
janela iluminada!
Fraternidade na noite!
Fraternidade involuntária,
incógnita, na noite!
Estamos ambos despertos e a
humanidade é alheia.
Dorme. Nós temos luz.
Quem serás? Doente,
moedeiro falsol, insone2 simples como eu?
Não importa. A noite
eterna, informe, infinita,
Só tem, neste lugar, a
humanidade das nossas duas janelas,
O coração latente das
nossas duas luzes,
Neste momento e lugar,
ignorando-nos, somos toda a vida.
Sobre o parapeito da janela
da traseira da casa,
Sentindo húmida da noite a
madeira onde agarro,
Debruço-me para o infinito
e, um pouco, para mim.
Nem galos gritando ainda no
silêncio definitivo!
Que fazes, camarada, da
janela com luz?
Sonho, falta de sono, vida?
Tom amarelo cheio da tua
janela incógnita...
Tem graça: não tens luz elétrica.
Ó candeeiros de petróleo da
minha infância perdida!
Álvaro
de Campos, Poesia, Lisboa, Assírio & Alvim,
2002
Apresente, de
forma bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.
1. Identifique os
sentimentos do “eu”expressos nas três primeiras estrofes.
2. Refira as sensações representadas no poema,
transcrevendo os elementos do texto em que se fundamenta.
3. Apresente uma interpretação possível para o
seguinte verso: “O coração latente das
nossas duas luzes” (v. 13).
4. Comente o sentido da apóstrofe do último verso,
tendo em conta a globalidade do poema.
moedeiro falso: pessoa que falsifica
moeda.|| insone:
pessoa que tem insónias.
1. Os sentimentos do sujeito poético
expressos nas três primeiras estrofes são o “desespero”, ou contrariedade, pela
‘insónia” que o afeta a meio da noite (v. 3); a surpresa e alguma satisfação ou
consolo, ao deparar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .;
e algum interesse e até fraternidade para com . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . .
2. No poema estão representadas sensações
visuais nos versos “O quadrado com cruz de uma janela iluminada!” (v. 5), “Tom amarelo cheio da tua
janela incógnita...” (v. 21) e nas referências à luz nos versos 9, 13, 19 e 22.
Estão também
presentes sensações auditivas — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
É de registar,
ainda, a presença de sensações táteis no(s) verso(s) . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . .
Finalmente, no
verso 2, há uma sobreposição de sugestões auditivas e visuais, uma sinestesia,
portanto:
“tictac
visível”.
3. O verso 13 do poema pode significar que . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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4. A apóstrofe do último verso — “Ó candeeiros de
petróleo da minha infância perdida!” — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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[Ver sobretudo os minutos 43-53:]
Segue-se uma versão simplificada do célebre
trecho do capítulo 11 da Crónica de D.
João I, de Fernão Lopes,
Do alvoroço que foi na cidade cuidando que matavam o Mestre, e
como lá foi Álvaro Pais e muitas gentes com ele
O pajem do Mestre, que
estava à porta, como lhe disseram que fosse pela vila, segundo já era
percebido, começou de ir rijamente a galope, em cima do cavalo em que estava,
dizendo altas vozes, bradando pela rua:
— Matam o Mestre! Matam o
Mestre nos paços da rainha! Acorrei ao Mestre que matam!
E assim chegou a casa de
Álvaro Pais, que era dali grande espaço.
As gentes que isto ouviam
saíam à rua ver que coisa era. E, começando de falar uns com os outros,
alvoroçavam-se nas vontades e começavam de tomar armas, cada um como melhor e
mais asinha podia.
Álvaro Pais, que estava
prestes e armado com uma coifa na cabeça, segundo usança daquele tempo,
cavalgou logo à pressa, em cima de um cavalo que anos havia que não cavalgara,
e todos seus aliados com ele, bradando a quaisquer que achava, dizendo:
— Acorramos ao Mestre,
amigos! Acorramos ao Mestre, ca filho é de el-rei D. Pedro!
E assim bradavam ele e o
pajem, indo pela rua.
Soaram as vozes do ruído
pela cidade, ouvindo todos bradar que matavam o Mestre. E, assim como viúva que
rei não tinha, e como se lhe este ficara em logo de marido, se moveram todos
com mão armada, correndo à pressa para onde diziam que se isto fazia, para lhe
darem vida e escusar morte.
Álvaro Pais não quedava de
ir para lá, bradando a todos:
— Acorramos ao Mestre,
amigos! Acorramos ao Mestre que matam sem porquê!
A gente começou de se
juntar a ele e era tanta, que era estranha coisa de ver. Não cabiam pelas ruas
principais e atravessavam lugares escusos, desejando cada um de ser o primeiro;
e, perguntando uns aos outros «quem matava o Mestre?», não minguava quem respondesse
que o matava o conde João Fernandes, por mandado da rainha.
E, por vontade de Deus,
todos feitos de um coração, com talente de o vingar, como foram às portas do
paço, que eram já cerradas, antes que chegassem, com espantosas palavras,
começaram de dizer:
— Onde matam o Mestre? Que
é do Mestre? Quem cerrou estas portas?
Ali eram ouvidos brados de
desvairadas maneiras. Tais aí havia que certificavam que o Mestre era morto,
pois as portas estavam cerradas, dizendo que as britassem para entrar dentro, e
veriam que era do Mestre ou que coisa era aquela.
Uns deles bradavam por
lenha e que viesse lume, para porem fogo aos paços e queimar o traidor e a
aleivosa. Outros se aficavam pedindo escadas para subir acima, pera verem que
era do Mestre. E em tudo isto era o ruído tão grande, que se não entendiam uns
com os outros, nem determinavam nenhuma coisa. E não somente era isto à porta
dos paços, mas ainda ao redor deles por onde homens e mulheres podiam estar.
Umas vinham com feixes de lenha, outras traziam carqueja para acender o fogo,
cuidando queimar o muro dos paços com ela, dizendo muitos doestos contra a
rainha.
De cima, não minguava quem
bradasse que o Mestre era vivo e o conde João Fernandes morto. Mas isto não
queria nenhum crer, dizendo:
— Pois se vivo é,
mostrai-no-lo e vê-lo-emos.
Então os do Mestre, vendo
tão grande alvoroço como este, e que cada vez se acendia mais, disseram que
fosse sua mercê de se mostrar àquelas gentes; de outra guisa poderiam quebrar
as portas, ou lhes pôr o fogo; e, entrando assim dentro por força, não lhes
poderiam depois tolher de fazer o que quisessem.
Ali se mostrou o Mestre a
uma grande janela que vinha sobre a rua, onde estava Álvaro Pais e a mais força
de gente, e disse:
— Amigos, pacificai-vos,
ca eu vivo e são sou, a Deus graças.
E tanta era a turvação
deles e assim tinham já em crença que o Mestre era morto, que tais havia aí que
aperfiavam que não era aquele; porém, conhecendo-o todos claramente, houveram
grande prazer quando o viram, e diziam uns contra os outros:
— Oh, que mal fez! Pois
que matou o traidor do conde, que não matou logo a aleivosa com ele! Credes em
Deus: ainda lhe há de vir algum mal por ela. Olhai e vede que maldade tão
grande! Mandaram-no chamar onde ia já de seu caminho, para o matarem aqui por traição.
Oh aleivosa! Já nos matou um senhor e agora nos queria matar outro! Leixai-a,
ca ainda há mal de acabar por estas cousas que faz.
E sem dúvida, se eles
entraram dentro, não se escusara a rainha de morte, e fora maravilha quantos
eram da sua parte e do conde poderem escapar.
O Mestre estava à janela e
todos olhavam contra ele, dizendo:
— Ó senhor! Como vos
quiseram matar por traição! Bendito seja Deus, que vos guardou desse traidor!
Vinde-vos, dai ao demo esses paços, não sejais lá mais!
E, em dizendo isto, muitos
choravam com prazer de o ver vivo.
Vendo ele então que
nenhuma dúvida tinha em sua segurança, desceu a fundo e cavalgou com os seus,
acompanhado de todos os outros, que era maravilha de ver. Os quais, mui ledos
ao redor dele, bradavam, dizendo:
— Oh, que mal fez! Pois
que matou o traidor do conde, que não matou logo a aleivosa com ele! Credes em
Deus: ainda lhe há de vir algum mal por ela. Olhai e vede que maldade tão
grande! Mandaram-no chamar onde ia já de seu caminho, para o matarem aqui por traição.
Oh aleivosa! Já nos matou um senhor e agora nos queria matar outro! Leixai-a,
ca ainda há mal de acabar por estas cousas que faz.
E sem dúvida, se eles
entraram dentro, não se escusara a rainha de morte, e fora maravilha quantos
eram da sua parte e do conde poderem escapar.
O Mestre estava à janela e
todos olhavam contra ele, dizendo:
— Ó senhor! Como vos
quiseram matar por traição! Bendito seja Deus, que vos guardou desse traidor!
Vinde-vos, dai ao demo esses paços, não sejais lá mais!
E, em dizendo isto, muitos
choravam com prazer de o ver vivo.
Vendo ele então que
nenhuma dúvida tinha em sua segurança, desceu a fundo e cavalgou com os seus,
acompanhado de todos os outros, que era maravilha de ver. Os quais, mui ledos
ao redor dele, bradavam, dizendo:
— Que nos mandais fazer,
senhor? Que quereis que façamos?
E ele lhes respondia, mal
podendo ser ouvido, que lho agradecia muito, mas que por então não havia deles
mais mister.
Imagina-te jornalista do século XIV.
Escreve a notícia correspondente ao episódio que Fernão Lopes relata em «Do
alvoroço […]», incluindo: título apelativo; subtítulo (que complementa o
título); um parágrafo curto (só um período) com o lead (informações essenciais
acerca do acontecimento: Quem? O quê? Quando? Onde?); dois parágrafos de
corpo da notícia, com informações sobre as causas (Porquê?) do
acontecimento e as suas circunstâncias (Como?).
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Escreve a função sintática ao
lado dos segmentos que fui sublinhando.
Encosta-te
a mim
(Jorge Palma)
Encosta-te a mim
Nós já vivemos cem mil anos
Encosta-te a mim
Talvez eu esteja a exagerar
Encosta-te a mim
Dá cabo dos teus
desenganos
Não queiras ver
quem eu não sou
Deixa-me
chegar
Chegado da guerra
Fiz tudo p’ra
sobreviver, em nome da terra
No fundo p’ra te
merecer
Recebe-me bem
Não desencantes os
meus passos
Faz de mim o teu
herói
Não quero adormecer
Tudo
o que eu vi
Estou a partilhar
contigo
O que não vivi hei
de inventar contigo
Sei que não sei
Às vezes entender o
teu olhar
Mas quero-te bem
Encosta-te a mim
Encosta-te a
mim
Desatinamos tantas
vezes
Vizinha de mim
Deixa ser meu
o teu quintal
Recebe
esta pomba que não está armadilhada
Foi comprada, foi roubada,
seja como for
Eu venho do nada
Porque arrasei o
que não quis
Em nome da estrada,
onde só quero ser feliz
Enrosca-te a mim
Vai desarmar a flor
queimada
Vai
beijar o homem-bomba, quero adormecer
Tudo o que eu vi
Estou a partilhar
contigo, e o que não vivi
Um dia hei de
inventar contigo
Sei
que não sei às vezes entender o teu olhar
Mas quero-te bem
Encosta-te a mim
Encosta-te a mim
Quero-te bem
Encosta-te a mim
TPC — Durante este semana, o tepecê é enviarem-me o conto e, à
medida que forem recebendo as primeiras versões corrigidas, enviarem-me uma
versão limpa. Pedia que, nessa altura, me dessem de novo, em aula, a versão com
emendas, para eu controlar o lançamento das correções (em anos anteriores,
reparei que essa tarefa nem sempre era cumprida com cuidado). Na versão limpa
acrescentem, no final do texto, um pseudónimo.
Aula 47-48 (21 [9.ª], 22/nov [3.ª, 4.ª, 5.ª]) Correção
de questionário sobre «Famílas desavindas» feito há uma aula (cfr. Apresentação).
Lê o poema de Ricardo Reis na p. 74 —
«Sofro, Lídia, do medo do destino» — e relanceia depois os outros poemas do
mesmo heterónimo de Pessoa que também se dirigem a «Lídia» e que já conhecemos
(o na p. 75, sobretudo, e também o na p. 73).
Os poemas de Adília Lopes (nasc.
1960) que copiei em baixo supõem o conhecimento de textos de Ricardo Reis (com a
figura horaciana de «Lídia»). A alusão a Reis está explícita no título do
primeiro poema de Adília Lopes e na epígrafe (cfr. v. 21 de «Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio») e no último
verso do segundo poema (além de que, neste texto, o segundo verso repete o primeiro
verso de uma ode de Reis que não temos no manual, «As rosas amo do jardim de
Adónis»).
Escreve um comentário sobre estes poemas de
Adília Lopes, procurando salientar a relação que eles estabelecem com a ideologia
de Ricardo Reis, citando, se for caso disso, qualquer uma das suas odes
lidianas.
(anti-Ricardo Reis)
O rio
é bom
para
nadar
e as
flores
para dar
o resto
são
cantigas
casa-te
com Lídia
tem bebés
passa a
lua de mel
na Grécia
Adília Lopes, Sete rios entre campos
«pega tu nelas»
Ricardo
Reis
Mão morta vai bater àquela porta
as rosas
amo dos jardins de Adónis
ao
escrever
é preciso
reconciliar uma lebre
com uma
tartaruga
oh como
era lebre a tartaruga!
Mas
porque será sempre Lídia
a pegar
nas rosas
Dr.
Ricardo Reis?
Adília Lopes, Os 5 livros de versos
salvaram o tio
. . . . . . .
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Um dos assuntos de gramática que revimos
foram os chamados «processos irregulares de formação de palavras».
As suas seis definições estão na p. 7 do anexo colado à contracapa. Na tabela
pus ainda a onomatopeia, que, por vezes, também figura nesta listas de processos não-morfológicos de formação de
palavras.
Terás de lançar na coluna à esquerda o nome
dos processos (de neologia) e lançar na coluna à direita as palavras
«neológicas» seguintes (as que já estão na tabela são as que temos usado em
exercícios idêntico; as que vais ter de colocar agora são, em parte, retiradas
do sketch «Curso de preparação para o
casamento», da série Lopes da Silva):
mousse | São (< Conceição) | gravar
[a eucaristia] (‘fixar sons ou imagens em disco ou fita magnética’ [<
‘esculpir com buril ou cinzel; estampar; imprimir’]) | abreijos (abraços + beijos) | NCMDL
(< Núcleo de Conselheiros Matrimoniais da Diocese de Lisboa) | CAAAB (pronunciado [kαab]; < Cool
Até Abrir A Boca) | sofá | pumba! | chocolate
Processos
|
Exemplos
|
Extensão semântica
|
navegar (na net), chumbo (‘reprovação’)
|
scanear, pizza
|
|
portunhol, motel
|
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CEE, ESJGF
|
|
CRE, ovni
|
|
Onomatopeia
|
coaxar, tiquetaque
|
zoo, nega (‘nota negativa’), otorrino
|
TPC — Durante este semana — que está a findar (acrescento eu) —,
o tepecê é enviarem-me o conto e, à medida que forem recebendo as primeiras versões
corrigidas, enviarem-me a versão limpa. Pedia que, depois de lançadas as
emendas, me trouxessem de novo a versão escrevinhada por mim, para eu controlar
o lançamento das correções (em anos anteriores, reparei que essa tarefa nem
sempre era cumprida com cuidado). Na versão limpa acrescentem, no final do
texto, um pseudónimo (em substituição do nome).
Aula 49-50 (25 [3.ª, 5.ª], 26 [4.ª], 27/nov [9.ª])
Oh! como se me alonga, de ano em ano,
a peregrinação cansada minha!
Como se encurta, e como ao fim caminha
este meu breve e vão discurso humano!
Vai-se gastando a idade e cresce o dano;
perde-se-me um remédio, que inda tinha;
se por experiência se adivinha,
qualquer grande esperança é grande engano.
Corro após este bem que não se alcança;
no meio do caminho me falece,
mil vezes caio, e perco a confiança.
Quando ele foge, eu tardo; e, na tardança,
se os olhos ergo a ver se inda parece,
da vista se me perde e da esperança.
a) — São horas de jantar e o jantar já está na mesa!
b) As irmãs Silva têm uma silva no jardim.
c) O inverno é frio e, por vezes, o frio é difícil de suportar.
d) — Ali? O teu ali é muito confuso...
e) Ele é rápido, mas o cão corre ainda mais rápido.
f) — Porquê? Queres saber o porquê?
b) «Eu hei de te amar por esse lado escuro» (Rui Veloso/Carlos Tê) | ____
c) «É o poder / que você sabe que tem bem» (Nelly Furtado) | ____
d) «Estou num paraíso onde nada vai mudar» (Beto) | _____
e) «Pede-me que roube o azul do céu» (Rita Guerra) | _____
1 = _______
2 = _______
3 = _______
4 = _______
5 = _______
6 = _______
7 = _______
‘Que está ao mesmo tempo em todo o lado’ — _____
‘Que tem duas dimensões’ — ______
‘Que tem forma de fuso’ — _____
‘Descrição da vida de alguém’ — ______
‘Ciência que estuda os fósseis’ — ______
‘Dor na região lombar’ — ______
‘Medo de recintos fechados’ — _______
rato (‘animal’) > rato (‘dispositivo informático’)
leitor (‘aquele que lê’) > leitor (‘professor universitário’)
portal (‘porta grande’) > portal (‘página da Internet’)
salvar (‘livrar de perigo’) > salvar (‘guardar’)
a) motociclo > _______
b) fotografia > _______
c) exposição > ______
d) zoológico > ______
e) quilograma > _______
f) metropolitano > ______
g) hipermercado > ______
h) discoteca > ______
a) avalancha — _______
b) mergulho — _______
c) vidro partido — _______
d) chuva — ________
e) batida na porta — _______
f) vento — _________
g) trovão — _______
h) queda — _______
A cantiga é uma arma
e eu não sabia,
tudo depende da bala
e da pontaria,
tudo depende da raiva
e da alegria;
a cantiga é uma arma
de pontaria.
Há quem cante por interesse,
há quem cante por cantar,
há quem faça profissão
de combater a cantar
e há quem cante de pantufas
para não perder o lugar. || modificador GV
O faduncho choradinho
de tabernas e salões
semeia só desalento,
misticismo e ilusões,
canto mole em letra dura
nunca fez revoluções.
A cantiga é uma arma· (contra quem?)
contra a burguesia,
tudo depende da bala
e da pontaria,
tudo depende da raiva
e da alegria;
a cantiga é uma arma
de pontaria.
Se tu cantas a reboque,
não vale a pena cantar;
se vais à frente demais,
bem te podes engasgar;
a cantiga só é arma
quando a luta acompanhar.
Para
evitar certos erros que ainda vou vendo aqui e ali
A terminação
mos da 1.ª pessoa do plural (andamos, andámos, andaremos, andámos, andávamos, andarmos, andaríamos)
não é nenhum pronome, é um sufixo
que nos dá informação sobre pessoa/número (dantes, chamávamos-lhe desinência pessoal) que integra a
palavra. Não há, é claro, nenhum hífen a separá-lo do verbo.
Basta flexionarmos a
forma verbal para termos a certeza de que é uma palavra única:
quando eu fizer
quando tu fizeres
quando ele fizer
quando nós ________
quando eles fizerem
É verdade que também há expressões com o
pronome -mos (contração de me + os),
que deverá ficar separado do verbo por um hífen. Exemplo: «Tens os lápis? Dá-___.»
Podes experimentar substituir pela 3.ª
pessoa do complemento indireto (lhe):
Dá-_____.
Podes substituir por um nome a parte do
complemento direto:
Dá-me os lápis.
É mais comum o pronome -nos. (E nota que não há nenhum sufixo nos, portanto nos depois
de verbo será decerto -nos.) Este
pronome nos pode ser complemento
indireto ou direto: «Dá-nos o lápis.»
/ «Deixa-nos sozinhos»
É substituível por lhe ou por o.
Dá-lhe o lápis. / Deixa-o
sozinho.
Há ainda um outro pronome -nos, que resulta de -os estar a seguir a uma nasal e
precisar de uma consoante de ligação:
«Comam os kínderes»
pronominaliza-se assim: [*Comam-os] > _______
As formas do Imperfeito do Conjuntivo terminam em asse, esse, isse (repara que
são palavras graves, como se vê de o a
e o e serem tónicos): andasse, comesse, partisse:
Para verificar que é uma forma verbal
simples, flexiona-se:
se eu _______
se tu andasses
se ele _______
se nós andássemos
se eles andassem
A diferença relativamente às formas
(indeterminadas) com um pronome -se é
notável pelo som (a ou e finais — mesmo seguidos de hífen — são
átonos):
anda-se || ________ ||
parte-se
Outro
erro frequente relaciona-se com pronomes
que estão em ênclise (portanto,
depois dos verbos) depois de formas que terminavam em -r, -s, -z. Repara que a terminação do verbo cai
(-r, -z, -s > Ø), passando
o pronome a ter um l inicial (o, os,
a, as > lo, los, la,
las).
Pronominalizemos o complemento direto:
Vou comer as castanhas.
> Vou ____.
Tu bebes o leite com
deleite. > Tu ______ com deleite.
Amália vai amar aquela
mala. > Amália vai ________.
Fez o merdelim do tepecê.
> _________.
Nota que, frequentemente, é preciso pôr
acento gráfico na vogal antes do hífen.
Problemas mais sofisticados vêm da mesóclise (que se usa apenas com o
Futuro e com o Condicional).
Pronominalizemos os complementos diretos:
Entornarei o vinho sobre o
linho impecável da mesa. || ______ sobre o linho impecável da mesa.
Devoraria com gula trinta
javalis meigos se tivesse dentes capazes. || ______ com gula se tivesse dentes
capazes.
Amarão todas as moças
bonitas do mundo. || _____.
Pontapearemos os
dinossauros com charme. || _____ com charme.
Traríamos o passaporte dos
duendes. || ____.
Diria o sermão. || _____.
Diluiria o diluente. ||
________.
Corrijamos estas formas incorretas:
* Comerá-se bem neste
talho. || ______ bem neste talho.
* Zangarias-te comigo. ||
_______ comigo.
* Veremos-vos no inferno.
|| _______ no inferno.
Complete-se, tendo em conta o que fica
dentro dos parênteses:
Se eu ______ («Olhar» no
Imperfeito do Conjuntivo) para cima, veria um céu toldado.
______ («Olhar» na 3.ª
pessoa do Presente do Indicativo e pronome de indeterminação) e vê-se só
hipocrisia e penicos de prata.
Se ___ («Comer» na 1.ª
pessoa do plural do Imperfeito do Conjuntivo) dicionários, não ficávamos com
mais vocabulário.
Vês estas belas osgas?
_________ (Imperativo de «Levar» + complemento direto pronominalizado) ao
dentista.
Levamos as aulas muito a
sério. ________ («Levar» na 1.ª pessoa do plural do Presente do Conjuntivo +
complemento direto pronominalizado) mais a brincar.
Depois de
ouvirmos declamação de «Não sei se é sonho, se realidade» (p. 39), de Fernando Pessoa, ortónimo, faz
corresponder a cada estrofe os seguintes títulos-sinteses (para a estrofe que
falta, escreve tu um título:
A
terra ideal é percebida como sonho e descobre-se que também não satisfaz o poeta = sextilha de vv.
__-__.
A hipótese de um lugar por que se anseia (seja sonho
seja realidade) = sextilha de vv. __-__.
A representação de um lugar que
ainda se considera possível mas dubitadamente = sextilha de
vv. __-__.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . =
sextilha de vv. __-__.
Lê o texto que
ainda nos falta para esgotarmos os que no manual ficam sob o tema ‘Sonho
e realidade’, «Contemplo o que não vejo», na p. 41.
Embora com métrica e rima convencionais
(como sucede no resto do poema e, em geral, nos textos de Pessoa ele mesmo), acrescenta uma quadra final que fizesse de
repente que o «eu» nos parecesse de (i) Caeiro; de (ii) Reis; de (iii) Campos.
No fundo, escreverás três quadras (ou duas ou uma, se te demorares) que seriam
finais alternativos.
[Alberto Caeiro:]
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[Ricardo Reis:]
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[Álvaro de Campos:]
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A propósito de «C
Certinho» (série Zé Carlos), completa
esta síntese.
A letra da canção assenta
em dois tipos de transgressão da adequação
discursiva.
Dado tratar-se de um rap,
não esperávamos muitas das palavras e sintaxe usadas, que são mais
características do uso ______ do que
do uso ______: «fornicar», «extremo vigor», «proporcionar», «envereda pelo
banditismo», «furtar», «redunda em libertinagem», «descarta», «numismática».
Também o registo é mais _______ do que é
habitual neste género de canções, embora haja algumas raras marcas de ________
ou expressões mais coloquiais, familiares (as interjeições «ui», «ei» e «hum»;
léxico do calão, como «______»; expressões que talvez sejam relativamente ________:
«vestida para o pecado», «ninguém me tira», «[fazer-se] esquisita»; «é do
melhor que há»; «da pesada»).
Podemos dizer que, exceto
nestes poucos casos mencionados, se segue o padrão, a ______, não havendo incorreções, nem as marcas de variedade linguística (social, ______,
até geográfica) que associamos ao rap.
Em termos de tratamento, usa-se uma fórmula ______,
«amigos», que implica o uso da ____ pessoa do plural (pessoa verbal
correspondente a ‘vocês’), que funciona como plural do tratamento em ‘tu’,
porque, mesmo em registos formais, praticamente não se usa hoje em dia o ‘vós’
(a verdadeira ____ pessoa do plural).
Quanto a variedades (ou variantes) do português,
há um termo que é mais típico da variante _____: «cafageste». Entretanto, tenho
dúvidas quanto à origem de «curtir» na aceção em que surge (será talvez também
da variedade sul-americana).
Para proceder à reformulação da 1.ª versão do conto
Por vezes, usei dois signos
que nem todos compreenderão: um sinal de cardinal (#) para introduzir espaço;
um vê traçado (aproximadamente: ¥), para tirar espaço que estivesse a mais.
Também posso ter sugerido travessões verdadeiros em vez de hífens (alt + 0151 costuma dar bons travessões:
— ; também se pode inserir Símbolo,
clicar Mais símbolos, depois Carateres
especiais, escolhendo então Travessão).
Quanto ao tipo de fonte (da letra), tamanho,
espaço interlinear, pode ficar ao vosso critério, até para não parecer que os
textos foram trabalhados coletivamente. Em outros concursos, costuma pedir-se Arial,
Calibri ou Times
New Roman, corpo 12, dois espaços. Creio, porém, que esse espacejamento
(entrelinha) é exagerado (bastará 1,5).
Preferia que os parágrafos
fossem europeus (ou seja com uma margem
inicial e sem grande espaço entre parágrafos; os americanos é que preferem
não fazer margem inicial e separar os parágrafos com uma linha de espaço). A
tal margem inicial pode ser feita automaticamente (Parágrafo / Avanços
e espaçamento / Especial / Primeira linha). Notem que o
título não pode ficar com Primeira linha (para poder ficar mesmo
centrado).
Poria o texto justificado (à direita e à esquerda).
Em Parágrafo escolhe-se Alinhamento e aí Justificado.
No exemplar passado a
limpo, não pode aparecer o teu nome (como já disse, deves é subscrever o texto
já com um pseudónimo).
Aula 51-51R (25 [9.ª], 26 [5.ª], 27/nov [4.ª, 3.ª]) Lírica
de Camões [exame
de 2016, 1.ª fase] // Grupo I — B
Leia o soneto.
Oh! como se me alonga, de ano em ano,
a peregrinação cansada minha!
Como se encurta, e como ao fim caminha
este meu breve e vão discurso humano!
Vai-se gastando a idade e cresce o dano;
perde-se-me um remédio, que inda tinha;
se por experiência se adivinha,
qualquer grande esperança é grande engano.
Corro após este bem que não se alcança;
no meio do caminho me falece,
mil vezes caio, e perco a confiança.
Quando ele foge, eu tardo; e, na tardança,
se os olhos ergo a ver se inda parece,
da vista se me perde e da esperança.
Luís de Camões, Rimas
4.
Nas duas quadras, o sujeito poético reflete sobre os efeitos da passagem do
tempo na sua vida. Refira quatro dos aspetos que integram essa reflexão.
[ dois dos Tópicos nos Critérios de classificação:
De
acordo com as duas quadras, o sujeito poético:
–
entende a vida como uma experiência longa e cada vez mais penosa;
– toma consciência da
aproximação do termo da sua vida;
– ... {sugeriam-se mais três outros tópicos
possíveis} ]
.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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. . .
[Exemplo de solução possível:]
No primeiro quarteto, o
sujeito poético começa por exprimir, exclamativa e lamentosamente, como a vida
se lhe torna penosa («Oh! como se me alonga, de ano em ano, a peregrinação
cansada minha!», vv. 1-2), à medida que se aproxima o seu termo, que já
adivinha («Como se encurta, e como ao fim caminha [...]», v. 3). O «eu» deixa
nota da noção que tem da efemeridade da vida e da fragilidade dos homens, ao mesmo
tempo que faz um balanço negativo do seu próprio «breve e vão discurso humano»
(v. 4).
É na segunda quadra que
toma consciência de que a vida vai perdendo qualidade — «vai-se gastando a
idade e cresce o dano» (v. 5) —, servindo os três versos finais da estrofe para
revelar o ceticismo de quem já não tem ilusões: «perde-se-me um remédio, que
inda tinha; / [...] / qualquer grande esperança é grande engano» (vv. 6-8).
5.
Relacione o sentido do verso «qualquer grande esperança é grande engano» com o
conteúdo dos dois tercetos.
[acrescenta à resposta que já pus as duas
palavras em falta]
O verso «qualquer grande esperança é grande
engano» (v. 8) sugere que, para o sujeito poético, toda a esperança acaba por
se revelar _____. Esta ideia concretiza-se nos dois tercetos. O bem desejado é
representado como um objetivo que se persegue, num caminho em que o sujeito cai
e se levanta, até que o próprio bem desejado se perde de vista e o desânimo _____.
Reveremos os processos morfológicos de
formação de palavras.
Começamos pela derivação e, para já, pela derivação
com adição de constituintes morfológicos. Nesta distinguimos quatro
tipos de afixação à forma de base.
(Na parassíntese
os dois afixos aglutinaram-se em simultâneo à forma de base, não existindo as
palavras sem o sufixo ou sem o prefixo.)
derivação com adição de
constituintes morfológicos
|
|
prefixação
|
reler, incompleto
|
sufixação
|
amável, guerrear
|
prefixação e sufixação
|
desorganização, inesperadamente
|
parassíntese
|
alindar, entristecer
|
Depois, consideram-se os processos de derivação que não
envolvem afixos (ou seja, sem adição de constituintes morfológicos)
No entanto, note-se que um deles, a derivação não afixal (em tempos, aka «derivação regressiva»), implica ter
havido a ideia — errada, é certo — de que uma dada palavra era já uma derivada
por afixação, dela se podendo deduzir, por subtração dos supostos afixos, uma,
também suposta, palavra primitiva, que é afinal a palavra «derivada
regressivamente» (a derivação não afixal é sobretudo produtiva na formação de
nomes a partir de verbos — esses nomes assim derivados chamam-se deverbais). Já a conversão (aka «derivação imprópria») nada tem a
ver com afixos: é apenas a situação em que uma palavra passa a ser usada numa
nova classe.
derivação sem adição de
constituintes morfológicos
|
|
conversão
|
burro (< burro), um porto (< Porto)
|
derivação não afixal
|
pesca (< pescar), gajo (< gajão)
|
Na composição, distingue-se a composição
morfossintática, que implica a associação de duas ou mais palavras;
e a composição
morfológica, em que se associam dois radicais ou um radical e uma
palavra (um radical é uma unidade
não autónoma, frequentemente raiz grega ou latina).
composição
|
|
composição morfológica
|
apicultura, socioeconómico
|
composição morfossintática
|
conta-gotas, bomba-relógio
|
Distribui pelos quadros em cima as
seguintes palavras, quase todas recolhidas em «Relato de engate» e «Baratas à
procura de casa» (série Lopes da Silva):
papa-formigas | formicida
| saprófago | [o] quente | [a] recolha [do lixo] (< recolher) | engate (< engatar) | assalto (< assaltar) | avizinhar | retrovisor | formigueiro | gordura | vizinhança | engordurar | arejar
Gentilmente cedido
pela Nova Gramática didática de português
(Carnaxide, Santillana, 2011):
1.
Atente nas frases apresentadas abaixo e identifique a classe a que pertencem as
palavras destacadas.
a) — São horas de jantar e o jantar já está na mesa!
b) As irmãs Silva têm uma silva no jardim.
c) O inverno é frio e, por vezes, o frio é difícil de suportar.
d) — Ali? O teu ali é muito confuso...
e) Ele é rápido, mas o cão corre ainda mais rápido.
f) — Porquê? Queres saber o porquê?
1.1 Perante
os exemplos apresentados, defina conversão:
A
conversão é um processo de formação em que as palavras mudam de _____ mas não
de ______.
2. Seguindo o exemplo, crie, para cada verso
dado, uma frase em que a palavra destacada pertença a uma classe diferente.
Identifique a respetiva classe.
[O Porto
[nome próprio] é uma cidade lindíssima! O barco atracou num porto [nome comum] longínquo.]
a) «Se eu fosse um dia o teu olhar» (Pedro Abrunhosa) | ____
b) «Eu hei de te amar por esse lado escuro» (Rui Veloso/Carlos Tê) | ____
c) «É o poder / que você sabe que tem bem» (Nelly Furtado) | ____
d) «Estou num paraíso onde nada vai mudar» (Beto) | _____
e) «Pede-me que roube o azul do céu» (Rita Guerra) | _____
3. Na sopa de letras, encontrará sete pares
de palavras que são exemplos de derivação não afixal. Registe-os:
1 = _______
2 = _______
3 = _______
4 = _______
5 = _______
6 = _______
7 = _______
4.
Forme palavras compostas utilizando radicais de origem latina ou grega.
‘Que está ao mesmo tempo em todo o lado’ — _____
‘Que tem duas dimensões’ — ______
‘Que tem forma de fuso’ — _____
‘Descrição da vida de alguém’ — ______
‘Ciência que estuda os fósseis’ — ______
‘Dor na região lombar’ — ______
‘Medo de recintos fechados’ — _______
Além dos processos morfológicos de formação de palavras, no domínio da
formação de palavras temos de contar ainda com os chamados «processos
irregulares de formação de palavras», que revimos numa destas
sessões e a que voltamos agora:
Os
exercícios seguintes são tirados de Nova
Gramática didática do português:
1.
Os exemplos listados abaixo ilustram um processo irregular de formação de
palavras. Identifique-o. _______
rato (‘animal’) > rato (‘dispositivo informático’)
leitor (‘aquele que lê’) > leitor (‘professor universitário’)
portal (‘porta grande’) > portal (‘página da Internet’)
salvar (‘livrar de perigo’) > salvar (‘guardar’)
2.
Distribua as palavras que se seguem pelo quadro abaixo.
soirée |
restaurante | menu | jeep | bife | lambreta | diesel | airoso | flamenco |
maestro | recuerdo | futebol | confetti | piloto | dobermann | stock |
alzheimer | tapa | tablier | muesli
Empréstimos
|
|
Galicismos | |
Anglicismos | |
Italianismos | |
Espanholismos | |
Germanismos |
3.
Descubra, na sopa de letras, seis palavras formadas por amálgama.
Encontrá-las-á na horizontal e na vertical.
4.
A lista de palavras apresentada é composta por acrónimos e siglas.
Classifique-as e especifique o seu significado. [Não especifiques por escrito;
pensa só.]
a) PALOP — ______
b) CD — ______
c) PSP — ______
d) BD —______
e) OTAN — ______
f) OMS — ______
g) ONU — ______
h) TAP — _______
i) UE — ______
j) PME — _____
5.
Recorra ao processo de truncação para formar palavras.
a) motociclo > _______
b) fotografia > _______
c) exposição > ______
d) zoológico > ______
e) quilograma > _______
f) metropolitano > ______
g) hipermercado > ______
h) discoteca > ______
6.
Proponha uma onomatopeia para cada caso apresentado.
a) avalancha — _______
b) mergulho — _______
c) vidro partido — _______
d) chuva — ________
e) batida na porta — _______
f) vento — _________
g) trovão — _______
h) queda — _______
Itens de exame recentes em torno de processos
de formação de palavras
[2014,
2.ª fase]
1.5. Os processos de
formação das palavras «cristãos-novos» (linha 12) e «confisco» (linha 17
[«realizar o confisco prévio dos bens dos arguidos»]) são, respetivamente,
(A) derivação
e amálgama.
(B) composição
e truncação.
(C) amálgama
e parassíntese.
(D) composição
e derivação.
[2013, prova intermédia]
1.3. Os processos de
formação das palavras «plastisfera» (linha 11 [«Parece que todo esse plástico
está a ser adotado por vários tipos de bactérias que o usam como uma espécie de
recife. Foram encontrados pelo menos mil tipos diferentes de microrganismos.
Segundo o estudo publicado na Environmental
Science & Technology, é uma verdadeira «plastisfera»,
um imenso ecossistema.»]) e «matéria-prima» (linha 21) são, respetivamente,
(A) derivação
e composição.
(B) truncação
e composição.
(C) parassíntese
e amálgama.
(D) amálgama
e composição.
À direita, indica a função
sintática dos segmentos sublinhados de
A cantiga é uma arma
(José Mário
Branco)
A cantiga é uma arma
e eu não sabia,
tudo depende da bala
e da pontaria,
tudo depende da raiva
e da alegria;
a cantiga é uma arma
de pontaria.
Há quem cante por interesse,
há quem cante por cantar,
há quem faça profissão
de combater a cantar
e há quem cante de pantufas
para não perder o lugar. || modificador GV
O faduncho choradinho
de tabernas e salões
semeia só desalento,
misticismo e ilusões,
canto mole em letra dura
nunca fez revoluções.
A cantiga é uma arma· (contra quem?)
contra a burguesia,
tudo depende da bala
e da pontaria,
tudo depende da raiva
e da alegria;
a cantiga é uma arma
de pontaria.
Se tu cantas a reboque,
não vale a pena cantar;
se vais à frente demais,
bem te podes engasgar;
a cantiga só é arma
quando a luta acompanhar.
Uma arma eficiente,
fabricada
com cuidado,
deve ter
um mecanismo
bem
perfeito e oleado
e o canto
com uma arma
deve ser
bem fabricado.
TPC — Relanceia o que está em Gaveta de Nuvens sobre «Processosmorfológicos de formação de palavras». No manual do décimo esta matéria estava
na p. 319. (Não é conteúdo muito suscetível de sair em exame, a não ser em
contrastes com processos irregulares de formação ou a propósito de etimologias
e sentidos de palavras.)
Aula 52-53 (28 [9.ª], 26/nov [3.ª, 4.ª, 5.ª]) Na p.
31, à direita, lê «Não sei quantas almas tenho», de Fernando Pessoa ortónimo,
para completares a minha síntese:
Medida velha
redondilha maior (heptassílabo)
redondilha menor (pentassílabo)
vilancete
cantiga
esparsa
endechas ou trovas
Medida nova (decassílabo)
soneto
(oitava, ode, sextina, elegia, ...)
VII
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer,
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...
Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.
Por mais amigos que tenha, sinto-me sempre sozinho.
De que vale ter a chave de casa para entrar,
Ter uma nota no bolso pr’a cigarros e bilhar?
A primavera da vida é bonita de viver:
Tão depressa o sol brilha, como, a seguir, está a chover.
Para mim hoje é Janeiro, está um frio de rachar,
Parece que o mundo inteiro se uniu pr’a me tramar!
Passo horas no café, sem saber para onde ir:
Tudo à volta é tão feio, [que] só me apetece fugir.
Vejo-me à noite ao espelho, o corpo sempre a mudar;
De manhã ouço o conselho que o velho tem pr’a me dar.
A primavera da vida é bonita de viver:
Tão depressa o sol brilha, como a seguir está a chover.
Para mim hoje é Janeiro, está um frio de rachar,
Parece que o mundo inteiro se uniu pr’a me tramar!
A primavera da vida é bonita de viver:
Tão depressa o sol brilha como, a seguir, está a chover.
Para mim hoje é Janeiro, está um frio de rachar;
Parece que o mundo inteiro se uniu pr’a me tramar!
Cerca de metade deste poema é uma série de
declarações da estranheza do poeta por si mesmo («Não sei quantas almas tenho»;
«_______»; «_______»; «Diverso, móbil e só, não sei sentir-me onde estou»).
Entretanto, os versos «Sou minha própria paisagem» e «vou lendo / como páginas
meu ser» servem de metáfora da necessidade que o poeta tem de se ______. Também
remetem para a fragmentação do eu,
na medida em que parecem supor uma consciência ________ ao próprio poeta (que o
pudesse observar de fora).
Transcrevo agora uma análise do mesmo poema (tirada de Ângela
Campos e Cidália Fernandes, Fernando
Pessoa. Poesia em Análise, Lisboa, Plátano, 2006), a que retirei apenas,
para os prencheres tu, termos de
versificação ou metalinguísticos:
Podemos encontrar no ______
dois momentos significativos.
No primeiro momento (as
duas primeiras ____), o sujeito poético reconhece‑se como um ser multifacetado,
que continuamente se vai revelando, resultando daí uma espécie de desencanto
consigo mesmo («Nunca me vi nem achei»). Este ser excessivo vai criar uma
grande inquietação no _____ poético («Quem tem alma não tem calma», «Não sei
sentir-me onde estou») e, ao mesmo tempo, uma distanciação, responsável por uma
postura passiva em relação ao desfile dos outros eus.
O segundo momento (última
_____), introduzido pelo _____ «por isso», constitui uma sequência
relativamente ao primeiro, tentativa de conhecimento de si próprio como se de
um livro se tratasse: «vou lendo / Como páginas, meu ser». O resultado é,
porém, um estranhamento, acabando por responsabilizar Deus pelo ato de escrita,
que lhe pertence. Numa atitude de humildade, o sujeito ______ não atribui a si
próprio o mérito do ato de criação. Saliente-se ainda a atitude de alheamento
do poeta, responsável pelo sentimento de solidão.
Os sentimentos que dominam
o sujeito poético são a angústia e a inquietação, provocados pela incapacidade
de controlar as várias manifestações do seu eu. As _____ que melhor documentam
este estado de espírito são «Quem tem alma não tem calma» e «Assisto à minha
passagem / Diverso, móbil e só». O _____ que melhor sintetiza o conteúdo do
poema é «Continuamente me estranho».
A nível formal verifica-se
uma certa regularidade ______ (três oitavas), ____ (redondilha maior) e _____
(rima cruzada e emparelhada), a qual nos pode remeter para a ideia de
regularidade de fragmentação do eu poético. Esta regularidade a nível formal
pode justificar-se ainda por uma necessidade de busca de unidade.
Faz corresponder a cada
segmento da textual da coluna A um
único segmentotextual da coluna B,
de modo a obteres uma afirmação adequada ao sentido da última estrofe do texto.
Utiliza cada letra e cada número apenas uma vez [exercício gentilmente cedido por Expressões 12:]
a = ___; b = ___; c = ___; d = ___; e = ___.
Um
curto poema de Mário de Sá-Carneiro, de fevereiro de 1914 (ou seja,
contemporâneo do surgimento oficial dos heterónimos de Pessoa, o «dia triunfal»,
8-3-1914) evidencia os mesmos desconhecimento e estranheza do eu face a si
próprio, fragmentação interior que os determina e sentimentos do sujeito
poético em relação à sua personalidade:
Eu
não sou eu nem sou o outro,
Sou
qualquer coisa de intermédio:
Pilar
da ponte de tédio
Que
vai de mim para o Outro.
Depois de vermos parte do segundo episódio
de O Programa do Aleixo, série 2, na
linha sob os constituintes destacados identifica a função sintática que
desempenham.
Já conheces textos «deambulatórios». Lemos o ano passado poemas de Cesário
Verde em que o sujeito poético vai observando o contexto e refletindo sobre
ele, ou pensando em si próprio, à medida que passeia pela cidade. No Livro de Desassossego, de Fernando
Pessoa/Bernardo Soares, temos processo semelhante, ainda que em
prosa — aliás, prosa poética. Dá um relance, só para perceberes o estilo a que
aludo, ao texto na p. 85 («Tudo é absurdo»). {direi em slide o que pretendo exatamente}
Escreve texto com
características de prosa poética deambulatória. O narrador passeia pela cidade
e vai observando e refletindo. Cada período deve começar por nova letra
conforme o alfabeto. Exemplo:
Ando pela cidade. Benfica
é o ponto de partida natural. Conheço o bairro como me conheço.
.
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TPC — Vê a versão corrigida das fichas 28 (Funções sintáticas) e
25 (Complemento e modificadores do nome) do Caderno
de atividades que reproduzirei em Gaveta
de Nuvens.
Aula 54-54R (2 [9.ª], 3 [5.ª], 4/dez [4.ª, 3.ª])
Ainda para rever Lírica
de Camões
Expressões, 10.º ano, p. 155:
Expressões, 10.º ano, p. 157:
Lírica de Camões
Vertente tradicional
Medida velha
redondilha maior (heptassílabo)
redondilha menor (pentassílabo)
[Composições
com mote]
vilancete
cantiga
[Composições
sem mote]
esparsa
endechas ou trovas
Vertente renascentista
Medida nova (decassílabo)
soneto
(oitava, ode, sextina, elegia, ...)
Mensagens,
10.º ano, p. 196:
Tema deste soneto:
_______________
Outros
temas da poesia lírica de Camões:
_______________
_______________
_______________
_______________
_______________
_______________
_______________
Compara a mudança a que se refere o «eu» em Camões com a da
canção de Rui Veloso e a da estrofe acrescentada por José Mário Branco.
.
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Resolve estes itens de grupo
I (modelo antigo) com Alberto Caeiro. As lacunas a prencher nas soluções dos
itens correspondem a formas de verbo crucial em Caeiro (e palavras da mesma
família).
VII
Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver
do Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer,
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...
Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.
Fernando
Pessoa, Poemas de Alberto Caeiro, Lisboa, Ática,
1946.
1. A aldeia é descrita pelo sujeito poético
como «tão grande como outra terra qualquer.» Refere o argumento utilizado pelo
sujeito poético para sustentar esta afirmação.
O sujeito poético ___ a
sua aldeia «tão grande como uma outra terra qualquer» porque desse local se tem
um horizonte de _____ amplo (abrangente) e, para ele, aquilo que se é capaz de
____ é que determina a dimensão dos lugares e dos seres.
2.
Menciona os elementos que distinguem a aldeia da cidade.
À aldeia o sujeito poético associa a largura de
todo o céu, o grau máximo de _____ do Universo; por isso, estão associadas à
aldeia a capacidade de _____ e, consequentemente, a riqueza de quem ___. Pelo
contrário, a cidade é um lugar pequeno e fechado, porque restringe o campo de ___;
as suas construções limitam o olhar e, por conseguinte, impedem-nos de _____ a
Natureza e o Universo.
3.
Explicita em que reside, do ponto de vista do sujeito poético, o tamanho de
cada pessoa.
Para o sujeito poético, o tamanho de cada pessoa
mede-se a partir daquilo que ele é capaz de ____: se tem uma _____ larga e
abrangente do Universo, é rico e é grande; se tem uma _______ limitada e restrita,
é pobre e é pequeno. O tamanho, o valor de alguém depende daquilo que os seus
olhos são capazes de _____.
4.
Indica a figura de retórica [recurso
estilístico; figura de estilo] presente
na frase «Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave» (v. 7),
explicitando o seu sentido.
Em «Na cidade as grandes casas fecham a ____ à
chave» (v. 7), está presente uma metáfora, através da qual se expressa a
limitação ou a restrição que as casas da cidade impõem às pessoas que nelas
vivem relativamente ao que _____. As fechaduras das portas vedam a entrada das
pessoas nos locais, impedem o acesso. Do mesmo modo, as casas numa cidade
impedem a _____ de olhar para um espaço aberto. Esta metáfora contribui para a
caracterização negativa da cidade em contraste com a aldeia.
Vamos rever Coordenação e Subordinação
(no fundo, a classificação de orações). Este conteúdo não é novo.
(Nos cinco parágrafos a seguir repito até o que já dissemos o ano passado — cfr. aula 91-92 do 11.º ano.) No manual
atual, temos as pp. 13-14 do anexo (vai até lá, por favor). Revejamos.
A frase simples é a que só tem uma oração; a complexa, a que tem mais do que uma oração. O que nos leva
a perceber estarmos perante uma oração é a presença de um verbo (principal ou copulativo), o
núcleo do predicado. Se houver mais do que um verbo desses, estaremos perante
mais do que uma oração, teremos uma frase complexa.
As orações da frase complexa podem
relacionar-se por subordinação ou
por coordenação. As orações coordenadas
são, por assim dizer, independentes, não desempenham funções sintáticas de
outra. Podem ser sindéticas (se
tiverem uma conjunção ou locução conjuncional a ligá-las) ou assindéticas (se forem ligadas apenas
por vírgula).
Já na subordinação, temos orações subordinadas
a desempenharem funções sintáticas das orações subordinantes. Podem
servir-lhe de complemento direto, de sujeito, de modificador, etc. Consoante o
tipo de função sintática que desempenham, as orações subordinadas agrupam-se em substantivas, adjetivas,
adverbiais.
O conhecimento das conjunções que costumam introduzir as orações subordinadas ou ligam
as orações coordenadas sindéticas ajuda muito a classificá-las.
[Exercício de Gramática Prática de Português. Da Comunicação à Expressão. Exercícios:]
Completa o texto com as conjunções e
locuções conjuncionais desta lista:
mas / por mais que / que / que / embora / se / logo / sempre que / para que
______ muitos já não vivam
no campo, _____ há mais trabalho, toda a família vem ajudar. ____ este ano, na
altura das colheitas, os lavradores verificaram _____ a fruta era tanta _____ a
família só não chegava. _____, contrataram mais pessoas _____ tudo fosse
apanhado a tempo. _____ não tivessem tido essa ideia, _____ trabalhassem, não
teriam conseguido.
Classifica as conjunções e locuções conjuncionais que ficaram
nos espaços em cima (já exemplifiquei com a primeira):
Conjunções
e locuções
|
Coordenativas
|
Subordinativas
|
Embora
|
concessiva
|
|
Classifica as orações sublinhadas:
Não há estrelas no céu
(Rui
Veloso)
Não há
estrelas no céu a dourar o meu caminho:
Por mais amigos que tenha, sinto-me sempre sozinho.
De que vale ter a chave de casa para entrar,
Ter uma nota no bolso pr’a cigarros e bilhar?
A primavera da vida é bonita de viver:
Tão depressa o sol brilha, como, a seguir, está a chover.
Para mim hoje é Janeiro, está um frio de rachar,
Parece que o mundo inteiro se uniu pr’a me tramar!
Passo horas no café, sem saber para onde ir:
Tudo à volta é tão feio, [que] só me apetece fugir.
Vejo-me à noite ao espelho, o corpo sempre a mudar;
De manhã ouço o conselho que o velho tem pr’a me dar.
A primavera da vida é bonita de viver:
Tão depressa o sol brilha, como a seguir está a chover.
Para mim hoje é Janeiro, está um frio de rachar,
Parece que o mundo inteiro se uniu pr’a me tramar!
Vou
por aí, às escondidas,
A
espreitar às janelas,
Perdido
nas avenidas
E
achado nas vielas.
Mãe,
o meu primeiro amor
Foi
um trapézio sem rede;
Sai
da frente, por favor,
[Que]
estou entre a espada e a parede.
Não
vês como isto é duro:
Ser
jovem não é um posto,
Ter
de encarar o futuro
Com
borbulhas no rosto.
Porque
é que tudo é incerto?
Não
pode ser ser sempre assim.
Se
não fosse o Rock and Roll,
O
que seria de mim?
A primavera da vida é bonita de viver:
Tão depressa o sol brilha como, a seguir, está a chover.
Para mim hoje é Janeiro, está um frio de rachar;
Parece que o mundo inteiro se uniu pr’a me tramar!
Não
há estrelas no céu,
estrelas
no céu,
....
TPC — Lê a ficha do Caderno de atividades sobre orações (27, Coordenação e subordinação),
cuja versão corrigida porei em Gaveta de
Nuvens.
Aula 55-56 (4 [9.ª], 6/dez [3.ª, 4.ª, 5.ª]) Vai lendo
o texto na p. 87 — uma apreciação crítica a filme cujo início veremos a seguir
—, circundando a melhor alínea de cada item. (Não uses, por favor, outras
páginas do manual nem quaisquer outros elementos.)
O
primeiro parágrafo veicula informação
a)
correta, porque é verdade que o filme em exibição se intitula Livro do Desassossego.
b)
incorreta, porque o filme exibido era o Filme
do Desassossego.
c)
pouco clara, porque, podendo estar a referir-se o livro, parece que Livro do Desassossego seria o título do
filme.
d)
correta, porque «Livro do Desassossego»,
no contexto em que está, só pode reportar-se ao livro.
Em
termos aspetuais e temporais, a l. 1 do texto tem valor
a)
perfetivo e de anterioridade.
b)
iterativo e de posterioridade.
c)
perfetivo e de simultaneidade.
d)
imperfetivo e de anterioridade.
As
aspas em «infilmável» (l. 6) visam assinalar que
a)
se trata de citação de outrem.
b)
a palavra não deve ser tomada em sentido conotativo.
c)
estamos perante um neologismo (ou, pelo menos, palavra, digamos, criativa).
d)
há ironia.
«usa
e abusa do ponto de fuga e do lado mais forte do ecrã» (12-13) é
a)
elogioso.
b)
pejorativo.
c)
irónico.
d)
imperativo.
A
função sintática de «que» (l. 11) é a de
a)
modificador apositivo do nome.
b)
modificador restritivo do nome.
c)
sujeito.
d)
complemento direto.
«Se
a nível plástico o Filme do Desassossego
se revela intenso» (l. 19) desempenha a função sintática de
a)
modificador do grupo verbal.
b)
modificador de frase.
c)
sujeito.
d)
complemento oblíquo.
As
aspas que delimitam «narrativo» (l. 19) pretender marcar que a palavra é usada
a)
conotativamente.
b)
denotativamente.
c)
enquanto citação.
d)
literalmente.
Pelo
primeiro período do terceiro parágrafo se percebe que o recensor do filme
a)
considera mais bem resolvidos os aspetos de intensidade do que os dramáticos.
b)
valoriza cirurgias plásticas e a contribuição da figura dos atores para a intensidade
da obra.
c)
assinala a dificuldade criada pela falta de enredo do original, que julga bem
ultrapassada.
d)
elogia aspetos estéticos, critica soluções ao nível da história propriamente
dita.
Em
termos aspetuais, «estar a trabalhar» (l. 20) tem valor
a)
habitual.
b)
perfetivo.
c)
imperfetivo.
d)
genérico.
Nas
linhas 21-25, Antero Eduardo Monteiro salienta
a)
a dificuldade em digerir, em cinema, o que, por escrito, permite receção bem
sucedida.
b)
que o discurso do Livro do Desassossego
é verborreico, não conseguimos segui-lo.
c)
permitirem os registos de Bernardo Soares reflexão e absorção.
d)
o caráter episódico de que se reveste o texto do Livro do Desassossego.
Na
l. 23,
a)
falta uma vírgula a seguir ao travessão (e antes do «e»).
b)
deveria haver uma vírgula em vez do travessão.
c)
não há problemas claros de pontuação
d)
deveria haver vírgula a seguir ao «e».
Em
«tornar a “história” episódica» (l. 25), «a “história”» e «episódica» são,
respetivamente,
a)
complemento direto e modificador restritivo do nome.
b)
complemento oblíquo e modificador restritivo do nome.
c)
complemento direto e predicativo do complemento direto.
d)
sujeito e complemento do nome.
«Um
pouco mais longo do que o ideal» (ll. 25-26) é
a)
uma oração subordinada adverbial comparativa.
b)
modificador do grupo verbal.
c)
modificador apositivo do nome.
d)
modificador de frase.
Segundo
as três últimas linhas do penúltimo parágrafo, o cenário
a)
alude à época em que viveu Pessoa mas mistura-a com elementos atuais.
b)
evoca o início do século XX e inclui objetos seus contemporâneos.
c)
é intemporal.
d)
integra intemporais cocós de cão.
«cuja»
(l. 27) tem como referente
a)
«Cláudio Silva».
b)
«protagonista».
c)
«uma ótima interpretação».
d)
concentração absoluta.
«na
mente de Bernardo Soares e nas suas deambulações por uma Lisboa [até «obra»]»
(ll. 28-29) desempenha a função de
a)
complemento oblíquo.
b)
modificador do grupo verbal.
c)
modificador de frase.
d)
predicado.
A
oração inicial do último parágrafo (a partir da l. 31) é
a)
subordinada adverbial temporal.
b)
subordinada adverbial consecutiva.
c)
coordenada adversativa.
d)
subordinada adverbial concessiva.
Nas
linhas finais (38-41), o recenseador considera que João Botelho
a)
não foi capaz de traduzir em filme o génio de Pessoa embora mostrasse
proficiência em termos técnicos.
b)
ofuscou (involuntariamente ou não) o texto pessoano, dadas insuficiências na
arte cinematográfica.
c)
é excessivo na celebração do génio de Pessoa, acabando, assim, por, não
intencionalmente, o desvalorizar.
d)
é exagerado na exibição da técnica cinematográfica, pelo que acaba por ofuscar
a essência do génio de Pessoa.
«pelo
talento do seu realizador» (ll. 40-41) desmpenha a função de
a)
complemento agente da passiva.
b)
complemento oblíquo.
c)
sujeito.
d)
complemento direto.
«que esta fosse a intenção
de João Botelho» (l. 41) é uma oração
a) subordinada substantiva
relativa.
b) subordinada substantiva
completiva.
c) subordinada adjetiva
relativa restritiva.
d) subordinada adjetiva
relativa explicativa.
Segundo o que
nos é dito no Filme do Desassossego,
de João Botelho, junto do poema de Fernando
Pessoa que copio em baixo estaria o apontamento que teria inspirado o Livro do Desassossego. Procura
transcrever o poema de Pessoa (ortónimo):
__________________
________________________________
________________________________
________________________________
________________________________
________________________________
________________________________
________________________________
________________________________
E
é verdade que, nessa folha, à direita, está escrito «O titulo | Desassocego»
(uso a ortografia de Pessoa), que poderia ter que ver com o surgimento da ideia
do LdoD, que começa efetivamente por
esta época.
Relaciona
o poema — que veremos entretanto em versão limpa — com alguma (ou várias) das
linhas temáticas que usámos para estudar o ortónimo. Cita o texto. (Nas pp.
32-33 do manual tens uma súmula dos temas por que é costume classificar a
poesia ortónima.)
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Como alguém já disse, Álvaro de Campos é o
«duplo extrovertido de Pessoa». Estas características
encontram-se quer em poemas de Campos quer em textos ortónimos:
Atitude de autoanálise
Tédio existencial
Inadaptação à vida
Evocação nostálgica da
infância
Associação da
inconsciência à felicidade
Oposição sonho-realidade
Dor de pensar
Na coluna à direita dos versos de «Tabacaria», escreve a
característica que cada um deles pode ilustrar (vá lá, não escrevas
abreviadamente, escreve por extenso):
Versos de
«Tabacaria»
|
Motivos
Campos & Ortónimo
|
«Não sou nada. / Nunca serei nada. / Não posso
querer ser nada.» (vv. 1-3)
|
Tédio existencial
|
«Olha que não há mais metafísica no mundo senão
chocolates. / Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria»
(vv. 46-47)
|
|
«Que sei eu do que serei, eu que não sei o que
sou? / Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa!» (vv. 33-34)
|
|
«Fiz de mim o que não soube, / E o que podia
fazer de mim não o fiz» (vv. 59-60)
|
|
«Falhei em tudo. / Como não fiz propósito
nenhum, talvez tudo fosse nada» (vv. 25-26)
|
|
«Come chocolates, pequena» (v. 44)
|
|
«À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do
mundo» (v. 4)
|
|
«Estou hoje vencido, como se soubesse a
verdade.» (v. 14)
|
|
«Não, não creio em mim» (v. 40)
|
|
«Se eu casasse com a filha da minha lavadeira /
Talvez fosse feliz» (vv. 92-93)
|
|
«Estou hoje dividido entre a lealdade que devo /
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora, / E à sensação de
que tudo é sonho, como coisa real por dentro» (vv. 22-24)
|
|
«Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que
é de folhas de estanho, / Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida»
(vv. 50-51)
|
|
«Deito tudo para o chão, como tenho deitado a
vida» (v. 51)
|
|
«Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade
com que comes» (v. 49)
|
TPC — Vê as seguintes fichas, já corrigidas,
do Caderno de atividades: 24, Complemento do nome; 26, Complemento doadjetivo; 23, Modificador do nome: restritivo e apositivo.
Aula 57-58 (5 [9.ª], 9 [3.ª, 5.ª], 10/dez [4.ª]) Correção
de redação «deambulatória» e alfabética.
Mais uns exercícios tirados de Alexandre
Dias Pinto, Carlota Miranda, Patrícia Nunes, Caderno de Atividades. Português. 12.º ano, Carnaxide, Santillana,
2012.
Assinala a hipótese correta em cada item:
Na frase «Limpámos a casa, arrumámos
os quartos e fizemos o
jantar.», a oração destacada classifica-se como...
oração coordenada
assindética. || oração coordenada copulativa. || oração coordenada disjuntiva.
|| oração coordenada conclusiva.
Na frase «Choveu tanto que o
telhado da casa abateu.»,
a oração destacada classifica-se como...
oração
subordinada substantiva completiva. || oração subordinada adjetiva relativa
restritiva. || oração subordinada adverbial causal. || oração subordinada
adverbial consecutiva.
Na frase «Caso o projeto seja
aprovado, iniciaremos o
trabalho no próximo mês.», a oração destacada classifica-se como...
oração subordinada
adverbial consecutiva. || oração subordinada adverbial concessiva. || oração
subordinada adverbial causal. || oração subordinada adverbial condicional.
Na frase «Os animais que nasceram recentemente no Jardim
Zoológico atraíram muitos visitantes.», a oração destacada classifica-se como...
oração subordinante. ||
oração subordinada adjetiva relativa restritiva. || oração subordinada adjetiva
relativa explicativa. || oração coordenada.
Na frase «Ele fala melhor do
que escreve.», a oração
destacada classifica-se como...
oração
subordinada substantiva completiva. || oração subordinada adverbial concessiva.
|| oração subordinada adverbial consecutiva. || oração subordinada adverbial comparativa.
Na frase «Enquanto víamos o filme, comíamos pipocas.», a oração destacada
dassifica-se como...
oração subordinante. ||
oração subordinada adverbial causal. || oração subordinada adverbial temporal.
|| oração subordinada adverbial concessiva.
Na frase «Este quadro é o mais bonito, portanto
vou levá-lo.», a oração
destacada classifica-se como...
oração coordenada
explicativa. || oração subordinada adverbial causal. || oração subordinada
adverbial consecutiva. || oração coordenada conclusiva.
Na frase «O livro cujo
autor foi premiado está
à venda nesta livraria.», a oração destacada classifica-se como...
oração
subordinada adjetiva relativa explicativa. || oração subordinada adjetiva
relativa restritiva. || oração subordinada substantiva relativa. || oração
subordinada substantiva completiva.
Delimita e classifica as
orações das frases que se seguem.
Dado que a exposição é
muito interessante, amanhã visitaremos o museu.
Ele considera que este texto é muito atual.
Ele deparou com vários obstáculos ao longo do
caminho, contudo nunca desistiu.
Embora não o conheça pessoalmente, julgo que é
um bom profissional.
A ginasta esforçou-se tanto que conseguiu vencer
a prova.
Assim que a campainha tocou, abri a porta.
Entrei no carro, pus a chave na ignição e liguei
os faróis.
A professora deu instruções
detalhadas, a fim de que os alunos não tivessem dúvidas na realização do
trabalho.
Do Caderno
de Atividades. Português. 11.º ano (Carnaxide, Santillana, 2011):
Liga as afirmações da coluna A às
hipóteses da coluna B que lhes correspondam:
Lê «Amo, pelas tardes demoradas de verão» (p. 83), fragmento
do Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa-Bernardo Soares.
Escreverás
um texto com o mesmo incipit (começo)
— «Amo, pelas tardes demoradas de verão,» — que terá etapas equivalentes às do fragmento
que leste:
Num primeiro
parágrafo, o teu narrador-sujeito começará por referir o espaço — incluindo
topónimo(s) — e passará depois a uma autoanálise, regressando ao espaço físico
para encontrar as implicações em si mesmo. (Tudo isto segue a mesma estratégia
usada nas ll. 1-9 do fragmento do LdoD.
Vai lendo, portanto.)
O teu segundo
parágrafo corresponderá aos segundo e terceiro parágrafos da p. 83 (ll.
10-23), com o «eu» a comparar-se com o espaço, a refletir sobre si próprio, mas
também a reparar em alguns pormenores do cenário (cfr. elétrico e voz do apregoador).
Haverá depois um terceiro parágrafo, que deve começar com «Passam» (cfr. ll. 24-30), em que o teu «eu»
descreverá outros ocupantes do espaço em causa, como sucede no quarto parágrafo
do texto de Pessoa/Soares.
Finalmente, o último parágrafo do teu texto será a simples cópia do último
parágrafo de Bernardo Soares/Fernando Pessoa (ll. 31-33).
Texto
deve ter estilo, ora introspetivo
ora atento à paisagem/cenário, idêntico ao do original. «Etapas» serão também semelhantes, embora segundo e terceiro parágrafos
originais deem lugar a um só. Espaço,
tempo, psicologia serão tuas (aliás, do «eu» do século XXI que adotares).
Amo,
pelas tardes demoradas de verão, . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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TPC — [Para quem queira que o seu conto seja enviado ao Correntes d’escritas (e era interessante
enviarmos bastantes textos)]: traz-me, ao longo da semana 9-13/dez, fotocópia do cartão de cidadão. (Queria
evitar estar eu a receber as cópias do CC por mail e a imprimi-las, porque esse
processo, repetido por muitos, acabaria por ser demorado.) Segundo o
regulamento, os concorrentes não podem ter mais de dezoito anos, o que significa
que não poderei enviar textos de quem já tenha dezanove.
Aula 59-59R (9 [9.ª], 10 [5.ª], 11/dez [4.ª, 3.ª]) Correção
de questionário sobre apreciação crítica de Filme
do Desassossego (cfr. Apresentação).
Em Amor
de Perdição, o obstáculo à paixão do jovem par amoroso (Simão e Teresa) é,
como em Romeu e Julieta, de
Shakespeare, o ódio entre as famílias dos pais. Na série 1986, criada por Nuno Markl, o namoro Tiago-Marta é prejudicado
pelo ódio entre o pai de Tiago (comunista) e o pai de Marta (apoiante de
Freitas do Amaral). Em «Famílias desavindas», de Mário de Carvalho, o desfecho
parece resolver um ódio de gerações. Começa por ler este passo de Amor de Perdição, de Camilo
Castelo Branco:
D. Rita
pasmava da transformação, e o marido, bem convencido dela, ao fim de cinco
meses, consentiu que seu filho lhe dirigisse a palavra.
Simão Botelho amava. Aí está
uma palavra única, explicando o que parecia absurda reforma aos dezassete anos.
Amava Simão uma sua
vizinha, menina de quinze anos, rica herdeira, regularmente bonita e
bem-nascida. Da janela do seu quarto é que ele a vira a primeira vez, para amá-la
sempre. Não ficara ela incólume da ferida que fizera no coração do vizinho:
amou-o também, e com mais seriedade que a usual nos seus anos.
Os poetas cansam-nos a
paciência a falarem do amor da mulher aos quinze anos, como paixão perigosa,
única e inflexível. Alguns prosadores de romances dizem o mesmo. Enganam-se
ambos. O amor aos quinze anos é uma brincadeira; é a última manifestação do
amor às bonecas; é tentativa da avezinha que ensaia o voo fora do ninho, sempre
com os olhos fitos na ave-mãe, que está da fronde próxima chamando: tanto sabe
a primeira o que é amar muito, como a segunda o que é voar para longe.
Teresa de Albuquerque
devia ser, porventura, uma exceção no seu amor.
O magistrado e sua
família eram odiosos ao pai de Teresa, por motivos de litígios, em que Domingos
Botelho lhes deu sentenças contra. Afora isso, ainda no ano anterior dois
criados de Tadeu de Albuquerque tinham sido feridos na celebrada pancadaria da
fonte. É, pois, evidente que o amor de Teresa, declinando de si o dever de obtemperar
e sacrificar-se ao justo azedume de seu pai, era verdadeiro e forte.
E este amor era
singularmente discreto e cauteloso. Viram-se e falaram-se três meses, sem darem
rebate à vizinhança, e nem sequer suspeitas às duas famílias. O destino que
ambos se prometiam era o mais honesto: ele ia formar-se para poder sustentá-la,
se não tivessem outros recursos; ela esperava que seu velho pai falecesse para,
senhora sua, lhe dar, com o coração, o seu grande património. Espanta discrição
tamanha na índole de Simão Botelho, e na presumível ignorância de Teresa em
coisas materiais da vida, como são um património!
Na véspera da sua ida
para Coimbra, estava Simão Botelho despedindo-se da suspirosa menina, quando
subitamente ela foi arrancada da janela. O alucinado moço ouviu gemidos daquela
voz que, um momento antes, soluçava comovida por lágrimas de saudade.
Ferveu-lhe o sangue na cabeça; contorceu-se no seu quarto como o tigre contra
as grades inflexíveis da jaula. Teve tentações de se matar, na impotência de
socorrê-la. As restantes horas daquela noite passou-as em raivas e projectos de
vingança. Com o amanhecer esfriou-lhe o sangue e renasceu a esperança com os
cálculos.
Camilo Castelo Branco, Amor
de Perdição, cap. II (trecho)
Aproveitando o
teu conhecimento de Amor de Perdição, o próprio passo que leste agora, e
uma ou várias das outras obras a que aludi em cima, trata do problema da
difícil coexistência de questões de honra familiar e feitio dos heróis
românticos. A tinta.
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Nas pp. 63, 67, 69 estão sintetizados os Valores
temporais, aspetuais, modais. Para as categorias tempo, aspeto, modo (modalidade)
concorrem a flexão, os verbos auxiliares, informação lexical, advérbios e
grupos preposicionais:
valores temporais: anterioridade («passado»), simultaneidade
(«presente»), posterioridade («futuro»);
valores aspetuais: perfetivo, imperfetivo, habitual, iterativo e
o «não-aspeto» genérico;
valores modais: de apreciação (modalidade apreciativa), de
permissão/obrigação (modalidade deôntica), de probabilidade-certeza (modalidade
epistémica)
Nas quadrículas, destaquei as expressões
que conferem alguns dos valores citados. Preencherás a lacuna com o valor que
esteja em causa, como fiz na primeira frase.
Classifica
as orações sublinhadas (com espaço para tal à direita):
TPC — Se não o fizeste ao longo do período,
revê agora assuntos de gramática (marquei no blogue, a azul e a amarelo,
recursos úteis, mas admito que também se possa fazer idêntica revisão através
do manual ou das nossas folhas).
Aula 60-61 ([aula só da turma 9.ª:] 11/dez) Resolve as correspondências de Gramática no texto, 1. (p. 86):
1 = ___
2 = ___
3 = ___
4 = ___
5 = ___
6 = ___
Resolve o ponto
2:
a. ______
b. ______
Vamos rever, ou
ver pela primeira vez, cenas de A vida
secreta dos nossos bichos-2, que, quanto a mim, podem ser relacionadas com
certas características do Pessoa ortónimo, Alberto Caeiro, Álvaro
de Campos, Ricardo Reis. Escreve ao lado da indicação do momento do
filme um comentário que estabeleça essa associação.
Indica a função sintática das
expressões sublinhadas. Fizemos este exercício no 10.º ano, mas acrescentei
agora funções que evitara nessa altura. Só tens de preencher a coluna da
direita (a do meio serve apenas para lembrar elementos úteis ao teu raciocínio).
Frase (em geral de Último a sair)
|
A ter em atenção
|
Função sintática
|
Ó pessoal, podem vir até aqui?
|
||
Ó pessoal, podem
vir até aqui?
|
* que fazem eles
até aqui?
|
|
Antes que
expluda, é melhor falarmos entre todos.
|
oração adverbial
temporal
|
|
Antes que
expluda, é melhor falarmos entre todos.
|
||
Basicamente, é isto.
|
* É basicamente
que é isto
|
|
Vocês acham
normal terem-me nomeado?
|
acham normal isso
|
|
Vocês acham normal
terem-me nomeado?
|
cfr. verbo transitivo-predicativo
|
|
terem-me
nomeado
|
terem-na /*
terem-lhe
|
|
Limpo esta
merda todas as semanas.
|
Limpo-a
|
|
Limpo esta merda
todas as semanas.
|
Que faço todas as semanas?
|
|
Limpo a merda que
vocês deixam espalhada na cozinha.
|
«que» = ‘a
merda’, ‘a qual’
|
|
Trato das plantas.
|
||
Estou-te a
perguntar se és tu que vais limpar tudo isto.
|
||
Vê se te
acalmas.
|
se o acalmas / * se lhe acalmas
|
|
Deixa o Bruno
em paz.
|
||
Olha a gaja que
fala com as árvores.
|
oração adjetiva relativa restritiva
|
|
Olha a gaja que
fala com as árvores.
|
||
Ai, coitadinha,
que eu sou tão especial.
|
cfr. verbo
copulativo
|
|
Vou mostrar ao
mundo a verdadeira Luciana.
|
Vou mostrar-lhe
|
|
Olha, filha,
verdadeiro é isto.
|
cfr. «verdadeiras
são estas»
|
|
Pensas que
vens aqui falar assim para as pessoas.
|
= isso / substantiva completiva
|
|
Sónia, gostas de
partir pratos?
|
* Que faz ela de partir pratos? Gosta
|
|
Débora e
Luciana, que são ambas tripeiras, discutem.
|
||
Por causa da nomeação de Débora gerou-se grande discussão.
|
||
Por causa da nomeação de Débora gerou-se grande discussão.
|
||
— O Roberto
uniu-nos — disseram Débora e Rui.
|
||
— Os quartos e a casa de banho foram limpos por mim.
|
||
A Susana também
é capaz de partir de pratos.
|
||
A mãe da Luciana
não a educou assim.
|
||
Débora não fez
sequer uma queixa dos colegas.
|
Classifica
as orações
sublinhadas (a propósito de trecho de Último
a sair).
Foi um momento chocante, teve a entrada do INEM, porque a situação
estava complicada.
Vou fazer uma cena
que ainda não mostrei a ninguém.
É um salto muito
complicado, mas tens de o ver.
Quero que dês
um mortal e que te partas todo.
Quero que dês um mortal e que te partas todo.
Se te partisses
todo, deixavas-me em paz.
Vês o mortal ou
não vês o mortal.
É um mortal que
eu vi num filme.
A produção já
contactou o 112 e o Inem está a chegar à casa.
Nuno Lopes
perguntou se não o queriam no programa.
Não tenho trabalho
até setembro, portanto faço aí umas macacadas.
Nuno Lopes entrará
na casa, pois Bruno Nogueira partiu a perna.
Mal saia Bruno, entrará Nuno.
Como Sónia não lhe
ligava, Bruno fez um mortal.
Para que voltes a
falar comigo, é preciso o quê?
Bruno quer Sónia, embora
esta pouco lhe ligue.
Nuno Lopes
representa tão bem como canta Luciana Abreu.
Bruno Nogueira, que
é também o argumentista, partiu a perna.
Saltou tão mal que
partiu a perna.
Quem se porta mal
na casa recebe más votações.
Classifica as orações sublinhadas:
Amar
pelos dois
(Luísa Sobral; interpret.:
Salvador Sobral)
Se um dia alguém perguntar por mim,
Diz que vivi
para te amar.
Antes de ti, só existi
Cansado e sem nada
para dar.
Meu bem, ouve as
minhas preces:
Peço que
regresses, que me voltes a querer.
Eu sei que não se ama
sozinho,
Talvez devagarinho
possas voltar a aprender.
Meu bem, ouve as minhas
preces:
Peço que regresses,
que me voltes a querer.
Eu sei que não se
ama sozinho,
Talvez devagarinho
possas voltar a aprender.
Se o teu coração não
quiser ceder,
[Se] Não sentir
paixão, [Se] não quiser sofrer
Sem fazer planos do
que virá depois,
O meu coração pode amar pelos dois.
Aula 62-63 (12 [9.ª], 13 [3.ª, 4.ª, 5.ª])
Questionário de gramática (versão com mercados a
enervarem-se)
Classifica
quanto ao valor aspetual.
Lá vamos, cantando e rindo.
|
Classifica
as orações sublinhadas. Escreve os termos completos, como os fomos usando em
aula, sem abreviar (mas não ponhas «oração»).
Mal os britânicos votaram a
saída da Comunidade,
os mercados
enervaram-se.
|
|
É um fulano tão porreiro, que todos gostam
bué dele.
|
|
Li o livro de José Saramago, estudei Pessoa,
portanto tive ótimas notas.
|
|
A edição do Livro do Desassossego que prefiro é a de Pizarro.
|
|
Compro-te o Nenuco, para que berres menos.
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|
Quem tem medo compra um Max.
|
|
Perguntei ao Pessoa se escrevera o Antinous.
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|
Ainda que tenhas zero neste exercício, dou-te um vinte no
final do período.
|
Indica
a função sintática dos segmentos sublinhados. Escreve os termos completos, como
os fomos usando em aula, e evitando abreviar.
Pessoa ortónimo desconfiava
dos que raciocinam.
|
|
Campos era o psicanalista que o
ortónimo não tinha.
|
|
Campos declara que não é nada.
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|
Com inteligência, não vamos responder
«modificador de frase».
|
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Max, que se coçava constantemente, foi
ao veterinário.
|
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Na Pedro, na sexta-feira acaba já o período.
|
|
Bloom considerou Pessoa um dos maiores
poetas do século XX.
|
|
Se Gidget não sonhasse, não teria perdido
Zum-Zum.
|
|
A lavadeira cumprimentou-te bem, ó
Esteves!
|
Outro questionário de gramática (versão com Pessoa a beber
aguardente)
Classifica
quanto ao valor aspetual.
Gidget perdeu há pouco Zum-Zum.
|
Classifica
as orações sublinhadas. Escreve os termos completos, como os fomos usando em
aula, sem abreviar (mas não ponhas «oração»).
Pessoa bebia bastante, gostava de
aguardente,
mas nunca o viram bêbado. |
|
Estudaste de tal maneira, que
vais ter vinte e um valores.
|
|
Embora morresse relativamente cedo,
Pessoa deixou vinte e sete mil papéis. |
|
O Livro
do Desassossego, que é atribuído a Bernardo Soares, é um monte de
fragmentos.
|
|
Como te portaste bem, levo-te a ver o Joker.
|
|
A dona de Max garantiu-lhe que o
veterinário era competente.
|
|
Quem semeia ventos colhe tempestades.
|
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Enquanto o diabo esfrega um olho, respondeste a todas
as orações.
|
Indica
a função sintática dos segmentos sublinhados. Escreve os termos completos, como
os fomos usando em aula, e evitando abreviar.
Caeiro pergunta-nos se os sentidos são tudo.
|
|
Decifrei o manuscrito que Pessoa nos
deixou.
|
|
Vinha de muitos cofres o dinheiro de
Sócrates.
|
|
Vamos pela autoestrada, porque somos como
Campos.
|
|
A lavadeira que o Esteves pretendia
lavava-se pouco.
|
|
Os alunos sabem que esta
quarta regressam as férias.
|
|
Acho o Pizzi — jogador do Benfica — muito
injustiçado.
|
|
— A nossa dona abraça-nos
constantemente — disseram Duke e Max.
|
|
Com efeito, Ricardo Reis é o mais antipático.
|
Outro
questionário de gramática (versão contigo a cantares bem, mas sem me alegrares)
Classifica
quanto ao valor aspetual.
Os nossos clientes desistiram da queixa.
|
Classifica
as orações sublinhadas. Escreve os termos completos, como os fomos usando em
aula, sem abreviar (mas não ponhas «oração»).
Conquanto cantes bem,
não me alegras.
|
|
Sempre que o Bruno
Fernandes não joga,
o Sporting perde. |
|
Pessoa fingia tão completamente, que
chegava a fingir a verdade.
|
|
Leremos Saramago, pensaremos
em trabalho sobre Pessoa, pois as férias
serão longas.
|
|
Os Capuleto e os Montecchio tinham um ódio que
impediu a felicidade de Romeu e de Julieta.
|
|
A fim de que Simão tivesse dinheiro, Mariana deu uma bolsa
a João da Cruz.
|
|
Quem tem boca vai ao Café Império.
|
|
Domingos Botelho perguntou a Simão se
aceitava esquecer Teresa.
|
Indica
a função sintática dos segmentos sublinhados. Escreve os termos completos, como
os fomos usando em aula, e evitando abreviar.
Se o cão Galo fosse um galo, chamar-se-ia Cão.
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|
Com nostalgia, Pessoa e Campos recordam-se da
infância.
|
|
Caeiro vivia com uma tia velha, que a
Tia Albertina conhecia muito bem.
|
|
Campos diz-nos que já não festejavam o seu
aniversário.
|
|
Neste trabalho,
faltam os valores temporais e modais.
|
|
Max, que se preocupava imenso com Liam,
mantinha-se vigilante.
|
|
Na época natalícia surge o bacalhau.
|
|
Vasco Graça Moura julgava exagerado o
culto de Pessoa.
|
|
Desprezo-te por seres quem és.
|
Outro questionário de gramática (versão com Max a coçar-se)
Classifica
quanto ao valor aspetual.
Estou a ler um livro delicioso.
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Classifica
as orações sublinhadas. Escreve os termos completos, como os fomos usando em
aula, sem abreviar (mas não ponhas «oração»).
Lamento que Max se coce tanto.
|
|
Pessoa era bilingue, interessava-se por
tudo,
mas pouco viajou em adulto. |
|
Sabes tanta gramática, que dói.
|
|
Se bem que exercesse ainda a advocacia,
Mário de Carvalho já escrevia. |
|
Mensagem, que Pessoa coligiu
para um concurso, foi o único livro publicado pelo poeta.
|
|
Há edições de Pessoa diferentes, visto que
a decifração dos textos não é fácil.
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|
Quem compra quer desdenhar.
|
|
Antes que ponhas «subordinada adverbial final» por ser a última
oração, pensa duas vezes.
|
Indica
a função sintática dos segmentos sublinhados. Escreve os termos completos, como
os fomos usando em aula, e evitando abreviar.
Realmente, o Sporting de Varandas é um caos.
|
|
O jovem Campos pergunta se o ópio é de boa
qualidade.
|
|
Era metafórico o rebanho que Caeiro
guardava.
|
|
Caeiro desistira dos estudos por
preferir os sentidos.
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|
Quando Lídia nos fala, Reis desenlaça as
mãos.
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A pequena que comia chocolates tem os
dentes podres.
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|
Dia vinte e dois de dezembro chega o
inverno.
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Nomearam Fernão Lopes guarda-mor da Torre
do Tombo.
|
|
Tadeu de Albuquerque odeia-nos, porque
nós somos amigos do Simão da turma 2.ª.
|
Escreve a referência bibliográfica do livro
que leste para efeitos de Projeto de
leitura (pelo menos: Autor, Título). Acrescenta se o leste
efetivamente todo (se não o leste integralmente, diz o que leste ou o que
faltou; se se tratar de livro de contos, diz quantos textos conheces e quantos
ficaram por ler). A lista dos livros do Projeto de Leitura está na p. 6
do manual.
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Se for caso disso, escreve a referência de
outros livros que tivesses lido nestes poucos meses, também com estatuto de
livros «literários» (mesmo sem serem dos do Projeto de leitura).
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[O que se segue não é para escreveres em
quantidade, a fazer exibição de pormenores; é para escreveres em qualidade,
selecionando a informação a transmitir e redigindo com elegância.]
Relativamente à obra que indicaste em primeiro
lugar, se se tratar de uma narrativa única (romance passional, romance
de aventura, memórias, novela policial, saga de família, etc.), escreve
parágrafo que a situe no tempo, no espaço, no tipo de sociedade
em que a intriga se desenvolve. No fundo, tratar-se-á de indicar o contexto,
ou contextos, que servem de cenário à ação. Se leste um livro de contos,
pode acontecer haver espaço ou tempo ou meios sociais coincidentes nas várias
narrativas, o que te permitirá abordagem semelhante à que indiquei. Se não for
assim, escolhe dois dos contos e contrasta as diferenças de «cenários».
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Destaca uma personagem (que pode ser, ou não,
o protagonista). Pode entrar no teu comentário menção dos seus objetivos,
idiossincrasias, antagonistas (os que se lhe opõem); é personagem-tipo (de quê)
ou mais «redonda»?; tem caráter simbólico?, etc. Não pretendas responder a
estas «perguntas» (são ideias de linhas que poderás integrar na tua abordagem).
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Relaciona o título com a obra. Muitas vezes,
tratar-se-á de título conotativo e, nesse caso, há pretexto para raciocinares
acerca do que o autor pretende inculcar ou para justificares o título em função
do resto do livro. Também podes sugerir um novo título, explicando a tua
escolha (sobretudo, se se esgotar facilmente a matéria anterior). No caso de
livros de contos, pode o título ser genérico — e abordá-lo-ás do mesmo modo —
ou pode ter-se adotado como título da obra o título de um dos contos (se
tiveres lido o conto em causa, escreverás sobre ele).
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Pondo-te no papel de um aconselhador de
leituras — professor, bibliotecário, recenseador em jornal —, indica pontos
favoráveis à escolha do livro e aspetos que dificultam que se goste dele. Evita
apreciações banais, procura mostrar que conheces características da obra.
Ponto(s) forte(s): . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Aspeto(s) que desfavorece(m) o livro: . . . .
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Aula 64-65 (16 [3.ª, 5.ª, 9.ª], 17/dez [4.ª]) Sobre
apreciações críticas a livros feitas na aula anterior.
Soluções do questionário de gramática
Versão
com mercados a enervarem-se
Lá
vamos, cantando e rindo.
|
imperfetivo
|
Mal os britânicos votaram a saída da Comunidade,
os mercados enervaram-se.
|
subordinada
adverbial temporal
|
subordinante
|
|
É um fulano tão porreiro, que todos gostam bué dele.
|
subordinada
adverbial consecutiva
|
Li o
livro de José Saramago, estudei Pessoa, portanto
tive ótimas notas.
|
coordenada
assindética
|
coordenada
conclusiva
|
|
A edição do Livro
do Desassossego que prefiro é a de Pizarro.
|
subordinada
adjetiva relativa restritiva
|
Compro-te
o Nenuco, para que berres menos.
|
subordinada
adverbial final
|
Quem
tem medo compra um Max.
|
subordinada
substantiva relativa
|
Perguntei
ao Pessoa se escrevera o Antinous.
|
subordinada
substantiva completiva
|
Ainda que tenhas zero neste exercício, dou-te um vinte no final do período.
|
subordinada
adverbial concessiva
|
Pessoa ortónimo desconfiava dos que raciocinam.
|
complemento
oblíquo
|
Campos era o psicanalista que o ortónimo não
tinha.
|
complemento
direto
|
Campos declara
que não é nada.
|
complemento
direto
|
Com inteligência, não vamos
responder «modificador de frase».
|
modificador
do grupo verbal
|
Max, que se coçava constantemente, foi ao
veterinário.
|
modificador
apositivo do nome
|
Na
Pedro, na sexta-feira acaba já o período.
|
sujeito
|
Bloom considerou Pessoa um dos maiores poetas do
século XX.
|
predicativo
do complemento direto
|
Se Gidget não sonhasse, não
teria perdido Zum-Zum.
|
modificador
de frase
|
A
lavadeira cumprimentou-te bem, ó Esteves!
|
complemento
direto
|
Versão com Pessoa a beber aguardente
Gidget
perdeu há pouco Zum-Zum.
|
perfetivo
|
Pessoa
bebia bastante, gostava de aguardente,
mas nunca o viram bêbado. |
coordenada
assindética
|
coordenada
adversativa
|
|
Estudaste de tal maneira, que vais ter vinte e um
valores.
|
subordinada
adverbial consecutiva
|
Embora
morresse relativamente cedo,
Pessoa deixou vinte e sete mil papéis. |
subordinada
adverbial concessiva
|
subordinante
|
|
O LdoD, que
é atribuído a Bernardo Soares, é um monte de fragmentos.
|
subordinada
adjetiva relativa explicativa
|
Como te
portaste bem, levo-te a ver o Joker.
|
subordinada
adverbial causal
|
A dona de Max garantiu-lhe que o veterinário era
competente.
|
subordinada
substantiva completiva
|
Quem
semeia ventos colhe tempestades.
|
subordinada
substantiva relativa
|
Enquanto o diabo esfrega um olho, respondeste a todas as orações.
|
subordinada
adverbial temporal
|
Caeiro
pergunta-nos se os sentidos são tudo.
|
complemento
direto
|
Decifrei
o manuscrito que Pessoa nos deixou.
|
complemento
direto
|
Vinha de
muitos cofres o dinheiro de Sócrates.
|
complemento
oblíquo
|
Vamos pela autoestrada, porque somos como Campos.
|
modificador
do grupo verbal
|
A lavadeira que o Esteves pretendia lavava-se
pouco.
|
modificador
restritivo do nome
|
Os alunos sabem que esta quarta regressam as férias.
|
sujeito
|
Acho o Pizzi — jogador do Benfica — muito injustiçado.
|
predicativo
do complemento direto
|
— A nossa dona abraça-nos constantemente —
disseram Duke e Max.
|
complemento
direto
|
Com
efeito, Ricardo Reis é o mais antipático.
|
modificador
de frase
|
Versão contigo a cantares bem mas a não me alegrares
Os
nossos clientes desistiram da queixa.
|
perfetivo
|
Conquanto cantes bem, não
me alegras.
|
subordinada
adverbial concessiva
|
Sempre que o Bruno Fernandes não joga,
o Sporting perde. |
subordinada
adverbial temporal
|
subordinante
|
|
Pessoa fingia tão completamente, que chegava a fingir
a verdade.
|
subordinada
adverbial consecutiva
|
Leremos Saramago, pensaremos em trabalho sobre Pessoa, pois as férias serão longas.
|
coordenada
assindética
|
coordenada
explicativa
|
|
Os C.apuleto e os Montecchio tinham um ódio que
impediu a felicidade de R e de J.
|
subordinada
adjetiva relativa restritiva
|
A fim de que Simão tivesse dinheiro, Mariana deu uma bolsa a João da Cruz.
|
subordinada
adverbial final
|
Quem
tem boca vai ao Café Império.
|
subordinada
substantiva relativa
|
Domingos Botelho perguntou a Simão se aceitava
esquecer Teresa.
|
subordinada
substantiva completiva
|
Se o
cão Galo fosse um galo, chamar-se-ia Cão.
|
modificador
de frase
|
Com nostalgia, Pessoa e Campos recordam-se da infância.
|
complemento
oblíquo
|
Caeiro vivia com uma tia velha, que a Tia
Albertina conhecia muito bem.
|
complemento
direto
|
Campos diz-nos que já não festejavam o seu aniversário.
|
complemento
direto
|
Neste trabalho, faltam os
valores temporais e modais.
|
modificador
do grupo verbal
|
Max, que se preocupava imenso com Liam,
mantinha-se vigilante.
|
modificador
apositivo do nome
|
Na
época natalícia surge o bacalhau.
|
sujeito
|
Vasco Graça Moura julgava exagerado o culto de
Pessoa.
|
predicativo
do complemento direto
|
Desprezo-te
por seres quem és.
|
complemento
direto
|
Versão com Max a coçar-se
Estou a
ler um livro delicioso.
|
imperfetivo
|
Lamento
que Max se coce tanto.
|
subordinada
substantiva completiva
|
Pessoa era
bilingue, interessava-se por tudo,
mas pouco viajou em adulto. |
coordenada
assindética
|
coordenada
adversativa
|
|
Sabes
tanta gramática, que dói.
|
subordinada
adverbial consecutiva
|
Se bem
que exercesse ainda a advocacia,
Mário de Carvalho já escrevia. |
subordinada
adverbial concessiva
|
subordinante
|
|
Mensagem, que Pessoa coligiu para um concurso, foi o único
livro publicado pelo poeta.
|
subordinada
adjetiva relativa explicativa
|
Há edições de Pessoa diferentes, visto que a
decifração dos textos não é fácil.
|
subordinada
adverbial causal
|
Quem
compra quer desdenhar.
|
subordinada
substantiva relativa
|
Antes que ponhas «subordinada adverbial final» por ser a última oração, pensa duas vezes.
|
subordinada
adverbial temporal
|
Realmente, o
Sporting de Varandas é um caos.
|
modificador
de frase
|
O jovem Campos pergunta se o ópio é de boa qualidade.
|
complemento
direto
|
Era
metafórico o rebanho que Caeiro guardava.
|
complemento
direto
|
Caeiro desistira dos estudos por preferir os
sentidos.
|
complemento
oblíquo
|
Quando
Lídia nos fala, Reis desenlaça as mãos.
|
modificador
do grupo verbal
|
A pequena que comia chocolates tem os dentes
podres.
|
modificador
restritivo do nome
|
Dia vinte
e dois de dezembro chega o inverno.
|
sujeito
|
Nomearam Fernão Lopes guarda-mor da Torre do Tombo.
|
predicativo
do complemento direto
|
Tadeu de Albuquerque odeia-nos, porque nós somos
amigos do Simão da turma 2.ª.
|
complemento
direto
|
1.º período — alguns focos do ensino e da avaliação
(que, porém, não devem ser vistos como parcelas para se chegar a uma média)
(que, porém, não devem ser vistos como parcelas para se chegar a uma média)
[*] — Neste período não
se trabalhou suficientemente a compreensão e a expressão oral (preferimos adiar
um trabalho de gravação e umas tarefa de recitação/leitura expressiva que
prevíramos fazer). Nos próximos períodos, equilibrar-se-á a proporção entre os
vários domínios (escrita, leitura, oral — muitas vezes contíguo do trabalho dito de «educação literária» — e gramática).
[**] — Ainda não devolvo
estes textos, exceto em um caso ou outro.
Deixo aqui alguns conselhos para se melhorar
(infere-se, portanto, que estou a criticar os aspetos que assinalei à esquerda
com xis). Evitarei repeti-los quando falar com cada um, cingindo-me então, se
houver tempo, aos aspetos mais positivos.
1. Não faltar às aulas
(a não ser, é claro, por motivo compreensível).
2. Ser pontual.
3. Fazer as tarefas
pedidas para casa.
4. Focar-se mais no
estudo de gramática, procurando fazer revisão do que não se tenha acompanhado.
Assuntos de gramática podem ser estudados isoladamente (são aliás de índole
diferente uns dos outros), por isso não há que descartar estas matérias só
porque se interiorizou que é difícil. Começa por ler as pp. 8-14 das folhas
anexas ao manual (está aí quase tudo o que é preciso recuperar).
5. Continuar como tens
estado, mas focando-te mais no estudo de gramática.
6. Estar concentrado nos
momentos em que se «explica matéria» ou se dão indicações julgadas úteis (evita
tagarelar nessas alturas).
7. Ler os livros pedidos
(uma das obras a ler proximamente é O ano
da morte de Ricardo Reis, de José Saramago).
8. Ler livros, o que me
parece ser a melhor maneira de melhorar na compreensão de textos (e na
ortografia, e escrita em geral).
9. Evitar escrita «trapalhona»
(revê sempre; olha as emendas feitas nas redações; atenta nos erros que são
advertidos em aula, fugindo a repeti-los).
10. Ler com mais atenção
o que escrevo nas folhas das aulas ou no blogue (nem sempre estás dentro do que
se vai pedindo).
11. Não dormir em aula (cochilar,
para usar palavra ridícula).
12. Fazer tarefas da
aula com mais zelo (não saltes itens à mínima dificuldade).
13. Em certas tarefas da
aula procurar ser menos demorado (em termos de exame, é preocupante que fiques
tanto tempo só numa tarefa).
14. ......
TPC (férias) — (i) Ir já lendo O ano da morte de Ricardo Reis, de José
Saramago. Este livro vai ser objeto de estudo sobretudo no 3.º período, mas, no
segundo, ainda antes de começarmos a análise da obra, escrutinaremos a sua
efetiva leitura. (ii) Lá pelo Natal — já está aqui —, porei em Gaveta de Nuvens as instruções para tarefa que envolverá oralidade
e Pessoa (provavelmente, gravação com tratamento criativo de algum poema do ortónimo
ou dos heterónimos). Se houver mais tarefas antecipáveis, afixá-las-ei no
blogue.
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