Pessoa pelo 12.º 5.ª
G. Sereno
«Eu, eu mesmo..» (Álvaro de Campos) | http://arquivopessoa.net/textos/2478 | Guilherme Sereno (19) Pontos
fortes Conseguida
expressividade da leitura em voz alta (sem erros, quer no texto de Campos quer
na parte de texto do autor). Adequação dos efeitos de edição a que se recorreu,
apropriados a Álvaro de Campos. Aspetos melhoráveis Texto criado para
Campos talvez esteja mais enfático, mais «poético», do que seria a linguagem
deste heterónimo (no fundo, costuma ser quase prosa, a euforia, a «poesia», é,
em parte, deduzida). Ilustração de porto seguro com imagens de água.
Sara
«Se te
queres matar, porque não te queres matar?» (Álvaro de Campos) | http://arquivopessoa.net/textos/4360 | Sara (17-17,5) Pontos
fortes
Aproveitamento do texto de Campos para cruzamento com narrativa de depressão
(embora, quanto a mim, a depressão pudesse ser trabalhada mais literariamente —
imagens estão bem, mas texto parece-me muito descritivo (seria melhor deixar inferir,
através de texto mais subtil, do que usar tradução direta em palavras
correntes). Encenação; toda a planificação e produção do filme. Aspetos
melhoráveis Leitura em voz alta (Campos exige mais expressividade; e houve algumas
pequenas hesitações — por exemplo, em «pouco te chorarão»). A corrigir: em
termos de pronúncia: «pen[z]amentos» (pen[s]amentos); em termos de redação: «*se
houveram» (houve); «*se para aquelas pessoas» (àquelas); «*e apenas separou-me
mais dos amigos» (me separou).
Mafalda & Natacha
«Começa,
no ar da antemanhã» (Fernando Pessoa); «O que há em mim é sobretudo cansaço»
(Álvaro de Campos); «Náusea. Vontade de nada.» (Fernando Pessoa); «Sim, sei em»
(Ricardo Reis); «Bem sei que estou endoidecendo» (Fernando Pessoa); «Se penso
mais que um momento» (Fernando Pessoa); «Para ser grande, sê inteiro: nada»
(Ricardo Reis); «Pela rua já serena» (Ortónimo); «Não digas nada!» (Ortónimo) |
http://arquivopessoa.net/textos/466; http://arquivopessoa.net/textos/269; http://arquivopessoa.net/textos/3038; http://arquivopessoa.net/textos/2635; http://arquivopessoa.net/textos/2385; http://arquivopessoa.net/textos/2502; http://arquivopessoa.net/textos/503;http://arquivopessoa.net/textos/1238; http://arquivopessoa.net/textos/460 |
Natacha & Mafalda (18,5-19) Pontos
fortes
Alternância narrativa (entre Pessoas e vidas das autoras; e entre as duas
autoras) leva a bom ritmo. Capacidade de contar uma história (em cinema), com
planificação de tudo, por um lado, e cuidado técnico, por outro. Expressão oral
na parte autobiográfica (coloquialidade e, ao mesmo tempo, clareza e correção). Aspetos melhoráveis Leitura em voz alta dos
poemas (é verdade que quase sem erros, mas não tão expressiva e adequada a cada
poema quanto seria possível). O poema «O que há em mim é sobretudo cansaço»
fora dado em aula (e «Para ser grande sê inteiro» está no manual», na p. 72). A
corrigir: «*exce[pt]uando» (exce[t]uando); «*Nem sei se é penar isto que tenho» (Nem se é); «*o dia aca[ba] a horas
diferentes» (Mafalda tende a «comer» sílabas); «?* Bem se[im] que falha em mim»
(Bem sei).
B. Entrezede
«[Liberdade] Ai que prazer» (Fernando Pessoa) | http://arquivopessoa.net/textos/4307 |
Entrezede (18) Pontos fortes Ritmo típico do cinema. Ideia de diluir o poema em
momentos de fala da ficção criada (por várias personagens). Boas representação,
e encenação, desses momentos. Embora indiretamente, acerta-se no sentido — que
é irónico — do texto. Aspetos melhoráveis Percebe-se que não há
conhecimento do contexto em que surgiu este poema, que, no entanto, até terá sido
explicado em aula (em tempos sugeri que lessem este artigo, que mostra como o
texto tem sido mal interpretado e editado). A corrigir: «conquanto que este
direito não vai de acordo com o que outr[é]m» (não vá contra ao
de outr[e]m»).
Elisa & Rita
«Se eu morrer novo» (Alberto Caeiro) | http://arquivopessoa.net/textos/986 | Rita
& Elisa (15-15,5) Pontos
fortes Leitura
em voz alta quase sem erros, ainda que talvez se possa criticar a exagerada
uniformidade, o mesmo ritmo sempre (é verdade que Caeiro talvez seja um pouco
assim). Texto construído fundamentado nas características de Caeiro (que, no
entanto, foram transpostas sem grande mediação das autoras, assemelhando-se demasiado
às definições usuais). Aspetos melhoráveis Relativamente pouco tempo
(considerando que é trabalho de dupla e que há vários momentos sem texto). Pormenor:
uso de slide com a cara de Pessoa quebra o estilo do resto do filme (é boa
estratégia manter coerência «gráfica»). A corrigir: «*e[n]fémero»; «mesmo que
os versos» (no original está «mesmo que os meus versos».
Ana
«Vivem em nós inúmeros» (Ricardo Reis);
«Agora que sinto amor» (Alberto Caeiro) | http://arquivopessoa.net/textos/1823; http://arquivopessoa.net/textos/643 | Ana ((18-)17,5) Pontos fortes Planificação
integral — coerente (embora a segunda metade do vídeo pareça mais fraca em termos
de imagens). Ideia-base do argumento (crítica de Pessoa ao heterónimo). Calma e
clareza da leitura em voz alta (mas talvez os poemas permitissem maior
expressividade). Aspetos melhoráveis A corrigir: «entretanto, lembra-se
que tem» (dado o contexto desta frase, era preciso explicitar o sujeito); pronúncia
«tod[á]via» (preferível «tod[α]via»); «*mais almas do que» (no original não há
«do»).
Maia
«Ao
entardecer, debruçado pela janela» (Alberto Caeiro) | http://arquivopessoa.net/textos/1469 | Maia
(17(-16,5)) Pontos
fortes Criatividade
do texto criado. Facilidade técnica revelada (paralelamente decerto com menos
tempo concedido ao trabalho do que talvez devesse ter havido?). Aspetos
melhoráveis Leitura em voz alta poderia ter sido mais ensaiada (algumas
entoações não saíram bem apenas porque não foram repetidas antes, pareceram
quase improvisadas no momento — cfr.
último verso de Caeiro). Slides ggoglados prejudicam coerência do estilo. A
corrigir: «*em quem as pessoas confiem a honra» (a quem as pessoas confiem a
honra); «?*o que quer que seja que elas queriam» (o que quer que fosse que elas
queriam); sentido de «magnânimo» não me pareceu o correto (‘generoso’), mas não
a certeza.
Rodrigo
«Não, não
é cansaço...» (Álvaro de Campos) | http://arquivopessoa.net/textos/228 | Rodrigo (18 ou quase 18-(18,5)) Pontos
fortes
Produção, texto, articulação das várias técnicas que implica um filme, que
mostram ter havido planificação e saber para a concretização desse plano. Sensibilidade
para o cinema. Ideia de adotar o formato do programa «Alta definição» a um contexto
ficcionado (que, porém, já não é inédita). Expressão oral (recitado ou lido?),
sendo interessante ser represntação. Aspetos melhoráveis Várias
informações da entrevista não correspondem à biografia de Pessoa (sem que
pareça ser isso propositado ou útil; dá ideia de que falhou a investigação
desses factos): Pessoa nasceu em Lisboa (embora tivesse ascendentes dos
Açores); nunca foi a Inglaterra (esteve, isso sim, na África do Sul, território
então da corona britânica); não se pode dizer que gostasse de passear (a não
ser em Lisboa e, aparentemente, sobretudo para chegar aos cafés, aos
escritórios, não à Cesário, por gosto da observação e da deambulação); Pessoa
até foi bastante fotografado (se considerarmos a época em que viveu). A corrigir:
«*onde fundei o maior fiasco da história, que a minha empresa» (onde fundei o
maior fiasco da história, que foi a minha empresa); «*Rua Conceição da Glória»
(Rua da Conceição à Glória».
Grego
«Uns, com os olhos postos no passado»; «Segue o
teu destino» (Ricardo Reis)
| http://arquivopessoa.net/textos/2695; http://arquivopessoa.net/textos/602 | Grego
(15-(15,5)) Pontos
fortes Imagem,
que é solução expedita, até resulta, mas dentro da simplicidade adotada podia
haver um elemento que se cruzasse mais com o texto (até com a menção do F.C. Porto;
ou através de alusão a Pessoa em algum pormenor do passeio), para se dar a
ideia de conjunto mais articulado. Leitura em voz alta sem erros «textuais (mas
pouco expressiva). Aspetos melhoráveis Sensação de que tudo foi feito à
primeira tentativa (ou à segunda): sentimos a capacidade, facilidade, mas
também a falta de investimento em termos de tempo. A duração (tempo mínimo
precisamente) confirma que se tratou de cumprir uma exigência um pouco em cima
da hora. Textos, ainda que parcialmente, tinham sido usados em aula — cfr. p.
72. A corrigir: «*não mostram individualismo» (não mostram individualidade / personalidade);
«mostram», aliás, saiu quase «mo[n]stram».
Alexandra
«O amor,
quando se revela» (Fernando Pessoa) | http://arquivopessoa.net/textos/1318 | Alexandra (15,5-16) Pontos
fortes Texto
próprio competente. Leitura em voz alta da parte de Pessoa sem erros (embora
demasiado declamada, «altissonante»). Leitura em voz alta do texto próprio expressiva
e a revelar facilidade (por vezes, porém, comedora de sons, como sucede aos lisboetas
— exemplo: «superarias» percebe-se mal). Aspetos melhoráveis Embora os
slides usados pertençam ao acervo da autora, deveria ter-se evitado querer
fazer corresponder, o que acontece por vezes, texto e imagem (resulta mal
pretender ilustrar no ecrã o referente a que se aludiu no discurso).
Beatriz P. & Leonor
«A
rapariga inglesa, uma loura, tão jovem, tão boa» (Álvaro de Campos) | http://arquivopessoa.net/textos/1128 | Leonor & Beatriz P. (18-(18,5)) Pontos
fortes Edição,
produção, todo o acabamento do filme, reveladores de gosto atístico e de saber
técnico. Cenário, cuidados com o contexto, caracterização. Conceção da narrativa,
com a criação do ponto de vista da «rapariga inglesa». Leitura em voz alta sem
erros, ainda que falte a Leonor, aqui e ali, mais «nervo», algumas modulações
(«inquietação» saiu pouco claro a Beatriz; «me lembra ainda e é constante»,
pouco claro a Leonor). Aspetos melhoráveis Talvez reduzisse a extensão
dos momentos com personagens a escrever. A corrigir: «*conje[k]turas» é dito,
pelo menos em Lisboa, «conjeturas» (portanto, também na escrita desaparece o
C). Porque é que omitiram verso(s) como «Comem marmelade ao pequeno almoço em
Inglaterra...»?
João R.
«A aranha
do meu destino» (Fernando Pessoa); «[Hora absurda] O teu silêncio é uma nau com todas as
velas pandas...» (Fernando Pessoa) | http://arquivopessoa.net/textos/3262; http://arquivopessoa.net/textos/829 | João R. (18-(17,5)) Pontos
fortes Texto
criado e sua articulação com todo o resto do filme (incluo letra de canção e
música). Ritmo. Soluções «fílmicas» expeditas, embora se perceba ter havido
aproveitamento de imagens já recolhidas muito antes. Aspetos melhoráveis
Leitura em voz alta tende a ser ligeiramente rápida (e poderia ser mais
expressiva), embora sempre sem erros. Na fase do envio, faltaram links e indicação
de heterónimo ou ortónimo. A corrigir: em «que eventualmente as esqueça»,
«eventualmente» é usado na aceção ‘finalmente’ (é um caso de «falso amigo»
inglês, já que em bom português esta palavra significa ‘talvez’).
Miguel
«Sonho sem fim nem fundo» (Fernando
Pessoa) | http://arquivopessoa.net/textos/2750 | Miguel (15,5) Pontos
fortes
Sofisticação do texto criado. Parte visual, embora aparentemente simples ou
mesmopobre, é pertinente e tem bom gosto, no seu minimalismo: acompanha-se a
evolução da noite ao nascer do dia. Aspetos melhoráveis Trabalho tem
quase o tempo mínimo (2.29) — ora, embora dentro dos limites impostos (enfim,
por um segundo...), é sempre pena que se opte pela duração menor possível. Leitura
em voz alta poderia ser mais lenta, menos lisboetamente«comedora» de sílabas
(no caso do texto próprio) e mais expressiva (no caso do poema). A corrigir: «O
túmulo *foi fechado» (no original do poema não há «foi»); «*O aberto foi
fechado» (no original: «Aberto foi achado»); nas legendas: «Fernando pessoa»
(Fernando Pessoa).
Arruda
«Dizes-me: tu és mais alguma coisa» (Alberto
Caeiro) | http://arquivopessoa.net/textos/3358 | Arruda (12) Pontos
fortes Parte
visual do trabalho revela bom gosto, intuição estética. Também o fundo musical
confirma este sensibilidade artística e a competência técnica. Leitura em voz
alta, em geral, bem e expressiva aqui e ali, mas com erros (que indicarei a
seguir). Aspetos melhoráveis Instruções não terão sido lidas: além de se
não ter cumprido
indicações no momento do envio, tempo ficou aquém do estipulado (2.08 — e com muito
tempo sem texto ouvido —; o mínimo era 2.30); e, sobretudo, não se teve em
conta que teria de haver texto próprio. A corrigir: «*sei que a pedra é real» (sei
que a pedra é a real); «*apenas por isto» (a elas por isto).
Arthur
«Encostei-me para trás na cadeira de convés e
fechei os olhos» (Álvaro de Campos); «Ah, no terrível silêncio do quarto»
(Álvaro de Campos) | http://arquivopessoa.net/textos/208; http://arquivopessoa.net/textos/3440 | Arthur (12) Pontos
fortes Leitura
em voz alta quase sem erros e procurando — e conseguindo quase sempre — ser
expressivo. Aspetos melhoráveis No fundo, não se ter lido bem as
instruções da tarefa, o que fez que: (i) falte texto próprio; (ii) duração seja
de 2.01 (o mínimo era 2.30); (iii) se tenha recorrido a slides (googlados). A
corrigir: «*me encontrará» (ma encontrará); «*de imaginação» (da imaginação); «*quem
me dera» (quem me dará).
Guilherme A.
«É inútil prolongar a conversa
de todo este silêncio» (Álvaro de Campos) | http://arquivopessoa.net/textos/995
| Guilherme A. (14,5-14) Pontos fortes Leitura em voz alta com expressividade que acompanha
bem o poema (não é só ênfase ou dramatismo; está pensada segundo o que o poema
vai dizendo), ainda que com alguns erros localizados (ver em baixo). Texto criado entre penúltima e última estrofes sem erros e até
elegante. Edição competente (música, som, imagem, letra do poema), embora se
deva dizer que se trata de um filme-apresentação mais do que de um filme-filme.
Aspetos melhoráveis A corrigir: no
poema, não está «*e outro amigo» (mas: «outro e amigo»); e não está «*porque o
vais fazer» (mas: «porque o vais dizer); no «aceso do velho» parece soar como
«no *acesso do velho»; «ias advertir-te» é dito «ias *divertir-te».
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