Vinte e um milagres de Santo António
Seguem-se vinte um
milagres de Santo António, os dos títulos que lhes serviram para criar o vosso
relato de milagre. O português é o da variante brasileira, mesmo nas grafias
(notem o «Antônio», que seria «António»; «polêmicas», «polémicas»; mas haverá também alguns erros), já que não intervim nos textos que estão no site da Paróquia de
San’Ana (Vinhedo, Campinas,
São Paulo, Brasil, América do Sul, Terra, Universo). Obrigado, paroquianos de Sant’Ana.
1. Os Pássaros e a Plantação
O pai de Santo Antônio, Martinho de Bulhões,
gostava de ir a uma fazenda que possuía nos arredores de Lisboa. Um dia, levou
o filho com ele. Ocorre que insaciáveis bandos de pássaros desciam
continuamente para bicar os grãos de trigo. Era necessário espantá-los para
impedir grave dano à colheita. Martinho encarregou o garoto de manter longe os
pequenos ladrões. O pai se foi e Fernando permaneceu correndo de cá para lá no
campo. Em pouco tempo , começou a se aborrecer com aquela ocupação. Não muito
longe, uma capelinha rústica o convidava à oração. Mas o pai o mandara enxotar
os passarinhos. Gritou então aos pássaros, convidando-os a segui-lo para dentro
de uma sala da fazenda. Obedientes os pássaros entraram. Quando todos estavam
dentro, Fernando fechou as janelas e as portas, e foi tranqüilamente fazer sua
visita ao Senhor. Retornando o pai veio procurá-lo. Andou pelo campo,
chamando-o , mas não o encontrou. Preocupado, dirigiu-se à capela e o
descobriu, todo absorto na prece. Fernando tomou o pai pelas mãos e o conduziu
ao salão repleto dos voos e dos cantos dos graciosos prisioneiros. Abriu a
porta e, a um sinal seu, os pássaros, em bando, retornaram os livres caminhos
do espaço.
2. O Jumento se Curva Diante da Eucaristia
Durante uma pregação, cujo tema era a
Eucaristia, levantou-se um homem dizendo: “Eu acreditarei que Cristo está
realmente presente na Hóstia Consagrada quando vir o meu jumento ajoelhar-se
diante da custódia com o Santíssimo. Sacramento”. O Santo aceitou o desafio.
Deixaram o pobre jumento três dias sem comer. No momento e lugar
pré-estabelecido, apresentou-se Antônio com a custódia e o herege com o seu
jumento que já não agüentava manter-se em pé devido ao forçado jejum. Mesmo
meio-morto de fome, deixou de lado a apetitosa pastagem que lhe era oferecida
pelo seu dono, para se ajoelhar diante do Santíssimo Sacramento.
3. Livro Roubado
Um dia, o frei descobriu que um noviço havia
fugido do mosteiro e levado com ele seus comentários sobre o Livro dos Salmos.
Então, rezou para o retorno de ambos. Em pouco tempo, o jovem arrependido
voltou para a vida religiosa, acompanhado, é claro, dos manuscritos.
4. Sermão aos Peixes
Santo Antônio foi pregar na cidade de Rimini,
onde dominavam os hereges que resolveram não ouvi-lo em hipótese alguma. Frei
Antônio subiu ao púlpito e quase todos se retiraram e fugiram. Não esmoreceu e
pregou aos que tinham ficado. Inflamado pela inspiração Divina, falou com tal
energia que os hereges presentes, reconheceram seus erros e resolveram mudar de
vida. Mas o Santo não estava contente com o resultado parcial. Retirou-se para
orar em solidão, pedindo ao Altíssimo que toda a cidade se convertesse.
Saindo do retiro, foi direto às praias do Mar
Adriático e, em altos brados clamou aos peixes que o ouvissem e celebrassem com
louvores ao seu supremo Criador, já que os homens ingratos não queriam fazê-lo.
Diante daquela voz imperiosa, apareceram logo os incontáveis habitantes das
águas, e se distribuíram ordenadamente, cada qual com os de sua espécie e
tamanho. Os peixes ergueram suas cabeças da água e ficaram longo tempo imóveis,
a ouvi-lo.
5. O Prato Envenenado
Alguns hereges resolveram matar Santo Antônio,
envenenando-o. Convidaram-no para comer com eles, dando como pretexto debater
sobre alguns pontos da Fé. Santo Antônio sempre aceitava comparecer a esses
debates e polêmicas. Os hereges puseram diante dele, entre outros pratos, um
que continha veneno mortal. Antes que o tocasse, Deus revelou-lhe a cilada e o
Santo, conservando toda a calma, repreendeu os hereges pela traição.
Vendo revelado o intento perverso, os hereges não se abalaram e responderam cinicamente: "É verdade que esse prato tem veneno, mas nós o colocamos aí porque desejamos fazer uma experiência: no Evangelho está escrito que Jesus Cristo disse aos seus discípulos que ainda que tomassem veneno mortal nenhum mal sofreriam e estamos querendo saber se és de fato discípulo de Cristo". Santo Antônio fez o sinal da Cruz sobre aquele prato e o comeu com apetite, saboreando a comida envenenada como se fosse alimento saudável, e nada sofreu, deixando mais uma vez os hereges confusos e assombrados.
Vendo revelado o intento perverso, os hereges não se abalaram e responderam cinicamente: "É verdade que esse prato tem veneno, mas nós o colocamos aí porque desejamos fazer uma experiência: no Evangelho está escrito que Jesus Cristo disse aos seus discípulos que ainda que tomassem veneno mortal nenhum mal sofreriam e estamos querendo saber se és de fato discípulo de Cristo". Santo Antônio fez o sinal da Cruz sobre aquele prato e o comeu com apetite, saboreando a comida envenenada como se fosse alimento saudável, e nada sofreu, deixando mais uma vez os hereges confusos e assombrados.
6. O Milagre da Bilocação (estar em dois lugares ao mesmo tempo)
No domingo de Páscoa enquanto pregava na
Catedral, Santo Antônio lembrou-se de que fora designado para entoar a Aleluia
na Missa que se celebrava naquele momento na Igreja do Convento franciscano.
Não querendo faltar com a obediência e não podendo descer do púlpito, parou um
pouco, calou-se como se estivesse retomando a respiração e, nesse momento, foi
milagrosamente visto no Coro de seu convento, entoando a Aleluia. Esse prodigioso
milagre de bilocação foi assistido e certificado por muitas testemunhas,
espalhando-se a notícia em todos os locais.
7. Controle sobre o Tempo
Num dia festivo, em Limoges, Santo Antônio pediu
licença para pregar numa igreja paroquial. Como era imensa a sua fama,o povo
deslocou-se para o local, mas o recinto era pequeno para acolher toda aquela
gente e foi obrigado a pregar em praça pública. Mal havia começado o sermão, o
céu escureceu e muitos relâmpagos e trovões anunciavam uma grande tempestade.
O povo, atemorizado, começou a murmurar e já se
dispunham a sair dali em busca de abrigo. Mas Santo Antônio pediu silêncio e,
em nome de Deus, assegurou que não choveria naquele local, recomendando a todos
que ficassem atentos à pregação. Tranqüilizados, os fiéis ouviram o sermão até
o fim. Quando se retiravam para suas casas, verificaram com muita admiração,
que embora estivesse perfeitamente seco o local da pregação, toda a redondeza
estava completamente alagada pela chuva da forte tempestade.
8. Santo Antônio Cura um Louco
No meio de um sermão de Santo Antônio, entrou um
louco e, com voz alterada e gestos desordenados, perturbava os ouvintes que não
conseguiam prestar atenção nas palavras do pregador. De repente, o louco disse:
"Não sossegarei enquanto aquele homem (e apontou para Santo Antônio) não
me der o cordão que usa na cintura". O Santo retirou o cordão e com ele
envolveu o louco que foi imediatamente curado.
9. Menino Salvo pela Fé
Santo Antônio pregava em Briba, quando uma
senhora, apressada para assistir seu sermão, deixou sobre o fogo um caldeirão
com água, sem se lembrar de que seu filho pequeno ficara só em casa.
Ao chegar da pregação, viu com horror que o
menino havia caído dentro do caldeirão e que a água estava fervendo. Bem se
pode imaginar os gritos de desespero que deu a pobre mãe! Não ousava
aproximar-se, certa de que encontraria a inocente vítima horrivelmente queimada
e morta. Mas, cheia de fé em Santo Antônio, invocou-o e quando aproximou-se seu
filho estava são e salvo, brincando e pulando na água fervente, sem que esta
lhe queimasse.
10. Criada Caminha sob Forte Chuva sem Molhar as Roupas
Certo dia, faltando alimentos no convento de
Briba, Frei Antônio mandou que fossem pedir a uma senhora devota, dona de uma
grande propriedade, a esmola de algumas verduras. Apesar de estar chovendo
fortemente, a piedosa senhora ordenou a uma criada que fosse apanhar as
verduras na horta distante da casa.
A criada obedeceu contrariada pois chovia muito.
Foi quando se deu conta de que, apesar da chuva torrencial que caía, não estava
molhando nem os pés, nem as roupas que vestia. Chegou à horta, colheu as
verduras, foi entregá-las no convento e retornou à casa completamente seca.
Tanto ela, quanto sua senhora, ficaram assombradas diante daquele prodígio e
não cessaram de contar a todos, os altos merecimentos do Santo.
11. Santo Antônio Ressuscita um Morto
Vinha Frei Antônio e um companheiro pelo
caminho, voltavam de uma aldeia carregando grande peso às costas, quando
encontraram um carroceiro que carregava um homem adormecido. O Santo, muito
cansado, pediu-lhe por amor de Deus que levasse alguns víveres que ele e seu
companheiro haviam recebido de esmola para o sustento da comunidade.
O carroceiro respondeu rudemente que não podia
fazê-lo porque estava conduzindo um defunto. O Santo acreditou, rezou pelo
descanso eterno da alma do falecido e continuou seu caminho. Qual não foi o
espanto do carroceiro quando, mais tarde, foi acordar o amigo que supunha
adormecido e o encontrou realmente morto!
Confuso e arrependido, foi em busca de Santo
Antônio e prostrou-se aos seus pés, pedindo-lhe humildemente perdão. Frei
Antônio se compadeceu do homem, aproximou-se da carroça e depois de uma curta
oração, fez o sinal da Cruz sobre o cadáver e o ressuscitou.
12. Salvou um Homem da Morte por Esmagamento
Durante a construção do convento de Leontino,
aconteceu o seguinte milagre: Estava sendo transportada uma grande pedra para o
portal da igreja em uma carroça. Ao ser retirada, caiu sobre o carroceiro
esmagando-o, deixando-o quase morto. Frei Antônio, querendo por humildade
ocultar seu dom de fazer milagres, disse aos presentes que invocassem o auxílio
de São Francisco. Imediatamente o homem ferido levantou-se perfeitamente são,
como se nenhum acidente tivesse ocorrido.
13. A Cura de um Menino Paralítico
Aproximou-se de Santo Antônio uma mulher
trazendo nos braços um filho paralítico de nascença e rogava em altos brados
que o curasse. O Santo manifestou certo desagrado por aquela forma ruidosa de
pedir, mas a mulher continuou a implorar.
Tanto ela pediu e suplicou, que este, afinal,
fez sobre o menino paralítico o "sinal da cruz", curando-o
imediatamente. Com modéstia, atribuiu o milagre à fé da boa mulher e
recomendou-lhe que não contasse o ocorrido à ninguém enquanto ele fosse vivo.
14. O Menino Jesus Aparece para o Santo
Certa vez, Santo Antônio precisou de alojamento
em Pádua e um senhor nobre, da família dos Condes de Camposampiero, teve a
honra de o acolher em sua casa. Uma noite, vendo do lado de fora do quarto de
Frei Antônio alguns raios de luz, aproximou-se e viu o Santo segurando nos
braços um gracioso Menino que suavemente o acariciava.
Ficou cheio de espanto por tão extraordinária
maravilha. Compreendeu que se tratava do Menino Jesus que se tornara visível ao
Santo para recompensá-lo com celestes consolações pelas fadigas sofridas.
Enquanto ainda observava, o Menino desapareceu.
Saindo do êxtase, Frei Antônio deixou o quarto e
dirigiu-se ao dono da casa, dizendo que sabia que ele o havia observado durante
a aparição. Pediu então com insistência que não revelasse o que tinha visto. O
senhor cumpriu a palavra, somente revelando o fato depois da morte do Santo. A
história o tocara profundamente e todas as vezes que a relatava, não conseguia
reter as lágrimas.
15. Reconstituiu um Pé Decepado
Um jovem chamado Leonardo confessou-se com o
Santo e contou-lhe que, levado pela cólera, havia dado um pontapé em sua mãe.
Frei Antônio, para fazê-lo compreender a gravidade do pecado que cometera,
disse-lhe: "Teu pé bem que merecia ser cortado". Essas palavras
impressionaram tão fortemente o jovem, que este,chegando em casa, aterrorizado
com o que fizera, cortou fora o pé. Na hora em que caiu ao chão, fez um ruído
tão grande que sua mãe correu para ver o que estava acontecendo. Horrorizada
com a cena e por saber as razões pelas quais o filho assim procedera, correu em
busca de Frei Antônio, que foi apressadamente à casa do rapaz. Comovido pelo
estado em que o encontrou, quase à beira da morte pelo sangue perdido, animou-o
a ter confiança em Deus. O rapaz e o Santo pegaram o pé cortado, recolocaram-no
e imediatamente foi restaurado. Ficou tão perfeito como se nunca houvesse sido
cortado, com apenas pequena cicatriz no lugar do golpe para testemunho do
grande milagre realizado.
16. Morto Falou em Defesa do Pai de Frei Antônio
Um rapaz foi assassinado perto da casa de
Martinho de Bulhões, pai de Santo Antônio. Os assassinos levaram o corpo
para o quintal de Martinho e ali o enterraram, sem que o proprietário do
terreno soubesse. Mais tarde, foi descoberto pela Justiça o corpo na casa do
infeliz fidalgo e este foi acusado pelo crime. Diante dos gravíssimos indícios
de sua culpa, permaneceu quinze meses preso e, finalmente, estava sendo julgado
e seria com certeza condenado à morte.
Frei Antônio foi misteriosamente avisado do
perigo que ameaçava seu pai. Santo Antônio foi imediatamente pedir ao Guardião
do convento que o deixasse ausentar-se de Pádua por pouco tempo. Assim que foi
autorizado, viu-se transportado num instante à Lisboa, indo direto ao tribunal
e, depois de beijar a mão de seu pai em sinal de respeito, tomou a sua defesa.
Os juízes ficaram impressionados com o aparecimento daquele inesperado advogado
e com a segurança com que ele falava, mas não se convenceram da inocência do
réu, tantas eram as provas que tinham de sua culpa.
Faltando testemunhas de defesa, Santo Antônio
apelou para o depoimento da vítima. Os assistentes, surpresos com a estranha
proposta, começaram a rir. Mas Frei Antônio insistiu e os juízes levados pela
curiosidade, consentiram que ele chamasse o morto como testemunha da defesa.
Chegados à sepultura do falecido, o Santo ordenou que a abrissem e chamou o
frio cadáver em voz alta, ordenando-lhe em nome de Deus que dissesse aos juízes
a verdade sobre o seu assassinato.
Imediatamente o morto levantou-se como se
estivesse vivo e respondeu com voz sonora que Martinho de Bulhões era inocente
e não estava manchado pelo seu sangue. Em seguida, deitou-se na sepultura.
Santo Antônio, depois de se despedir do pai, desapareceu. Ficaram os juízes e a
assistência assombrados com o milagre que acabavam de presenciar. O nobre
Martinho de Bulhões, graças ao seu santo filho, teve sua vida salva. Os
verdadeiros culpados foram descobertos.
17. Recupera os Cabelos Arrancados de uma Mulher
Em Arezzo vivia um homem nobre, mas tão colérico
que quando se irritava parecia perder o juízo. A esposa, senhora de muito siso
e prudência, teve um dia a infelicidade de proferir umas palavras que irritaram
o marido a tal ponto que ele se atirou sobre ela espancando-a cruelmente,
chegando a lhe arrancar os cabelos.
Com os gritos da infeliz, os vizinhos correram
para acudi-la, encontrando-a quase morta na cama. O marido, depois de serenar,
envergonhou-se do que tinha feito e lembrando-se da fama de Santo Antônio, foi
procurá-lo arrependido, pedindo que o ajudasse.
O piedoso Santo foi logo procurar a senhora,
abençoando-a e, fazendo o sinal da Cruz sobre ela, começou a rezar. Pouco a
pouco ela foi recuperando o antigo vigor e, milagrosamente, quando se ajoelhou
aos pés do Santo, renasceu todo o cabelo.
18. Conserva um Copo Intacto e Faz Nascer Uvas numa Videira sem
Frutos
Um soldado espanhol chamado Aleardino, que havia
perdido a Fé, chegou à Pádua no dia do enterro de Santo Antônio. Vangloriando-se
de sua incredulidade, segurou um grande copo de vidro e disse a muitas pessoas
que o censuravam: "Se este copo ficar inteiro depois que eu o atirar
àquelas pedras, acreditarei que esse padre faz milagres". E atirou o copo
com toda a força, mas ele não se partiu. Renunciou então seus erros
publicamente e quis converter a um amigo também incrédulo. Chegou, pois, ao
amigo e lhe contou todo o acontecido, mostrando-lhe o copo objeto do prodígio.
O amigo ouviu-o com risadas e sinais de desprezo
e respondeu: "Não acredito no que dizes. O que estás dizendo é tão
impossível como aquela videira sem frutos, de repente, ficar carregada de ramos
e cachos, e nós, com suas uvas, fazermos vinho para encher teu copo
milagroso!" Mal acabara de falar, a videira se encheu prodigiosamente de
folhas e belos cachos de saborosas uvas, as quais, espremidas por Aleardino,
encheram o copo com seu licor maravilhoso. Esse copo ainda hoje se conserva no
relicário da Basílica de Santo Antônio, em Pádua.
19. Anel Desaparecido do Bispo de Córdoba é Reencontrado
Muito devoto de Santo Antônio, o Bispo possuía
um anel de estimação. Certo dia notou a falta dele: ou o tinha perdido, ou o
tinham furtado. Passou-se muito tempo sem que o anel aparecesse. Um dia, estava
o Bispo à mesa com alguns senhores seus parentes, quando casualmente falaram no
poder de Santo Antônio para encontrar bens perdidos.
Disse então o Bispo: "Tenho recebido
grandes favores do Santo, mas ele ainda não ouviu as súplicas que lhe tenho
feito para achar um anel que perdi". Mal tinha acabado de proferir essas
palavras quando o anel desaparecido caiu no meio da mesa, à vista de todos, sem
que ninguém soubesse explicar de onde veio.
20. Ajuda um Bispo a Recuperar Papéis Perdidos
O Bispo D. Frei Ambrósio Catarino, grande escritor,
estava saindo de Tolosa e levava na bagagem muitos papéis e apontamentos
particulares e também um livro intitulado "A Glória dos Santos", para
discutir com os hereges. Depois de caminhar muitos quilômetros, percebeu que
haviam caído pelo caminho três escritos preciosos, frutos de muito trabalho.
Com enorme tristeza, refez o caminho para os
encontrar. Procurou-os em vão. Lembrou-se então de Santo Antônio, dirigiu-lhe
uma prece fervorosa, prometendo que se encontrasse os papéis, acrescentaria ao
livro "A Glória dos Santos" a narração daquela graça de Santo
Antônio. Nesse mesmo instante, aproxima-se dele um desconhecido que lhe
pergunta se não havia perdido uns papéis e, ante a reposta afirmativa do Bispo,
entrega-lhe os papéis tão desejados!
21. O Casamento da Jovem
Conta-se que uma jovem muito linda, mas cansada
de esperar por um noivo, já desesperada de encontrar marido, pediu ajuda a
Santo Antônio. Adquiriu uma imagem do santo, benzeu-a e todos os dias
enfeitava-a com flores que colhia no jardim. Além disso, orava com regularidade
para que Santo Antônio lhe arranjasse um noivo. Mas, passou-se muito tempo e o
noivo não aparecia.
Certa vez, pôs-se a lamentar a ingratidão do
santo, chegando mesmo a ser repreendida pela mãe. E, desapontada, pegou a
imagem e, no auge do desespero, atirou-a pela janela afora. Passava na rua,
naquele momento, um jovem cavaleiro e a imagem o acertou na cabeça. Apanhou-a
intacta e subiu a escada para devolvê-la. Quem o recebeu foi a formosa donzela.
O cavaleiro apaixonou-se por ela e algum tempo depois casaram-se, naturalmente
por milagre do santo.
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