Aula 111-112
Aula 111-112 (3 [4.ª], 8/mai [5.ª, 3.ª, 1.ª]) Vai até à p. 191. O poema «Erros meus, má fortuna amor
ardente» pode exemplificar a chamada medida
nova. Com efeito, cada verso seu tem dez sílabas métricas, como a
escansão do primeiro verso nos mostra {procede
a essa divisão em sílabas métricas}:
Erros meus, má fortuna, amor ardente
Também coerente com a vertente clássica, renascentista, da
lírica camoniana é o tipo de composição: um _______ (catorze versos,
distribuídos duas quadras e dois tercetos). Neste caso, o esquema rimático é: A
B B A | A _ _ _ | C _ _ | _ _ _.
Quanto a tema, o texto exprime, em termos complexos, a
_______ do poeta com o seu percurso de vida (e, talvez, sobretudo com as
desilusões amorosas).
Na p. 190 temos «O
dia em que nasci, moura e pereça», em que o sujeito poético volta a exprimir em
termos céticos, desiludidos, o seu percurso de vida.
Para dar ideia da pouca conta em que tem o seu fado, apela a que
se não volte a repetir o dia do seu nascimento (que esse dia «mo[r]ra e pereça,
/ não o queira jamais o tempo dar, não
torne mais ao mundo») e amaldiçoa-o com uma série de prognósticos pejorativos,
se tiver o desplante de voltar («se tornar»):
Se
esse dia voltar, o sol sofrerá um ______; haverá sinais apocalíticos; nascerão
_______; choverá ________; as mães não reconhecerão os _______; toda a gente,
sem perceber o que acontece, ficará a chorar, pálida, a pensar que o mundo
________.
Vai até à p. 202. O
soneto «Amor é um fogo que arde sem se ver» é constituído, nas suas duas quadras
e primeiro terceto, por versos que se podem considerar ora oxímoros (ou paradoxos)
ora antíteses. É difícil discernir entre estas classificações. Tudo
dependerá do grau de impossibilidade — se o verso for mais ilógico, teremos um oxímoro
se o verso apostar apenas num contraste mas que até é compreensível, será
apenas uma antítese. Não vale a pena estares a tentar classificá-los com
estes termos, mas tenta ordenar os versos 1 a 11 em função de o que afirmam ser
«mais impossível» ou «relativamente aceitável».
Os versos «tendencialmente oxímoros» (mais impossíveis) seriam
os vv. ______.
Os versos «tendencialmente antíteses» (mais exequíveis) seriam
os vv. ______.
Leitura
em voz alta de sonetos
Dicionário da Língua Portuguesa, Porto, Porto Editora, 2011 (mas abonações acrescentadas):
exergásia [z] n.f. recurso
estilístico que consiste na repetição de uma ou mais ideias por palavras
diversas, mas sinónimas, cujo significado sobe gradualmente, como em “passava a
vida a imaginar, a fantasiar, a idear delícias”; sinonímia [«Em Eça abundam as hipálages,
mas também se encontra uma ou outra exergásia»] (Do gr. exergasía, ‘aperfeiçoamento, trabalho de
composição’)
garança n.f. 1 botânica
um dos nomes vulgares da granza (planta tintorial) [«Menos cantadas do que as
rosas, das garanças se extrai um vermelho afinal mais vivo»] 2 cor vermelha obtida desta planta [«A sua
face ganhou um matiz entre carmim e garança»] (Do frânc. wratja, ‘id.’, pelo fr. garance, ‘id.’)
turgimão n.m. 1 intérprete oficial de uma legação ou
embaixada europeia, nos países do Oriente [«O imperador japonês agradeceu ao turgimão
os bons serviços na tradução do contrato firmado»] 2 [fig.] alcoviteiro [«Desconfia do que te diga o turgimão
desbocado»] (Do ár. tarjúman, ‘intérprete’)
turificar v.tr. 1 incensar [«Turificámos a sala, reduzindo assim o cheio a
mofo»] 2 [fig.] adular;
lisonjear [«Para obter os favores do patrão, Ernesto turificava-o»] (Do
lat. turificare, ‘id.’)
Luís Fernando Veríssimo,
«Falsos Verbetes», Expresso,
29-10-2005:
Depois de leres a crónica de Luís
Fernando Veríssimo
e de relanceares os quatro verbetes
(verdadeiros) tirados de um Dicionário de Língua Portuguesa, redige um verbete de palavra inventada (criada por ti
— portanto, não dicionarizada e nem mesmo conhecida de qualquer falante; vamos
supor que se destinaria a cumprir o que Luís Fernando Veríssimo diz fazerem os
grandes editores de dicionários). Palavra deve ter aparência plausível,
considerado o padrão português, e ter três aceções (sentidos).
Não te esqueças de incluir no verbete
a abreviatura da classe gramatical (n. =
nome; adj. = adjetivo; adv. = advérbio; v. = verbo; interj.
= interjeição) e, se for caso disso, de categorias (f. = feminino; m.
= masculino; inv. = invariável; tr. transitivo; intr. =
intransitivo; etc.) ou outras classificações (fig. = sentido figurado;
lat. = latim; ár. = árabe; fr. = francês; frânc = frâncico; gr. = grego; ...; pop.
= popular; gír. = gíria; arc. = arcaico; téc. = técnico;
...). Inclui também uma abonação
— isto é, uma frase exemplificativa, entre aspas — de cada aceção. No final do verbete, podes pôr etimologia, mas esta já não será obrigatória. (Nota
que um dicionário comum de língua não inclui nomes próprios. Portanto, não podes
criar topónimos, antropónimos, enfim, tudo o que escreveríamos com maiúscula
inicial.)
.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
.
Encargos — Os que ainda não fizeram o
trabalho de gravação acerca de leituras — o que o era para ser feito em
janeiro — vão ser chamados a uma secção da Classroom onde poderão descarregar o
ficheiro vídeo, até ao final do próximo fim de semana. Leiam, por favor, as
instruções da tarefa, vejam os exemplos que dou e até os dos colegas que fizeram
o trabalho nessa altura (podem até ver os comentários que comecei agora a lançar
— ainda só estão os do 10.º 3.ª). Repito: leiam as instruções, porque não aceitarei
trabalhos que não cumpram o que está aí estipulado.
— Para todos: começa a ser tempo de se ir
escrutinando o que sugeri fosse feito para se melhorar. Muitas vezes, indiquei
a necessidade de estudarem gramática. Está na altura de fazerem
essas revisões
(as funções sintáticas são sempre um ponto forte do que vier a testar, mas
haverá outros assuntos que temos dado ou que daremos agora).
Livros
Preenche aqui: o que tenhas lido este
ano letivo ou ainda estejas a ler (não incluas obras lidas em inglês; se
estiveres a ler livros literários mas sugeridos em Filosofia, refere-os também,
mas explicitando isso mesmo).
.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Se achas que podes ainda ler (i) um
conto (ou pequenos contos) de livro de contos; (ii) algumas crónicas em livro de
crónicas; (iii) algum livro relativamente curto ou suficientemente
entusiasmante para o conseguires fazer neste último mês; (iv) [etc.]; diz-mo aqui e eu tratarei de te emprestar alguma
obra no estilo que indiques.
. . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
TPC — Descarrega na Classroom (que abrirei para o efeito e a
que te chamarei no final desta aula) a nova versão da «Fuga» (isto é, o texto já
com as emendas que lancei no impresso devolvido há pouco).
#
<< Home