Tuesday, September 06, 2022

Aula 111-112

Aula 111-112 (3 [4.ª], 8/mai [5.ª, 3.ª, 1.ª]) Vai até à p. 191. O poema «Erros meus, má fortuna amor ardente» pode exemplificar a chamada medida nova. Com efeito, cada verso seu tem dez sílabas métricas, como a escansão do primeiro verso nos mostra {procede a essa divisão em sílabas métricas}:

Erros meus, má fortuna, amor ardente

Também coerente com a vertente clássica, renascentista, da lírica camoniana é o tipo de composição: um _______ (catorze versos, distribuídos duas quadras e dois tercetos). Neste caso, o esquema rimático é: A B B A | A _ _ _ | C _ _ | _ _ _.

Quanto a tema, o texto exprime, em termos complexos, a _______ do poeta com o seu percurso de vida (e, talvez, sobretudo com as desilusões amorosas).

Na p. 190 temos «O dia em que nasci, moura e pereça», em que o sujeito poético volta a exprimir em termos céticos, desiludidos, o seu percurso de vida.

Para dar ideia da pouca conta em que tem o seu fado, apela a que se não volte a repetir o dia do seu nascimento (que esse dia «mo[r]ra e pereça, / não o  queira jamais o tempo dar, não torne mais ao mundo») e amaldiçoa-o com uma série de prognósticos pejorativos, se tiver o desplante de voltar («se tornar»):

Se esse dia voltar, o sol sofrerá um ______; haverá sinais apocalíticos; nascerão _______; choverá ________; as mães não reconhecerão os _______; toda a gente, sem perceber o que acontece, ficará a chorar, pálida, a pensar que o mundo ________.

Vai até à p. 202. O soneto «Amor é um fogo que arde sem se ver» é constituído, nas suas duas quadras e primeiro terceto, por versos que se podem considerar ora oxímoros (ou paradoxos) ora antíteses. É difícil discernir entre estas classificações. Tudo dependerá do grau de impossibilidade — se o verso for mais ilógico, teremos um oxímoro se o verso apostar apenas num contraste mas que até é compreensível, será apenas uma antítese. Não vale a pena estares a tentar classificá-los com estes termos, mas tenta ordenar os versos 1 a 11 em função de o que afirmam ser «mais impossível» ou «relativamente aceitável».

Os versos «tendencialmente oxímoros» (mais impossíveis) seriam os vv. ______.

Os versos «tendencialmente antíteses» (mais exequíveis) seriam os vv. ______.

Leitura em voz alta de sonetos

Dicionário da Língua Portuguesa, Porto, Porto Editora, 2011 (mas abonações acrescentadas):

exergásia [z] n.f. recurso estilístico que consiste na repetição de uma ou mais ideias por palavras diversas, mas sinónimas, cujo significado sobe gradualmente, como em “passava a vida a imaginar, a fantasiar, a idear delícias”; sinonímia [«Em Eça abundam as hipálages, mas também se encontra uma ou outra exergásia»] (Do gr. exergasía, ‘aperfeiçoamento, trabalho de composição’)

garança n.f. 1 botânica um dos nomes vulgares da granza (planta tintorial) [«Menos cantadas do que as rosas, das garanças se extrai um vermelho afinal mais vivo»] 2 cor vermelha obtida desta planta [«A sua face ganhou um matiz entre carmim e garança»] (Do frânc. wratja, ‘id.’, pelo fr. garance, ‘id.’)

turgimão n.m. 1 intérprete oficial de uma legação ou embaixada europeia, nos países do Oriente [«O imperador japonês agradeceu ao turgimão os bons serviços na tradução do contrato firmado»] 2 [fig.] alcoviteiro [«Desconfia do que te diga o turgimão desbocado»] (Do ár. tarjúman, ‘intérprete’)

turificar v.tr. 1 incensar [«Turificámos a sala, reduzindo assim o cheio a mofo»] 2 [fig.] adular; lisonjear [«Para obter os favores do patrão, Ernesto turificava-o»] (Do lat. turificare, ‘id.’)

Luís Fernando Veríssimo, «Falsos Verbetes», Expresso, 29-10-2005:



Depois de leres a crónica de Luís Fernando Veríssimo e de relanceares os quatro verbetes (verdadeiros) tirados de um Dicionário de Língua Portuguesa, redige um verbete de palavra inventada (criada por ti — portanto, não dicionarizada e nem mesmo conhecida de qualquer falante; vamos supor que se destinaria a cumprir o que Luís Fernando Veríssimo diz fazerem os grandes editores de dicionários). Palavra deve ter aparência plausível, considerado o padrão português, e ter três aceções (sentidos).

Não te esqueças de incluir no verbete a abreviatura da classe gramatical (n. = nome; adj. = adjetivo; adv. = advérbio; v. = verbo; interj. = interjeição) e, se for caso disso, de categorias (f. = feminino; m. = masculino; inv. = invariável; tr. transitivo; intr. = intransitivo; etc.) ou outras classificações (fig. = sentido figurado; lat. = latim; ár. = árabe; fr. = francês; frânc = frâncico; gr. = grego; ...; pop. = popular; gír. = gíria; arc. = arcaico; téc. = técnico; ...). Inclui também uma abonação — isto é, uma frase exemplificativa, entre aspas — de cada aceção. No final do verbete, podes pôr etimologia, mas esta já não será obrigatória. (Nota que um dicionário comum de língua não inclui nomes próprios. Portanto, não podes criar topónimos, antropónimos, enfim, tudo o que escreveríamos com maiúscula inicial.)

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EncargosOs que ainda não fizeram o trabalho de gravação acerca de leituras — o que o era para ser feito em janeiro — vão ser chamados a uma secção da Classroom onde poderão descarregar o ficheiro vídeo, até ao final do próximo fim de semana. Leiam, por favor, as instruções da tarefa, vejam os exemplos que dou e até os dos colegas que fizeram o trabalho nessa altura (podem até ver os comentários que comecei agora a lançar — ainda só estão os do 10.º 3.ª). Repito: leiam as instruções, porque não aceitarei trabalhos que não cumpram o que está aí estipulado.

Para todos: começa a ser tempo de se ir escrutinando o que sugeri fosse feito para se melhorar. Muitas vezes, indiquei a necessidade de estudarem gramática. Está na altura de fazerem essas revisões (as funções sintáticas são sempre um ponto forte do que vier a testar, mas haverá outros assuntos que temos dado ou que daremos agora).

Livros

Preenche aqui: o que tenhas lido este ano letivo ou ainda estejas a ler (não incluas obras lidas em inglês; se estiveres a ler livros literários mas sugeridos em Filosofia, refere-os também, mas explicitando isso mesmo).

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Se achas que podes ainda ler (i) um conto (ou pequenos contos) de livro de contos; (ii) algumas crónicas em livro de crónicas; (iii) algum livro relativamente curto ou suficientemente entusiasmante para o conseguires fazer neste último mês; (iv) [etc.]; diz-mo aqui e eu tratarei de te emprestar alguma obra no estilo que indiques.

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TPC — Descarrega na Classroom (que abrirei para o efeito e a que te chamarei no final desta aula) a nova versão da «Fuga» (isto é, o texto já com as emendas que lancei no impresso devolvido há pouco).

 

 

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