Pessoa pelo 12.º 4.ª
Clara
«[Psiquetipia (ou Psicotipia)] Símbolos. Tudo
símbolos…» (Álvaro de Campos) | http://arquivopessoa.net/textos/67 | Clara (18) Pontos
fortes Edição
(destaco som). Ritmo, variedade. Texto próprio sem erros (embora sem deixar de
cair em lugares comuns — «vivemos num mundo em que...»). Expressão oral sem
falhas, ainda que talvez não tão expressiva quanto seria possível (no sentido
de poder ser mais irónica). Aspetos melhoráveis Ecrã na vertical. A corrigir:
«?*a linha da realidade é ténue» (a linha que separa a realidade da ... é ténue).
Marta
«Não sei se os astros mandam neste
mundo,» (Álvaro de Campos) | http://arquivopessoa.net/textos/3147 | Marta (19,5) Pontos
fortes
Agregação de narratividade e poesia (diríamos que a abordagem é quase intersecionista
— cfr. a fase pessoana que ilustrámos
com «Chuva oblíqua»). Poesia também nas imagens. Edição. Expressão oral. Aspetos
melhoráveis A corrigir: «*deixaria cair a beata sob a calçada» (sobre); «?*
calçada previamente degradada» (calçada já degradada). Evitaria duas «infinidades»
seguidas (outras palavras a descartar: «desvanecidas», «mente»).
Rodrigo
«Chove
muito, chove excessivamente...» (Álvaro de Campos) | http://arquivopessoa.net/textos/1028) |
Rodrigo (19,5) Pontos
fortes Leitura
em voz alta do poema. A própria inserção dessa parte no contexto do resto do
filme. Edição (saliento som). Aspetos melhoráveis Aquando do envio, título do ficheiro não
seguia modelo pedido. Tenho dúvidas quanto ao uso da legenda «futuro» e do
relógio/cronómetro. A corrigir: «?* recordações e nostalgias» (preferível:
«nostalgia»); «quão rápido...» (é feiosa esta estrutura: prefira-se «como
são...»); «os meses são gigantes» (gigantescos); logo no início não percebo bem
«meticuloso e [?eterno?]».
Tomás L.
«Vai alta
no céu a lua da primavera» (Alberto Caeiro); «O Tejo é mais belo que o rio que
corre pela minha aldeia» (Alberto Caeiro); «Nocturno de dia» (Álvaro de
Campos); «Amo o que vejo porque deixarei» (Ricardo Reis) | http://arquivopessoa.net/textos/1005; http://arquivopessoa.net/textos/3555; http://arquivopessoa.net/textos/1174; http://arquivopessoa.net/textos/1817 | Tomás
(19) Pontos
fortes Edição,
capacidade técnica. Conjugação de ‘ironia/ritmo da comunicação atual’, ‘poemas
de Pessoa’ e pequenas brincadeiras em torno do processo da produção (ou seja,
do plano da enunciação); e de vários eixos (da narrativa) e vários géneros
(estilos). Aspetos melhoráveis Evitaria a cena do soco. A corrigir:
«*premiação» (prémio) — mas talvez fosse propositado, enquanto elemento de
caricatura da personagem.; «?*um dos melhores poetas portuguesas» (mais
importantes)»; «*naturista Alberto Caeiro» (o sentido habitual de «naturista» é
‘nudista’; Caeiro seria alguém que gostava de estar próximo da natureza).
Gonçalo
«Da mais
alta janela da minha casa» (Alberto Caeiro) | http://arquivopessoa.net/textos/1112 |
Gonçalo (17,5) Pontos
fortes Leitura
em voz alta muito competente, embora Caeiro pudesse ser dado num tom mais
coloquial (menos escolar, mais espontâneo e admirado com tudo). Incorporação do
texto próprio no poema de Caeiro (e vice
versa). Aspetos melhoráveis Imagem é sobretudo ilustrativa (não
funciona como mais-valia, como se desejaria num trabalho deste género).
Tomás
N.
«[Insónia]
Não durmo, nem espero dormir» (Álvaro de Campos) | http://arquivopessoa.net/textos/2358 | Tomás N. (17) Pontos
fortes Leitura
em voz alta do poema e dos trechos próprios integrados (certa hesitação apenas
em «todos os versos são sempre escritos no dia seguinte»); no entanto, Campos
pode ser ainda mais dramatizado, é mais heterogéneo (acolheria bem uma leitura
com vários estilos justapostos). Engenho em criar uma situação propícia ao
texto de Álvaro de Campos (embora acabasse assim por haver pouco texto
original). Aspetos melhoráveis A corrigir: «*há um ano atrás» (os
puristas consideram que é pleonasmo e se deve dizer apenas «há um ano»); «*exce[p]to»
(mesmo que haja P no texto que se lê — antes do AO —, o [p] há muito que não é
dito).
Joana, Laura, Mafalda
«Não, não
é cansaço...» (Álvaro de Campos); «[O Futuro] Sei que me espera qualquer coisa»
(Álvaro de Campos); «A espantosa realidade das coisas» (Alberto Caeiro); «Às
vezes, em sonho triste» (Fernando Pessoa) | http://arquivopessoa.net/textos/228; http://arquivopessoa.net/textos/1250; http://arquivopessoa.net/textos/3364; http://arquivopessoa.net/textos/554 | Mafalda, Laura, Joana (19-19,5) Pontos
fortes Diluição
(incorporação) de textos de Pessoa em história muito bem adaptada ao cinema.
Narratividade (enredo tem qualquer coisa dos filmes de Giuseppe Tornatore, o
realizador de Cinema Paraíso ou Malèna) — cfr. a ação cíclica (tópico
das pedras recuperado no final) e a importância das avenidas. Edição (destaco som,
música). Leitura em voz alta dos textos (Laura, MB; Joana MB-/B+, Mafalda, MB).
Aspetos melhoráveis Som captado das falas, por vezes, fica um pouco
escondido por música ou por resto do som ambiente.
Diana
«É
tão suave a fuga deste dia» (Ricardo Reis) | http://arquivopessoa.net/textos/2737 | Diana (15) Pontos
fortes Incorporação
dos versos de Ricardo de Reis num texto criado coerente. Leitura em voz alta do
poema de Reis sem erros (mas, no final, um pouco rápida). Texto próprio sem
erros, ainda que se um estilo que se possa considerar elegantíssimo. Aspetos
melhoráveis Relativamente pouco investimento num trabalho que se assumia
ser tarefa de fundo (por exemplo, quase desperdício da componente visual). A
corrigir: «*repugnei o amor» (tive repugnância pelo amor; rejeitei o amor;
repugna-me o amor —«repugnar» não é transitivo direto); «?* o porquê» (a causa,
o motivo); «?* não existe qualquer prova da sua existência»; (não
há); «cartas [...] cartas essas que» (não é erro, mas tenho desaconselhado esta
estrutura: é preferível «cartas, que»).
Eduardo
«Fúria
nas trevas o vento» (Fernando Pessoa) | http://arquivopessoa.net/textos/2337 | Eduardo (18,5) Pontos
fortes Ironia
sobre o próprio processo de construção do filme e da redação. Expressão oral moldada
a cada atitudeplástica (facilidade de represntação, leitura em voz alta
impecável). Representação também na vertente gestual. Edição (incluindo
música). Aspetos melhoráveis Final (tecnicamente?) pareceu-me
precipitado.
Laura O.
«[XLVIII] Da mais alta janela da minha
casa» (Alberto Caeiro) | http://arquivopessoa.net/textos/1112 | Laura
O. (17) Pontos
fortes
Expressão oral, clara e calma, em velocidade apropriada (embora o estilo de
Caeiro pudesse ser mais o de uma criança aoi mesmo tempo ingénua, entusiasmada com
tudo e em paz). Edição (bom acabamento de tudo). Texto próprio acrescentado ao
de Caeiro insere-se bem no deste heterónimo, ou mestre dos heterónimos e de
Pessoa, e não tem erros. Aspetos melhoráveis O que observei acerca de
uma leitura ideal «à Caeiro». Quanto ao texto criado, ainda que sem erros, não
é tão bom quanto a autora conseguiria fazer.
Lourenço
«Insónia»
(Álvaro de Campos) | http://arquivopessoa.net/textos/2358 |
Lourenço (14,5-15) Pontos
fortes Trechos
próprios acrescentados ao de Álvaro de Campos sem erros, ainda que demasiado curtos.
Leitura em voz alta do poema sem falhas (ou quase sem falhas), embora me pareça
que era possível ter-se sido mais expressivo (aproveitando a dramatização a que
os textos de Campos convidam). Aspetos melhoráveis Certo desperdício da
componente visual do trabalho. Muísica de fundo contende um tanto com o estilo
de Campos. A corrigir: pronúncia de «fora deles» (não é «*f[ô]ra», mas
«f[ó]ra»).
Afonso
«Segue o
teu destino» (Ricardo Reis) | http://arquivopessoa.net/textos/602 | Afonso
Picão (18) Pontos
fortes Texto
criado, num género que reúne características expositivas mas também dos textos
poéticos. Clareza e ritmo adequado da leitura em voz alta. Apuramento técnico
da edição. Aspetos melhoráveis A corrigir: pronúncia de «fecham» (no
dialeto de Lisboa será «f[α]cham», ou «f[αj]cham», mas o que ouvimos no filme é
«f[ε]cham» ou «f[e]cham» , como dirão os nortenhos ou os alentejanos e
algarvios).
Madalena
«Não sei.
Falta-me um sentido, um tacto" (Álvaro de Campos); http://arquivopessoa.net/textos/4355 |
Madalena (15) Pontos
fortes Redação
do texto criado. Leitura em voz alta na parte do poema (já a leitura do texto
da autora está talvez demasiado rápida). Aspetos melhoráveis Não se
chega ao tempo mínimo, ainda que por poucos segundos (2.23 — eu dizia «cerca de
2.30», o que pode abranger os 2.23). A corrigir: no contexto em que surge (que
aqui não vou transcrever),«teria morrido» deveria ser «tinha morrido» ou
«morrera»; «*entristicer» (entristecer).
Hugo & Pedro
«Ah, no
terrível silêncio do quarto» (Álvaro de Campos); «É inútil prolongar a conversa
de todo este silêncio.» (Álvaro de Campos); «Ah! Ser indiferente!» (Álvaro de
Campos); «Sou o fantasma de um rei» (Fernando Pessoa) | http://arquivopessoa.net/textos/3440; http://arquivopessoa.net/textos/995; http://arquivopessoa.net/textos/3152; http://arquivopessoa.net/textos/596 | Pedro
& Hugo (18-18,5) Pontos
fortes Escrita
do texto. Expressão oral (sobretudo na leitura dos poemas). Narratividade
(traduzir a passagem do tempo em filme não é, porém, fácil). Interessante o
momento em que se aferiu que a vida é demasiado preciosa para ser desperdiçada
em futilidades e, ao mesmo tempo, se «emborca» pão barrado com doce de morango,
ou outro doce qualquer, e vemos Marta Themido no ecrã (muito premonitório). Aspetos
melhoráveis Representação discutível (um pouco entre o estilo do Teatro
Nacional D. Maria II e o de um filme português dos anos setenta), também porque
os diálogos, por vezes, não ajudam («existem diversas vertentes» numa conversa
de amigos parece um pouco artificial, não concordam?).
Leonor
«O luar
através dos altos ramos» (Alberto Caeiro) | http://arquivopessoa.net/textos/3431 | Leonor
(14) Pontos
fortes Redação
boa (entre a análise de texto e a reflexão pessoal). Clareza na leitura em voz
alta. Imagens são fotografias tiradas pela autora. Aspetos melhoráveis
Tempo mínimo pedido não foi atingido (2.07, apenas, contra os «cerca de 2.30»
exigidos). A
corrigir: «*dizem os poetas que ele» («dizem os poetas todos que ele» é o que
está no poema); «?*o interpretarmos como ser apenas o mundo» (o interpretarmos
como o mundo apenas).
Emilly
«Quando
as crianças brincam» (Fernando Pessoa) | http://arquivopessoa.net/textos/2185 | Emilly (15,5) Pontos
fortes Bom
equilíbrio, boa articulação, entre imagens e texto. Texto criado bem escrito e
a dar bom pretexto para o surgimento de imagens autobiográficas (que, em conjunto
com as da turma, conferem ao que vai dizendo fiabilidade, chancelam-no, por
assim dizer — como se estivesse ali o vero testemunho do que se defende no
texto). E, no entanto, é curioso que o que dizia o eu do poema de Pessoa é o
contrário do que se comprova no vídeo (o sujeito poético alegava que não tinha
tido infância; a autora do texto presente mostra a importância do seu passado).
Aspetos melhoráveis O poema «Quando as crianças brincam» foi dado em
aula. Leitura em voz alta, por vezes, demasiado apressada. Tempo quase mínimo
(2.32; como se se tivesse de acabar o trabalho logo que atingido o mínimo
necessário...).
Francisca
«Onde é que os mortos dormem? Dorme
alguém» (Álvaro de Campos) | http://arquivopessoa.net/textos/3516 | Francisca
(17,5) Pontos
fortes Criatividade,
sentido estético do trabalho, resultando num objeto bem acabado, com
sensibilidade artística. Minimalismo. Leitura em voz alta (embora com pouco Pessoa,
diga-se). Aspetos melhoráveis Duração é a do exato mínimo exigido
(quanto a mim, os bons trabalhos devem fugir a ser tão económicos). A corrigir:
«*lembrança que o tempo estava a passar» (lembrança de que o tempo estava a
passar); e pareceu-me que «por isso não o posso fazer» não terá muito lógica no
contexto em que está.
Botea
«Se
te queres matar, porque não te queres matar?» (Álvaro de Campos) | http://arquivopessoa.net/textos/4360 | Botea (17,5) Pontos
fortes Plasticidade
nas entoações (estilo dialogal, com vários sotaques, funciona bem, mostra facilidade
na expressão oral, embora, porque implica caricatura, retire ao filme o tom
poético que pudesse haver). Edição, acabamento técnico (sem grandes ambições,
mas seguro no formato adotado). Aspetos melhoráveis A partir de certa
altura, é notória a escassez de imagens, ainda que esse desequilíbrio se justifique
por estarem feitas as apresentações das duas vozes (anjo, diabo) e ser
desnecessário estar sempre a singularizá-las.
André
«Enquanto
eu vir o sol luzir nas folhas» (Ricardo Reis) | http://arquivopessoa.net/textos/1980 | André
(13-13,5) Pontos
fortes Leitura
em voz alta do poema quase sem erros (mas talvez pouco ambiciosa, sem arriscar
expressividade). Texto próprio também razoavelmente escrito e dito (mas sem
parecer haver grande investimento). Asseio técnico. Aspetos melhoráveis
Não se atinge tempo mínimo (filme tem 2.26, mas pouco depois a partir de 1.49
deixa de haver texto). A corrigir: «natureza [as]tensa» (extensa); «a sua *calmeza
e a sua transparência acalmavam-me» (evitar duas palavras da família de «calma»
tão perto; «calmeza», aliás, não existe: «calma»).
Júlia
«Não venhas sentar-te à minha frente, nem
a meu lado» (Fernando Pessoa) ; «[Insónia] Não durmo, nem espero dormir»
(Álvaro de Campos) | http://arquivopessoa.net/textos/1448 ; http://arquivopessoa.net/textos/2358
| Júlia (18) Pontos
fortes Texto
criado quase não se distingue do de Campos/Pessoa, o que significa que houve
boa redação. Estilização gráfica, efeitos de montagem, toda a edição. Expressividade
da leitura em voz alta (aqui e ali, porém, clareza, «definição» das palavras
podia ser melhor).Aspetos melhoráveis Tenho algumas dúvidas quanto às
vantagens da música de fundo. A corrigir (ou antes, a ponderar): «chamo de
vida» está correto na variante brasileira mas em português europeu será «chamo
vida» (só refiro este caso, porque a estrutura com «de» já vem sendo adotada também
pelos falantes de variante europeia).
Adolfo
«[XXXII]
Ontem à tarde um homem das cidades» (Alberto Caeiro) | http://arquivopessoa.net/textos/3417
| Adolfo (14,5) Pontos fortes Interessante ter-se
relacionado o poema com um facto muito atual, o cenário de uma crise (neste
caso, pandémica) e como ela afeta as pessoas e a cidade. A última frase do
texto criado («Haverá alguma vez mais o normal?») é um belo fecho. Competência
técnica (som e filme). Leitura em vez alta quase não tem erros, apesar de se
tratar de um poema ainda longo (certa lentidão e estilo de quem está a pensar
desprendidamente até tem que ver com a personalidade calma de Alberto Caeiro). Aspetos melhoráveis No texto criado, a
escrita devia estar mais revista (parte do texto foi quase improvisada
oralmente?). A corrigir: «*perguntas que nós falámos» (perguntas que fizemos);
«*comparada à dos outros» (comparada com a dos outros); no poema lido: «que eu
não sou bom» («eu» não está no original); e «até às lágrimas» ficou pouco
claro.
#
<< Home