Saturday, August 26, 2017

Viagens do 10.º 4.ª


Ficam as crónicas de viagem (por vezes, mais relatos de viagem do que crónicas) cujas reformulações me foram enviadas. As classificações — que acabam por se reportar à primeira versão, a não ser quando pude notar que não foram lançadas as emendas que introduzira — ficam junto do nome dos autores. Nesta versão não pus, em geral, as fotografias.

Eu e a terra da alegria
A princípio não estava muito entusiasmado por ir a Amesterdão, não percebia o que havia de tão bom nesta cidade holandesa, mas a minha queridíssima mãe lá me convenceu a ir.
Depois de passar lá um dia, apercebi-me de que aquela cidade tinha sido construída para mim e neste maravilhoso texto vou tentar explicar porquê e relatar algumas das minhas peripécias.
Uma das maiores aventuras que tive foi quando decidimos explorar um parque gigantesco que se encontrava no limite do mapa turístico que nos fora providenciado pelo hostel onde estávamos. Não demorava muito para lá chegar mas não foi esse o problema: os países do Norte são conhecidos pela ocasional chuva torrencial mas, em todo o nosso tempo lá, nós ainda não tínhamos sentido chuva muito substancial, até esse dia!
Tínhamos uns ponchos mas nem isso nos defendeu contra a fúria chuvosa dos céus, e, apesar dos ponchos nos protegerem de ficarmos completamente molhados, eles também nos limitavam muito a visão e tentar atravessar as ruas a chover sem ver quase nada foi só ligeiramente frustrante. Quando chegámos ao parque, uma das coisas que me surpreendeu foi o facto de que, mesmo com a chuva, os residentes continuavam a ir correr para o parque (o que só mostra quão habituados estão os holandeses a mau tempo).
Darei agora alguns apontamentos sobre a cidade. Começo pelo facto de que são raramente utilizados carros e, no seu lugar, estão as bicicletas, e estas levam o seu reinado muito a sério, ou seja, onde quer que eu esteja a andar seja passeio seja estrada, as bicicletas também podem estar aí (tive alguns momentos em que ia sendo atropelado porque as bicicletas estavam mesmo atrás de mim em grande velocidade). Outro dado que quero mencionar é acerca da estrutura das casas, todas coladas umas às outras e sempre com cores diferentes. Amesterdão, à semelhança de Veneza, também tem diversos canais e, às vezes, é possível ver os mecanismos que serão utilizados para controlar o nível da água nos canais.
Apesar de termos estado em Amesterdão a maior parte do tempo, a minha melhor recordação foi quando abandonámos o ar da cidade e visitámos uma aldeia a 10 km do nosso hostel. A aldeia foi interessante de visitar mas o que eu recordei mais foi a jornada de 10 km até à aldeia onde pudemos atravessar florestas, estradas e bairros com mais casas onde eu gostaria de viver. Um dos meus momentos favoritos foi quando o Google maps nos indicou um caminho estranho que consistia numa pequena ponte de metal por cima de um relvado molhado e depois por um campo de lama (mas aí já não havia ponte, o que foi maravilhoso para os nossos sapatos).
Esta viagem a Amesterdão foi divertida de início a fim, tão divertida de facto, que, quando cheguei ao aeroporto de Lisboa, estava tão alegre que, enquanto esperávamos pela nossa bagagem, cantei sobre as malas que passavam pelo tapete rolante (a minha mãe não apreciou muito esta minha felicidade).
Esta viagem foi fantástica, diverti-me muito. Apesar dos pontos, positivos e negativos, referidos, não quereria ter tido esta viagem de qualquer outra maneira.
Eduardo [B(-)/B]

A viagem da minha vida
A realização desta viagem foi pensada e estudada durante semanas em conjunto com a minha namorada, as minhas primas e os meus amigos. A ideia era passar o verão no Algarve sem os pais por perto, em pleno mês de agosto: nessa altura o tempo está perfeito para ir a praia e podermos divertir-nos á vontade.
Houve um ou dois que não vieram connosco devido aos pais não os deixarem por causa das notas desse ano, mas, mesmo assim, eu e os restantes fomos.
A primeira vez que pensei que ia fazer uma viagem sem os meus pais, sozinho e com os meus amigos, assustei-me pois, se precisasse de alguma coisa que só eles podiam apoiar, tinha que me desenvencilhar porque eles não estavam comigo.
Ao princípio, estávamos em desacordo para onde poderíamos ir. Uns diziam um sítio, outros diziam outro; então fizemos um jogo que era escrever num papel o sítio para onde queriam ir e ver qual era o que saía mais vezes. E era esse sítio que saísse seria o nosso destino para passar férias.
Esse destino foi Quarteira, um sítio muito bonito, com boas praias e que recomendo a quem ler esta crónica.
Nós já tínhamos tudo planeado e, no dia previsto, fizemos a viagem, mas, pelo caminho, encontrámos imprevistos que não tínhamos planeado, e tornou-se uma viagem muito atribulada.
Um deles foi o facto de, logo no princípio da viagem, ninguém saber ir para Quarteira. Então podámos até ir parar a Espanha e, para que isso não acontecesse, tivemos uma ajuda preciosa no GPS, que nos ajudou na viagem inteira.
Outro dos imprevistos foi ficarmos sem gasolina na autoestrada, mas a 1000 m da bomba. Tivemos que empurrar o carro até essa bomba para abastecermos o carro.
O último imprevisto que aconteceu foi quase termos um acidente a chegar ao nosso destino pois o outro condutor estava talvez bêbado. Depois, correu tudo bem e já não aconteceram imprevistos no Algarve. 
Já hospedados, fomos dar uma volta por Quarteira para conhecermos um bocadinho a vila. Depois de uma grande viagem, nenhum de nós queria ficar em casa.
Quando estávamos a passear no paredão, a atriz Patrícia Tavares passou por nós, e como a conhecíamos e eramos fãs dela, fomos logo pedir uma selfie: foi um momento que nenhum de nós vai esquecer pois ela é uma boa atriz e muito famosa.
Durante a nossa estadia divertimo-nos muito durante uma semana só a fazer praia e a sair a noite. Mas já estava a acabar a nossa semana e estávamos com saudades de Lisboa e da nossa casa.
A viagem de regresso foi mais tranquila. Antes de irmos para as nossas casas, fomos comer todos uns pastéis a Belém.
Fábio [S]

As curiosas praias da Madeira
Ao contrário do que se possa pensar, nem todas as praias têm areia. Um bom exemplo encontramo-lo na Madeira. Existem ainda algumas praias com areia branca ou preta (de origem vulcânica) mas a maior parte é constituída por rochas: a praia dos Reis Magos, Porto Moniz, Ponta Gorda, Lido entre outras. Outra coisa bastante interessante na Madeira é que algumas praias, além de terem mar, também têm piscinas na praia, algumas delas enchidas com água do mar. A primeira vez que fui à Madeira fiquei espantada por ver que as pessoas estendiam as toalhas e se deitavam nas rochas ou no chão por não haver areia. A Madeira é um bom lugar para se visitar e passar as férias com paisagens muito bonitas e únicas.
Uma praia muito bonita e simples é a praia dos Reis Magos (uma das minhas preferidas). A praia está dividida em três partes. Uma delas é como se fosse uma pequena piscina e serve para as crianças mais novas. Quando a maré enche, entra mais água para essa “piscina”. As outras duas partes têm um sítio para saltar para o mar. Se, a partir de um dos lados que dá para saltar, nadarmos, dá para contornar essa parte, contornando assim também a “piscina” e chegando ao outro lado que dá para saltar. Espalhadas pelo chão estão pequenas pedras que servem muitas vezes para prender as pontas da toalha quando está vento. A praia também tem duches para quem quer tomar banho na praia e também tem uns chapéus de palha. É uma praia vigiada. A água é límpida e, num dos lados, não se pode chegar ao fundo por causa da sua profundidade. Para quem quer apanhar lapas também é possível fazê-lo nesta fantástica praia.
 Por outro lado, o Porto Moniz é uma praia cuja entrada é paga e que é constituída por várias piscinas de diferentes profundidas e rochas. Tem um muro
onde as pessoas se podem sentar para apanhar ondas. Ou seja, as pessoas sentam-se na borda do muro e, quando vem uma onda, são empurradas para dentro da piscina (mas é preciso ter cuidado para não se ser arrastado com as ondas para trás porque, na parte de trás do muro, a piscina acaba e tem enormes e perigosas rochas). A praia do Porto Moniz não tem areia. O chão foi cimentado, acabando por ser mais confortável andar descalço nesta praia do que nos Reis Magos. É preciso ser cuidadoso, sendo muito perigoso correr porque, como o chão está quase sempre molhado, ele é bastante escorregadio.
A Ponta Gorda tem duas piscinas: uma, para as crianças mais pequenas, com muito pouca profundidade (a água dessa piscina dá pelos pés a uma pessoa adulta), e outra, para pessoas um pouco mais crescidas, com maior profundidade. Além dessas duas piscinas, o mar está disponível. A entrada é paga e é uma praia vigiada.
 O Lido é oura praia cuja entrada é paga. Tem várias piscinas e é vigiada, mas, ao contrário das outras praias pagas, até agora esta foi renovada por ter sido destruída e foi construída nessa praia uma prancha de 10 metros. No início, ia muita gente para lá mas, depois, devido a uma altura tão grande um rapaz magoou-se. A partir desse acontecimento já não saltavam tantas pessoas da prancha e quem saltava era mais cuidadoso. Além destas praias existem muitas mais praias interessantes na Madeira muito bonitas com vistas fantásticas. Não há nada melhor do que poder vê-las pessoalmente.
Inês P. [B-]

Aventuras inesquecíveis em Paris
A vinte de abril de 2017, aterrámos em Paris, a cidade do amor, da luz e da moda, uma cidade cheia de história, de arte e de cultura, E, com o objetivo de conhecer a sua cultura, as turmas do 9.º ano de escolaridade da Escola Secundária José Gomes Ferreira decidiram visitar esta lindissíma cidade.
Esta foi uma experiência única para muitos, visto que alguns nunca tinham andado de avião, outros nunca tinham saído de Portugal e outros porque simplesmente se estavam a divertir com os seus amigos. Para mim, a melhor experiência foi ter-me aproximado de pessoas de quem eu nunca esperava aproximar-me e tamvém ter ficado amiga de pessoas que eu nunca antes tinha visto, e tudo isto na Disneyland, «o lugar masi feliz da Terra», de acordo com Walt Disney, e o lugar onde todos nós nos sentimos como crianças sem responsabilidades nenhumas, mesmo sabendo que três dias depois iríamos ter uma prova comum de matemática.
Quando chegámos à Disneyland, no dia vinte e três, estavámos todas entusismadas para começar a ir às montanhas-russas. Fomos quase a correr para as filas, realmente como crianças, e foi na fila de um destes divertimentos que conhecemos uns rapazes, que também eram de Portugal, de quem ficámos logo amigas e com quem passámos esse dia fantástico. Estes rapazesnão vivem em Lisboa, porém, mesmo assim, ainda me mantenho em contacto com eles, e , mesmo que nos tenhamos afastado um bocado, partilharemos sempre as memórias da Disneyland e os jogos que fazíamos nas filas que pareciam não ter fim.
Quando se fala em Paris, muito se lembrarão de filmes românticos "lamechas", da moda ou até mesmo da Revolução Francesa. Porém, eu lembrar-me-ei das novas amizades que lá foram criadas, dos hambúrgueres horríves (se é que lhes posso chamar hambúrgueres) de que tínhamos fingir que gostávamos, da quase «direta» que fizemos, das tentativas de falar francês que acabavam em misturas com o inglês, do meu telemóvel que quase caiu no rio Sena, da montanha-russa do «Rock n' Roll» onde andámos mais de quatro vezes... Concluindo, esta viagem proporcionou-me momentos que eu nunca esquecerei.
Viajar é uma experiência em que se ganham inúmeras amizades, é uma experiência que nos abre os horizontes e nso faz ter uma perspetiva diferente desta vida, que nos faz colecionar memórias/momentos e não coisas, que nos leva a ter histórias que podemos contar às nossas futuras gerações. É por estas razões que eu espero pode voltar a viajar num futuro próximo, e, é claro, com as pessoas de quem eu mais gosto.
Como, para muitos, viajar é algo demasiado caro, para ter uma experiência como esta, não é preciso viajar para um país que seja muito longe, pode-se viajar dentro do mesmo país e, uma pessoa pode até mesmo criar estas memórias apenas lendo um livro, visto que neste, vivemos a vida de numerosas personagens.
«O mundo é como um livro, e aqueles que não viajam leem apenas uma página.» (Saint Augustine)
Emilly [B-]

Primeiro de muitos caminhos
Eram cinco da madrugada…. Faltavam precisamente três horas para a maior experiência que tinha vivido até então. Entrar naquele objeto enorme de que todos têm receio visto que anda apenas pela submissão à ação de certas forças que originam o seu movimento pelo ar era um tão grande passo dado que o medo apoderar-se-ia dela. Vários calmantes penetraram a sua corrente sanguínea até a acalmarem o suficiente para se conseguir sentar ali, segurando naquele papel que mostrava como proceder na pior das possibilidades. Tudo aquilo era novo e, na chegada ao seu destino, espantada consigo própria, apercebera-se de que apreciara bastante a experiência sem quaisquer medos de voltar a repeti-la.
Estava noutro mundo, respirava ar diferente e tentava procurar alguma segurança nos olhares alheios. Caminhando até ao local onde iria passar as próximas duas semanas, observava com um olhar brilhante todos os sítios onde iria estar algumas horas enchendo a cabeça com culturas e histórias que não lhe eram familiares. Visitou família, casas, palácios, monumentos, sendo dia após dia surpreendida pela aventura que cada parte daquele país lhe proporcionava. Apesar de não falar a mesma língua daquele povo, era emocionantemente divertida a capacidade de conseguir fluência numa língua em que nunca pensara tê-la. Do que a necessidade nos faz ser capazes…
Entrou no monumento mais lisonjeado por todas as pessoas, subiu até ao primeiro andar, uma vista inacreditável de toda aquela cidade. Todas as normas de segurança eram cumpridas, apesar dos diferentes idiomas, o que criava um ambiente ótimo, tendo em conta que estava entre desconhecidos. Para criar mais borboletas na barriga, subiu até ao topo, onde as pessoas pareciam formigas, assim como os carros, mas apreciava muito aquela vista prolongada de toda a capital, o que fazia com que ficasse a adorar ainda mais aquela viagem.
Entre muitos outros sítios e monumentos que visitara, destacou também uma igreja muito estimada por todos, que se localiza no topo da capital, único ponto alto visto que é uma cidade plana, arquitetura fantástica e muito identificável com os seus estilos próprios. Adorara aquele lugar. Foi marcada também por outra igreja localizada na pequena ilha da cidade, rodeada pelo famoso Rio Sena.
Salientou como momentos marcantes da viagem todos os lugares que adorara visitar, a segurança que tivera naquele país (tendo em conta que toda a cidade era rodeada por polícias e, principalmente, por militares armados), os cafés em que se sentou a conversar com a sua família, as vistas que pôde observar, entre muitos outros momentos marcantes que com certeza não iam ser esquecidos. 
Passados aqueles catorze dias, regressara agora para o seu país predileto. Sem quaisquer medos aproveitara a viagem à janela. Letra a letra escrevera todo um resumo daquela maravilhosa viagem. E, já deitada na cama, sonhara com muito mais lugares onde tinha o sonho de deixar a sua pegada.
Madalena [B-/B(-)]

A minha primeira viagem a Londres
No passado mês de setembro fui com o meu pai passar cinco dias a Londres, um passeio a dois, para eu conhecer a cidade e os seus locais de interesse.
Parti de Lisboa às 16h00, com grande ansiedade, e aterrámos, já tarde, no Aeroporto de Heathrow. Fiquei em casa de um primo na Talgarth Road - junto à estação de Barons Court (linha azul) e não muito longe da West Kensington (linha verde). As linhas de metro de Londres são muitas, parece uma teia com uma confusão de cores e nomes. Percebi como o nosso metro de Lisboa é pequeno.
Começámos o dia seguinte com um pequeno-almoço inglês, em Trafalgar Square, bem diferente do que comemos em Portugal, de que não gostei. Depois fizermos um passeio a pé pelo centro de Londres, e é claro que estivemos em Piccadilly Circus, a praça mais famosa da cidade de Londres. Existem lojas, cinemas e teatros, e muitos restaurantes de comida estrangeira. Aliás, em Londres existem restaurantes de muitas nacionalidades e acabei por não provar a comida inglesa. Parece que é famoso o prato “fish and chips” – que estranha combinação culinária.
Claro que fomos a alguns locais de interesse de Londres, como a Tower of London, que é um castelo medieval com novecentos anos de história sangrenta, onde eram presos, torturados e, geralmente, mortos todos aqueles que ofendiam o monarca. Nesta Torre vivem os corvos descendentes daqueles que comiam as cabeças dos criminosos que eram cortadas e colocadas em postes, como aviso para todas as pessoas. Os Beefeaters, que são os guias, contam aos turistas as histórias mais macabras.
O British Museum, que é enorme, tem relíquias da História Universal, com antiguidades da Grécia, Roma, Egito, Oriente Médio e América. Neste museu está a Pedra de Roseta, múmias egípcias e figuras da Ilha de Páscoa. Para mim, foi história a mais.
Quanto ao Natural History Museum, com a história da Terra e a evolução dos animais no planeta, tem muitos ossos de mamíferos e de dinossauros, réplicas claro. Esta história já adorei e gostaria de ter voltado, mas o tempo era pouco.
O Buckingham Palace é a residência oficial da Família Real Britânica, atualmente da rainha Elizabeth II. É uma visita obrigatória, principalmente para ver o render da guarda da Rainha, com manobras militares e músicas populares.
Fomos até Westminster Palace ou Casa dos Parlamentos, mas não entrámos porque estava muita gente. Entretanto, o Big Ben, o famoso relógio de Londres, que é o relógio mais pontual para os ingleses, está em obras e não toca.
Não dispensámos andar na roda gigante - London Eye - com uma vista de 360 graus da cidade. São trinta minutos de paisagens fantásticas.
Fizemos o programa Murders of Jack The Ripper, percurso noturno pelas ruas onde  Jack The Ripper praticou os seus crimes, mas não visitámos as catacumbas e túneis junto ao rio Thames, onde pensávamos que o estripador tinha andado. Acabou por ser um programa maçador e frustrante.
O meu programa preferido foi ao The Making of Harry Potter na Warner Bros, pois até aos dez anos fui grande fã do Harry Potter, vi repetidamente todos os filmes e tive vários jogos seus. Como fica a cerca de 30 km de Londres, em Watford, fomos num autocarro temático sobre Harry Potter onde passou o primeiro filme A Pedra Filosofal. Gostei mesmo muito de ver os adereços e os cenários onde os filmes foram gravados.
Também gostei de um passeio que fizemos depois do jantar, ao Soho, que é um zona de diversão, conhecida pelos bares, discotecas, clubes de jazz, sex shops e cinemas. Cruzámo-nos com o ator irlandês Colm Meaney, o Miles O'Brien, da série Star Trek : Deep Space Nine.
De resto, passeámos muito, fomos a Hyde Park e a Green Park. Num dos passeios a pé, fomos a Whitehall, ver o nº 10 de Downing Street, onde reside o Primeiro- Ministro inglês, que agora é a Theresa May.
Os dias passaram a correr, gostei muito e hei de voltar a Londres, pois ainda ficou muito para ver ou rever.
João G. [B(-)]

O melhor de Toledo
Estava eu sossegado no meu quarto a jogar e a divertir-me com os meus amigos, isto no meu tempo de lazer, quando o meu pai entra no meu quarto seguido da minha mãe com aquele ar de quem acabou de ganhar a maior lotaria e diz-me com orgulho: "Filho, vamos a Espanha". Eu, que não gosto muito de sair do meu quarto a não ser por ocasiões especiais ou viagens interessantes, perguntei logo "Porquê?" E acrescentei o habitual "tenho de estudar por isso é melhor não irmos". Foi então que me mostraram o que íamos fazer e visitar. E, ora bem, aquilo sim foi interessante: Toledo.
Pessoalmente, gosto muitíssimo de história tudo nela me espanta desde a cultura, arquitetura até à arte bélica, ao longo dos anos aprendi, através de livros, documentários, etc. Várias coisas de vários períodos históricos, mas houve sempre um que me chamava mais à atenção a Idade Média. A minha paixão cresceu quando encontrei no nono ano um professor de História que tal como eu adora história medieval e tal como eu prefere saber os Porquês da História do que decorar dinastias inteiras. Quer seja pela arte, guerras ou cidades eu interessava-me no assunto, ora ter a oportunidade de visitar uma das cidades espanholas mais importantes é realmente uma oportunidade única que não desperdicei. Toledo é famosa pela sua catedral, o lindo alcazar e muitos outros edifícios históricos, mas aquilo que os estrangeiros vão ver é principalmente as espadas sendo que é o único sítio em Espanha que vende vários tipos de espadas com boa qualidade e bom preço. Foi por isso que fiquei entusiasmado (ia finalmente ter a minha primeira espada), para além do óbvio: cultura geral, algo que para mim é muito importante.
A viagem de Lisboa a Toledo é de mais ou menos 300km. Demorámos meio dia para lá chegar, com várias paragens, como Guadalupe, Mérida, mas, quando lá chegámos, vi finalmente a imponente cidade de Toledo, linda por fora e, ainda mais, por dentro. Para além de Toledo, vi várias outras cidades, como Ávila, Segóvia e Madrid, mas, realmente, aquela que me marcou foi Toledo. Cheguei e vi a cidade repleta de turistas, portugueses, franceses, italianos e muitos russos; lá o sentimento é de espanto ao ver os edifícios. A catedral é a principal de Espanha com estilos do Barroco, Gótico e Renascentista. Para além dessa obra prima de arquitetura, vi o alcazar ou, como foi denominado, o Museu do Exército, uma exposição enorme sobre a arte da guerra e variadíssimos outros assuntos como a religião. Entre todos os edifícios históricos havia pelo menos duas lojas de armamento medieval, todas elas cheias de espadas lanças e artesanato regional. Foi numa dessas lojas que comprei o meu armamento: três punhais e duas espadas. No fim da viagem, arrecadei quatro punhais, duas espadas e uma mente mais culta em relação à arquitetura e à história de Espanha.
Afonso [S(-)]

Num país diferente
Numa quente manhã de segunda-feira, como habitual, acordei por volta das 7.30, o que noutro dia qualquer me deixaria aborrecido. Mas era um dia diferente. Estávamos todos animados, desde a minha irmã mais nova à minha avó. O que trazia a esta segunda tanta alegria? O que fazia desta uma segunda-feira tão atípica era o facto de todos nós partirmos até à Holanda para visitar os meus tios e recém-nascido primo.
Quando chegámos, fomos recebidos pelo meu tio, que já nos esperava há muito. Algo que muito nos fascinou foi a quantidade de bicicletas que por lá havia, é até possível afirmar sermos das poucas pessoas de carro perto da casa onde os meus tios habitavam.
No dia seguinte, fomos visitar a casa de Anne Frank onde senti uma certa vergonha alheia, vergonha de ser um ser humano tal como aqueles que ditaram a morte de tantas famílias, que nada fizeram e que nada poderiam ter feito para se defender.
Depois de almoço, em que comi umas famosas batatas fritas belgas que também lá se faziam, fui visitar um museu de cera onde vi estátuas fascinantes que quase pareciam reais, das mais diversas figuras públicas. Havia lá uma referência a Portugal: como é óbvio, era o famoso Ronaldo, o que me fez refletir por momentos sobre se daremos importância às coisas corretas. Será mesmo que queremos um país conhecido pelo futebol ou quereremos ter referências em áreas realmente úteis para a humanidade?
Mais tarde fomos visitar um bairro diferente onde se vendia desde drogas ao próprio corpo. Fiquei ao mesmo tempo impressionado com algo tão diferente e, à partida, errado, mas também com o facto de estes estilos não destruírem aquela sociedade. Cheguei então à conclusão de que, por vezes, quanto mais proibimos e mais impedimos as pessoas de seguir determinados caminhos, mais as pessoas os seguem. Quem quer consegue e sempre conseguirá comprar estupefacientes; portanto, penso que seria preferível permitir às pessoas o consumo de drogas leves em locais apropriados a deixar os jovens tomar drogas desconhecidas. Além de tudo, trata-se de um meio que os jovens têm de ser “rebeldes”, e se se tornar legal, perde o interesse para a maioria.
No último dia, tive a possibilidade de contactar com pessoas em Amsterdão. Lá as pessoas pareciam de certa forma diferentes: ao contrário do nosso país, parecia me uma cidade limpa e organizada, onde havia uma grande preocupação das pessoas em não sujar a cidade. No final desse mesmo dia, acabou a minha viagem à Holanda, a qual gostaria de repetir no futuro.
Francisco [B-]

Um sonho mágico tornado realidade
Um sonho não morre, não se desvanece, nem deixa simplesmente de existir. Os sonhos acompanham-nos uma vida inteira. Se se realizam ou não só nos cabe a nós decidir, à nossa força de vontade, à fé e ao destino. É certo que agora olho para trás, para tudo o que vivi e vi deste mundo e nada se compara ao que estava à espera. De facto, é irrefutável que a vida é imprevisível.
Ao longe, mas ao mesmo tempo tão perto, vejo uma pequenina e frágil rapariga, inocente e um pouco perdida, cheia de amor para dar, com um débil coração de manteiga. Uma criança que penso que nunca deixará de me acordar por dentro de vez em quando, talvez até com mais frequência do que devia, que após um dia cansativo de escola e intervalos a jogar futebol, ao deitar, imaginava aquilo que lhe despertava um sorriso irreflexo na cara: um dia poder ir à Disneyland Paris!
Foi numa tarde de verão calorenta, já nas férias, que cheguei perto dos meus pais e, maravilhada com todos os desenhos animados e filmes que via na televisão, lhes contei acerca do meu grande desejo. Estava radiante quando após algumas semanas dessa conversa vieram falar comigo e perguntaram com uma cara de gozo se ficaria feliz se fôssemos à Disneyland Paris naquelas férias. Tudo o que consegui expressar nesse momento foi um gigantesco abraço aos meus pais por me deixarem viver aquilo que eu mais queria!
Nem sei como me recordo tão bem desta viagem, mas acho que há simplesmente memórias que nunca nos abandonam. O meu irmão, coitado, não teve a mesma sorte, pois, devido à sua idade, não pôde ir, mas não foi isso que me impediu de lhe comprar uma prendinha que ainda hoje significa muito para ele. Nas quase duas horas de avião, recordo-me do desenho que pintava das “Powerpuff girls” que a minha mãe tinha comprado para eu me entreter e, provavelmente, não a aborrecer com as típicas perguntas irritantes “Estamos quase? Ainda falta muito? Quando chegamos?”.
Tantas coisas novas e fascinantes que estava habituada a ver num ecrã estavam ali, à minha frente. Eram reais! Todas as personagens mágicas que me levavam com elas nessa dimensão e me deixavam voar estavam ali, tão perto de mim! Tirámos imensas fotografias (algumas até, tiradas por mim, daí o desastre que constituem), como eu e a minha mãe a andar de barco numa das diversões de cujo nome já não me recordo, em que por mera alegria e excitação coloquei a mão na água para desfrutar do momento, até o senhor me chamar a atenção com um tom de voz rude para eu tirar a mão da água, ou mesmo, os nossos jantares ao sabor daquela desconhecida, por mim até então, gastronomia e ao som de bandas ao vivo.
Recordo-me disto e de muito mais! Mas o que é um sonho no meio de infinitos que me vão surgindo com o passar dos anos, meses, semanas ou até dias? Não sei se serei capaz de os concretizar a todos, mas uma coisa é certa, não vou desistir de nenhum tão facilmente! Para dizer a verdade, até gostava de voltar a visitar a Disneyland Paris e poder mergulhar outra vez naquela magia.
No fim, sentimos a nostalgia de um lugar que nos faz crescer com ele, que nos ensina e nos torna pessoas melhores, mas nunca é tarde de mais para poder voltar. A idade não nos impede de sonhar e reviver todos os momentos que outrora nos fizeram crianças felizes. Há coisas que não mudam nem desaparecem, uma delas, a nossa criança interior.
Laura [B+/MB-]

Uma viagem de sonho
Sempre me interessei pela natureza, em particular pela vida selvagem. Desde cedo que este tema despertou curiosidade em mim, levando-me a ver os mais diversos programas e documentários e a pesquisar em livros, na internet ou noutras plataformas. Assim como a curiosidade e a sabedoria foram crescendo, também uma vontade enorme de interagir intimamente com a natureza genuína foi-se apoderando do meu ser. Pretendia verificar com os meus próprios olhos o que textos, imagens, filmes e vídeos me haviam dado a conhecer.
Pelas mais variadas razões, nunca o conseguira concretizar, e já me tinha conformado de que isso não se iria alterar, pelo menos num futuro próximo.
Qual não é o meu espanto quando, de repente, me vejo no meio do esplendoroso Grande Deserto Arenoso, no noroeste australiano! Fiquei extremamente confuso, pois não percebia como era possível encontrar-me naquele local, mas depressa esqueci isso ao atentar em meu redor: o areal dourado e resplandecente perdia-se além do horizonte e as imponentes dunas, aliadas à vegetação rasa que despontava aqui e ali, conferiam à paisagem uma excentricidade única.
O calor abrasador que se fazia sentir turvava a minha visão, mas não me impediu de observar os camelos selvagens a caminhar ao longe, com a calma e indiferença que lhes é característica, sem destino aparente. E, mesmo à minha frente, um pequeno lagarto deslocava-se freneticamente sobre a areia escaldante, como se as suas patas estivessem a arder, enquanto que lá no alto, contrastando com o céu azul, pairava uma ave negra cuja espécie não consegui identificar.
Não se viam vestígios humanos nas proximidades, mas isso nunca me preocupou. Estava perdido e não me queria encontrar, pois estar ali era o que sempre desejara.
Tentava interiorizar e interpretar toda a magnificência daquele ecossistema singular e, ao fazê-lo, fui tomando consciência de que a natureza continuava o seu rumo, apesar da minha presença. No entanto, de maneira nenhuma me ignorou integrou-me imediatamente, fazendo-me sentir como se lhe pertencesse desde sempre, independentemente da minha origem ou das minhas características naturais.
Foi então que o roncar surdo de um motor me afastou dos meus pensamentos. Olhei rápida e atentamente à minha volta, mas nem vislumbre de um veículo motorizado. O ruído foi-se intensificando e, quando dei por mim, estava sentado num dos assentos traseiros de um Land Rover Defender que atravessava a savana australiana. Encontrava-me num safari, com meia dúzia de adultos que nunca tinha visto na minha vida. Observei cada um minuciosamente e verifiquei que eram indivíduos completamente distintos: o aspeto, o sotaque ou a forma de vestir davam a impressão de que se tratava de turistas de diferentes partes do globo. Estranhei ainda mais esta situação, mas fui de novo desviado dos meus pensamentos quando reparei em alguns cangurus a pular em harmonia, apenas a algumas dezenas de metros do veículo, acompanhando o seu movimento. Fascinei-me com a manifestação exuberante das mais diversas formas de vida, todas elas em estreito interrelacionamento.
Ao passarmos por um pequeno riacho, avistámos alguns dingos de pelagem castanho avermelhada a beber sofregamente a sua água cristalina. Um deles elevou a cabeça e fixou o olhar em mim. Eu fixei o meu de volta, quase inconscientemente, pois parecia que tinha sido hipnotizado pelos seus olhos negros cintilantes.
Num instante, perdi a noção do que me rodeava e fiquei envolvido numa espessa bruma. Não sabia o que tinha acontecido, não sabia o que se passava. Assim como aparecera no deserto australiano, num ápice da savana me desvanecera.
Passado um pouco, apercebi-me de que estava de olhos fechados, e decidi abri-los: o teto branco do meu quarto revelou-se perante mim. Estava deitado na cama, após oito horas embrenhado num sonho intenso. Olhei para o despertador pousado na mesinha de cabeceira eram 7h55, já estava atrasado para a escola , mas, ainda assim, deixei-me ficar mais um bocadinho, a refletir...
Tinha feito uma autêntica viagem pelo vasto continente australiano, apenas com o poder da imaginação. Penso que retirei muito mais do que esperara retirar desta experiência, pois o contacto com a natureza permitiu-me ver como nela os mais diferentes seres se integram e relacionam entre si, e fez-me desejar que muitas sociedades e culturas espalhadas pelo mundo também fossem assim.
Concluí que para viajarmos não precisamos de nada mais senão de nós próprios e os nossos pensamentos. Mas ainda irei dormir sobre este assunto...
Pedro [MB(-)]

Uma civilização antiga no paraíso
Desde criança que me interesso pelas civilizações antigas, construídas nas margens de rios históricos, que veneravam deuses cujos nomes foram apagados pelo tempo, ecoando somente nas profundezas do passado. Apreciava imenso ler durante horas a fio sobre estas culturas esquecidas, dos seus costumes e rituais, santuários e mistérios.
E foi com júbilo que constatei que tinha a hipótese de intercetar esta dimensão cultural que tanto me fascinava com uma outra vertente pela qual também me apaixonei há muito tempo: a praia. São poucos os destinos que podem ter o orgulho de apresentar praias paradisíacas, daquelas que apenas vemos nos filmes românticos, e, ao mesmo tempo, uma vertente cultural tão vasta e emocionante. E o México bate todos os recordes.
Fará no final de julho dois anos que tive a oportunidade de realizar a viagem que mais me marcou até ao momento, e que para sempre guardarei com muito carinho no meu coração.
Foi num clima de êxtase que entrei no avião onde estaria durante dez longas horas. À medida que as águas azuis mexicanas entravam no meu campo de visão e o piloto nos informava que já não faltava muito para chegarmos à Cidade do México, comecei a sentir-me cada vez mais entusiasmado.
O meu hotel, no centro da Cidade do México, consistia num prédio altíssimo, com centenas de quartos e um pequeno-almoço incluído pelo qual valia a pena abandonar os lençóis confortáveis da minha cama de corpo e meio todas as manhãs.
Vivi dias incríveis nesse país exótico e incrível. Visitei a Zona Arqueológica de Teotihuacan, a maior cidade da América pré-colombiana, e explorei as pirâmides maias e as praias deslumbrantes de Tulum. O mar azul, as águas quentes e os sumos de fruta natural fizeram com que aquela viagem se tornasse uma estadia no paraíso.
Foi uma experiência inesquecível visitar as pirâmides de Monte Albán, em Oaxaca, construídas pelos zapotecas meio milénio antes da nossa era, bem como as tristemente pouco conhecidas ruínas de Cholula, em Puebla, que contêm “apenas” a maior pirâmide em volume do mundo, a Grande Pirâmide de Cholula. Não pode faltar a visita quase obrigatória às ruínas de Chichén Itzá, fabulosas, de facto, mas infestadas de turistas.
Foi com uma tristeza incomensurável que me vi obrigado a abandonar este país paradisíaco e misterioso, para regressar à minha amada pátria. Quando o avião descolou, olhei uma última vez para as praias e o mar de azul turquesa. A alegria imensa dos últimos dias permitira que estes tivessem sido uns dos melhores da minha vida.
Nunca esquecerei esta viagem e sonho, um dia, regressar ao México para vivenciar esta minha aventura novamente.
Rodrigo [MB-]

México, um paraíso na Terra
A notícia da viagem ao México foi-me dada em forma de surpresa pelos meus pais, seis meses antes de a realizarmos. Depois de meio ano de entusiasmo quase constante, chegou o dia da viagem. Dirigimo-nos então para o aeroporto, de modo a embarcarmos na aventura pela qual estávamos à espera há tanto tempo.
Depois de dez horas de desconforto, sono e dezenas de pessoas a pedir licença para “utilizar o quarto de banho”, aterrámos. Ao sair do avião e caminhar pelos corredores reparei que os trabalhadores do aeroporto nos olhavam com desconfiança. Percebi o porquê, mas não deixei de me sentir desconfortável. Depois de todas as burocracias necessárias, saímos do enorme aeroporto de Cancun.
Lembro-me de sentir a camisola a colar-se ao meu tronco assim que cheguei ao exterior. Eram dez da noite, hora local, mas a temperatura que se fazia sentir não correspondia a essa hora do dia. As palmas da minha mão suavam e a quantidade de humidade no ar dificultava ligeiramente a respiração. Passados alguns minutos, o meu corpo começou a habituar-se e pude aperceber-me de que tinha finalmente chegado ao México e que a dolorosa viagem tinha valido a pena.
Na manhã seguinte, já no resort, acordei às seis da manhã. O chamado “jet lag” não tinha perdoado e tinha-me feito acordar ainda de madrugada. Depressa deixei de estar aborrecido, porque, ao chegar à praia, tive a oportunidade de ver o nascer do sol sobre o mar. Nunca me esquecerei do que senti naquele momento, num país do outro lado do Atlântico, e que só então começara a descobrir.
Nesse dia estivemos no resort, o que nos permitiu dar uma volta por lá e interiorizar o espaço onde nos encontrávamos. A beleza envolvente era inigualável, a areia era mais clara do que eu podia ter imaginado, o mar era transparente e estava a uma temperatura que eu nunca tinha experienciado em águas portuguesas. Por todo o lado, viam-se aves que eu não conhecia, que produziam sons que, de alguma forma, me relaxavam. Todas as características daquele local, tão diferente daquilo a que eu estava habituado, quase me levavam a crer que tinha viajado para outro planeta. Toda a natureza daquele país era incrível, as plantas de um tom verde tão brilhante que pareciam ter sido idealizadas por alguém, a brisa leve que se sentia de vez em quando, uma harmonia inexplicável…
 Não só foi a maior viagem que já fiz, como foi também a melhor experiência que tive até ao momento. Tive a oportunidade de conhecer pessoas totalmente diferentes daquelas a que eu estou acostumado e pude assistir e vivenciar toda uma natureza envolvente, que de certeza, não encontrarei em mais lugar nenhum do mundo. A beleza intrínseca daquele local, banhado pelo Mar das Caraíbas, ficar-me-á para sempre na memória como um exemplo de paraíso na Terra.
Gonçalo [MB-]

Porto Santo, a ilha salgada
O ano passado, tal como todos os anos, eu, os meus pais, os meus tios e primos decidimos viajar. Decidimos aventurar nos e ir além-fronteiras, contudo ainda em território nacional. Fomos até Porto Santo, a mais pequena ilha habitada do arquipélago da Madeira.
Esta viagem obrigou-nos a vários esforços. Para mim, o maior esforço a que tive de me sujeitar foi acordar às quatro da manhã para apanhar o avião. E, no entanto, este ainda se atrasou…. Começava já a ficar um pouco aborrecido.
As coisas foram melhorando, a viagem fora calma e serena e a ilha, à primeira vista, parecia deslumbrante. O hotel onde nos hospedámos era bastante requintado e acolhedor. O mais interessante deste hotel era o facto de ter ligação à praia mais próxima. A piscina parecia bastante boa, o que eu não sabia é que toda a água presente nesta ilha que não era para ingestão era salgada, e esse facto foi uma das razões por que eu não achei esta viagem perfeita. Cada vez que mergulhava na piscina e após algum tempo saía da mesma, uma irritação nos olhos afetava a minha felicidade. Após alguma investigação descobri que como esta ilha não tem rios ou correntes de água doce, toda a sua água potável provém da transformação de água salgada, ou de pequenos depósitos subterrâneos.
Outro facto que me intrigou foi o tempo. Para ser sincero, nunca tinha estado num local com um clima tão estranho. Quando pensávamos que estaria sol, o cinzento preenchia o céu; quando pensávamos que iria estar um dia cinzento, o sol brilhava.
Conhecer a história desta ilha foi algo bastante interessante: saber que tem origem magmática, que foi descoberta na época dos descobrimentos foi algo enriquecedor para mim e me fez adorar a estadia.
Toda esta viagem tornou-nos mais próximos do que éramos, e todos os sentimentos, emoções, momento compartilhados tornaram esta viagem diferente, não só com o objetivo de descansar e de relaxar, mas também divertir e desfrutar enquanto família pois a família é algo de que necessitamos para sermos felizes e para nos sentirmos bem.
No último dia, a tristeza assolava a minha alma pois tinha vontade de que aquela semana nunca mais acabasse. Tudo o que me restava fazer era aquilo que mais gosto de fazer logo após a uma viagem, ver fotografias pois fazem-me recordar dos bons momentos que passámos no local em questão.
Concluindo, de todas as viagens que realizei posso dizer que esta foi uma das melhores e aconselho todos a visitarem esta magnífica ilha perdida no Atlântico, mas com uma beleza natural fantástica.
Hugo [B-]

Paris — moda, religião e gastronomia
Fez em abril um ano que saí do meu país pela primeira vez. A minha primeira viagem foi à capital de França, Paris.
Estava muito entusiasmada mas, mesmo assim, a experiência  excedeu as minhas expectativas. 
Tudo começou com uma viagem de autocarro de dezoito horas. Não estivemos lá por muito tempo, apenas seis dias. Mesmo assim, consegui conhecer muito bem a cidade de Paris, desde a Torre Eiffel, passando pela Catedral de Notre-Dame, até ao Museu do Louvre.
O símbolo desta capital é a sua famosa torre, desenhada por Gustave Eiffel em 1887. Subimos ao monumento mais visitado da Europa e não podia ter ficado mais fascinada. Estava perante uma paisagem maravilhosa, com vista para toda a cidade. Aconselho muito a visita a este monumento a quem goste de conhecer novas culturas e a quem goste de tirar boas fotografias.
Depois da torre Eiffel, passeámos pelo Arco do Triunfo e pela Avenida dos Campos Elísios, conhecida também como “a avenida mais bela do mundo”. Conhecemos vários cafés, lojas, cinemas… Tudo ligeiramente caro, comparando com os preços em Portugal, mas valendo muito a pena visitar.
Passámos o dia a seguir na Disneyland. Foi dos poucos sítios que me desiludiu. Muitas das diversões estavam fechadas, principalmente aquelas que eu mais queria experimentar. Mesmo assim, acredito que deve ser uma experiência fantástica se a pudermos viver na íntegra.
No dia a seguir, visitámos a Catedral de Notre-Dame e o Museu do Louvre. Do que mais gostei foi mesmo do museu. Tem uma grande variedade de arte, além de ter também o quadro mais famoso do mundo, a Monalisa, quase impossível de ver, tendo em conta o seu tamanho e a quantidade de pessoas que se juntam à sua volta.
No último dia, conhecemos Sacré Cœur e fizemos o exercício de contar todas as escadas até chegarmos ao topo. Que me lembre são cento e noventa e sete degraus! Também andámos pelo Bairro de Montmartre, onde comprámos todas as lembranças que trouxemos para Portugal, para nós e para aqueles de que mais gostamos.
E, nessa noite, iniciámos a nossa viagem de volta para Portugal. Outras longas dezoito horas, que, mesmo assim, passaram mais rápido que as primeiras. Talvez porque nas primeiras a vontade de chegar tivesse sido maior ou talvez por nas segundas termos ido grande parte da viagem a dormir.
Apesar de alguns contratempos, não podia ter pedido melhor viagem para iniciar a minha descoberta do mundo.
Diana [B-]

Mais perto do mar
A realização desta viagem surgiu com um sonho de criança. Sempre tive a ambição de conhecer e passar por lugares nunca antes explorados. Nunca antes pisados por um português. Essa viagem acabou por acontecer no mês de julho, melhor altura do ano para grandes navegações e aspirações.
Desde abril que me preparava ansiosamente para esta grande viagem. Era perigoso e ninguém até hoje tinha voltado vivo. Seria a primeira mulher a fazer parte de uma tripulação, pelo que não fui muito bem aceite. Eu tinha noção dos riscos que corria. Mas era uma mulher que sempre gostara do mar. Uma voz interior chamava-me para o explorar, para descobrir os seus maiores segredos, e não se pode fugir a tamanho chamamento.
Apesar da última embarcação ainda não ter voltado no tempo estipulado, não hesitei por um momento que fosse. Se voltasse, seria vista como uma heroína, aquela que alcançou o inalcançável. Também estava confiante nos meus companheiros, apesar de sermos uma frota de apenas 170 homens e uma mulher, entre marinheiros, soldados e religiosos distribuídos em quatro embarcações. Esta aventura seria chefiada por Vasco da Gama, um grande marinheiro e amigo.
A despedida foi acompanhada de choros e súplicas para ficar, mas eu estava decidida. Iria fazer aquela viagem, mesmo que fosse a última coisa que fizesse na vida. E assim, no dia 8 de julho de 1497, começou esta jornada de que guardo em memória os melhores e piores momentos da minha vida.
Por mares nunca antes navegados, tormentas irromperam dos céus, rezas ecoavam pelo oceano à espera de serem ouvidas e corpos naufragados alimentavam os monstros da imensidão daquele mar.
Contudo, apesar das intempéries, nunca me senti tão livre, realizada, completa. Aquele era o meu lugar. Era ali que eu devia estar.
Por cada bando de gaivotas que avistávamos, o peito enchia-se de uma alegria imensa. Por cada cidade que passávamos, com mais vontade ficávamos de chegar à tão esperada Terra, a Índia.
Após atravessarmos o impossível, o “Cabo das Tormentas”, foi ainda necessário vencer inúmeros obstáculos, com novas peripécias pelo caminho. Mas não havia nada que nos parasse.
Demorou meses, mas tudo valeu a pena quando finalmente avistámos a costa indiana, no dia 20 de maio de 1498. Abarcámos em Kappakadavu, próximo de Calecute.
Para ser sincera, não era bem do que eu estava à espera. 
A Índia não é feita para passear. A poeira e o calor são infernais. Os pedintes seguem-nos em silêncio, sem pressa, sem mais nada que lhes ocupe o dia, com todo o tempo do mundo para esperar a nossa esmola. Para eles, a morte é uma aspiração. Aspira-se a uma melhor reencarnação ou, talvez um dia, ao desaparecimento total, ao fim do ciclo das transmigrações da alma, ao nirvana.
Mas a comida dava uma certa vida àquele lugar. A variedade de sabores que guerreavam e dançavam na nossa boca era obra de Deus. Jamais imaginaria provar comidas tão fortes e deliciosas.
Os palácios também eram dignos de Deus. Estavam revestidos por lindas pedras de todos os feitios e cores. Deixavam qualquer pessoa de boca aberta.
Enquanto lá estive, andei sempre ocupada. Acompanhava frequentemente o meu amigo Vasco da Gama para as reuniões mais importantes com a realeza, ou então andava em negociações com os comerciantes locais, admirados por verem uma mulher nestas andanças.
Claro que a estadia não podia durar para sempre. Sentia saudades de navegar e da minha família, e foi com grande alegria que ouvi que voltaríamos para o nosso amado país.
Embarcámos dia 29 de agosto de 1498. O regresso não foi mais calmo, muito pelo contrário. Com a ânsia de partir, não recolhemos informações suficientes de como velejar por estas águas. Tal como na viagem de ida, parámos em Melinde para abastecer as embarcações.
Nesta viagem de regresso, cerca de metade da tripulação ainda sobrevivente acabaria por perecer, e muitos dos restantes foram severamente atingidos pelo escorbuto. Por isso, dos 148 homens que integravam a armada, só 55 regressaram a Portugal. Desde o regresso que rezo a Deus por fazer parte dos sobreviventes desta grande viagem. Apenas duas das quatro embarcações que partiram do Tejo conseguiram voltar a Portugal, chegando, respetivamente, em julho e agosto de 1499.
A chegada a Lisboa foi acompanhada por aplausos e assobios. Doía-me o peito, de tão emocionada que estava.
Apesar dos perigos que enfrentámos, dos obstáculos, das traições, nunca me arrependi de ter feito parte desta cruzada. Tinha concretizado o meu sonho de criança. Eu era uma heroína. Tinha alcançado o impossível…
Joana [B+/MB-]

Malhada do Cervo, uma aldeia parada no tempo
Ao citar este nome, aposto que muito poucas pessoas sabem do que falo. Atrevo-me até a dizer que ninguém. Neste aglomerado de palavras, aparentemente sem sentido, está guardada a alma da vida agrícola de Portugal. É aqui, onde não existe internet, ou onde as pessoas ainda utilizam o burro como meio de transporte. É aqui, no seio da minha família materna, pela parte do meu avô.
Esta aldeia, parada no tempo, tem a sua localização a cerca de 20km de Castelo Branco, mais nomeadamente na freguesia de Sarzedas. É aqui que me liberto da minha rotina citadina e me entrego às rotinas campestres impostas pelos habitantes quase centenários da aldeia. Juventude é algo que aqui não se encontra ao contrário da sabedoria e do raciocínio, que são abundantes. Nos longos campos semeados, é possível encontrar de tudo um pouco. E, nas pequenas casas de xisto, feitas todas com muito amor e trabalho, é possível encontrar uma simpatia indescritível, mas apenas das 21 horas da noite até às 5 horas da madrugada, visto que, noutro horário, há sempre algo a fazer… Passear o gado, cavar a horta, semeá-la, cultivá-la, regá-la… Enquanto nós andamos a correr para conseguirmos cumprir horários e andamos a olhar para objetos que emitem a sua própria luz (telemóveis, computadores, televisões, etc.), na nossa adorada Lisboa, estas quinze pessoas andam todos os dias a arranjarem o seu alimento, entreajudando-se. 
Enquanto passeava nesta aldeia, nas minhas férias de verão, remeti-me a uma pergunta, Porque é que as pessoas saem de Portugal quando aqui há tantos sítios belos e desconhecidos?! Como bons e genuínos seres humanos que somos, não damos valor ao que temos. Temos um dos países mais belos do mundo, tal como temos um dos melhores climas do mundo, mas, quando temos a possibilidade de sair do nosso país, nem pensamos duas vezes. Por vezes, somos demasiado ingénuos.
De repente, deparei-me com um rebanho de cabras a vir na minha direcção, de uma senhora chamada Ti Maria Delfina. Essa senhora, em tempos antigos, era a responsável pela comunicação da aldeia, sendo detentora do único telefone das redondezas. “Ti “ pois, visto que esta belíssima aldeia pertence à Beira interior, todas as pessoas se apelidam, em caso de homem, “tezé”, e, em caso de mulher, “ti”. Tal foi a minha admiração ao ver isto que decidi ir atrás das cabras para perceber um pouco mais sobre estes animais. Nesta aldeia tudo me fascinava. Principalmente, a união destes habitantes, que festejam todas as festas religiosas em conjunto e que têm locais específicos para conversarem. Tal como a vida forçada que levam. A ribeira está no meio da aldeia e era onde se realizavam muitas das obrigações da mulher do tempo salazarista, como, por exemplo, lavar a roupa. Ter uma conversa com estas pessoas é algo impressionante pois têm milhares de histórias para contar e uma sabedoria impressionante. É aqui que comprovamos que, por vezes, o elevado nível escolar não é equivalente a pessoas mais cultas e espertas.
Como é impressionante a vida destas pessoas! Tanto trabalho para, por vezes, acabar em vão. Ao andar perante estas ruas alcatroadas recentemente, é possível ver de tudo um pouco. Animais são algo abundante nesta aldeia. E, muitas das vezes, é devido a eles que muitas das culturas são destruídas, sobretudo devido aos javalis, e levando os seus habitantes quase à loucura. Após investirem tanto trabalho no campo, e água, é bastante triste que vejam o seu trabalho perdeu-se.
Mas o que mais me impressiona é que, apesar das reformas míseras destas pessoas, a felicidade reina nesta aldeia da Beira interior, Malhada do Cervo.
Tomás [B-]

Paris, a cidade turística de França
Esta viagem, foi uma das mais marcantes da minha vida, fosse pelo facto de estar com os meus amigos, e estar a gozar por causa de Portugal ter ganho o Europeu de futebol e nós estarmos a gritar “je suis Éder”, e vir um senhor a dizer-nos para nos calarmos em português, ou então por causa de quase ter derrubado uma escultura do Museu de Orsay e ninguém ter visto.
Devemos começar pelo aeroporto, no qual se encontravam pessoas a falar mais de cinco línguas diferentes, o que me impressionou, além de que também queria perceber o que estavam a dizer.
No hotel, é que não tive muita sorte, pois o quarto no qual eu e as minhas amigas ficámos estava por cima dos depósitos da casa de banho. Tivemos de estar sempre de janelas abertas, e sempre com os desodorizantes para conseguirmos dormir.
Agora tratarei da parte turística e gastronómica. A melhor refeição que consegui comer foi um hambúrguer do Mc Donalds, apenas porque no pacote da viagem a maioria dos almoços e jantares estavam incluídos no preço e onde nos levavam a comida era horrível. Quanto à parte turística, foi daquilo que gostei mais: visitar a torre Eiffel, ver a torre de Notre Dame, ir à Disneyland e poder andar nas diversões que quisesse, e também gostei da parte da visita didática onde pudemos visualizar a cidade inteira e conhecer os seus pontos turísticos.
Esta viagem permitiu-me conhecer novas culturas e diferenças de país para país, desde o idioma, o desenvolvimento (pelo menos da cidade de Paris em relação a Portugal). Conheci uma parte da gastronomia que não foi só os croissants e os crepes, e apercebi-me de que um prato de comida é muito mais caro em França do que em Portugal, e que a qualidade e diversidade é muito maior. Também pude aperceber-me de que se trata de uma cidade visitada por muitos turistas e de diversas nacionalidades. E fiquei também a saber que devemos escolher muito bem que hotel nos devemos hospedar. Esta viagem trouxe-me diversas memórias que recordarei até daqui a muito tempo. Neste momento o que sinto mais é saudades, gostava de poder regressar outra vez a esta viagem e reviver tudo de novo.
Inês O. [S/S(-)]


O céu de Roma
«Roma, uma cidade tão apreciada por todas as pessoas. A comida é soberba, os monumentos deslumbrantes e as pessoas simpatiquíssimas.» - disse-me o meu tio um dia. Esta frase, na altura, despertou uma vontade em mim de viajar, pelo que, dois anos depois, eu estava num avião a caminho desta cidade.

Tinha passado esses dois anos a preparar detalhadamente esta viagem, pelo que, quando saí do aeroporto Enzo, estava à minha espera com um cartaz com o meu apelido- Fernandes. Enzo levou a minha bagagem até ao seu táxi e deixou-me no hotel. Já era uma da tarde e como tal não quis perder tempo. Fui passear pelas ruas encantadoras de Roma. As ruas eram estreitas e as casas pareciam velhas, como aquelas que se veem nos filmes dos anos 60. Prédios baixos, de várias cores e feitios, com as portas e janelas decoradas por frisos. A cada cruzamento havia um monumento novo. Ora era uma fonte, ora uma ruína romana, ora uma estátua de alguém que tinha marcado a história desta cidade.

Continuei a andar. O tempo passava rapidamente e as distâncias que no mapa pareciam grandes e demoradas, agora pareciam exíguas. Olhei para o mapa e reparei que mais uns passos e estava no Fórum Romano. Colunas erguiam-se do chão (ou o resto delas), as poucas estruturas que mantinham a forma dos tempos em que foram construídas eram grandes e imponentes.  Sabia que estava naquele momento perante a coisa mais grandiosa que alguma vez tinha visto. Depois de meia hora a interiorizar a beleza deste fórum (Fórum Magno, como era conhecido na altura dos romanos), prossegui com a exploração desta cidade. As ruas eram todas parecidas e diferentes ao mesmo tempo. Havia uma loja de gelados em todas as ruas e os edifícios eram semelhantes; no entanto, cada rua tinha uma particularidade. Umas estavam mais cheias, outras decoradas e ainda algumas com imensas bicicletas.

Olhei para o mapa, estava perto. A desabrochar do chão vejo o estrondoso Coliseu. Uma das sete maravilhas do mundo moderno. Fiquei naquele momento imóvel e de boca aberta. Chamava a atenção de qualquer pessoa. Estava rodeado de estrangeiros, como eu, uns a tirar de fotografias, outros à espera numa fila imensa para comprar os bilhetes e alguns sentados no chão a observar. Passou uma hora e finalmente consegui entrar. Visto de dentro quase que podíamos imaginar como é que o Coliseu seria naquele tempo. Cinquenta mil pessoas dentro deste anfiteatro oval à espera de que os combates de gladiadores começassem, ou que a execução fosse feita, ou que as encenações dramáticas se iniciassem. Ainda agora me espanto como algo que é feito de cimento e areia me impressionou tanto.
O resto da semana que passei em Roma voou ainda mais rapidamente do que o primeiro dia. Visitei monumentos majestosos. Desde a Fontana Di Trevi, a fonte mundialmente conhecida, até à grande Capela Sistina, localizada no Vaticano.
Estava novamente no avião. Na altura ainda não sabia, mas, agora, com os meus sessenta anos, sei que aquela semana seria recordada na maioria das histórias que vim a contar.
Clara [B+/MB-]

Viagem cria uma imagem

Era um dia calmo de verão, até que o meu pai foi ao meu quarto e acordou me mais cedo do que o normal. Informou-me de que iríamos realizar uma viagem ao Algarve nessa mesma tarde, e que era melhor começarmos a fazer a mala pois a saída estava prevista para as três da tarde. Não estava muito interessado em ir. Nunca gostara de andar de carro e, como a viagem iria ser longa, não era algo que quisesse experienciar. Almoçamos  e algum tempo passou. 
Eram já cerca de quatro da tarde e não tinha notícias nenhumas do meu pai. Sentira-me feliz pois pensava que me me tinha escapado da viagem. Claro que ia saber bem, mas não era algo do meu interesse. Seis da tarde e ainda não tínhamos partido. Comecei a sentir-me bastante seguro pois tinha quase a certeza de que não haveria viagem, até que, às seis e meia o meu pai desceu e disse-me que íamos finalmente partir.
A viagem não foi lá muito divertida. Costumo ser sempre eu a divertir o carro, com o meu humor e as minhas piadas, mas nesse dia como não estava lá muito de acordo com a decisão tomada, decidira não animar a família. Chegámos ao Algarve por volta do jantar, e a seguir a este , dirigimo-nos ao nosso hotel para descansarmos.
Acabaram por ser umas férias bastante interessantes. Fiz sem dúvida, das atividades mais extravagantes que tinha feito até então isso fez-me sentir bem. Apenas ficámos lá o fim de semana, e regressamos a casa numa viagem em que viemos todos a dormir. Estávamos todos muito cansados e acho que, a uma determinada altura estavam todos a dormir exceto o condutor claro.
O que aprendi com esta viagem foi que, ao sairmos da nossa zona de conforto e ao realizarmos ações que não queríamos realizar, aprendemos muito e começamos a sentir-nos mais confortáveis. Nenhuma das memórias que trouxe comigo desta viagem teriam ficado, se não tivesse participado nela. Acho que, por vezes, devemos desfrutar mais das oportunidades que nos são dadas, pois estas não aparecem todos os dias.
André [S+/S(+)]

[Título]

Cheguei ao aeroporto de Roma munida de estereótipos acerca de italianos e Itália, como os famosos gestos enquanto falam, as longas e desorganizadas filas, as pessoas que se importam muito com a moda, a gastronomia e a condução ligeiramente perigosa. No entanto, não achei que o retrato fosse completamente fiel.
Os meus primeiros dias foram passados em Roma, onde logo no transporte do aeroporto até ao hotel pude verificar a condução perigosa, a voz sonora e os gestos de mãos; o condutor encarregou-se de discutir ao telemóvel com alguém enquanto conduzia a alta velocidade numa estrada que não inspirava segurança e gesticulava (apesar de a pessoa do outro lado não o poder ver).
Após visitar Roma e o Vaticano, seguimos, no Fiat 500, para Pozzuoli onde nos instalámos para visitar a ilha de Procida. A praia da ilha de Procida era pequena, no entanto agradável, com areia preta que queimava e a água mais límpida e amena que alguma vez tinha visto. Após ganhar guelras naquela praia, provei um granizado com limões típicos da zona que me refrescou do calor infernal que estava. Regressámos a Pozzuoli num autocarro com horários inconsistentes e passámos o tempo a fazer piadas após o meu padrasto ter perguntado, acidentalmente, quanto custavam os “bilhetinis.
No dia seguinte, aventurámo-nos pela costa amalfiana, explorando Positano. As casas em Salerno eram coloridas e a água, mais uma vez, cristalina. À noite foi excitante, as estradas encontravam-se na montanha, eram estreitas e com pouca iluminação, os carros vinham simplesmente na nossa direção sem qualquer tipo de aviso e foi um alívio quando, finalmente, encontrámos o centro da cidade e nos sentámos para comer (surpresa!) pizza.
O nosso último dia na costa amalfiana foi passado em Pompeia, numa das centenas de filas em que estive ao longo da viagem. Pompeia foi difícil, estava calor e, depois de tanto andar, perdia-me nos destroços, mas foi bastante interessante ver a história, a reconstrução do que aconteceu e perceber que o agora são meros blocos de pedra indistinguíveis era uma cidade inteira, com mansões, casas modestas, arenas e jardins.
Daí descemos para Lecce, onde explorámos a Puglia. O sul de Itália é quase como que uma parte mais rural de Itália e aí, sim, vi todos os verdadeiros estereótipos. Mal cheguei o que notei em primeiro lugar foi a enorme quantidade de restaurantes. A variedade parecia pequena, eram todos restaurantes italianos (na minha cabeça seria como comer cozidos todos os dias, tive pena dos italianos) e, mais tarde, reparei de dentro dessa “pouca variedade”, existia uma variedade no sentido em que as pizzas eram diferentes, ou o era o tipo de queijo servido.
Ao longo da semana experimentámos todas as praias à nossa volta e concluí que a água continuava maravilhosa, mas havia uma ligeira diferença em relação a Procida: as praias estavam apinhadas, o que me lembrou de Armação de Pêra, e os nadadores salvadores eram quase como modelos que tiravam fotos com turistas (literalmente). Já no bar fiquei quinze minutos à espera da minha vez até me aperceber de que nem sequer havia fila, era salve-se quem puder. Não me salvei.
A viagem estava quase a acabar, fomos a Bari, onde visitámos as casas Trulli. Estas eram comuns pois, ao serem facilmente desmanteladas, permitiam aos habitantes escaparem aos impostos sobre as suas propriedades.
Com grande pena minha, regressámos deste país que, estando tão perto, parece tão diferente. Depois de três semanas a comer pizza já não consigo comer mais. Não é que me tenha enjoado, mas a pizza nunca será tão boa como era lá.
Francisca [B+]

Uma viagem marcante

Dia vinte sete de dezembro de 2014 realizei, seguramente, uma das viagens mais espetaculares da minha vida. Esta viagem foi feita no intuito de festejarmos a época natalícia e o fim de ano de uma forma diferente.
Seis horas da manhã e o despertador toca. Era o dia de partida e estava particularmente empolgado: afinal, ia conhecer outro país, outras paragens, que, neste caso eram Andorra. Depois de tomar o pequeno-almoço fui ver se não me faltava nada e, seguidamente, saímos, eu ia a minha família, e, no espaço de vinte minutos chegámos ao agora aeroporto Humberto Delgado.
Estava nervoso, não direi nervoso mas com um pouco de receio devido ao meu medo de andar de avião, que, fui adquirindo ao longo do tempo, com os acidentes aéreos e inclusive atentados terroristas. Ao mesmo tempo estava com esperança de que tudo ia correr bem, e foi isso que aconteceu. Aterramos em Barcelona, dado que Andorra não tem nenhum aeroporto, sendo por isso preciso fazer escala. Ainda ficámos por Barcelona algumas horas pois queríamos almoçar e dar um passeio para conhecer aquela maravilhosa cidade e o momento que mais me recordo foi a fila enorme para o ainda não terminado, templo da Sagrada Família (era realmente assustador a quantidade de pessoas que queriam visitar aquela estranha catedral).
É claro que fiquei fascinado com a arquitetura de Barcelona as suas ruas paralelas, a estrutura de alguns edifícios. É de facto grandiosa esta cidade.
Passadas algumas horas, depois do passeio por Barcelona, era hora de irmos para Andorra. Esta viagem tinha algo de especial, que era a situação de que nunca tinha visto neve ao vivo.
Ficámos alojados num hotel localizado ao pé da cordilheira montanhosa dos Pirinéus. Era realmente incrível a vista que tínhamos, é realmente gigante aquela cordilheira montanhosa. Nem queria acreditar: num momento estava em casa, no outro estava a olhar para aquela “monstruosidade”.
Queria muito subir aos Pirineus pelo motivo de que lá havia uma estancia de esqui, desporto que nunca tinha praticado mas queria agora experimentar.
No dia seguinte, saímos do hotel cedo, alugámos o material que era preciso para esquiar numa loja perto do hotel e fomos para o teleférico, o único meio de acesso à montanha. Foi mais um momento de um pouco de aflição, simplesmente porque era um trajeto muito grande e também porque nunca tinha andado no mesmo. Não obstante, mais uma vez tudo correu bem e chegámos lá acima. Através daquela curta viagem, consegui guardar uma das mais fantásticas imagens que ja vi na minha vida: o céu estava muito escuro pois o sol estava tapado por umas imponentes nuvens que por ali se avistavam; no entanto, no meio daquele nevoeiro passava um raio de sol muito fino. Aquele cenário parecia de autêntico filme. No meio da confusão, ia treinando com o meu pai e com a minha irmã a esquiar, numa pequena rampa. Foi bastante divertido, e, inesperadamente, adaptei-me muito rápido. No dia seguinte,  já estava a ir para as tão esperadas pistas, não para as mais altas pois essas já metiam um pouco de medo mas para as mais pequenas que, mesmo assim, tinham um tamanho considerável.
Passados alguns dias tinha chegado o nosso último dia em Andorra e ainda não tinha visto neve, apenas vira o gelo nas montanhas. Até que ,nesse, dia houve um nevão enorme, até me lembro de no dia seguinte os carros estarem todos cobertos de neve.
Entretanto voltámos para Portugal e tudo correu lindamente. À chegada, o meu pai perguntou me:
— Então o que é achaste da viagem?
— Nunca pensei, mas gostei imenso. Era realmente um sítio maravilhoso, com boa gastronomia, com pessoas formidáveis e muito atenciosas. Esta viagem vai ficar guardada na minha cabeça para sempre — respondi eu.
Lourenço [S/S(+)]

Experiência de uma vida

O Verão, a estação do ano de que nós tanto gostamos, em particular eu pelo simples facto de viver experiências novas, sentir coisas novas, conhecer pessoas novas, é fascinante.
Para mim, o Verão sempre foi especial, não só pelo calor mas também  pelas amizades, pelos sentimentos apaixonantes que criamos mas principalmente, pela natureza. Em especial no Verão passado, em Viseu, criei amizades fantásticas e, por vezes, dou por mim a pensar no dia em que cheguei à terra dos meus avós, e as caras familiares que eu tanto ansiava por ver. Sempre tive uma relação forte com a minha melhor amiga, Cátia, e lá estava ela para me receber ao sair do carro toda animada. Eu e ela éramos as mais traquinas juntas e o conceito de amizade encaixava-se perfeitamente em nós.
Eu, os meus avós e o meu grupo de amigos de Viseu passávamos sempre por Armamar, uma terra lindíssima cheia de natureza e bastante sossegada. Aproveitávamos para petiscar as empadas de galinha do café do Tio Xico. Aquela massa quebrada a galinha estufada com chalotas, azeitonas e os pequenos pedaços de milho que apareciam de vez em quando, satisfaziam-me de todas as maneiras possíveis.
À tarde, eu e o meu grupo de amigos decidíamos passear à beira do mar e, sempre que fosse possível, ver o por do sol. O por sol que, para mim, não faria sentido vê-lo sem ser com pessoas que eu amasse e me fizessem bem. Sentávamo-nos numa duna , sempre na mesma duna, e ficávamos especados e silenciosamente à espera  das cores alaranjadas que o sol transmitia.
Já de noite, depois de a maioria do grupo sair, eu e a Cátia deitávamo-nos na areia e observávamos a lua e as estrelas e, geralmente, no primeiro dia, juntas chorávamos porque sabíamos que o verão era curto e momentos como estes só se repetiriam no próximo ano. Ficávamos cerca de meia hora a observar as estrelas e de seguida encaminhávamo-nos para casa. O meu quarto tinha uma janela com vista para o céu e, por norma, eu e a Cátia passávamos a noite a falar sobre ex-namorados, natureza, expectativas sobre o verão, a nossa amizade e sempre iluminadas pela luz da lua.
Para ser sincera, quando penso nestes momentos emociono-me porque é algo que nunca se esquece: Verões passados na piscina, na praia com amigos a passear à beira-mar e a comer as empadas do Tio Xico é do melhor que há. Para mim, é uma experiência de vida todas as vezes que viajo para a terra dos meus avós, é como o pôr do sol, alegria e tranquilidade.
Margarida [S+/B-]

Roma, desde o Vaticano ao Coliseu

Planeei esta viagem há dois anos mas só no dia vinte e oito de fevereiro é que consegui realizá-la. Sempre tive interesse por Itália. Grande parte desse interesse era devido ao Vaticano e à religião, talvez por não ser católico. Também me interessava a arquitetura porque tenho um grande gosto pelo design. Eram do meu interesse os canais de Veneza pela sua beleza e pela forma como o trânsito funciona lá. Peguei no meu computador e lá planeei a viagem.
Assim que reuni os fundos necessários para efetuá-la, dirigi-me ao aeroporto de Lisboa, mais propriamente o Terminal 2 (pois iria voar pela Ryanair). Quando aterrei em Itália, no aeroporto de Roma que era denominado Fiumicino/ Leonardo Da Vinci, senti-me como um verdadeiro turista (experiência pela qual nunca tinha passado antes) pois sempre via estrageiros a visitar o meu país e imaginava-me a visitar uma país estrangeiro.
Fiquei instalado no hotel Camping Village Roma, situado em Aurélia, em Roma, pois era o mais acessível e era logo a quinze minutos de carro do Vaticano. Achei graça ao hotel pois nunca tinha visto uma espécie de "entrega" de pizza feita na hora como havia naquele hotel. Lembro-me de ter pedido uma de Pepperoni pois era a minha favorita. Em relação ao tamanho, era o que em Portugal entendemos por médio. Eram seis horas da tarde e, como estava bastante cansado, não fui visitar nada e decidi jantar para depois dormir.
No dia seguinte, fui visitar o Vaticano. As primeiras palavras que poderiam sair da minha boca eram: “fantástico”, “deslumbrante” e “enorme”. Certamente, o Vaticano é um dos edifícios/monumentos mais atraentes de Itália. Os detalhes daquela obra de arte humana estavam bem definidos e davam uma sensação de que estávamos a voltar a 1929, quando o Tratado de Latrão deu origem à cidade-estado do Vaticano. Para quem não é cristão, e até mesmo para quem o é, o Vaticano faz as nossas emoções aflorar.
Assim que acabei a minha visita ao Vaticano, fui jantar para voltar para o hotel. Tinha pedido uns canellonis para o jantar, que estavam deliciosos, como sempre. No segundo e último dia foi visitar o Colosseum, ou Coliseu, como se diz em português.
Era mais uma vez um momento de grandes emoções pois sempre me interessei por esse tipo de atividades (luta) e ter a oportunidade de visualizar uma arena gigante onde anteriormente tinham lutado gladiadores era algo para que não acharia palavra adequada nem que manejasse um dicionário.
E foi assim a minha viagem a Roma. Se voltar a viajar outra vez gostaria que a minha experiência fosse diferente no que toca ao "itinerário" (monumentos que visitei e percurso que fiz) mas igual no que toca às emoções e ao prazer que me deu.
João S. [S+/B-]

#