Wednesday, September 22, 2004

Avaliação (7.º ano, 2004/5)

1. Em Língua Portuguesa, nas turmas 1, 2, 3, 5 e 6 do 7.º ano, não haverá aqueles testes, marcados antecipadamente e, em geral, feitos numa aula inteira, que farás na maioria das outras disciplinas.
2. «Então como é que seremos avaliados?» — perguntam. Respondo eu: «Serão avaliados por tudo o que forem fazendo em aula».
3. O tipo de aulas que teremos permite que, ao mesmo tempo que se treina a leitura e a escrita, eu vá verificando o vosso rendimento.
4. Vão ser aulas em que se resolverão tarefas, de leitura ou de gramática, e em que se escreverão textos. Também haverá, mas menos, actividades de expressão e de compreensão orais.
5. É importante que tragam sempre algumas folhas onde escrevam o que eu peça e que essas folhas possam ficar no dossiê ou serem por mim levadas para casa. Queria também que trouxessem lápis, borracha e, já agora, afia-lápis. Pedia-lhes ainda que evitassem usar corrector.
6. Tudo o que forem fazendo em aula ficará guardado nos vossos dossiês ou cadernos, que trarão todas as aulas. Fica combinado que, mais cedo ou mais tarde, procurarei verificá-los.
7. Como estaremos sempre a fazer «testes» (tarefas de leitura, redacções, tarefas de gramática), não pediria que os pais assinassem esses trabalhos um a um, mas é importante que fiquem todos arrumados e, portanto, disponíveis (para mim, para os EE e, sobretudo, para ti).
8. Nota que a muitas das tarefas realizadas em aula não corresponderá uma ficha, uma folha. Até por isso não podemos pensar que a avaliação decorra de uma espécie de média de todos os trabalhos arquiváveis. Seria substituir o (quanto a mim!) pernicioso «teste-ponto» pela média de muitos «testes», o que também não julgo saudável.
9. [No final da secção «Sumários» está o Plano Anual, que inclui os critérios de avaliação (vejam-se sobretudo os pontos «Competências e conteúdos» e «Avaliação»). Esses critérios são os que acima procurei resumir em linguagem mais chã; já aliás os conheceriam das nossas aulas]
Instrumentos usados para informação
sobre algumas das tarefas

Redacção de Alfabeto pessoal (aula 2 + casa)
O teu Alfabeto retrata mesmo uma pessoa?
(Nem por isso / Assim assim / Sim)
Foste criativo a resolver a escolha de palavras? (Pouco / Não tanto como poderias / Sim)
Está escrito com cuidado ou desleixadamente? (Não houve muito cuidado, pois não? / Há alguns erros / Está bastante bem)

Redacção de início de notícia insólita (aula 4)
Notícia que criaste é insólita?
 Não, é demasiado comum.
 Sim, mas demasiado estapafúrdia.
 Sim, assunto foi bem escolhido.
Estilo é o de uma notícia de jornal?
 Linguagem está demasiado coloquial.
 Título não é típico de notícia (por estar grande; por não ser informativo).
 O primeiro período devia conter informação mais concreta.
Ortografia, sintaxe.
 Há bastantes erros (deves ser mais cuidadoso a rever).
 Há alguns erros (repara nas alterações que fiz).
 Quase não há problemas (parabéns, mas vê o que eu tiver emendado).
Fizeste mais do que um período (eu pedira apenas o título e o primeiro período — até ao primeiro ponto final, portanto).


Relato oral de episódio marcante (aula 6)
Foi usada uma grelha para apreciação da produção oral do aluno que expunha; essa grelha serviu também, para os restantes alunos, como actividade de compreensão oral. As colunas foram as seguintes:
Colegas
Episódio escolhido é interessante? (Sim / Não)
Maneira de contar foi (Boa / Razoável / Fraca)

Redacção de perguntas e respostas para um inquérito «de verão» entre alunos (aula 8)
Cada conjunto de perguntas e cada conjunto de respostas foram apreciados com os qualificativos «Boas», «Razoáveis», «Fracas» (ou suas conjunções).

Leitura em voz alta de trecho de Raparigas ou de uma notícia curiosa (aula 9/10)
Apreciação da capacidade em termos genéricos, não entregue aos alunos e registada em termos de «Bom» a «Insuficiente».

Criação lista de palavras «por associação de ideias» (aula 12)
Apreciação com «Bom», «Suficiente», «Insuficiente».

Redacção de texto a intercalar no começo de um dos livros de Alice Vieira (aula 14) + Leitura em voz alta (aula 15-16)
O texto escrito foi corrigido na folha usada para o efeito, mas sem mais observações; apreciação foi feita por todos — pelos restantes alunos e por mim — através da grelha onde estavam estes critérios:
Percebeu-se que houve mudança? (Não / Sim)
Leitura foi agradável? (Sim / Não)
Livro foi bem apresentado? (Sim / Mais ou menos / Não)
Redacção de «Autobiografia», aproveitando frases da de Alice Vieira (tpc da aula 16)
Apreciação com «Bom», «Suficiente», etc., acompanhada das observações seguintes:
 Esqueceste o espaço que deve fazer-se no início de cada parágrafo.
 Nem sempre cumpriste a margem direita da folha (por vezes, ultrapassas a linha).
 Esqueceste-te de fazer em folha própria, como pedira.
 Podias desenvolver um pouco mais cada assunto que te era dado (por exemplo: esperava que não te tivesses limitado a escrever uma resposta directa ao começo das frases).
Redacção de página de diário relativa a dia de Outubro ou de Novembro de 2004 (tpc da aula 20)
Apreciação com «Bom», «Suficiente», etc., acompanhada da grelha seguinte:
Estilo é o de uma página de diário?
 Não. (Dá mais uma vista de olhos aos textos de diário que temos lido.)
 Sim, em geral está próximo do de um diário, mas há momentos em que não completamente.
 Sim.
Como era pedido, o teu diário mistura relato de factos com opiniões deles decorrentes?
 Não, página de diário fica-se pela narração do que se passou.
 Mais ou menos. Não há tantas reflexões como seria desejável.
 Sim, factos e impressões vão-se sucedendo nas doses convenientes.
Texto está bem disposto na página e a folha bem apresentada?
 Esqueceste-te de que no início dos parágrafos deve haver margem.
 Por vezes, ultrapassas a linha vertical à direita, em vez de translineares as palavras.
 Por vezes, deixas espaço excessivo antes de chegar à linha que, à direita, delimita a página.
 Folha deve ser mais escolhida (sem estar amarrotada, rasgada, ...).
 Apresentação pode ser melhorada (se escreves a lápis, quando te enganares, deves apagar).
 A tua caligrafia nem sempre distingue as maiúsculas das minúsculas
.
Redacção de texto só com nomes, ao estilo de «Circuito fechado» (aula 22)
Devolução com emendas e indicação de palavras pertencentes a classes que não a dos nomes.
Redacção de reportagem para concurso (tpc, ao longo de Novembro)
Devolução, com emendas, de uma primeira versão; sugestão de mudanças a fazer agrafada a essa primeira versão.
Redacção de página de diário relativa a 24/25 de Novembro de 2014 (tpc da aula 29-30)
Apreciação com «Bom», «Suficiente», etc., acompanhada da grelha seguinte:
 Texto está um tanto curto ou desleixado (por preguiça, pressa excessiva, ...).
 Não está ao estilo de diário (devia estar no passado, como faz quem, à noite, revê o que se passou ao longo do dia).
 Não aproveitaste o tema como ele permitia (a situação que narras não é muito diferente da de um dia teu agora, quando o que se pretendia era que te imaginasses num novo papel, profissão, etc.).
 Há aspectos já emendados em outras redacções que continuas a não ter em conta (margem quando se abre parágrafo, respeitar as margens à direita, ...)
Redacção de descrições de objectos obsoletos (aula 36, 38 ou tpc de 34)
Devolução, com emendas e, eventualmente, algum comentário.
Redacção de listas de prendas desejadas (pelo próprio) e de prendas recebidas (por alguma figura) (aula 36, 38 ou tpc de 34)
Devolução, com emendas e, eventualmente, algum comentário.
Redacção de retrato de ídolo (tpc lido em voz alta na aula 41 (6.ª), 39 (1.ª, 3.ª) ou 37 (2.ª, 5.ª)
Registo meu formal após apreciação do escrito através da recepção oral, e comentário oral informal para a turma.
Criação de títulos para cada um dos parágrafos do texto «Quem sou eu?» (aula 45 (1.ª, 3.ª, 6.ª) ou 41 (2.ª, 5.ª))
Exemplos de títulos possíveis: 2. Um apelido que dá nas vistas / Apelido melindroso; 3. Tudo a mudar / Novos (e piores) tempos; 4. Uma rival / Ciumices; 5. Um rapaz entre raparigas; 6. Uma avó amiga... e excêntrica / Querida avó!; 7. Mais ciumices / Uma mãe que não me liga / Então e eu, mãe?!
Anotações que usei: + significa 'título especialmente bem escolhido'; V significa 'título aceitável'; - significa 'título pouco adequado'

Redacção de frases com superlativos eruditos (aula 47 (1.ª, 3.ª, 6.ª) ou 43 (2.ª, 5.ª))
Anotações:
+ significa 'frase especialmente bem escolhida'
V significa 'frase aceitável'
- significa 'frase inadequada' ou 'superlativo mais construído'

Redacção de parágrafos suplementares a «Manelinho Caixadóculos» (ponto 1.2 da p. 99) (aula 48 (1.ª, 3.ª, 6.ª) ou 44 (2.ª, 5.ª))
Apreciação com «Muito Bom», «Bom», «Suficiente», etc., acompanhada da grelha seguinte:
Os teus parágrafos articulam-se (são coerentes) com o texto que está no livro?
 Sim.
 Mais ou menos.
 Pouco.
A tua linguagem (a tua redacção) usa um nível adequado ao tipo de texto em causa?
 Sim.
 Por vezes, usas um estilo demasiado coloquial. E há algumas falhas de sintaxe, ortografia, etc.
 Raramente. É preciso tentar uma linguagem menos corrente e rever sempre o que escreves.
Mostras criatividade na continuação que imaginaste?
 Sim, sem dúvida.
 Sim, mas julgo que és capaz de fazer trabalhos mais originais.
 Creio que não investiste muito neste trabalho. Para a próxima, esforça-te mais.

Exercício de compreensão oral (determinar alvo da caricatura e situação insólita), a partir de sketches da série «Gato Fedorento» (aula 49 (7.º 1.ª, 7.º 3.ª, 7.º 6.ª) ou 45 (7.º 2.ª, 7.º 5.ª))
Devolução da ficha com apreciação na grelha que se segue e pedido de confronto com a chave das respostas (que ponho a seguir, embora não na exacta tabela que foi entegue)
 Dado que a tarefa não era fácil, o teu trabalho está bastante bem.
 Dado que a tarefa não era fácil, acho o teu trabalho aceitável.
 Tinhas obrigação de fazer um pouco melhor.
Confronta as soluções que proponho com as tuas:
O que se caricatura // Aspecto absurdo
1. Tendência das mães para gabarem a precocidade dos filhos.// Exagero dos feitos que elas relatam.
2. Costume que têm os jornalistas de não darem tempo para responder. // O jornalista falar tanto e não ter tempo para ouvir o entrevistado.
3. Incapacidade de os políticos responderem com simplicidade e objectivamente. // Haver concurso de televisão para políticos.
4. Pessoas que se julgam especialmente engraçadas, galhofeiras. // Mexicano aparecer mesmo.
5. Este tipo de programas (com espectadores a telefonarem). // Entusiasmo dos participantes por um assunto tão especializado.
6. Depoimentos de intelectuais (e, às vezes, sobre assuntos que nem dominam). // Contraste entre assunto, linguagem e figura de palhaço.
7. Pessoas que, sem razão, se julgam perseguidas ou injustiçadas. // Diferenças flagrantes entre os supostos plágios e as obras da personagem.
8. Depoimentos para programas de homenagem (a mortos recentes ou a vivos). // Não haver méritos na vida da personagem que está a evocar com tantos encómios.
9. Apetite que têm os jornalistas por recolher depoimentos sobre os mais diversos assuntos. // Perguntas versam assuntos mais que improváveis.
10. À-vontade de certos médicos (e as séries de televisão com cirurgiões). // Desenhar-se com o bisturi sobre o corpo do paciente.
11. Os programas de tempo de antena de organizações muito amadoras. // Haver um Partido dos Vesgos.
13. Pessoas que vão sempre concordando com o que os outros dizem. // Última intervenção da mulher.
14. Delicadeza artificial em debates (de políticos, de advogados). // Repetições exageradas.
15. Pessoas que falam de modo muito empolado (por exemplo, usando adjectivos em número exagerado). // Ser o assunto nada nobre (e por isso ainda menos merecedor de linguagem tão requintada e ares tão importantes).
16. Afã com que os jornalistas procuram recolher depoimentos. // Exagero da agressividade usada.
17. Burocracia. // Licença que ia ser pedida: para andar ao pé coxinho! Exagero das repetições.
18. Subserviência. // Exagero das atitudes subservientes (bajuladoras).
19. Concursos de cultura geral na televisão. // Haver um concurso só para pessoas com aquela doença.

Redacção de carta dirigida a personagem de um conto de Andersen (destinada também a concurso promovido pelos CTT) (aula 54 (7.º 1.ª, 7.º 3.ª, 7.º 6.ª) ou 50 (7.º 2.ª, 7.º 5.ª); concluída em casa)
Apreciação com Muito Bom, Bom, Suficiente, Insuficiente, acompanhada da seguinte grelha.
Conseguiste associar o destinatário (a personagem do conto de Andersen) ao resto da carta?
 Sim, de modo muito natural (ou, se não natural, engenhoso ou criativo).
 Sim, ainda que de modo um tanto forçado.
 Nem por isso.
Escrita está cuidada?
 Sim, o texto está particularmente «limpo».
 Por vezes, usas linguagem demasiado popular (ou juvenil).
 Há erros de ortografia.
 Há erros de pontuação ou de organização das frases. Relê sempre o que escrevas.
 Em vários aspectos se vê que a redacção foi feita à pressa ou desleixadamente. Sê mais esforçado.
 O teu texto está demasiado curto.
Se achares que vale a pena — e talvez depois de emendada (e mesmo melhorada) a carta e de verificares se há mais de quinhentas palavras e se não ultrapassas as mil —, envia o texto para o concurso dos CTT, cumprindo as instruções que estão no prospecto (o prazo para envio é 31 de Janeiro).
Redacção de texto que inclua todas as preposições (tpc da aula 50 (7.º 1.ª, 7.º 3.ª, 7.º 6.ª) ou 46 (7.º 2.ª, 7.º 5.ª))
Apreciação com «Muito Bom», «Bom», «Suficiente», «Insuficiente».

Concurso de leitura em voz alta, usando o texto «Momo», descrições e notícias (aulas 57-58 (7.º 1.ª, 7.º 3.ª, 7.º 6.ª) ou 53-54 (7.º 2.ª, 7.º 5.ª))
Apreciação por colegas e confirmada pelo professor («Bom», «Suficiente», «Insuficiente»; comentário descritivo); o próprio apuramento ao longo das eliminatórias.
Redacção de carta de Maria João a uma amiga, Isabel, a falar da viagem a Fátima contada no texto lido em aula (aula 52 (7.º 1.ª, 7.º 3.ª, 7.º 6.ª) e 48 (7.º 2.ª, 7.º 5.ª) e tpc)
Apreciação com Muito Bom, Bom, Suficiente, Insuficiente; e a grelha seguinte:

 O teu texto não tem grandes problemas de redacção e é criativo.
 O teu texto não tem grandes problemas de redacção mas podia ser mais interessante.
 O teu texto tem alguns problemas de redacção mas é criativo.
 O teu texto tem alguns problemas de redacção e podia ser mais interessante.

 O teu texto mostra que percebeste o trecho «Carta do Capitão Florêncio a Maria João».
 O teu texto mostra que não leras bem «Carta do Capitão Florêncio a Maria João».

Redacção de carta a colega de outra turma (aula 60 (7.º 1.ª, 7.º 3.ª, 7.º 6.ª) e 56 (7.º 2.ª, 7.º 5.ª))
Apreciação com Muito Bom, Bom, Suficiente, Insuficiente; a própria carta do colega a responder.

Redacção de carta em resposta à carta recebida de colega de outra turma (aula 61 (7.º 1.ª, 7.º 3.ª, 7.º 6.ª) e 57 (7.º 2.ª, 7.º 5.ª)
Apreciação com Muito Bom, Bom, Suficiente, Insuficiente; a despedida do colega.

Redacção de texto em que cada período começa por nova letra do alfabeto (tpc da aula 58 (7.º 1.ª, 7.º 3.ª, 7.º 6.ª) e 54 (7.º 2.ª, 7.º 5.ª))
Apreciação com Muito Bom, Bom, Suficiente, Insuficiente, acompanhada desta grelha:

Aspectos que falharam:
 Devias ter feito que cada período começasse por nova letra, o que nem sempre acontece no teu texto.
 Fazes corresponder cada período a um parágrafo, o que era escusado.
 As frases, embora constituam um texto, por vezes parecem forçadas, desarticuladas umas das outras.
 É verdade que, em geral, o teu texto é seguido e «natural», sem que se notem quebras entre os vários períodos. No entanto, há um caso ou outro em que os períodos parecem forçados.
 Faltaram bastantes letras.
 Faltam algumas (poucas) letras.

Comentário a «A Estrela» (tpc da aula 62 (7.º 1.ª, 7.º 3.ª, 7.º 6.ª) e 58 (7.º 2.ª, 7.º 5.ª))
Apreciação através das notações «mais», «menos», «visto».

Exercício de compreensão oral de «A fuga de Wang-Fô» (aula 65 (7.º 1.ª) Aula 59 (7.º 2.ª, 7.º 5.ª) Aula 65 (7.º 3.ª, 7.º 6.ª))
Apreciação com Muito Bom, Bom, Suficiente, Insuficiente.

Comparação de «Abyssus Abyssum», de Os Meus Amores, de Trindade Coelho, com «A Estrela», de Vergílio Ferreira (tpc da aula 66 (7.º 1.ª), 60 (7.º 2.ª, 7.º 5.ª), 66 (7.º 3.ª, 7.º 6.ª)
Apreciação através das notações «mais», «menos», «visto».

Redacção de frases com infinitivos: milagres e resoluções para o novo ano (tpc da aulas 68 (7.ª 1.ª, 7.º 3.ª, 7.º 6.ª) e 62 (7.º 2.ª, 7.º 5.ª))
Apreciação através das notações «mais», «menos», «visto».

Flexão de verbo inexistente (inventado) e de verboverdadeiro mas raro (tpc da aula 70 (7.ª 1.ª, 7.º 3.ª, 7.º 6.ª) e 64 (7.º 2.ª, 7.º 5.ª))
Apreciação com Muito Bom, Bom, Suficiente, Insuficiente.

Redacção de narrativa encomendada (tarefa 11, p. 283) (tpc da aula 72 (7.ª 1.ª, 7.º 3.ª, 7.º 6.ª) e 66 (7.º 2.ª, 7.º 5.ª))
Apreciação com Muito Bom, Bom, Suficiente, Insuficiente.

Redacção de períodos a intercalar no texto «Um estranho rapaz num barco à deriva» (aula 74 (7.ª 1.ª, 7.º 3.ª, 7.º 6.ª) e 68 (7.º 2.ª, 7.º 5.ª))
Apreciação com Muito Bom, Bom, Suficiente, Insuficiente.

Redacção de parágrafo final para o texto «A decisão» que inclua seis palavras escolhidas aleatoriamente (aula 78 (7.º 1.ª, 7.º 3.ª, 7.º 6.ª) e 72 (7.º 2.ª, 7.º 5.ª))
Apreciação com Muito Bom, Bom, Suficiente, Insuficiente.

Ficha sobre vários assuntos de gramática (aula 79 (7.º 1.ª, 7.º 3.ª, 7.º 6.ª) e 73 (7.º 2.ª, 7.º 5.ª))
Apreciação com Muito Bom, Bom, Suficiente, Insuficiente.
[Faltam ainda as tarefas relativas ao 3.º período]

Gramática (7.º ano, 2004/5)

Se já tiveres alguma gramática (de anos anteriores, de irmãos, pais, ...), essa te servirá agora. Se não, e caso queiras comprar algum manual de gramática, o livro que aconselharia seria um destes:Da Palavra ao Texto (Olívia Figueiredo & Rosa Bizarro; Edições Asa) ou a Breve Gramática do Português Contemporâneo (Celso Cunha & Luís Lindley Cintra; Edições João Sá da Costa). Também o Dicionário Prático para o Estudo do Português. Da língua aos discursos (Olívia Figueiredo & Eunice Figueiredo; Edições Asa) pode fazer as vezes de manual de gramática. (A Breve Gramática, de Cunha & Cintra, é uma versão compacta da Nova Gramática do Português Contemporâneo, e por isso seria grande desperdício, já tendo esta, comprar aquela.)

De qualquer modo, não é necessário que compres agora uma gramática, mesmo que não tenhas uma ainda. Aliás, o caderno de Fichas informativas que acompanha o teu livro pode também ajudar-te nesta parte da nossa disciplina.
Espero pôr aqui textos informativos ou exercícios sobre os aspectos do funcionamento da língua que formos tratando em aula. Começo por matéria a que aludi a propósito do «alfabeto pessoal» que lhes pedi.


Nomes das letras

O alfabeto português tem 23 letras, se seguirmos a tradição, ou 26 letras, se formos mais verdadeiros e incluirmos o K, o W e o Y.
Embora eu tenha designado as letras pela simples reprodução da maiúscula (o K, ...), em outras situações poderia ter usado o nome da própria letra (o capa, ...). São estes os nomes das letras do alfabeto: á (não pode ser confundido com a contracção «à» — «vou à praia de Algés»; «à segunda faz-se ponte» — , palavra muito mais comum); ; ; ; é; efe (nota que não a palavra não leva acento, como também não há em «ele», «eme», «esse», etc.); (o nome da letra não é «guê», embora ela tenha também esse som); agá (o nome da letra não tem agá); i; jota; capa (nota que não é com capa que se escreve «capa», embora cá em Benfica haja — ou havia — um Grupo Desportivo «Os Kapas»); ele; eme; ene; ó; ; quê; erre; esse; ; u; ; dáblio (em alguns livros vejo «dabliu», solução que me parece pior; as designações «vê dobrado», «duplo vê» são pouco usadas); xis; ípsilon (ou i grego); .
Qual é o plural destes nomes? «Os ás», «os bês», etc. Outra forma usual de designar as letras no plural é dobrá-las: «os AA», «os BB», etc.
Acrescentarei a seguir algumas palavras e expressões que aproveitam os nomes das letras. (Tirei-as de artigo de um pedagogo e linguista, João da Silva Correia, que tem para nós a curiosidade de ter sido professor da antiga Escola do Magistério, cujo edifício — hoje da Escola Superior de Educação de Lisboa — fica ao lado da nossa Secundária José Gomes Ferreira. Sobre esse professor pode ver-se esta curta biobibliografia: http://www.instituto-camoes.pt/cvc/hlp/biografias/jscorreia.html.).
Bemol ('certa notação musical', = bê mole); á-bê-cê; bê-á-bá; esquadros em tê; vigas em agá; raios X (raios xis); «é um parvo com P grande»; «é um poeta, mas com pê pequeno»; «é um tratante com os três tês»; «redondo como um ó»; «torcido como um zê»; «com todos os efes e erres»; «com os pontos nos is»; «levar um erre» ('ter uma reprovação'). Na linguagem ferroviária, o «jota» é o vagão para transporte de animais (por isso, o título do livro de Vergílio Ferreira, Vagão «J»). Por vezes, as letras servem de numeral ordinal: turma A (= turma 1.ª); fila A; ...
Palavras variáveis e invariáveis

Escreve de novo as frases (1-3), pondo no plural as palavras que puderes.
1. O director proibiu o aluno de usar mini-saia ou turbante.
2. A freira confeccionou um saborosíssimo ensopado cujo ingrediente principal foi fígado de tigre.
3. Como não invadiu o campo nenhuma cidadã liechtensteiniana, o jogador português não marcou golo.

Copia as palavras que não pudeste mudar para o plural.
1. ___ ___ 2. ___ 3. ___ ___ ___
Estas palavras — que não pudeste flexionar — são invariáveis.

Escreve de novo a frase (4) — O porco cheira bem e é rosadinho —, substituindo «O porco» por:
5. A porca ...
6. Os porcos ...
7. As porcas ...
Na frase 4, sublinha as palavras que nas frases 5-7 mudaram de forma.

As palavras que sublinhaste são variáveis, como se prova por as teres podido flexionar. Pudeste flexioná-las, porque variam — variam entre masculino e feminino; entre singular e plural; de uma pessoa (1.ª, 2.ª ou 3.ª) para outra.
São variáveis os nomes, os adjectivos, os verbos, os determinantes, os pronomes, os numerais.
São invariáveis as interjeições, as preposições, as conjunções, advérbios.

Experimenta pôr no plural todas as palavras da frase a seguir.
8. Irra, a sopa de dinossauro e mamute caiu-me mal.

Não dá, é claro, para quatro das palavras: ___, ___, ___, ___. São, respectivamente, uma interjeição, uma preposição, uma conjunção, um advérbio, tudo palavras invariáveis.
Peguemos então numa das quatro classes de palavras invariáveis, a das interjeições.

Interjeições

A interjeição forma uma frase por si mesma — embora possa estar integrada num período maior, repara que é independente das outras orações — e exprime reacção afectiva, emotiva. (Sigo a definição de Helena Mateus Montenegro, Glossário de termos gramaticais, Mirandela, João de Azevedo editor, 2001.)
Outra definição (do Dicionário Prático para o Estudo do Português, de Olívia Figueiredo e Eunice Figueiredo): «A interjeição, que não estabelece relações sintácticas com outras classes, é uma classe gramatical cuja função é traduzir uma reacção emotiva do enunciador».
As interjeições adoptam várias formas: de palavras de outras classes que depois nelas se fixam já sem poderem variar (atenção, ora essa, bravo, vá lá...); de gritos (ah, oh, ui); de onomatopeias (pum); de grupos de palavras (com mil raios); palavras estrangeiras (OK).

1. A cada um dos trechos falta uma interjeição (uma das que estão a seguir). Completa-os.

Ah (de alegria) Bem haja Oxalá Irra Olé Upa Bis Ora essa Caluda Pudera Oh Fora Cuidado Força Psit Basta Ah (de espanto)

A. Os próprios adeptos do Benfica, irritados com a humilhante derrota da sua equipa, quando os jogadores portistas trocavam entre si a bola no meio campo adversário, iam gritando ____!
B. É evidente que o Anastácio não está interessado em ser transferido para outra secção do armazém. _____, na secção de pastelaria pode comer os chocolates que queira e experimentar os bombons que ainda não conheça.
C. Uma estrondosa ovação ecoou pela sala, quando Pavarotti (o cantor, note-se, não o burro homónimo) concluiu a sua interpretação. Em delírio, a assistência pedia: ___!
D. Você acha impossível o Moreirense ser campeão português? ____, impossível porquê?!
E. Vem cá, Heliodoro, meu querido. Vais saltar o muro, para roubares as ameixas de que a mãe gosta. Sobe por aqui: ____!
F. Aquela turma do sétimo ano era barulhenta, indisciplinada, preguiçosa, arruaceira, enfim, tinha todos os defeitos encontráveis ao cimo da terra. Por isso, de pouco valia à professora gritar: ______, meninos, não quero tanto falatório!
G. O Firmino estudou afincadamente para o exame de Islandês. Garantiu-me que tudo vai correr bem. ______!
H. ____, que pena! Partiu-se o jarrão da dinastia Ming que herdaste da tua avó.
I. Depois de uma penalidade mal assinalada contra a sua equipa, dois golos limpos invalidados, três jogadores injustamente expulsos, os habitualmente educados adeptos do F. C. do Marco revoltaram-se, gritando para o árbitro: _____!
J. Quando o automobilista lhe estendeu uma moeda de 1 euro, o arrumador agradeceu: ______! (Era um arrumador muito educado, fora seminarista e chegara a ser acólito na Igreja de Benfica; raramente riscava os carros, mesmo os de quem não lhe dava moedas.)
L. ______, está atrás de ti o rinoceronte que se escapou do Jardim Zoológico.
O. ______, que engraçado, não sabia que o Aniceto casara com a Aniceta.
P. ____, só mais um esforço. Estamos quase a chegar ao cimo do Monte Evereste.
Q. ___, como estou contente! Os pastorinhos vão ser canonizados. Aí está uma boa notícia para o mundo e para as finanças do Santuário.
R. ___, nunca mais venho a este restaurante. Estou farto de comer sopa com moscas.
S. Esfomeada, Urraca não esperou mais e chamou (mesmo com certa deselegância): ___, era um bitoque.
T. Depois de fazer um exercício sobre interjeições, o aluno desabafou (ainda que em voz baixa, dado que tinha consciência de que aquela linguagem não era apropriada numa sala de aula de tão prestigioso liceu): ____, estou farto de interjeições!

2. Escolhe três das interjeições que pus a seguir e, para cada uma delas, escreve um trecho em que se pudessem integrar (a exemplo das frases anteriores, criando uma situação ilustrativa).

Alô Apre Ui Livra Ena Valha-me Deus Macacos me mordam Viva Adeus Adeus Oba (por brasileiro) Tomara (por brasileiro) Puxa (por brasileiro)

3. Segundo o que evidenciem, arruma no quadro as interjeições (e locuções interjectivas) que vimos. (Não haverá lugar para todas: completa apenas os espaços que marquei.)

Alegria: ____ ; oba (bras.)
Impaciência: apre; ______
Espanto: _______ ; ah; puxa (bras.)
Dor: ai; ui
Aplauso; viva; bravo; ______
Desejo: ______
Chamamento: alô; ______; olá
Silêncio: ______; psiu; silêncio
Incitamento: avante; coragem; vamos; _____; ______
Suspensão: alto lá; ______
Desaprovação: fora
É claro que estas classificações são demasiado simples, porque o exacto valor de cada interjeição depende também do contexto e da entoação. Como se disse, a interjeição é uma «palavra-frase».
Como a própria pontuação que se lhes segue (em geral, um ponto de exclamação) acaba por marcar, as interjeições são bastantes independentes das outras palavras do período em que aparentemente se integram. Não são em rigor uma classe de palavras, apesar de, para os nossos efeitos, essa classificação tradicional não pôr problemas. Por isso, não faz mal abrirmos a nossa colecção de classes de palavras com aquela que, no fundo, não é uma classe.
Outras interjeições e locuções interjectivas: coragem eia hum ó uh raios te partam ai de mim ora, bolas Deus queira eh salvo seja
Retomamos agora um assunto de gramática que vimos de passagem há tempos, a propósito do texto «Todos... e todas!». Falámos então de masculinos e femininos. Ou seja, tratámos do
Género
O género é uma categoria gramatical. Também são categorias o número (singular ou ____) e a pessoa (1.ª, __, 3.ª), por exemplo.
Quando distinguimos classes de palavras invariáveis e ______, vimos que a diferença estava em que umas — as interjeições, as preposições, as conjunções, os advérbios — não tinham categorias, enquanto as outras classes — os nomes, os adjectivos, os verbos, etc. — se podem flexionar (em género, em número, em pessoa).
Não devemos confundir o género gramatical com o género natural. No fundo, era esse o erro em que caía a Ana no texto «Todos... e todas!». Ela não achava bem que no plural, se houvesse elementos dos dois géneros, se usasse a marca do género gramatical masculino: «Os alunos e as alunas da José Gomes Ferreira são asseados». Defendia ela que se dissesse: «Os alunos e as alunas da José Gomes Ferreira são asseados e _____». Podemos perguntar como é que ela faria nos casos em que o adjectivo só tem uma forma: «Os alunos e as alunas da José Gomes Ferreira são indecentes e _____» não parece bem.
Vejamos casos em que género gramatical e género natural não coincidem.
Há nomes gramaticalmente femininos que podem designar homens: [escolhe o determinante que porias antes destes nomes, mesmo se nos reportássemos a homens]: __ testemunha, __ vedeta, __ vítima, __ criança.
E há ainda as situações em que o final da palavra é «feminino» mas o determinante que usamos, se nos referirmos a homens, é masculino: __ recruta; __ estafeta; __ vigia.
Por vezes, um final de palavra aparentemente feminino leva a que as pessoas mudem o género gramatical: «Dê-me __ grama de electricidade» (embora o determinante correcto fosse «um», porque «grama» é masculino).
Quando se trata de pessoas ou animais, em que há masculino e feminino naturais, como se identifica em termos gramaticais essa diferença de género?
Pode ser por palavras diferentes: rei (masc.), ____ (fem.); cão, ____; rapaz, _____.
Pode ser pela flexão da palavra: gato (masc.), ___ (fem.); urso, _____.
Pode ser ainda, como vimos há pouco, pelo determinante apenas: um jovem (masc.), _______ (fem.); __ manequim, ___ manequim.
Também há femininos diferenciados por sufixos: abade (masc.), _____ (fem.); o Papa João, _______ Joana; perdigoto, _______. E ainda: imperador, _________; actor, _____.
Para nomes de animais é comum a identificação do género pelo acrescento de «macho» ou «fêmea»: uma girafa-macho, uma ______; um ______, um tigre-fêmea. (Repara que mantive os determinantes.)
Se excluirmos pessoas e animais, o género gramatical não tem de resolver estes problemas, já que não se pode falar aí de género natural (não haveria sexo a que nos reportássemos). Nessas palavras, o género resulta apenas do acaso (ou, melhor, da etimologia).
Pode acontecer palavras de significado diferente parecerem à primeira vista apenas flexão de uma só palavra nos dois géneros. Mas é mais do que mera variação no género: o copo (de vinho), ______ (da árvore); o madeiro (tronco de árvore), _______ (tábuas usadas em tantos objectos e construções); o casaco (uma peça de vestuário), _______ (outra peça de vestuário).
Subclasses dos nomes
A primeira divisão a fazer é entre nomes concretos e abstractos. Esta distinção não é tão fácil como parece. Os nomes concretos são os que se referem a seres perceptíveis pelos sentidos (por exemplo: livro, relva, casa); os abstractos são os que não têm existência física (por exemplo: ideia, felicidade, cansaço).
Vejamos casos que podem provocar dúvidas. Beijo, trabalho, saída, informação são abstractos, porque designam resultados de acções — não são propriamente seres com existência independente. Já é mais óbvio que são também abstractos os nomes beleza, inteligência, brancura — que são qualidades — ou doença e saúde — que são estados.
Os nomes concretos referem pessoas, lugares, animais, vegetais, minerais, objectos. Os nomes concretos podem ser próprios ou comuns. Esta distinção é mais fácil e já a conhecerás de outros anos. Ainda por cima, o uso da maiúscula no seu início acaba por identificar os nomes próprios. Já agora, vale a pena saber as designações dos dois tipos de nomes próprios mais importantes: os antropónimos são os nomes das pessoas (sejam primeiros nomes, sobrenomes, apelidos; exemplo: Eleutério); os topónimos são os nomes dos lugares (aldeias, cidades, acidentes geográficos; exemplo: Lisboa).
Por vezes, antropónimos ou topónimos — nomes próprios, portanto — originam nomes comuns. Numa destas aulas, já não sei em que turma, falámos do Conde de Sandwich, ligado à criação da sanduíche (dita agora sandes). Outros exemplos: guilhotina vem do senhor Jean Guillotin; cambraia liga-se à cidade francesa Cambray; macadame, ao engenheiro escocês Mac Adam.
No plano das subclasses do nome há ainda outra distinção possível — que também já conhecerás de outros anos —, a que se faz entre nomes individuais e colectivos.

[Nisto tudo usei sobretudo o citado glossário de Helena Mateus Montenegro e a Moderna Gramática Portuguesa, de Evanildo Bechara]

Na p. 20 do Caderno de actividades vê o que se diz sobre a classe dos nomes (ou substantivos) e suas subclasses. Depois, retoma a lista de nomes que constitui o texto que fizeste no final da última aula e vai pondo os nomes na subclasse que lhes convém na tabela a seguir. Por fim, nesta mesma tabela, põe também os nomes do texto ao cimo da p. 21.

Nomes
Concretos Abstractos
Comuns / Próprios
Individuais / Colectivos
Categorias do Adjectivo
Dou-te uma série de Adjectivos.
Primeiro, vai escrevendo à direita de cada adjectivo um nome masculino e outro feminino que aches ficarem bem com ele (vê como fiz para os dois primeiros casos).
Depois, assinala com U-G os adjectivos cujo feminino seja igual à forma que está (que é a do masculino). Por fim, assinala com U-N os adjectivos cujo plural seja igual à forma do singular. Quando as formas do feminino ou do plural não forem iguais às do masculino ou do singular, escreve-as à direita.

arroz / carne cru / crua / crus / cruas
homem / erva ruim / U-G / ruins
____________ indisposto
____________ são
____________ judeu
____________ europeu
____________ chorão
____________ chocho
____________ audaz
____________ comum
____________ doce
____________ humilde
____________ infiel
____________ inconstante
____________ hipócrita
____________ breve
____________ reles
____________ simples
____________ transparente

U-G quer dizer «Uniforme quanto ao Género» (ou seja: que tem forma idêntica no masculino e no feminino).
U-N quer dizer «Uniforme quanto ao Número» (ou seja: que tem forma idêntica no singular e no plural).
Os restantes serão Biformes (quanto ao Género); Biformes (quanto ao Número).
Notaste que em «indisposto-indisposta», além da desinência final, também muda o som da penúltima sílaba?
Tendo já visto o género e o número, entramos em outra categoria que interessa ver a propósito dos adjectivos, a do grau.
À esquerda das frases seguintes assinala as que estabeleçam alguma comparação com outro termo (C) e as que reforcem, dêem relevo, superlativem (S) a qualidade em causa. As restantes podíamos marcá-las com N (são as que apresentam o adjectivo no grau normal, no fundo, sem nenhuma graduação).

C - O ministro José Luís Arnaut é mais careca do que Santana Lopes.
S - Luisão é muito careca.
N - Estás careca de saber que não se mascam pastilhas elásticas em aula.
C - Santana Lopes é tão careca como Paulo Portas.
... - Roberto Carlos é menos careca do que Paulo Portas, Santana Lopes e Arnaut.
... - O teste de Língua Portuguesa é dificílimo, já que demora cerca de 3500 minutos.
... - A árvore de Natal que está em Belém é bué alta.
... - Betty ia chiquérrima.
... - O Bruno é mais alto do que o Bruno.
... - Alice Vieira é tão loura como Ronaldinho Gaúcho.
... - O sorriso de Ronaldinho parece-me simpaticíssimo.
... - André é trinta anos mais novo do que Luís.
... - Deco é tão brasileiro como o Ítalo e mais português do que ele.
... - Deco não é portuguesíssimo da silva.
... - O Rei Afonso VI era um tratante com os três tês.
... - A Carlota é a mais experiente actriz da turma.
... - O gorro do Pedro é o mais célebre de todos.
... - O estojo da Ana é o máximo.
... - Castelo Branco é supertolo.
... - Aquele burro é burro que nem uma porta.
... - Ele é grrrrrande!
... - Os dois casais de Guimarães que ganharam a lotaria eram humílimos.
... - Simão é tão rápido quanto irritante e trapaceiro.
... - Os bifes do Império são melhores do que os da Portugália.
... - Estou hoje imensamente feliz.
... - És PARVA.
... - És feio feio.
... - Esta ficha de gramática é péssima.

Podíamos agora ver se os S — os superlativos — são absolutos (ex. lindíssimo ou muito lindo) ou relativos (o mais lindo, o menos lindo). E poderíamos ver ainda se os superlativos absolutos usam formas sintéticas (lindíssimo) ou analíticas (muito lindo). Quanto aos superlativos relativos, poderíamos ver se são de inferioridade (o menos lindo) ou de superioridade (o mais lindo).
Quanto aos C — os comparativos —, podíamos distinguir os de igualdade (tão lindo como), os de inferioridade (menos lindo do que) e os de superioridade (mais lindo do que).
O N — grau normal — corresponderá a lindo.
Façamos um exercício sobre a matéria de gramática que estudámos até agora.
No conjunto de palavras que se seguem, sublinha as que sejam invariáveis. [Aqui dou já as soluções da tarefa (feita nas aulas 40 ou 36); o se que pede para ser sublinhado vai em itálico.]

ando — stora — talvez — alegre — de — invariável — ahbué —porco — irra — fazer — ou — inteligente — faca — barbicha — escanifobético — através — parvinha — para — o — oh — chocho — sanguessuga — upa

Vê as palavras a negro e sublinha as que sejam nomes (repito: considera apenas as palavras a negro).

O Fernando é comilão. — Eu rio de todos vocês. — Não me fio em ti. — Tenho muita admiração por Pavarotti. — O fio azul é mais bonito que o verde. — Longos dias têm cento e três anos. — Os jogadores colombianos eram fraquitos.

Vê as palavras a negro e sublinha as que sejam adjectivos.

O burro da Deolinda não é nada burro. — És uma mulher muito formosa. — Estou gordo que nem uma lontra. — Muitos elefantes gostam de chocolate Regina. — A eficiente funcionária assassinou o incompetente patrão.

Nesta série de adjectivos, sublinha os que sejam uniformes quanto ao género.

uniformebiforme — ressabiado — feminino — masculino — livretótil — amabilíssimo — fútil — generosa — ímparvirgemfixeagrícolaterrível — bonita — gorducho — fedorento — muito rica
Na seguinte lista de nomes, sublinha os que sejam abstractos (os restantes serão concretos).

cérebro — inteligênciapolítica — livro — abstracçãoataque — saca-rolhas — poema — Espanha — glórialarguraverdade — penico — bondade — camisola — ambiçãoarte — orelha — manada — Adalberto
À direita dos nomes escreve A (para antropónimos), T (topónimos), C (nomes comuns).

Benfica - T
Setúbal - T
Lopes - A
rosa - C
Rosa - A
Mota - A
motorizada C
Algarve - T
antropónimo - C
topónimo - C

Nestas séries (1-10), sublinha o elemento intruso. [Repara neste exemplo: Lisboa — Paris — Coimbra— Porto — Braga]

1. linda — bonita — bela — beleza — gira
2. matilha — arquipélago — turma — ilha — rebanho
3. péssimo — agradabilíssimo — muito engraçado — alegre — muito belo
4. upa — irra — oh — ai — e
5. pôr — andar — por — ficar — alarmar
6. canzarrão — facalhão — casa — bocarra — lugarejo
7. até — de — mesa — com — nem
8. apre — bis — bravo — ou — oxalá
9. candeeiro — agradável — inocente — irritável — bom
10. caneca — telemóvel — natureza — enxame — convencida

Sublinha o nome correcto de cada letra:

1. guê — — gue
2. agá — hagá — haga
3. kapa — capa — ká
4. á — à — a
5. éfe — efe — fê

À direita das frases que se seguem, põe N, S, C, consoante o grau do adjectivo seja Normal, Superlativo, Comparativo.

1. Considero a Leocádia a mais esperta aluna que alguma vez tive. - S
2. Péssima ideia essa! - S
3. Belmiro de Azevedo está podre de rico. - S
4. Francis Obikwelu talvez seja mais rápido do que eu. - S
5. Sinto-me muito velha, parece que tenho cem anos. - S
6. A Ágata é tão culta como a gata. - C
7. A situação da Clara é claríssima. - S
8. Essa trotinete é ultra-rápida. - S
9. Tens uma elegante bengala. - N
10. Sois parvos ou quê? - N

À direita de cada um dos nomes que se seguem (1-10), põe A, B, C, D ou E (consoante o modo como nessas palavras se evidencia o género).

A. O feminino distingue-se do masculino pela diferente desinência no final da palavra.
B. O feminino é uma palavra muito diferente da do masculino.
C. O género natural marca-se através do acrescento de macho ou fêmea.
D. O nome é igual no feminino e no masculino, só o determinante vai distinguir o género.
E. O nome aparece sempre igual e com o mesmo determinante quer o género natural seja masculino quer seja feminino.

1. colega - D
2. homem - B
3. camarada - D
4. borboleta - C
5. touro - B
6. bode - B
7. criança - E
8. menino - A
9. velho - A
10. pessoa - E
2.º período
Hiperónimos e hipónimos (e holónimos e merónimos)
Sim, bem sei que estavas cheio de saudades destas fichas. Por isso mesmo, fiz esta ficha extraordinariamente agradável, capaz de produzir sensações de grande êxtase, quase místicas. Não me agradeças.
Em primeiro lugar, trataremos das noções de hiperonímia e hiponímia. Vê no final da p. 84 do manual a secção «Queres jogar?». A exemplo do que está feito para a, escreve um termo mais genérico para b (__________), c (__________), d (__________), e (___________).
A este termo mais geral é que chamamos hiperónimo. «Sentimento» é hiperónimo de «amor», «ódio», «inveja», «pânico», «ciúme». E estas palavras todas — mais específicas — são hipónimos de «sentimento».
Por vezes, hipónimos de algum hiperónimo podem ser hiperónimos de outros termos (que serão seus hipónimos). Isso fica claro, depois de completares estes esquemas:

Hiperónimo: Jogador
Hipónimos (relativamente ao termo em cima) e Hiperónimos (dos termos em baixo): ... [Futebolista]; Basquetebolista
Hipónimos (dos termos imediatamente anteriores): Extremo, Líbero; Base,Poste.

Hiperónimo: Fruto
Hipónimos (do termo em cima) e Hiperónimos (dos termos em baixo): ... [Fruto seco]; Citrino
Hipónimos (dos termos imediatamente anteriores): Caju, Amêndoa; Laranja, ... [Limão]

Podemos substituir os hipónimos pelo seu hiperónimo sem alterar muito o sentido, mas o contrário já não é sempre verdade:
«Houve um tsunami na Tailândia. A calamidade apanhou o embaixador Pimentel em Lisboa e este, embora a contragosto, lá voltou a Banquecoque».
[Para evitar repetir «tsunami» usei um seu hiperónimo («calamidade»), o que até beneficiou o texto. Podia também ter usado apenas um sinónimo, «maremoto».]
«Houve uma calamidade na Tailândia. O ciclone apanhou o embaixador Pimentel em Lisboa e este, embora a contragosto, lá voltou a Banquecoque».
[O texto já não ficou verdadeiro, porque comecei com um hiperónimo, que substituí por um dos seus vários hipónimos.]

Relativamente a cada uma das séries de hipónimos descobre o elemento intruso (cincundando-o) e escreve o hiperónimo de todas as outras.
A. taoísmo, budismo, cristianismo, islamismo, confucionismo, judaísmo, confusionismo, rastafarianismo, hinduísmo, xintoísmo: ____.
B. almanaque, dicionário, farmacopeia, hagiografia, bestiário, anuário, antologia, catecismo, prontuário, catequese, missal: ___
C. tiranossauro, ancilossauro, diplodoco, hadrossauro, celófise, Dinossauro Excelentíssimo, braquiossauro: ___.
D. cetim, chita, angorá, caxemira, pelúcia, organdi, flanela, cotim, caqui, caca, brocado, cambraia, sarja, tafetá, veludo, tule, linho, musselina: ___.
E. chulear, drapear, coser, assertoar, assoar, alinhavar: ___
F. boné, cartola, panamá, cachecol, boina, gorro, barrete, palhinhas, bivaque, fez: __
G. sabre, cimitarra, adaga, florete, flor, catana: ___
H. fritar, marinar, estufar, deslaçar, dourar, alourar, cozer, torrar, grelhar, piar, ligar: ___
I. preposição, substantivo, dedo, conjunção, interjeição, verbo, pronome: ___
J. cronista, correspondente, jornal, repórter, redactor, enviado especial, crítico: ___

Para um dos termos de 1 a 9 escreve o máximo de hipónimos de que te lembres. Escolherás o hiperónimo que corresponda à soma dos algarismos que constituem o teu número na turma. Assim, se fores o número 13, escolherás o item 4; se fores o número 29 (2 + 9 = 11 = 2), o 2; etc.
1. cor
2. parente
3. idioma
4. instrumento musical
5. arte
6. vestuário
7. árvore
8. divisão cronológica
9. meio de transporte

Veremos agora o que são a holonímia e a meronímia. Um holónimo é o termo que representa um todo de que os merónimos são as partes. Assim, «pneu», «farol», «volante», ____________, ____________ são merónimos do holónimo «automóvel».
(Sendo também uma relação em que um termo superintende outros — um holónimo tem várias partes, os merónimos —, não se trata de uma hierarquia de classes, como acontecia entre hiperónimo e hipónimo.)
Escreve o holónimo a que correspondem os seguintes merónimos:

A. seteira, talude, torreão, ameia, ponte levadiça: _____
B. chaminé, telha, goteira, algeroz: _____
C. gávea, mastro, cabresto, verga, driça, vela: _____
D. alcatra, lombo, pá, acém, vazia: _____
E. necrologia, editorial, reportagem, manchete, crónica: ____
F. frontispício, prefácio, rodapé, dedicatória, posfácio, índice: ____
G. folhagem, galho, raiz, tronco, copa, ramo: _____

Relativamente aos pares que se seguem, assinala sob cada termo se se trata de Hiperónimos (HIPER), Hipónimos (HIPO), Holónimos (HOLO), Merónimos (MERO).
1. livro — lombada;
2. ácido ascórbico — vitamina;
3. arco — violino;
4. polegar — mão;
5. jóia — anel;
6. obra — romance;
7. águia — ave de rapina;
8. oficial — tenente;
9. flor — cravo.

O significado destes elementos, de origem grega, é o seguinte: hiper- = 'por cima' ou 'excessivo'; hipo- = 'abaixo de' ou 'inferioridade'; holo- = 'todo'; mero- = 'parte'.
Podes fazer agora os pontos 1, 2 e 3 das páginas 16 e 17 do Caderno de actividades. Aproveita ainda e lê, na p. 15, o parágrafo sobre campo lexical.
Superlativos absolutos sintéticos inusuais
Ponho a seguir uma série de superlativos absolutos sintéticos talvez mais complicados (quer porque, relativamente ao adjectivo no grau normal, ocorram alterações de grafia, quer porque se trata de superlativos eruditos, formados a partir das formas latinas — e não, como acontece nas formas correntes, pelo simples acrescento de -íssimo).
Escreve ao lado a forma do adjectivo no grau normal.

1. acérrimo ____ nobilíssimo ____
2. amaríssimo ___ feiíssimo ____
3. pudicíssimo ____ friíssimo ___
4. celeríssimo ____ frigidíssimo ____
5. fidelíssimo ____ agílimo ____
6. incredibilíssimo ___ agilíssimo ___
7. inimicíssimo ___ honorificientíssimo _____
8. integérrimo ___ parcíssimo ___
9. libérrimo ___ necessariíssimo ___
10. generalíssimo ____ humílimo ____
11. macérrimo ____ humilíssimo ____
12. magríssimo ____ humildíssimo ___
13. minutíssimo ___ antiquíssimo ___
14. nigérrimo ___ mínimo _____
15. pigérrimo ___ óptimo _____
16. publicíssimo ____ salubérrimo ____
17. sacratíssimo ____ personalíssimo ___
18. superbíssimo ____ comuníssimo ____
19. tetérrimo ___ saníssimo ____
20. sapientíssimo _____ cuidadosíssimo ____
21. terribilíssimo _____ ferocíssimo ___
22. teneríssimo ___ juveníssimo ____
23. mansuetíssimo ____ possibilíssimo ____
24. prospérrimo ____ aspérrimo _____
25. fragílimo ____ sagacíssimo _____
26. sensibilíssimo ____ dulcíssimo ___
27. boníssimo ____ mobilíssimo ____

Escolhe dois dos superlativos — os que correspondam ao teu número na turma — e escreve dois pequenos parágrafos em que eles apareçam e ilustrem bem o seu sentido. Sê criativíssimo.
[As soluções da folha sobre superlativos absolutos sintéticos menos usuais são estas. (Corrige o que puseras.)

1. acérrimo (acre ['azedo']); nobilíssimo (nobre); 2. amaríssimo (amargo); feiíssimo (feio); 3. pudicíssimo (púdico ou pudico); friíssimo (frio); 4. celeríssimo (célere ['rápido']); frigidíssimo (frio); 5. fidelíssimo (fiel); agílimo (ágil); 6. incredibilíssimo (incrível); agilíssimo (ágil); 7. inimicíssimo (inimigo); honorificientíssimo (honroso); 8. integérrimo (íntegro); parcíssimo (parco ['económico']); 9. libérrimo (livre); necessariíssimo (necessário); 10. generalíssimo (geral); humílimo (humilde); 11. macérrimo (magro); humilíssimo (humilde); 12. magríssimo (magro); humildíssimo (humilde); 13. minutíssimo (miúdo); antiquíssimo (antigo); 14. nigérrimo (negro); mínimo (pequeno); 15. pigérrimo (preguiçoso); óptimo (bom); 16. publicíssimo (público); salubérrimo (salubre ['saudável']); 17. sacratíssimo (sagrado); personalíssimo (pessoal); 18. superbíssimo (soberbo ['arrogante' ou 'sumptuoso'); comuníssimo (comum); 19. tetérrimo (tétrico ['medonho']); saníssimo (são); 20. sapientíssimo (sábio); cuidadosíssimo (cuidadoso); 21. terribilíssimo (terrível); ferocíssimo (feroz); 22. teneríssimo (tenro); juveníssimo (jovem); 23. mansuetíssimo (manso); possibilíssimo (possível); 24. prospérrimo (próspero); aspérrimo (áspero); 25. fragílimo (frágil); sagacíssimo (sagaz ['astuto']]); 26. sensibilíssimo (sensível); dulcíssimo (doce); 27. boníssimo (bom); mobilíssimo (móvel).

Quanto ao último ponto dessa fotocópia — que era trabalho de casa para hoje — tentarás ainda melhorá-lo e copiá-lo nesta folha.
Além desses dois parágrafos com os superlativos que correspondam ao teu número na turma, escreve ainda dois outros parágrafos com os superlativos cujo número corresponda ao teu dia de aniversário. (Se fizeres anos a 28, 29, 30 ou 31 ou se o teu dia de aniversário coincidir com o teu número de turma, escolhe o número igual aos níveis somados que tiveste nas disciplinas de Língua Portuguesa, Francês e Inglês. Se, ainda assim, também esse número coincidir com o teu número de turma, farás os superlativos correspondentes ao número de golos marcados por Simão Sabrosa e Liedson, depois de subtraído o número de classes de palavras existentes.)
Tenta que os parágrafos sejam elucidativos do significado do adjectivo em causa. Repara no meu exemplo:

«A cozinheira ter-se-á enganado na quantidade de açúcar que pôs no bolo-rei (com que, no dia de Reis, os professores da ESJGF se confortaram no intervalo das 11h30). Estava dulcíssimo, o que não fez nada nada bem ao professor de Religião e Moral Xintoísta, que é diabético.»

Frases com os superlativos correspondentes ao teu número de turma:
....
Frases com os superlativos correspondentes ao teu dia de aniversário:
...
Onomatopeias
Há palavras que se formaram a partir da imitação de sons, de ruídos. Chamam-se onomatopeias. (As onomatopeias podem pertencer a diferentes classes de palavras: por exemplo, «miar» é um verbo; «tiquetaque» é um nome; «pum!» é uma interjeição.)

Lê a anedota no final da p. 103. Depois, mesmo no final da página, tenta fazer o ponto 1.1.
Há duas palavras que o Zezinho usa como onomatopeias e uma que usa como interjeição.
As duas palavras inglesas que ele usa como onomatopeias são ___ (que imita o som de ____________) e ___ (que imita o som de __________).
A palavra que usa como interjeição é __ (que lhe lembrou a interjeição de chamamento ____).

Faz corresponder a cada uma das onomatopeias (1-20) o ruído que está na sua origem (A-T):

palavras com origem onomatopaica // fontes das onomatopeias
1 rufo // A. voz do gato
2 atxim // B. asas de insecto
3 cochichar // C. canhão
4 arrulhar // D. espirro
5 bufar // E. fala em murmúrio
6 grugu // F. queda de um corpo
7 gargalhar // G. relógio
8 popó // H. riso
9 miar // I. sino
10 catrapus // J. buzina de carro (imitada por crianças)
11 truz-truz // K. sopro pela boca
12 ribombar // L. tambor
13 tiquetaque // M. tontura
14 tão balalão // N. toques em porta
15 chichi // O. urina
16 zonzo // P. vento
17 zunir // Q. voz do burro
18 zumbir // R. voz do peru
19 zurrar // S. voz do pombo e das rolas
20 pingue-pongue // T. toques de bola em mesa e raquete
Preposições
A propósito de uma redacção que lhes pedi, já vimos uma lista de preposiçõesa, ante, após, até, com, conforme, contra, de, desde, durante, em, entre, excepto, mediante, para, perante, por, salvo, segundo, sem, sob, sobre, trás — e de locuções prepositivasabaixo de, acima de, ao lado de, além de, cerca de, em torno de, perto de, ao pé de, em vez de, apesar de, antes de, diante de, depois de, longe de, através de, dentro de, a respeito de, fora de, etc.

Vimos também que algumas preposições podem contrair-se com artigos. Assim, nos exemplos que se seguem, «ao», «no», «da», «pela» são contracções de preposição e artigo:

a + o = ao
em + o = no
de + a = da
por + a = pela

Completa estes casos de contracção (= junção, redução) de preposições e artigos. À direita, escreve uma pequena frase em que apareça essa contracção.

a + a = ___ ........
a + os = ___ ........
a + ___ = às .........
de + ___ = dos ..........
___ + ___ = na ........

A contracção da preposição a com os determinantes a, aquele, aquela e seus plurais, e com o pronome aquilo motiva os únicos casos de acento grave em português: ___, às, àquele, àqueles, _________. Por um lado, são estas as únicas situações em que há acento grave na nossa ortografia; por outro lado, o «à» e o «às» são frequentíssimos.

Vejamos a utilidade que têm as preposições. As preposições são instrumentos de relação entre dois elementos.
Por exemplo, em «cadeira de rodas», «de» relaciona os nomes «cadeira» e ________. Em «Viajarei para Colombo», a preposição _____ relaciona a forma verbal «viajarei» e o nome ________. Em «pensou na comprometedora decisão», a preposição ___ relaciona a forma do verbo ____ com «a comprometedora decisão».

A preposição introduz grupos preposicionais: «contra a carrinha»; «após o acidente»; «com sorte»; «sob aquele céu ensolarado»; «sobre o alcatrão sujo»; «perante esta proposta», «no mesmo dia».

A função sintáctica destes grupos preposicionais é variada. Entre outras funções, podem servir de complementos do nome («carro do Luís», «jogo dos infantis» — em que «do Luís» e «dos infantis» complementam os nomes ______ e ______); complementos do verbo («sonhou com a vitória», «sonhou com a Vitória»); complementos circunstanciais («dirigiu-se ao campo do Palmense», «após o acidente, mudou muito» — o primeiro é um complemento circunstancial de lugar; o segundo é um complemento circunstancial de _______); complemento indirecto («dei a resposta aos encarregados de educação» — o complemento indirecto é frequentemente introduzido pela preposição ___).
Sobre preposições, podes ver também as pp. 28-29 do Caderno de Actividades.
[A maioria dos exemplos foi retirada dos textos de Tiago (7.º 6.ª) e Gonçalo (7.º 5.ª), a quem agradeço.]
Advérbios
Vamos ver mais uma das classes de palavras (já estudámos interjeições, nomes, adjectivos, preposições, verbos). Trataremos agora de advérbios.
Este «agora» era já um advérbio. E este «já» igualmente. E este «igualmente» também. E este «também» também. Todas estas palavras, como advérbios que são, exprimem a circunstância em que acontece o que é referido pelo verbo. Assim como os adjectivos caracterizam nomes, os advérbios caracterizam acções (verbos): trato agora; falámos ; pertencem igualmente; comi mal; terminarão cedo.
Os advérbios também se juntam a adjectivos ou até a outros advérbios para exprimirem o grau: Fyssas é muito lento; a Carolina chegou bastante tarde.
Certas expressões funcionam como locuções adverbiais: às vezes; em breve; com efeito; etc.
Há ainda um número grande de advérbios que são derivados de adjectivos (acrescentando-se -mente ao adjectivo no feminino): generosamente, felizmente, etc.
Transcrevo um capítulo de Os Sonhadores, de que lemos na última aula «Guilhermino Bicho». À medida que fores lendo, inclui nos espaços os advérbios ou locuções que retirei:
longe, ainda, só, aí, não, bem, muito, mal, raramente, então, nunca, de repente, desalmadamente, sim, já, depois, embora, também, de vez em quando, logo.
Numa tarde de Agosto, a Deolinda apareceu em casa do Guilhermino Bicho.
Trazia umas sandálias castanhas descosidas na parte da frente e pedia urgência na reparação.
— ______ tenho estas — disse ela, a sorrir.
Como era bonito aquele sorriso, como eram brilhantes os dentes, como era lindo o corpo esguio com os seios a despertar. Muito concentrado no meu trabalho, fazia de conta que não a via e puxava com toda a força as linhas com que cosia a sola de um sapato.
— Olhe, menina, há para _______ muito calçado para compor, não posso prometer nada. Se calhar, vai demorar alguns dias.
— Estão prontas no domingo?
— Não lhe posso prometer nada.
— Veja lá...
— Se as compusermos antes de sábado, aqui o meu sócio vai entregar-lhas a sua casa. Está bem?
Claro, o sócio era o pobre de mim que não se sabia o que havia de fazer, o que havia de dizer.
Mal ela virou costas, peguei nas sandálias e comecei a cosê-las.
As sandálias estavam muito velhas, muito gastas, cosidas e recosidas. Fiz o que pude para as tornar apresentáveis, dei-lhe três mãos de tinta e graxa com farturinha. Quando o trabalho ficou terminado, nem pareciam as mesmas.
— Acha que está _______? — perguntei ao meu mestre, que nessa altura estava muito concentrado a ouvir o noticiário interminável da rádio.
— Está bom, está bom. A rapariga não há-de ir _______ com as sandálias, olha como o couro está a ficar gasto...
— Pois é! E se calhar não tem dinheiro para mandar fazer umas novas.
— São cinco filhos em casa, sete bocas a comer muitas vezes por dia...
Nessa noite _________ dormi. Eu não tivera coragem de dizer a Guilhermino a ideia que me surgira ________ depois de ter visto o estado lastimoso das sandálias da Deolinda. Por outro lado, tinha medo de ________ não estar apto a concluir o trabalho que me apetecia fazer. Eu queria fazer umas sandálias à Deolinda e oferecer-lhas. Queria chegar junto dela e dizer-lhe: ‘‘Toma, fui eu que as fiz”.
Cheio de reticências, fiz a proposta ao Bicho.
— E quem paga o material?
— Pago eu!
— E quem te dá o dinheiro?
Eu tinha-o. Quando eu andava na escola, a minha avó dera-me uma cabrita para eu criar. E a bicha, que era branca e cornuda, paria todos os anos dois cabritos que eu vendia. E o dinheiro era para mim. Tinha-o em casa, guardado dentro de uma lata, e _______ lhe tocava. A minha mãe, ______, abria-a para controlar os meus gastos. Eu fazia de conta que não notava nada, mas o certo é que não gostava nada que ela fizesse isso.
Demorei dois dias a fazer as sandálias. Guilhermino Bicho foi observando o meu trabalho, e animou-me a ir até ao fim.
Pus as sandálias em cima do parapeito da janela e fiquei satisfeito por ter sido capaz de fazer o primeiro par de calçado da minha vida. Sentia orgulho e confiança em mim mesmo por ter conseguido transformar pedaços de sola e cabedal naquela pequena obra de arte. Foi um momento mágico, que eu, por muitos anos que viva, ______ hei-de esquecer.
Embrulhei as sandálias num pedaço de papel, penteei-me, com muitos vagares, cuidei da risca do cabelo e lá fui a casa da Deolinda entregar a minha obra-prima.
Pelo caminho, ia construindo as frases que havia de dizer, mas, por mais que tentasse, nenhuma delas me satisfazia. Quando entrei no quinteiro, os cães começaram a latir ________ e eu, ________, fiquei sem saber como havia de começar a conversa se fossem os pais a atender-me.
Nesse fim de tarde dum sábado de Agosto tinha uma fada boa pelo meu lado: os pais da Deolinda andavam nos campos a trabalhar e a Deolinda estava na cozinha a tratar da ceia. Os irmãos, todos eles mais novos que ela, brincavam no quinteiro com cascas de abóbora, transformadas em minúsculos carros de bois.
— Está alguém em casa? — foram as minhas primeiras palavras.
— Estou eu. Trouxe as sandálias?
— ________.
— O meu pai não está cá para pagar.
— Não faz mal, paga depois.
— Estavam muito rotinhas, não estavam?
— Quem?
— As sandálias!
— Ah, sim. Pois estavam. Deram muito trabalho... Mas ficaram bem. Eu é que as compus.
— ________ sabes?
— Sim, já não tenho problemas. Sou capaz de compor tudo. E não é para me gabar, mas até já sou capaz de fazer calçado novo!
— _______ acredito...
— Não?
— Não.
— _______ fecha os olhos e dá cá um pé.
— Para quê?
— _______ vês.
— És tolo. Tenho os pés sujos. Não vês que ando descalça?
— Não tem mal. Dá cá um pé e fecha os olhos.
— Tenho cócegas nos pés.
— Eu _______ não vou fazer-te cócegas. Anda, dá cá um pé!
— O esquerdo, ou o direito?
— Tanto faz. Mas fecha os olhos.
— Quero ver o que vai sair daí!...
— Vá, empresta cá um pé. Mas fecha os olhos!
Ela, desconfiada, fez o que lhe pedi. Com cuidado, calcei-lhe uma das sandálias que tinha feito.
— Pronto, podes abrir os olhos!
— Ah! — disse ela, admirada.
— Gostas?
— Claro! Mas não são minhas...
— São tuas. Fui eu que as fiz e quero dar-tas.
— Porquê?
— Porque quero.
— Mas... não posso aceitar. Que é que vai dizer a minha mãe?
— Não vai dizer nada. Fica com elas!
— Porque é que mas dás?
— Porque... porque... porque tu és _______ bonita!
Quando acabei de dizer aquilo, senti a cara a ficar muito quente. Se calhar, estava mais vermelha que a dela.
A Deolinda mandou-me _______ e não me disse mais nada.


[António Mota, Os Sonhadores, pp. 107-113]

Verbos


Vai relendo o texto («Milagres», pp. 115-116) e copia para cada célula do quadro [que aqui se não reproduz] as duas primeiras formas verbais exemplificativas de cada tempo.
Entre parênteses, vai pondo pessoa e número (usa este código: 1, para 1.ª pessoa do singular; 2, para 2.ª p. do sing.; 3, para 3.ª p. do sing.; 4, para 1.ª p. do plural; 5, para 2.ª p. do plural; 6, para 3.ª p. do plural).

Inventa um verbo (terminado em -ar, -er ou -ir). Em todas as células do quadro escreve uma forma desse verbo por ti criado (forma que será da pessoa que corresponda ao nível que tiveste a português: se tiveres tido 1, 1.ª pessoa do singular; se tiveres tido 2, 2.ª p. do singular; se tiveres tido 3, 3.ª p. do singular; se tiveres tido 4, 4.ª p. [ou seja: 1.ª do plural]; se tiveres tido 5, 5.ª pessoa [2.ª do plural]; se tiveres tido 6, 6.ª pessoa [3.ª pessoa do plural]). Antes de iniciares esta flexão, escreve uma definição do sentido do verbo que criaste.

Procede de novo ao que fizeste na questão anterior, mas com um verbo verdadeiro, embora original — «estranho» —, de que te lembres.

Modos e tempos dos verbos
Indicativo
Presente: vomito (1)
Pretérito imperfeito: vomitava (1)
Pretérito perfeito: vomitei (1)
Pretérito mais-que-perfeito: vomitara (1)
Futuro: vomitarei (1)
Condicional (= futuro do pretérito): vomitaria (1)

Conjuntivo
Presente: vomite (1)
Pretérito imperfeito: vomitasse (1)
Futuro: vomitar (1)

Imperativo
Presente: vomita (2)

Infinitivo pessoal: vomitar (1)
Infinitivo impessoal: vomitar
Gerúndio: vomitando
Particípio Passado: vomitado

Com a ajuda do modelo na página anterior, completa as formas verbais em falta nas frases a seguir. Assinala depois as frases resultantes impossíveis (ou seja: impossíveis, a não ser em linguagem poética ou em exercícios como este) e possíveis (em algum contexto real, mesmo que inabitual).

A. 1.ª pessoa do plural do Futuro do Indicativo de «Chover»:
_______ às três horas.
B. 3.ª pessoa do singular do Imperfeito do Conjuntivo de «Suicidar»:
Se o Amílcar ______ o Armando, eu denunciá-lo-ia.
C. 3.ª pessoa do plural do Imperfeito do Indicativo de «Voar»:
______ até ao fundo do rio.
D. 3.ª pessoa do plural do Imperfeito do Indicativo de «Resplandecer:
As estrelas do meio-dia _______.
E. 3.ª pessoa do plural do Perfeito do Indicativo de «Pronunciar»:
Em silêncio, os meus olhos ____ um discurso ruidoso.
F. 3.ª pessoa do singular do Imperfeito do Indicativo de «Regressar»:
O caçador ______, com a bolsa de caça cheia de peixes, pela margem, no meio do Tejo.
G. 3.ª pessoa do singular do Futuro do Indicativo de «Traçar»:
O compasso _____ quadrados e triângulos de cinco lados.
H. 2.ª pessoa do singular do Imperativo de «Correr»:
____ atrás de mim, que eu agarro-te.
I. 1.ª pessoa do plural do Presente do Conjuntivo de «Fugir»:
Coragem, _____!
K. 3.ª pessoa do singular do Perfeito do Indicativo de «Matar»:
O Rodolfo _____ a sua viúva.
M. 3.ª pessoa do singular do Imperfeito do Indicativo de «Acotovelar»:
Avançámos por uma avenida deserta onde a multidão se ______.
N. 1.ª pessoa do singular do Presente do Indicativo de «Odiar»:
______-a com todo o meu amor.
O. 3.ª pessoa do singular do Mais-que-perfeito do Indicativo de «Roubar»:
O polícia honesto ______ o paupérrimo ladrão.
P. 2.ª pessoa do singular do Futuro do Conjuntivo de «Nevar»:
Quando _____, avisa, para levarmos as correntes para os pneus.
Q. 3.ª pessoa do singular do Presente do Indicativo de «Ser»:
O antónimo de «sinónimo» _____ «antónimo».
R. Infinitivo Impessoal de «Morrer»:
O papa continua a ______.
S. 1.ª pessoa do singular do Perfeito Composto do Indicativo de «Coaxar»:
_______ roucamente, porque estou constipado.
T. 2.ª pessoa do plural do Mais-que-perfeito composto do Conjuntivo de «Chuviscar»:
Se ______ durante o Inverno, a água não estaria tão seca.
U. 3.ª pessoa do singular do Condicional Composto de «Zurrar»:
______, se os alimentos não estivessem dentro do prazo.


A seguir aparecem misturados verbos que existem e outros que inventei. Assinala os que te pareçam invenção minha e completa as lacunas.

Petitar ('requerer, reclamar').
O advogado Sá Fernandes petitou a suspensão do túnel do Marquês.
3.ª pessoa do singular do Pretérito Perfeito do Indicativo.

Maticar ('latir ao encontrar caça').
Se fosse uma cadela treinada para a caça, talvez Wendy maticasse ao deparar-se com uma perdiz.
3.ª pessoa do singular do _______ do Conjuntivo.

Transvorar ('devorar com sofreguidão').
Às quintas, os alunos do 7.º 1.ª saem à pressa para transvorarem os bocados de pizza ou lá o que comem.
3.ª pessoa do plural do ......

Fuxicar ('amarrotar').
Irritados com a nota que tiveram, o Eládio e a Berengária ______ os seus testes.
3.ª pessoa do plural do Pretérito perfeito.

Obvir ('vir a pertencer ao estado').
Se Lúcia fosse rica, os seus bens _______ para o erário publico.
3.ª pessoa do plural do Condicional.

Ladripar ('roubar coisas de pouco valor').
Foi despedida a funcionária do Continente que ladripava os bombons de ginja.
3.ª pessoa do singular do _______ do Indicativo.

Paquitonar ('encerrar dentro de embalagem').
Antes de pôr o laçarote, já a empregada da Fnac _______ a enciclopédia.
3.ª pessoa do singular do Pretérito mais-que-perfeito.

Estomagar ('irritar').
Não me ______, que ainda te dou uma forte estalada.
2.ª pessoa do singular do Presente do Conjuntivo.

Diamantizar ('tornar precioso, valorizar').
Um treinador como Mourinho diamantiza os seus jogadores.
3.ª pessoa do singular do ......

Excutir ('executar judicialmente os bens de um devedor').
Por causa das dívidas do F. C. Porto, a administração fiscal ____ a retrete da cabina dos árbitros.
3.ª pessoa do singular do Futuro do Indicativo.

Aberinjar-se ('alindar-se, aperaltar-se').
Carmelinda, vai votar mas aberinja-te, que há-de lá estar muita gente.
2.ª pessoa do singular do ........

Mais um treino da flexão dos verbos:
«Atrás de mim, no autocarro para a Baixa, um homem explicava a outro:
— A tipa passava a vida a miroscar tudo.
"Miroscar". Palavra para se procurar em vão nos dicionários.»
José Gomes Ferreira, Dias Comuns, III, p. 48

Ainda hoje não se vê o verbo «miroscar» nos dicionários. É fácil, entretanto, estabelecer a sua flexão completa. Tentaremos fazê-lo, escrevendo cada um dos seus tempos (simples e compostos). Toma os tempos que correspondam (1) ao teu número de turma e (2) ao teu dia de nascimento e neles conjuga «Miroscar». Entre parênteses, por vezes, pus uma das pessoas dos tempos.

1. Presente do Indicativo
2. Imperfeito do Indicativo
3. Perfeito do Indicativo (tu miroscaste)
4. Mais-que-perfeito do Indicativo (eles miroscaram)
5. Futuro do Indicativo (eles miroscarão)
6. Condicional (nós miroscaríamos)
7. Presente do Conjuntivo (que eu mirosque)
8. Imperfeito do Conjuntivo (que eles miroscassem)
9. Futuro do Conjuntivo (se tu miroscares)
10. Imperativo
11. Infinitivo Impessoal
12. Infinitivo Pessoal (miroscar eu)
13. Gerúndio
14. Particípio Passado
15. Perfeito do Indicativo Composto (eu tenho miroscado)
16. Mais-que-perfeito do Indicativo Composto (eles tinham miroscado)
17. Futuro do Indicativo Composto (tu terás miroscado)
18. Condicional Composto (ele teria miroscado)
19. Perfeito do Conjuntivo Composto (que ele tenha miroscado)
20. Mais-que-perfeito do Conjuntivo Composto (que eu tivesse miroscado)
21. Futuro do Conjuntivo Composto (se vós tiverdes miroscado)
22. Infinitivo Pessoal Composto (ter eu miroscado)
23. Infinitivo Impessoal Composto
24. Gerúndio Composto
25. (=1)
26. (=2)
27. (=3)
Solução
Tempos Simples
Presente do Indicativomirosco
miroscas
mirosca
miroscamos
miroscais
miroscam
Imperfeito do Indicativo
miroscava
miriscavas
miroscava
miroscávamos
miroscáveis
miroscavam
Perfeito do Indicativo
mirosquei
miroscaste
miroscou
miroscámos
miroscastes
miroscaram
Mais-que-perfeito do Indicativo
miroscara
miroscaras
miroscara
miroscáramos
miroscáreis
miroscaram
Futuro do Indicativo
miroscarei
miroscarás
miroscará
miroscaremos
miroscareis
miroscarão
Condicional (Futuro do Pretérito)
miroscaria
miroscarias
miroscaria
miroscaríamos
miroscaríeis
miroscariam
Presente do Conjuntivo
mirosque
mirosques
mirosque
mirosquemos
mirosqueis
mirosquem
Imperfeito do Conjuntivo
miroscasse
miroscasses
miriscasse
miroscássemos
miroscásseis
miroscassem
Futuro do Conjuntivo
miroscar
miroscares
miroscar
miroscarmos
miroscardes
miroscarem
Imperativo
mirosca
miroscai
Infinitivo Pessoal
miroscar
miroscares
miroscar
miroscarmos
miroscardes
miroscarem
Infinitivo Impessoal
miroscar
Gerúndio
miroscando
Particípio Passado
miroscado
Tempos CompostosPerfeito do Indicativo Composto
tenho miroscado
tens miroscado
tem miroscado
temos miroscado
tendes miroscado
têm miroscado
Mais-que-perfeito do Indicativo Composto
tinha miroscado
tinhas miroscado
tinha miroscado
tínhamos miroscado
tínheis miroscado
tinham miroscado
Futuro do Indicativo Composto
terei miroscado
terás miroscado
terá miroscado
teremos miroscado
tereis miroscado
terão miroscado
Condicional Composto
teria miroscado
terias miroscado
teria miroscado
teríamos miroscado
teríeis miroscado
teriam miroscado
Perfeito do Conjuntivo Composto
tenha miroscado
tenhas miroscado
tenha miroscado
tenhamos miroscado
tenhais miroscado
tenham miroscado
Mais-que-perfeito do Conjuntivo Composto
tivesse miroscado
tivesses miroscado
tivesse miroscado
tivéssemos miroscado
tivésseis miroscado
tivessem miroscado
Futuro do Conjuntivo Composto
tiver miroscado
tiveres miroscado
tiver miroscado
tivermos miroscado
tiverdes miroscado
tiverem miroscado
Infinitivo Pessoal Composto
ter miroscado
teres miroscado
ter miroscado
termos miroscado
terdes miroscado
terem miroscado
Infinitivo Impessoal Compostoter miroscado
Gerúndio Compostotendo miroscado


Inventa tu mesmo um verbo e, num dicionário, procura outro suficientemente estranho para que hesitemos sobre se existe ou não. Tal como fiz, escreve os seus significados, as frases que os exemplifiquem, identificando ainda pessoa, número, tempo e modo.
[Sobre os vários assuntos de gramática do 2.º período]
Circunda todos os advérbios deste texto.

Hoje Naide Gomes está super contente: ontem, após um salto de outra concorrente ter sido mal medido — e, assim, injustamente sobrevalorizado —, ainda se pensou que a atleta portuguesa nascida em São Tomé ficasse apenas em segundo lugar, mas, afinal, felizmente foi-lhe atribuída agora a vitória na prova de salto em comprimento. Sou muito admirador desta atleta, porque domina bem uma disciplina — o heptatlo — que implica muitas capacidades: grande velocidade, alguma resistência, enorme destreza. «É uma prova bué difícil!» dirão vocês. «Sim», confirmo eu depressa, «é uma modalidade excepcionalmente exigente. Mas seria mais interessante se incluísse também uma oitava disciplina, só dedicada à gramática».


Lê o texto e vai circundando as preposições, locuções prepositivas ou contracções de preposição com determinante.

Há dias pus-me a pensar como era quando andava no sétimo ano. Nessa altura, era o terceiro ano do liceu o que equivalia ao actual 7.º ano. Porém, por acaso, a minha turma serviu para ensaio do futuro sétimo ano e frequentámos o 3.º ano ainda na Pedro (que normalmente ia só até ao 2.º ano do Ciclo Preparatório). Lembro os professores de então com saudade, mas envergonhado de tantas vezes ter sido injusto, malcriado, insolente. Gostava muito da hora para almoço, porque era então que jogávamos à bola. No almoço propriamente dito (das treze às treze e vinte), gastava os 15$00 deste modo: um sumol de ananás, um cachorro sem mostarda, um chocolate Mars, uma bola de Berlim com creme. Antes das 14 horas, ainda tínhamos quarenta minutos para uma futebolada. Não havia balizas, mas as malas ficavam pelos postes. Escolhiam as equipas o Águas e o Martim. Após o jogo, entrávamos na aula de Educação Visual — ou era «Desenho» que se dizia? —suadíssimos.


Escolhendo-as entre as que circundaste, transcreve dez contracções (de preposição com determinante) e desdobra-as em preposição + artigo (como faço com do):

do = de + o _________ = _________; _________ = _________; _________ = _________; _________ = _________; _________ = _________; _________ = _________; _________ = _________; _________ = _________; _________ = _________; _________ = _________.


À frente das formas verbais escreve a sua completa identificação:
[exemplos: fizestes: 2.ª pessoa do pl. do Pret. Perfeito do Ind. de «Fazer». tinhas apaparicado: 2.ª pessoa do sing. do Pret. Mais-que-perfeito Composto do Ind. de «Apaparicar».]

pontapeámos: ____
sou: ____
terei: ____
andavas: ____
ouviras: ____
façamos: _____
tenho comido: ____
beberiam: _____
tivessem exigido: ____
teríamos olhado: ____
Escreve as seguintes formas verbais:

1.ª pessoa do plural do Presente do Indicativo de «Amar»: ____
3.ª pessoa do plural do Pretérito Perfeito do Indicativo de «Olhar»: ____
3.ª pessoa do singular do Imperfeito do Conjuntivo de «Beber»: ____
2.ª pessoa do singular do Futuro do Conjuntivo de «Mergulhar»: ____
2.ª pessoa do singular do Imperativo de «Dificultar»: ____
1.ª pessoa do plural do Presente do Conjuntivo de «Decorar»: ____
2.ª pessoa do singular do Infinitivo Pessoal de «Esbofetear»: ___
Gerúndio de «Pôr»: ____
1.ª pessoa do singular do Pret. Perfeito Composto do Ind. de «Cozinhar»: ___
3.ª pessoa do plural do Futuro do Indicativo de «Melgar»: ___


Nos pares que se seguem marca qual destas situações acontece: há uma Parte e um Todo (portanto: um merónimo e um holónimo); há um Todo e uma Parte (um holónimo e um merónimo); há um termo Geral e um termo mais Específico (um hiperónimo e um hipónimo); há um termo Específico e um termo Geral (um hipónimo e um hiperónimo). Portanto, porás dentro dos parênteses uma destas siglas: PT, TP, GE, EG.

árvore — pinheiro (___); casaco — bolso (___); adidas — marca desportiva (___); gato — mamífero (___); bicicleta — selim (___); bicicleta — meio de transporte (___); disciplina do 7.º ano — Língua Portuguesa (___); Gramática — Língua Portuguesa (___); sentimento - tristeza (___); especialidade médica — neurologia (___).


Nestas frases, sublinha o grupo preposicional e escreve à frente um advérbio (de sentido aproximado) que o pudesse substituir. (Faz como já fiz em 1.)

1. Bebes vinho tinto com moderação. moderadamente
2. O Sporting perdeu com honra.
3. Fui feliz naquele lugar.
4. Fazes sapateado de modo satisfatório.
5. Nos tempos actuais escasseiam pastorinhos e abundam videntes.
6. Naquela época comi muita farinha Maizena.


Nas frases B a L, os advérbios estão marcados a negro e maiúsculas. Sublinha a palavra (ou palavras) que eles estão a modificar. Lembra-te que os advérbios modificam verbos, adjectivos, outros advérbios ou podem até reportar-se a frases inteiras. À direita, escreve a classe a que pertence o segmento que sublinhaste (Verbo, Adjectivo, Advérbio, Frase). Na alínea A, procedi já como te peço faças a seguir para as alíneas B a L.

a) Comi a melancia, o melão, a meloa e a abóbora. Verbo
b) Acho o Simão Sabrosa excessivamente sonso.
c) Verdadeiramente, a tua insistência em que me atire deste décimo andar incomoda-me.
d) Gosto verdadeiramente desta nova guilhotina.
e) Considero estas tripas bastante saborosas.
f) O stor chega à sala bué cedo.
g) Talvez vá à Sibéria na sexta.
h) Teodora, não abocanhes essa belíssima perna de javali.
i) Muito bem, Ricardo, mais um belo frango.
j) Pesquei um tigre excepcionalmente grande.
l) Naquele dia, Agripina chegou mais tarde ao matadouro.
Chave para este trabalho sobre gramática

Circunda todos os advérbios deste texto. [Na correcção, vão em itálico]

Hoje Naide Gomes está super contente: ontem, após um salto de outra concorrente ter sido mal medido — e, assim, injustamente sobrevalorizado —, ainda se pensou que a atleta portuguesa nascida em São Tomé ficasse apenas em segundo lugar, mas, afinal, felizmente foi-lhe atribuída agora a vitória na prova de salto em comprimento. Sou muito admirador desta atleta, porque domina bem uma disciplina — o heptatlo — que implica muitas capacidades: grande velocidade, alguma resistência, enorme destreza. «É uma prova bué difícil!» dirão vocês. «Sim», confirmo eu depressa, «é uma modalidade excepcionalmente exigente. Mas seria mais interessante se incluísse também uma oitava disciplina, dedicada à gramática».


Lê o texto e vai circundando as preposições, locuções prepositivas ou contracções de preposição com determinante.

Há dias pus-me a pensar como era quando andava no sétimo ano. Nessa altura, era o terceiro ano do liceu o que equivalia ao actual 7.º ano. Porém, por acaso, a minha turma serviu para ensaio do futuro sétimo ano e frequentámos o 3.º ano ainda na Pedro (que normalmente ia só até ao 2.º ano do Ciclo Preparatório). Lembro os professores de então com saudade, mas envergonhado de tantas vezes ter sido injusto, malcriado, insolente. Gostava muito da hora para almoço, porque era então que jogávamos à bola. No almoço propriamente dito (das treze às treze e vinte), gastava os 15$00 deste modo: um sumol de ananás, um cachorro sem mostarda, um chocolate Mars, uma bola de Berlim com creme. Antes das 14 horas, ainda tínhamos quarenta minutos para uma futebolada. Não havia balizas, mas as malas ficavam pelos postes. Escolhiam as equipas o Águas e o Martim. Após o jogo, entrávamos na aula de Educação Visual — ou era «Desenho» que se dizia? —suadíssimos.

Escolhendo-as entre as que circundaste, transcreve dez contracções (de preposição com determinante) e desdobra-as em preposição + determinante (como faço com do):

do = de + o
ao = a + o
deste = de + este
no = em + o
nessa = em + essa
da = de + a
ao = a + o
na = em + a
às = a + as
à = a + a
pelos = por + os
das = de + as

À frente das formas verbais escreve a sua completa identificação:
[exemplos: fizestes: 2.ª pessoa do pl. do Pret. Perfeito do Ind. de «Fazer». tinhas apaparicado: 2.ª pessoa do sing. do Pret. Mais-que-perfeito Composto do Ind. de «Apaparicar».]

pontapeámos: 1.ª pessoa do plural do Pretérito Perfeito do Indicativo de «Pontapear».
sou: 1.ª pessoa do singular do Presente do Indicativo de «Ser».
terei: 1.ª pessoa do singular do Futuro do Indicativo de «Terei».
andavas: 2.ª pessoa do singular do Imperfeito do Indicativo de «Andar».
ouviras: 2.ª pessoa do singular do Pret. Mais-que-perfeito do Indicativo de «Ouvir».
façamos: 1.ª pessoa do plural do Presente do Conjuntivo de «Fazer».
tenho comido: 1.ª pessoa do singular do Pret. Perfeito Composto do Indicativo de «Comer».
beberiam: 3.ª pessoa do plural do Condicional de «Beber».
tivessem exigido: 3.ª pessoa do pl. do Pret. Mais-que-perfeito Composto do Conj. de «Exigir».
teríamos olhado: 1.ª pessoa do plural do Condicional Composto de «Olhar».
Escreve as seguintes formas verbais:

1.ª pessoa do plural do Presente do Indicativo de «Amar»: amamos.
3.ª pessoa do plural do Pretérito Perfeito do Indicativo de «Olhar»: olharam.
3.ª pessoa do singular do Imperfeito do Conjuntivo de «Beber»: bebesse.
2.ª pessoa do singular do Futuro do Conjuntivo de «Mergulhar»: mergulhares.
2.ª pessoa do singular do Imperativo de «Dificultar»: dificulta.
1.ª pessoa do plural do Presente do Conjuntivo de «Decorar»: decoremos.
2.ª pessoa do singular do Infinitivo Pessoal de «Esbofetear»: esbofeteares
Gerúndio de «Pôr»: pondo.
1.ª pessoa do singular do Pret. Perfeito Composto do Ind. de «Cozinhar»: tenho cozinhado.
3.ª pessoa do plural do Futuro do Indicativo de «Melgar»: melgarão.


Nos pares que se seguem marca qual destas situações acontece: há uma Parte e um Todo (portanto: um merónimo e um holónimo); há um Todo e uma Parte (um holónimo e um merónimo); há um termo Geral e um termo mais Específico (um hiperónimo e um hipónimo); há um termo Específico e um termo Geral (um hipónimo e um hiperónimo). Portanto, porás dentro dos parênteses uma destas siglas: PT, TP, GE, EG.

árvore — pinheiro (GE); casaco — bolso (TP); adidas — marca desportiva (EG); gato — mamífero (EG); bicicleta — selim (TP); bicicleta — meio de transporte (EG); disciplina do 7.º ano — Língua Portuguesa (GE); Gramática — Língua Portuguesa (PT); sentimento - tristeza (GE); especialidade médica — neurologia (GE).


Nestas frases, sublinha o grupo preposicional e escreve à frente um advérbio (de sentido aproximado) que o pudesse substituir. (Faz como já fiz em 1.)

1. Bebes vinho tinto com moderação. moderadamente
2. O Sporting perdeu com honra. honrosamente
3. Fui feliz naquele lugar. ali
4. Fazes sapateado de modo satisfatório. satisfatoriamente
5. Nos tempos actuais escasseiam pastorinhos e abundam videntes. actualmente / agora
6. Naquela época comi muita farinha Maizena. então / outrora


Nas frases B a L, os advérbios estão marcados a negro e maiúsculas. Sublinha a palavra (ou palavras) que eles estão a modificar. Lembra-te que os advérbios modificam verbos, adjectivos, outros advérbios ou podem até reportar-se a frases inteiras. À direita, escreve a classe a que pertence o segmento que sublinhaste (Verbo, Adjectivo, Advérbio, Frase). Na alínea A, procedi já como te peço faças a seguir para as alíneas B a L.

a) Comi a melancia, o melão, a meloa e a abóbora. Verbo
b) Acho o Simão Sabrosa excessivamente sonso. Adjectivo
c) Verdadeiramente, a tua insistência em que me atire deste décimo andar incomoda-me. Frase
d) Gosto verdadeiramente desta nova guilhotina. Verbo
e) Considero estas tripas bastante saborosas. Adjectivo
f) O stor chega à sala bué cedo. Advérbio
g) Talvez vá à Sibéria na sexta. Frase
h) Teodora, não abocanhes essa belíssima perna de javali. Verbo
i) Muito bem, Ricardo, mais um belo frango. Advérbio
j) Pesquei um tigre excepcionalmente grande. Adjectivo
l) Naquele dia, Agripina chegou mais tarde ao matadouro. Advérbio
3.º período
[mas alguns assuntos foram postos na partes do 1.º e 2.º períodos; note-se ainda que, como as tabelas têm aqui de ser demasiado simplificadas, é preferível seguir as folhas usadas na aula]
]
Discurso Directo e Discurso Indirecto
É provável que em anos anteriores já tenhas falado de discurso directo e discurso indirecto. Vamos rever essa matéria e aprofundá-la.

A seguir, exemplifico três meios de apresentar o discurso directo:

— Meus alunos, no final deste período dar-lhes-ei a todos nível cinco — disse o professor.

«Sou um grande mentiroso», afirmou o professor.

Os árbitros, avisam os treinadores, favorecem o Benfica.


Em qualquer dos casos, as frases das personagens foram _________ [mantidas/alteradas], quando as reproduzimos no nosso texto. É isso que caracteriza o discurso directo.
A forma mais comum de no discurso directo se delimitar a parte que reproduz a fala da personagem da parte que contém o verbo introdutor — disse o professor, avisam os treinadores — é através de ___________ [travessões / aspas / vírgulas]. Nos exemplos que vimos, essa delimitação também se consegue por meio de _________ ou até apenas através de ___________.

Ponho agora os exemplos no discurso indirecto:

O professor disse aos seus alunos que no final daquele período lhes daria a todos nível cinco.

O professor afirmou que era um grande mentiroso.

Os treinadores avisam que os árbitros favorecem o Benfica.

Reparaste que no discurso indirecto _______ [há / não há] pontuação a separar o verbo introdutor e as falas reproduzidas. Por outro lado, essas falas aparecem _________ [alteradas / inalteradas].
Os tempos dos verbos, por exemplo, dependem do tempo do verbo introdutor: no primeiro exemplo, darei (Futuro) passou a daria (________) e, no segundo, sou (________) passou a ___ (Imperfeito), porque o verbo introdutor — disse, afirmou — está no Perfeito; no terceiro exemplo, o tempo não se alterou, porque o verbo introdutor — avisam — está no __________.
A pessoa em que as formas verbais estão flexionadas também depende dos verbos introdutores: como estes estão na 3.ª pessoa — (ele) disse; (ele) afirmou; (eles) avisam —, os verbos das falas passam também para a 3.ª pessoa (se não era já essa a pessoa em que estavam): darei (1.ª) > daria (3.ª).
No discurso indirecto, alguns advérbios, pronomes e determinantes têm de ser trocados. Por exemplo, na nossa primeira frase, no discurso directo estava «deste período» e no discurso indirecto ficou «_________ período».
Outras característica do discurso indirecto: há uma conjunção — que — que liga a parte introdutória à fala reproduzida:
O professor disse que ...
O professor afirmou que ...
Os treinadores avisam que ...

Se a frase for interrogativa, essa palavra de ligação não será que, mas se (ou um determinante interrogativo):

— Já assassinaram o papa? — perguntou o cardeal.
O cardeal perguntou ____ já tinham assassinado o papa.

— Quantos rivais tenho no conclave? — perguntou José Policarpo.
José Policarpo perguntou _____ rivais _____ no conclave.

A tabela resume as transformações que se dão entre discurso directo e indirecto:


Discurso Directo / Discurso Indirecto
Fronteira entre introdução e fala Aspas ou travessões / que, se
Tempos e Modos Imperativo / Conjuntivo ou Infinitivo
Presente / Imperfeito
Perfeito / Mais-que Perfeito
Futuro / Condicional
Pronomes e Determinantes eu, tu, você / ele, ela
nós, vós, vocês / eles, elas
me, te, nos, vos / lhe, lhes
meu, minha, teu, tua, ... / seu, sua
este, esta / aquele, aquela
isto / aquilo
Advérbios hoje / naquele dia
amanhã / no dia seguinte
ontem / na véspera
agora / então
aqui, cá / ali, lá

Passa para o discurso indirecto:

— Simão, hoje voltámos a ganhar com uma falta que não existiu — disse Nuno Gomes, enquanto arranjava os cabelos.
......................................................
— Aqui há gato — declarou o rato.
....................................................
«Amanhã serviremos a maior açorda de marisco que este restaurante já fez», anunciava o letreiro na porta da Casa 'Os Comilões'.
......................................................
Determinante e Pronomes
Convém distinguir bem determinantes e pronomes (até porque a muitas das palavras das duas classes antigamente se chamava «pronomes» — «adjuntos» e «absolutos»).
Os determinantes aparecem junto dos nomes (antes deles, quase sempre). Servem para os apresentar:
o penico; um labrego; o meu mordomo; este nabo; aquela papaia; ...

Os pronomes substituem nomes (ou outros elementos que funcionem como nomes). Por exemplo, em
Olha a Britney Spears. Já a beijaste?

o «a» sublinhado é um pronome (substitui «Britney Spears»). Já o outro «a», que não sublinhei e que antecede o nome da cantora, é um ___.

Vejamos as subclasses de cada uma destas duas classes:
Determinantes / Pronomes

Artigos (definidos e indefinidos) / Pessoais
Demonstrativos / Demonstrativos
Possessivos / Possessivos
Indefinidos / Indefinidos
Interrogativos / Interrogativos
Relativos / Relativos
Numerais (cardeais e ordinais)

Veremos primeiro as subclasses que só ocorrem dentro de uma classe. São, dentro dos determinantes, os ___ e os ____. Nos pronomes, os pronomes ____.

Artigos definidoso, a; os; as
Artigos indefinidosum; uma:; uns; umas

Os artigos definidos apresentam coisas já conhecidas. Os artigos indefinidos apresentam o que não se conhece ou não se quer particularizar.
O Rafael estragou __ [art. def.] cadeira em que estava. Para a substituir, trouxemos ___ [art. indef.] cadeira lá do fundo da sala.

Por vezes, os artigos usam-se antes de outros determinantes. Verifica quais dos determinantes permitem que haja a antecedê-los um artigo definido ou indefinido (pondo «não» ou esse artigo na coluna respectiva):

Pode haver antes um artigo...
definido? / indefinido?
não / não este relógio [demonstrativo]
o / ... meu relógio [possessivo]
... / ... cinco relógios [numeral]
... / ... nenhuns relógios [indefinido]
... / ... quantos relógios? [interrogativo]
... / ... cujos relógios [relativo]

Passemos a outra subclasse dos determinantes, a dos numerais.

Numerais
cardinais
um/uma, dois/duas, três, quatro, ...
trezentos/trezentas, ...
ordinais
primeiro/a, segundo/a, terceiro/a, ...
décimo primeiro/décima primeira, ...

Os numerais ordinais indicam o lugar numa série, a ordem. Os cardinais exprimem a quantidade dos nomes que estão a apresentar. Há ainda numerais que não funcionam como determinantes, os fraccionários (por exemplo, «um nono», «três quartos») e os multiplicativos («o dobro», «o triplo»).
Como prometido, antes de vermos as outras subclasses dos determinantes (o que ficará para outra aula), olharemos já a subclasse dos pronomes que não tem correspondente nos determinantes, a dos Pronomes Pessoais:

Número /Pessoa / Função de ...
Sujeito / Compl. directo /Compl. indirecto sem preposição / com preposição
Singular
1.ª // eu / me/ me / mim
2.ª // tu /te /te / ti
3.ª // ele, ela / o, a, se / lhe / ele, ela, si
Plural
1.ª // nós / nos /nos / nós
2.ª // vós / vos / vos / vós
3.ª // eles, elas / os, as, se / lhes / eles, elas, si

Nas frases a seguir, completa as lacunas com o pronome que falte (e, se fores capaz, anota a função que desempenhem: sujeito, complemento directo, complemento indirecto):

Ronaldinho fintou os jogadores do Albacete: Deu-lhes um baile. [lhes é o pronome que substitui 'aos jogadores do Albacete'; funciona como complemento indirecto]
Não ____ apresentas o Eládio? Ainda não ___ conheço.
Nem a ____, que me conheces bem, direi o que penso.
De manhã, ____ levanta-___, come pouco, lava-___ mal e, ainda todo remeloso, lá sai para as aulas.
«Os professores dão-_____ notas excessivamente altas», dizem os alunos.
Caracóis? Só ____ como de chocolate.
_____ deu a _____ mesmo uma prenda: uma bela lampreia de chocolate.

Não é preciso estar sempre a usar pronomes pessoais (com função de sujeito) à frente das formas verbais. Em vez de
«Rosa comprou um cravo. Ela achava que era a planta mais bonita de todas.»,
fica melhor
«Rosa comprou um cravo. Achava que era a planta ...».
Nas vossas redacções há muitas vezes este excesso de «ele», «eu», etc., quando o verbo bastaria.
Outro aspecto a melhorar nalguns dos vossos textos — também relacionado com pronomes — é a grafia dos verbos conjugados pronominalmente (isto é, dos verbos a que está ligado, por um hífen, um pronome pessoal).
Repara que, quando a forma verbal a que se acrescenta o pronome termina em -r, -s ou -z, caem essas terminações e a forma do pronome pessoal complemento directo será lo, la, los, las.
Vou cantar o hino. Vou cantá-lo.
Faz o TPC. Fá-lo.
Hei-de comprar a grafonola. Hei-de _______.
Comprámos a PS2. _________.
Vou beber o vinho tinto. Vou _________.
Lava esses olhos. Lava-____.
Comes as gomas sofregamente. Come-____ sofregamente.

(Sim, é «lava-os», porque a forma verbal não terminava com -s, -z ou -r.)

Quando a forma verbal termina em nasal, os pronomes pessoais com a função de complemento directo apresentam-se com um n- (no, na, nos, nas).
Os dirigentes subornam as equipas. Subornam-nas.
Alguns corrompem o desporto. Corrompem-__.
Os homens amam a liberdade. ______.
As cozinheiras prepararam o empadão. _______.
Os anjos fazem dieta. _________.

Regressando aos determinantes, aproveito para fazer notar que nas vossas redacções há às vezes determinantes possessivos em número excessivo. Não é preciso pôr, por exemplo, nenhum dos seus desta frase:
«Atanagildo pegou na sua pasta, tirou a sua sandes de espadarte e pôs o seu lenço ao pescoço».

Fica melhor:
«Atanagildo pegou na pasta, tirou a sandes de espadarte e pôs o (seu) lenço ao pescoço».
Vê a tabela que ponho a seguir e completa o exercício que está logo depois (e relativo às linhas 39-55 do texto).
Em ficha anterior vimos já três subclasses de determinantes e pronomes: artigos, numerais; pronomes pessoais. Na tabela a seguir ficam as restantes subclasses.
Determinantes Pronomes

Possessivos
Determinantes
Um só possuidor
meu; teu; seu [variáveis]
Vários possuidores
nosso; vosso; seu [variáveis]
Pronomes
Um só possuidor
o meu; o teu; o seu [var.]
Vários possuidores
o nosso; o vosso; o seu [v.]

Demonstrativos
Determinantes
este; esse; aquele;
o outro; o mesmo [variáveis];
tal [variável em número]
Pronomes
o; este; esse; aquele; o outro;
o mesmo [variáveis];
isto; isso; aquilo

Indefinidos
Determinantes
algum; nenhum; todo;
outro; muito; pouco; certo;
vário; tanto; quanto [variáveis];
qualquer [variável em número];
cada; mais; menos; que
Pronomes
todo; algum; nenhum; certo;
muito; outro; pouco; tanto [variáveis]
Seres animados: alguém; ninguém; outrem; quem;
Seres inanimados: algo; tudo; nada

InterrogativosDeterminantes
quanto [variável];
qual [variável em número];
que
Pronomes
Seres animados: quem
Seres inanimados: que
Relativos
Determinantes
cujo; quanto [variáveis]
Pronomes
o qual, quanto [variável];
que; quem; onde

Na l. 39, vemos um pronome pessoal sujeito: _____; um pronome pessoal complemento indirecto: ____; um artigo indefinido: ____. Na l. 40, um artigo definido: _____; um pronome indefinido: _______. Na l. 41, um pronome pessoal (1.ª pessoa): _____; um pronome pessoal (3.ª pessoa): _____. Na l. 42, um pronome pessoal sujeito: ______; dois artigos indefinidos: ______, ______. Na l. 44, um pronome indefinido (variável): ________. Na l. 46, um pronome indefinido (invariável): ________. Na l. 49, um pronome indefinido: ________; um pronome relativo: ________. Na l. 51, um determinante indefinido: _______; um artigo definido: ______. Na l. 52, um pronome pessoal (1.ª pessoa): _______. Na l. 53, um pronome indefinido invariável: ________. Na l. 54, um determinante demonstrativo: _________; um pronome indefinido: _______; um pronome demonstrativo: ______. Na l. 55, um pronome relativo: ______; um pronome pessoal (reflexo): _____.
Conjunções
Esta ficha servirá para falarmos da classe de palavras que ainda não estudámos, as Conjunções. No final da ficha, chegaremos a outro assunto de que não temos falado mas que não será talvez novidade: as noções de frase (simples e complexa), oração, ligação de orações (por coordenação ou por subordinação).
Tal como uma das classes que já vimos — a das preposições —, as conjunções funcionam como conectores (ou seja: servem para conectar, para ligar). Há porém uma diferença: enquanto as preposições permitem uma ligação entre termos de importância desigual (fui a Paris; golo de Hugo Almeida; iscas com elas), as conjunções ligam palavras da mesma classe ou, mais do que as preposições, podem servir para ligar orações.
Indica o que vão ligando as conjunções que ponho a seguir:

Mónica e Rita gostam de verde-alface. nomes
O Sporting não ganhou e o Chelsea foi campeão. orações
O Benfica jogou mal e porcamente. _________
Ganhava o Benfica ou ganhava o Porto. ___________
Não gosto de iscas de fígado, embora sejam muito nutritivas. _________
Simão é rápido mas trapaceiro. _______
O estádio estava cheio mas os russos gritavam mais. __________
Enquanto o diabo esfregava um olho, resolvi esta pergunta. [= Resolvi esta pergunta, enquanto o diabo esfregava um olho] __________
Choraremos todos se o Benfica for campeão. ____________
Ele não é gordo nem magro. ____________

Repetindo: as conjunções tanto ligam termos que pertencem à mesma _______, como ligam ________, que assim constituem frases complexas.

As conjunções dividem-se em coordenativas e subordinativas.
As coordenativas são as que ligam os tais termos com a mesma função (dois adjectivos, dois nomes, dois advérbios) ou orações coordenadas.
A coordenação de duas orações vê-se pela independência que têm uma da outra. Se tirarmos a conjunção em
O Sporting não ganhou e o Chelsea foi campeão.

ficamos com orações que podem constituir duas frases simples:
O Sporting não ganhou. O Chelsea foi campeão.

Esta independência tem que ver com o facto de «e» ser uma conjunção coordenativa (e, portanto, ligar essas orações por simples coordenação).

As conjunções subordinativas ligam orações entre as quais há uma relação de dependência (uma oração é a subordinante e a outra é a subordinada). Em geral, uma das orações não poderia ficar sozinha numa frase simples. Por exemplo, se pegarmos na frase complexa «Choraremos todos se o Benfica for campeão», não poderemos isolar numa frase simples
*O Benfica for campeão.

Como oração subordinada que era, depende demasiado da sua subordinante (o próprio tempo do verbo resulta da outra oração).
Mesmo quanto ao sentido, as orações coordenadas são bastante independentes entre si. Muitas vezes, até é possível trocar a sua ordem na frase, sem prejudicar o sentido:
O Chelsea foi campeão e o Sporting não ganhou.
Ao contrário, quando a relação das orações é de subordinação, haverá decerto prejuízos se se fizer a troca da ordem:
O Benfica será campeão, se chorarmos todos.

é já diferente do que tínhamos na frase com a outra ordem.

À frente destas frases escreve C + C ou S + s, consoante sejam duas coordenadas ou Subordinante + Subordinada.

O Epifânio vai ao cinema e eu ficarei na escola. C + C
Comerei pão ou beberei leite. _____
Darei a vida, para que jogues com a tua PS2 _____
Moro em Benfica, contudo detesto o Benfica. _____
Dar-te-ei um «5», ainda que tenhas 10%. _____

Não é só através de conjunções que se faz a ligação das orações que constituem frases complexas. Pode bastar a pontuação, no caso de orações coordenadas, e, no caso da subordinação, podem as orações subordinadas ser introduzidas por pronomes, advérbios, preposições, por exemplo. Mas vamos concentrar-nos na ligação por meio de conjunções. Repara no seguinte quadro. (As subclasses a estudar no sétimo ano são as seis primeiras.)

Conjunções (e locuções) coordenativas
Copulativas: e, nem, não só... mas também, bem como, assim como
Adversativas: mas, porém, todavia, contudo, no entanto, não obstante
Disjuntivas: ou, ou... ou, ora... ora, seja... seja, quer... quer
Conclusivas: logo, portanto, pois, por conseguinte, por consequência, por isso
Conjunções (e locuções) subordinativas
Causais: porque, porquanto, como, pois, que, visto que, já que, pois que, dado que
Temporais: quando, enquanto, mal, apenas, à medida que, antes que, depois que, sempre que
Finais: para que, a fim de que
Condicionais: se, caso, salvo se, a não ser que, contanto que, desde que, excepto se
Concessivas: embora, conquanto, ainda que, se bem que, mesmo que
Consecutivas: de tal modo... que, tão... que, tanto... que
Comparativas: mais... do que, menos... do que, tão.... como, conforme, segundo, consoanteo
Integrantes: que, se

Faz a correspondência entre as orações 1-13 e as orações A-M, de forma a constituíres frases complexas aceitáveis (e lógicas). Vai preenchendo as quadrículas em baixo, como fiz para um dos casos.

1. Sempre que a Risoleta escreve um livro,
2. Devem internar o Teodorico num manicómio,
3. À medida que os anos passam,
4. Se partirmos às sete horas,
5. Como concorremos ao Concurso literário José Gomes Ferreira,
6. Serei condenado a trinta anos de prisão,
7. Camilo Castelo Branco suicidou-se,
8. A colheita de uva moscatel será mais pequena,
9. O Vitalino é tão petulante,
10. O pai arranjou uma explicadora,
11. Quando o Boavista marcou,
12. Jorge Costa foi expulso com toda a razão,
13. O professor deu um grito altíssimo,

A dei pulos de contentamento.
B tenho mais cabelos brancos.
C oferece-me um exemplar.
D já que pisou intencionalmente o adversário.
E dado que já estava muito cego.
F como a sua mulher é modesta.
G ganharemos fabulosos prémios.
H porque os alunos tagarelavam desbragadamente.
I do que pensavam os viticultores setubalenses.
J chegaremos pela tardinha a A-dos-Cunhados.
K antes que faça mais uma das suas tolices.
L salvo se apresentar um alibi plausível.
M a fim de que o rapaz passasse a Educação Física.

1-C / 2- / 3- / 4- / 5- / 6- / 7- / 8- / 9- / 10- / 11- / 12- /13-

Retira de cada frase a conjunção que serve de conector e indica a sua subclasse Repara como já fiz para a frase resultante de 1 + C:

Frase formada pelas orações... / Oração subordinada começa por... / que é conjunção subordinativa...
1 + C / sempre que / temporal
2 +
3 +
4 +
5 +
6 +
7 +
8 +
9 +
10 +
11 +
12 +
13 +
Frase; oração e predicado; predicado, complemento directo,
nome predicativo do sujeito
Já vimos que uma frase simples é a que tem só uma ____ e que a frase complexa é a que tem mais do que uma ________. Vimos também que uma das maneiras de ligar duas frases simples (de modo a passarmos a ter uma frase com duas orações) é usar conjunções (tanto subordinativas como _______).
Dou-te duas frases simples (ou duas orações absolutas, que é o mesmo). Vais ligá-las, usando, primeiro, uma conjunção coordenativa (e, mas, ou, etc.); depois, uma conjunção subordinativa (quando, porque, enquanto, dado que, etc.).

A Raquel fala com o Luís.
A Marta fala com a Joana.
..................................

O Bruno está irritado.
O Rúben escondeu o estojo do Bruno.
..................................

Nas duas frases que formaste as orações são, no primeiro caso, orações coordenadas copulativas/adversativas/disjuntivas/conclusivas {risca as alternativas erradas} e, no segundo caso, oração subordinante e subordinada causal/temporal {escolhe}

Podemos fazer o contrário: passar uma frase complexa a duas frases simples:

O João fala com a Rita ou fala com o Tiago.
........................................... ...................................


Como é que reconhecemos uma oração? Cada oração apresenta apenas uma forma verbal (ou uma locução verbal). Esse verbo será o núcleo do predicado. Cada oração tem obrigatoriamente um predicado.
Nas frases seguintes, sublinha os verbos (no caso da terceira frase, um dos verbos está na conjugação composta, devemos considerá-lo uma única forma verbal).

Cumprimentei o arco-íris.
A vida em Marte é stressante.
Na manhã de sábado, terei revisto, com muita alegria, as várias matérias de gramática, porque, na semana de 6-10 de Junho, numa parte de uma das aulas, o professor fará uma agradabilíssima ficha sobre conteúdos gramaticais.

Sabendo quantos verbos (quantos predicados) temos, podemos perceber que na primeira frase há ______ oração; na segunda frase há ______ oração/orações; na terceira frase há ____ orações.
Só a última frase é complexa. As suas orações estão ligadas pela conjunção _________. É fácil dividir a frase: a segunda oração começa na conjunção e designa-se oração subordinada ________. A primeira oração é a _________.
Vejamos de novo os predicados destas orações.
Na primeira frase simples («Cumprimentei o arco-íris»), o predicado é __________. Este predicado implica também um complemento directo (o que é que cumprimentei?): ____________.
Os predicados das orações da frase complexa são terei revisto (1.ª oração) e fará (2.ª oração). E também eles precisam de complemento directo:
terei revisto o quê? _________ [Resposta: «as várias matérias de gramática»]
fará o quê? ___________.

São estes portanto os complementos directos na frase complexa. Quando um verbo precisa de complemento directo, dizemos que é transitivo (a acção «transita» para o objecto).
Falta-nos falar do predicado da segunda frase simples («A vida em Marte é stressante»). Enquanto nos casos dos verbos que temos visto havia um objecto sobre o qual recaía o efeito da acção (o arco-íris; as várias matérias de gramática; ...), agora o que temos é uma forma do verbo «ser» — é —, que sozinha não tem grande significado e que apenas serve para ligar o sujeito (A vida em Marte) a stressante. Há alguns verbos assim (ser, parecer, estar, ficar, continuar — a estes verbos chamamos copulativos).

A vida em Marte é stressante. Maradona está muito elegante.
A gramática parece um doce.

O que sublinhei é o nome predicativo do sujeito, que ocorre com este tipo de verbos («nome», porque, em geral, é um nome ou adjectivo; «do sujeito», porque serve para caracterizar o sujeito). O predicado, nestes casos, é constituído pelo verbo e pelo tal nome predicativo do sujeito (é stressante, está muito elegante, parece um doce são os predicados). Estes predicados (com verbo + nome predicativo do sujeito) chamam-se predicados nominais. (Os outros predicados, com verbos com acção, são predicados verbais.)

Nas frases a seguir decide se o predicado é verbal ou nominal (e, neste último caso, escreve à frente o nome predicativo do sujeito).

A Sra. Dona Emília é competentíssima. Predicado nominal (nome predicativo do sujeito: competentíssima).
O Afonso cortou o cabelo. Predicado verbal
O Pedro lavou a carteira com lexívia
A sopa de coentros e rabanetes ficou salgada.
O crocodilo de Penalva do Castelo fugiu.
Sujeito

O sujeito é o outro termo essencial das orações. Todas as orações têm, além de predicado, um sujeito, embora este possa ficar subentendido. Em

Cumprimentei o arco-íris.

o sujeito é «Eu» (que não está na frase mas se adivinha pelo contexto). Em

Dá-me imediatamente a caderneta!

o sujeito, também subentendido, é ______.


Ao contrário do que se diz, o sujeito nem sempre é quem pratica a acção. Na frase
Os jogadores do Liverpool foram fintados por Kaká

quem pratica a acção é _______, mas o sujeito gramatical é _________.

Uma pista mais segura para distinguir o sujeito é o facto de ele concordar em número e pessoa com o predicado:

Os jogadores do Liverpool (3.ª p. do pl.) — foram fintados (3.ª p. do pl.)
Vocativo


Lembremos outros termos da frase (outras funções sintácticas) não essenciais.
O vocativo indica a quem nos dirigimos directamente. Sublinhei os vocativos que há nas duas primeiras frases a seguir. Sublinha tu os das restantes.

Dá-me imediatamente a caderneta, Rafael.
Ó stor, o André, o Francisco, o Pedro e o Rui tiraram-me o estojo e eu já não respondo por mim.
Por favor, António, começa a fazer a ficha.
Querida amiga, está cada vez mais bonita.
Excelentíssimos meninos e meninas, vou apresentar um triplo salto com mortal à retaguarda.
Portuguesas e portugueses, estudai gramática.

Reparaste que o vocativo é sempre separado por vírgula(s) e pode ser acompanhado pela interjeição ____. Com facilidade, podemos mudar a posição dos vocativos na frase. Escolhe uma das frases em cima e reescreve-a, trocando o vocativo para outra posição (ou outras posições):
............................................
............................................

Complementos circunstanciais

Outros termos acessórios da oração são os complementos circunstanciais (de tempo, lugar, modo, causa, companhia, fim). Também mudam de posição na frase sem problemas.
Nas frases a seguir, identifica o tipo de complemento circunstancial (que vai sublinhado): tempo (T), lugar (L), modo (M), causa (Ca), companhia (Co), fim (F).

Comi à pressa.
Luís Campos e Cunha anda preocupado por causa do défice.
Fui ao cinema com dois pinguins.
Para minha tranquilidade, vai ao médico.
Na manhã de sábado, terei revisto, com muita alegria, as várias matérias de gramática, porque, na semana de 6-10 de Junho, numa parte de uma das aulas, o professor fará uma agradabilíssima ficha sobre conteúdos gramaticais.
Na estação de Benfica, apanhei o comboio para o Rio de Janeiro.

Uma oração subordinada — temporal ou causal, por exemplo — desempenha uma função que equivale à de um complemento circunstancial. A seguir, ponho uma frase complexa em que a primeira oração (Leonor saiu) é a oração ___________ e a segunda oração, que está sublinhada, é uma oração ___________ causal.
Leonor saiu, porque falava dengosamente.

Posso agora substituir a oração subordinada por um complemento circunstancial de causa. Ficamos com uma frase simples (o complemento circunstancial de causa está sublinhado).
Leonor saiu por causa da sua fala dengosa.

Façamos agora o contrário. Dou-te uma frase simples em que o complemento circunstancial (de tempo) está sublinhado. Transforma-a numa frase complexa, substituindo o complemento circunstancial de tempo por uma oração subordinada temporal.
Durante as grandes penalidades, Figo rezava a Nossa Senhora de Fátima.
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Homónimas, Homófonas, Homógrafas
Palavras homónimas são as que, embora tendo étimos diferentes, apresentam a mesma forma gráfica e de som. Por exemplo, «são» ('eles são') e «são» ('ele é são como um pero) são palavras homónimas (uma vem da palavra latina sunt outra da palavra latina sanum, que por puro acaso acabaram por coincidir na sua «aparência exterior»). Às palavras homónimas chamar-se-á, no nono ano, palavras convergentes.
Palavras homófonas são as que têm o mesmo som (apesar de terem grafia diferente — deduz-se, para não se incluírem as homónimas). Exemplo: «coser» (meias) e «cozer» (batatas).
Palavras homógrafas deviam ser todas aquelas que se escrevessem de modo igual (homo = 'igual' + graf(o) = 'escrito'), mas, na verdade, como as homónimas também se escrevem de modo igual, acabamos por usar a designação apenas para as palavras que, tendo um som diferente, se escrevem do mesmo modo. Por exemplo, «molho» (de chaves) e «molho» (do bife à Império) são homógrafas: apesar de uma se dizer com [ó] e outra com [ô], têm a mesma grafia. (Nos manuais são às vezes dadas também como palavras homógrafas aquelas cuja grafia só diverge nos acentos — «pelo» e «pêlo»; «cópia» e «copia»; «pôr» e «por» —, mas não me parece isso correcto, pois que as grafias destas palavras não são afinal completamente iguais.)
Um outro conceito ainda é o de palavras parónimas ('parecidas'). No fundo, são palavras que se costumam confundir, por terem grafias semelhantes. «Cumprimento» ('saudação') e «comprimento» ('extensão') são parónimas. As palavras a que aludi há pouco (cuja grafia apenas diverge na acentuação) mais do que homógrafas podem ser consideradas parónimas.

Em cada um dos parágrafos seguintes, ponho sempre um par de homónimos, homófonos, homógrafos ou parónimos. Vai escrevendo esses pares na coluna a que pertençam (do quadro no final da folha).

— Sabes de cor e salteado que o amarelo é a cor do mar. — disse o daltónico.
Ele, que se chamava Luís, começava sempre por escrever um ele no cimo da folha (esquecia-se era do acento sobre o i).
Saia, seu desavergonhado — disse a professora Aldegundes ao aluno que olhara com insistência para a sua saia curtíssima.
A Dona São era muito devota de São Virgolino, patrono dos contabilistas e dos professores de Matemática.
Apesar de não saberes gramática, sinto muito que o teu pai te tenha dado com o cinto.
Deste lado do prato, o empadão que me deste tem pouca carne e muito puré — disse o Bruno.
um ano que não vou à praia.
O eminente sábio disse que estava iminente um tsunami orientado exclusivamente para a Praia de Carcavelos (no momento em que jornalistas perguntassem aos banhistas se o tempo estava bom).
Estava a brilhante soprano a fazer os seus exercícios de canto, quando pôde ver pela televisão Maldini a marcar um golo após a marcação de um canto.
Selo a carta com um selo comprado na loja de mestre André.
Com este governo não me governo.
O ilusionista, homem oriundo de uma serra distante, olhou a sua «partenaire», pegou na serra e procedeu ao corte — sem imaginar o fim trágico que teria o espectáculo.
Num anúncio que vi, Obikuelu, quase sem se admirar, perdeu os cem metros com uma velhinha.
Nós não gostamos de gelado de noz e amêndoa; preferimos o de avelã e manga.
O ruído que ouvira estava explicado: os ratos tinham roído o meu melhor camembert.
Na rua Dr. João Couto há uma árvore cujo tronco é um mero coto.
O conselho executivo ordenou que nenhum aluno morador fora do concelho de Lisboa tivesse nível 1, 2, 4 ou 5.
— Nunca ceio com o seio descoberto — disse Janet Jackson.
Pois não vês que era a tua vez de te atirares da ponte.
A manga do casaco da Leontina apresenta uma nódoa provocada pela salada de manga, pêssego e nêspera.
Asso a iguana numa sofisticada grelha de aço importada do Burkina Fasso.
Era bom que estivéssemos na era dos mamutes.
Mesmo com a colher vou colher a mosca que caiu na sopa.
Fora da sala — gritara o professor ao André, ao Bruno e ao Gonçalo. Mas naquele dia até fora o Berga o pior.
Como me maça que a massa ainda esteja a cozer!
Enquanto aparava o labirinto de buxo do belo jardim, sem deixar de pensar no seu filósofo preferido, o senhor Arnaldo Gama metia no bucho uma sandes de couratos.
A Rosa estava tão concentrada no texto que lera, que deixou cair o testo da panela em que estufava a carne.
Homónimas: ....
Homófonas: ...
Homógrafas: ...
Parónimas: ...