Livros

Leitura de livros (= tarefa grande do 3.º período)

Objectivo desta tarefa é apenas a leitura. Tratarei de me certificar do seu cumprimento, através de algum expediente leve. Na verdade, esta tarefa grande não é bem uma tarefa grande, é mais o reconhecimento de que o 3.º período é demasiado curto e que era importante habituarem-se a ir lendo sempre.

O livro a ler deverá ser literário. Esmiuçar esta regra é difícil, mas, pelo tipo de livros que a seguir excluirei, perceberão.

Não queria que escolhessem obras de literatura juvenil — reporto-me a autores que até acho terem mérito, mas que acabam por evitar o léxico com que gostaria de os fazer confrontar: ficam, portanto, proscritos Alice Vieira, António Mota, Maria Maia Gonzalez, Ana Saldanha, Alexandre Honrado, Luísa Ducla Soares, por exemplo; ou os livros das colecções ‘Estrela do Mar’ (Presença), ‘Minoria Absoluta’ (Dom Quixote) e ‘Quarto Crescente’ (Âmbar). Também não queria que escolhessem livros de figuras públicas que não são propriamente escritores (embora Rodrigo Guedes de Carvalho ou o Miguel de Sousa Tavares de contos e livros de viagens até talvez pudessem sair deste grupo). Também não queria Paulo Coelho, nem Código Da Vinci ou similares. Evitaria ainda os livros de história, filosofia, ciências. Finalmente, queria que fugissem a obras dos programas (de anos futuros ou passados). Embora não descarte a escolha de livros de poesia, talvez preferisse que preferissem obra de prosa, mesmo que da extensão apenas de uma novela ou conto grande.
(Nem é preciso dizer que acho muito bem que leiam estes livros todos; estou apenas a dizer o que interessa para efeitos exclusivos do nosso encargo.)

A seguir, pus nomes de autores que correspondem ao perfil que aconselho, ainda que haja muitos outros igualmente adoptáveis. Prefiro pôr os autores aos livros, para assim a vossa margem de manobra ser maior. É claro que pode acontecer entre a destes autores haver obras que, excepcionalmente, sejam indesejáveis. Recomendo que, antes de decidirem por que obra optarão, mo digam.
Agrupo os autores por afinidades (de diversa índole).

Agustina Bessa-Luís
António Lobo Antunes
José Cardoso Pires
(José Saramago, mas não Memorial do Convento)

Lídia Jorge
João Aguiar
Mário Cláudio

Eça de Queirós (qualquer romance/novela, mas não os contos)
Machado de Assis
Camilo Castelo Branco (mas talvez já demasiado secante)

Shakespeare

Jorge Luis Borges
Vladimir Nabokov
Italo Calvino

Edgar Allan Poe
Oscar Wilde

Isabel Allende
Paul Auster
John Steinbeck
Como refiro Steinbeck, muito publicado na antiga colecção 'Dois Mundos' (Livros do Brasil), ocorre-me que nesta colecção haverá bons exemplos de autores interessantes (William Faulkner, Ernest Hemingway, Somerset Maugham, Pearl Buck, Aldous Huxley, Albert Camus, Franz Kafka, etc.)

João Ubaldo Ribeiro
Clarice Lispector
Erico Veríssimo
Ruben Fonseca
Jorge Amado
(José Mauro de Vasconcelos, talvez comece a ser demasiado juvenil)
(Luís Fernando Veríssimo; como é sobretudo cronista, talvez n

José Craveirinha
Mia Couto
Ondjaki
Germano Almeida
José Eduardo Agualusa
Manuel Rui
Pepetela
Luandino Vieira

Dostoievsky
Leão Tolstoi
(Máximo Gorki)

Manuel da Fonseca
Carlos de Oliveira
Mário Dionísio
Fernando Namora
Soeiro Pereira Gomes
Ferreira de Castro
Alves Redol, embora tema que este grupo de escritores, próximos da escola neo-realista, possa ter vocabulário demasiado específico (porque datado, muito acessível à minha geração, mas já esotérico para a vossa)

Há um tipo de autores, vindos dos meios académico e científico, que não poria de parte, mas que não são talvez o estilo que, desta vez vez, tinha em mente (David Lodge, Oliver Sacks, Julian Barnes). Também os livros de viagem talvez não sejam os meus preferidos agora.

Duas colecções, que sei haver em muitos lares, podem fornecer o objecto da vossa leitura. A colecção Mil Folhas/Público e a Geração/Público. Há uns meses começou uma colecção de pequenos livros (novelas, contos longos) da Quasi. de bons autores da literatura universal, que chegou a ser distribuída também com jornais mas está agora em livrarias e quiosques (cada volume a um euro, salvo erro).

Entro os livros aconselháveis estão certamente os indicados nestas páginas do manual deste ano (Antologia): pp. 36-37, 92, 162-164, 245-247. Também a maioria das obras nas listas do manual do ano passado (Interacções), embora se devam delas descartar os livros ‘não-literários’, os mais documentais. Também os remeteria para boa parte das sugestões que fiz o ano passado (aqui), mas com as prevenções que acabo de fazer (quanto à necessária índole literária).

Deixo-lhes aqui o link para acesso ao catálogo da biblioteca da nossa escola [aliás, deixarei em breve, já que não o encontrei à primeira, e não me quero demorar mais a dar-lhes estas primeiras indicações]. Que fique claro, entretanto, que a lista que pus em cima é meramente exemplificativa. Não descartem, por favor, outros autores, sem primeiro mos porem à consideração.