Tuesday, September 06, 2022

Aula 123-124

 

Aula 123-124 (24 [4.ª], 29/mai [3.ª, 1.ª, 5.ª]) Correção de trabalho anterior, com texto argumentativo (ver Apresentação).

Vamos ver trechos do episódio da Ilha dos Amores (Os Lusíadas, canto IX). No nosso manual, as estâncias relativas à Ilha dos Amores — uma alegoria do prémio merecido pelos heróis — estão nas pp. 255-256 (e, nas pp. 279-280, temos a reflexão do poeta com que termina o canto IX). Mas talvez pudéssemos ler antes uma síntese do mesmo momento nos Lusíadas para gente nova, do poeta e camonista Vasco Graça Moura. Nesta adaptação, Graça Moura conservou parte do texto de Camões (tudo o que está em itálico) e simplificou os trechos complicados (é a parte em redondo, isto é, em não-itálico).

Sob cada oitava, escreve um resumo-síntese em menos de doze palavras.

De longe a Ilha viram, fresca e bela,

Que Vénus pelas ondas lha levava

(Bem como o vento leva branca vela)

Para onde a forte armada se enxergava;

Que, por que não passassem, sem que nela

Tomassem porto, como desejava,

Para onde as naus navegam a movia

Essa deusa, que tudo, enfim, podia.

[Resumo: Viram a ilha que Vénus lhes ia pondo à frente.]

 

Nesta frescura tal desembarcavam

Já das naus os lusitanos nautas,

Onde pela floresta se deixavam

Andar as belas Deusas, como incautas.

Algumas, doces cítaras tocavam;

Algumas, harpas e sonoras flautas;

E os nautas avistando-as, por isso,

Atrás delas vão logo em rebuliço.

[R: ________________________________.]

 

Vão as ninfas correndo entre os arbustos,

Fugindo aos marinheiros ansiosos,

Dando saltinhos e fingindo sustos,

A pô-los excitados e nervosos,

E deixam agarrar pelos robustos

Braços deles os seus corpos formosos,

Cada uma a tropeçar na correria

E a entregar-se a quem a perseguia.

[__________________________________.]

 

Iam deixando então cair as suas

Roupagens pelo chão, aqui, ali,

E ao fazerem assim ficavam nuas

Ou quase, descuidando-se de si,

Maminhas a saltar duas a duas,

Belos rabinhos, bocas de rubi,

Cabelos de oiro, a pele como cetim

E grinaldas de rosas e jasmim.

[__________________________________.]

 

Camões descreve um quadro sensual

E as ninfas satisfazem os desejos

Dos pobres marinheiros que afinal

Só na imaginação lhes davam beijos,

E assim foi no regresso a Portugal.

A fantasia tem desses lampejos

E as recompensas vão os nautas tê-las

Numa ilha do amor de cinco estrelas.

[__________________________________.]

 

Leonardo Ribeiro era um soldado

Muito dado a namoros e paixões.

Já houve mesmo quem tenha julgado

Que é um auto-retrato de Camões.

Seja ou não seja, corre desvairado

Fazendo ouvir muitas lamentações,

Na ilha, a perseguir, de lés a lés,

A ninfa que lhe dava com os pés.

[__________________________________.]

 

Já não fugia a bela Ninfa tanto,

Por se dar cara ao triste que a seguia,

Como por ir ouvindo o doce canto,

As namoradas mágoas que dizia.

Volvendo o rosto, num sereno encanto,

Toda banhada em riso e alegria,

Cair se deixa aos pés do vencedor,

Que todo se desfaz em puro amor.

[__________________________________.]

 

Oh, que famintos beijos na floresta,

E que mimoso choro que soava!

Que afagos tão suaves! Que ira honesta,

Que em risinhos alegres se tornava!

O que mais passam na manhã e na sesta,

Que Vénus com prazeres inflamava,

Melhor é exprimentá-lo que julgá-lo;

Mas julgue-o quem não pode exprimentá-lo.

[__________________________________.]

Escreve um texto de comentário, num estilo cronístico (expositivo mas com bastante liberdade de quem se pode permitir subjetividades), acerca dos retratos que fazemos dos lugares ideais, do lugar paradisíaco, da felicidade suprema (no fundo: da ilha dos amores de Camões à ilha dos amores de cada um). Extensão: não mais do que a das linhas que te são dadas. A caneta.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Taprobana (trailer) / BIEFF 2014 from BIEFF on Vimeo.

TPC — [para os apurados para os quartos de final:] Prepara leitura em voz alta de:

Liga dos Campeões

α vs. ζ — p. 292, «Os Lusíadas» (quatro primeiros parágrafos);

β vs. ε — p. 292, «Os Lusíadas» (quarto e quinto parágrafos);

γ vs. θ — pp. 295-295, texto do Grupo II;

δ vs. η — p. 288, «Relação do naufrágio da nau Conceição»;

Liga Europa

A5 vs. ζ — p. 282, «A reflexão do poeta no final do Canto IX: [...]»;

B5 vs. δ — p. 273, «A reflexão do poeta no final do Canto VII: [...]»;

C5 vs. γ — p. 268, «A reflexão do poeta no final do Canto V: [...]»;

D5 vs. ε — p. 249, «Matéria épica: [...]»; p. 263, «A reflexão do poeta no final do Canto I: [...]»;

[para todos:] Vai lendo os livros que tenhas em mãos; vai revendo gramática. Não te esqueças do que possas ter ficado de enviar para Classroom.

 

 

#