Pessoa pelo 12.º 3.ª
Seguem-se
trabalhos em torno de poemas de Pessoa. As instruções para esta tarefa ficaram
aqui.
Ana Marta
«Esta velha angústia» (Álvaro de Campos) | http://arquivopessoa.net/textos/2579
| Ana Marta (18-18,5) Foi criada uma situação que em que se incrustasse o poema. Como se faz
em cinema, a situação é mais sugerida através de poucas âncoras (carta, ruas,
marco do correio) do que explicitada. Leitura não tem erros, embora se possa
dizer que a gravação não é seguida, não foi recolhida de uma só vez, o que
diminui o risco. A expressividade não será sempre «à Campos», mas, dado o
contexto para que se transpôs o texto original, é a que é pertinente,
valendo-se bem da alternância de velocidades e de uma gama completa de
entoações (sem prejuízo da naturalidade nem de dramaticidade).
Filipa
«Ah a frescura na face
de não cumprir um dever!» (Álvaro de Campos) | http://arquivopessoa.net/textos/2543
| Filipa (18-18,5) Poema foi
envolvido em texto da autora — e respetivas imagens —, um pastiche de Campos
que aborda a preocupação por se ter de resolver tarefa escolar com texto de
Campos. Este longo texto, introdutório do poema a ler já no final, está bem
escrito, mesmo se com um ou outro lugar comum («esbelto sorriso na face», «observo
os pensamentos», «não fui feita de [seria para] grandes tarefas e pressões»). Nesta parte com texto próprio, no
início a leitura-representação está a um nível bom mas ligeiramente inferior ao
da do poema (Filipa é menos natural a imitar-se — aliás, ao sujeito poético que
com ela se parece identificar — do que a imitar Pessoa). Nessoutra,
conseguiu-se a expressividade ideal (só uma falha: «em itálico» saiu um pouco
nasalado, quase «i[n]tálico»).
Francisco H.
«[O mostrengo] O mostrengo que está no fim do mar» (Fernando
Pessoa, Mensagem) | http://arquivopessoa.net/textos/2387
| Francisco H. (16,5-17) Pontos fortes: todo o tratamento sonoro; a montagem (o acabamento, em
termos técnicos); a qualidade da leitura (muito expressiva, mesmo dramatizada).
Aspetos melhoráveis: texto escolhido (pelas instruções se inferiria que o texto
em causa não era o ideal, porque recorrente nos programas); legendas nos slides
(é discutível que o mostrengo pessoano deva ficar tão vinculado às peripécias
históricas — o lado simbólico é talvez mais forte); há erros de
sintaxe-semântica («*de como se procedeu este tão heroico feito»; «?*de todos
os episódios, um dos mais marcantes») e de grafia (no segundo e no último
slides faltam alguns acentos).
Guilherme
«[Liberdade] Ai que prazer» | http://arquivopessoa.net/textos/4307
| Guilherme (12) Foi escolhido um texto que está no livro, o que eu pedira se evitasse. O
poema não deveria ter a interpretação que dele se costuma fazer (juntamente com
«Mar Português» trata-se talvez do texto mais presente nas antologias
escolares). «Liberdade» é um poema irónico, resposta a um discurso de Salazar
feito pouco antes (e, particularmente, uma brincadeira em torno da frase de
Séneca com que terminava esse discurso proferido na sessão de entrega dos
prémios do concurso em que Pessoa também fora premiado, com Mensagem, mas a que não comparecera). Explico esse exato
contexto num artigo de há uns anos (Luís Prista, «O melhor do mundo não são as crianças», Ivo Castro
& Inês Duarte
(orgs.), Razões e emoção. Miscelânea de estudos em homenagem a Maria Helena
Mira Mateus, 2, pp. 217-238, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2003 [https://www.slideshare.net/luisprista/o-melhor-do-mundo-no-so-as-crianas]).
A edição do poema usada — precisamente a da Ática, cuja capa serviu de slide —
tem incorreções. Porém, além dessas trocas de que não é culpado, Guilherme lê
«quanto há bruma» (por «quando há bruma»). Concluindo: o Guilherme seria capaz
de fazer trabalho mais criativo e tinha obrigação de se ter aplicado mais.
Pedro A.
«[Insónia] Não durmo, nem espero dormir» (Álvaro de Campos) | http://arquivopessoa.net/textos/2358
| Pedro A. (12,5) Pedro, que não costuma ser um grande leitor em voz alta, fez relativamente
poucas falhas, conseguindo alguns momentos de boa expressividade (nem sempre
integralmente bem geridos, dadas as dificuldades que o texto punha). É verdade
que os cortes na gravação (que julgo que há)
diminuíam o risco da leitura em voz alta. Slide-capa não me parece
apropriado, até porque associa esta «insónia» a um simples episódio de falta de
sono. Creio que era possível ter encontrado soluções mais originais.
Afonso
«[Insónia] Não durmo, nem espero dormir» (Álvaro de Campos) | http://arquivopessoa.net/textos/2358
| Afonso (13-12,5) Na leitura, realce-se a boa voz, certo nervo adequado a Campos, mas
também bastantes hesitações e algumas trocas («não me sucederam», por «me não
sucederam»; «simplesmente simpáticos», por «realmente simpáticos»; «tudo em
exceto», por «exceto em tudo». Bom acabamento, domínio técnico, incluindo
música, embora ache que as imagens (ilustrativas) distraem mais do que ajudam.
Mariana & Maria Inês (12.º 4.ª)
«Esta velha angústia» (Álvaro de Campos) | http://arquivopessoa.net/textos/2579
| Maria Inês & Mariana (17) Filme, construído com sentido de ritmo e apuro estético, criativo, é
interessante, já que não é meramente ilustrativo, acrescentando sentidos ao
texto original. Na leitura em voz alta, de expressividade adequada, não houve
erros (há apenas um «[f]azilha», por «vazilha», da parte de Maria Inês, logo no
início), mas talvez esperasse um fecho (por Mariana) com maior ênfase, quase
gritado. Tendo em conta que se tratava de trabalho em dupla, a extensão — 1.45
— devia ser maior.
Gi
«[Realidade] Sim,
passava aqui frequentemente há vinte anos...» (Álvaro de Campos) | http://arquivopessoa.net/textos/60
| Gi (16,5-16) Destaco
como aspeto mais positivo a elegância do todo, enquanto objeto, incluindo, por
exemplo, tipografia das legendas e outros cuidados de acabamento. Leitura foi
bem ensaiada, mas, mesmo assim, há falhas, talvez mais na dicção («i[n]dêntica»,
por «idêntica»; certas idiossincrasias nas vibrantes — «[r]omance» ou
«[rr]omance»; «[r]ua» ou «[rr]ua»?) do que na expressividade. O filme começa
paralelo ao texto mas adivinhamos que «cruzá-lo» em termos de sentido em algum
momento, acrescentando-lhe nova interpretação, mas isso acaba por não chegar a
acontecer (faltou aqui algum investimento criativo).
Sara R.
«Aqui está-se sossegado» (Fernando Pessoa) | http://arquivopessoa.net/textos/3619
| Sara R. (18) A leitura em que se apostou é bastante interpretativa — o que a torna
naturalmente discutível (era mesmo este o tipo de expressividade que o poeta
quereria? mas, por outro lado, devemos ligar ao que o poeta quereria?) —, mas
muito competente. Não há falhas a indicar (de pronúncia, entoação, etc. —
«desperto» pareceu-me demasiado «desp[ê]rto», em vez de «desp[ε]rto»). Não sei
se as imagens chegam a acrescentar sentido ao que é lido (devemos desconfiar do
litoral, das ondas, como fundo visual para poemas), mas deve reconhecer-se que
é solução que também não prejudica o resultado final. (No poema está «faziam-a»
— hoje, escreveríamos «faziam-na» —, mas tenho dúvidas da pronúncia a que a
forma gráfica corresponderia.)
Luísa
«Há uma cor que me persegue e que eu odeio» (Ricardo
Reis) | http://arquivopessoa.net/textos/3999
| Luísa (18-18,5) Há bastante, e boa, redação própria: parte-se de passo do poema para
estabelecer uma narrativa. Imagens têm função de «fundo», até ao fim, quando
influenciam o sentido do enredo criado. Na leitura em voz alta, sempre na
expressividade certa, não há erros,
embora se note uma ou duas pronúncias hesitantes (com clíticos: «tal lhes»,
«nos impedem»). Na redação, eram melhoráveis estes segmentos: «que eu conseguia
sequer conceber» («sequer» faz sentido?; não seria só viável se a frase fosse
negativa?); «impulsionou-se a necessidade» («fez-se sentir a necessidade»,
«revelou-se a necessidade», «nasceu a necessidade»).
Sara T.
«Aqui
na orla da praia, mudo e contente do mar» (Fernando Pessoa) | http://arquivopessoa.net/textos/2457
| Sara T. (16,5) Beneficiam
este trabalho a simplicidade, bem como o facto de haver texto da autora (ainda
que com alguns lugares comuns). Leitura não tem falhas, mas a gravação foi
feita em vários momentos (três, creio). A expressividade usada no texto de Pessoa
foi bastante certeira; no texto próprio há talvez ligeira pressa escusada.
Nuno
«Vive, dizes, no presente» (Alberto Caeiro) | http://arquivopessoa.net/textos/3226
| Nuno (15-14,5) Trabalho parece ter sido realizado com cuidado, vê-se que houve atenção
à integração de vários aspetos (ilustração, música, texto), de que resulta um
objeto acabado. Como dizia já nas instruções desta tarefa (a que, portanto, não
se ligou muito), tenho dúvidas de que seja boa solução a estratégia de ir
mostrando slides que têm como referente aquilo a que o texto vai aludindo;
também nessas instruções pedia que se usasse texto pequeno. Estilo de leitura
de Nuno, desprendido, natural — até porque nem sempre fluido —, vai bem com
Caeiro. Dois lapsos: um «não as devia» saiu «nem as devia»; um «Não quero»
ficou «Eu não quero».
Pedro C.
«[XX] O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha
aldeia» (Alberto Caeiro) | http://arquivopessoa.net/textos/3555
| Pedro C. (14,5) Também aqui não foram tidas em conta instruções que dera para esta
tarefa: o texto escolhido é bastante curto (e Caeiro é sempre um pouco mais
fácil de ler do que os outros heterónimos); o formato adotado — slides
ilustrativos do que vai sendo lido — tem mais desvantagens do que traz
benefícios. Ponto forte é a leitura em voz alta, quase sem falhas (notei ainda
assim: em «ninguém nunca pensou» omitiu-se o «nunca»).
Ana Gisela
«Ah,
abram-me outra realidade!» (Álvaro de Campos) | http://arquivopessoa.net/textos/1194
| Ana Gisela (17,3) Deve realçar-se a boa integração do poema de Campos num contexto criado,
com texto, e representação, da autora, e a boa construção e acabamento do
trabalho (de realização requintada, em termos de imagem, em termos de som). A
redação tem alguns lugares comuns («políticos gananciosos», «como seria um
mundo diferente?»), mas só notei um erro: «*por mais que notamos» implicava um
conjuntivo («por mais que notemos»). Na leitura não encontro falhas, tendo a
Gisela adotado um ritmo defensivo (pouco à Campos talvez) e, por isso mesmo, conseguindo
um resultado limpo.
Marta V.
«Dizem que em cada coisa
uma coisa oculta mora»; «[XXXIX] O mistério das coisas, onde está ele?»
(Alberto Caeiro) | http://arquivopessoa.net/textos/2659;
http://arquivopessoa.net/textos/3452
| Marta V. (17,4) É um trabalho em que o som (todo o inexcedível tratamento do som, o
fundo musical, a leitura em voz alta) bastariam. Creio, com o efeito, que as
imagens, neste caso, eram prescindíveis — sem elas, ficaríamos mais atentos aos
matizes dos elementos sonoros. A estratégia é inteligente (ligação de dois
textos, sem se notar que houve esse enxerto), apesar de simples (a esse nível, o
nível textual, podia ter havido maior ambição, mais criação própria). Leitura
em voz alta está perfeita, conseguindo-se até, para Caeiro, um estilo mais
expressivo, com mais risco, do que o habitual nas declamações de poemas deste
heterónimo.
Rafael
«Começa
a haver meia-noite, e a haver sossego»; «No
fim de tudo dormir» (Álvaro
de Campos) | http://arquivopessoa.net/textos/260
e http://arquivopessoa.net/textos/2501
| Rafael (17,7) Deve
elogiar-se sobretudo a conceção do trabalho no seu todo, a realização, a
competência técnica. Também meritório (e, no fundo, parte dessa criação compósita
que louvei) o texto próprio de ligação entre poemas de Campos. A leitura em voz
alta, boa, tem, por vezes, alguma «pontuação» excessiva (e há um «citadino» que
saiu «*cidadino»). Na redação: «*porém, que ambicionava ver» («e que, porém, ambicionava
ver»).
Miguel
«Ah, os primeiros
minutos nos cafés de novas cidades!» (Álvaro de Campos) | http://arquivopessoa.net/textos/1047
| Miguel (13) Pouco
trabalhado o acabamento (por exemplo, havendo pouco texto, e alguns trechos de
filme sem voz, teria sido fácil preencher esses passos com redação própria). Na
leitura em voz alta não há falhas concretas, mas também não se pode dizer que
se tratasse de leitura especialmente expressiva. Enfim, creio que o Miguel pode
fazer bastante melhor.
Paco & Xico
«Falas de
civilização, e de não dever ser»; «Dizes-me: tu és mais alguma coisa»; «Não basta abrir a janela» (Alberto Caeiro); «O louco» (Fernando Pessoa); «[XLVII] Num dia
excessivamente nítido»; «Verdade, mentira, certeza, incerteza…» (Alberto Caeiro) | http://arquivopessoa.net/textos/1126,
http://arquivopessoa.net/textos/3358, http://arquivopessoa.net/textos/1122, http://arquivopessoa.net/textos/1356, http://arquivopessoa.net/textos/1108, http://arquivopessoa.net/textos/3327 | Xico & Paco (17-16,8) Com
recurso a vários textos (sobretudo, de Caeiro, mas também de Pessoa), com raríssimas
alterações (apenas duas ou três mudanças de flexão), construiu-se um texto
dramático (entenda-se: representável em diálogo). Há, portanto, uma parte
criativa, de redação até certo ponto, que consiste na conceção de um centão —
um texto concebido exclusivamente com fragmentos de outros. A leitura é boa (a
de Paco, mais caeiriana; a de Xico, ligeiramente mais dramatizante); não
encontrei erros.
Leonor
«O menino da sua mãe» (Fernando Pessoa) | http://arquivopessoa.net/textos/2052
| Leonor (17,4) Imagens, entre o metafórico (o parque infantil) e o ilustrativo (botas,
cigarreira), a preto e branco, revelam bom gosto (no final, botas no baloiço
são equivalente da cigarreira no campo de batalha). A leitura não tem erros
(mas «embainhada» devia ser mais «emb[αï]nhada» do que «emb[ai]nhada»; e um
quase ditongo [ow], em «louro», não se justifica, dado que Pessoa, lisboeta,
diria «l[ô]ro»). Inicialmente, estranhei a cadência, porque esperava que o
poema fosse lido mais velozmente: a versão de Leonor prosifica, e dramatiza, o
episódio a que alude o texto, escondendo um pouco as rimas mas talvez repondo,
quem sabe, o estilo pensado pelo poeta. Aliás, para surpresa minha, as declamações
de Villaret, de Sinde Filipe, de Aurelino Costa (https://www.youtube.com/watch?v=ApL6Hz2p87c&hd=1;
https://www.youtube.com/watch?v=sWiWJkbdTFc&hd=1;
https://www.youtube.com/watch?v=hSVhSq4TMs0)
vão no mesmo sentido. Devia estar eu demasiado influenciado pelas versões
musicadas (https://www.youtube.com/watch?v=QYmWJRCtxz8;
https://www.youtube.com/watch?v=9WAY4jpCSB4&hd=1;
https://www.youtube.com/watch?v=yTAMVk41MGI).
António
«O amor, quando se
revela» (Fernando Pessoa) | http://arquivopessoa.net/textos/1318
| António (11) É demasiado curta a gravação. Sem haver erros clamorosos, notam-se,
ainda assim, hesitações que um texto destes, pequeno e fácil, não implicaria
(se houvesse mais ensaios). Toda a última quadra, sobretudo, saiu atrapalhada
(acrescentou-se «eu» em «o que [eu] não lhe ouso»). «Ela» surge em itálico no
poema, o que sugere que a locução deveria enfatuar o pronome. Slide
interessante (foi composto pelo autor?).
Manuela
«[Apontamento] A minha
alma partiu-se como um vaso vazio» (Álvaro de Campos) | http://arquivopessoa.net/textos/2374
| Manuela (16,5) Leitura
está muito boa (sem falhas, num texto com sintaxe mais difícil do que parece).
Som, sobretudo, e imagem, apropriados, mostrando bom gosto. Enfim, objeto sem erros,
embora se possa dizer que não houve também grande risco, adotando-se o formato
mais simples.
Cláudia
«E eu que estou bêbado
de toda a injustiça do mundo...» (Álvaro de Campos) | http://arquivopessoa.net/textos/3445 | Cláudia (15,5-16) A solução, em termos de imagens, é elegante, resulta plenamente, mesmo
sem se reportar especificamente ao poema (ou exatamente por isso). A leitura
não tem falhas, mostrando a competência que a Cláudia costuma ter, mas deve
reconhecer-se que não arrisca a expressividade a que o poema talvez obrigasse.
(Dado já com algum atraso este trabalho.)
João
«Na noite em que não durmo» (Fernando Pessoa) | http://arquivopessoa.net/textos/234
| João (12,5) O poema podia ser mais longo (ou haver alguma intervenção, em termos
textuais, do autor da tarefa). Quase não houve erros («cadaverizar» não foi bem
pronunciado e o antepenúltimo verso saiu inseguro). Solução de imagens (slide
com texto) é económica mas não deixa de revelar bom gosto. O João seria capaz
de fazer trabalho mais ambicioso, mais criativo.
Marta B.
«[Insónia] Não durmo,
nem espero dormir» (Álvaro de Campos) | http://arquivopessoa.net/textos/2358
| Marta B. (17 [reportado ao que viria a ser o filme editado — e não ao resultado da filmagem do ecrã com o projeto —, incorporando ligeira desvalorização pela falha técnica]) Das
cinquenta pessoas que escolheram este poema de Campos (metade aliás na coluna
direita do 12.º 3.ª), a Marta terá sido quem dele fez melhor leitura. Num texto
longo e, quando lido com expressividade, difícil, notei só a troca de «E a
verdade toda, e a vida toda» por «E a verdade toda, e a verdade toda» (e convém
até que eu veja ainda se não se trata de troca devida a uso de edição
diferente). Não houve muito texto para além do de Campos, mas foi criada, em
filme, situação enquadradora, com gosto e capacidade técnica (não a suficiente,
porém, para que se tivesse evitado que a versão a que temos acesso seja uma
filmagem de uma emissão do projeto, dado que não foi possível a completa edição
em WMV).
Joana M.
«Vive, dizes, no presente» (Alberto Caeiro) | http://arquivopessoa.net/textos/3226
| Joana M. (11) A crítica que se pode fazer é à economia do trabalho: o poema é curto, e
nada se lhe acrescentou de escrita própria; também nada a Joana investiu em
termos de imagem (nem um slide fixo!). A leitura está bastante correta e o
estilo de expressividade, também económico, é adequado à poesia de Alberto
Caeiro.
Joana O.
«[Insónia] Não durmo,
nem espero dormir» (Álvaro de Campos) | http://arquivopessoa.net/textos/2358
| Joana O. (17) A
Joana também aproveitou o poema «Insónia», mas apenas em poucas estrofes, tendo
preenchido o resto com texto seu (que me parece bom, tal como a leitura em voz
alta). Fez bem a autora em pôr em legenda o texto de Campos e, sobretudo, o
texto criado. Corrija-se um «ajem» com jota (é «agem», do verbo «agir»: «eu
ajo», «que eles ajam», mas «eles agem»; para dúvidas destas é sempre útil a
base morfológica do ILTEC: http://www.portaldalinguaportuguesa.org/index.php?action=lemma&lemma=64461&highlight=^Agir$).
(Este trabalho foi entregue já fora do prazo estipulado.)
Inês
«Antes de nós nos mesmos arvoredos»; «Enquanto
eu vir o sol luzir nas folhas» (Ricardo Reis) | http://arquivopessoa.net/textos/2945
e http://arquivopessoa.net/textos/1980
| Inês (14-14,5) Há elegância no grafismo e na ilustração (bom acabamento, também). A
parte textual é exclusivamente a leitura de dois textos. Essa leitura em voz
alta quase não tem erros (apenas: «ondas» tornou-se «as ondas») mas pouco
arriscou a Inês (é uma leitura neutra, sem inflexões, embora se possa dizer que
não é inadequada ao circunspeto Ricardo Reis). (Trabalho dado já depois do
prazo combinado.)
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