Aulas (2.º período: 62-81)
Aula 62-63 (11 [1.ª], 12/jan [3.ª]) Lê «Fernando
Pessoa: o ciclo das estações» (p. 89), crónica (ou artigo de opinião, como lhe chama o manual) de José Manuel dos
Santos. Completa (segundo o que se lê no texto):
os vários Pessoas |
meteorologia |
característica que
permite a analogia |
________ |
inverno |
«inverno interior»; «gelo invariável da ____»; «vento tão
mortal e tão alto [...]»; «febre ____» |
Ortónimo — Mensagem |
_____ |
«________ no inverno da História» |
Alberto Caeiro |
_____ |
«fatalismo feliz, em que nascemos naturais como as flores»;
«torna a ____, a ____ e a verdade uma e a mesma coisa» |
________ |
verão |
«ardor alucinado, doloroso, sexual, fazendo dos ___ um verão
explodido» |
Ricardo Reis |
_____ |
«numa serena _____, [...] contempla a vida na luz dourada e
triste que antecede o ___» |
Bernardo Soares / LdoD |
_____ |
«todas as estações se perturbam e ______» |
Responde
à pergunta 3, fazendo corresponder
estes onze trechos às sete classificações mais em baixo (que, portanto, podem
estar abonadas mais do que uma vez):
1. «é o silêncio do sol»
(l. 29)
2. «um vento tão mortal e
tão alto que nos assombra como um ritual cumprido sob um céu vazio.» (ll.
10-11)
3. «como em certos dias
dos Açores, todas as estações se perturbam e confundem em Bernardo Soares e no
seu Livro do Desassossego»
(ll. 24-25)
4. «O inverno é o remorso
do verão» (l. 1)
5. «em todas as estações
por onde passa o comboio que nos leva, [...], e em cuja carruagem da frente o
destino joga um jogo fatal com cartas que têm o nosso rosto». (ll. 30-32)
6. «Quando leio Pessoa
ele-mesmo» (l. 8)
7. «tornando desconhecido
o que conheço e inesperado o que espero». (ll. 4-5)
8. «na sua febre fria»
(ll. 13-14)
9. «para olhar o que se
esconde e escutar o que emudece» (ll. 28)
10. «O
frio (...) é nos olhos que cintila.» (ll. 26-27)
11. «numa serena ansiedade
saciada» (ll. 17-18)
aliteração —
_______
comparação —
_______
metáfora —
_______
metonímia —
_______
antítese —
_______
paradoxo —
_______
sinestesia — _______
Lê
«Eu nunca fiz se não sonhar» (pp. 80-82), do Livro
do Desassossego. Como se dizia na crónica de José Manuel dos
Santos, no Livro todas as estações
(isto é, todos os Pessoas) surgem, de certo modo, misturadas, como acontece em
certos dias nos Açores.
Tenta localizar no
texto de Bernardo Soares passos que
pudessem caracterizar o ortónimo ou os heterónimos. Completa:
Ortónimo (sonho/realidade) |
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Ortónimo (dor de pensar) |
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Ortónimo (fingimento poético) |
«Ter de estar aqui escrevendo isto, por me ser preciso à
alma fazê-lo, e mesmo isto, não poder sonhá-lo apenas, exprimi-lo sem
palavras, sem consciência mesmo, por uma construção de mim próprio em música
e esbatimento [...]» |
Ortónimo (fragmentação do eu) |
«alinho na minha imaginação [...] figuras que habitam, e são
constantes e vivas, na minha vida interior. Tenho um mundo de amigos dentro
de mim, com vidas próprias, reais, definidas e imperfeitas» // . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Ortónimo (decifração do enigma do
ser) |
«Nunca tive outra preocupação verdadeira senão a minha vida
interior. As maiores dores da minha vida esbatem-se quando, abrindo a janela
para dentro de mim, pude esquecer-me na visão do seu movimento» |
Álvaro de Campos ou Ortónimo (tédio, nostalgia) |
«Ah, não há saudades mais dolorosas do que as das coisas que
nunca foram! O que eu sinto quando penso no passado que tive no tempo real,
quando choro sobre o cadáver da vida da minha infância ida...» // . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Álvaro de Campos
futurista |
«[...] outros têm uma vida boémia, pitoresca, humilde. Há
outros que são caixeiros-viajantes. (Poder sonhar-me caixeiro-viajante foi
sempre uma das minhas grandes ambições [...])» |
Alberto Caeiro |
«As flores do jardim da pequena casa de campo [...] // As
hortas, os pomares, o pinhal, da quinta [...] // . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Ricardo Reis |
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Finalmente,
ouçamos num depoimento de Cleonice Berardinelli (inserido num bom documentário
da Globo acerca de Fernando Pessoa) como a professora brasileira tipifica cada
um dos heterónimos (ver só os minuto 52 a 54):
Escreve
uma apreciação crítica da publicidade de «A Nossa Aposta». O teu comentário
deve preocupar-se com a análise do cartaz enquanto veículo publicitário, mas,
ao mesmo tempo, revelar conhecimentos pessoanos. Não explicites demasiado um
juízo valorativo. Um texto deste género deixa, em parte, que o leitor infira a
opinião do crítico.
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[Solução minha:]
Trata-se de anúncio comercial, cujo
objetivo é publicitar as apostas de uma dada casa de jogos, a Nossa Aposta
(nossaaposta.pt).
Para efeitos de atrair o leitor, aposta-se
no reconhecimento dos elementos icónicos, três figuras que assumimos serem os
heterónimos de Pessoa — seria mais transparente se fossem quatro retratos, que
conotaríamos de imediato com Fernando Pessoa ele-mesmo, com Campos, Reis e
Caeiro. O que ajuda à identificação das três caras é o vocativo na pergunta
«Fernando, em quem apostas?», que, porém, só descodificamos se for lida em
conjunto com o reconhecimento das três faces. É-nos sugerido sermos nós a
inferir que aquele «Fernando» é Pessoa, o que, na psicologia destas coisas,
funciona como um primeiro reforço ao potencial cliente.
Se a pergunta visa chamar a atenção, a
resposta corresponde ao slogan, «A Nossa Aposta é na Odd Triunfal», que associa
o nome da marca a ‘odd’, situando-a assim no seu contexto de casa de jogos, e a
‘triunfo’, o que transmite uma imagem positiva. Os criadores do anúncio partem
do princípio de que o público que é alvo desta publicidade conhece a «Ode
triunfal», de Álvaro de Campos, o que despertaria simpatia (pelo trocadilho) e
contribuiria para a memorização da frase. Esta assunção, contudo, parece-nos
demasiado otimista: serão assim tantos os que descobrirão no slogan uma alusão
ao poema do heterónimo futurista-sensacionista?
O filme que começaremos a ver hoje — Howl
(Uivo), 2010, de Rob Epstein e Jeffrey Friedman — trata de um caso
verídico, o julgamento a que foi sujeito Allen Ginsberg por causa do longo
poema Howl (Uivo), de 1956.
Ginsberg integrou a chamada «Beat Generation», que — cinquenta
anos depois de Fernando Pessoa (aliás Álvaro de Campos e Alberto Caeiro) — se
inspirou também em Walt Whitman.
Trechos em Uivo |
Recursos estilísticos |
«a sopa de massinhas do tempo» |
metáfora |
«que provaram as pássaras de um milhão de
catraias» |
hipérbole (e metáfora/perífrase) |
«para verificar se eu tenho uma visão ou se tu
tinhas uma visão ou se ele tinha uma visão para descobrir a Eternidade» |
polissíndeto |
«Denver tem saudades dos seus heróis» |
metonímia |
«o cabelo da alma iluminou-se» |
|
«[Moloch] cujos olhos são mil janelas cegas» |
|
«ficaram apenas com a sua insanidade e as suas
mãos e um júri anulado» |
|
«cujo amor é pedra e petróleo sem fim» |
|
«a quem foi dado um vazio concreto de insulina,
Metrazol, eletricidade, hidroterapia, psicoterapia, terapia ocupacional,
pingue-pongue e amnésia» |
|
«cujas fábricas sonham e morrem no nevoeiro» |
|
Ó legiões magras, corram
lá para fora |
|
Ó
choque misericordioso de estradas ornado, a guerra eterna chegou |
|
Ó vitória, esquece as
tuas ceroulas |
|
Estou contigo em Rockland, onde irás cindir os
céus... / Estou contigo em Rockland, onde os vinte... / Estou contigo em
Rockland, onde achamos e beijamos... / Estou contigo em Rockland, onde
acordamos eletrificados... |
|
A máquina de escrever é sagrada. / O poema é
sagrado. / A voz é sagrada. / As orelhas são sagradas. / O êxtase é sagrado. |
|
vieram lançar bombas angélicas |
|
Walt Whitman, Leaves of Grass
(Folhas de erva), 1897
Álvaro de Campos (primeiros textos em 1914)
Dadaístas (ca. 1916, Tristan Tzara, etc.)
Geração Beat
Allen
Ginsberg, Howl (Uivo), 1956
Jack Kerouac, On the road (Pela estrada fora), 1957
William S.
Burroughs, Naked lunch (Almoço nu),
1959
Carl Salomon
Neal Cassady
TPC — Durante as férias, pus em Gaveta de Nuvens informação sobre duas tarefas (esta e esta) a fazer nos próximos
tempos; no final da aula de hoje haverá chamada para ambos os trabalhos via
Classroom.
Aula 64R-64 (12 [1.ª], 13/jan [3.ª]) Esta matéria, ‘Texto e textualidade — Coesão e coerência’, está nas pp. 18-19 e 21 do anexo do manual. Embora seja um dos poucos conteúdos específicos do 12.º ano (consta no programa mesmo sem ser a título de revisão), no ano passado já falámos dele. Este sumário, semelhante a outro que terão algures, resume o assunto:
Coesão e Coerência textuais
Coesão textual
coesão gramatical
coesão frásica:
ordenação das
palavras e funções sintáticas; concordância; regências.
coesão interfrásica:
mecanismos de
coordenação ou subordinação; conectores; pontuação.
coesão temporo-aspetual:
correlação de
modos e tempos verbais; advérbios e expressões preposicionais com valor
temporal; articuladores indicadores de ordenação; datas e outras marcas
temporais.
coesão referencial:
recurso a
anáforas, catáforas, elipses; deíticos.
coesão lexical:
uso de repetições;
sinonímia; antonímia; hiperonímia, hiponímia; holonímia, meronímia.
Coerência textual
coerência lógico-conceptual observa três princípios:
princípio da não contradição:
não deve
haver a afirmação de uma ideia e, em simultâneo, o seu oposto.
princípio da não tautologia ou não redundância:
as ideias não
devem ser repetidas.
princípio da relevância:
as ideias
devem estar relacionadas com a temática do texto.
coerência pragmático-funcional versa a relação texto-situação.
Do
Caderno do Aluno do manual Plural. 12.º ano (Lisboa, Lisboa
editora, s.d.; [não é o nosso]):
As
frases que seguem apresentam incorreções, não são coesas. Lê-as e estabelece
com as afirmações 1-9 as correspondências que explicam o erro gramatical que
lhes retira coesão. Transforma as frases em frases coesas.
A. Os jovens gostam de ler livros nas férias de
aventuras.
B. Os
Lusíadas é o nome da epopeia que escreveu Camões.
C. Se ele escrevesse outras
epopeias também a leríamos.
D. Quem escreveu Os Lusíadas é Luís de Camões.
E. A obra de Luís de
Camões e de
Fernando Pessoa existe na biblioteca.
F. A Mensagem de
Fernando Pessoa é um
livro que eu gosto.
G. Fernando Pessoa
respondeu para Mário de Sá-Carneiro numa breve carta.
H. A Mensagem
é uma obra-prima, mas é um grande livro.
I. Ele sempre utilizou.
J.
Devido aos seus problemas, a Ana esteve sempre sobre observação.
1. O conector utilizado
estabelece uma relação não adequada entre as duas frases.
2. O sujeito deve
preceder o verbo.
3. O verbo gostar rege a
preposição «de».
4. O verbo da frase não
rege a preposição utilizada.
5. Os elementos da frase
não estão corretamente ordenados.
6. O tempo verbal
utilizado não deve ser o presente.
7. Uso incorreto da
preposição.
8. Falta o complemento
direto, uma vez que o verbo é transitivo.
9. Não há concordância
entre o pronome e o nome.
10.
Não há concordância entre o sujeito e o predicado
A
maioria das frases transcritas em baixo apresenta problemas de sintaxe (haverá também frases
incoerentes). Tenta perceber o erro gramatical que
impede a sua coesão (ou, em um ou dois casos, falta de coerência)
e transforma-as em frases corretas.
Tratam-se,
de uma maneira geral, de apartamentos lindíssimos.
Ainda
existe muitas pessoas que precisam de casa.
No futuro
haverão muitas casas tão boas como essas.
Fazem
dez anos que mudei para a casa onde vivo.
Em
Portugal precisam-se muito de casas novas.
A
casa é muito boa, porém gostei bastante dela.
Em
todas as casas há excelentes roupeiros, por conseguinte o Filipe não comprou
nenhuma.
Eu
perguntei a ele se queria ser meu namorado.
Além
dos processos morfológicos de formação
de palavras (que revimos há pouco), no domínio da formação de palavras
temos de contar com os «processos irregulares de formação de palavras»,
a que voltamos agora:
Os
exercícios seguintes são tirados de Nova
Gramática didática do português:
1. Os exemplos listados abaixo
ilustram um processo irregular de formação de palavras. Identifique-o. ________
rato (‘animal’) > rato (‘dispositivo
informático’)
leitor
(‘aquele que lê’) >
leitor (‘professor universitário’)
portal
(‘porta grande’) >
portal (‘página da Internet’)
salvar
(‘livrar de perigo’) >
salvar (‘guardar’)
2. Distribua as palavras
que se seguem pelo quadro abaixo.
soirée
| restaurante | menu | jeep | bife | lambreta | diesel | airoso | flamenco |
maestro | recuerdo | futebol | confetti | piloto | dobermann | stock |
alzheimer | tapa | tablier | muesli
Empréstimos |
|
Galicismos |
|
Anglicismos |
|
Italianismos |
|
Espanholismos |
|
Germanismos |
|
3. Descubra, na sopa de
letras, seis palavras formadas por amálgama. Encontrá-las-á na horizontal e na
vertical.
4. A lista de palavras
apresentada é composta por acrónimos e siglas. Classifique-as e especifique o
seu significado. [Não especifiques por escrito; pensa só.]
a)
PALOP — ______ || b) CD — _____ || c) PSP — _____ || d) BD —_____ || e) OTAN —
______ || f) OMS — ______ || g) ONU — _____ || h) TAP — _____ || i) UE —
_______ ||j) PME — ______
5. Recorra ao processo de
truncação para formar palavras.
a)
motociclo > _________
b) fotografia > _________
c) exposição > _________
d) zoológico > _________
e) quilograma > __________
f) metropolitano > _________
g) hipermercado > ________
h) discoteca > ________
6. Proponha uma
onomatopeia para cada caso apresentado.
a)
avalancha — ___________
b) mergulho — ____________
c) vidro partido — ___________
d) chuva — ___________
e) batida na porta — _____________
f) vento — _____________
g) trovão — _____________
h) queda — _____________
A violação dos princípios em que assenta a coerência
textual terá como consequência a incompreensão ou a surpresa pela
falta de sentido do que se lê. No entanto, podem as infrações à coerência
textual serem propositadas, ou para se inovar em termos literários ou para se
obterem efeitos humorísticos. Correntes literárias como a surrealista (mas
também os autores modernistas, como Pessoa) aproveitaram frequentemente o
inesperado dessas quebras da lógica do texto.
Recurso
constante dos Gato Fedorento são as beliscaduras na coerência. Preenche as
quadrículas com os títulos dos sketches
(em geral, da série Barbosa):
Deputado dirige-se à
assembleia / Homem que repete frases do Sandokan / Qual papel? / O médico
hipocondríaco / Conversas com empregados de mesa / Indivíduo na bagageira /
Estenógrafo fadista / Super-irritante / Velha que faz apartes longuíssimos
Classificação do «problema» |
Sketch |
Explicação
da infração |
Coerência afetada por não se cumprir princípio da relevância |
|
Parte do discurso não concorre para o foco
temático do relato. |
|
O longo comentário intercalado não se integra no
diálogo inicial (e as ovações finais parecem ir contra o resto do contexto) |
|
Coerência afetada por não se cumprir princípio da não contradição |
|
Quando supúnhamos estar perante um programa de
televisão, abre-se um cenário novo, incompatível com o anterior. |
|
Indiferença perante situação estranhíssima vai
contra o que é expectável no mundo real. |
|
Coerência afetada por não se cumprir princípio da não tautologia (ou não
redundância) |
«Deputado dirige-se à Assembleia» |
Não há informação nova ao longo do discurso. |
|
O protagonista assume não renovar as
informações, limitando-se a repetir. |
|
|
Além do incumprimento do princípio de não
tautologia, há também falhas de coesão lexical e referencial (substituição da
palavra repetida). |
|
Coerência afetada por inadequação pragmático-funcional |
|
Registo infantil (passos e berlindes) não é
apropriado a uma consulta médica (há também contradição: médico quer ser
doente). |
|
Registo linguístico (com oscilações entre o
jargão do direito e a linguagem corrente) e confusão de modos e tipos
textuais tornam a situação inverosímil. |
Eis a parte B do grupo
I da prova nacional de 2019 (época especial):
PARTE B
Leia o texto. Se necessário, consulte as
notas.
Como quando do mar tempestuoso
o marinheiro, lasso1 e trabalhado,
d’ um naufrágio cruel já salvo a nado,
só ouvir falar nele o faz medroso;
5 e jura que em que2 veja
bonançoso
o violento mar, e sossegado
não entre nele mais, mas vai, forçado
pelo muito interesse cobiçoso;
assi, Senhora, eu, que da tormenta
10 de vossa vista fujo, por3 salvar-me,
jurando de não mais em outra ver-me;
minh’ alma, que de vós nunca se
ausenta,
dá-me por preço4 ver-vos, faz tornar-me
donde fugi tão perto de perder-me.
Luís
de Camões, Rimas, edição de A. J. da Costa Pimpão, Coimbra, Almedina,
1994, p. 138.
NOTAS
1lasso – cansado; fatigado.
2em que – ainda que.
3por – para.
4dá-me por preço – impõe-me; dá-me por
destino.
4. Explicite a comparação que é desenvolvida
ao longo do poema.
5.
Interprete a antítese «salvar-me» (verso 10) / «perder-me» (verso 14), no
contexto da relação amorosa que o sujeito poético estabelece com a «Senhora».
6.
Relativamente ao soneto transcrito, apresente:
a)
o esquema rimático;
b)
a classificação das rimas.
Aula 65-66 (14/jan [1.ª, 3.ª]) Correção de apreciação crítica feita na penúltima aula e de tabela sobre figuras de estilo em Uivo (cfr. Apresentação).
Paratexto e
estrutura
Faz
a referência bibliográfica (autor, título, cidade da editora, editora, ano
da edição).
A
primeira fonte destes elementos deve ser o frontispício (página [3], neste
caso). Quando haja dados de que não possamos certificar-nos pela folha de rosto
(o referido frontispício), recorreremos ao colofão (na última folha), à ficha
técnica, à capa, etc.: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . .
Este
livro não numera a edição. Se o fizesse, esse elemento poderia constar logo
após o título. E poríamos a seguir à data da edição e entre parênteses o ano da
1.ª edição, 1934.
Verifica estas partes do livro (matéria que se integra
no estudo do paratexto):
Capa:
tem um ________ (poema visual) que usa versos de Pessoa e desenha a efígie do poeta.
Contracapa:
reproduz o poema «__________», o primeiro texto de Mensagem; em baixo, vêm os logótipos dos ___________.
Lombada:
tem só o ______ da obra.
Colofão
(ou, à latina, colofon): em vez do
tradicional «Acabou de imprimir-se a […]», contém uma espécie de _______.
O anterrosto repete o desenho
caligramático da capa. No entanto, há na p. ____ o que poderia ser o verdadeiro
anterrosto, já que a página tem apenas o título, como é característico das
páginas três. Terá sido lapso (e a ordem das pp. 5 e 3 ter saído mal, sendo a
p. 1 uma mera folha de guarda)?
No
miolo do livro há, no cabeçalho, o
título corrente, nas páginas ímpares, e nome do autor, nas ________. Nesse
espaço, dito dos «títulos correntes», vem «Índice» na parte do livro que lhe
corresponde.
Na
p. [7], temos a epígrafe: «_________»
(‘Bendito Deus Nosso Senhor que nos deu o Sinal’).
Preenche as quadrículas
vagas da tábua seguinte, sobre a estrutura
de Mensagem:
Primeira parte / Brasão |
Os Campos |
O dos Castelos |
|
|
|||
|
Ulisses |
||
Viriato |
|||
O Conde D. Henrique |
|||
D. Tareja |
|||
D. Afonso Henriques |
|||
D. Dinis |
|||
D. João o Primeiro |
D. Filipa de Lencastre |
||
As Quinas |
|
||
D. Fernando, Infante de Portugal |
|||
D. Pedro, Regente de Portugal |
|||
D. João, Infante de Portugal |
|||
D. Sebastião, Rei de Portugal |
|||
A Coroa |
Nun’Álvares Pereira |
||
|
[A Cabeça do Grifo:] O Infante D. Henrique |
||
[Uma Asa do Grifo:] D. João o Segundo |
|||
[A Outra Asa do Grifo:] Afonso de
Albuquerque |
|||
Segunda parte / Mar Português |
O Infante |
||
|
|||
Padrão |
|||
O Mostrengo |
|||
Epitáfio de Bartolomeu Dias |
|||
Os Colombos |
|||
Ocidente |
|||
Fernão de Magalhães |
|||
Ascensão de Vasco da Gama |
|||
|
|||
A Última Nau |
|||
Prece |
|||
|
Os Símbolos |
|
|
O Quinto Império |
|||
O Desejado |
|||
As Ilhas Afortunadas |
|||
|
|||
|
O Bandarra |
||
António Vieira |
|||
«Screvo meu livro à beira-mágoa» |
|||
Os Tempos |
Noite |
||
Tormenta |
|||
Calma |
|||
Antemanhã |
|||
|
De
que tratam as três partes de Mensagem?
A 1.ª parte, «Brasão», trata da fase de _______ de Portugal
e seu crescimento. A 2.ª parte, «Mar Português», versa a ________ de Portugal,
os Descobrimentos. A 3.ª parte, «O Encoberto», trata da estagnação da pátria e,
profeticamente, do seu ressurgimento.
«Brasão»
tem _______ {numeral, mas por extenso}
poemas, repartidos por cinco partes, que aproveitam classificações heráldicas
(campos; castelos, quinas; coroa; timbre). A primeira destas sub-partes
funciona como introdução às dezassete _________, abordadas em cada poema, que
representam características do povo português. A epígrafe de «Brasão» é
«_________», um oxímoro (‘Guerra sem guerra’).
A parte «Mar Português» é
constituída por ____ poemas e não tem outra repartição. A epígrafe desta parte,
«_______» (‘Posse do mar’), alude à saga dos descobrimentos. Desta parte já
referimos em aula um dos poemas, precisamente o homónimo da secção,
«__________», a propósito da frase tornada proverbial «Tudo vale a pena, se a alma
não é pequena».
A parte «O Encoberto»
implica a visão esotérica de Pessoa, uma síntese de história, mito e profecia.
Esta parte situa-se depois do desastre de ________. Está aliás toda centrada na
figura do rei _____, o encoberto. Logo pelos títulos se vê que a organização,
agora, decorre mais do simbolismo, não se adotando tanto o formato ‘galeria de
personagens’. A epígrafe é «________» (‘Paz nos céus’), que corresponderá ao
estado ideal conseguido com o profetizado Quinto Império.
Pelo índice, repara nas datas predominantes da elaboração dos poemas. Os poemas da primeira
parte são quase todos posteriores a ____, ou deste exato ano. Os textos de «Mar
Português» são maioritariamente de __-__, a época do sidonismo. Finalmente, o
ano mais representado na terceira parte é 1934 (precisamente, o ano da
publicação de Mensagem, penúltimo da
vida de Pessoa, quando o Estado Novo se implantava).
Vejamos
a estrutura formal, em termos de versificação, de Mensagem.
Que
tipo de estrofe predomina? {circunda os quatro tipos que consideres mais
presentes, após folheares o livro sem grandes demoras} Dísticos, tercetos,
quartetos ou quadras, quintilhas, sextilhas, sétimas, oitavas, nonas ou
novenas, décimas, centésimas.
Os
versos {escolhe} são brancos / têm
rima / são amarelos.
O metro (o número de sílabas métricas)
predominante deve ser o {escolhe}
monossílabo, dissílabo, trissílabo, tetrassílabo, pentassílabo (ou redondilha
menor), hexassílabo, heptassílabo (ou redondilha maior), octossílabo,
eneassílabo, decassílabo, hendecassílabo, dodecassílabo (alexandrino).
O
único poema que não tem título é o terceiro aviso, que está na p. ____. É o
único texto em que o assunto parece ser o próprio poeta.
O
último verso de Mensagem é «_______»,
seguindo-se-lhe a fórmula de despedida latina, «______» (‘Saúde [Força,
Felicidade], Irmãos’).
Regressando
à tabela na outra folha, põe um visto ao lado dos poemas que estejam no nosso
manual (pp. 102-112 e 122).
Cria
um caligrama, cujo tema será da tua lavra. Não te preocupes apenas com o
desenho dos versos (que não têm de ser rimados), tenta que o texto seja também
inteligente.
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Ginsberg a ler Howl (Uivo), em 1959
(só áudio):
TPC — No manual, lê as pp. 98-100 e relanceia
também o quadro na p. 101.
Aula 67-68 (18 [1.ª], 19/jan [3.ª]) Na p. 102 do manual, lê o «O dos castelos», o primeiro poema de Mensagem.
Resolve
a pergunta 1 da mesma p. 102, acrescentando à resposta que se segue os topónimos (nomes de lugares) ou gentílicos (designações de povos) em
falta.
1. A _____ é descrita no poema como se de uma figura feminina
se tratasse. Assim, na descrição do continente europeu, corpo cujos braços são
a ______ e a _____, sobressai a cabeça «cujo rosto é _______». Nessa cabeça, os
cabelos são «românticos», sonhadores, toldam o rosto, adensando o mistério que
envolve a figura. Os olhos são «______», marca da herança clássica e
civilizacional que este atributo conota, e o olhar que deles se desprende é «esfíngico»,
indagador do desconhecido, e «fatal», pois a procura desse desconhecido é
motivada pelo destino.
Responde à pergunta 2 (e
lê a resposta que dou à pergunta 3).
2. . . . . . . . . . . . . .
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3. Portugal é o rosto da Europa que contempla o desconhecido.
Ora, esse desconhecido é o Ocidente, o mar a desvendar para tornar possível o
paradoxo de construir o «futuro do passado». É a Portugal que cabe, pois, a
missão predestinada de construção do futuro.
Como
se fez em 1, resolve a pergunta 4, acrescentando os nomes de lugares.
4. «O dos castelos» é _______, definido no poema como o rosto da _______, o olhar
e guia da ________, ________ cujo brasão
ostenta os castelos, referenciais do passado, mas cuja missão é a
construção do futuro. Lembremos que este é o primeiro poema da primeira parte
de Mensagem, que remete
para a fundação da nacionalidade inscrita no brasão.
Passa
à p. 215. Ana Luísa Amaral
escreveu «Europa», que tem com «O dos Castelos» óbvia relação de
intertextualidade.
O
quadro no item 4, na p. 216, assinala algumas expressões em que o poema alude ao
texto de Pessoa, desdizendo-o, de certo modo. Completa:
O desenho
de Agim Sulaj — à direita do poema de Ana Luísa Amaral — concorda mais com o poema
«Europa» do que o «O dos Castelos»’.
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Vê
estes grupos III — de provas de exames relativamente recentes (nos dois últimos
anos, porém, em vez de texto de opinião tem-se pedido uma apreciação
crítica):
GRUPO III (2019, 1.ª fase)
Se algumas pessoas consideram que o acesso rápido e
livre à informação é uma mais-valia na sociedade atual, outras defendem que
esta facilidade pode ter um impacto negativo, tanto em termos pessoais como
sociais.
Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo
de duzentas e um máximo de trezentas e cinquenta palavras, defenda uma
perspetiva pessoal sobre a problemática apresentada.
No seu texto:
— explicite, de forma clara e pertinente, o seu ponto
de vista, fundamentando-o em dois argumentos, cada um deles ilustrado com um
exemplo significativo;
— utilize um discurso valorativo (juízo de valor explícito
ou implícito).
GRUPO III (2019, 2.ª fase)
Tradicionalmente, a casa era o espaço de domínio feminino;
por seu lado, o homem movia-se predominantemente num espaço exterior, fora de
casa.
Será que, na atualidade, esta visão do mundo está já
ultrapassada?
Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo
de duzentas e um máximo de trezentas e cinquenta palavras, defenda uma
perspetiva pessoal sobre a questão apresentada.
No seu texto: [... {= ao anterior} ...]
GRUPO III (2018, 1.ª fase)
«Há palavras que nos beijam / Como se tivessem
boca.»
Alexandre
O’Neill, Poesias Completas, 4.ª ed., Lisboa, Assírio & Alvim, 2005,
p. 64.
«São como um cristal, / as palavras. / Algumas, um
punhal, / um incêndio.»
Eugénio de Andrade, Antologia Breve,
6.ª ed., Porto, Fundação Eugénio de Andrade, 1994, p. 35.
Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo
de duzentas e um máximo de trezentas e cinquenta palavras, defenda uma perspetiva
pessoal sobre o poder das palavras nas relações humanas.
No seu texto: [... {= ao anterior} ...]
GRUPO III (2018, 2.ª fase)
Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo
de duzentas e um máximo de trezentas e cinquenta palavras, defenda uma perspetiva
pessoal sobre o impacto do progresso técnico na qualidade de vida do ser
humano, no futuro.
No seu texto: [... {= ao anterior} ...]
Escolhe um destes Grupos III e escreve os dois
parágrafos do miolo do que seria a resposta (ambos com argumento + exemplo, é
claro). Descartamos a introdução e a conclusão. Cada parágrafo deverá ter cerca
de 80-100 palavras. Indica como título o ano e fase da prova.
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TPC — Vê a ficha do Caderno de atividades sobre Coerência textual (que porei, já resolvida,
em Gaveta de Nuvens).
Aula 69R-69 (19 [1.ª], 20/jan [3.ª]) A parte B do exame nacional de há quatro anos (2018, 1.ª fase) tinha como texto a analisar a cena X do ato II de Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett.
Como sabes, o ato II
passa-se já no palácio que fora do primeiro marido de Madalena, João de Portugal.
A deslocação para esta casa (tornada necessária porque Manuel incendiara o
palácio onde viviam, também em Almada, contribuíra para aumentar as angústias
de Madalena, que já não eram poucas). Esta cena X acontece depois de Manuel,
Maria e Telmo saírem para Lisboa (iam visitar uma parenta e Manuel ia tratar da
sua posição perante o poder) e antes da entrada de João de Portugal (identificado
só como Romeiro). (A cena IX fora um pequeno aparte de Jorge — só com este em
palco — e a cena XI incluirá o criado Miranda, que virá anunciar a chegada de
um romeiro.)
Vê só entre o minuto 4 e
o minuto 10:
[Responde à pergunta 5; copiarás
depois um modelo de resposta ao item 6.]
Grupo
I, Parte B
Leia o texto.
Madalena (falando ao bastidor) —
Vai, ouves, Miranda? Vai e deixa-te lá estar até veres chegar o bergantim; e
quando desembarcarem, vem-me dizer para eu ficar descansada. (Vem para a
cena.) Não há vento e o dia está lindo. Ao menos não tenho sustos com a
viagem. Mas a volta... quem sabe? o tempo muda tão depressa...
Jorge — Não, hoje não tem perigo.
Madalena — Hoje... hoje! Pois hoje é o dia da
minha vida que mais tenho receado... que ainda temo que não acabe sem muito
grande desgraça... É um dia fatal para mim: faz hoje anos que... que casei a primeira
vez; faz anos que se perdeu el-rei D. Sebastião; faz anos também que... vi pela
primeira vez a Manuel de Sousa.
Jorge — Pois contais essa entre as
infelicidades de vossa vida?
Madalena — Conto. Este amor — que hoje está
santificado e bendito no Céu, porque Manuel de Sousa é meu marido — começou com
um crime, porque eu amei-o assim que o vi... e quando o vi — hoje, hoje... foi
em tal dia como hoje! — D. João de Portugal ainda era vivo. O pecado estava-me
no coração; a boca não o disse... os olhos não sei o que fizeram; mas dentro da
alma eu já não tinha outra imagem senão a do amante... já não guardava a meu marido,
a meu bom... a meu generoso marido... senão a grosseira fidelidade que uma mulher
bem nascida quase que mais deve a si do que a seu esposo. — Permitiu Deus...
quem sabe se para me tentar?... que naquela funesta batalha de Alcácer, entre
tantos, ficasse também D. João...
Almeida
Garrett, Frei Luís de Sousa, edição
de Maria João Brilhante, Lisboa, Comunicação, 1982.
5. Explique em que medida a afirmação «o tempo muda
tão depressa...» (linhas 5 e 6), proferida por Madalena, pode constituir um presságio
de tragédia.
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6. Ao longo do excerto, Madalena repete oito vezes a
palavra «hoje». Justifique os sentimentos manifestados por Madalena na sua última
fala e relacione-os com a repetição dessa palavra.
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Na coluna à direita,
escreve o nome do princípio infringido (não
tautologia; não contradição; relevância) — todos de ordem
lógico-conceptual — ou assinala, se for esta a afetada, coerência pragmático-funcional. Se a coerência textual não
estiver prejudicada, nada escrevas. (Para o caso de ser necessário, vê o
esquema em baixo.)
Trecho (que infringe... |
princípio de... ou área) |
Na última quadra o poeta conclui o poema. |
|
O maneta foi à manicura para tratar das suas dez belas unhas
de gel. |
|
Sob o sol da meia-noite, o cego lia um jornal sem letras. |
|
O poema é constituído por quadras. A esse tipo de estrofes
chamamos quartetos. |
|
Os três mosqueteiros eram quatro. |
|
Não choveu, porque houve seca. |
|
Segundo Pennac, com efeito, «os leitores têm o direito de
amar os protagonistas dos livros». [Pouco
depois do enunciado da pergunta respetiva.] |
Não tautologia |
[A meio de um comentário
a um texto, opiniões próprias sobre o mesmo assunto ou paralelos com a vida
corrente.] |
|
Exmo. senhor Diretor de Finanças. | O requerente vem informar
que está chateado com a situação criada pelo art.º 3, do decreto 45678, de 31
de março. Ainda falou com a sua querida Belinha ontem sobre o mesmo assunto. |
|
Ganhámos, mas é preciso é levantar a cabeça e continuar a trabalhar. |
|
Coerência textual
coerência
lógico-conceptual observa
três princípios:
princípio
da não-contradição:
não deve haver a afirmação de
uma ideia e, em simultâneo, o seu oposto.
princípio
da não-tautologia ou não-redundância:
as ideias não devem ser
repetidas.
princípio
da relevância:
as ideias devem estar relacionadas
com a temática do texto.
coerência
pragmático-funcional versa
a relação texto-situação.
Aproveito
uns exercícios sobre Coesão textual tirados da Nova Gramática didática de português (Carnaxide, Santillana, 2011), pp. 306-307, em
que introduzi pouquíssimas reformulações:
1.
Lê o texto e repara nas formas que dizem respeito aos «dinossauros». Em baixo,
completa os itens, referindo qual é a relação entre aquelas formas e
dinossauros, determinando ainda se o seu uso corresponde a um mecanismo de coesão
lexical ou de coesão referencial.
Os Dinossauros
Em tempos, já houve a «mania dos dinossauros».
Então, toda a gente adorava esses monstros e não parava de dizer «— Que seres fantásticos!», que os peluches desses répteis eram «queridos», «fofinhos»
e mais uma série de inutilidades.
Pergunto-me: o que é que se achou de tão espetacular nesses bichos? Eles são feios até dizer basta e, ainda por cima, estão
extintos. Em vez de se adorar tais criaturas,
porque não se olha para espécies em vias de extinção? Pensemos no Tamagochi, no
Nenuco e em tantas outras coisas pelas quais muitas pessoas perderam a cabeça.
Agora, estão esquecidos nos armários ou mesmo «extintos de brincadeiras». Os dinossauros foram pelo mesmo caminho...
Enfim, foram febres da nossa sociedade que já passaram e que
deram muitos lucros, que é o que parece interessar!
a)
«monstros» — substituição por um hiperónimo; mecanismo de coesão lexical;
b)
«seres» — substituição por um ______; mecanismo de coesão lexical;
c)
«répteis» — substituição por um hiperónimo; mecanismo de coesão _____;
d)
«bichos» — substituição por um ______; mecanismo de coesão _____;
e)
«eles» — pronominalização (uso de uma _____); mecanismo de coesão referencial;
f)
Ø [estão extintos] — recurso a uma elipse; mecanismo de coesão ______;
g)
«criaturas» — substituição por um hiperónimo; mecanismo de coesão _____;
h)
«dinossauros» — repetição; mecanismo de coesão ______.
2.
Os pronomes destacados nas frases seguintes asseguram a sua coesão
referencial. Diz a que se refere cada um dos pronomes.
a)
O Jaime conhecia muito bem o Eleutério. Ele
conhecia-o tão bem que lhe
ofereceu um presente invulgar.
b)
O rapaz viu a carrinha que
estava estacionada à beira da estrada.
c) O
Marcelino viu o Acácio no cinema e este
disse-lhe que já tinha visto aquele filme.
d)
O teu computador e o meu deviam
ser substituídos.
e)
Quaisquer que sejam as dúvidas, esclarecê-las-ei!
f)
Gosto muito de ler Eça de Queirós. Tenho vários livros dele.
3.
Assegura a coesão interfrásica dos enunciados seguintes, ligando as
orações com os conectores adequados.
a) Fui
cedo para a bilheteira. Consegui bilhete.
b) Eram
oito horas. Ele chegou a casa.
c)
Ele estava maldisposto. Comera uma salada russa.
d)
Comi um bolo. Bebi um sumo.
e) Consegui marcar os bilhetes para o concerto na Casa da
Música. Não arranjei lugares para Guimarães.
4.
Seleciona do quadro abaixo os marcadores discursivos adequados para completar
os enunciados que se seguem.
efetivamente | depois | antigamente | agora | primeiro | ou seja
a)
_____ tomei o pequeno-almoço, _____ escovei os dentes.
b)
_____ pensava que tudo era fácil, mas, ______, penso que é mais complicado.
c) Adoro
citrinos, _____, laranjas, limões, limas. _______, são os meus frutos
preferidos.
5.
Conjuga os verbos entre parênteses por forma a assegurar a coesão temporo-aspetual.
a)
Ontem não saí de casa. ______ (ficar)
o dia inteiro a descansar e a trabalhar, porque _______ (ter) uma semana complicada. ________ (dormir), _________ (ver)
televisão, _______ (ler) um pouco e
_________ (estudar) bastante, exceto
a porcaria do Português.
b)
Um dia, ___________ (visitar) a Islândia
para ________ (assistir) a uma aurora
boreal. É claro que _________ (haver)
muito mais para ver.
E,
de novo, uma tarefa sobre coerência textual (da Nova Gramática didática de português, Carnaxide, Santillana, 2011, p. 306):
Restabelece a coerência nos
enunciados apresentados.
a)
Deite a gelatina numa cama, de modo a ficar com cerca de 1 cm de descanso.
Prepare a gelatina de morango de acordo com as instruções da perfumaria, mas
utilizando apenas 1 dl de sopa a ferver e 2 dl de água fria.
b)
Primeiro, entrei em casa da Etelvina; depois, cheguei lá.
c) Têm duas hipóteses: ou
calam-se ou calam-se!
d) O dueto a solo foi
fantástico!
e) D. Afonso Henriques foi
o primeiro rei do Condado Portucalense.
f) Venci, vi e cheguei.
Classifica os
constituintes sublinhados quanto à função sintática que desempenham.
Quanto é que falta? (João
Só)
Se
eu te fosse buscar ___________
Para dançar e jantar fora
A tua mãe não nos ia ___________
Marcar hora
E se eu pedisse licença
Para te levar à lua
O teu pai não me ia pôr na rua ___________
Mas não é a preferência
Da tua ascendência ___________
Que vai fazer que olhes para
mim com paixão
E é isso que eu quero
E é por isso que espero
Que as estrelas entrem em conjugação ___________
Quanto é que falta para chegar a noite
Quanto é que falta para chegar o verão ___________
Quanto é que falta para chegar a hora
Em que o tempo para e
dispara o coração
Se eu te levasse a um concerto ____________
Não se dava o desconcerto
De discordares da minha opção ____________
Nascemos do lado errado
E acusam-nos do pecado ____________
De ouvirmos outra canção
Mas não é a trivialidade
De uma ou outra afinidade ___________
Que vai fazer que olhes para
mim com paixão
E é só isso que eu quero
E é por isso que espero
Que as estrelas entrem em conjugação
Quanto é que falta para chegar a noite
Quanto é que falta para chegar o verão
Quanto é que falta para chegar a hora
Em que o tempo para e
dispara o coração ____________
TPC — Relanceia, em Gaveta de Nuvens, páginas de uma gramática, sobre coerência e coesão textual. Também podes usar o anexo do manual, pp. 18-19 e
21.
Aula 70-71 (21/jan [1.ª, 3.ª]) Na p. 105, lê «D. Sebastião, Rei de Portugal», o primeiro de quatro poemas de Mensagem, de Fernando Pessoa, dedicados a D. Sebastião. Só este, porém, está ainda na 1.ª parte (portanto, em «Brasão», de que é a quinta «Quina»). Os outros três poemas sobre Sebastião ficam já na 3.ª parte («D. Sebastião», «O Desejado», «O Encoberto»).
Completa só com formas verbais esta análise do poema (de uma edição cuja consulta
aconselho vivamente — está aliás indecentemente copiada no blogue na íntegra — e
que tem ao lado de cada poema uma sua explicação: Fernando Pessoa, Mensagem, edição especial comemorativa
do 75.º aniversário da morte de Fernando Pessoa, comentada por Auxília Ramos e
Zaida Braga, Vila Nova de Famalicão, Centro Atlântico, 2010):
_______-se como um louco, porque quis uma grandeza aparentemente indevida —
«Qual a Sorte a não dá» —, D.
Sebastião admite com orgulho essa loucura e ______ a ideia de que nem a morte a
extinguiu ou poderá extinguir. O «ser que houve», esse _____ nos areais de Alcácer Quibir, o
«ser que há», esse não é
perecível, porque o sonho também o não é.
Indo mais além neste discurso de «elogio da
loucura», D. Sebastião ______ aqueles que o ouvem a herdarem a sua loucura. Trata-se
de uma espécie de apelo à continuidade do seu sonho de grandeza.
Num remate de natureza tanto reflexiva como
desafiadora, o poeta _____-se sobre o que ______ o homem dos restantes animais:
é o sonho que permite que o homem seja mais que um
«Cadáver adiado». É o sonho
que eleva o homem e o faz _____ a própria morte. D. Sebastião surge, então,
como, uma espécie de Messias que ____ a boa nova da salvação.
Faz corresponder cada segmento de A a um único segmento de B, de modo a obteres uma afirmação adequada:
a = ___; b = ___; c = ___; d = ___; e = ___.
Lê o texto que se segue, sobre ‘loucura’, um excerto de editorial de
Sofia Barrocas (que fui buscar ao manual Expressões,
12.º ano, como fiz com o exercício anterior):
A loucura aterroriza-nos e
fascina-nos. Sentimos um medo indisfarçável de um dia atravessarmos a fronteira
— às vezes tão ténue — que nos separa daquilo a que chamamos «o mundo real»,
onde vivemos de acordo com as normas de um mal definido conceito de «normalidade»,
e mergulharmos nessa realidade distorcida (achamos nós) a que optámos por chamar
loucura. E no entanto... quando olhamos os «nossos loucos» com um misto de comiseração,
respeito e fascínio não podemos por vezes deixar de pensar se os loucos não
seremos nós, se não serão «eles» que estão certos, ao escudarem-se numa
realidade só deles [...]. São personagens intrigantes, fascinantes,
desconcertantes, acarinhadas [... ] como símbolos vivos de alguma coisa que não
sabemos definir bem. Vale a pena conhecê-los. Quanto mais não seja pelas questões
que nos obrigam a pôr aos nossos «eus» mais escondidos.
Sofia Barrocas, «Nota de
abertura», Notícias
Magazine, n.° 934, 18 de abril de 2010
Verifica se o entendimento da loucura expresso no poema de Pessoa
coincide, total ou parcialmente, com o apresentado no trecho do editorial.
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Vai dando um relance aos outros poemas que
tratam do mesmo D. Sebastião, já na terceira parte (nas pp. 71, 74 e 76 da edição
de Mensagem que estamos a usar em
aula), detendo-te sobretudo em «D. Sebastião» (p. 71), para depois responderes
a um item.
PRIMEIRO
D. SEBASTIÃO
’Sperai! Caí no areal e na hora adversa
Que
Deus concede aos seus
Para
o intervalo em que esteja a alma imersa
Em
sonhos que são Deus.
Que
importa o areal e a morte e a desventura
Se
com Deus me guardei?
É
O que eu me sonhei que eterno dura,
É
Esse que regressarei.
Já depois de lido o «D.
Sebastião» reproduzido em cima (o na p. 71; primeiro da 3.ª parte de Mensagem — designada ‘O Encoberto’ — e
primeiro também de «Os Símbolos»), completa a síntese a seguir, usando só preposições (não contraídas com determinantes)
e conjunções.
D. Sebastião adquire ____ Mensagem
um valor simbólico que ultrapassa
a sua figura histórica. São os valores da determinação ___ da coragem que ele
corporiza que funcionam _____ mito inspirador ___, nessa aceção,
«fecundam a realidade»: «É Esse que regressarei».
O Sebastianismo ___
Mensagem não se liga, pois, ao caso específico ____
concreto de D. Sebastião, que não poderá, obviamente, voltar, _____ à ideologia
que lhe está subjacente. ______ do «ser que houve» ___ que ficou no «areal» ______ a «morte», regressará a força inspiradora _____ D.
Sebastião necessária ao ressurgimento anímico da nação.
No poema de Fernando Pessoa, D. Sebastião é
o protótipo da loucura.
«Todos os homens são doidos e, apesar das
precauções, só diferem entre si em virtude das proporções. Este mundo está
cheio de loucos e quem não os queira ver deve fechar-se e partir o espelho.»
Nicolas
Boileau
Partindo da citação de Nicolas Boileau,
redige um texto de opinião, com um
mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, no qual apresentes uma reflexão sobre a loucura.
Fundamenta o teu ponto de vista recorrendo,
no mínimo, a dois argumentos e ilustra cada um deles com, pelo menos, um
exemplo significativo.
[Aliás, vais só completar
a introdução que deixo no slide e fazeres o primeiro argumento (e respetivo
exemplo). / Podes também aproveitar, se o preferires, este enunciado:
«Os loucos estão certos /
É preciso ouvi-los» (Diabo na Cruz)
Num texto de opinião bem estruturado, com
um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cinquenta palavras, defenda
uma perspetiva pessoal sobre as vantagens que a loucura nos pode trazer.
[Fazer só o parágrafo de introdução e o
parágrafo com primeiro argumento e respetivo(s) exemplo(s).]
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TPC — Não esqueças os trabalhos em curso (este e este).
Aula 72-73 (25 [1.ª], 26/jan [3.ª]) Correção da redação de argumento (+ exemplo) de parte III de exame feita na última aula.
Os itens seguintes dizem respeito ao poema
«Ulisses» — o terceiro de Mensagem —,
na p. 103 do manual. Vai lendo o texto e escolhendo a melhor resposta. Não
consultes outras páginas do manual.
No primeiro verso («O mito
é o nada que é tudo») há
a) uma metonímia e uma
metáfora.
b) uma metáfora e um oxímoro.
c) uma comparação e uma
antítese.
d) um polissíndeto e uma
aliteração.
O valor aspetual
predominante em «O mito é o nada que é tudo» é o
a) perfetivo.
b) habitual.
c) imperfetivo.
d) genérico.
«que abre os céus» (v. 2) é
oração subordinada
a) adjetiva relativa e modificador
restritivo do nome.
b) substantiva completiva e
complemento direto.
c) adverbial concessiva e modificador
de frase.
d) adverbial temporal e
modificador do grupo verbal.
Nos vv. 2-5, ilustra-se a relevância
dos mitos através da alusão
a) ao Sol, que é mudo mas
brilhante.
b) a Deus, nu mas vivo.
c) ao Céu.
d) a Cristo crucificado, a
luz que a todos ilumina.
No primeiro verso da segunda
estrofe, o deítico «Este» corresponde a
a) ‘o mito’.
b) ‘o mesmo sol que abre os
céus’.
c) ‘Ulisses’.
d) ‘o corpo morto de Deus’.
«que aqui aportou» (v. 6) é
oração subordinada
a) adjetiva relativa restritiva
e modificador restritivo do nome.
b) adjetiva relativa
explicativa e modificador apositivo do nome.
c) substantiva relativa e
sujeito.
d) adjetiva relativa
explicativa e complemento do nome.
Em «que aqui aportou» (v.
6) o valor aspetual predominante é
a) perfetivo.
b) habitual.
c) imperfetivo.
d) iterativo.
O advérbio «aqui» (v. 6) —
um deítico — vale por
a) ‘Ítaca’.
b) ‘Troia’.
c) ‘Grécia’.
d) ‘Lisboa’.
«Foi por não ser existindo»
(v. 7) deve ser um hipérbato de
a) ‘por não ser foi
existindo’.
b) ‘foi sendo por não
existir’.
c) ‘por não ser existindo
foi’.
d) ‘não foi por ser
existindo’.
«nos» (v. 8) desempenha a
função sintática de
a) complemento direto.
b) complemento indireto.
c) sujeito.
d) complemento oblíquo.
«nos» (v. 10) desempenha a
função sintática de
a) complemento direto.
b) complemento indireto.
c) sujeito.
d) complemento oblíquo.
Na última estrofe, defende-se
que
a) a vida é mais importante
do que o mito.
b) só há mito enquanto dura
a vida.
c) só há vida enquanto dura
o mito.
d) o mito permanece, mesmo
quando a vida acaba.
Em «Assim a lenda se
escorre» (v. 11) predominará o valor aspetual
a) perfetivo.
b) habitual.
c) imperfetivo.
d) iterativo.
O uso de «mito» (vv. 1 ou
3) e «lenda» (v. 11) constitui um mecanismo de coesão
a) frásica.
b) interfrásica.
c) lexical.
d) referencial.
«na realidade» (v. 12)
desempenha a função sintática de
a) modificador de grupo
verbal.
b) predicativo do
complemento direto.
c) complemento oblíquo.
d) complemento do adjetivo.
«E» (v. 13) constitui um mecanismo
de coesão
a) frásica.
b) interfrásica.
c) lexical.
d) temporo-aspetual.
O uso da anáfora «la» (v.
13) constitui um mecanismo de coesão
a) frásica.
b) interfrásica.
c) lexical.
d) referencial.
Segundo os vv. 11-13, «[a
lenda fecunda a realidade]», o que deve significar que
a) o mito faz amor com a
realidade.
b) Ulisses é um grande
maroto e Penélope não merecia isto.
c) a lenda f... a
realidade, isto é, estraga a realidade, impede a realidade.
d) o mito dá novo sentido à
realidade.
«Em baixo» (v. 14)
desempenha a função sintática de
a) modificador de frase.
b) sujeito.
c) modificador de grupo
verbal.
d) complemento oblíquo.
«metade / De nada» (vv.
14-15), quanto à função sintática, é
a) predicativo do sujeito.
b) predicativo do complemento
direto.
c) modificador apositivo do
nome.
d) modificador restritivo
do nome.
Em cada quintilha, o último
verso e os quatro primeiros têm, respetivamente,
[não percas tempo com os
vv. 1 e 3 da primeira estrofe, que são mais discutíveis]
a) cinco e oito sílabas métricas.
b) quatro e sete sílabas
métricas.
c) cinco e sete sílabas
métricas.
d) quatro e oito sílabas
métricas.
Em
«Ulisses», de Fernando Pessoa,
através do exemplo do herói da Odisseia e da lendária fundação de
Lisboa, a origem de Portugal é associada a um caráter mítico. Por outro
lado, a gesta de Ulisses ajudaria a explicar a vocação marítima dos portugueses.
Em Mensagem
a abordagem mítica é crucial. Já vimos a importância que tem nesta «epopeia
lírica» o sebastianismo, que assenta também num mito.
Na
literatura, como aliás em todas as artes, a alusão a mitos é recorrente, implícita
ou explicitamente. Na p. 190, tal como em «Ulisses», o próprio título do poema
de Miguel Torga («Sísifo»)
antecipa que há relação intertextual com o mito de Sísifo. Lê a informação
sobre esse mito ainda em «Antes de ler». Depois lê o poema e completa:
No
poema de Torga só aparentemente se defende o destino de Sísifo, já que, embora
se comece por aconselhar que, a exemplo da pena a que Sísifo foi condenado,
cada um . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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. . . . . . . . . . ..
No
início, o poema parece estipular uma atitude «à Ricardo Reis» («__________», v.
3), mas ainda na primeira estrofe o desdiz: «_____________» (vv. 8-10). Os
primeiros versos da segunda estrofe confirmam que o programa sugerido pelo sujeito
poético fica longe do epicurismo estoico de Reis: «_____________» (vv. 11-14).
O
final lembra-nos «D. Sebastião, Rei de Portugal», porque, como no poema de Mensagem,
faz-se a apologia ______, ainda que o derradeiro dístico mitigue um tanto esta
euforia através do modificador do grupo verbal «______» (v. 20).
Escreve
parágrafo inicial do desenvolvimento — um argumento e respetivo(s) exemplo(s) —
da dissertação pedida no grupo III da p. 229: «A solidão dos idosos é uma das
mais graves doenças das sociedades contemporâneas».
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TPC —
Relanceia mais uma ficha corrigida do Caderno de atividades (sobre coesãoreferencial), que porei em Gaveta de Nuvens.
Aula 74R-74 (26 [1.ª], 27/jan [3.ª]) Preenchimento de respostas em torno de características de tragédia.
Na «Memória ao Conservatório Real», Garrett
equaciona a questão de saber se o seu Frei
Luís de Sousa deve ser classificado como tragédia ou como drama romântico.
Enumera tu as caraterísticas que obedecem ao modelo da tragédia clássica:
Os
acontecimentos são dirigidos pelo destino, cujo poder se revela por meio de
presságios e indícios de fatalidade: a profecia do ________ de D. Sebastião; os
pressentimentos e receios de ______; os sonhos e visões de Maria; as falas agoirentas
de ______; os diálogos carregados de ameaças suspensas; o caráter funesto do
_______ (sete anos, sexta-feira, «dia fatal», «hora fatal»).
A
intriga inclui os três elementos essenciais da tragédia clássica: a peripécia
(chegada dos espanhóis, que leva Manuel de Sousa a _______ o palácio e a
deslocar-se para o espaço fatal); a anagnórise
(reconhecimento do Romeiro como ________); a catástrofe (morte de Maria e clausura dos _______).
O
coro trágico é corporizado na personagem de _______, talvez um tanto também na
de Frei Jorge, bem como no grupo de frades que recita o ofício litúrgico dos
mortos.
As
personagens principais pertencem à/ao _______ {nobreza / povo / clero / burguesia} e gozam de boa fortuna até a
______ se abater sobre elas em consequência de um erro involuntário (provocado
pelo destino) cometido no passado (o «crime» de D. Madalena).
{as palavras a
negro são objeto de definição mais à frente}
Lê estes verbetes do Manual de Teatro, de Antonino Solmer (2.ª ed., Lisboa, Temas &
Debates, 2003):
Tragédia
— Do
grego «canção do bode» (animal que os Gregos sacrificavam aos deuses). Segundo
a clássica definição de Aristóteles, a tragédia é uma imitação de uma ação elevada
efetuada por personagens em ação no meio de um relato que, suscitando compaixão
e temor, leva a cabo a purgação de emoções por parte do público (a catarse).
Drama
— Do
grego drama (ação). Género híbrido entre a tragédia e a comédia, que
começou por veicular os temas que não cabiam em nenhum dos dois grandes géneros.
A partir do séc. XVIII, com Diderot, o chamado drama burguês que, sendo um género
sério, não exclui elementos cómicos, realistas e patéticos, funciona de facto como
um género «a meio-termo» entre os dois grandes géneros clássicos, uma vez que
também os protagonistas fazem parte de uma nova classe média, entre a
aristocracia trágica e a classe baixa cómica. Os sentimentos a que apela este
género serão também outros: visando urna reflexão filosofante a partir de situações
apresentadas de forma realista, o drama burguês não visa nem a catarse da tragédia nem o riso da
comédia, mas antes o apelo à lágrima e à reflexão. Na atualidade, a palavra «drama»
já não se limita a um género específico, tendo, grosso modo, passado a
designar-se por drama tudo o que não é cómico. Em certas correntes, a expressão
revela-se ainda mais abrangente: em inglês, por exemplo, a palavra aplica-se a
todo o género teatral (uma escola de teatro é uma Drama school...). Entre os subgéneros do
drama, tal como na comédia, encontram-se termos como drama histórico (cuja ação se desenrola numa época recuada em
relação àquela em que foi escrita, podendo incluir reconstituições de factos
historicamente acontecidos), drama lírico
(a ópera, o teatro cantado), drama
litúrgico (género medieval que inclui os mistérios e os milagres), etc.
Comédia
— Termo
que provém dos antigos ritos dionisíacos gregos. Género dedicado aos procedimentos
cómicos que a opõem à tragédia,
e que se caracteriza por: personagens de baixo estatuto social, desenlace feliz
e a finalidade de provocar o riso do espectador. Mais tarde, o termo irá
manter-se, aplicado ao género que se opõe ao drama. A comédia pode ser no
entanto de vários tipos, de que os principais serão a alta comédia e a baixa comédia. Esta última é caracterizada
pela utilização de recursos da farsa e
do gag, enquanto a primeira recorre a uma linguagem cuidada,
marcada por subtilezas intelectuais e psicológicas. Outros tipos possíveis de
comédia são: comédia de capa e espada
(cuja intriga envolve nobres e cavaleiros); comédia
de costumes (que analisa os comportamentos sociais em situação); comédia musical (que integra música e
canções); comédia de situações ou de
equívocos (caracterizada pela rapidez do desenvolvimento da ação, com um
cómico baseado no efeito de surpresa e no quiproquó), etc.
Tragicomédia
— Género que
designa um híbrido de tragédia e comédia definido em função de três elementos
fundamentais: as personagens (pertencem a estratos populares e aristocráticos,
anulando a fronteira de exigências de cada um dos géneros); a ação (que aqui
não termina em catástrofe nem na
morte do herói) e estilo (entremeado de linguagem simultaneamente enfática e
vulgar).
Nos períodos que se seguem faltam algumas vírgulas.
Acrescenta-as. Marca também os casos em que é possível pôr vírgula ou não, dependendo
da interpretação que se faça.
O Hamlet que prefiro é o dos Gato Fedorento.
Hamlet que é uma tragédia de Shakespeare terá
sido escrito entre 1599 e 1601.
O Hamlet que tem comichão não é o dos Monty
Python.
Gosto das tragédias de Shakespeare que nunca
são enfadonhas.
Gosto das tragédias que não sejam
enfadonhas.
Gosto de sketches cujos protagonistas sejam
psiquiatras e Hamlet.
Vi o Frei
Luís de Sousa cuja Maria é representada por Alexandra Lencastre.
Vimos o final de Uivo
que é um filme sobre a liberdade de expressão.
No fundo, o que estiveste a fazer foi
distinguir entre as orações relativas restritivas, as que não são isoladas
por vírgulas, e orações relativas explicativas, as que têm de ficar
entre vírgulas. Em cada período, sublinha a oração relativa (que começará por
«que» ou por «cujo») e escreve E(xplicativa)
ou R(estritiva).
Já agora, todas estas orações relativas são
adjetivas (mas também há
substantivas relativas). As palavras que as introduzem são pronomes e
determinantes relativos (bem como quantificadores e advérbios relativos), genericamente,
palavras relativas.
Eis um grupo I-B de uma prova ainda segundo
um modelo antigo (em que esta parte não implicava interpretar um texto fornecido,
mas escrever um pequeno comentário fundado só na sabedoria do aluno). O que, no
modelo atual, corresponde a estas perguntas para responder «de cor» é o item 7 (ou
seja, a parte C do grupo I). É-nos util resolver os itens a seguir para
fixarmos dados acerca de Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett.
Grupo I-B
Tal como na tragédia clássica, também o
fatalismo é uma presença constante em Frei
Luís de Sousa. O destino acompanha todos os momentos da vida das
personagens, apresentando-se como uma força que as arrasta de forma cega para a
desgraça. É ele que não deixa que a felicidade daquela família possa durar
muito.
Recordando a peça
de Garrett, responda de forma
completa às questões que se seguem.
1. Na tragédia clássica, a hybris (o desafio) era o ponto
de partida para o conflito (o desenvolvimento).
1.1. Identifique, na peça
Frei Luís de Sousa, o desafio de D. Madalena.
1.2. Indique o desafio de Manuel de Sousa e as
consequências da sua atitude no final do Ato I.
2. Demonstre a importância do destino e da
superstição no desenrolar dos acontecimentos.
[Sugestões de resolução]
1.1 A hybris é o desafio,
o crime do excesso e do ultraje. D. Madalena não comete um crime propriamente
na ação, mas sabemos que ele existiu pela confissão a Frei Jorge de que ___________,
embora guardasse fidelidade ao marido. O crime estava no seu coração, na sua mente,
embora não fosse explícito como entre os clássicos.
1.2. Manuel de Sousa Coutinho também comete a
sua hybris ao ___________. Esta atitude obrigou-o a
esconder-se durante alguns tempos e a evitar regressar ao palácio durante o
dia.
2. [Completa só com nomes
de personagens.] O destino pode definir-se como força superior que tudo domina
e a quem nem os deuses podem fugir; apresenta-se como uma obrigação imperiosa,
uma força que arrasta «de forma cega para a desgraça». Madalena e Maria são vítimas do destino
que afeta também as restantes personagens.
Um presságio da desgraça percorre toda a
obra: a atmosfera de superstição, as apreensões e pressentimentos de ________
adquirem sentido; também _______ pressente a hipótese de ser filha ilegítima e
vem a ser a vítima sacrificada; _______ alimenta a crença no Sebastianismo; o
incêndio e a necessidade de viver no palácio que fora de ________ aumentam a
tensão dramática; o terror apodera-se de ________...
O destino acompanha todos os momentos da
vida das personagens e arrasta-as de forma cega para a desgraça; o sofrimento
não acontece apenas nas personagens, mas age sobre os espectadores, através dos
sentimentos de terror e de piedade, para purificar as paixões (catarse); dentro
da lógica do teatro clássico, a intriga desenvolve-se, de forma a culminar num
desfecho dramático, cheio de intensidade: a morte física de ______ e a morte
para a vida secular de _______ e _______. É, pois, evidente que, tal como na
tragédia clássica, também em Frei Luís de Sousa
o fatalismo é uma presença constante, dado que o destino acompanha todos os momentos
da vida das personagens, apresentando-se como uma força que as arrasta de forma
cega para a desgraça.
Elementos da tragédia clássica (segundo Projetos, 11.º ano, Santillana)
Hybris (ou húbris) —
desafio feito pelas personagens à ordem instituída.
Peripécia — de acordo com a Poética de Aristóteles (c. 334-330
a. C.), corresponde à «mutação dos sucessos no contrário», isto é, ao momento
em que se verifica uma alteração no rumo dos acontecimentos.
Anagnórise — «reconhecimento»;
segundo a Poética de Aristóteles, «é a passagem do ignorar ao conhecer», podendo
consistir na revelação de acontecimentos desconhecidos ou na identificação de
determinada personagem.
[Em FLS, a anagnórise sucede em simultâneo com a peripécia: é com a
chegada do Romeiro e o reconhecimento da sua identidade (anagnórise) que se dá
uma inversão brusca nos acontecimentos (peripécia): o casamento é invalidado,
Madalena torna-se uma mulher adúltera e a filha, ilegítima.]
Clímax — momento culminante (de
maior intensidade) da ação.
[Em FLS,
o clímax corresponde à cena final do ato II, pois é neste momento que a tensão
dramática atinge o seu auge: D. João de Portugal dá a conhecer a sua identidade
de forma inequívoca, demonstrando, ao mesmo tempo, deforma paradoxal, que o
esquecimento a que foi votado anulou a sua existência.]
Catástrofe
— desenlace trágico.
[Em
FLS,
a família é totalmente exterminada: Madalena e Manuel morrem para o mundo,
ingressando na vida religiosa, e Maria morre, efetivamente.]
Ágon — conflito vivido pelas
personagens; pode designar o conflito com outras personagens ou o conflito
interior.
[Em FLS, o de Madalena, por exemplo; ou de Telmo, quando se apercebe de
que o amor a Maria é já superior à fidelidade ao amo.]
Pathos — sofrimento crescente
das personagens.
Ananké — o destino; preside à
existência das personagens e é implacável.
Catarse — efeito purificador que
a tragédia deve ter nos espectadores: ao desencadear o terror e a piedade, permitir-lhes-ia
purificar as suas emoções.
Os dois itens seguintes — sobre pontuação
— copiei-os de Desafios. Português. 11.º
ano. Caderno de Atividades (de Alexandre Dias Pinto, Carlota Miranda,
Patrícia Nunes; Carnaxide, Santillana, 2011), alterando apenas alguns nomes próprios.
Associa cada frase de A à única hipótese da coluna B
que permite obter uma afirmação correta.
A
a)
Na frase «O Irondino, o Sancho e o Gualter foram a Braga.», usa-se a vírgula
para...
b)
Na frase «O Mário nunca, nunca chega a horas.», usa-se a vírgula para...
c)
Na frase «Camões, príncipe dos poetas, viveu no século XVI.», usa-se a vírgula
para...
d)
Na frase «O Gustavo anda a ler Fernando Pessoa e eu, um romance de Saramago.»,
usa-se a vírgula para...
e)
Na frase «Tu, Jorge, vais ao Porto esta semana.», usa-se a vírgula para...
f)
Na frase «Ele era, dizia-se, um bom jardineiro.», usa-se a vírgula para...
g)
Na frase «Se fores a Londres, visita o Museu Britânico.», usa-se a vírgula para...
h)
Na frase «Os alunos, que faltaram à aula, ficaram a estudar para o teste.»,
usa-se a vírgula para...
B
1. isolar as orações subordinadas relativas
explicativas.
2. isolar o modificador apositivo.
3. separar elementos com a mesma função
sintática.
4. indicar a supressão de uma palavra, geralmente
o verbo.
5. separar a oração subordinada adverbial
que ocorre antes da oração principal.
6. isolar o vocativo.
7. separar uma oração intercalada.
8.
separar os elementos repetidos.
Assinala e corrige os erros de pontuação
presentes nas frases seguintes e explica a razão das incorreções.
a) O Saul comprou, uma casa junto ao mar.
b)
— Ó Mateus que horas são?
c)
— Quem é aquela senhora.
d)
A Agostinha disse. Vou para a escola.
e)
Se voltas a ter esse tipo de comportamento.
f)
Socorro. Estou preso aqui dentro.
g) O Hélio o Alberto e o Zuzarte compraram
tostas queijo e fiambre.
Escreve parágrafo com
argumento e exemplo (a partir de três temas dos grupos III de exames de 2019 e
2918: cfr. slide).
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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. . . . . . .
Classifica as orações sublinhadas.
Carta (Toranja)
Não falei contigo com medo que
os montes
e vales que me achas
caíssem a teus pés...
Acredito e entendo que a estabilidade
lógica _______
de quem
não quer explodir faça bem ao escudo que és... subordinada ______
Saudade é o ar que vou sugando
e aceitando
como fruto de verão nos
jardins do teu beijo...
Mas sinto que sabes que
sentes também subordinada ______
que num dia maior serás
trapézio sem rede
a pairar sobre o mundo e tudo
o que vejo...
É que hoje acordei e lembrei-me
Que sou mago feiticeiro subordinada ________
Que a minha bola de cristal
é folha de papel
Nela te pinto nua numa chama
minha e tua.
Desconfio que ainda não
reparaste subordinada ________
que o teu destino foi
inventado
por
gira-discos estragados aos quais te vais moldando...
E todo o
teu planeamento estratégico de sincronização do coração
são leis
como paredes e tetos cujos vidros vais pisando... subordinada _______
Anseio o
dia em que acordares por cima de todos os teus números
raízes
quadradas de somas subtraídas sempre com a mesma solução...
Podias deixar de fazer da
vida um ciclo vicioso
harmonioso
ao teu gesto mimado e à palma da tua mão...
É que hoje acordei e
lembrei-me
Que sou mago feiticeiro
Que a minha bola de cristal
é folha de papel
E nela te pinto nua
Numa chama minha e tua.
Desculpa,
se te fiz fogo e noite sem pedir autorização por escrito
ao
sindicato dos deuses, mas não fui eu que te escolhi. coordenada _______
Desculpa, se te usei
como refúgio dos meus sentidos subordinada
______
pedaço
de silêncios perdidos, que voltei a encontrar
em ti... subordinada ______
É que hoje acordei e lembrei-me coordenada _______
Que sou mago feiticeiro...
... nela te pinto nua
Numa chama minha e tua.
Ainda magoas alguém
O tiro passou-me ao lado
Ainda magoas alguém
Se não te deste a ninguém,
magoaste alguém,
A mim... passou-me ao lado.
TPC — Relanceia mais uma ficha corrigida do Caderno de
atividades (sobre coesão lexical e referencial), que porei em Gaveta de Nuvens.
Aula 75-76 (28/jan [1.ª, 3.ª]) Correção do questionário de compreensão escrita sobre «Ulisses» (com audição também).
Esta
matéria — Atos de Fala —
pertence ao 10.º ano (integra as metas
ou as aprendizagens essenciais) mas não pôde ser então abordada.
Os
atos
de fala dividem-se em locutórios
(o próprio facto de se falar), ilocutórios (o tipo de ação que se pretende
realizar: uma ordem, uma promessa, uma constatação, uma ameaça, etc.) e perlocutórios (o
efeito produzido no interlocutor: ficar o ouvinte ofendido, envergonhado,
convencido, etc.). Como trataremos sobretudo dos atos ilocutórios, já se sabe
que é a esses que nos reportamos quando referirmos atos de fala.
Nos
atos de
fala diretos,
a intenção comunicativa
fica explícita no que é dito; nos atos de fala indiretos,
a intenção comunicativa
tem de ser captada pelo interlocutor. Por exemplo, em «Leiam o texto tal» há um
ato de fala _______; mas, se, no contexto de uma aula, o professor disser «É na
p. 104», temos um ato de fala ______, cuja ________ (‘ordem para se começar a
ler’) tem de ser inferida pelos interlocutores.
O
entendimento de um ato de fala está dependente do contexto comunicativo.
O que possibilita que a frase «É na p. 104» seja percebida como ordem para que
se leia é o facto de se estar numa _____ de _____.
Os
atos de fala classificam-se
segundo a força
ilocutória (o objetivo ilocutório):
diretivos
(pretende-se que o interlocutor atue de acordo com a vontade do locutor) — «Querem
abrir os livros na p. 321?»; «Abram os livros na p. 321».
assertivos
(assinala-se a posição do locutor relativamente à verdade do que diz) — «Não há
dúvida de que esta é a melhor frase»; «Admito que haja aqui um equívoco meu».
expressivos
(traduz-se o estado de espírito do locutor relativamente ao que diz) — «Entristece-me
que tenha partido»; «Muitos parabéns pelo teu teste».
compromissivos
(responsabilizam o locutor relativamente a uma ação futura) — «Não darei aula
no dia 1 de fevereiro»; «Prometo entregar os prémios Tia Albertina».
declarativos
(aquilo que se diz cria, por si só, uma nova realidade) — «Absolvo-te das falhas
cometidas»; «Fica aprovado com catorze valores».
Há
que contar com o tipo de frase
(interrogativo, imperativo, declarativo, exclamativo) e com o contexto:
«Estou constipadíssima», num contexto em que há uma porta aberta, pode ser um ato
de fala {escolhe} direto / indireto que
corresponda ao objetivo (à força ilocutória) _______ (com a locutora a pretender
que _______).
Plural 12, 2012, p. 343 [não está no nosso manual atual, porque
passou para o 10.º ano]:
Indica
o tipo dos atos de fala. Usarás diretivo /
assertivo /
expressivo /
compromissivo /
declarativo:
1.
Fala com o diretor de turma. ______
2.
Gostei que fizesses cocó no penico. ______
3.
Sei que Gedeão era Rómulo de Carvalho,
professor de Física. ______
4.
Ficam isentos do pagamento os menores de setenta e três anos. ________
6.
Duvido que te interesse. ________
7.
Chegarei às onze e sessenta e dois. _______
8.
Detesto que me estejam sempre a pressionar. ________
9.
Vou pensar no que me propõe. ________
10.
É inadmissível que te impeçam de ires ao jogo. ________
[fundado
Ver
de 1.00.43 a 1.04.56 («Últimos desejos»):
Preenche as quadrículas em branco, interpretando
os atos
de fala dos dois sketches
(série Barbosa). Por vezes, previ duas interpretações (uma, direta; a outra, indireta, que aliás é a mais verosímil). No tipo, porás assertivo, diretivo, expressivo, compromissivo
(não encontrei exemplo de ato declarativo).
Ato de fala |
direto / indireto |
tipo (segundo a força
ilocutória) |
modo verbal,
etc. |
«Últimos
desejos» |
|||
Julgava que eras meu amigo... |
direto |
assertivo |
«julgar» + imperfeito do indicativo |
indireto |
|
||
Por favor, promete que passas para açúcar mascavado. |
direto |
|
imperativo + «por favor» |
Eu mudo para açúcar mascavado. |
direto |
|
|
Gostava de ouvir o mar. |
|
expressivo |
imperfeito do indicativo |
indireto |
|
||
|
direto |
|
|
indireto |
expressivo |
||
«Condutor
de ambulância» |
|||
Pronto. Está bem. |
direto |
|
advérbio e presente do indicativo |
Arranca. Depressa. Já. |
direto |
diretivo |
|
Há aqui indivíduos que devem estar cheios de
pressa. |
direto |
|
«dever» no presente |
A sensação que me dá é que está verde há muito
tempo |
direto |
|
«dá-me a sensação» + presente do indicativo |
Não podia ir um pouco mais rápido? |
indireto |
|
imperfeito de «poder» + infinitivo |
Morreu. |
direto |
|
|
indireto |
expressivo |
Vai
até à p. 104, para leres «D. Dinis». Lembro que D. Dinis foi importante trovador
— autor de cantigas de amigo e cantigas de amor — e também é conhecido por ter
mandado plantar o pinhal de Leiria.
Mostra
como em Mensagem se traça o perfil de D. Dinis, indicando três
características do retrato que aí é feito do rei. Fundamenta essas
características com citações pertinentes.
a
haver = ‘a concretizar no futuro’
múrmuro = ‘sussurrante, murmurante’
arroio = ‘regato, pequena corrente de água’
marulho = ‘som das ondas do mar’
.
. . . . . .. . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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. . . . . . .
TPC — Em Gaveta de Nuvens lê capítulo de gramática sobre Atos ilocutórios.
Aula 77-78 (1 [1.ª], 2/fev [3.ª]) Na p. 108, à direita, tens o poema cujo título é adotado por toda a segunda parte de Mensagem, «Mar português». Talvez já o conheças desde o 9.º ano.
Explicita,
por palavras tuas, as seguintes afirmações da segunda quintilha:
«Tudo
vale a pena / Se a alma não é pequena»:
. .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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. . . . . . . . . . . .
«Quem
quer passar além do Bojador / Tem que passar além da dor»:
. .
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. . . . . . . . . . . .
«Deus
ao mar o perigo e o abismo deu, / Mas nele é que espelhou o céu»:
. .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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. . . . . . . . . . . .
Recorda
estas estâncias (Os Lusíadas, canto IV, 88-89), que integram o passo das despedidas, na praia do Restelo
(pouco antes de surgir «um velho, de aspeito venerando», que menearia três
vezes a cabeça e, descontente, discursaria).
A gente da cidade, aquele dia,
(Uns por amigos, outros por parentes,
Outros por ver somente) concorria,
Saudosos na vista e descontentes
E nós, co’a virtuosa companhia
De mil religiosos diligentes,
Em procissão solene, a Deus orando,
Pera os batéis viemos caminhando.
Em tão longo caminho e duvidoso
Por perdidos as gentes nos julgavam,
As mulheres c’um choro piadoso,
Os homens com suspiros que arrancavam.
Mães, Esposas, Irmãs, que o temeroso
Amor mais desconfia, acrescentavam
A desesperação e frio medo
De já nos não tornar a ver tão cedo.
Estabelece
uma aproximação entre a ideologia do poema «Mar português» e a das estâncias 88
e 89 do canto IV dos Lusíadas, que
acabaste de reler:
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Na p. 108, à esquerda,
lê «O
mostrengo», o quarto poema da segunda parte de Mensagem (cfr. pp. 52-53 da edição que estamos a
usar).
Discorre sobre as características
narrativas do poema:
O poema apresenta uma breve narrativa, em que se relata o
encontro dos navegadores portugueses com o Mostrengo (ação), sendo ambos
protagonistas. Do conjunto de personagens, destaca-se ainda o «________», que dialoga com o monstro. A narrativa decorre «________» (espaço) e numa «_________» (tempo).
Debruça-te sobre as marcas épicas da
composição:
São características épicas do poema a presença de uma ameaça
grandiosa sobre o _________, que, no confronto com ela, evidencia marcas de
grandeza (moral). O caráter narrativo é igualmente traço ________ do poema.
[Depois
de se ouvir passo do Adamastor, no
canto V de Os Lusíadas] Reflete sobre a importância simbólica das
figuras do «Adamastor», n’Os Lusíadas, e do «homem do leme», em Mensagem.
. . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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. . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Completa esta síntese
comparativa de Os Lusíadas e Mensagem, que retirei, com poucas
adaptações, de uma sebenta de estudo para exame.
Os Lusíadas
(1572) |
Mensagem
(1934) |
Poema _______ |
Poema épico-lírico |
dez cantos |
estrutura triádica: «Brasão»,
«_______», «O Encoberto» |
escritos em meados do século XVI,
época do declínio do apogeu expansionista |
escrita entre 1913 e 1934, época
de desencantos (relativamente a 1.ª República e a _______) |
cariz _______ e descritivo;
dimensão real e concreta |
cariz abstracto e interpretativo;
dimensão simbólica, doutrinária |
fundo histórico: a viagem do Gama |
fundo histórico e _______: a busca
de uma «Índia que não há» |
referência aos fundadores de
Portugal pela voz de Vasco da Gama e de Paulo da Gama, nos relatos ao rei de
Melinde e ao _______ |
evocam-se os que estiveram
associados aos primórdios da nacionalidade, pedindo-se a Afonso Henriques que
abençoe a pátria com o seu exemplo |
referem-se as lutas contra os
Mouros (Batalha de Ourique) e as lutas contra ______ (Aljubarrota; papel de
Nun’Álvares) |
Pessoa refere-se à figura de
Nun’Álvares como um messias, um «Portugal em ser» |
relata-se a aventura da descoberta
do caminho marítimo para a Índia, incluindo adversidades e perigos
(despedidas de Belém, Adamastor, tempestade) |
evoca-se processo de conquista do
mar desconhecido («O infante D. Henrique», «Horizonte», «Padrão», «O
Mostrengo», «Ocidente», «_______») |
_______ é a recompensa para os
portugueses que se transcenderam |
Pessoa sonha a recompensa: «ilhas
afortunadas», «terras sem ter lugar», onde mora o Desejado |
D. Sebastião é a garantia e a
esperança do regresso de tempos gloriosos, ao estilo do sebastianismo
tradicional |
D. Sebastião está na base de um
sebastianismo pessoano, que, sem negar o passado, aponta para um ________
promissor |
nas _________ (cantos I e X),
Camões reconhece em D. Sebastião qualidades de líder |
loucura de D. Sebastião é evocada
como necessária à criação de um novo império |
conceito de herói épico tradicional: o que o
move é a guerra contra os _______, a expansão |
conceito de herói mítico: o que é
escolhido para cumprir uma missão e é movido pela «febre do Além» |
os obstáculos que o herói enfrenta
levam-no à construção de um Império terreno (nacionalismo) |
os obstáculos que o herói enfrenta
levam-no à transcendência, a um império espiritual, o _______ (nacionalismo
universalista) |
poeta revela desencanto pelo
______ |
poeta revela desencanto pelo presente e apela
à construção de um futuro de dimensão cultural e espiritual: «É a hora!» |
poeta, ainda que valorizando os
momentos gloriosos da pátria, mostra tristeza pelo não reconhecimento do seu
valor e pelo estado da pátria |
poeta pretende restaurar a
grandeza da pátria, recriando o mito ________, essencial ao renascimento que
se defende |
a poesia serve para registar e
glorificar o passado |
a poesia, o sonho, o misticismo
são as forças que levarão ao __________ |
Itens sobre tipos de coesão em exames
[2021, 2.ª fase]
7. A utilização da expressão
«de facto» (l. 5) e do pronome «tua» (l. 28) contribui para a coesão
(A) gramatical
interfrásica, no primeiro caso, e gramatical referencial, no segundo caso.
(B) gramatical
interfrásica, no primeiro caso, e lexical por reiteração, no segundo caso.
(C) gramatical frásica, no
primeiro caso, e gramatical referencial, no segundo caso.
(D) gramatical frásica, no
primeiro caso, e lexical por reiteração, no segundo caso.
[2018,
2.ª fase]
7. Indique o processo de
coesão textual assegurado pelas expressões «No passado» (linha 1), «a pouco e
pouco» (linha 5), «Já» (linha 7), «Hoje, a pouco e pouco» (linha 24) e «ainda»
(linha 27).
R.: ___________
[2016,
1.ª fase]
6. O uso das palavras «dele»
(linha 28) e «os» (linha 29) [«O risco, correta ou incorretamente percecionado,
está por todo o lado nas nossas vidas, sendo várias as interrogações que se
podem colocar em face dele. A ciência traz-nos constantemente novos riscos,
assim como maneiras de os minimizar»] contribui para a coesão
(A) lexical. | (B)
aspeto-temporal. | (C) frásica.
| (D) referencial.
[2015,
1.ª fase]
7.
No contexto em que ocorre, a palavra «Dessas» (linha 15 [«E dá dois exemplos:
na época de Dürer, existiam na língua alemã mais de cento e cinquenta e oito
palavras para designar cheiros diferentes. Dessas, apenas trinta e duas hoje
subsistem, e frequentemente como formas dialetais muito localizadas.»])
contribui para a coesão
(A)
temporal. | (B) referencial. | (C) frásica. | (D) interfrásica.
[2014,
época especial]
1.5.
A utilização de «pois» (linha 4) e de «Por isso» (linhas 25-26) contribui para
a coesão
(A)
frásica. | (B) interfrásica. | (C) temporal. | (D) lexical.
[2013, 1.ª fase]
1.6.
No contexto em que que ocorrem [«Sai um livro em 2012, para o ano uma coleção
destes textozitos, em 2014 o que agora terminei e uma última coleção destas
prosinhas e acabou-se»], as palavras «textozitos» (linha 7) e «prosinhas»
(linha 8) [contribuem para a coesão
(A)
temporal. | (B)
frásica. | (C) interfrásica. | (D) lexical.
e dois itens para identificação de
referentes
[2012,
2.ª fase]
2.2.
Indique o antecedente do determinante possessivo que ocorre em «a sua
subordinação à hegemonia das imagens» (linhas 15 e 16). [«É, por isso,
inteiramente lícito que nos interroguemos sobre a relação possível entre o
esvaziamento das palavras e a sua subordinação à hegemonia das imagens, das
quais se diz agora valerem, cada uma delas, mais do que mil palavras, num
câmbio tão duvidoso quanto sugestivo.»]
R.: ___________
[2011,
1.ª fase]
2.1.
Indique o antecedente dos determinantes possessivos que ocorrem em «A sua
grande vegetação, o seu grande triunfo de flora» (linhas 12 e 13). [«As terras
não se cultivavam. Faziam, inertes, as suas despedidas da fertilidade,
suportavam aquela pausa intermédia entre a morte e a inumação. A sua grande
vegetação, o seu grande triunfo de flora, era o cardo. Se lhe davam folga, o
cardo cobria de verde-cinzento a paisagem.»]
R.: ___________
TPC — Relanceia mais uma
ficha corrigida do Caderno de atividades (sobre coesão frásica), que
porei em Gaveta de Nuvens.
Aula 79R-79 (2 [1.ª], 3/fev [3.ª]) Correção de resposta sobre «D. Dinis» (Mensagem).
O cartoon
que está projetado, do caricaturista António, tem a legenda «Henrique, o
lançador de caravelas». Interpreta-o, partindo da polissemia explorada na sua
legenda.
R.: O cartoon apresenta o Infante D. Henrique . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Agora, já sobre o poema «O Infante»
(p. 106), de Mensagem, de Fernando
Pessoa, responde aos seguintes itens:
Justifica o facto de o primeiro texto da
segunda parte de Mensagem ser
dedicado ao Infante D. Henrique.
R.: O Infante D. Henrique foi o
impulsionador das descobertas marítimas portuguesas. A ele cabe o papel de
protagonista primeiro da «Possessio Maris» (Posse do Mar).
O v. 1 sintetiza o entendimento da ação dos
heróis de Mensagem como uma teofania,
isto é, uma revelação divina. Explica, relacionando o verso com o resto da estrofe.
R.: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Refere o efeito de sentido produzido com o complexo
verbal «foste desvendando».
R.: O complexo verbal apresenta a ação como
uma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Menciona outro recurso estilístico que, na
segunda estrofe, contribua para o mesmo efeito.
R.: A atuação do Infante D. Henrique é
descrita através de uma ____________: é crescente e universal. Começou por
desvendar «ilhas(s)»
e
«continente(s)», chegando ao
«fim do mundo» e dando assim a
conhecer «a terra inteira».
Explicita o sentido dos dois últimos versos
da composição.
R.: Nos dois últimos versos, . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Comenta o valor expressivo da utilização da
segunda pessoa ao longo do poema.
R.: Com o uso da segunda pessoa, . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Relativamente a «Horizonte»
(p. 107), ordena as frases que se seguem, de modo a resumires o assunto do
poema. Nota que cada frase corresponde a uma estrofe.
a. Descrição de um mundo novo, através da
visão paradisíaca de um espaço até então desconhecido.
b. Interpretação simbólica do horizonte,
enquanto representação da ambição e do que nela existe de expetativa.
c. Evocação da viagem dos navegadores pelo
desconhecido e a consequente descoberta de novas terras e aquisição de novos
conhecimentos.
R.: a = ___; b =
___; c = ___.
Depois de relanceares o poema «Sagres», de Miguel Torga, na p.
191, indica o quarteto que tem mais evidentes relações intertextuais com «O
Infante», de Pessoa.
R.: É a ______________ quadra.
Depois de ouvires
«Fiscal das danças ridículas» (série Lopes da Silva), preenche a coluna do
meio, relativa ao ato ilocutório (assertivo, expressivo, diretivo, compromissivo, declarativo):
Passo de «Fiscal
das danças ridículas» ou de separadores |
Ato ilocutório |
Descrição útil para
tipificar ato |
[Incorreu na prática de danças ridículas.] Vai ter de abandonar
o estabelecimento. |
|
Frase deôntica dita por um «fiscal de danças ridículas». |
Vi-o a efetuar uma espécie de um comboiinho. |
|
Relato, relativamente a que o enunciador se responsabiliza, de
um acontecimento anterior. |
O que é que eu fiz? |
|
Interrogação dirigida ao fiscal. |
Não posso pactuar com comboiinhos! |
|
Frase na 1.ª pessoa, dita com ênfase, com indignação. |
Não vou fechar os olhos a uma situação como a que o vi fazer. |
|
Frase com complexo verbal (ir
+ infinitivo do verbo principal) com valor de futuro próximo. |
Não perca a atualização das notícias sobre a seleção nacional. |
|
Frase com uso do conjuntivo, correspondente a
imperativo negativo. |
Ao contrário do que fora anunciado, Paulo Ferreira não jantou o
prato de peixe. |
|
Informação, relato de uma circunstância, negando-se informação
anterior. |
Vamos ter oportunidade de ouvir uma
entrevista com Dona Maria da Conceição Ferradinha, uma alentejana que viu o
autocarro da seleção duas vezes. |
|
Frase com complexo verbal (ir
+ infinitivo de verbo principal) com valor de futuro próximo. |
Ui, tantos episódios! |
|
Frase exclamativa, com algum teor descritivo, mas sobretudo
admirativa. |
Agora é calcar! |
|
Frase de teor apelativo, ainda que sem uso de modo imperativo. |
Eu estou a perder a cabeça! |
|
Descrição de estado de espírito, sublinhada com nervosismo
evidente. |
Itens de exame em torno de atos ilocutórios
[2014, 1.ª fase]
2.3. Classifique
o ato ilocutório presente em «Como um dia veremos.» (linha 29). [É por isso que, para além do culto que a obra de
Eça legitimamente merece, por mérito próprio e grandeza genuína, se deve
reconhecer, para sermos justos, que muita da admiração totalitária que Eça
desencadeia nasce porventura duma espécie de preguiça e lentidão em entender,
ainda nos nossos dias, a linguagem diferente daqueles que lhe sucederam. O que
não parece vir a propósito, embora venha. Como um dia veremos.]
R.:
__________
[2013, 1.ª fase]
1.7. Na frase «E, após isso, ninguém lerá uma só palavra posta por mim
num pedaço de papel.» (linhas 9 e 10), o autor realiza um ato ilocutório
(A) compromissivo. | (B) declarativo. | (C) expressivo. | (D)
diretivo.
[2013, 2.ª fase]
2.2. Classifique o ato
ilocutório presente em «A sua poesia ainda tem segredos para si?» (linha 21).
R.: ___________
Classifica as orações
sublinhadas:
Ouvi dizer (Ornatos Violeta)
Ouvi dizer ________
Que o
nosso amor acabou,
Subordinada ___________
Pois eu
não tive a noção do seu fim. Coordenada ___________
Pelo que
eu já tentei,
Eu não
vou vê-lo em mim,
Se eu não
tive a noção __________
De ver
nascer o homem.
E, ao
que eu vejo, tudo foi para ti Subordinada
adverbial __________
Uma
estúpida canção que só eu ouvi, Subordinada
_________
E eu
fiquei com tanto para dar,
Que agora
não vais achar nada bem Subordinada adverbial ________
Que eu
pague a conta em raiva.
E, pudesse
eu pagar de outra forma, ... Subordinada
adverbial ________
E,
pudesse eu pagar de outra forma, ...
E,
pudesse eu pagar de outra forma, ...
Ouvi
dizer
Que o
mundo acaba amanhã.
Subordinada _________
Eu tinha
tantos planos para depois,
Fui eu quem
virou as páginas Subordinada
_________
Na pressa
de chegar até nós
Sem tirar
das palavras seu cruel sentido.
Sobre a
razão estar cega
Resta-me
apenas uma razão,
Um dia
vais ser tu
E um
homem como tu,
Como eu
não fui.
Um dia
vou-te ouvir dizer
E,
pudesse eu pagar de outra forma, ...
E,
pudesse eu…
Sei que um dia vais
dizer...
E,
pudesse eu pagar de outra forma, ...
E,
pudesse eu…
A cidade está deserta __________
E alguém escreveu o teu
nome em toda a parte, Coordenada _________
Nas casas, nos carros, nas
pontes, nas ruas,
Em todo o lado essa palavra
Repetida ao expoente da
loucura,
Ora amarga ora doce,
Para
nos lembrar
que o amor é uma doença, Subordinada
adverbial __________
Quando nele julgamos ver a
nossa cura. Subordinada adverbial ________
TPC — A exemplo do que tenho vindo a fazer
nestas últimas aulas, porei em Gaveta de
Nuvens mais uma ficha do Caderno de
atividades, já resolvida, em torno de mecanismos de coesão (desta vez,
coesão temporal). Deves ir lendo estas fichas. Lembro que está em curso
trabalho «grande» em torno de poema de Pessoa. Por favor, se não o fizeste
ainda, lê as instruções com cuidado e cumpre o prazo indicado.
Aula 80-81 (4/fev [1.ª, 3.ª]) A partir da p. 109 do manual temos já poemas da terceira parte de Mensagem («O Encoberto»). Começa por ler os excertos expositivos em «O Sebastianismo», na p. 110, e em «O Quinto Império», na p. 111.
Depois, completa esta «tradução», do
poema «Quinto
Império» (p. 109). Terás de copiar nos lugares corretos as
paráfrases dos versos de Pessoa (nessas «traduções», não pus a pontuação de
final de verso).
«Traduções» a copiar nas lacunas (aqui,
desordenadas, claro):
Perante
a visão que só a alma tem
Senão o destino de esperar pela
morte em vida
É da natureza humana ser descontente,
querer possuir
Passados os quatro Impérios
Surgir à luz do dia
A Europa — todos esses Impérios
acabaram
Pobre de quem vive seguro
Um sonho maior que faça abandonar
todos os confortos e as certezas
Pobre aquele que se dá por contente
Gerações passam
O Quinto Império, a Nova Vida
_____________________________
Pobre de quem, seguro, se contenta
com o pouco que tem
Sem um sonho maior, um desejo
Um íntimo fogo e objetivo
_____________________________
_____________________________
Pobre de quem apenas sobrevive e
nada mais deseja
Esse não tem alma
Senão o instinto de não morrer
_____________________________
_____________________________
Num tempo que é feito de gerações
_____________________________
Mas as forças da guerra,
irracionais, param
_____________________________
_____________________________
Completado o seu reino terreno
A Terra verá o quinto
_____________________________
Ele que começou a gerar-se da noite
(morte)
Grécia, Roma, o Império Cristão
_____________________________
Acabaram porque tudo se acaba com o
tempo
Falta assim viver o Império da
Verdade
O Quinto Império a que preside D.
Sebastião.
A seguir, também com versos
lacunares, pus uma tradução de «Nevoeiro» (p. 112), o último poema
de Mensagem. Desta vez, cabe-te criar
as paráfrases em falta. («À vitória!» corresponde ao latino «Valete, Fratres»,
que subscreve o original mas que o manual omitiu. Podes ver esse final do poema
na edição sobre as mesas, na p. 91.)
Nevoeiro
Nem governante nem leis, nem tempos
de paz ou de conflito
Podem definir a verdade, a essência
No que no presente é um fulgor
triste
____________________________________
Vida exterior sem luz intensa, sem
fogo de paixão e vontade
____________________________________
Os Portugueses não sabem o que
verdadeiramente querem!
Não conhecem a sua alma — o seu
Destino
________________________________________
Adivinha-se, no entanto, uma ânsia
neles, uma ânsia de querer
Mas tudo é incerto, morte
________________________________________
Portugal é, no presente, como o
nevoeiro.
____________________________________
À vitória!
Só com citações do poema, completa esta análise de
«Nevoeiro».
O poema
inicia-se com uma imagem negativa de Portugal, que estará a «_________».
Portugal surge personificado, marcado pela falta de identidade nacional
(acentuada pelos quatro conetores copulativos em «_______») e por um
estado de indefinição. A simbologia do título («________») ajuda nesta caracterização
depreciativa. Também boa parte do léxico da primeira estrofe remete para a
opacidade, embora em contraste com a hipótese de uma luz («_____», «_____»,
«_____»).
Entretanto,
surge o parêntese «__________», a assinalar a passagem para um clima menos
cético. A oposição de caráter paradoxal «__________» relaciona-se com a linha
ideológica que estrutura Mensagem: a
simultaneidade da decadência de Portugal e a esperança do seu renascer. Dois
pares de anáforas («___________», «___________»; «______», «______»)
intensificam a indefinição que envolve Portugal.
O apelo
final («_______») e a saudação em latim («______»), pelo tom exortativo que
encerram revelam a crença na mudança de um Portugal que, no último verso da
segunda estrofe, ainda surge mergulhado em «________».
No
sketch «Gajos que tentam adivinhar»
(série Meireles) [não o consigo reproduzir aqui no blogue] há uma personagem
que completa frases que o interlocutor começara. As expressões que o indivíduo
impaciente vai tentando adivinhar têm a mesma função sintática que as expressões certas. Classifica cada uma das
alíneas, usando uma destas funções sintáticas:
predicado / complemento oblíquo / predicativo
do sujeito / predicativo do complemento direto / modificador do grupo verbal
Falar-te-ei ...
|
sobre o André | sobre o primeiro-ministro | sobre o último disco da Shakira | sobre
o almanaque Borda d'Água | sobre o
Meireles
___________
É ...
|
simpático | amarelo | muito aberto a novas experiências | muito amigo do
Rodolfo | acintoso
_____________
Entra ...
|
em salas de cinema | em contradições | em autoestradas | em discussões
_____________
Faz-me sentir
...
|
sportinguista | roxo | apertado naquelas calças justas | mal
_____________
O que é que tu /
eu ...
|
estou a fazer aqui | comi ao pequeno-almoço | quero de presente de anos | achas
_____________
Que achas ...
|
a propósito da Magda | a propósito do alargamento da União Europeia | a propósito
da falta de consistência da defesa da seleção | a propósito da maneira de ser
do Meireles
_____________
Estas estâncias dos Lusíadas
— canto X, 144-146 — são já posteriores à Ilha dos Amores.
Relatam o regresso a Lisboa (144) e incluem depois uma reflexão do poeta.
144
Assi foram
cortando o mar sereno,
Com vento sempre
manso e nunca irado,
Até que houveram
vista do terreno
Em que naceram,
sempre desejado.
Entraram pela
foz do Tejo ameno,
E a sua Pátria e
Rei temido e amado
O prémio e
glória dão por que mandou,
E com títulos
novos se ilustrou.
145
Nô mais, Musa,
nô mais, que a Lira tenho
Destemperada e a
voz enrouquecida,
E não do canto,
mas de ver que venho
Cantar a gente
surda e endurecida.
O favor com que
mais se acende o engenho
Não no dá a
pátria, não, que está metida
No gosto da
cobiça e na rudeza
D’ũa austera,
apagada e vil tristeza.
146
E não sei por
que influxo de destino
Não tem um ledo
orgulho e geral gosto,
Que os ânimos
levanta de contino
A ter pera
trabalhos ledo o rosto.
Por isso vós, ó
Rei, que por divino
Conselho estais
no régio sólio posto,
Olhai que sois
(e vede as outras gentes)
Senhor só de
vassalos excelentes.
Nô mais = não mais, basta | destemperada
= desafinada | Conselho =
determinação | sólio = trono
. . . .
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TPC
— Relanceia ficha corrigidasobre Coesão interfrásica (pô-la-ei no blogue).
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