Saturday, August 29, 2020

Aula 89-90

 

Aula 89-90 (5 [1.ª], 6 [5.ª, 2.ª, 4.ª], 7/abr [3.ª]) Introdução ao 3.º período (os autores do 3.º período); aspetos narratológicos de Amor de Perdição (ver Apresentação).

Questionário de compreensão de texto inicial («Introdução») de Amor de Perdição (pp. 192-193), respondido na Classroom:

Tem o livro aberto nas pp. 192-193. Vai lendo e escolhendo a melhor alínea de cada item.

[Vejamos o trecho no cimo da p. 192, em fundo azul, de Ângela Fernandes.]

A ensaísta defende que, ao começar o romance com transcrição de registos das cadeias da Relação do Porto, Camilo

a) nega a veracidade do que vai contar, remetendo apenas para o testemunho de textos judiciais antigos.

b) reforça a factualidade da narrativa e antecipa o desfecho, a condenação de Simão.

c) inculca que o resultado da sentença — o degredo de Simão — foi injusto.

d) visa situar a história que contará no espaço de uma prisão e assinalar a crueldade da pena.

 

Para Ângela Fernandes,

a) o julgamento de Simão foi injusto.

b) o romance de Camilo é injusto.

c) Amor de Perdição pretende mostrar que a condenação de Simão não foi justa.

d) Camilo foi injusto ao condenar Simão.

[Passemos agora, no terço inferior da p. 192, a texto já de Amor de Perdição, o começo do livro (= texto 6, «Introdução»).]

Nas ll. 1-2, o narrador é

a) Camilo Castelo Branco e omnisciente.

b) homodiegético, identificável com Simão.

c) homodiegético.

d) Simão Botelho.

 

Nas ll. 3-8, transcreve-se

a) o que disse Simão.

b) documento da responsabilidade de Filipe Moreira Dias, que identifica um preso.

c) o que escreveu Camilo Castelo Branco ao entrar na Cadeia da Relação.

d) texto do filho de Domingos José Correia Botelho e Dona Rita Preciosa Caldeirão Castelo Branco.

[Já na p. 193:]

A nota à margem «Foi para a Índia em 17 de março de 1807» (l. 10) teria sido escrita por

a) Filipe Moreira Dias.

b) alguém da cadeia mesmo que já não Filipe Moreira Dias.

c) Simão Botelho.

d) Camilo Castelo Branco.

 

À data da entrada na cadeia, Simão tinha

a) menos de dezasseis anos.

b) dezoito anos.

c) dez aninhos.

d) vinte anos.

 

Em «Não seria fiar demasiadamente na sensibilidade do leitor» (l. 11), «na sensibilidade do leitor» desempenha a função sintática de

a) complemento do nome.

b) complemento oblíquo.

c) complemento direto.

d) complemento indireto.

 

No parágrafo correspondente às ll. 13-19, o narrador mostra-se

a) irónico.

b) sinceramente compungido.

c) irritado.

d) alegre.

 

Em «dos braços de mãe» (l. 15), «de mãe» desempenha a função sintática de

a) complemento do adjetivo.

b) complemento do nome.

c) complemento oblíquo.

d) sujeito.

 

No parágrafo constituído pelas ll. 20-21, o narrador tem como narratários (isto é, destinatários da narração)

a) homens e mulheres, portugueses e portuguesas, não os tratando de modo discriminatório.

b) homens e mulheres, considerando estas, ironicamente, como seres capazes de se emocionar com histórias inventadas.

c) talvez prioritários as leitoras, que considera as únicas suscetíveis de se sensibilizarem com o destino de Simão.

d) homens e mulheres, discriminando-os, pois que considera irem ser tocados, em grau diferente, pela história de Simão.

 

«Amou, perdeu-se, e morreu amando» (l. 22) sintetiza a vida de Simão Botelho, herói romântico de Amor de Perdição. Se quiséssemos formular uma síntese semelhante para Manuel de Sousa Coutinho, era acertado escrever

a) «Amou, perdeu-se, morreu e deixou de amar, viveu de novo».

b) «Amou, perdeu-se, e morreu amando».

c) «Nunca amou, perdeu-se, e viveu amando».

d) «Não amou, perdeu-se, encontrou-se, morreu amando».

 

«Essa» (l. 25) é

a) uma anáfora que tem como termo antecedente «a mulher [...] misericórdia» (ll. 23-25).

b) anáfora de «a minha leitora» (l. 25).

c) palavra homónima de «Eça».

d) catáfora de «história» (l. 23).

 

Os segmentos «a minha leitora» e «a carinhosa amiga de todos os infelizes» (l. 25) são

a) modificadores restritivos do nome.

b) modificadores apositivos do nome.

c) sujeito.

d) complemento direto e predicativo do complemento direto.

 

Os períodos das ll. 23-25 e 25-26 são, enquanto recursos estilísticos (ou expressivos),

a) hipérboles.

b) metáforas.

c) interrogações retóricas.

d) ironias.

 

«aquelas linhas» (l. 30) remete para

a) «Chorava, chorava!» (l. 29).

b) todo o parágrafo das ll. 23-28.

c) «Amou, perdeu-se, e morreu amando» (l. 22).

d) a citação feita nas ll. 3-8 (p. 192).

 

A palavra «verão» (l. 31), em termos de classificação de classe, é

a) verbo (futuro do indicativo de «ver»).

b) verbo (futuro do indicativo de «vir»).

c) verbo (presente do indicativo de «var»).

d) nome (significando ‘estação do ano que antecede o outono e sucede à primavera’).

 

Em «A tempo verão se é perdoável o ódio» (l. 31), a oração subordinada substantiva completiva «se é perdoável o ódio» desempenha a função sintática de

a) sujeito.

b) predicado.

c) complemento direto.

d) complemento oblíquo.


Em «se é perdoável o ódio» (l. 31), «o ódio» desempenha a função sintática de

a) complemento direto.

b) complemento oblíquo.

c) sujeito.

d) complemento indireto.

 

Em «das sentenças que eu aqui lavrar contra a falsa virtude de homens» (l. 33), «que» é o

a) complemento direto.

b) complemento oblíquo.

c) sujeito.

d) complemento indireto.

 

Nas duas últimas linhas (ll. 33-34), o narrador anuncia ir

a) defender a sua honra, em tribunal, contra a falsa virtude dos que se lhe opuserem.

b) criticar a hipocrisia dos homens que, por questões de honra, atuem barbaramente.

c) lavrar sentenças em defesa da sua honra, contra os homens falsos e sem virtude.

d) atacar os que, por sua honra, atuem contra a virtude, como bárbaros.

 

Vimos início do filme Amor de Perdição realizado em 1943 por António Lopes Ribeiro (só até 4 minutos e cinquenta segundos):

Correção do questionário sobre a «Introdução» (cfr. Apresentação).

A «Introdução» de Amor de Perdição visa dar o pretexto para, a partir do presente do narrador (1861, na cadeia da Relação, no Porto), inserir uma narrativa «encaixada» passada meio século antes e que vai ocupar todo o resto do livro (logo a partir do início do cap. I).

Nesta «Introdução» (pp. 192-193) há dez linhas que servem para dar conta de um documento encontrado; e segue-se, nas ll. 11-34, uma espécie de síntese da história encaixada que vai ser relatada a propósito dessa descoberta. Depois, no cap. I, começa a história encaixada, passada meio século antes.

Cria um texto de 150-180 palavras que inclua

(i) relato do encontro do narrador (homodiegético) com algum testemunho (convém que não seja um registo da cadeia) que levará a que se conte uma história;

(ii) síntese/comentário a essa narrativa encaixada que se vai contar;

(iii) início — apenas uma linha ou duas — do cap. I (o início da tal narrativa que a descoberta do testemunho fez que o narrador quisesse contar).

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TPC — Decide sobre obra de Eça a ler e vai avançando (pus PDF, aqui e aqui, de ambos os livros para poderes escolher melhor, mas aconselho que leias depois em livro propriamente dito). Logo que voltemos às aulas presenciais, iremos fazendo questionários sobre o que já terás então de ter lido.

 

 

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