Seis
Mariana O.
Mariana O. (16,5) Pontos fortes Leitura em voz alta muito competente (só num virar de folha se falhou a entoação devida e, já perto do final, no par «maiores e... mais perigosos»), a vários títulos (exata velocidade, clareza, ...) . Na escrita, realço o início com aproveitamento do paratexto (a capa), o recurso às palavras dos protagonistas e o fecho do texto. Cumpriu o prazo mais recomendado. Aspetos melhoráveis A Mariana arrisca bastante no léxico, o que é interessante mas pode implicar trocas de palavras um tanto ingénuas: «vi-me deparada» era «vi-me confrontada»; «apuração», «apuramento»; «assassinado», «asassinato». O uso do pretérito mais-que-perfeito também levou a lapsos: «sabera», «havera» e «dara» são «soubera», «houvera» e «dera». E uma má regência: «dentro dos outros» seria «relativamente aos outros». Tanta extensão ocupada com um resumo é estratégia que não aconselho, mas a boa leitura e certos momentos mais criativos do texto disfarçam o que, quanto a mim, seria problemático.
João Almendra
João
Almendra (13,5) Pontos fortes Ter-se
conseguido intuir alguns dos elementos mais distintivos dos romances, contos,
de Rubem Fonseca, mesmo se a exposição desses aspetos característicos não está
suficientemente estruturada (creio que o João, que costuma escrever com
bastante limpeza, deveria ter planificado, organizado, mais este texto, o que
facilitaria a que chegasse facilmente à extensão mínima de três minutos).
Gosto por um autor de escrita já relativamente complexa. Ter-se cumprido o prazo mais recomendado. Aspetos
melhoráveis Há duas ou três falhas de coesão textual: «como se ele os presenciasse
ou mesmo ter praticado» [«tivesse praticado»]; «mostra uma ideia errada» («dá
uma ideia errada»); «dois lados: o lado do vilão onde [..]» (tenho dúvidas acerca deste onde). Leitura em voz alta saiu apenas regular, embora sem erros localizáveis (percebe-se mal «é este [que] aqui exponho»).
Mariana L.
Mariana L.
(15,7) Pontos fortes Há equilíbrio na
escrita, proporcionalidade na abordagem, poucas falhas de coesão textual notei
(estas: «a maneira que Doyle descreve» — seria: «a maneira como Doyle descreve»;
«através do protagonista» — era «por causa do protagonista»; «obras sobre o
detetive» — melhor: «obras cujo herói é o detetive»), até alguns bons achados («olhos
de Watson são, na verdade, os nossos»; e final do texto). Leitura em voz alta quase
sempre correta (embora com poucos riscos). Gostei da imagem, que é das poucas,
até agora, a tentar inclusão de elementos da narrativa (ou da experiência
própria de leitura). Mariana cumpriu o prazo mais recomendado. Aspetos melhoráveis Em geral, a
abordagem é de resumo, precedido de dados biográficos do autor. Ora, eu pedira
que fugissem a este formato. (É verdade que o fiz mais vincadamente no dia em
que os mais pontuais estavam a entregar o trabalho...)
Lara
Lara (13,5) Pontos fortes Leitura
em voz alta, dada até a extensão do texto, tem mérito (e há de ter sido bem
ensaiada). Quanto a erros de expressão oral localizáveis, só me lembro de «exce[p]to»
— o não tem de ser dito; e em português do Brasil seria «exce[pit]o»)
— e de «Roberts» (esse não foi lido). Embora tivesse desaconselhado o formato
de resumo, este revela leitura cuidadosa (que o livro em causa talvez não
merecesse). Cumpriu o prazo mais recomendado. Aspetos melhoráveis A
própria escolha do livro (sim, eu aceitei, por ser vagamente policial, mas Nora Roberts escreve a metro — os
seus livros não são literatura). Na redação da Lara há falhas: «que eu
gostasse» (de que eu gostasse); «este livro não me atraía muito a leitura» («este
livro não me atraía» ou a «leitura deste livro não me atraía»); «livro alusivo
à leitura» (?); «ardente ladrão de obras de arte» («ardente» dá para « amante»,
mas para «ladrão»?); e evitaria abusar de «deveras». Há confusão no uso de «romance» (em
aula, já expliquei que «romance», em literatura, não é sinónimo de «romance
passional»: «romance é uma narrativa maior do que o conto e do que a novela — e os
policiais, na verdade, são «romances policiais» ou, se pequenos, «novelas e
contos policiais»).
Catarina
Catarina
(13) Pontos fortes Leitura em voz
alta mostra boas capacidades (embora, a velocidade, que aliás só acrescenta
dificuldades que a Catarina até consegue vencer, devesse ser menor — mais calma
—, para que pudéssemos seguir a trama muito imbricada do enredo; houve também as
más pronúncia «*sacrófago», para «sarcófago», e «*degreni-la», para «denegri-la»).
Prazo que recomendei foi cumprido (ao contrário, o tempo mínimo não foi
aproveitado). Aspetos melhoráveis Pedira
que evitassem a abordagem sobretudo de resumo da intriga. Redação merecia ser
revista, ser trabalhada. Exemplo: em poucos segundos (de 15’ a 28’), temos três
vezes «este livro» (era fácil tentar uma pronominalização, uma substituição
lexical, ...); «Era apaixonado» (melhor: «Estava apaixonado»; «Era amante»);
«Este matou-a» (bastaria: «Matara-a»); «O Sir Mortimer» («Sir Mortimer»); «lhe
tinha lhe pedido» («lhe tinha pedido»); «muito confusa ao que iria ler» («muito
indecisa quanto ao que iria escolher»); alguns perfeitos (foi) ficavam melhor
no mais-que perfeito (fora).
Karim
Karim (11)
Pontos fortes Na leitura em voz alta
há boa «definição» das palavras, há calma, embora a fluência seja menor do que
a de Karim seria capaz (há demasiada lentidão, como se se quisesse prolongar o
texto, por este ser escasso). Aspetos
melhoráveis Tempo mínimo não foi cumprido. Demasiada demora com aspetos
biográficos, gerais, em detrimento de abordagem da obra e, sobretudo, pessoal.
No fundo, não houve texto suficiente. Quase não há apreciação das histórias em
causa (apenas um «gostei bastante»). Algumas falhas de redação: não se pode pôr
um «cujo» tão afastado do referente (e duvido que se possa dizer o ‘narrador da
escrita’): «*a escrita de Conan Doyle é [adjetivos
vários] cujo narrador é Watson».
Carolina
Carolina
(17) Pontos fortes Consegue
dosear-se bem a apreciação do livro (quer quanto à intriga quer quanto a aspetos
mais narratológicos) e o enquadramento pessoal. Leitura em voz alta sem falhas.
Aspetos
melhoráveis Leitura em voz alta escusava de ser tão «gritada» (como se a
Carolina estivesse a expor para uma audiência presente mas numa plateia); a
leitura gravada consente um tom mais intimista. Duas ou três incorreções de
redação: «o leitor vê-se deparado» («o leitor vê-se confrontado»; «o leitor
depara-se»); «derivado do autismo» («por causa do autismo»); «Para C. esta
descoberta levou-o a» («Esta descoberta levou C. a»). Não se cumpriu à letra a
regra de uma única imagem fixa.
Daniel
Daniel (11,8)
Pontos fortes Algumas boas ideias na
abordagem (por exemplo, referir o percurso paratextual: ir primeiro à
contracapa). Leitura em voz alta pausada (talvez até demasiado pausada). Aspetos melhoráveis Incorreções de
redação: «foi pela simples razão que eu...» (seria: «foi pela simples razão de que
eu...»); «morera há dez anos antes» («morrera dez anos antes» ou «morrera há
dez anos»); «E é com esta frase que a história se vai desenrolar» («E é a
partir desta frase...», «E é sob o signo desta frase...»); todo o último
período do texto merecia revisão. Tempo mínimo não foi cumprido.
João F.
João F. (13,5)
Pontos fortes Pirilampo (isto é:
solução encontrada para fugir à imagem só da capa e, ao mesmo tempo, associar o
slide à expressão pessoal que vai ser assumida quase no final do texto). Aspetos melhoráveis Ritmo irregular
(ora mais calmo, ora mais rápido) da leitura em voz alta (que aliás não é má).
Tempo mínimo não foi aproveitado. Abordagem é sobretudo de resumo ou sobre
Conan Doyle. Problemas de redação: usos de «em» em «do seu método de
observação, em cujo culpado era...»;
«estas confissões são deixadas numa carta em
que ? lhes deixou antes de morrer»; «quaisqueres» (é «quaisquer» o plural de
«qualquer»).
Maria
Maria (9)
Pontos fortes Há? (Maria, com franqueza, esperava maior esforço — quase que preferia que não houvesse entrega da tarefa a ver um trabalho que se afasta tanto daquilo que pedira e do que a sua autora seria capaz de fazer, se se tivesse empenhado. Foram lidas as minhas instruções?) Aspetos melhoráveis Não foram cumpridas
regras de tempo mínimo (tempo não chega a metade do estipulado e, mesmo assim,
há pausas e separadores) nem de slide único (aliás, a capa que vejo é da net, o que me leva
à pergunta: houve mesmo leitura de livro?). Texto é mero resumo. Pronúncia de «Hercule Poirot» tem
de ser à francesa: «Herc[ü]le P[ua]rot»; grafia de «Christie» é esta; numa «música», falta o acento.
Mariana C.
Mariana
C. (17,5) Pontos fortes Estilo
confessional, irónico, leve e fácil de seguir. Leitura em voz alta, expressiva
e correta (à exceção dos nomes franceses e de uma pausa excessiva já perto do
final). Aspetos melhoráveis Na
segunda parte, houve demasiado resumo. Confusão entre «romances» (género
narrativo maior do que a novela e o conto; os policiais, por exemplos, são
romances policiais ou, se pequenos, novelas policiais) e ‘paixão’ ou ‘narrativa
passional’. Pronúncias francesas («Florentin» lê-se, aproximadamente, «Florent[ã]»;
e «Georges», «Simenon», «Maigret» não têm de ser lidos à inglesa — bastava ter
estado com mínima atenção à minha gravação-exemplo para se ouvir uma pronúncia
mais próxima da correta); também a pronúncia italiana («Modign[=ñ]ani») não
está boa. Em vez de «elaboração do caso», «desvendar do caso» ou «elaboração do
dossiê do caso».
Marta G.
Marta G.
(14) Pontos fortes Leitura em voz
alta muito razoável. Abordagens inicial e final, por serem mais pessoais,
resultam bem. Aspetos melhoráveis Abordagem,
maioritariamente, de resumo (e até num resumo se poderia fugir ao mero relato).
Não se chegou ao tempo mínimo. Há pequenas falhas de redação (em geral, por
adoção de registo mais informal do que o que aconselha uma apreciação crítica):
«mandar» (por «atirar»); «ao início» («no início»); «prefiro ... do que»
(«prefiro ... a»); «questiona-se como é que...» («questiona-se sobre como...»).
Pronúncia de «eucarístico» (é uma palavra esdrúxula).
Raffaella
Raffaella
(16) Pontos fortes Leitura em voz
alta, com a calma devida e quase sem hesitações (notei só uma troca:
«pormenores necessárias»); boas
pronúncias dos nomes ingleses. Estruturação do texto (prejudicada, porém, pela
interrupção no final). Aspetos
melhoráveis Algumas falhas de redação: «este livro é relatado por Watson»
(melhor: «o narrador é Watson»); «conclui desde já» («conclui desde logo»);
«após uma intervenção de ambos a este médico» («interpelação»?);
«desvendando... desvendar» (por exemplo: «desvendando... esclarecer»); «este
livro é uma semelhança ao diário de Watson» («assemelha-se ao diário de
Watson»; «assume a forma de...»); «finais quarenta páginas» («quarenta páginas
finais»). Corte abrupto, quando parecia ir surgir crítica à edição em causa.
Sofia R.
Sofia R.
(17,8) Pontos fortes Ter-se
percebido o exato formato aconselhado (memória de outras leituras, leve alusão
à(s) história(s) do livro escolhido, consideração da experiência de leitura,
num género que mistura a abordagem pessoal com um módico de informação — própria,
não wikipédica — acerca do livro lido). (Vê-se que a Sofia leu bem as
instruções, teve atenção ao modelo dado, exercendo a sua criatividade sem
deixar de cumprir as regras estipuladas.) Boa redação e boa leitura em voz
alta; slide suficientemente apelativo. Aspetos
melhoráveis Ligeiras falhas de redação: «a maioria dos capítulos são» (seria
preferível: «a maioria dos capítulos é»); «me apercebi que» («me apercebi de
que»); «no único capítulo com o
mesmo nome do livro» («no capítulo que dá o nome ao livro» [não teria lógica
haver mais do que um conto com o mesmo nome; é comum, nas coletâneas de contos,
o nome de uma das histórias servir para título de toda a obra]). A pronúncia de
«[Cornelia] Funke», nome alemão, será, aproximadamente, «f[u]nk[α]».
«minuciosas» saiu quase como «minu[n]ciosas» (por assimilação, dados os dois
sons nasais anteriores).
Filipa
Filipa
(14,5) Pontos fortes Escrita, em
estilo leve, juntando uma opinião dada coloquialmente e a informação básica
sobre o livro. Leitura em voz alta (exceto a longa hesitação em «a enigmática
... charada que»). Slide garrido. Aspetos
melhoráveis Tempo mínimo não foi esgotado. Uma falha de redação: «numa
igreja que serviu de seu refúgio» («numa igreja que lhe serviu de refúgio»); e «não
faz o meu género» é talvez demasiado juvenil-oral («não é o tipo de livros que
prefiro»), tal como «dei por mim a imaginar na minha cabeça» (dei comigo a
imaginar várias hipóteses»).
Tiago
Tiago (14,7)
Pontos fortes Leitura em voz alta
sem erros. Slide apelativo. Menção comparativa dos dois protagonistas dos
romances de A. C. (Poirot e Marple). Aspetos
melhoráveis A abordagem podia ser menos de resumo; valia a pena entretecerem-se
essas alusões à intriga com reflexões pessoais (como se fez um pouco já no
final, a propósito do gosto por policiais) ou analíticas (como se tentou com a
menção das analepses). Na redação: «acidentes onde sobreviveu» (talvez:
«acidentes a que sobreviveu»); «surpreendendo o autor com o seu desfecho»
(creio que é «o leitor»); «A.C. nos agarrar ao enredo» («A.C. conseguir que
fiquemos agarrados ao enredo»); «A. C., nas suas obras, possui sempre um investigador dos crimes» («Nas obras de C. há sempre
quem investigue os crimes — o que ele aliás é inesperadíssimo num romance
policial [estou a brincar, é claro]»). Coesão lexical e referencial poderiam
ter sido mais trabalhadas: quantas vezes se repete «Agatha Christie» (a autora;
a escritora inglesa; a genial inglesa; [simples
elipse]; ...).
Aurélio
Aurélio (12)
Pontos fortes Abordagem inicial, em
estilo levemente irónico, não caindo no erro de se fazer sobretudo resumo da
história (ou uma biografia da autora). Aspetos
melhoráveis Na leitura em voz alta, demasiada rapidez, algumas hesitações e
entoações discutíveis, embora se deva gabar também o esforço, relativamente
conseguido, de se buscar expressividade. Erros de redação: «Com a perícia que o
detetive já nos habituou» («Com a perícia a
que o detetive já nos habituou»); «Com a sua brilhante capacidade elementar»
(?); «brilhantemente bem escrito» (evitaria tanta superlativação; o próprio
crítico deve ser modesto nas suas valorações). Tempo mínimo não foi esgotado.
Miguel T.
Miguel T.
(17) Pontos fortes Abordagem mais
focada na experiência de leitura do que no enredo da obra lida (sobretudo no
primeiro minuto; no segundo minuto já haverá biografia de A. C. a mais ). Redação
em tom agradável (ao mesmo tempo, lúdico e elaborado). Leitura correta e segura
(talvez demasiado calma a certa altura). Slide. Aspetos melhoráveis Algumas falhas de redação: em vez de «da Agatha
Christie», «de Agatha Christie»; em vez de «chamada de rainha...», que é brasileirismo,
«chamada rainha»; «os livros dela» («os seus livros»); «a fazer pressão no
tempo» (talvez: «a apressar tudo»); «descobre uma reviravolta» («descobre um
elo perdido (que implica uma reviravolta na investigação)»; «II Guerra, onde»
(«II Guerra, durante a qual», «em que».
Miguel G.
Miguel G.
(14) Pontos fortes Slide com cromo
do grande guarda-redes Conhé (que, efetivamente, talvez tenha que ver com
policiais, já que «Conhé» era alcunha de infância, que aludiria ao facto de o
jovem José António Mendonça Ferreira andar habitualmente à luta com as outras
crianças: étimo seria o fr. cogner, ‘bater
em alguém’ — mas porque é que no Barreiro dos anos quarenta se iria buscar uma palavra
francesa para ações facilmente encontráveis no bom vernáculo barreirense? Esta
etimologia parece-me demasiado rebuscada embora seja alegada pelo próprio Conhé).
Leitura bastante razoável. Aspetos
melhoráveis Estratégia é demasiado centrada no resumo (da net?), quase não
havendo perspetivas pessoais ou alguma análise da obra. Era preciso optar por anáfora
ou por hiperónimo em «Que a
chantageou a senhora». Há uma série
de situações em que era conveniente o Pret. mais-que-perfeito, em vez do Pret.
perfeito (só um exemplo: «P. disse a Sh. que desvendou [desvendara] o crime»).
Pedro F.
Pedro F.
(17) Pontos fortes Aproveitamento do
paratexto (capa, título) para a primeira aproximação ao livro. Ter-se conseguido
passar do mero resumo a um esboço de análise estrutural. Leitura em voz alta foi
calma e correta (há só um «aspe(c)tos» lido «aspe[k]tos»). Aspetos melhoráveis Há demasiados cortes na gravação, o que incomoda
quem ouve e facilita a tarefa de quem lê em voz alta. Algumas pequenas falhas
de redação: «o símbolo nazi com o que parece ser... levaram-me» (teria de ser
«levou-me» — para o sujeito ser plural era preciso que estivesse, por exemplo,
«o símbolo e uma paisagem...»); «com quem teve» («com quem tivera»); «dá-lhe» («dá-lhes
[às asneiras]»); «sempre relacionando» («sempre relacionando-as» [as
personagens]»; «dá-lhes mais piada» («torna-as mais engraçadas» correspoonderia
melhor ao registo do resto do texto); «de como esteve» («de como estivera»).
Pedro S.
Pedro S.
(15,8) Pontos fortes Leitura em voz
alta boa (com as exceções que aponto a seguir). Início prometedor, porque
pessoal e criativo, embora se passasse logo depois ao resumo da intriga (que me
pareceu, aqui e ali, recorrer porventura a segmentos wikipédicos). Aspetos melhoráveis Tempo mínimo não
foi atingido. Algumas falhas de redação (ou de leitura): «nenhuma[s] das várias
obras»; «devido a [à] uma pressão»; «pondo fim à lenda [pausa espúria] do cão dos Baskervilles». Lugar comum: «extremamente
bem conseguido».
Salomé
Salomé (17,3)
Pontos fortes Dada a extensão da
gravação, é meritório não haver falhas notórias de coesão textual. Boa leitura em
voz alta (ainda que me parecesse que, decerto pela consciência de que o texto
ficara grande, Salomé tenha sido progressivamente mais rápida; notei apenas uma
hesitação em «transmitia», perto de 5.07; e ênfase demasiada numa interrogação
retórica ainda na parte inicial). Slide criativo. Aspetos melhoráveis Abordagem acaba por ser maioritariamente de
resumo do enredo (o que, porém, deve reconhecer-se, é bem contrariado quando se
consegue interessante articulação com referências à experiência enquanto leitora
— boa estratégia que fica um tanto escondida entre a miríade de dados da
intriga). As tais poucas falhas de coesão: «procurei um de que me viesse a interessar» («por que me viesse a interessar»); «numa viagem que fez» («numa
viagem que fizera»); cerca de 2.10 notei problema de sintaxe (ou corte no
som?); «o tipo de pessoas que a rodeiam» («o tipo de pessoas que a rodeavam»). Tempo
máximo não foi cumprido.
Sofia A.
Sofia A.
(14,5) Pontos fortes Boa leitura em
voz alta, muito clara e na velocidade adequada. Momentos inicial e final, com
escrita mais pessoal (menos focada no resumo). Slide elegante. Aspetos melhoráveis Abordagem ser
sobretudo de resumo. Confusão entre «romance» (= género narrativo) e «romance»
(no sentido corrente de ‘história passional’) — esclareço isto, salvo erro, no
comentário de Mariana C. Pronúncias à inglesa dos nomes franceses. Alguns
problemas de coesão textual: «o tão desejoso final» («desejado» — o leitor é
que estará desejoso de o ler); «foi encontrado morto, que se veio a descobrir
que» («foi encontrado morto e veio-se a descobrir que); «com as suas suspeitas;
à qual..» («com as suas suspeitas. D.
admitiu...»); «do crime, do qual explicou o sucedido» («do crime, cujo processo/desnvolvimento
explicou»); «já o caso de J. foi...» («já no caso de J. foi»); algumas
repetições evitáveis.
Sol
Sol (13) Pontos fortes Leitura em voz alta,
bastante clara (porém, a pronúncia de «Lupin» deveria ser «Lup[ã]»; e Maurice
Leblanc é, aproximadamente, «M[ôrr]ice Lebl[ã]»). Escolha da obra, com um protagonista
um pouco diferente dos mais corriqueiros Poiroit, Holmes, Marple. Aspetos melhoráveis Tempo mínimo ficou
por atingir. Até por isso — mas, sobretudo, porque se insistiu demasiado no
resumo —, acaba por não haver uma reflexão mais pessoal sobre o livro (ou
enquadramento nas experiências enquanto leitora). Uma falha de sintaxe: «é um
ladrão delicado, em que o único crime...» (seria: «é um ladrão delicado, cujo
único crime...).
Gonçalo C.
Gonçalo
C. (12) Pontos fortes Algumas
ideias criativas quanto à abordagem a seguir (exemplos: comparação do título
com a qualidade do escritor; caracterização de Mandrake pelos seus gostos),
que, porém, não são constantes (por não ter o Gonçalo consagrado tempo
suficiente à tarefa). Aspetos melhoráveis
Tempo mínimo não foi cumprido (e, mesmo assim, ainda houve citações...). Apesar
das boas ideias, houve pouca maturação, pouco trabalho, creio. Pelo menos, esta
falha de sintaxe: «que a acompanhava» («que o acompanhava» [a arma
acompanhava-o, a ele]).Comentário mais tarde
Marta A.
Marta A. (Insuficiente) Praticamente todo o texto (até 1.40) é o resumo
que se encontra no site da editora brasileira. A própria leitura também está
bastante mais fraca do que a Marta conseguiria fazer. Há ainda várias falhas
relativamente às indicações que dei (tempo mínimo não fui cumprido; slide não
inclui capa do livro; e já não falo do prazo de entrega). «Não foge à exceção»
será «Não foge à regra». Os segundos (uns vinte) cujo texto é da autora estão
muito desleixados.
Rita G.
Rita G.
(Insuficiente) Há demasiados trechos tirados da net (http://refugio-dos-livros.blogspot.pt/2012/08/a-suspeita-agatha-christie-opiniao.html;
http://booksandliving.blogspot.pt/2012/08/a-suspeita-agatha-christie-opiniao.html).
Como é óbvio, isto desvaloriza completamente o trabalho. É pena, porque, como
lê bem e escreve muito razoavelmente, a Rita seria capaz de fazer boa gravação
se nisso tivesse investido algum tempo.
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