Sunday, September 16, 2012

Sobre as gravações


Sobre as gravações em torno de leituras de livros

 

Além dos comentários que farei junto de cada gravação, vale a pena fazer as seguintes «repreensões» (e alguns louvores) em geral:

Dissera, bastante denotativamente, que as gravações deveriam ter entre três e cinco minutos. Ora ainda houve algumas gravações com menos de três minutos (Compreendo melhor as, aliás raras, ultrapassagens dos cinco minutos.)

Nas indicações do trabalho, sugeri que o slide evitasse ser apenas a simples capa. Houve alguns belos slides, mas também houve outros apenas com as capas (e dois ou três com capas buscadas na net...).

Pedira um único slide, o que, em geral, foi cumprido. Ainda assim, muitos quiseram pôr legendas/títulos quanto a mim escusados.

Infelizmente, ainda detetei situações de evidente plágio (da net [encontrando mesmo os sites usados]; de livros, eventualmente). Notei um estilo de plágio decerto em moda que é o uso de toda a sintaxe do texto wikipédico mas com comutações de algumas expressões, sinónimos. Continua a ser plágio, é claro. É grave, já comecei a punir situações dessas, futuramente serei ainda mais agreste.

Muitas vezes, os nomes em francês foram pronunciados como se fossem ingleses (lembro estes: «Georges» [notar o esse que já indicia ser nome francês], «Simenon», «Maigret», «Jules», «Lupin»). Ao contrário, os nomes ingleses foram quase sempre ditos com pronúncia invejável.

Houve quem tentasse não uma leitura em voz alta convencional mas uma simulação de conversa, embora com texto lido. Esta estratégia não resultou muito. (Usa-se, por exemplo, em congressos, por parte de conferencistas já muito tarimbados, que são capazes de ler como se estivessem a desvendar as suas ideias pela primeira vez. Porém, o próprio texto, aquando da elaboração, já tem de prever a sua acomodação a este estilo de leitura.)

Fiquei com a ideia de que algumas das leituras foram pouco ensaiadas, embora também tivesse clara noção de que algumas leituras implicaram bastantes repetições.

Apesar do que advertira, houve gravações em que predominou o resumo. Tiveram mais êxito as abordagens que misturaram referências ao enredo com considerações pessoais, com apreciações críticas, alguma leve análise de narratologia, etc.

Alguns desaproveitaram a faculdade que oferece a escrita de se reformular, melhorar: houve até um ou outro textos que me pareceram estarem apenas esboçados e serem desenvolvidos no momento.

A abordagem sobretudo biográfica — e wikipédica — deu também, quase sempre, mau resultado.

Em termos de escrita, localizadamente, as agramaticalidades gritantes tiveram que ver com relativos (os «cujos», os «onde» despropositados). Notei também certo exagero de anáforas (um texto oral não consente tantas pronominalizações quanto um que seja lido visualmente). Ou, ao contrário, demasiadas repetições, por desaproveitamento dos mecanismos de coesão referencial e lexical.

Houve alguns problemas técnicos na captação de som. Desta vez, houve menos situações de escolha de programas diferentes, falta de conclusão do projeto do Movie Maker, etc.