Poesia trovadoresca pelo 10.º 3.ª
Seguem-se trabalhos em torno de cantigas. As
instruções para esta tarefa ficaram aqui. Ao longo das férias, irei escrevendo os comentários.
Mafalda
«Vou-m'eu, fremosa, pera
'l-rei» (Pedro Anes Solaz) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=836&pv=sim
| Mafalda (17-17,5) Foi uma
boa ideia a de elaborar poema que continuasse cantiga. Muito boa leitura em voz
alta. Imagem bem escolhida. Na redação há correções a fazer, sobretudo em formas
que não tiveram em conta a necessidade da mesóclise (na conjugação pronominal
com futuro ou condicional): em vez de «*devereis-te lembrar » seria «dever-te-ás
lembrar» ou dever-vos-eis lembrar»; em vez de «*irá-se mudar», «ir-se-á mudar».
Em «*tratar-se-ão» o problema é diferente (mesóclise está bem feita, só que o
verbo não fica no plural — «pequenos baixos» não é o sujeito). Sem ser erro,
evitaria «mas, no entanto,», preferindo «e, no entanto,».
Beatriz Pardal
«A do mui bom parecer»
(Martim de Ginzo) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1307&pv=sim
| Beatriz Pardal (18-17,5)
Situação narrativa bem engendrada. Solução inteligente a de fazer perguntas ao
jogral para assim se poder veicular informações sem se parecer demasiado
convencional. Leitura em voz alta boa ou quase muito boa. Fotografia com
cogumelos é viva e pertinente. Alguns reparos à redação: em vez de «quarto
deles», «seu quarto» (e pareceu-me haver demasiados «eles» — português é língua
de sujeito nulo, podemos prescindir de explicitar constantemente o sujeito).
Sendo a situação de discurso indireto (reportam-se acontecimentos), há um
«causa» que devia ser «causava», e um «há um bocado» talvez pudesse ficar
«havia um bocado». (Nota importante — «Tia Albertina» é marca patenteada; mas sugiro
«Tia Berengária» ou «Tia Aldegundes», que têm aliás maior sabor medieval.)
Bernardo
«Quando se foi meu amigo
daqui» (João Vasques de Talaveira) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=792&pv=sim
| Bernardo (14) Texto escrito
é bonito, faz uma associação pertinente, tem um motivo sensível. Sintaxe tem,
aqui e ali, alguns problemas (como estilo é demasiado coloquial — espontâneo,
oral —, não se aproveita a elaboração, a complexificação, permitida pela escrita).
Houve algumas hesitações na leitura em voz alta, que poderiam ter sido
mitigadas se se adotasse ritmo um pouco mais lento (a leitura da cantiga,
difícil, podia ter sido abreviada; onde está «se quitou» creio que foi lido «lhe
quitou»). Imagens próprias e bem escohidas.
Matilde P.
«Maria Pérez se maenfestou»
(Fernão Velho) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1537&pv=sim
| Matilde P. (14-13) Boa leitura
em voz alta. Solução de escrever poema em continuação do original é interessante,
ainda que tenha ficado com a ideia de que o lado satírico da situação (é uma
cantiga de escárnio e maldizer) foi pouco aproveitado. Foi esquecida a regra de
se fazer uma breve menção a aspetos literários (e tempo útil não chegou ao
mínimo, uma vez que o filme tem exatos 2.30 mas há bastante espaço inicial sem
texto dito). Parte visual cuidadosa e pertinente.
Ana
«Ai ondas que eu vim
veer» (Martim Codax) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1314&pv=sim#nota | Ana (18) Texto
criado resolve inteligentemente a necessidade de integrar cantiga e momento de comentário.
Leitura em voz alta muito boa. Imagem pertinente. Na redação poder-se-ia ter
evitado alguns lugares comuns poéticos. Adoção do mais-que-perfeito, em vez do
pretérito perfeito, melhoraria certos passos (exemplo, quase no final: em vez
de «que a ajudou», «que a ajudara»). A coorigir também: «Não tinha notado no
passar do tempo» («Não tinha notado o passar do tempo»).
Teresa
«Cabelos, los meus cabelos»
(João Zorro) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1179&pv=sim
| Teresa (18,5-18) Texto muito
bem escrito (também boa relação com a síntese de comentário literário). Conceção
das frases que fecham o texto especialmente criativa. Leitura em voz alta muito
boa (haverá uma ou duas hesitações apenas). Imagem engraçada e apropriada (desenho
infantil, pela própria autora). Em «Há quem chegue à idade adulta e [...] deixa
de ligar», o conjuntivo («deixe») parece-me obrigatório (não tenho é a certeza
de ter ouvido bem). Duração económica (2.32, quando o tempo mínimo é de 2.30).
Eduardo
«Que soidade de mia
senhor hei» (D. Dinis) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=540&pv=sim
| Eduardo (13,5-13) Houve
originalidade na abordagem, embora talvez de modo demasiado radical (ficando
por cumprir parte das regras que estipulara). Com efeito, é interessante o
recurso a outro poeta — a um texto de José Carlos Ary dos Santos —, mas esse
contributo apagou demasiado o motivo primeiro, a cantiga trovadoresca (na
verdade, quase não foram lidas palavras suas, um constrangimento que eu
impusera). Leitura em voz alta em geral correta («mesmo com o sempre
significado» é que será «sempre com o mesmo significado»), que classificarei
como boazinha. Imagem é adequada (mas foi tirada pelo autor?) Quanto ao facto (mito,
salvo erro) de «saudade» não surgir em outras línguas, talvez possamos
aflorá-lo mais tarde em aula, quande se chegar ao lirismo de Camões. Promoeto
estudar o assunto então.
Inês S.
«Se m'el-rei dess'algo,
já m'iria» (Lopo Lias) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1385&pv=sim
| Inês S. (17,5-18) Bom
texto, entre o memorialístico e o argumentativo. Leitura em voz alta boa, quase
muito boa (estilo adotado ora é expressivo-irónico ora é «jornalístico»; há uma
ou outra hesitações; seria «s[ε]rvas» e não «s[ê]rvas»). Imagem, uma composição
com diversas figuras femininas, é criativa e adequada.
Beatriz E.
«Per ribeira do rio» (João Zorro) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1176&pv=sim | Beatriz E. (15,5-15) Narrativa
criada, de 1.ª pessoa, memorialística mas quase também prospetiva, tem alguns
coloquialismos (ou seja, está num estilo ainda demasiado oral, de quem usa a
escrita como transposição do que se diria também em conversa com amigos — ora,
a escrita é mais complexa, permite que pensemos, reformulemos). Por exemplo, em
«antes amava estar sozinha», «amar» é usado num registo que o da linguagem
corrente juvenil ou popular. Leitura em voz alta poderia ser menos rápida
(algumas hesitações seriam evitadas se a velocidade fosse mais controlada). Parte
visual muito bem pensada (com filme a reproduzir momento de desenho de uma
ribeira).
Inês C.
«D'um tal ric'home
ouç'eu dizer» (Pero da Ponte) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1666&pv=sim | Inês C. (17-17,5)
História criada está escrita corretamente mas é talvez
demasiado linear, com a simplicidade típica das narrativas tradicionais (lição
moral — reconheçamo-lo — tem alguma coisa
de Floribela: há os pobrezinhos em bens materiais, mas ricos em sonhos; e há os
ricos em bens, mas pobres interiormente). Leitura em voz alta boa ou mesmo
muito boa. A corrigir: «desfolhar» era para ser «folhear» («desfolhar» é ‘tirar
[arrancar] as folhas’, o que não convém fazer a livros, pelos aos meus);
«bastava apenas» é pleonástico (bastava dizer «bastava»). Imagem pertinente
(presumo que remete para infãncia, ou para a avó, em Coimbra).
Margarida
O.
«Ai ondas que eu vim
veer» (Martim Codax) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1314&pv=sim | Margarida O. (15) Texto
criado é de 1.ª pessoa, com dramatização interessante (até por permitir depois
exercício de leitura expressiva bem conseguido) mas sem escapar a alguns
lugares comuns. Foi esquecido o breve comentário literário que fora pedido. Muito
boa leitura em voz alta (mas houve atrapalhação em «vulnerabilidade» e em «dor
interminável, excruciante [?], que chega a ser cruel». Imagem pertinente.
A corrigir (são sobretudo problemas com verbos): «*partirias-me» («partir-me-ias»:
com condicional, e com futuro também, é exigida a mesóclise); «*e apoderas-te»
(«e te apoderas», porque a estrutura é subordinada); «como se algures eu esteja»
(«estivesse») e há um «sinta» que é «sinto».
Sofia
«Pois naci nunca vi Amor»
(Nuno Fernandes Torneol) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=171&pv=sim
| Sofia (17-17,5) Texto competente,
sem problemas de sintaxe embora também sem especial originalidade (há alguns
lugares comuns). Muito boa leitura em voz alta (embora haja um corte na
gravação, o que permite controlar possíveis lapsos sem ter de tudo refazer).
Imagem bem escolhida. A corrigir: «*chamar de sentimento» («chamar sentimento»,
a preposição corresponde ao uso brasileiro, embora já esteja muito adotada também
pelos falantes de português europeu mais jovens); «tema detalhado» («tema complexo»).
Tenho dúvidas em «uma cantiga que soubesse do que falar» (seria «uma cantiga a
partir da qual soubesse eu do que falar»?).
Lúcia
«A meu amigo, que eu
sempr'amei» (João Garcia) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=855&pv=sim
| Lúcia (14,5-15) Redação
parte de uma boa ideia. Porém, há alguns problemas de sintaxe (cito só dois
casos, mas há mais: «*as pessoas que apenas me quero dar» creio que era «apenas
as pessoas com que me quero dar»; «*ter alguém depois de um dia stressante que
sabes que podes desabafar» seria «*ter alguém depois de um dia stressante com quem
sabes que podes desabafar») e caiu-se, de vez em quando, em lugares comuns
(chavões). Comentário literário, já quase no final, ficou um pouco «embrulhado»,
parece não rer sido fixado antes. Boa leitura em voz alta (nem tanto a da
própria cantiga — em que aliás foi saltado um verso), mas talvez, em certos momentos,
um pouco apressada (é certo que há boas tentivas de expressividade). Imagem
ficou pouco nítida.
Francisco
«A Far[o] um dia irei,
madre, se vos prouguer» (João de Requeixo) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1319&pv=sim
| Francisco (18-18,5) Bom
texto. Boa redação: sem erros, irónica, usando com rigor a terminologia da
descrição das cantigas. Muito boa leitura em voz alta, com o ritmo conveniente,
a calma devida. Imagem também adequada. Há que esclarecer, porém, que esta
ermida de Santa Maria de Faro não se situava no Algarve. Retiro das explicações de toponímia no site CMGP: «Possivelmente um santuário
galego, na serra de Faro, na província de Lugo, entre Chantada e Rodeiro; mas
há igualmente um outro homónimo em Valença do Minho».
Beatriz B.
«Senhor fremosa, des
quando vos vi» (Afonso Fernandes Cebolhilha) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=378&pv=sim
| Beatriz B. (17) Texto é
uma narrativa, bastante bem escrita, embora sob a capa de texto dirigido a um
«tu» (esse diálogo permite que entoação se vá modalizando). Muito boa leitura em
voz alta. Imagem é adequada ao texto criado. A corrigir: «*é uma versão [...] onde
é possível compreender» (seria: «é uma versão [...] através de que (ou através
da qual) é possível compreender»); quando se repete, acerca do texto
criado, «ele conta», etc., devia escrever-se «o sujeito (ou o
eu do texto) conta que».
Pedro
«Fui hoj'eu, madre, veer meu amigo» (Juião Bolseiro) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1197&pv=sim | Pedro (18) Muito
bom texto, também muito bem lido. Fotografia apropriada (figura do autor em
criança remete para a marca pessoal, para a carga subjetiva, e, ao mesmo tempo,
para o tempo passado que se está a rememorar). Em «até que, eventualmente, deixaram
de fazer efeito», o advérbio parece-me ser usado na aceção inglesa (creio que ‘finalmente,
‘consequentemente’, ‘enfim’; em português, «eventualmente» significa ‘talvez’, ‘hipoteticamente’).
Em «mais do que uma mera funcionária», o «mera» é desnecessário, quase
pleonástico. Uma primeira versão deste trabalho vinha sem o tempo mínimo pedido,
o que foi depois corrigido.
Carlota
«Amor faz a mim amar tal
senhor» (Airas Nunes) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=880&pv=sim
| Carlota (14,5-15) Estilo
de texto adotado, expositivo, em torno do tópico ‘amor’, não era fácil (tendência
seria sempre para se cair em alguns lugares comuns, o que, em parte, aconteceu
mesmo), mas a transição para a cantiga até resulta bem. Leitura em voz alta
bastante boa, embora com uma ou duas hesitações. Foi esquecido o curto comentário
literário que era obrigatório. Imagem sextuplamente bem criada, uma composição de
imagens em que também figura a autora. A corrigir: «onde» não é gramatical em «*o
mesmo significado da atualidade, onde o amor» (seria «em que») e em «*queremos
garantir a sua felicidade, onde por vezes» (talvez um «e» bastasse); em «*que
lhe faz amar alguém» seria «que o faz amar alguém»).
Carolina
«Ai eu! E de mim que
será? (Nuno Fernandes Torneol) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=169&pv=sim
| Carolina (17,5) Foi
criado texto de ficção, bem escrito, que inclui pretexto para leitura de
cantiga. Leitura em voz alta boazinha (talvez se pudesse aconselhar que fosse
um pouco mais lenta, evitando também respeitar demasiado a «pontuação» — nem toda
a pontuação gráfica corresponde a pausa na leitura em voz alta; e há também
hesitações que significam que o texto não estava completamente ensaiado — ou se
pudesse dizer que é difícil, a partir de certa velocidade, não deixar de haver
ligeiras quebras da fluência completa). Imagem é uma composição de quatro
fotografias (não sei se são todas originais, mas há criação própria no facto de
ficarem assim reunidas). A corrigir: «*aquilo que chamam de amor» («aquilo
a chamam amor»).
Miguel
«Eu, que nova senhor filhei» (Osoiro Anes) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=12&pv=sim
| Miguel (14) Redação...
pouco escrita (texto parece um tanto informal, ainda demasiado espontâneo ou
oral — escrita implica procurar fixar, após várias tentativas, a melhor maneira
de convencer os outros). Ideia de fazer texto argumentativo não era, em si
mesma, má (só que se ficou por ‘dar uma opinião’). Imagem bem criada, mesmo se
simples. A corrigir: «acabamento de uma relação», no contexto em que está, era
«conclusão», «fim»; a expressão idiomática pretendida era «a todo o custo» (não
«a todos os custos» — embora pareça o mesmo, não é o que se costuma dizer);
«goste tanto dele» (ficaria melhor: «gostasse tanto dele»).
Nicole
«El-rei de Portugale»
(João Zorro) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1178&pv=sim
| Nicole (16,5-16) Redação
estabelece uma associação, bem idealizada, entre a cantiga em causa e as
despedidas (já em outra época da história portuguesa), que, por sua vez, são
depois aproveitadas para uma narrativa-monólogo em contexto contemporâneo. Leitura
em voz alta sempre certa e em velocidade adequada. Boa imagem, desenhada pela
autora. A corrigir: «*iria-me» («ir-me-ia»; condicional, e futuro, exige
mesóclise); «*ao verem o seu pai partirem» (tem de ser «partir»); «para que
possamos» (ficava melhor: «para que pudéssemos»).
Afonso
«Madre, pois amor hei
migo» (Rui Fernandes Santiago) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=938&pv=sim
| Afonso (12,5) Texto pouco
ambicioso (ia dizer «preguiçoso», ora sintetizando a cantiga ora dando
opiniões, interessantes, mas muito em estilo de conversa, sem a densidade a que
a escrita convida), ainda que sem incorreções. Boa leitura em voz alta. Alguma «desarrumação»:
trabalho chegou já a 10 de dezembro e, em rigor, não cumpre o tempo mínimo
(ainda que por sete segundos apenas); imagem, contra o que pedira, é da net,
embora até relativamente específica. A corrigir: «v[ó]-lo assi dizer» deveria ser
«v[u]-lo» («vo-lo»).
Margarita
«Tercer dia ante Natal»
(Lopo Lias) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1370&tr=4&pv=sim
| Margarita (16,5) Muito
bom texto, engraçado, integrando elegantemente a cantiga na ação da narrativa (ainda que tenha sido esquecida a parte de
comentário literário). Leitura em voz alta merecia ter sido mais ensaiada (um
pouco tacteante aqui e ali, típica de quem ainda está a reconhecer o que
escreveu, sem se extrair do texto o que ele merecia; recolha do som também não
favorece a receção). Imagem apropriada. A corrigir: «c[α]tivante» saiu «*c[a]tivante»;
há um «onde» discutível («?*abriu-se uma porta, onde o recebeu [...]).
Edu
«Ai fals'amig'e sem
lealdade» (D. Dinis) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=396&pv=sim
| Edu (12-11) Ideia
da associação entre texto próprio e o de D. Dinis é produtiva (o tópico da traição),
mesmo se o texto teria, depois, de ser mais elaborado, mais desnvolvido. O
começo do trabalho é original, com a reprodução da adaptação musical de outra
cantiga do mesmo trovador, para logo se passar à cantiga verdadeiramente em
questão. Podia ter haver mais investimento (não se cumpriu tempo mínimo; imagem
é googlada). Perto do final usa-se «verso», quando se pretenderia dizer «estrofe».
Margarida
T.
«A dona que eu am'e
tenho por senhor» (Bernal de Bonaval) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1083&pv=sim
| Margarida T (15,5) [este trabalho já me fora enviado há meses mas em WLMP,
invísivel portanto, porque em projeto] Houve cuidado técnico, usando-se imagem,
mas também música (uma versão musicais da cantiga de amor) e, claro o som
também da leitura em voz alta. Nesta conceção há bastante equilíbrio: começa-se
pela versão musicada, depois na leitura em voz alta ouvimos a primeira estrofe
da cantiga e o poema-criado, seguindo-se uma justificação do tipo de texto e a
menção do assunto da cantiga. O poema criado, conforme diz a autora, segue o
estilo de carta, o que tem analogias com a situação na cantiga. Não há erros de
redação e a leitura, sem ser muito expressiva, é correta. Ao ler o v. 1 da cantiga,
em vez de «por senhora» seria «por senhor» («senhor» era a forma também para o
feminino e é assim que está na cantiga); no final do texto escrito pela autora
deveria ficar «preferia morte a viver» («preferia a morte do que» é incorreto).
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