Preceitos para o trabalho ao longo do ano
Preceitos ou Deixando por escrito o que gostaria de
evitar repetir ao longo do ano — e, nessa altura, decerto a meio de irritações que
só me envergonhariam
Algumas vezes, as tarefas
pedidas para casa implicam consulta do manual. Até por isso, não será boa
solução tê-lo sempre no cacifo.
Quanto ao caderno do aluno, se o têm, não o percam de vista, ainda que não seja necessário trazerem-no para as aulas. Irei recomendando que façam este ou aquele exercício. Nessas alturas procurarei reproduzir no blogue as páginas do Caderno que sejam necessárias, embora escondidamente, porque as editoras melindram-se muito com este tipo de reproduções e fazem queixa — as simpáticas.
Quase sempre o trabalho em aula
será dirigido por folhas que
distribuo e onde estão as instruções das tarefas e, em geral, espaço para as
resolver. A pouco e pouco, ir-se-ão habituando a perceber as indicações nessas
fotocópias sem me pedirem que explique, nem ao colega do lado. Pretende-se que
sejam capazes de ler enunciados de tarefas, sem esperarem pela explicação oral. É importante habituarem-se a ler, a seguir as instruções pelas folhas e, no caso de tarefas para casa, pelo blogue.
Em grande parte, o vosso «caderno» serão essas folhas. Sugiro,
portanto, um dossiê onde tudo se vá
arquivando, mas desaconselho o uso de plásticos, uma vez que as folhas neles
guardadas acabam por nunca mais serem consultadas. É também preciso ir
arquivando nesse dossiê tudo o que for devolvendo após correção, como redações ou pequenas fichas. Reservo-me o direito de o pedir lá para o final do semestre.
Não é necessário em cada aula
trazer todas as folhas já usadas.
Mas pedia-lhes que trouxessem sempre as da aula anterior, porque haverá casos
em que interessará retomar o que não acabámos.
Convém trazerem sempre folhas soltas, de linhas e com margens,
para redações e outros pequenos trabalhos.
Não ditarei os sumários
na aula. Como muitos outros elementos, os sumários ficarão em Gaveta de Nuvens, que devem consultar
com alguma regularidade. Não me parece útil copiarem para o caderno os sumários, uma vez que, em Português, os sumários descrevem as tarefas mais do que as matérias — por
isso, acabam por ser pouco relevantes para efeitos do vosso estudo.
No blogue, as tarefas pedidas para casa ficam registadas
no final dos sumários. Não são propriamente tepecês, embora, por tradição,
assim lhes chame. No fundo, muitos deles são trabalhos individuais que levo para casa,
corrijo e avalio — peço só que sejam feitos sem grandes ajudas (por favor, nem net nem explicadoras — já agora, em Português as explicações não têm interesse nenhum: o que interessa é que escrevam e leiam, o que tem de ser cada um a fazer sozinho). No início de
cada aula, recolherei as tarefas que tenha pedido, mas costumo aceitá-las
mesmo quando haja um atraso ligeiro.
Redações e correções. Tenho
notado que os alunos tendem a não ver com cuidado o que foi emendado nas redações. Guardam rapidamente os
textos, quase com medo de se confrontarem com o que corrigi — ou talvez sem
paciência para decifrar a minha letra —, quase só ligando à nota que encima o texto
devolvido. Costumo usar classificações
qualitativas — e até, por vezes, hesitantes —, porque se trata de
apreciação com alguma subjetividade; a correspondência dessas notas qualitativas
a valores pode ser vista aqui. Ora, era importante
habituarem-se a verificar o que foi corrigido, evitando que os mesmos erros se
vão repetindo ao longo de todo o ciclo.
Lugares na sala. Pedia-lhes que usassem a
planta que tiverem convencionado com o diretor de turma, com as adaptações
inerentes à nossa sala — dada ocupação da mesa em que ponho o computador.
Mantenham, por favor, esses lugares, sem mudanças por decisão de cada um.
Reservo para mim a faculdade de fazer alguma alteração que me pareça
necessária.
Em aula, seja nos raros momentos em
que falo para todos, seja quando estão a resolver tarefas, ou mesmo quando vemos
algum filme no ecrã, seria incorreto estarem a fazer trabalhos para outras disciplinas e até a completarem tarefas de Português
que se esquecessem de resolver em casa.
Também grave é a consulta do telemóvel. Como se sabe, os telemóveis
devem estar desligadíssimos.
Pontualidade é importante. Aulas de
Português começam mesmo às exatas horas apontadas no horário. Costumo estar já
na sala; por isso podem ir logo entrando. Pode acontecer, é claro, chegarem, uma
ou outra vez, uns minutos depois do que está no horário (ao primeiro tempo, este ano, 8 horas e 10). Não seria trágico,
desde que isso sucedesse por verdadeiro atraso inesperado e não porque tivessem resolvido partir
do princípio de que é sempre consentido um atraso de cinco minutos. Se perceber
que alguns alunos apontam para esses supostos cinco minutos de tolerância como
o verdadeiro momento em que se devem apresentar na aula, passarei a fechar a
porta logo quando comece a falar. Nesse caso, os alunos em causa
apresentar-se-ão ao segundo tempo do bloco. (No 11.º 4.ª, porque o ano passado houve muitos problemas de pontualidade, adoto já desde o início a atitude mais intransigente a que aludi.) Repito: é incivil
não ser pontual. Atrasos involuntários esporádicos são compreensíveis; ao
contrário, é inaceitável os alunos assumirem como normal chegar-se cinco
minutos após a hora marcada. Por favor, não me venham depois com a conversa de
que a tolerância de cinco minutos está estipulada não sei onde. Não está. Mesmo
que estivesse, teria sempre eu todo o direito de não permitir que uns egoístas
interrompessem as aulas desconsiderando os outros.
Ao mesmo tempo, seremos também
muito respeitadores da hora de saída.
Aulas não se devem alongar até depois da hora marcada. É justo que os alunos possam
ter todo o tempo do intervalo. Acho incorreto que os meus colegas que fazem
testes prevejam mal o tempo e consintam que os alunos ocupem o intervalo a
fazê-los, chegando às aulas de Português atrasados, cansados e esfomeados.
Digam isto aos vossos professores. Estou a
brincar. Mas digam.
Assiduidade. O facto de a avaliação ser
rigorosamente contínua faz que, mais ainda do que em outras disciplinas,
faltar-se demasiado acabe mesmo por prejudicar a avaliação. É claro que
saberemos proteger os casos em que as ausências resultem de doença ou de outra
situação acolhível, mas é preciso ter a noção de que, não estando presente,
o aluno não está a aprender, não está a fazer as tarefas — e não está a fazer os
nossos testes, que são todas as tarefas.
Convém não ter a ideia de que a
apresentação de uma justificação de ausência é suficiente para que tudo esteja
bem em termos de ensino. A justificação resolve a vertente administrativa.
Porém, continua a não ter havido ensino. Repito que não estou a pensar nos
casos de doença, mas naqueles — que, por vezes, vão acontecendo — em que o
aluno assume que o regime do ensino secundário não seria presencial: como
acontece em algumas faculdades, far-se-iam as «frequências» e, no resto,
aparecer-se-ia de vez em quando. (Ainda um outro problema que já tem acontecido: pensar-se que nas aulas finais dos semestres se pode faltar, porque já não haveria ensino/avaliação. Creio que esta ideia errada decorre dos chamados «testes formais», que, para quem segue esse conceito, só teriam lugar até um pouco antes do final das aulas. Só que, no nosso caso, não se trabalha com o que seja «o teste». Haverá até ao fim de cada semestre tarefas de ensino e, por isso, de testagem — não consigo separar as duas perspetivas. Considero a última aula de cada semestre a mais importante.)
Já agora, quando faltam, os
alunos podem, e devem, fazer os tepecês das aulas a que não assistiram. Também
é interessante que tentem recuperar algumas tarefas feitas em aula. Saberão os
tepecês pela consulta do blogue; as tarefas da aula não as têm no imediato, mas tentarei afixá-las poucos dias depois da aula, na secção aulas.
O meu endereço de e-mail
está no cabeçalho de todas as folhas. Podem usá-lo para me pôr dúvidas, etc. Notem que respondo sempre que recebo algum
correio, no máximo, no prazo de um dia. Portanto, se não receberem
resposta minha, é que nada me chegou e, provavelmente, ter-se-ão enganado no endereço — repito: luisprista@netcabo.pt. Não sou tão pontual a responder ao que me seja perguntado através da Classroom (para evitar receber notificações a toda a hora, não tenho essas mensagens redirecionadas, o que faz que só delas vá tomando nota quando, propositadamente, consulto cada tarefa).
Acerca da avaliação específica da
disciplina falar-se-á não de imediato mas em breve, já que assim ficou
combinado para toda a escola. De qualquer modo, nas minhas turmas a avaliação
não se distinguirá muito do próprio ensino. As tarefas que forem fazendo — em
todas as aulas mas também em casa — serão, ao mesmo tempo, elementos de
avaliação. Não haverá «o» teste. Estaremos sempre, de certo modo, a fazer
testes.
Esta maneira de proceder
justifica-se pelo objeto do ensino em Português. Nesta disciplina o foco está
em processos que se treinam — escrita, leitura, compreensão do oral, expressão
do oral, até a chamada «educação literária» — mas que não são estudáveis: não se
prepara, para um teste, a escrita ou a compreensão dos textos. Trata-se aliás
de competências que não evoluem rapidamente, embora sejam melhoráveis
a médio e a longo prazo. As tarefas através de que se vai treinando a escrita,
a leitura, a expressão oral e a compreensão do oral podem ir dando noção da
proficiência de cada aluno — se lhes fizesse um teste marcado no dia tal, a
vossa redação seria do mesmo nível daquelas que foram fazendo no dia a dia; a
interpretação do texto que lhes pedisse andaria pela média dos resultados que
terão nos questionários breves que formos fazendo a propósito de muitos
textos.
É verdade que há uma parte do
Português que implica informação estudável: é a gramática e, mas não tão
evidentemente, o conhecimento geral das obras do programa e de alguma
terminologia da teoria literária. E, realmente, no caso da gramática, e de alguns conteúdos de teoria da literatura,
a avaliação decorrerá de uma testagem fora do momento do próprio treino. Para
esse domínio teremos pequenos testes.
Nada disto contende com o que
está nos critérios da disciplina,
que indicam a ponderação a usar nos vários domínios mas não definem quantos
instrumentos de testagem podem ser usados para se chegar à apreciação desse
domínio. Mas disso falar-se-á depois.
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