Aula 123-124
Aula 123-124 (24 [4.ª], 29/mai [3.ª, 1.ª, 5.ª]) Correção de
trabalho anterior, com texto argumentativo (ver Apresentação).
Vamos ver trechos do episódio da Ilha dos Amores (Os Lusíadas, canto IX). No nosso manual,
as estâncias relativas à Ilha dos Amores — uma alegoria do prémio merecido pelos
heróis — estão nas pp. 255-256 (e,
nas pp. 279-280, temos a reflexão do poeta com que termina o canto IX). Mas talvez
pudéssemos ler antes uma síntese do mesmo momento nos Lusíadas para gente nova, do poeta e camonista Vasco Graça Moura. Nesta adaptação, Graça Moura conservou parte do
texto de Camões (tudo o que está em itálico)
e simplificou os trechos complicados (é a parte em redondo, isto é, em
não-itálico).
Sob cada oitava, escreve
um resumo-síntese em menos de doze palavras.
De longe a Ilha viram,
fresca e bela,
Que Vénus pelas ondas lha
levava
(Bem como o vento leva
branca vela)
Para onde a forte armada se
enxergava;
Que, por que não
passassem, sem que nela
Tomassem porto, como
desejava,
Para onde as naus navegam
a movia
Essa deusa, que tudo, enfim, podia.
[Resumo: Viram a ilha que Vénus lhes ia pondo à
frente.]
Nesta frescura tal
desembarcavam
Já das naus os lusitanos nautas,
Onde pela floresta se
deixavam
Andar as belas Deusas,
como incautas.
Algumas, doces cítaras
tocavam;
Algumas, harpas e sonoras
flautas;
E os nautas avistando-as, por isso,
Atrás delas vão logo em rebuliço.
[R: ________________________________.]
Vão
as ninfas correndo entre os arbustos,
Fugindo
aos marinheiros ansiosos,
Dando
saltinhos e fingindo sustos,
A
pô-los excitados e nervosos,
E
deixam agarrar pelos robustos
Braços
deles os seus corpos formosos,
Cada
uma a tropeçar na correria
E
a entregar-se a quem a perseguia.
[__________________________________.]
Iam
deixando então cair as suas
Roupagens
pelo chão, aqui, ali,
E
ao fazerem assim ficavam nuas
Ou
quase, descuidando-se de si,
Maminhas
a saltar duas a duas,
Belos
rabinhos, bocas de rubi,
Cabelos
de oiro, a pele como cetim
E
grinaldas de rosas e jasmim.
[__________________________________.]
Camões
descreve um quadro sensual
E
as ninfas satisfazem os desejos
Dos
pobres marinheiros que afinal
Só
na imaginação lhes davam beijos,
E
assim foi no regresso a Portugal.
A
fantasia tem desses lampejos
E
as recompensas vão os nautas tê-las
Numa
ilha do amor de cinco estrelas.
[__________________________________.]
Leonardo
Ribeiro era um soldado
Muito
dado a namoros e paixões.
Já
houve mesmo quem tenha julgado
Que
é um auto-retrato de Camões.
Seja
ou não seja, corre desvairado
Fazendo
ouvir muitas lamentações,
Na
ilha, a perseguir, de lés a lés,
A
ninfa que lhe dava com os pés.
[__________________________________.]
Já não fugia a bela Ninfa
tanto,
Por se dar cara ao triste
que a seguia,
Como por ir ouvindo o doce
canto,
As namoradas mágoas que
dizia.
Volvendo o rosto, num sereno encanto,
Toda banhada em riso e
alegria,
Cair se deixa aos pés do
vencedor,
Que todo se desfaz em puro
amor.
[__________________________________.]
Oh, que famintos beijos na
floresta,
E que mimoso choro que soava!
Que afagos tão suaves! Que
ira honesta,
Que em risinhos alegres se
tornava!
O que mais passam na manhã
e na sesta,
Que Vénus com prazeres
inflamava,
Melhor é exprimentá-lo que
julgá-lo;
Mas julgue-o quem não pode
exprimentá-lo.
[__________________________________.]
Escreve
um texto de comentário, num estilo cronístico (expositivo mas com bastante
liberdade de quem se pode permitir subjetividades), acerca dos retratos que
fazemos dos lugares ideais, do lugar paradisíaco, da felicidade suprema (no
fundo: da ilha dos amores de Camões à ilha dos amores de cada um). Extensão:
não mais do que a das linhas que te são dadas. A caneta.
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TPC — [para os apurados
para os quartos de final:] Prepara leitura em voz alta de:
Liga
dos Campeões
α vs. ζ — p. 292, «Os
Lusíadas» (quatro primeiros parágrafos);
β vs. ε — p. 292, «Os Lusíadas» (quarto
e quinto parágrafos);
γ vs. θ — pp. 295-295, texto do Grupo II;
δ vs. η — p. 288, «Relação do naufrágio da
nau Conceição»;
Liga Europa
A5 vs. ζ — p. 282,
«A reflexão do poeta no final do Canto IX: [...]»;
B5 vs. δ — p. 273, «A reflexão do poeta no
final do Canto VII: [...]»;
C5 vs. γ — p. 268, «A reflexão do poeta no
final do Canto V: [...]»;
D5 vs. ε — p. 249, «Matéria épica: [...]»;
p. 263, «A reflexão do poeta no final do Canto
I: [...]»;
[para todos:] Vai
lendo os livros que tenhas em mãos; vai revendo gramática. Não te esqueças do que
possas ter ficado de enviar para Classroom.
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