Gramática
A matéria de «gramática» que demos e cujo conhecimento quero testar numa das próximas aulas inclui:
(1) os conteúdos que expliquei com fichas feitas em aula (princípios reguladores da interacção discursiva; formas de tratamento; deícticos e enunciação; hiperonímia, hiponímia, holonímia, meronímia; campo lexical; campo semântico; família de palavras); estes conteúdos são também os que têm no moodle um questionário específico (fichas 2, 3, 4) [esses questionários estão agora também na secção ‘Revisões’]; esses conteúdos são objecto de explicação no próprio manual (p. 259 [princípios]; pp. 77-79 [formas de tratamento]; p. 45 [deícticos]).
(2) as noções explicadas a propósito de problemas de redacção ou a propósito de textos lidos (dadas em geral em PowerPoint ou nas fichas sobre textos). Exemplos são as informações sobre pontuação (e sua justificação gramatical: vocativo, orações subordinadas, etc.); sobre métrica e rima (cfr. pp. 267-268 do manual); sobre aspectos da formação de palavras (v. aula com verbetes de Mia Couto); sobre erros ortográficos correntes.
(3) as características de tipos de texto (cfr. textos de carácter autobiográfico, pp. 84-87).
(1) os conteúdos que expliquei com fichas feitas em aula (princípios reguladores da interacção discursiva; formas de tratamento; deícticos e enunciação; hiperonímia, hiponímia, holonímia, meronímia; campo lexical; campo semântico; família de palavras); estes conteúdos são também os que têm no moodle um questionário específico (fichas 2, 3, 4) [esses questionários estão agora também na secção ‘Revisões’]; esses conteúdos são objecto de explicação no próprio manual (p. 259 [princípios]; pp. 77-79 [formas de tratamento]; p. 45 [deícticos]).
(2) as noções explicadas a propósito de problemas de redacção ou a propósito de textos lidos (dadas em geral em PowerPoint ou nas fichas sobre textos). Exemplos são as informações sobre pontuação (e sua justificação gramatical: vocativo, orações subordinadas, etc.); sobre métrica e rima (cfr. pp. 267-268 do manual); sobre aspectos da formação de palavras (v. aula com verbetes de Mia Couto); sobre erros ortográficos correntes.
(3) as características de tipos de texto (cfr. textos de carácter autobiográfico, pp. 84-87).
Na testagem a fazer, além dos conteúdos que estudámos mais detidamente (cfr. 1), procurarei incluir alguns itens sobre o que expliquei apenas oralmente, já que interessa verificar se estiveram suficientemente concentrados nesses momentos de explicação para todos (para ser franco, parece-me que nem sempre estão concentrados nessas alturas).
[terminam aqui as recomendações sobre o que estudar para as próximas aulas]
Os quatro primeiros assuntos são de revisão: acentuação, tipos de frases, discurso directo e indirecto, classes de palavras.
Classificar palavras quanto à acentuação Tens de distinguir a classificação de palavras quanto à acentuação e a própria designação dos acentos gráficos.
Começo pela parte que aqui não nos interessa, a designação dos acentos gráficos. Há acentos agudos (´), graves (`), circunflexos (^), além do til (~).
Em português, o acento agudo é o mais frequente. O acento grave usa-se em pouquíssimas palavras (aquelas em que houve contracção da preposição «a» com alguns determinantes ou pronomes: «à», «às», «àquela», «àquelas», «àquele», «àqueles», «àquilo», «àqueloutro»).
Foi preciso esclarecer estas designações dos acentos gráficos, porque — tenho-o reparado — por vezes há confusão entre os acentos «agudo» e «grave» e as palavras «agudas» e «graves» (e até entre acento «circunflexo» e palavra «esdrúxula»).
Vamos então à classificação de palavras quanto à acentuação. Trata-se de designar as palavras segundo a sua sílaba tónica. A sílaba tónica é a que é dita com mais intensidade. Esta acentuação tónica não deve ser confundida com o acento gráfico. Nem todas as sílabas tónicas têm acento gráfico (por exemplo, a palavra «acento», cujo acento tónico está na penúltima sílaba — «cen» — não tem nenhum acento gráfico; já a palavra «gráfico», cuja sílaba tónica é antepenúltima — «grá» — leva um acento gráfico, o acento agudo).
Em português, a sílaba tónica pode ser a última (e a palavra será «aguda»), a penúltima (a palavra designa-se «grave») ou a antepenúltima (a palavra chamar-se-á «esdrúxula»). (Há outros termos — até mais correctos mas que não se usam tanto neste nosso nível — que servem para designar as palavras quanto à tónica: «oxítonas» [= agudas]; «paroxítonas» [= graves], «proparoxítonas» [= esdrúxulas].)
Vejamos exemplos de palavras com a tónica na última sílaba (portanto, agudas): «jardim»; «falei»; «dominó»; «peru»; «Natal»; «televisão». Com a tónica na penúltima sílaba (portanto, graves): «comida»; «lago»; «aluno»; «Benfica»; «Porto»; «fácil». E com a tónica na antepenúltima sílaba (esdrúxulas): «crápula»; «político»; «óptimo»; «Ávila»; «girândola»
Repara que todas as palavras esdrúxulas têm acento gráfico. Há certas palavras esdrúxulas que podem ser difíceis de reconhecer, porque raramente destacamos na pronúncia as suas três sílabas (fundimos a última e a penúltima, num ditongo crescente): «té-nu-e», «ré-de-a», «sé-ri-o», por exemplo, parecem-nos mais «té-nue», ré-dea», «sé-rio».
Já que falei em ditongo, podemos lembrar que há ditongos crescentes e decrescentes. Os primeiros são constituídos por uma semi-vogal e uma vogal ([ju] em «miúdo»; [wa] em «quatro»; etc.) e são os tais que na escrita hesitamos em considerar como verdadeiro ditongo ou como duas sílabas. Os ditongos decrescentes — sempre contados como uma única sílaba — são os que têm primeiro a vogal e só depois a semivogal ([aw] em «pau»; [oj] em «boi»; [õj] em «põe»; etc.).
As sílabas que não são tónicas dizem-se «átonas» (exemplo: em «Sócrates», a última e a penúltima sílaba são átonas; a antepenúltima é a tónica). Os monossílabos — as palavras que só têm uma sílaba — podem ser átonos (os artigos «a», «o»; algumas das preposições, como «de», «a»; etc.) ou tónicos («pé», «mar», «dez», etc.).
Repara que todas as palavras esdrúxulas têm acento gráfico. Há certas palavras esdrúxulas que podem ser difíceis de reconhecer, porque raramente destacamos na pronúncia as suas três sílabas (fundimos a última e a penúltima, num ditongo crescente): «té-nu-e», «ré-de-a», «sé-ri-o», por exemplo, parecem-nos mais «té-nue», ré-dea», «sé-rio».
Já que falei em ditongo, podemos lembrar que há ditongos crescentes e decrescentes. Os primeiros são constituídos por uma semi-vogal e uma vogal ([ju] em «miúdo»; [wa] em «quatro»; etc.) e são os tais que na escrita hesitamos em considerar como verdadeiro ditongo ou como duas sílabas. Os ditongos decrescentes — sempre contados como uma única sílaba — são os que têm primeiro a vogal e só depois a semivogal ([aw] em «pau»; [oj] em «boi»; [õj] em «põe»; etc.).
As sílabas que não são tónicas dizem-se «átonas» (exemplo: em «Sócrates», a última e a penúltima sílaba são átonas; a antepenúltima é a tónica). Os monossílabos — as palavras que só têm uma sílaba — podem ser átonos (os artigos «a», «o»; algumas das preposições, como «de», «a»; etc.) ou tónicos («pé», «mar», «dez», etc.).
Como usei «monossílabo», vale a pena rever a classificação das palavras quanto ao número de sílabas: «monossílabo» (palavra só com uma sílaba), «dissílabo» (com duas sílabas), «trissílabo» (três sílabas), «polissílabo» (mais de três sílabas).
Para veres estes assuntos em quadros (e com exemplos), podes consultar: classificação de palavras quanto à acentuação; ditongos; classificação de palavras quanto ao número de sílabas; acentos gráficos.
Para veres estes assuntos em quadros (e com exemplos), podes consultar: classificação de palavras quanto à acentuação; ditongos; classificação de palavras quanto ao número de sílabas; acentos gráficos.
Identificar tipos de frase São quatro os tipos de frase — declarativo, interrogativo, exclamativo, imperativo. Exemplos podes vê-los neste quadro.
Reparei que alguns alunos confundiam tipos de frase com formas de frase (afirmativa vs. negativa; activa vs. passiva). São caracterizações diferentes e que não se excluem.
Por exemplo, «Escrevi a frase» é de tipo declarativo e, quanto à forma, afirmativa e activa. «Não escrevi a frase» é de tipo declarativo (forma: negativa, activa). «A frase foi escrita por mim» é uma frase de tipo declarativo (forma: afirmativa, passiva). «A frase não foi escrita por mim» é de tipo declarativo (negativa, passiva).
O tipo imperativo não pode aparecer com a forma passiva: «Escreve a frase» (tipo imperativo; formas afirmativa e activa) não é transponível para a forma passiva («Seja a frase escrita por ti» já não corresponderia bem a uma ordem). Mas podia passar para a forma negativa: «Não escrevas a frase». Repara que neste caso, embora a frase seja de tipo imperativo, usamos o tempo verbal «Presente do Conjuntivo», que funciona como «Imperativo Negativo», enquanto que na forma afirmativa usávamos o «Imperativo» propriamente dito. Mesmo na forma afirmativa, o tipo de frase imperativo pode usar verbos em tempos/modos diferentes do Imperativo: «Escrever a seguinte frase!»; «Andando»; etc.
Nas frases de tipo interrogativo, podemos distinguir as parciais e as totais (as interrogativas totais podem ser respondidas por «sim» ou «não» — «Escreveste a frase?» —, ao contrário das interrogativas parciais — «Quando escreveste a frase?», «Onde escreveste a frase?», «Quem escreveu a frase?»).
Como vimos nos exemplos em aula, o ponto de exclamação pode marcar uma frase de tipo exclamativo mas também se pode usar em frases imperativas (após ordens que queiramos reforçar).
Passar discurso directo a discurso indirecto No discurso directo temos a fala de alguma personagem apresentada tal como teria sido produzida. Essa fala vem isolada entre travessões (ou, mais raramente, entre aspas), precisamente para se marcar que se trata de fala relatada como produzida na origem.
— Vamos falar agora de discurso directo — disse Fulano.
Fulano disse: «Vamos falar agora de discurso directo».
«Vamos falar agora de discurso directo», disse Fulano.
A seguir à fala e ao segundo travessão (ou, mais raramente, antes da fala e precedido de dois pontos), vem uma parte de texto que já não é da personagem: «disse Fulano»; «respondeu Sicrano»; «pediu Beltrano». Essa parte é do narrador e serve para introduzir o diálogo. Inclui um verbo «introdutor do relato do discurso» (como «dizer», «perguntar», «responder», «afirmar», etc.).
É nesta parte que vamos pegar, para fazermos a passagem para discurso indirecto. Vamos mantê-la como está (eventualmente, trocando apenas a ordem, pondo o sujeito no início):
Fulano disse que ... [e aqui iremos adaptar a parte que estava dentro dos travessões, ou entre aspas, fazendo pequenas trocas, que estão mais ou menos regulamentadas].
Se a parte com o verbo de elocução (ou «introdutor do relato do discurso») estiver no pretérito perfeito («disse», «afirmou», «respondeu»), os verbos da parte da fala da personagem vão sofrer estas alterações:
Presente do Indicativo > Imperfeito do Indicativo
Pretérito Perfeito > Pretérito Mais-que-perfeito
Futuro > Condicional
Imperativo > Imperfeito do Conjuntivo
Outras alterações a fazer têm que ver com as pessoas (de verbos e de pronomes):
1.ª e 2.ª pessoa > 3.ª pessoa
Alguns determinantes e pronomes têm também de ser trocados:
este, esse > aquele
esta, essa > aquela
isto, isso > aquilo
Bem como uns tantos advérbios:
aqui > ali
cá > lá
agora > naquele momento
ontem > no dia anterior / na véspera
hoje > naquele dia
amanhã > no dia seguinte
Regressemos então ao parágrafo com que ilustrávamos o relato do discurso feito directamente (o discurso directo, portanto):
— Vamos falar agora de discurso directo — disse Fulano.
Se o relato for assumido pelo narrador, teremos discurso indirecto. Vamos ver como se faz essa passagem para o discurso indirecto. Já víramos que se começava por pegar na parte que, estando depois do travessão, era já «indirecta».
Fulano disse...
(Nota que não devemos alterar o que está nessa parte (por exemplo, se após o travessão estivesse «— disse maldosamente o bondoso Fulano.», escreveríamos agora «O bondoso Fulano disse maldosamente [...]».)
Fulano disse que iam falar naquele momento de discurso directo.
Ou seja: eliminámos os travessões; introduzimos um «que», que fará a ligação entre as partes que antes o travessão delimitava; e fizemos as trocas de que já te falei.
Não seria muito mais difícil se a fala fosse imperativa ou interrogativa. Dou os dois exemplos.
DD: — Fixa bem esta matéria, Henriqueta — pediu o professor.
DI: O professor pediu a Henriqueta que fixasse bem aquela matéria.
Evitei «O professor pediu à Henriqueta para fixar bem aquela matéria», embora o sentido fosse o mesmo. Nota ainda que o vocativo «à Henriqueta», no discurso indirecto, ficou como complemento indirecto do verbo de elocução: «O professor pediu à Henriqueta».
DD: — Percebeste bem este conteúdo, ó Hermenegildo? — perguntou o professor Ireneu.
DI: O professor Ireneu perguntou ao Hermenegildo se percebera bem aquele conteúdo.
Nota que numa interrogativa indirecta a ligação não é feita por «que» (como no resto das frases em discurso indirecto) mas por «se».
Fulano disse que iam falar naquele momento de discurso directo.
Ou seja: eliminámos os travessões; introduzimos um «que», que fará a ligação entre as partes que antes o travessão delimitava; e fizemos as trocas de que já te falei.
Não seria muito mais difícil se a fala fosse imperativa ou interrogativa. Dou os dois exemplos.
DD: — Fixa bem esta matéria, Henriqueta — pediu o professor.
DI: O professor pediu a Henriqueta que fixasse bem aquela matéria.
Evitei «O professor pediu à Henriqueta para fixar bem aquela matéria», embora o sentido fosse o mesmo. Nota ainda que o vocativo «à Henriqueta», no discurso indirecto, ficou como complemento indirecto do verbo de elocução: «O professor pediu à Henriqueta».
DD: — Percebeste bem este conteúdo, ó Hermenegildo? — perguntou o professor Ireneu.
DI: O professor Ireneu perguntou ao Hermenegildo se percebera bem aquele conteúdo.
Nota que numa interrogativa indirecta a ligação não é feita por «que» (como no resto das frases em discurso indirecto) mas por «se».
Já agora: estas duas palavras, «que» e «se», são aqui conjunções integrantes. Ligam um verbo («disse», «perguntou», «pediu») ao seu complemento directo (disse o quê? «que iam falar de discurso directo»; perguntou o quê? «se percebera bem o conteúdo»; pediu o quê? «que fixasse bem aquela matéria»). Portanto, no discurso indirecto há uma oração subordinante («Fulano disse» / «Fulano perguntou») e uma subordinada completiva («que iam falar de discurso directo» / «se percebera bem aquela mátéria»), que serve de complemento directo à anterior.
Faltaria falar de discurso indirecto livre, o qual associa características do discurso indirecto (por exemplo, uso da terceira pessoa, uso do passado) com características do discurso directo (por exemplo, presença de interjeições ou uso de registos de língua diversos do da narração).
Identificar classes de palavras Temos de distinguir «classes de palavras» (que corresponde ao que tradicionalmente se designava a «classificação morfológica» — substantivo [nome], adjectivo, verbo, advérbio, etc.) das «funções sintácticas» (sujeito, predicado, complemento directo, etc.). Agora só vamos tratar das classes (a sintaxe será revista no 2.º e no 3.º períodos).
Podemos dividir as classes de palavras em variáveis — as que podem flexionar-se em género (masculino ou feminino), número (singular ou plural) ou pessoa (primeira, segunda, terceira) — e invariáveis, as que não podem tomar marcas de género, número ou pessoa.
São invariáveis as preposições, as conjunções, as interjeições e os advérbios (estes podem flexionar-se mas apenas em grau). São variáveis as restantes classes.
Variáveis
Determinantes — Os determinantes «especificam» os nomes (e estão antes deles). Exemplos: «o casaco», «esta escola», «minha mãe».
Os determinantes incluem estas subclasses: artigos (definidos e indefinidos), determinantes demonstrativos e determinantes possessivos.
Os determinantes incluem estas subclasses: artigos (definidos e indefinidos), determinantes demonstrativos e determinantes possessivos.
(Costumava considerar-se que havia ainda mais subclasses de determinantes — numerais, indefinidos, ... —, mas, na nova terminologia, essas outras palavras integram a classe dos «quantificadores» [ver à frente].)
Pronomes — Os pronomes tem função equivalente à dos grupos nominais (costuma dizer-se que substituem os nomes: «Ele está triste» («ele» = «João»); «O meu é melhor» («O meu» = «o meu caderno»).
Repara que, em «O meu caderno», «o meu» não é pronome (está a especificar caderno, e é, portanto, um determinante). Já em «O meu é o melhor», percebemos que «o meu» é um substituto do grupo nominal «o meu caderno» (e aí é, portanto, um pronome).
Subclasses dos pronomes: pessoais, demonstrativos, possessivos, indefinidos, relativos e interrogativos.
Quantificadores — Tal como os determinantes, os quantificadores especificam nomes (e ficam antes deles), só que neste caso dando informações quantitativas. Esta classe inclui os numerais cardinais («dois casacos») e algumas palavras tradicionalmente consideradas determinantes indefinidos: «alguns casacos», «quaisquer casacos».
Portanto, iremos deixar de falar em numerais (a não ser como subclasse dos quantificadores).
Pronomes — Os pronomes tem função equivalente à dos grupos nominais (costuma dizer-se que substituem os nomes: «Ele está triste» («ele» = «João»); «O meu é melhor» («O meu» = «o meu caderno»).
Repara que, em «O meu caderno», «o meu» não é pronome (está a especificar caderno, e é, portanto, um determinante). Já em «O meu é o melhor», percebemos que «o meu» é um substituto do grupo nominal «o meu caderno» (e aí é, portanto, um pronome).
Subclasses dos pronomes: pessoais, demonstrativos, possessivos, indefinidos, relativos e interrogativos.
Quantificadores — Tal como os determinantes, os quantificadores especificam nomes (e ficam antes deles), só que neste caso dando informações quantitativas. Esta classe inclui os numerais cardinais («dois casacos») e algumas palavras tradicionalmente consideradas determinantes indefinidos: «alguns casacos», «quaisquer casacos».
Portanto, iremos deixar de falar em numerais (a não ser como subclasse dos quantificadores).
Nota ainda que os numerais ordinais («primeira») não são quantificadores e devem ser considerados como uma das subclasses dos adjectivos («adjectivos numerais»).
Nomes — No caso do nome (na designação tradicional, «substantivo»), vou evitar explicações, porque me parece que é quase intuitiva a compreensão desta classe. Os exemplos das subclasses de nomes comuns («caneta», «menino», «felicidade») e nomes próprios («Adalberto», «Seixal»); ou, dentro dos comuns, concretos («menino», «caneta») e abstractos («felicidade»), são suficientes para interiorizarmos a classe.
Dentro da subclasse dos nomes comuns, temos ainda os colectivos («cardume»); também dentro dos comuns podemos considerar a distinção contáveis / não contáveis ([feita agora na nova terminologia: «laranja» e «lápis» são contáveis; «farinha» ou «ar» são não contáveis). As distinções animados / não animados («cão», «aluno» / «caneta») e humanos / não humanos («aluno» / «mesa», «cão») também se percebem bem.
Os nomes podem ter antes de si determinantes ou quantificadores: «o rapaz», «três crianças».
Adjectivos — Também a classe dos adjectivos já está em geral interiorizada. Os adjectivos estão ao serviço dos nomes para os caracterizar. O adjectivo é portanto um modificador do nome, costumando estar à sua direita ou à esquerda («casa linda»; «velha amiga»). Por vezes, não estão assim tão perto de um nome mas a ele se ligam por meio de um verbo como o verbo «Ser» («A casa é linda»).
Os adjectivos concordam com os nomes (isto é, adquirem o género e o número dos nomes a que se referem): «A cadeira velha»; «Os cadernos ficaram estragados».
Outra característica típica é serem flexionáveis em grau: «linda», «lindíssima», «muito linda», ... (É verdade que há certos adjectivos, ditos «relacionais», que não variam em grau: «língua materna», «*língua muito materna», «*língua mais materna do que...*».)
Adjectivos — Também a classe dos adjectivos já está em geral interiorizada. Os adjectivos estão ao serviço dos nomes para os caracterizar. O adjectivo é portanto um modificador do nome, costumando estar à sua direita ou à esquerda («casa linda»; «velha amiga»). Por vezes, não estão assim tão perto de um nome mas a ele se ligam por meio de um verbo como o verbo «Ser» («A casa é linda»).
Os adjectivos concordam com os nomes (isto é, adquirem o género e o número dos nomes a que se referem): «A cadeira velha»; «Os cadernos ficaram estragados».
Outra característica típica é serem flexionáveis em grau: «linda», «lindíssima», «muito linda», ... (É verdade que há certos adjectivos, ditos «relacionais», que não variam em grau: «língua materna», «*língua muito materna», «*língua mais materna do que...*».)
Actualmente, dentro da classe dos adjectivos, considera-se haver duas subclasses, a dos adjectivos qualificativos — aquela a que tradicionalmente nos referimos — e a dos adjectivos numerais. Os adjectivos numerais são os numerais ordinais («primeira aula», «décima vez»).
Verbos — A classe dos verbos é facilmente reconhecível por se poder flexionar em pessoa, tempo, modo: «fiz, fizeste; fiz, fazia, faço; fazia, fizesse».
Verbos — A classe dos verbos é facilmente reconhecível por se poder flexionar em pessoa, tempo, modo: «fiz, fizeste; fiz, fazia, faço; fazia, fizesse».
Invariáveis
Advérbios — Costuma fazer-se este contraste: os adjectivos modificam os nomes e os advérbios modificam os verbos. Na verdade, o advérbio modifica ou complementa verbos («fala depressa», «vai lá»), mas também adjectivos, outros advérbios («fala muito bem») ou até frases inteiras («efectivamente, a classe dos advérbios não é fácil»).
Como palavra invariável que é, não se flexiona em género e número; no entanto, pode variar em grau («ele fala bem», «ela fala melhor», «ele fala tão bem como ela», etc.).
Era tradição arrumar os advérbios em muitas subclasses segundo o sentido (tempo, lugar, modo, dúvida, exclusão, inclusão, intensidade, negação, afirmação, designação, ...). Talvez seja mais útil verificarmos qual é o papel de cada advérbio: modifica toda a frase? apenas o verbo? ou complementa o verbo? [é mesmo necessário ao verbo (que, sem ele, ficaria agramatical) — exemplo: «chega cá»]; serve para ligar frases? [«primeiro, comi; depois, bebi; finalmente, dormi»]; para não falar do advérbio de negação — «não comi» —, que logo percebemos ter um comportamento diferente.
Preposições — A preposição estabelece uma relação entre dois elementos de uma oração (mais raramente, pode ligar duas orações). O primeiro elemento costuma ser um verbo, um substantivo, um advérbio, que assim, através da preposição, se vão relacionar com a palavra (ou grupo) que estiver depois da preposição: «vou a Londres», «livro de Português», «longe de todos os países europeus».
As preposições podem até decorar-se (mas há que contar também com as locuções prepositivas, unidades de mais do que uma palavra que valem como preposições).
Algumas preposições («a», «de», «em», «por») podem surgir contraídas com determinantes ou com pronomes. Por exemplo:
a + a = à
a + o = ao
a + aquele = àquele
de + o = do
de + ele = dele
em + o = no
por + o = pelo
em + outro = outro
Se tivermos de classificar quanto à classe estas palavras, diremos que são «contracções da preposição 'a' / 'de' / 'em' / 'por' com o determinante (ou o pronome) 'a', 'o', 'aquele', 'ele', etc.».
Conjunções — As conjunções servem para ligar orações. As conjunções coordenativas — que ligam orações coordenadas, isto é, com a «mesma importância», independentes entre si (exemplo: «A Helena foi à praça e o Heleno ficou em casa) — podem ainda ligar palavras da mesma classe (ou grupos com a mesma função): «Olhei Helena e Heleno», «Triste e irritadíssimo, rasgou o livro de Português».
Era tradição arrumar os advérbios em muitas subclasses segundo o sentido (tempo, lugar, modo, dúvida, exclusão, inclusão, intensidade, negação, afirmação, designação, ...). Talvez seja mais útil verificarmos qual é o papel de cada advérbio: modifica toda a frase? apenas o verbo? ou complementa o verbo? [é mesmo necessário ao verbo (que, sem ele, ficaria agramatical) — exemplo: «chega cá»]; serve para ligar frases? [«primeiro, comi; depois, bebi; finalmente, dormi»]; para não falar do advérbio de negação — «não comi» —, que logo percebemos ter um comportamento diferente.
Preposições — A preposição estabelece uma relação entre dois elementos de uma oração (mais raramente, pode ligar duas orações). O primeiro elemento costuma ser um verbo, um substantivo, um advérbio, que assim, através da preposição, se vão relacionar com a palavra (ou grupo) que estiver depois da preposição: «vou a Londres», «livro de Português», «longe de todos os países europeus».
As preposições podem até decorar-se (mas há que contar também com as locuções prepositivas, unidades de mais do que uma palavra que valem como preposições).
Algumas preposições («a», «de», «em», «por») podem surgir contraídas com determinantes ou com pronomes. Por exemplo:
a + a = à
a + o = ao
a + aquele = àquele
de + o = do
de + ele = dele
em + o = no
por + o = pelo
em + outro = outro
Se tivermos de classificar quanto à classe estas palavras, diremos que são «contracções da preposição 'a' / 'de' / 'em' / 'por' com o determinante (ou o pronome) 'a', 'o', 'aquele', 'ele', etc.».
Conjunções — As conjunções servem para ligar orações. As conjunções coordenativas — que ligam orações coordenadas, isto é, com a «mesma importância», independentes entre si (exemplo: «A Helena foi à praça e o Heleno ficou em casa) — podem ainda ligar palavras da mesma classe (ou grupos com a mesma função): «Olhei Helena e Heleno», «Triste e irritadíssimo, rasgou o livro de Português».
Quanto às conjunções subordinativas, servem para introduzir orações subordinadas («Rasguei o livro, quando me irritei com a gramática»).
Interjeições — As interjeições são bastante independentes das frases e têm função emotiva («ai!», «ah!», «irra!», etc.). Dá-se o nome de «locuções interjectivas» aos grupos de palavras que funcionam como interjeições («Ora bolas!», «Valha-me Deus!).
Interjeições — As interjeições são bastante independentes das frases e têm função emotiva («ai!», «ah!», «irra!», etc.). Dá-se o nome de «locuções interjectivas» aos grupos de palavras que funcionam como interjeições («Ora bolas!», «Valha-me Deus!).
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