Aulas (1.º período: 39-61)
Aula 39-40 (16 [1.ª], 17/nov [3.ª]) Correções do conto feito na penúltima aula
(cfr. Apresentação).
Começa
por ler, nas pp. 34-35, os excertos ensaísticos aí intitulados «Da emoção ao
poema» e «O fingimento artístico», para fixarmos essa «matéria» (o
fingimento poético). Depois, relanceia na p. 33 (sobre o Pessoa ortónimo) o terceiro
parágrafo, que se ocupa da fragmentação
do «eu».
Lê o poema que ponho a seguir, «Apócrifo
pessoano». Trata-se de texto de Poesia
Reunida 1990-2000 (Lisboa, Dom Quixote, 2000), de Fernando Pinto do Amaral:
Apócrifo pessoano
O eu sentir quando penso
e pensar enquanto sinto
origina um labirinto
onde me perco e convenço
de que tudo é indistinto,
de que o mundo se organiza
desorganizadamente
nos recônditos da mente
como uma ideia imprecisa
que quando se pensa, sente
e quando se sente, pensa,
numa confusão total,
num processo irracional
em que se esfuma a diferença
entre o que é ou não real.
Dos meandros disso tudo
nasce apenas um desejo:
distinguir o que não vejo
e é talvez o conteúdo
deste infinito bocejo
a caminho não sei de onde,
à espera não sei de quê.
Quem me ouve? Quem me vê?
A vida não me responde
e afinal ninguém me lê.
O poema de Fernando Pinto do
Amaral é um pastiche de Pessoa (ortónimo). Nessa imitação, mais decisivos até
do que a métrica (redondilha maior) e que o esquema estrófico (quintilhas) —
realmente bastante usuais em Fernando Pessoa ele próprio — são tema e
linguagem. No entanto, há dois ou três versos em que a ironia suplanta a
imitação. Copia-os:
__________________
__________________
__________________
Antes de ouvirmos os três
quartetos em rima cruzada que constituem «Tudo que faço ou medito», de Fernando Pessoa, tenta copiar o poema —
cujos versos ponho em desordem (à exceção do primeiro) — na sequência devida.
Tudo que faço ou medito
E eu sou um mar de sargaço —
Querendo, quero o infinito.
Fragmentos de um mar de além...
Não o sei e sei-o bem.
Ao olhar para o que faço!
Vontades ou pensamentos?
Fazendo, nada é verdade.
Que nojo de mim me fica
Minha alma é lúcida e rica,
Um mar onde boiam lentos
Fica sempre na metade.
Tudo que faço ou medito
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Fernando
Pessoa, Poesias, Lisboa, Ática, 1942
Assinala as afirmações Verdadeiras
e Falsas:
a.
O poema desenvolve as tensões querer/fazer e alma/corpo humanos.
b.
Ao longo da composição, o poeta reconhece a incompletude dos seus atos.
c.
Os sonhos do sujeito poético têm uma natureza ilimitada.
d.
O resultado das suas ações provoca no poeta um sentimento de grande satisfação.
e.
O texto termina com um paradoxo que destaca a complexidade psicológica do eu
lírico.
[itens
cedidos simpaticamente por Expressões 12,
Porto, Porto Editora, 2012]
Como se diz no último
parágrafo da p. 70 do manual, «Tabacaria» é um dos mais importantes
poemas de Álvaro de Campos.
Vamos ouvi-lo em trechos lidos por vários declamadores (de cada um ouviremos
apenas uma parte, de modo a conhecermos o conjunto todo mas por diferentes
cinco leitores, quase todos atores).
A ordem dos declamadores segue, ascendente
e aproximadamente, a sua idade (que o respeitinho é muito bonito; note-se que
já morreram João Villaret, Mário Viegas e Antônio Abujamra). O vencedor será
convidado a assistir ao hastear da bandeira no dia da escola (exceto se já
tiver falecido).
{Não
consigo reproduzir aqui a declamação de João Grosso ouvida em aula: de qualquer
modo, não teve votos em nenhuma das turmas}
Declamador |
Verso ou expressão
destacável
(por expressiva) |
Pontuação |
João Grosso |
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Mário Viegas |
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Sinde Filipe |
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Antônio
Abujamra |
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João Villaret |
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[versos finais do longo «Tabacaria»:]
[...]
Mas um homem entrou na
Tabacaria (para comprar tabaco?),
E a realidade plausível cai de repente em cima de
mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo
o contrário.
Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os
pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma
consequência de estar mal disposto.
Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei
fumando.
(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na
algibeira das calças?).
Ah, conheço-o: é o Esteves sem metafísica.
(O Dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e
viu-me.
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o
Dono da Tabacaria sorriu.
Fernando
Pessoa, Poesias de Álvaro de Campos,
Lisboa, Ática, 1944 (imp. 1993)
O poema «Tabacaria» tem muitos elementos
narrativos. Se estivesse em linhas corridas, a toda a largura da página,
passaria facilmente por texto de prosa. Escreve um conto / prosa que prossiga o
final do poema (já entendido como texto de prosa) ou que simplesmente aproveite
o contexto de que nos fomos apercebendo ao longo de «Tabacaria». Sistema de
pessoas (1.ª, 2.ª, 3.ª) e tempos não tem
de ser o mesmo. Haverá título (que não será
«Tabacaria»). A caneta.
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TPC — Já lhes pedi que lessem
os três contos que estão na unidade 2 do manual, os de Maria Judite de Carvalho
— «George» (pp. 150-155) —, Manuel da Fonseca — «Sempre é uma companhia» (pp.
136-142) — e Mário de Carvalho — «Famílias desavindas» (pp. 163-165). Ao longo
desta ou inícios da próxima semana, queria que escrevessem, a computador, um
conto (sugiro, como mínimo, 1000 palavras; mas também não aconselho textos
muito maiores — fixemos talvez as 1500 palavras como máximo).
O
objetivo final é o concurso Correntes d’Escritas, o mais importante em
Portugal para autores jovens (e cujo prémio são interessantes mil euros).
Independentemente do concurso, a tarefa é para ser feita por todos e é um dos
trabalhos maiores deste período (correspondendo a vários tepecês). Ainda haverá
uma correção minha da primeira versão que entreguem na classroom:
imprimirei esse texto e trá-lo-ei com emendas manuscritas; depois, enviar-me-ão
a versão já melhorada de novo via classroom.
Evitem,
por mais leve que seja, qualquer aproveitamento de escritos alheios. Não
esqueçam título. Escrevam o vosso nome (depois, para efeito de concurso, é que
usaremos pseudónimo).
Aula 41R-41 (17 [1.ª], 18/nov [3.ª]) Correção de prova de exame sobre Reis (2.ª fase de 2018) (cfr. Apresentação).
Também
na «Ode marítima», de Álvaro de Campos, há sensações, e são elas que conduzem o
sujeito poético. Mas o «sensacionismo» de Campos não tem muito que ver com o de
Alberto Caeiro:
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Tendo
visto a segunda parte (25-41) de documentário sobre Fernando Pessoa (para a
série ‘Grandes Portugueses’), assinala, à esquerda de cada período, se a
afirmação é V(erdadeira) ou F(alsa).
No segundo número da revista Orpheu, saíram «Chuva
oblíqua» (Pessoa) e «Ode marítima» (Caeiro).
Paulismo, Intersecionismo, Sensacionalismo foram correntes
literárias criadas por Pessoa.
Os heterónimos aparecem em 1914, quando Pessoa tinha vinte e
seis anos.
Segundo Clara Ferreira Alves, Ricardo Reis decide exilar-se no
Brasil após a instauração da República.
«Para ser grande, sê inteiro» é um verso de uma das odes de
Reis.
Álvaro de Campos era licenciado em Multimédia pela Escola
Superior de Comunicação.
Álvaro de Campos é o heterónimo que se considera ter evoluído
por várias fases literárias.
Alberto Caeiro era um homem do campo, nunca tendo saído de
Portugal.
Caeiro seria o homem de uma «certa mediania dourada de que
falavam os clássicos».
Bernardo Silva, ajudante de guarda-livros, é considerado um
semi-heterónimo.
Fernando Pessoa era admirado pelo público, mas pouco
reconhecido entre os intelectuais do seu tempo.
Para Clara Ferreira Alves, Pessoa seria mesmo um anónimo
empregado de escritório.
Mário de Sá-Carneiro suicidou-se em Paris.
Ofélia Queiroz trabalhou num escritório em que também
trabalhava Pessoa.
Pessoa dedicou-se com bastante êxito a negócios de comissões e
de tabaco.
Escreveu para a Coca-Cola o slogan «primeiro estranha-se,
depois emprenha-se».
Em 1930, fixou-se na sua residência final (a Campo de
Ourique).
Aleister Crowley era um mágico inglês, decerto charlatão.
Pessoa terá colaborado na encenação de suposto suicídio de
Crowley, na Boca do Inferno.
A revista presença
foi grande divulgadora da poesia de Fernando Pessoa.
Para recordarmos Fernão
Lopes, vamos aproveitar um texto na p. 365, parte do capítulo 115 da
Crónica de D. João I.
O
fragmento corresponde ao relato de uma fase inicial do cerco de Lisboa. No
decurso da crise desencadeada após a morte do rei D. Fernando, os
representantes da burguesia e do povo tinham escolhido o mestre de Avis como
sucessor, incumbindo-o de matar o conde de Andeiro, aliado da regente. Leonor
Telles pede então auxílio ao genro, D. João de Castela, que cercou a cidade de
Lisboa. O povo revela sentimento patriótico («ouvindo repicar [...] avivavam-se
os corações deles»), coragem («mostrando fouteza»), lealdade ao mestre («nom
minguava avondança de trigosos executores»).
[«Tradução»
do texto em português do século XXI:]
Além daqueles que, em cada lugar, eram designados
para a defesa, também o resto da população da cidade, ouvindo repicar os sinos
da Sé e das outras torres, ficava com o sentimento patriótico mais vivo.
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Classifica as orações sublinhadas (com
espaço para tal à direita):
«A escola»
(Jorge
Palma)
Eu nasci lá para os
lados do rio, coordenada
Passava os dias a jogar à bola, coordenada assindética
Mas eu não era exceção coordenada
adversativa
E, antes que desse
por isso, ________
Já estava na escola. coordenada copulativa (e subordinante) [começa no «E»]
O programa era elementar, _________
Entre o Euclides e o Arquimedes,
Mas, sempre que a
informação subordinada
adverbial temporal
Dá uma volta no espaço,
Eu quero sintonizar. coordenada adversativa [começada
no «Mas»]
A escola ainda não acabou,
Há sempre tanta matéria a estudar,
Que eu chego mesmo a ter medo ________
De, em qualquer momento,
Já não ter lugar,
Já não ter lugar,
Para mais conhecimento.
Já consigo filosofar,
Sei uma ou duas palavras em grego.
Enquanto o tempo deixar _______
E a escola não se afundar,
Vou alterando o meu ego, _______
Vou deixando as moscas pairar, coordenada assindética
Vou vendo se o Godot já chegou ________
E, quando me dá na
tola, subordinada adverbial
temporal
Dou um chuto na bola, coordenada copulativa (e subordinante)
Só para me aliviar. subordinada
adverbial final
A escola ainda não acabou, coordenada
Há sempre tanta matéria a estudar, _______ (e coordenada assindética)
Que eu chego mesmo a ter medo
De, em qualquer momento,
Já não ter lugar,
Já não ter lugar,
Para mais conhecimento.
TPC —
Não marco tepecê porque está a decorrer o prazo para escreverem um original
conto que vencerá o conceituado Correntes
d’Escritas. (Para se ter ideia do
estilo de textos que podem entusiasmar o júri deste concurso, em Gaveta de Nuvens assinalei a azul links
para dois contos vencedores: o de Luísa, do 12.º 3.ª de há oito anos, e de Ana,
também de um 12.º 3.ª, mas de 2019-2020. Será escusado lembrar que devemos
apostar sempre em modelos originais e que o estilo mais original e apropriado
em 2013 ou em 2019 já não seria visto do mesmo modo em 2022.)
Aula 42-43 (19 [1.ª, 3.ª]) Vai relendo o conto «Famílias desavindas» (pp. 163-165), de Mário de Carvalho, que pedira que lessem em casa. Escolhe a melhor alínea de cada item, circundando-a.
[Depois de reler ll. 1-6]
Os
semáforos a pedal de que trata o conto
a)
ainda existem, tal como outros idênticos na Guatemala.
b)
já não existem, tendo os últimos desaparecido nos anos setenta, na Guatemala.
c)
ainda existiam, à data da narração, ao contrário dos da Guatemala.
d)
nunca existiram, segundo o narrador, como se perceberá ao longo do conto.
[ll.
7-17]
As
garrafas de Bordéus eram
a)
um dos negócios de Letelessier.
b)
parte da estratégia para vender os semáforos.
c)
elementos do «trânsito de carroças de vinho».
d)
contrapartida oferecida pelo autarca.
Os
semáforos foram colocados na
a)
Ponte, primeiro; na Rua Fernão Penteado, depois.
b)
movimentada rua Fernão Penteado.
c)
deserta rua Fernão Penteado, depois de vários locais ponderados.
d)
travessa de João Roiz de Castel-Branco.
[ll.
18-24]
Em
«Durante a Primeira Guerra foi introduzida uma melhoria» (ll. 22-23), «Durante
a Primeira Guerra» e «uma melhoria» são, respetivamente,
a)
modificador do grupo verbal e complemento direto.
b)
modificador do grupo verbal e sujeito.
c)
modificador de frase e complemento direto.
d)
modificador do grupo verbal e predicativo do sujeito.
«que
a roda da frente era destituída de utilidade» (l. 24) é oração subordinada
a)
adjetiva relativa restritiva e tem a função de modificador restritivo do nome.
b)
substantiva relativa e tem a função de sujeito.
c)
substantiva completiva e tem a função de complemento direto.
d)
adjetiva relativa explicativa e tem a função de modificador apositivo do nome.
[ll.
25-30]
Quanto
à função sintática, «de que os concorrentes soubessem andar de bicicleta»
(26-27) é
a)
complemento do nome.
b)
complemento do adjetivo.
c)
complemento direto.
d)
complemento oblíquo.
O
«que» na linha 28 desempenha a função de
a)
sujeito.
b)
complemento direto.
c)
modificador restritivo do nome.
d)
predicativo do sujeito.
Depreende-se
que
a)
o regulamento para semaforeiro foi revisto, tendo, assim, sido escolhido Ramon.
b)
foi contratado, por influências, alguém que não cumpria as condições
estipuladas.
c)
a escolha de Ramon foi acertada porque aprenderia a andar de bicicleta.
d)
o esforço e boa vontade de Ramon foram determinantes na seleção do semaforeiro.
[ll.
31-39]
Em
termos de valor aspetual, «Por alturas da Segunda Grande Guerra foi substituído
pelo seu filho Ximenez» (ll. 31-32) é
a)
perfetivo.
b)
iterativo.
c)
habitual.
d)
imperfetivo.
Em
termos de valor aspetual, «A administração continua a pagar um vencimento
modesto» (ll. 33-34) é
a)
perfetivo.
b)
iterativo.
c)
habitual.
d)
imperfetivo.
[ll.
40-42]
A personalização
do semáforo é um conceito
a)
verosímil, no contexto da narrativa, mas que remete para o absurdo da situação.
b)
inverosímil, abonado também na referência inicial aos semáforos da Guatemala.
c)
irrazoável, dado o restante enredo, e crítico da maneira de ser dos portuenses.
d)
fantástico, na medida em que personifica um objeto inanimado.
[ll.
43-85]
«Sou
um cidadão livre e desimpedido» (55-56), quanto ao valor aspetual, é
a)
imperfetivo.
b)
genérico.
c)
perfetivo.
d)
habitual.
«Felizmente»
(60) desempenha a função sintática de
a)
complemento oblíquo.
b)
modificador de frase.
c)
sujeito.
d)
modificador do grupo verbal.
«descendentes
casadoiros» (ll. 61-62) é
a)
complemento direto.
b)
complemento indireto.
c)
sujeito.
d)
predicativo do sujeito.
«Piora
sempre os resultados» (l. 62) é frase
a)
com valor modal apreciativo.
b)
em que se reflete acerca das consequências do casamento.
c)
que pode ser lida como alusiva, por exemplo, a Amor de Perdição.
d)
com valor modal deôntico.
Os
médicos João Pedro, João e Paulo eram, respetivamente,
a)
preocupado, modesto, explicativo.
b)
proativo, incompetente, mais especulativo que prático.
c)
livre, inseguro, sonolento.
d)
missionário, hesitante, falador.
[ll.
86-91]
«mota»
(l. 88) pode ser considerado
a)
complemento oblíquo.
b)
truncação.
c)
caso de parassíntese.
d)
conversão.
[ll.
96-99]
No
primeiro período deste parágrafo, «quem dissesse que o semáforo ficou
abandonado» é
a)
oração subordinada substantiva relativa.
b)
oração subordinada adjetiva relativa restritiva.
c)
oração subordinada adjetiva relativa explicativa.
d)
oração subordinada substantiva completiva.
«de
remorsos» (98) é
a)
modificador restritivo.
b)
complemento oblíquo.
c)
complemento do adjetivo.
d)
predicativo do sujeito.
«enquanto
o Paco não regressa» (99) é
a)
modificador de frase.
b)
modificador de grupo verbal.
c)
complemento oblíquo.
d)
oração adjetiva.
[Para os mais rápidos:]
Na
p. 166, resolve o item 1 de «Gramática no texto» mas, além da solução da função
sintática, indica também o critério formal em que te apoiaste (vê como fiz para
A):
A «quase com selvajaria»
= 2 [Modificador do grupo verbal] | Que fizeram eles quase com selvajaria?
Opuseram-se a um jovem engenheiro que considerou a roda dispensável.
B «a um jovem
engenheiro» = ___ | __________
C «a roda» = ___ |
__________
D «dispensável» = ___ | considerou a roda dispensável — considerou
dispensável a roda.
Vamos
cumprir mais uma «linha temática» das que se têm convencionado para o estudo de
Fernando
Pessoa em nome próprio (isto é, ortónimo)
e que no manual vem designada como ‘sonho
e realidade’ (pp. 41-44).
Para
já, usaremos a prova de exame de 2019 (1.ª fase). Responde aos três itens que
constituíam a Parte A do Grupo I —
no caso do item 2 podes aproveitar na tua resposta o que, nos «Critérios de
classificação», se recomendava como tópicos alegáveis, ainda que, de qualquer
modo, tenhas de compor essa síntese em texto e possas acrescentar ideias tuas.
Bem sei que há ilhas lá ao sul de
tudo
Onde há paisagens que não pode
haver.
Tão belas que são como que o veludo
Do tecido que o mundo pode ser.
Bem sei. Vegetações olhando o mar,
Coral, encostas, tudo o que é a
vida
Tornado amor e luz, o que o sonhar
Dá à imaginação anoitecida.
Bem sei. Vejo isso tudo. O mesmo
vento
Que ali agita os ramos em torpor
Passa de leve por meu pensamento
E o pensamento julga que é amor.
Sei, sim, é belo, é longe, é
impossível,
Existe, dorme, tem a cor e o fim,
E, ainda que não haja, é tão
visível
Que é uma parte natural de mim.
Sei tudo, sei, sei tudo. E sei
também
Que não é lá que há isso que lá
está.
Sei qual é a luz que essa paisagem
tem
E qual a rota que nos leva lá.
Fernando
Pessoa, Poesia do Eu, edição de
Richard Zenith, 2.ª ed., Lisboa,
Assírio & Alvim, 2008, pp. 314-315.
1. Nas três primeiras estrofes, o sujeito poético descreve um lugar
idealizado. Apresente duas características desse espaço e exemplifique cada uma
delas com uma transcrição pertinente.
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2. Explique o conteúdo dos versos 3 e 4 e relacione-o
com a temática pessoana em evidência no poema.
[ tópicos nos «Critérios de classificação», sobre o item 2:
Devem ser abordados os tópicos
seguintes, ou outros igualmente relevantes:
‒
comparação entre a beleza das ilhas e o «veludo», para sugerir a suavidade/a
felicidade que o mundo pode proporcionar, se existir harmonia/se a tessitura
dos seus elementos for harmoniosa;
‒
enquadramento na temática do sonho e da realidade, na
medida em que as ilhas imaginadas permitem ao sujeito poético vislumbrar um
mundo de plenitude a que, no entanto, só pode aceder através do sonho. ]
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3. Explicite dois sentidos das anáforas e das suas
variantes (versos 1, 5, 9, 13, 17 e 19), tendo em conta o desenvolvimento
temático do poema.
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TPC —
Durante esta e próxima semana, o tepecê é escreverem e depositarem o conto na classroom
e, depois, à medida que forem recebendo as primeiras versões corrigidas,
descarregarem nova versão limpa. Pedia que, nessa altura, me dessem de novo, em
aula, a versão com emendas, para eu controlar o lançamento das correções (em
anos anteriores, reparei que essa tarefa nem sempre era cumprida com cuidado).
Na versão limpa acrescentem, no final do texto, um pseudónimo.
Aula 44-45 (23 [1.ª], 24/nov [3.ª]) Correção de questionário sobre «Famílias desavindas» feito há uma aula (cfr. Apresentação).
Os poemas
de Adília
Lopes (nasc. 1960) que copiei em baixo supõem o conhecimento de
textos de Ricardo Reis (com a figura horaciana de «Lídia»). A alusão a Reis
está explícita no título do primeiro poema de Adília Lopes e na epígrafe (cfr. v. 21 de «Vem sentar-te comigo, Lídia,
à beira do rio») e no último verso do segundo poema (além de que, neste texto,
o segundo verso repete o primeiro verso de uma ode de Reis que não temos no
manual, «As rosas amo do jardim de Adónis»).
Escreve um comentário
sobre estes poemas de Adília Lopes, procurando salientar a relação que eles
estabelecem com a ideologia de Ricardo Reis, citando, se for caso disso, qualquer
uma das suas odes lidianas.
(anti-Ricardo Reis)
O rio
é bom
para nadar
e as flores
para dar
o resto
são cantigas
casa-te com Lídia
tem bebés
passa a lua de mel
na Grécia
Adília Lopes, Sete rios entre campos
«pega tu nelas»
Ricardo Reis
Mão morta vai bater
àquela porta
as rosas amo dos
jardins de Adónis
ao escrever
com uma tartaruga
oh como era lebre a
tartaruga!
Mas porque será
sempre Lídia
a pegar nas rosas
Dr. Ricardo Reis?
Adília Lopes, Os 5 livros de versos salvaram o tio
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[solução possível:]
Os
poemas de Adília Lopes assumem atitude antagónica da de Ricardo Reis.
No
primeiro texto, logo o título «(anti-Ricardo Reis)», prosseguindo os versos com
afirmações, que funcionam como imperativos, em que se contraria a visão serena
e fria — epicurista-estoica — que denotam as odes deste heterónimo de Pessoa.
No poema tirado de Sete rios entre campos,
o sujeito lírico aconselha Reis a desfrutar verdadeiramente do que nas odes é
apenas o cenário da tranquilidade de que se faz a apologia. Sugere-se-lhe que
nade, case, tenha bebés, que «o resto são cantigas».
No
segundo poema é o terceto, em forma de pergunta dirigida a Ricardo Reis, que
mostra maior irreverência. A pergunta, que indaga porque cabe a Lídia pegar nas
rosas, articula-se com a epígrafe (que remete para expressão nos versos 21-22
do mais famoso dos poemas Reis com Lídia, «Colhamos flores, pega tu nelas e
deixa-as / No colo»). O sujeito poético contesta Ricardo Reis, já não pela sua quase
apatia, antes pelo facto de se mostrar sempre imperativo com Lídia. Com efeito,
nas odes de Reis as frases com valor deôntico sucedem-se, o que pode ser
interpretado como desvalorização daquela figura feminina que o poeta resgatara
a Horácio.
Um
dos assuntos de gramática que revimos foram os chamados «processos irregulares de formação
de palavras». As suas seis definições estão na p. 7 do anexo colado
à contracapa. Na tabela pus ainda a onomatopeia, que, por vezes, também figura
nesta listas de processos
não-morfológicos de formação de palavras.
Terás
de lançar na coluna à esquerda o nome dos processos (de neologia) e lançar na
coluna à direita as palavras «neológicas» seguintes (as que já estão na tabela
são as que temos usado em exercícios idêntico; as que vais ter de colocar agora
são, em parte, retiradas do sketch
«Curso de preparação para o casamento», da série Lopes da Silva):
mousse | São (< Conceição)
| gravar [a eucaristia] (‘fixar sons
ou imagens em disco ou fita magnética’ [< ‘esculpir com buril ou cinzel;
estampar; imprimir’]) | abreijos
(abraços + beijos) | NCMDL (<
Núcleo de Conselheiros Matrimoniais da Diocese de Lisboa) | CAAAB (pronunciado [kαab]; < Cool
Até Abrir A Boca) | sofá | pumba! | chocolate
Processos |
Exemplos |
Extensão semântica |
navegar (na net), chumbo
(‘reprovação’) |
|
scanear, pizza |
|
portunhol, motel |
|
CEE, ESJGF |
|
CRE, ovni |
Onomatopeia |
coaxar, tiquetaque |
|
zoo, nega (‘nota negativa’), otorrino |
TPC —
Lê a versão já corrigida da ficha do Caderno de atividades sobre
Fernando Pessoa (ortónimo) que deixo aqui.
Aula 46R-46 (24 [1.ª], 25/nov [3.ª]) Assistência a trechos de 1986 (partes dos episódios 7 e 8; cfr. famílias desavindas):
[Ficam aqui não os
episódios propriamente ditos mas os episódios, em fundo, comentados por atores,
autor, argumentistas:]
Os
episódios podem ver-se aqui: 7: https://www.rtp.pt/play/p4460/e335557/1986;
8: https://www.rtp.pt/play/p4460/e335557/1986
D. Rita pasmava da transformação, e o marido, bem convencido
dela, ao fim de cinco meses, consentiu que seu filho lhe dirigisse a palavra.
Simão Botelho amava. Aí está uma palavra única, explicando o
que parecia absurda reforma aos dezassete anos.
Amava Simão uma sua vizinha, menina de quinze anos, rica
herdeira, regularmente bonita e bem-nascida. Da janela do seu quarto é que ele
a vira a primeira vez, para amá-la sempre. Não ficara ela incólume da ferida
que fizera no coração do vizinho: amou-o também, e com mais seriedade que a
usual nos seus anos.
Os poetas cansam-nos a paciência a falarem do amor da mulher
aos quinze anos, como paixão perigosa, única e inflexível. Alguns prosadores de
romances dizem o mesmo. Enganam-se ambos. O amor aos quinze anos é uma
brincadeira; é a última manifestação do amor às bonecas; é tentativa da
avezinha que ensaia o voo fora do ninho, sempre com os olhos fitos na ave-mãe,
que está da fronde próxima chamando: tanto sabe a primeira o que é amar muito,
como a segunda o que é voar para longe.
Teresa de Albuquerque devia ser, porventura, uma exceção no
seu amor.
O magistrado e sua família eram odiosos ao pai de Teresa, por
motivos de litígios, em que Domingos Botelho lhes deu sentenças contra. Afora
isso, ainda no ano anterior dois criados de Tadeu de Albuquerque tinham sido
feridos na celebrada pancadaria da fonte. É, pois, evidente que o amor de
Teresa, declinando de si o dever de obtemperar e sacrificar-se ao justo azedume
de seu pai, era verdadeiro e forte.
E este amor era singularmente discreto e cauteloso. Viram-se e
falaram-se três meses, sem darem rebate à vizinhança, e nem sequer suspeitas às
duas famílias. O destino que ambos se prometiam era o mais honesto: ele ia
formar-se para poder sustentá-la, se não tivessem outros recursos; ela esperava
que seu velho pai falecesse para, senhora sua, lhe dar, com o coração, o seu
grande património. Espanta discrição tamanha na índole de Simão Botelho, e na
presumível ignorância de Teresa em coisas materiais da vida, como são um
património!
Na véspera da sua ida para Coimbra, estava Simão Botelho
despedindo-se da suspirosa menina, quando subitamente ela foi arrancada da
janela. O alucinado moço ouviu gemidos daquela voz que, um momento antes,
soluçava comovida por lágrimas de saudade. Ferveu-lhe o sangue na cabeça;
contorceu-se no seu quarto como o tigre contra as grades inflexíveis da jaula.
Teve tentações de se matar, na impotência de socorrê-la. As restantes horas
daquela noite passou-as em raivas e projectos de vingança. Com o amanhecer
esfriou-lhe o sangue e renasceu a esperança com os cálculos.
Camilo
Castelo Branco, Amor de Perdição, cap. II (trecho)
Vê
agora os minutos 20 a 25 deste Amor de Perdição de Manoel de Olveira:
Aproveitando o teu conhecimento de Amor
de Perdição, o próprio passo que leste agora, e uma ou várias das outras
obras a que aludi em cima, trata do problema da difícil coexistência de
questões de honra familiar e feitio dos heróis românticos.
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Nas pp. 63, 67, 69 estão sintetizados os Valores
temporais, aspetuais, modais. Para as categorias tempo, aspeto, modo (modalidade)
concorrem a flexão, os verbos auxiliares, informação lexical, advérbios e grupos
preposicionais:
valores temporais:
anterioridade («passado»), simultaneidade («presente»), posterioridade
(«futuro»);
valores aspetuais:
perfetivo, imperfetivo, habitual, iterativo e o «não-aspeto» genérico;
valores modais:
de apreciação (modalidade apreciativa), de permissão/obrigação (modalidade
deôntica), de probabilidade-certeza (modalidade epistémica)
Nas quadrículas,
destaquei as expressões que conferem alguns dos valores citados. Preencherás a
lacuna com o valor que esteja em causa, como fiz na primeira frase.
Trecho de «Debate com o
Super-Homem» (série Barbosa) |
Tempo |
Aspeto |
Modalidade |
Ó Joaquim Barbosa, você
vai ter de moderar este debate com mais isenção. |
vai ter de... (ir + inf
[«futuro próximo»]) posterioridade |
|
ter de moderar (ter de + inf) deôntica
(obrigação) |
Quem nos está a ouvir em
casa deve estar com a ideia de que o meu adversário é o Super-Homem |
está (presente e estar
a + inf) ________ |
está a ouvir (estar a + inf) _________ |
deve estar (dever) _______ |
Mas, repare, o seu
adversário é o Super-Homem. |
|
é _________ |
repare (imperativo) __________ |
Proponho-me
criar, durante esta legislatura, 150.000 postos de trabalho. |
proponho-me criar (lex.) ________ |
durante esta legislatura _________ |
|
Não me interrompa, por
favor! |
|
|
não me interrompa ___________ |
Vou
também criar estágios para licenciados. | Vou também limpar o Rio Alviela. |
Vou fazer aquilo de que a nossa economia precisa. | Vai usar que super-poder?
| Vou telefonar ao governador do Banco de Portugal. |
Vou criar/limpar/... ir
+ inf («futuro próximo») ________ |
|
|
Temos que apostar no
turismo. |
|
|
temos de apostar (ter de + inf) ______________ |
Vou
pegar no planeta Terra e girá-lo para que o Sol possa incidir sobre o nosso
país oito meses por ano. |
Vou pegar / vou girá-lo (ir + inf) ________ |
oito meses por ano _________ |
possa incidir ________ |
Isso é lamentável! |
|
ser _____________ |
adjetivo, entoação ________ |
Eu salvo o planeta entre
duas a três vezes por semana. |
|
salvo [...] duas a três vezes por semana _________ |
|
Eu salvei o planeta uma
vez. |
salvei (pretérito) ________ |
salvei uma vez (perfeito) _________ |
|
Você fartou-se de me
interromper. |
fartou-se (pretérito) ________ |
fartou-se (lex) _________ interromper (lex) _________ |
|
Classifica as orações sublinhadas:
Amar
pelos dois
(Luísa Sobral; interpret.: Salvador Sobral)
Se um dia alguém perguntar por mim,
_________
Diz que
vivi para te amar. ________ ________
Antes de ti, só existi
Cansado e sem nada para dar.
Meu bem, ouve as minhas preces:
Peço que
regresses, que me voltes a querer. _________
_________
Eu sei que não se ama sozinho,
Talvez devagarinho possas voltar a
aprender.
Meu bem, ouve as minhas preces:
Peço que regresses, que me voltes a
querer.
Eu
sei que não se ama sozinho, ________ _________
Talvez devagarinho possas voltar a
aprender.
Se o teu coração não quiser ceder,
________
[Se] Não sentir paixão, [Se] não
quiser sofrer
Sem fazer planos do que virá depois,
O
meu coração pode amar pelos dois. ________
Para proceder à reformulação
da 1.ª versão do conto
Por
vezes, usei dois signos que nem todos compreenderão: um sinal de cardinal (#)
para introduzir espaço; um vê traçado (aproximadamente: ¥), para tirar espaço
que estivesse a mais. Também posso ter sugerido travessões verdadeiros em vez
de hífens (alt + 0151 costuma dar
bons travessões: — ; também se pode inserir Símbolo,
clicar Mais símbolos, depois Carateres
especiais, escolhendo então Travessão).
Quanto
ao tipo de fonte (da letra),
tamanho, espaço interlinear, pode ficar ao vosso critério, até para não parecer
que os textos foram trabalhados coletivamente. Em outros concursos, costuma
pedir-se Arial, Calibri ou
Times New Roman, corpo 12, dois espaços. Creio, porém, que esse espacejamento
(entrelinha) é exagerado (bastará 1,5).
Preferia
que os parágrafos fossem europeus (ou seja com uma margem inicial e sem grande espaço entre parágrafos; os americanos
é que preferem não fazer margem inicial e separar os parágrafos com uma linha
de espaço). A tal margem inicial pode ser feita automaticamente (Parágrafo
/ Avanços e espaçamento / Especial / Primeira linha).
Notem que o título não pode ficar com Primeira linha (para poder ficar
mesmo centrado).
Poria
o texto justificado (à direita e à
esquerda). Em Parágrafo escolhe-se Alinhamento e aí Justificado.
No
exemplar passado a limpo, não pode aparecer o teu nome (como já disse, deves é
subscrever o texto já com um pseudónimo).
Aula 47-48 (26/nov [1.ª, 3.ª]) Sobre o texto inspirado em «Tabacaria» ora entregue.
Para evitar certos erros
que ainda vou vendo aqui e ali
A terminação mos da 1.ª pessoa do plural (andamos, andámos, andaremos, andámos, andávamos, andarmos, andaríamos) não é nenhum
pronome, é um sufixo que nos dá
informação sobre pessoa/número (dantes, chamávamos-lhe desinência pessoal) que integra a palavra. Não há, é claro, nenhum
hífen a separá-lo do verbo.
Basta flexionarmos a forma verbal para termos a certeza de
que é uma palavra única:
quando
eu fizer
quando
tu fizeres
quando
ele fizer
quando
nós ______
quando
eles fizerem
É
verdade que também há expressões com o pronome -mos (contração de me + os), que deverá ficar separado do verbo
por um hífen. Exemplo: «Tens os lápis? Dá-___.»
Podes
experimentar substituir pela 3.ª pessoa do complemento indireto (lhe):
Dá-___.
Podes
substituir por um nome a parte do complemento direto:
Dá-me
os lápis.
É
mais comum o pronome -nos. (E nota
que não há nenhum sufixo nos,
portanto nos depois de verbo será
decerto -nos.) Este pronome nos pode ser complemento indireto ou
direto: «Dá-nos o lápis.» / «Deixa-nos sozinhos»
É
substituível por lhe ou por o.
Dá-lhe o lápis. / Deixa-o sozinho.
Há
ainda um outro pronome -nos, que
resulta de -os estar a seguir a uma
nasal e precisar de uma consoante de ligação:
«Comam
os kínderes» pronominaliza-se assim: [*Comam-os] > _______
As
formas do Imperfeito do Conjuntivo
terminam em asse, esse, isse (repara que são palavras graves, como se vê de o a e o e serem tónicos): andasse,
comesse, partisse:
Para
verificar que é uma forma verbal simples, flexiona-se:
se
eu _______
se
tu andasses
se
ele _______
se
nós andássemos
se
eles andassem
A
diferença relativamente às formas (indeterminadas) com um pronome -se é notável pelo som (a ou e
finais — mesmo seguidos de hífen — são átonos):
anda-se
|| _____________ || parte-se
Outro erro frequente relaciona-se com pronomes que estão em ênclise
(portanto, depois dos verbos) depois de formas que terminavam em -r, -s,
-z. Repara que a terminação do verbo
cai (-r, -z, -s > Ø), passando
o pronome a ter um l inicial (o, os,
a, as > lo, los, la,
las).
Pronominalizemos
o complemento direto:
Vou
comer as castanhas. > Vou __________.
Tu
bebes o leite com deleite. > Tu __________ com deleite.
Amália
vai amar aquela mala. > Amália vai ________.
Fez
o merdelim do tepecê. > _____.
Nota
que, frequentemente, é preciso pôr acento gráfico na vogal antes do hífen.
Problemas
mais sofisticados vêm da mesóclise
(que se usa apenas com o Futuro e com o Condicional).
Pronominalizemos
os complementos diretos:
Entornarei
o vinho sobre o linho impecável da mesa. || _______ sobre o linho impecável da
mesa.
Devoraria
com gula trinta javalis meigos se tivesse dentes capazes. || _______ com gula
se tivesse dentes capazes.
Amarão
todas as moças bonitas do mundo. || _______.
Pontapearemos
os dinossauros com charme. || _______ com charme.
Traríamos
o passaporte dos duendes. || _________.
Diria
o sermão. || _________.
Diluiria
o diluente. || ________.
Corrijamos
estas formas incorretas:
*
Comerá-se bem neste talho. || _________ bem neste talho.
*
Zangarias-te comigo. || ___________ comigo.
*
Veremos-vos no inferno. || __________ no inferno.
Complete-se,
tendo em conta o que fica dentro dos parênteses:
Se
eu ______ («Olhar» no Imperfeito do Conjuntivo) para cima, veria um céu toldado.
_______
(«Olhar» na 3.ª pessoa do Presente do Indicativo e pronome de indeterminação) e
vê-se só hipocrisia e penicos de prata.
Se
__________ («Comer» na 1.ª pessoa do plural do Imperfeito do Conjuntivo)
dicionários, não ficávamos com mais vocabulário.
Vês
estas belas osgas? ________ (Imperativo de «Levar» + complemento direto
pronominalizado) ao dentista.
Levamos
as aulas muito a sério. _______ («Levar» na 1.ª pessoa do plural do Presente do
Conjuntivo + complemento direto pronominalizado) mais a brincar.
Depois
de ouvirmos declamação de «Não sei se é sonho, se realidade» (p. 39), de Fernando
Pessoa,
ortónimo, faz corresponder a cada estrofe os
seguintes títulos-sinteses (para a estrofe que falta, escreve tu um título:
A
terra ideal é percebida como sonho e descobre-se que também não satisfaz o poeta = sextilha de vv. __-__.
A
hipótese de um lugar por que se anseia (seja sonho seja realidade) = sextilha
de vv. __-__.
A representação de um lugar que ainda se considera
possível mas dubitadamente
= sextilha de vv. __-__.
________________________
= sextilha de vv. __-__.
A propósito de «C Certinho» (série
A
letra da canção assenta em dois tipos de transgressão da adequação discursiva.
Dado tratar-se de um rap, não esperávamos muitas das
palavras e sintaxe usadas, que são mais características do uso ______ do que do uso _______: «fornicar», «extremo vigor», «proporcionar»,
«envereda pelo banditismo», «furtar», «redunda em libertinagem», «descarta»,
«numismática».
Também
o registo é mais ______ do que é
habitual neste género de canções, embora haja algumas raras marcas de ______ ou
expressões mais coloquiais, familiares (as interjeições «ui», «ei» e «hum»;
léxico do calão, como «______»; expressões que talvez sejam relativamente _______:
«vestida para o pecado», «ninguém me tira», «[fazer-se] esquisita»; «é do
melhor que há»; «da pesada»).
Podemos
dizer que, exceto nestes poucos casos mencionados, se segue o padrão, a ________, não havendo incorreções,
nem as marcas de variedade linguística
(social, _______, até geográfica) que associamos ao rap.
Em
termos de tratamento, usa-se uma
fórmula _______, «amigos», que implica o uso da ____ pessoa do plural (pessoa
verbal correspondente a ‘vocês’), que funciona como plural do tratamento em
‘tu’, porque, mesmo em registos formais, praticamente não se usa hoje em dia o
‘vós’ (a verdadeira ____ pessoa do plural).
Quanto
a variedades (ou variantes) do
português, há um termo que é mais típico da variante _______: «cafageste».
Entretanto, tenho dúvidas quanto à origem de «curtir» na aceção em que surge
(será talvez também da variedade sul-americana).
Lê
o texto que ainda nos falta para esgotarmos os que no manual ficam sob o tema ‘Sonho e realidade’, «Contemplo o que não vejo», na p.
41. Acrescenta
uma quadra final que fizesse de repente que o «eu» nos parecesse de (i) Caeiro;
de (ii) Reis; de (iii) Campos. No fundo, escreverás três quadras (ou duas ou
uma, se te demorares) que seriam finais alternativos.
[Alberto Caeiro:]
_____________________
_____________________
_____________________
_____________________
[Ricardo Reis:]
_____________________
_____________________
_____________________
_____________________
[Álvaro de Campos:]
_____________________
_____________________
_____________________
_____________________
Como
sucede em tantas narrativas, O Leitor — o filme que estamos a ver
— inicia-se em época mais recente (Berlim, 1995), recuando depois ao passado,
numa analepse de quase quarenta anos
(Neustadt, 1958). O pretexto para a analepse foi um elétrico avistado da
janela. Em O Leitor não faltarão
citações da literatura universal:
Autor |
Obra |
Data |
País |
Personagens |
Género |
Horácio |
Epodos |
|
Roma |
|
Poesia
lírica |
Safo |
Fragmento
16 |
séc. VII a.C. |
Grécia |
|
Poesia
lírica |
G. E. Lessing |
Emilia Galotti |
1772 |
Alemanha |
Emilia
Galotti |
Drama |
Homero |
Odisseia |
séc. VIII a.C. |
Grécia |
Ulisses, Penélope, Telémaco |
Poema
épico |
Mark
Twain |
Aventuras de
Huckleberry Finn |
1884 |
EUA |
Huckleberry
Finn, Tom
Sawyer |
Novela
de aventuras |
D.
H. Lawrence |
O amante de Lady Chatterley |
1928 |
Reino
Unido |
Constance Chatterley, Clifford Chatterley, Oliver
Mellors |
Novela
passional, psicológica |
Hergé |
[série de Tintin] |
1929-... |
Bélgica |
Tintin,
Haddock, Milou |
BD |
Anton
Tchékhov |
A senhora do cãozinho |
1899 |
Rússia |
Dimitri
Gurov, Ana
Siergueievna |
Conto |
Lev Tolstói |
Guerra e Paz |
1865-1869 |
Rússia |
Pedro
Bezukov, entre muitas |
Romance-fresco |
Aula 49-50 (30/nov [1.ª], 2/dez [3.ª])
Na
p. 31, à direita, lê «Não sei quantas almas tenho», de Fernando Pessoa ortónimo,
para completares a minha síntese:
Cerca de metade deste poema
é uma série de declarações da estranheza do poeta por si mesmo («Não sei quantas
almas tenho»; «___________»; «____________»; «Diverso, móbil e só, não sei
sentir-me onde estou»). Entretanto, os versos «Sou minha própria paisagem» e
«vou lendo / como páginas meu ser» servem de metáfora da necessidade que o poeta
tem de se __________. Também remetem para a fragmentação do eu, na medida em que parecem supor uma consciência
_________ ao próprio poeta (que o pudesse observar de fora).
Transcrevo agora uma
análise do mesmo poema (tirada de Ângela Campos e Cidália Fernandes, Fernando Pessoa. Poesia em Análise,
Lisboa, Plátano, 2006), a que retirei apenas, para os preencheres tu, termos de versificação ou metalinguísticos:
Podemos encontrar no _______ dois momentos significativos.
No primeiro momento (as duas primeiras _______), o sujeito
poético reconhece‑se como um ser multifacetado, que continuamente se vai revelando,
resultando daí uma espécie de desencanto consigo mesmo («Nunca me vi nem achei»).
Este ser excessivo vai criar uma grande inquietação no _______ poético («Quem
tem alma não tem calma», «Não sei sentir-me onde estou») e, ao mesmo tempo, uma
distanciação, responsável por uma postura passiva em relação ao desfile dos
outros eus.
O segundo momento (última _______), introduzido pelo _______
«por isso», constitui uma sequência relativamente ao primeiro, tentativa de
conhecimento de si próprio como se de um livro se tratasse: «vou lendo / Como
páginas, meu ser». O resultado é, porém, um estranhamento, acabando por
responsabilizar Deus pelo ato de escrita, que lhe pertence. Numa atitude de
humildade, o sujeito _______ não atribui a si próprio o mérito do ato de
criação. Saliente-se ainda a atitude de alheamento do poeta, responsável pelo
sentimento de solidão.
Os sentimentos que dominam o sujeito poético são a angústia e
a inquietação, provocados pela incapacidade de controlar as várias manifestações
do seu eu. As ________ que melhor documentam este estado de espírito são «Quem
tem alma não tem calma» e «Assisto à minha passagem / Diverso, móbil e só». O
_______ que melhor sintetiza o conteúdo do poema é «Continuamente me estranho».
A nível formal verifica-se uma certa regularidade _______
(três oitavas), _______ (redondilha maior) e ________ (rima cruzada e emparelhada),
a qual nos pode remeter para a ideia de regularidade de fragmentação do eu
poético. Esta regularidade a nível formal pode justificar-se ainda por uma
necessidade de busca de unidade.
Faz
corresponder a cada segmento da textual da coluna A um único segmento textual da coluna B, de modo a obteres uma afirmação adequada ao sentido da última
estrofe do texto. Utiliza cada letra e cada número apenas uma vez [exercício gentilmente cedido por Expressões
12]:
a = ___;
b = ___; c = ___; d = ___; e = ___.
Um curto poema de Mário
de Sá-Carneiro, de fevereiro de 1914 (ou seja, contemporâneo do
surgimento oficial dos heterónimos de Pessoa, o «dia triunfal», 8-3-1914)
evidencia os mesmos desconhecimento e estranheza do eu face a si próprio,
fragmentação interior que os determina e sentimentos do sujeito poético em
relação à sua personalidade:
Eu não sou eu nem sou o outro,
Sou qualquer coisa de intermédio:
Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim para o Outro.
[este cartoon
é ideia de Expressões 12:]
Depois de vermos parte do segundo episódio
de O Programa do Aleixo, série 2, na
linha sob os constituintes destacados identifica a função sintática que
desempenham.
Já conheces textos «deambulatórios». Lemos o ano passado
poemas de Cesário Verde em que o sujeito poético vai observando o contexto e
refletindo sobre ele, ou pensando em si próprio, à medida que passeia pela
cidade. No Livro de Desassossego,
de Fernando
Pessoa/Bernardo Soares, temos processo semelhante, ainda que em
prosa — aliás, prosa poética. Dá um relance, só para perceberes o estilo a que
aludo, ao texto na p. 85 («Tudo é absurdo»). {direi em slide o que pretendo exatamente}
.
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TPC — Vê a versão corrigida das fichas 28(Funções sintáticas) e 25 (Complemento e modificadores do nome) do Caderno de atividades que reproduzirei
em Gaveta de Nuvens.
Aula 51-52 (3/dez [1.ª, 3.ª]) Observações acerca dos contos devolvidos agora.
Vai
lendo o texto na p. 87 — uma apreciação crítica a filme cujo início veremos a
seguir —, circundando a melhor alínea de cada item. (Não uses, por favor, outras
páginas do manual nem quaisquer outros elementos.)
O primeiro
parágrafo veicula informação
a) correta,
porque é verdade que o filme em exibição se intitula Livro do Desassossego.
b)
incorreta, porque o filme exibido era o Filme
do Desassossego.
c) pouco
clara, porque, podendo estar a referir-se o livro, parece que Livro do Desassossego seria o título do
filme.
d) correta,
porque «Livro do Desassossego», no
contexto em que está, só pode reportar-se ao livro.
Em termos
aspetuais e temporais, a l. 1 do texto tem valor
a) perfetivo
e de anterioridade.
b)
iterativo e de posterioridade.
c) perfetivo
e de simultaneidade.
d) imperfetivo
e de anterioridade.
As aspas em
«infilmável» (l. 6) visam assinalar que
a) se trata
de citação de outrem.
b) a
palavra não deve ser tomada em sentido conotativo.
c) estamos
perante um neologismo (ou, pelo menos, palavra, digamos, criativa).
d) há
ironia.
«usa e
abusa do ponto de fuga e do lado mais forte do ecrã» (12-13) é
a)
elogioso.
b)
pejorativo.
c) irónico.
d) imperativo.
A função
sintática de «que» (l. 11) é a de
a)
modificador apositivo do nome.
b)
modificador restritivo do nome.
c) sujeito.
d)
complemento direto.
«Se a nível
plástico o Filme do Desassossego se
revela intenso» (l. 19) desempenha a função sintática de
a) modificador
do grupo verbal.
b)
modificador de frase.
c) sujeito.
d)
complemento oblíquo.
As aspas
que delimitam «narrativo» (l. 19) pretendem marcar que a palavra é usada
a) conotativamente.
b)
denotativamente.
c) enquanto
citação.
d) literalmente.
Pelo
primeiro período do terceiro parágrafo se percebe que o recensor do filme
a) considera
mais bem resolvidos os aspetos de intensidade do que os dramáticos.
b) valoriza
cirurgias plásticas e a contribuição da figura dos atores para a intensidade da
obra.
c) assinala
a dificuldade criada pela falta de enredo do original, que julga bem
ultrapassada.
d) elogia
aspetos estéticos, critica soluções ao nível da história propriamente dita.
Em termos
aspetuais, «estar a trabalhar» (l. 20) tem valor
a) habitual.
b)
perfetivo.
c)
imperfetivo.
d) genérico.
Nas linhas
21-25, Antero Eduardo Monteiro salienta
a) a
dificuldade em digerir, em cinema, o que, por escrito, permite receção bem
sucedida.
b) que o
discurso do Livro do Desassossego é
verborreico, não conseguimos segui-lo.
c)
permitirem os registos de Bernardo Soares reflexão e absorção.
d) o
caráter episódico de que se reveste o texto do Livro do Desassossego.
Na l. 23,
a) falta uma
vírgula a seguir ao travessão (e antes do «e»).
b) deveria
haver uma vírgula em vez do travessão.
c) não há
problemas claros de pontuação
d) deveria
haver vírgula a seguir ao «e».
Em «tornar a
“história” episódica» (l. 25), «a “história”» e «episódica» são,
respetivamente,
a)
complemento direto e modificador restritivo do nome.
b) complemento
oblíquo e modificador restritivo do nome.
c)
complemento direto e predicativo do complemento direto.
d) sujeito
e complemento do nome.
«Um pouco
mais longo do que o ideal» (ll. 25-26) é
a) uma
oração subordinada adverbial comparativa.
b) modificador
do grupo verbal.
c)
modificador apositivo do nome.
d)
modificador de frase.
Segundo as
três últimas linhas do penúltimo parágrafo, o cenário
a) alude à
época em que viveu Pessoa mas mistura-a com elementos atuais.
b) evoca o
início do século XX e inclui objetos seus contemporâneos.
c) é
intemporal.
d) integra
intemporais cocós de cão.
«cuja» (l.
27) tem como referente
a) «Cláudio
Silva».
b)
«protagonista».
c) «uma
ótima interpretação».
d)
concentração absoluta.
«na mente
de Bernardo Soares e nas suas deambulações por uma Lisboa [até «obra»]» (ll.
28-29) desempenha a função de
a) complemento
oblíquo.
b)
modificador do grupo verbal.
c)
modificador de frase.
d) predicado.
A oração
inicial do último parágrafo (a partir da l. 31) é
a) subordinada
adverbial temporal.
b) subordinada
adverbial consecutiva.
c) coordenada
adversativa.
d) subordinada
adverbial concessiva.
Nas linhas
finais (38-41), o recenseador considera que João Botelho
a) não foi
capaz de traduzir em filme o génio de Pessoa embora mostrasse proficiência em
termos técnicos.
b) ofuscou
(involuntariamente ou não) o texto pessoano, dadas insuficiências na arte
cinematográfica.
c) é
excessivo na celebração do génio de Pessoa, acabando, assim, por, não intencionalmente,
o desvalorizar.
d) é exagerado
na exibição da técnica cinematográfica, pelo que acaba por ofuscar a essência
do génio de Pessoa.
«pelo
talento do seu realizador» (ll. 40-41) desempenha a função de
a)
complemento agente da passiva.
b) complemento
oblíquo.
c) sujeito.
d) complemento
direto.
«que esta
fosse a intenção de João Botelho» (l. 41) é uma oração
a) subordinada
substantiva relativa.
b)
subordinada substantiva completiva.
c) subordinada
adjetiva relativa restritiva.
d)
subordinada adjetiva relativa explicativa.
Segundo
o que nos é dito no Filme do Desassossego,
de João Botelho, junto do poema de Fernando
Pessoa que copio em baixo estaria o apontamento que teria inspirado o Livro do Desassossego. Procura
transcrever o poema de Pessoa (ortónimo):
__________________
________________________________
________________________________
________________________________
________________________________
________________________________
________________________________
________________________________
________________________________
E é verdade que, nessa folha, à direita, está escrito «O
titulo | Desassocego» (uso a ortografia de Pessoa), que poderia ter que ver com
o surgimento da ideia do LdoD, que
começa efetivamente por esta época.
Relaciona
o poema — que veremos entretanto em versão limpa — com alguma (ou várias) das
linhas temáticas que usámos para estudar o ortónimo. Cita o texto. (Nas pp.
32-33 do manual tens uma súmula dos temas por que é costume classificar a poesia
ortónima.)
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Como alguém já disse, Álvaro de Campos é o
«duplo extrovertido de Pessoa». Estas características
encontram-se quer em poemas de Campos quer em textos ortónimos:
Atitude de autoanálise
Tédio existencial
Inadaptação à vida
Evocação nostálgica da infância
Associação da inconsciência à felicidade
Oposição sonho-realidade
Dor de pensar
Na coluna à direita dos versos de
«Tabacaria», escreve a característica que cada um deles pode ilustrar (vá lá,
não escrevas abreviadamente, escreve por extenso):
Versos de «Tabacaria» |
Motivos Campos & Ortónimo |
«Não sou nada. / Nunca
serei nada. / Não posso querer ser nada.» (vv. 1-3) |
Tédio existencial |
«Olha que não há mais
metafísica no mundo senão chocolates. / Olha que as religiões todas não ensinam
mais que a confeitaria» (vv. 46-47) |
|
«Que sei eu do que serei,
eu que não sei o que sou? / Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa!» (vv.
33-34) |
|
«Fiz de mim o que não
soube, / E o que podia fazer de mim não o fiz» (vv. 59-60) |
|
«Falhei em tudo. / Como
não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada» (vv. 25-26) |
|
«Come chocolates,
pequena» (v. 44) |
|
«À parte isso, tenho em
mim todos os sonhos do mundo» (v. 4) |
|
«Estou hoje vencido, como
se soubesse a verdade.» (v. 14) |
|
«Não, não creio em mim»
(v. 40) |
|
«Se eu casasse com a
filha da minha lavadeira / Talvez fosse feliz» (vv. 92-93) |
|
«Estou hoje dividido
entre a lealdade que devo / À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real
por fora, / E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro»
(vv. 22-24) |
|
«Mas eu penso e, ao tirar
o papel de prata, que é de folhas de estanho, / Deito tudo para o chão, como
tenho deitado a vida» (vv. 50-51) |
|
«Deito tudo para o chão,
como tenho deitado a vida» (v. 51) |
|
«Pudesse eu comer chocolates
com a mesma verdade com que comes» (v. 49) |
|
TPC —
Descarrega na Classroom a nova versão do conto.
Aula 53-54 (7 [1.ª], 9/dez [3.ª]) Já revimos os processos irregulares de formação de palavras. Reveremos hoje os considerados «regulares», os processos morfológicos de formação de palavras.
Encontramos a seguir classificações que já
conhecerás parcialmente. Vai distribuindo pelas quadrículas estas dezoito
palavras.
gajo
(< gajão) | entristecer | alindar | saca-rolhas | pesca
(< pescar) | amável | reler socioeconómico
| apicultura | omnívoro | bomba-relógio
| guerrear | incompleto inalterado | estomatologia | um porto (< Porto) | burro
(< burro) | infelizmente
Na derivação afixal (ou
derivação por afixação), distinguimos
prefixação |
|
sufixação |
|
prefixação e sufixação |
|
parassíntese |
|
Depois, costuma referir-se dois processos que não envolvem afixos. No entanto, note-se que a derivação não afixal (a que se chamava
em tempos derivação regressiva)
implica ter havido a ideia — errada — de que uma dada palavra era já uma
derivada por afixação, dela se podendo deduzir, por subtração dos supostos
afixos, uma também suposta palavra primitiva, que é afinal a palavra derivada
regressivamente. A conversão (a que
já se chamou derivação imprópria) é
que nada tem a ver com afixos: é apenas a situação em que uma palavra passa a
ser usada numa nova classe.
derivação não afixal |
|
conversão |
|
Na composição,
distingue-se a composição
morfossintática, que implica a associação de duas palavras (ou mais); e a composição morfológica, em que se
associam dois radicais ou radical e palavra.
composição
morfossintática
(palavra + palavra) |
|
|
composição
morfológica |
radical + radical |
|
radical + palavra |
|
Depois de vermos a conferência de Abel
Xavier, completa com termos de gramática ou exemplos:
Por retórica ou por
convicção, Abel Xavier assumiu que «treinador», «lutador» e «vencedor» seriam
formados por ______________ («treinador» = ‘treina a dor’; «lutador» = ‘luta a
dor’; «vencedor» = ‘vence a dor’).
Na verdade, trata-se de
palavras ____, constituídas pelas _____ «treina(r)», «luta(r)» ou «vence(r)» a
que se acrescentou o ______ -dor. Este
sufixo de nominalização tem o significado de ‘profissão, agente’,
inscrevendo-se num grupo de sufixos que servem para formar nomes agentivos: -ário («empresário», «_____»); -ino («campino», «______»); -eiro («carteiro», «______»); -ista («pianista», «_____»); -nte («estudante», «______»).
O ex-treinador do Olhanense
comete ainda um lapso, ao criar a palavra «eficacidade» (em vez de «_______________»).
Porém, foi um erro com lógica. Entre os vários __________ de nominalização que
significam ‘qualidade, estado, propriedade’ estão -idade («velocidade») e -ia
(«alegria»), ao lado de, por exemplo, -ice
(«tolice») e -ura («ternura»). Só que
ao adjetivo «eficaz» cabe o sufixo nominalizador -ia (e não ___________).
Distribui pela tabela estas
palavras de «Possuído por vozes da rádio» (Lopes da Silva). Nem todas as quadrículas
serão preenchidas e haverá outras com mais do que uma palavra.
[o seu melhor] acordar | é desagradável | chinfrineira
|os Já Fumega | passatempo | desprevenido | um transtorno (< transtornar) | telenovela | sintonizar |
troca (< trocar) | transbordar
derivação com adição de
constituintes morfológicos |
|
prefixação |
|
sufixação |
|
prefixação e sufixação |
|
parassíntese |
|
derivação sem adição de
constituintes morfológicos |
|
derivação não afixal |
|
conversão (derivação
imprópria) |
|
composição |
|
composição
morfossintática |
|
composição morfológica |
|
Num passo de O leitor que estivemos a ver talvez na penúltima aula, um dos textos
lidos por Michael a Hanna (na verdade, um conto, que costuma ser apenas uma
parte de volume maior, embora no filme apareça numa edição independente, um
livro muito fino, portanto) era «A senhora do cãozinho», de Tchékhov (ou Chekov). Nas legendas,
a tradução do título do original, russo, surge como ‘A dama do cachorrinho’,
mas a mais recente tradução portuguesa (Anton Tchékhov, Contos, II, Lisboa, Relógio d’Água, 2001), de Nina Guerra e Filipe
Guerra, opta por aquela outra solução, que me parece preferível. (Mais à
frente, em O leitor, este conto vai ser retomado, já para outros
efeitos, mas não direi como, porque não costumo ser um malvado spoiler.)
O que se segue é
o início de «A senhora do cãozinho». No entanto, a alguns parágrafos foi
retirado o lado direito das linhas.
Vai lendo o conto
e completando o que está em falta, na medida do que possas adivinhar e em
estilo próximo do do original. Não acertarás em tudo (ou mesmo em nada), mas
procura que as frases fiquem com sentido e gramaticalmente corretas. Tenta
também que o que fores escrevendo não tenha extensão demasiado diferente da da
parte suprimida das linhas (mas, claro, a letra manuscrita ocupa sempre mais
espaço que a impressa).
TPC — Para estudares este ponto de gramática, vê as páginas sobre o assunto («Processosmorfológicos de formação de palavras») tiradas de gramática e reproduzidas no blogue.
Aula 55-56 (10/dez [1.ª, 3.ª]) Correção de questionário de compreensão feito na penúltima aula (sobre apreciação crítica de Filme do Desassossego) e da tarefa sobre «A senhora do cãozinho» (ver Apresentação).
Revimos na aula passada os processos morfológicos de formação de palavras.
Começámos pela derivação
com adição de constituintes morfológicos. Nesta distinguimos quatro
tipos de afixação à forma de base.
(Na parassíntese
os dois afixos aglutinaram-se em simultâneo à forma de base, não existindo as
palavras sem o sufixo ou sem o prefixo.)
derivação
com adição de constituintes morfológicos |
|
prefixação |
reler, incompleto |
sufixação |
amável, guerrear |
prefixação e sufixação |
desorganização, inesperadamente |
parassíntese |
alindar, entristecer |
Depois, considerámos os
processos de derivação que não envolviam afixos (sem adição de constituintes morfológicos)
No entanto, note-se que um deles, a derivação não afixal (em tempos, aka «derivação regressiva»), implica ter
havido a ideia — errada — de que uma dada palavra era já uma derivada por
afixação, dela se podendo deduzir, por subtração dos supostos afixos, uma,
também suposta, palavra primitiva, que é afinal a palavra «derivada
regressivamente» (a derivação não afixal é sobretudo produtiva na formação de nomes
a partir de verbos — esses nomes assim derivados chamam-se deverbais). Já a conversão
(aka «derivação imprópria») nada tem a ver com afixos: é apenas a
situação em que uma palavra passa a ser usada numa nova classe.
derivação
sem adição de constituintes morfológicos |
|
conversão |
burro (< burro), um porto (< Porto) |
derivação não afixal |
pesca (< pescar), gajo (< gajão) |
Na composição, distinguimos
a composição
morfossintática, que implica a associação de duas ou mais palavras;
e a composição
morfológica, em que se associam dois radicais ou um radical e uma
palavra (um radical é uma unidade não
autónoma, frequentemente raiz grega ou latina).
composição |
|
composição morfológica |
apicultura, socioeconómico |
composição morfossintática |
conta-gotas, bomba-relógio |
Distribui
pelos quadros em cima as seguintes palavras, quase todas recolhidas em «Relato
de engate» e «Baratas à procura de casa» (série Lopes da Silva):
papa-formigas | formicida | saprófago | [o] quente |[a] recolha [do lixo] (< recolher) | engate (< engatar) | assalto
(< assaltar) | avizinhar | retrovisor | formigueiro
| gordura | vizinhança | engordurar |
arejar
Gentilmente
cedido pela Nova Gramática didática de português
(Carnaxide, Santillana, 2011):
1. Atente nas frases
apresentadas abaixo e identifique a classe a que pertencem as palavras
destacadas.
a) — São horas de jantar e o jantar já está na mesa!
b) As irmãs Silva têm uma silva no jardim.
c) O inverno é frio e, por vezes, o frio é difícil de suportar.
d) — Ali? O teu ali é muito confuso...
e) Ele é rápido, mas o cão corre ainda mais rápido.
f) — Porquê? Queres saber o porquê?
1.1 Perante
os exemplos apresentados, defina conversão:
A conversão é um
processo de formação em que as palavras mudam de __________ mas não de _________.
2. Seguindo o exemplo,
crie, para cada verso dado, uma frase em que a palavra destacada pertença a uma
classe diferente. Identifique a respetiva classe.
[O Porto é uma cidade lindíssima! O barco atracou num porto longínquo.]
nome próprio
nome comum
a) «Se eu fosse um dia o teu olhar» (Pedro Abrunhosa)
b) «Eu hei de te amar por esse lado escuro» (Rui Veloso/Carlos Tê)
c) «É o poder / que você sabe que tem bem» (Nelly Furtado)
d) «Estou num paraíso onde nada vai mudar» (Beto)
e) «Pede-me que roube o azul do céu» (Rita Guerra)
3. Na sopa de letras,
encontrará sete pares de palavras que são exemplos de derivação não afixal.
Registe-os:
1 = _____________
2 = _____________
3 = _____________
4 = _____________
5 = _____________
6 = _____________
7 = _____________
4. Forme palavras
compostas utilizando radicais de origem latina ou grega.
‘Que está ao mesmo tempo em todo o lado’ — _________
‘Que tem duas dimensões’ — _______
‘Que tem forma de fuso’ — _______
‘Descrição da vida de alguém’ — _______
‘Ciência que estuda os fósseis’ — _______
‘Dor na região lombar’ — ________
‘Medo de recintos fechados’ — _________
No
sketch cujos protagonistas são o
talhante Lopes da Silva e a freguesa Dona Raquel (série Lopes da Silva), a
característica mais saliente é o uso de diminutivos.
Em geral, são nomes que aparecem assim graduados, mas há palavras de outras classes:
Palavra derivada (com sufixo diminutivo) |
Palavra sem o diminutivo |
Classe |
[Está]
boazinha? |
boa |
|
[umas]
espetadinhas |
|
|
franguinho |
|
nomes
(N) |
lombinhos |
|
|
campinho |
|
|
guisadinhas |
|
adjetivos
(Adj) |
linguinha |
|
|
coelhinho |
|
|
saborzinho |
|
|
[tão]
gostosinho |
|
|
molhozinho |
|
|
porquinho |
|
|
[papilas]
gustativinhas |
|
|
peruzinho |
|
|
suculentozinho |
|
|
peixinho |
|
|
talhinho |
|
|
poucochinho |
|
|
tempinho |
|
|
parvalhãozinho |
|
|
cretinazinha |
|
|
talhantezinho |
|
|
[sua]
pegazinha |
pega |
|
ruinha! |
|
|
Os
diminutivos conferem valores variados (pequenez, estima, desprezo, etc.). Neste
caso, a maioria dos diminutivos visava dar mostras de ________, sendo porém os
últimos, depois de se perceber que a cliente não ia comprar carne, de _______.
Nota
que a junção do sufixo inho pode
fazer-se à forma de base ou à palavra inteira, requerendo por vezes uma ligação
suplementar (com -z- ou com outra
consoante) — _______, ________, _______ {retira
da tabela exemplos com consoante anteposta a -inho} — ou não — ________ {só um exemplo}.
Em «Um quilinho
de kunami» (série Meireles) há bastantes adjetivos (uns graduados em
comparativo, superlativo, etc.; outros graduados através de diminutivos).
Surgem ainda nomes que, pelo seu significado, pela entoação ou pelo diminutivo,
também exprimem uma valorização. Marca os [A]djetivos
e os [N]omes. Circunda os sufixos diminutivos.
Um
quilinho de kunami.
É kunami do bom.
É fruta tropical raríssima.
Paizinho!
Isto é bom, muito raro.
Por isso o preço é upa-upa, puxadote.
Olh'ò kunami fresquinho!
Isto é só fruta podre.
É preciso ter um gosto sofisticado.
Docinho... Maravilha!
Isto faz um suminho...
Alface velha, ameixas podres, ...
Com todo o respeito, a sua mulher é uma pega.
É um bocadinho, é.
Ainda há gente simpática...
Itens de
exame em torno de processos de formação de palavras
[2014, 2.ª fase]
1.5. Os processos
de formação das palavras «cristãos-novos» (linha 12) e «confisco» (linha 17
[«realizar o confisco prévio dos bens dos arguidos»]) são, respetivamente,
(A)
derivação e amálgama. | (B) composição e truncação. | (C) amálgama e parassíntese. | (D)
composição e derivação.
[2013, prova intermédia]
1.3. Os processos
de formação das palavras «plastisfera» (linha 11 [«Parece que todo esse plástico
está a ser adotado por vários tipos de bactérias que o usam como uma espécie de
recife. Foram encontrados pelo menos mil tipos diferentes de microrganismos.
Segundo o estudo publicado na Environmental Science & Technology, é uma
verdadeira «plastisfera», um imenso ecossistema.»]) e «matéria-prima» (linha
21) são, respetivamente,
(A)
derivação e composição. | (B) truncação e composição. | (C) parassíntese e amálgama. | (D)
amálgama e composição.
Num
texto de opinião bem estruturado, defenda uma perspetiva pessoal sobre qual
deveria ser a palavra do ano (entre as propostas pela Porto Editora; cfr.
Apresentação).
No seu texto:
— explicite, de
forma clara e pertinente, o seu ponto de vista, fundamentando-o em dois
argumentos, cada um deles ilustrado com um exemplo significativo;
— utilize um
discurso valorativo (juízo de valor explícito ou implícito).
. . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
TPC — Caso queiras que o teu conto seja enviado
ao Concurso Correntes d’escritas, traz-me
na próxima aula fotocópia
do teu Cartão de Cidadão bem como a folha que deixei sobre a mesa assinada por encarregado de
educação.
Aula 57-58 (14 [1.ª], 15/dez [3.ª]) Correção de redação de argumentos sobre palavra do ano.
Mais uns exercícios tirados de Alexandre
Dias Pinto, Carlota Miranda, Patrícia Nunes, Caderno de Atividades. Português. 12.º ano, Carnaxide, Santillana,
2012.
Assinala a hipótese correta em cada item:
Na frase «Limpámos a casa, arrumámos
os quartos e fizemos o
jantar.», a oração destacada classifica-se como...
oração coordenada assindética. || oração
coordenada copulativa. || oração coordenada disjuntiva. || oração coordenada
conclusiva.
Na frase «Choveu tanto que o
telhado da casa abateu.»,
a oração destacada classifica-se como...
oração subordinada substantiva
completiva. || oração subordinada adjetiva relativa restritiva. || oração subordinada
adverbial causal. || oração subordinada adverbial consecutiva.
Na frase «Caso o projeto seja
aprovado, iniciaremos o
trabalho no próximo mês.», a oração destacada classifica-se como...
oração subordinada adverbial consecutiva.
|| oração subordinada adverbial concessiva. || oração subordinada adverbial
causal. || oração subordinada adverbial condicional.
Na frase «Os animais que nasceram recentemente no Jardim
Zoológico atraíram muitos visitantes.», a oração destacada classifica-se como...
oração subordinante. || oração subordinada
adjetiva relativa restritiva. || oração subordinada adjetiva relativa
explicativa. || oração coordenada.
Na frase «Ele fala melhor do que
escreve.», a oração
destacada classifica-se como...
oração subordinada substantiva
completiva. || oração subordinada adverbial concessiva. || oração subordinada
adverbial consecutiva. || oração subordinada
adverbial comparativa.
Na frase «Enquanto víamos o filme, comíamos pipocas.», a oração destacada
dassifica-se como...
oração subordinante. || oração subordinada
adverbial causal. || oração subordinada adverbial temporal. || oração
subordinada adverbial concessiva.
Na frase «Este quadro é o mais bonito, portanto
vou levá-lo.», a oração
destacada classifica-se como...
oração coordenada explicativa. || oração
subordinada adverbial causal. || oração subordinada adverbial consecutiva. ||
oração coordenada conclusiva.
Na frase «O livro cujo
autor foi premiado está à
venda nesta livraria.», a oração destacada classifica-se como...
oração subordinada adjetiva
relativa explicativa. || oração subordinada adjetiva relativa restritiva. || oração
subordinada substantiva relativa. || oração subordinada substantiva completiva.
Delimita e classifica as orações
das frases que se seguem.
Dado que a exposição é muito
interessante, amanhã visitaremos o museu.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . .
Ele considera que este
texto é muito atual.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Ele deparou com vários obstáculos
ao longo do caminho, contudo nunca desistiu.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Embora não o conheça pessoalmente,
julgo que é um bom profissional.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
A ginasta esforçou-se tanto
que conseguiu vencer a prova.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Assim que a campainha
tocou, abri a porta.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Entrei no carro, pus a
chave na ignição e liguei os faróis.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
A
professora deu instruções detalhadas, a fim de que os alunos não tivessem
dúvidas na realização do trabalho.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Do Caderno
de Atividades. Português. 11.º ano (Carnaxide, Santillana, 2011):
Liga as afirmações da coluna A às hipóteses
da coluna B que lhes correspondam:
Lê «Amo, pelas tardes demoradas de verão» (p. 83), fragmento
do Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa-Bernardo Soares. Escreverás
um texto com o mesmo incipit (começo)
— «Amo, pelas tardes demoradas de verão,» — que terá etapas equivalentes às do fragmento
que leste:
Num
primeiro parágrafo, o teu narrador-sujeito
começará por referir o espaço e passará depois a uma autoanálise, regressando
ao espaço físico para encontrar as implicações em si mesmo. (Tudo isto segue a
mesma estratégia usada nas ll. 1-9 do fragmento do LdoD. Vai lendo, portanto.)
O
teu segundo e terceiro parágrafos corresponderão
aos segundo e terceiro parágrafos da p. 83 (ll. 10-23), com o «eu» a
comparar-se com o espaço, a refletir sobre si próprio, mas também a reparar em
alguns pormenores do cenário (cfr.
elétrico e voz do apregoador). No entanto, e isso é diferente do que acontece
no trecho do Livro do Desassossego, arranjarás maneira de referir obras
lidas ao longo do período para efeitos do Projeto de Leitura ou como lhe
queiramos chamar. Essas referências não têm de ser académicas, nem completas,
mas visarão mostrar o que efetivamente foste lendo. O ideal é que o lado de
informação prestada não torne o estilo demasiado diferente do tom reflexivo de
Bernardo Soares/Fernando Pessoa.
Haverá
depois um quarto parágrafo, que deve
começar com «Passam» (cfr. ll. 24-30),
em que o teu «eu» descreverá outros ocupantes do espaço em causa, como sucede
no quarto parágrafo do texto de Pessoa/Soares. (Aqui o teu texto pode ainda
ocupar-se ao mesmo tempo das leituras havidas.)
Finalmente,
o último parágrafo do teu texto será
a simples cópia do último parágrafo de Bernardo Soares/Fernando Pessoa (ll. 31-33).
Texto
deve ter estilo, ora introspetivo
ora atento ao cenário, idêntico ao do original. Espaço, tempo, psicologia serão tuas (aliás, do «eu» que adotares).
A tinta.
Amo,
pelas tardes demoradas de verão, . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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. . . . . . . . . . .
Aula 59R-59 (15 [1.ª], 16/dez [3.ª])
Resolve
esta folha sem consultares outros elementos.
Classifica quanto ao valor aspetual (genérico; imperfetivo;
perfetivo; habitual; iterativo):
Lá vamos, cantando e
rindo. |
Classifica quanto ao valor temporal (anterioridade;
simultaneidade; posterioridade):
Canto hoje às oito no bar
«Reles que dói». |
Classifica quanto ao valor modal (apreciativo; epistémico;
deôntico):
Podes ter problemas, se não te
vacinares. |
Classifica quanto à formação ([regular:] derivada
por prefixação; derivada por sufixação; derivada por parassíntese;
derivação não afixal; conversão; composição morfológica; composição
morfossintática || [irregular:] empréstimo; extensão
semântica; sigla; acrónimo; truncação; amálgama):
Gui (< Guilherme) |
Classifica as orações sublinhadas. Poderás ter de
usar: coordenada; assindética, copulativa, adversativa, disjuntiva, conclusiva, explicativa; subordinante, subordinada; adjetiva, substantiva, adverbial; relativa, completiva, temporal, causal, final, condicional, concessiva, consecutiva, comparativa;
restritiva, explicativa. A classificação deve ficar completa (o que, em alguns
casos, implicará um termo; noutros, quatro). Não ponhas «oração».
Mal os
britânicos votaram a saída da Comunidade, os mercados enervaram-se. |
|
É um fulano tão porreiro,
que todos gostam bué dele. |
|
Li o livro de José
Saramago, estudei Pessoa, portanto tive ótimas notas. |
|
A edição do Livro do Desassossego que prefiro
é a de Pizarro. |
|
Compro-te o Nenuco, para
que berres menos. |
|
Quem tem medo compra um Max. |
|
Perguntei ao Pessoa se
escrevera o Antinous. |
|
Ainda que tenhas zero
neste exercício,
dou-te um vinte no final do período. |
|
Indica a função sintática dos segmentos sublinhados (sujeito, predicado, vocativo, modificador de frase; complemento direto, complemento indireto, complemento
oblíquo, complemento agente da
passiva, predicativo do sujeito, predicativo do complemento direto, modificador do grupo verbal; complemento do nome, complemento do adjetivo, modificador restritivo do nome, modificador apositivo do nome).
Pessoa
ortónimo desconfiava dos que raciocinam. |
|
Campos era o psicanalista
que o ortónimo não tinha. |
|
Campos declara que não
é nada. |
|
Com inteligência, não vamos responder
«modificador de frase». |
|
Max, que se coçava constantemente,
foi ao veterinário. |
|
Na ESJGF, na sexta-feira
acaba já o período. |
|
Bloom considerou Pessoa um
dos maiores poetas do século XX. |
|
A lavadeira cumprimentou-te
bem, ó Esteves! |
|
Resolve esta folha sem
consultares outros elementos.
Classifica quanto ao valor aspetual (genérico; imperfetivo;
perfetivo; habitual; iterativo):
A RTP despediu há pouco
Sandra Felgueiras. |
Classifica quanto ao valor temporal (anterioridade;
simultaneidade; posterioridade):
O Braga vai jogar à
Transnístria. |
Classifica quanto ao valor modal (apreciativo; epistémico;
deôntico):
Podes entrar, que é casa
aberta. |
Classifica quanto à formação ([regular:] derivada
por prefixação; derivada por sufixação; derivada por parassíntese;
derivação não afixal; conversão; composição morfológica; composição
morfossintática || [irregular:] empréstimo; extensão
semântica; sigla; acrónimo; truncação; amálgama):
engrossar |
Classifica as orações sublinhadas. Poderás ter de
usar: coordenada; assindética, copulativa, adversativa, disjuntiva, conclusiva, explicativa; subordinante, subordinada; adjetiva, substantiva, adverbial; relativa, completiva, temporal, causal, final, condicional, concessiva, consecutiva, comparativa;
restritiva, explicativa. A classificação deve ficar completa (o que, em alguns
casos, implicará um termo; noutros, quatro). Não ponhas «oração».
Pessoa bebia bastante, gostava
de aguardente, mas nunca o viram bêbado. |
|
Estudaste
de tal maneira, que vais ter vinte e um valores. |
|
Embora morresse relativamente
cedo, Pessoa
deixou vinte e sete mil papéis. |
|
O Livro do Desassossego, que é atribuído a Bernardo Soares,
é um monte de fragmentos. |
|
Como te portaste bem, levo-te a ver o Joker. |
|
A dona de Max
garantiu-lhe que o veterinário era competente. |
|
Quem semeia ventos colhe tempestades. |
|
Enquanto o diabo esfrega
um olho,
respondeste a todas as orações. |
|
Indica a função sintática dos segmentos sublinhados (sujeito, predicado, vocativo, modificador de frase; complemento direto, complemento indireto, complemento
oblíquo, complemento agente da
passiva, predicativo do sujeito, predicativo do complemento direto, modificador do grupo verbal; complemento do nome, complemento do adjetivo, modificador restritivo do nome, modificador apositivo do nome).
Caeiro pergunta-nos se
os sentidos são tudo. |
|
Decifrei o manuscrito que
Pessoa nos deixou. |
|
Vinha de muitos cofres
o dinheiro de Sócrates. |
|
Vamos pela autoestrada, porque
somos como Campos. |
|
A lavadeira que o
Esteves pretendia lavava-se pouco. |
|
Os
alunos sabem que esta sexta regressam as férias. |
|
Acho o Pizzi — jogador do
Benfica — muito injustiçado. |
|
— A nossa dona abraça-nos
constantemente — disseram Duke e Max. |
|
Resolve esta folha sem
consultares outros elementos.
Classifica quanto ao valor aspetual (genérico; imperfetivo;
perfetivo; habitual; iterativo):
Os nossos clientes
desistiram da queixa. |
Classifica quanto ao valor temporal (anterioridade;
simultaneidade; posterioridade):
Naquelas férias, andava
sem eira nem beira. |
Classifica quanto ao valor modal (apreciativo; epistémico;
deôntico):
Deves vacinar-te sem falta. |
Classifica quanto à formação ([regular:] derivada
por prefixação; derivada por sufixação; derivada por parassíntese;
derivação não afixal; conversão; composição morfológica; composição
morfossintática || [irregular:] empréstimo; extensão
semântica; sigla; acrónimo; truncação; amálgama):
enriquecer |
Classifica as orações sublinhadas. Poderás ter de
usar: coordenada; assindética, copulativa, adversativa, disjuntiva, conclusiva, explicativa; subordinante, subordinada; adjetiva, substantiva, adverbial; relativa, completiva, temporal, causal, final, condicional, concessiva, consecutiva, comparativa;
restritiva, explicativa. A classificação deve ficar completa (o que, em alguns
casos, implicará um termo; noutros, quatro). Não ponhas «oração».
Conquanto
cantes bem, não me alegras. |
|
Sempre
que o Bruno Fernandes não joga, |
|
Pessoa fingia tão
completamente, que chegava a fingir a verdade. |
|
Leremos
Saramago, pensaremos em trabalho sobre Pessoa, pois as férias serão
longas. |
|
Os Capuleto e os
Montecchio tinham um ódio que impediu a felicidade de Romeu e de Julieta.
|
|
A fim de que Simão tivesse
dinheiro,
Mariana deu uma bolsa a João da Cruz. |
|
Quem tem boca vai ao Café Império. |
|
Domingos Botelho perguntou
a Simão se aceitava esquecer Teresa. |
|
Indica a função sintática dos segmentos sublinhados (sujeito, predicado, vocativo, modificador de frase; complemento direto, complemento indireto, complemento
oblíquo, complemento agente da
passiva, predicativo do sujeito, predicativo do complemento direto, modificador do grupo verbal; complemento do nome, complemento do adjetivo, modificador restritivo do nome, modificador apositivo do nome).
Com nostalgia, Pessoa e
Campos recordam-se da infância. |
|
Caeiro vivia com uma tia
velha, que a Tia Albertina conhecia muito bem. |
|
Campos diz-nos que já
não festejavam o seu aniversário. |
|
Neste
trabalho, não faltam os valores temporais e modais. |
|
Max, que se preocupava
imenso com Liam, mantinha-se vigilante. |
|
Na época natalícia surge o
bacalhau. |
|
Vasco Graça Moura julgava
exagerado o culto de Pessoa. |
|
Desprezo-te por
seres quem és. |
|
Resolve esta folha sem
consultares outros elementos.
Classifica quanto ao valor aspetual (genérico; imperfetivo;
perfetivo; habitual; iterativo):
Estou a ler um livro
delicioso. |
Classifica quanto ao valor temporal (anterioridade;
simultaneidade; posterioridade):
Hoje, no telejornal das oito,
há uma entrevista com João Rendeiro. |
Classifica quanto ao valor modal (apreciativo; epistémico;
deôntico):
Ao escolher Durban,
Rendeiro pode ter pensado em Pessoa. |
Classifica quanto à formação ([regular:] derivada
por prefixação; derivada por sufixação; derivada por parassíntese;
derivação não afixal; conversão; composição morfológica; composição
morfossintática || [irregular:] empréstimo; extensão
semântica; sigla; acrónimo; truncação; amálgama):
corte (< cortar) |
Classifica as orações sublinhadas. Poderás ter de usar:
coordenada; assindética, copulativa, adversativa, disjuntiva, conclusiva, explicativa; subordinante, subordinada; adjetiva,
substantiva, adverbial; relativa, completiva, temporal, causal, final, condicional, concessiva, consecutiva, comparativa; restritiva, explicativa. A classificação deve ficar
completa (o que, em alguns casos, implicará um termo; noutros, quatro). Não
ponhas «oração».
Lamento que Max se
coce tanto. |
|
Pessoa era bilingue, interessava-se
por tudo, mas pouco viajou em
adulto. |
|
Sabes tanta gramática, que
dói. |
|
Se bem que exercesse
ainda a advocacia,
Mário de Carvalho já escrevia. |
|
Mensagem, que Pessoa coligiu para um concurso, foi o único
livro publicado pelo poeta. |
|
Há edições de Pessoa diferentes,
visto que a decifração dos textos não é fácil. |
|
Quem compra quer desdenhar. |
|
Antes que ponhas
«subordinada adverbial final» por ser a última oração, pensa duas vezes. |
|
Indica a função sintática dos segmentos sublinhados (sujeito, predicado, vocativo, modificador de frase; complemento direto, complemento indireto, complemento
oblíquo, complemento agente da
passiva, predicativo do sujeito, predicativo do complemento direto, modificador do grupo verbal; complemento do nome, complemento do adjetivo, modificador restritivo do nome, modificador apositivo do nome).
O jovem Campos pergunta se
o ópio é de boa qualidade. |
|
Era metafórico o rebanho que
Caeiro guardava. |
|
Caeiro desistira dos
estudos por preferir os sentidos. |
|
Quando Lídia nos fala, Reis desenlaça as mãos. |
|
A pequena que comia
chocolates tem os dentes podres. |
|
Dia vinte e dois de dezembro
chega o inverno. |
|
Nomearam Fernão Lopes guarda-mor
da Torre do Tombo. |
|
Tadeu de Albuquerque
odeia-nos, porque nós somos amigos do Simão da turma 2.ª. |
|
Lê
o excerto e resolve estes itens (tirados de prova a imitar as dos exames).
Maria — Quereis vós saber, mãe,
uma tristeza muito grande que eu tenho? A mãe já não chora, não? Já se não
enfada comigo?
Madalena — Não me enfado contigo
nunca, filha; e nunca me afliges, querida. O que tenho é o cuidado que me dás,
é o receio de que...
Maria — Pois aí está a minha
tristeza: é esse cuidado em que vos vejo andar sempre por minha causa. Eu não
tenho nada; e tenho saúde, olhai que tenho muita saúde.
Madalena — Tens, filha... se Deus
quiser, hás de ter; e hás de viver muitos anos para consolação e amparo de teus
pais, que tanto te querem.
Maria — Pois olhai: passo noites
inteiras em claro a lidar nisto, e a lembrar-me de quantas palavras vos tenho
ouvido, e a meu pai... e a recordar-me da mais pequena ação e gesto — e a pensar
em tudo, a ver se descubro o que isto é, o porque, tendo-me tanto amor... que,
oh! isso nunca houve decerto filha querida como eu!...
Madalena — Não, Maria.
Maria — Pois sim; tendo-me tanto
amor, que nunca houve outro igual, estais sempre num sobressalto comigo?...
Madalena — Pois se te estremecemos?
Maria — Não é isso, não é isso:
é que vos tenho lido nos olhos... Oh, que eu leio nos olhos, leio, leio!... e
nas estrelas do céu também — e sei coisas...
Madalena — Que estás a dizer, filha,
que estás a dizer? Que desvarios! Uma menina do teu juízo, temente a
Deus... não te quero ouvir falar assim. Ora vamos: anda cá, Maria, conta-me do
teu jardim, das tuas flores. Que flores tens tu agora? O
que são estas? (Pegando nas que ela traz na mão.)
Almeida
Garrett, Frei
Luís de Sousa,
ato I, cena IV, Porto, Porto Editora, 2015
4. Tendo em conta o estudo que fez do Frei Luís de Sousa, especifique as
causas do «cuidado» em que vive D. Madalena com a filha.
[Para responderes a 4, completa o texto a seguir com as formas verbais que lhe faltam:]
4.
Os cuidados em que D. Madalena ______ permanentemente com a filha ______-se à
saúde débil de Maria e ao seu temperamento curioso, atento, perspicaz, que _____
levá-la a ______ do mistério que _____ a família. Maria, jovem de treze anos, _____
de tuberculose, o que ___ percetível logo no início da peça através de alguns
indícios, como o estado febril permanente ou a audição demasiado apurada. Não
menos preocupante, pelo menos para a mãe, ___ o facto de Maria não _____ os
mesmos interesses e brincadeiras de outras jovens da sua idade. Muito precoce,
a jovem _____ uma particular curiosidade por tudo o que diz respeito à História
de Portugal, sobretudo aos factos relativos à batalha de Alcácer Quibir, ao
desaparecimento do Rei, ao seu desejado regresso, à perda da independência
nacional. A sua crença no regresso do passado _____ a mãe, tanto mais que
Telmo, seu aio e amigo, lhe _____ histórias desse tempo que a ____. Inadvertidamente,
poderá ______ D. João, o primeiro marido de D. Madalena, cujo regresso ______
nulo o segundo casamento e _______ de D. Maria uma filha ilegítima. A inteligência
e curiosidade da filha _____, pois, outra fonte de preocupação para D. Madalena.
______ Maria do segredo que a mãe _____ com tão visível angústia? Poderá _____
a descobri-lo, piorando a sua já muito débil saúde?
5. Explique como se revela, nomeadamente
neste excerto, a perspicácia de Maria.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . .
Grupo I, Parte C (2019, 2.ª fase)
7. Leia o excerto seguinte, retirado de uma fala de
Maria em Frei Luís de Sousa (Ato I,
Cena IV).
«O que eu sou...
só eu o sei, minha mãe... E não sei, não: não sei nada, senão que o que devia
ser não sou...»
Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa, ed. de Maria João Brilhante, Lisboa,
Comunicação, 1982, p. 110.
Escreva
uma breve exposição na qual comprove que Maria se afasta daquilo que a família
espera dela. A sua exposição deve incluir:
• uma introdução
ao tema;
• um desenvolvimento
no qual explicite dois aspetos que comprovem que Maria se afasta daquilo que a
família espera dela, fundamentando cada um deles com uma referência pertinente
à obra;
• uma conclusão
adequada ao desenvolvimento do tema.
[das sugestões nos critérios de
correção:
7. Devem ser abordados dois dos tópicos seguintes, ou
outros igualmente relevantes, para comprovar que Maria se afasta daquilo que a
família espera dela:
— interessa-se pela leitura/pelas conversas com os
adultos, em vez de brincar/de cultivar a alegria, como lhe sugerem os familiares;
— tem consciência da situação política do país, patente, por exemplo, no orgulho pela ação patriótica do pai
contra o domínio castelhano/no conhecimento da realidade política da época;
— revela-se patriota/sebastianista, como se depreende,
por exemplo, do apego aos símbolos nacionais/da crença no regresso de D. Sebastião/do
discurso de oposição aos «tiranos»;
— revela preocupação com o bem comum/idealismo,
patente, por exemplo, na referência às condições de vida do povo/na vontade de tornar o mundo mais
justo (de «emendá-lo»);
— manifesta desejo de aventura, que se expressa na
vontade de combater os castelhanos;
— manifesta desapego dos bens materiais/desvaloriza o
conforto, como se depreende, por exemplo, da reação que manifesta quando o pai ateia
fogo ao palácio onde a família habita.]
[Vimos trechos
destes episódios da série 1986:]
https://www.rtp.pt/play/p4460/e335569/1986
(episódio 11)
https://www.rtp.pt/play/p4460/e335572/1986
(episódio 12)
https://www.rtp.pt/play/p4460/e334913/1986
(episódio 13)
Completa
com nomes próprios (antropónimos ou
topónimos):
1986 (trechos de episódios 11 a 13) |
Frei Luís
de Sousa
(final do ato II e ato III) |
Alguém vindo de fora facilita desfecho
favorável/provoca desfecho trágico |
|
Rita chega de Londres (é
uma «punk», serve também para mostrar a distância, então maior, entre Portugal
e o estrangeiro, em termos culturais) e procura ajudar Tiago na sua paixão
por ____. Estratégia passa por fingir um namoro, fazendo que Marta, por
ciúme, dê importância a Tiago. Tiago, inicialmente, não percebe Rita,
estranha que ela se disponha a sair com ele. Rita, depois de conhecer a
situação (através de conversas com Tiago na discoteca e no cinema), não
hesita em ridicularizar Gonçalo e provocar _____. Tiago é muito menos
assertivo, não hostilizando os seus colegas. |
João de Portugal chega da
Terra Santa (preso em Alcácer Quibir, estivera depois vinte anos na
Palestina), impedindo assim a continuação do casamento de ______ de Vilhena e
Manuel de Sousa Coutinho. No entanto, D. João, depois de conhecer toda a
situação (através de conversa com o antigo aio, Telmo) ainda procura reverter
o mal que causara, pedindo a Telmo que negasse a sua identidade, que fizesse
que retirassem importância «àquele impostor». ______ demorou a perceber que
aquele romeiro não era um simples intermediário, era o seu primeiro marido. |
Famílias e pares conciliam-se/separam-se |
|
Famílias que estavam
desavindas aproximam-se (Fernando, freitista, e _____, comunista). Pares (que
o destino escolhera mas estavam desencontrados, hesitantes ou menos
evidentes) reúnem-se (Marta e Tiago, Patrícia e Sérgio, _____ e
Eduardo, Gonçalo e Não sei Quantas; professor Zé e namorado). Há uma exceção
por razões instrumentais (para se passar mensagem a favor da emancipação das
mulheres): a mãe de Marta, Maria de Lurdes, separa-se temporariamente de
______, ainda que se perceba que a relação será restabelecida em breve. |
Família Sousa Coutinho-Vilhena
fica desfeita (e o seu fruto, ____, morre «de vergonha»). Pares (como estava
definido pelo destino e há muito adivinháramos — cfr. alusões de
Telmo, angústias premonitórias de Madalena) são separados (_____ torna-se
Frei Luís de Sousa; Madalena torna Soror Madalena; João percebe que Madalena
já não o amava — pelo meio, há um quiproquó, julgando que Madalena se lhe
dirigia quando afinal falava para Manuel). Há uma exceção, Frei ____, o que
se justifica com o caráter instrumental desta personagem (confidente, «coro»,
enquadrador na história). |
Contexto histórico influencia vida das
personagens |
|
Dia das eleições e
acompanhamento dos resultados pela televisão aproximam personagens e são pano
de fundo dos vários desfechos positivos. Note-se que toda a série decorre sob
o signo dessas eleições: sabe-se, à partida, que, em termos políticos, alguns
vão ficar bem e outros mal. Resultado das presidenciais tem efeito benfazejo:
a derrota de Freitas reaproximará ______ da sua família; ______ reconhece ter
tido de se ajustar a um voto de conveniência (tapa até a cara de Soares) e
parece agora menos monocórdico. |
Regresso de D. João implica
várias desfechos negativos (separação de Manuel e Madalena; agravar da doença
e morte de Maria). Note-se que toda a peça decorre sob a dúvida do que acontecera
na batalha (está _____ morto, como pareceriam confirmar as buscas que ______ mandara
fazer durante sete anos?): sabe-se, à partida, que o destino se encarregará
de impedir a felicidade daquela família. Desfecho da batalha repercute-se,
vinte e um anos depois, causando o desenlace fatal, a infelicidade definitiva
das personagens. |
Espaços e instituições característicos
da época condicionam o enredo |
|
Estamos nos anos oitenta
do século XX, concretamente em janeiro-fevereiro de 1986. Cinema ainda era
espaço de convívio, apesar do fenómeno dos videoclubes (aliás efémero);
rádios clandestinas proliferavam; televisão e noite do escrutínio dos resultados
eleitorais juntavam as pessoas; havia lojas de discos («discotecas»); a política
ainda era vivida como assunto do dia a dia. |
Estamos na transição entre
séculos XVI e XVII, concretamente em julho-agosto de 1599. Peregrinações são
comuns (____ vem de Jerusalém; ____, ao dar notícia do romeiro, compara-o com
peregrinos que se dirigiam a Compostela); religião condiciona juízo do que se
aceitava ou não; a guerra (Alcácer Quibir) e a perda da independência ainda
estão no espírito das personagens. |
Ação está concentrada no tempo e no
espaço |
|
Pouco mais do que o dia
das eleições (chegada de _____ e ida ao cinema poderiam ter decorrido entre
sexta e sábado; dia das eleições no domingo). (Se contarmos com todos os
episódios da série, a duração não parece ser poder maior do que o da segunda
volta das eleições.) Não fica claro se se chega a sair de Benfica (cinema
seria o Turim, perto da igreja de Benfica, ou outro na Baixa?; embora
houvesse lojas de discos em Benfica, a que é mostrada na série parece situar-se
fora do bairro). Não só tudo se centra em ______ como há um esforço para
localizar o máximo de ação na própria escola (na realidade, por exemplo, as secções
de voto estavam instaladas na Pedro e não na Secundária de Benfica). |
Em cerca de um dia (a
ação do ato II decorre na tarde de sexta-feira 4 de agosto de 1599 — 21.º aniversário
da batalha de Alcácer Quibir e também aniversário do casamento de Madalena
com João e da primeira vez que Madalena vira _____ — e os acontecimentos do
ato III correspondem a «alta noite», madrugada e manhã de 5 de agosto). (Se
contarmos com o ato I, a duração é de cerca de uma semana.) Atos II e III
decorrem no palácio de D. João, embora em cenários diferentes: o ato III
passa-se numa «parte baixa do palácio» que comunica com a igreja dos
dominicanos, que fica visível nas cenas finais. (O ato I também se situava em
_____, mas no palácio de Manuel de Sousa Coutinho, que o próprio incendeia.) |
Classifica os segmentos sublinhados em
termos aspetuais, temporais, modais.
Pensamos no futuro
amanhã
(interpret.: Ana Bacalhau | letra e música: João Só)
O sonho vulgar
De um
futuro invulgar
De olhos
fixos no teto
De um quarto
secreto
A arrumar
as estrelas
Em mapas
e tabelas
Como se
alguém pudesse contê-las,
Vamos conquistando o nosso canto no espaço | valor
aspetual: _____
No vaivém
de um gesto
Na
incerteza de um abraço
Nada de
novo debaixo do céu
A não ser
tu, a não ser eu
Nada de
novo no ecrã
Pensamos
no futuro, amanhã | valor temporal: ______
Pensamos
no futuro, amanhã
Tens a
vida toda pela frente | valor modal: ______ (certeza)
Diz toda
a gente
Mas é
agora que se torce o futuro | valor temporal: ______
Metido no
escuro
Andas a
ver mosquitos na outra banda | valor aspetual: ______
Diz quem pode,
diz quem manda | valor modal: ______
(permissão)
Vamos conquistando o nosso porto inseguro valor temporal: _______
O nosso
universo
Para lá do
muro
Nada de
novo debaixo do céu
A não ser
tu, a não ser eu
Nada de
novo no ecrã
Pensamos
no futuro, amanhã | valor modal: ______ (obrigação)
Aula 60-61 (17/dez [1.ª, 3.ª]) Sobre textos devolvidos (deambulatórios e sobre livros lidos) e questionários de gramática feitos na aula anterior (ver Apresentação).
Versão
cantando e rindo
Lá vamos, cantando e
rindo. |
imperfetivo |
|
Canto hoje às oito no bar
«Reles que dói». |
posterioridade |
|
Podes ter problemas, se não te
vacinares. |
epistémico |
|
Gui (< Guilherme) |
truncação |
|
Mal os
britânicos votaram a saída da Comunidade, os mercados enervaram-se. |
subordinada adverbial
temporal |
|
É um fulano tão porreiro,
que todos gostam bué dele. |
subordinada adverbial
consecutiva |
|
Li o livro de José Saramago,
estudei Pessoa, portanto tive ótimas notas. |
coordenada assindética |
|
A edição do Livro do Desassossego que prefiro
é a de Pizarro. |
subordinada adjetiva
relativa restritiva |
|
Compro-te o Nenuco, para
que berres menos. |
subordinada adverbial
final |
|
Quem tem medo compra um Max. |
subordinada substantiva relativa |
|
Perguntei ao Pessoa se
escrevera o Antinous. |
subordinada substantiva
completiva |
|
Ainda que tenhas zero
neste exercício,
dou-te um vinte no final do período. |
subordinada adverbial
concessiva |
|
Pessoa
ortónimo desconfiava dos que raciocinam. |
complemento oblíquo |
|
Campos era o psicanalista
que o ortónimo não tinha. |
complemento direto |
|
Campos declara que não
é nada. |
complemento direto |
|
Com inteligência, não vamos responder
«modificador de frase». |
modificador do grupo
verbal |
|
Max, que se coçava constantemente,
foi ao veterinário. |
modificador apositivo do
nome |
|
Na ESJGF, na sexta-feira
acaba já o período. |
sujeito |
|
Bloom considerou Pessoa um
dos maiores poetas do século XX. |
predicativo do complemento
direto |
|
A lavadeira cumprimentou-te
bem, ó Esteves! |
complemento direto |
|
Versão com Sandra Felgueiras
A RTP despediu há pouco Sandra
Felgueiras. |
perfetivo |
|
|
O Braga vai jogar à
Transnístria. |
posterioridade |
|
|
Podes entrar, que é casa
aberta. |
deôntico |
|
|
Engrossar |
(derivada por)
parassíntese |
|
|
Pessoa bebia bastante, gostava
de aguardente, mas nunca o viram bêbado. |
coordenada assindética |
||
Estudaste de tal maneira,
que vais ter vinte e um valores. |
subordinada adverbial
consecutiva |
||
Embora morresse
relativamente cedo,
Pessoa deixou vinte e sete mil papéis. |
subordinada adverbial
concessiva |
||
O Livro do Desassossego, que é atribuído a Bernardo Soares,
é um monte de fragmentos. |
subordinada adjetiva
relativa explicativa |
||
Como te portaste bem, levo-te a ver o Joker. |
subordinada adverbial
causal |
||
A dona de Max
garantiu-lhe que o veterinário era competente. |
subordinada substantiva
completiva |
||
Quem semeia ventos colhe tempestades. |
subordinada substantiva
relativa |
||
Enquanto o diabo esfrega
um olho,
respondeste a todas as orações. |
subordinada adverbial
temporal |
||
Caeiro pergunta-nos se
os sentidos são tudo. |
complemento direto |
|
|
Decifrei o manuscrito que
Pessoa nos deixou. |
complemento direto |
|
|
Vinha de muitos cofres
o dinheiro de Sócrates. |
complemento oblíquo |
|
|
Vamos pela autoestrada, porque
somos como Campos. |
modificador do grupo
verbal |
|
|
A lavadeira que o Esteves
pretendia lavava-se pouco. |
modificador restritivo do
nome |
|
|
Os alunos
sabem que esta quarta regressam as férias. |
sujeito |
|
|
Acho o Pizzi — jogador do
Benfica — muito injustiçado. |
predicativo do complemento
direto |
|
|
— A nossa dona abraça-nos
constantemente — disseram Duke e Max. |
complemento direto |
|
|
Versão
com clientes a desistirem da queixa
Os nossos clientes
desistiram da queixa. |
perfetivo |
|
Naquelas férias, andava
sem eira nem beira. |
anterioridade |
|
Deves vacinar-te sem falta. |
deôntico |
|
enriquecer |
(derivada por)
parassíntese |
|
Conquanto
cantes bem, não me alegras. |
subordinada adverbial
concessiva |
|
Sempre
que o Bruno Fernandes não joga, o United perde. |
subordinada adverbial
temporal |
|
Pessoa fingia tão
completamente, que chegava a fingir a verdade. |
subordinada adverbial
consecutiva |
|
Leremos
Saramago, pensaremos em trabalho sobre Pessoa, pois as férias serão longas. |
coordenada assindética |
|
Os Capuleto e os Montecchio
tinham um ódio que impediu a felicidade de Romeu e de Julieta. |
subordinada adjetiva
relativa restritiva |
|
A fim de que Simão
tivesse dinheiro,
Mariana deu uma bolsa a João da Cruz. |
subordinada adverbial
final |
|
Quem tem boca vai ao Café Império. |
subordinada substantiva
relativa |
|
Domingos Botelho perguntou
a Simão se aceitava esquecer Teresa. |
subordinada substantiva
completiva |
|
Com nostalgia, Pessoa e
Campos recordam-se da infância. |
complemento oblíquo |
|
Caeiro vivia com uma tia
velha, que a Tia Albertina conhecia muito bem. |
complemento direto |
|
Campos diz-nos que já
não festejavam o seu aniversário. |
complemento direto |
|
Neste trabalho, não faltam os valores temporais
e modais. |
modificador do grupo verbal |
|
Max, que se preocupava
imenso com Liam, mantinha-se vigilante. |
modificador apositivo do
nome |
|
Na época natalícia surge o
bacalhau. |
sujeito |
|
Vasco Graça Moura julgava
exagerado o culto de Pessoa. |
predicativo do
complemento direto |
|
Desprezo-te por
seres quem és. |
complemento direto |
|
Versão com livro delicioso
Estou a ler um livro
delicioso. |
imperfetivo |
|
|
Hoje, no telejornal das
oito, há uma entrevista com João Rendeiro. |
posterioridade |
|
|
Ao escolher Durban,
Rendeiro pode ter pensado em Pessoa. |
epistémico |
|
|
corte (< cortar) |
derivação não afixal |
|
|
Lamento que Max se
coce tanto. |
subordinada substantiva
completiva |
||
Pessoa era bilingue, interessava-se
por tudo, mas pouco viajou em adulto. |
coordenada assindética |
||
Sabes tanta gramática, que
dói. |
subordinada adverbial
consecutiva |
||
Se bem que exercesse
ainda a advocacia,
Mário de Carvalho já escrevia. |
subordinada adverbial
concessiva |
||
Mensagem, que Pessoa coligiu para um concurso, foi o único
livro publicado pelo poeta. |
subordinada adjetiva
relativa explicativa |
||
Há edições de Pessoa
diferentes, visto que a decifração dos textos não é fácil. |
subordinada adverbial
causal |
||
Quem compra quer desdenhar. |
subordinada substantiva relativa |
||
Antes que ponhas «subordinada
adverbial final»
por ser a última oração, pensa duas vezes. |
subordinada adverbial
temporal |
||
O jovem Campos pergunta se
o ópio é de boa qualidade. |
complemento direto |
|
|
Era metafórico o rebanho que
Caeiro guardava. |
complemento direto |
|
|
Caeiro desistira dos
estudos por preferir os sentidos. |
complemento oblíquo |
|
|
Quando Lídia nos fala, Reis desenlaça as mãos. |
modificador do grupo
verbal |
|
|
A pequena que comia
chocolates tem os dentes podres. |
modificador restritivo do
nome |
|
|
Dia vinte e dois de
dezembro chega o inverno. |
sujeito |
|
|
Nomearam Fernão Lopes guarda-mor
da Torre do Tombo. |
predicativo do
complemento direto |
|
|
Tadeu de Albuquerque
odeia-nos, porque nós somos amigos do Simão da turma 2.ª. |
complemento direto |
|
|
1.º período — alguns focos do ensino e da avaliação
(que, porém, não devem ser
vistos como parcelas para se chegar a uma média)
Leitura |
||
Aula |
Questionário sobre «De verão»,
de Cesário Verde (aula 3R-3) |
|
Questionário sobre carta
de Pessoa a Adolfo Casais Monteiro (aula 9-10) |
||
Questionário sobre «Muda
de vida», de Luís Filipe Borges (aula 31-32) |
||
Questionário sobre «Famílias desavindas», de Mário de Carvalho (aula
42-43) |
||
Questionário sobre apreciação crítica a Filme do Desassossego (aula 51-52) |
||
Observação direta da
eficiência a resolver as tarefas com textos em todas as aulas |
||
Escrita |
||
Aula |
Comparação de «Gato que
brincas na rua» com «Ela canta, pobre ceifeira» (aula 4-5) |
|
Resposta a item 7 de
exame, sobre Cesário Verde (aula 3R-3) |
||
Síntese sobre «A dor de
pensar» (aula 6-7) |
||
Narrativa com «Snr.
Pessoa» (aula 8R-8) |
||
Poema com o título
«Quedas de água» (aula 9-10) |
||
Comentário com comparação
entre os dois «Lisbon Revisited» (aula 16-17) |
||
Reescrita de «Dobrada à
moda do Porto» (aula 18R-18) |
||
Comentário em torno de
selfies, Campos, Pessoa (aula 19-20) |
||
Comparação entre poemas
de Ricardo Reis e de José Gomes Ferreira (aula 24-25) |
||
Comparação entre
«Matarruano sonhador» e Alberto Caeiro (aula 31-32) |
||
Conto a partir de «Sinta
quem lê» (aula 36-37) |
||
Continuação, em prosa, de
«Tabacaria» (aula 39-40) |
||
Item, ou itens, de exame
de 2019, sobre «Bem sei que há ilhas [...]» (aula 42-43) |
||
Comentário sobre famílias
desavindas e heróis românticos (aula 46R-46) |
||
Quadras à Caeiro, Reis, Campos
(aula 47-48) |
||
Texto deambulatório, com
períodos com um dado número de palavras (aula 49-50) |
||
Argumentos e exemplos sobre
palavra do ano (aula 55-56) |
||
Casa |
Ode à
Campos sensacionista sobre assunto escolhido pelo autor (tepecê da aula 11-12) |
|
Conto para concurso Correntes
d’Escritas (a partir do tepecê da aula 39-40) |
||
Reformulação do anterior
(tepecê de 51-52) |
||
Oral
[*] + Educação literária |
||
(Casa) Aula |
Estado da leitura do livro
ou da escolha de livro do Projeto de leitura (aula 31-32) |
|
Leitura de contos,
aferida por título criado (aula 34-35) |
||
Leitura de livros do PL, aferida por fragmentos de apreciação
crítica (aula 57-58) |
||
Gramática |
||
(Casa) Aula |
Questionário sobre orações,
funções sintáticas, aspeto, etc. (aula 59R-59) |
|
Observação direta da
atenção nos momentos em que se trata de ouvir explicações de conteúdos |
||
Assiduidade,
pontualidade, material |
||
|
[*] — Neste período não se
trabalhou suficientemente a compreensão e a expressão oral (preferimos adiar um
trabalho de gravação e umas tarefa de recitação/leitura expressiva que
prevíramos fazer). Nos próximos períodos, equilibrar-se-á a proporção entre os
vários domínios (escrita, leitura, oral — muitas vezes contíguo do trabalho dito de «educação literária» — e gramática).
Deixo aqui alguns conselhos para se melhorar
(infere-se, portanto, que estou a criticar os aspetos que assinalei à esquerda
com xis). Evitarei repeti-los quando falar com cada um, cingindo-me então, se
houver tempo, aos aspetos mais positivos.
1. Não faltar às aulas (a não ser, é claro, por motivo
compreensível).
2. Ser
pontual.
3. Fazer
as tarefas pedidas para casa.
4. Focar-se
mais no estudo de gramática, procurando fazer revisão do que não se tenha acompanhado.
Assuntos de gramática podem ser estudados isoladamente (são aliás de índole
diferente uns dos outros), por isso não há que descartar estas matérias só
porque se interiorizou que é difícil. Começa por ler as pp. 8-14 das folhas anexas
ao manual (está aí quase tudo o que é preciso recuperar).
5. Continuar
como tens estado, mas focando-te mais no estudo de gramática.
6. Estar
concentrado nos momentos em que se «explica matéria» ou se dão indicações
julgadas úteis (evita tagarelar nessas alturas).
7. Ler
os livros pedidos (uma das obras a ler proximamente é O ano da morte de Ricardo Reis, de José Saramago).
8. Ler
livros, o que me parece ser a melhor maneira de melhorar na compreensão de
textos (e na ortografia, e escrita em geral).
9. Evitar
escrita «trapalhona» (revê sempre; olha as emendas feitas nas redações; atenta
nos erros que são advertidos em aula, fugindo a repeti-los).
10. Ler
com mais atenção o que escrevo nas folhas das aulas ou no blogue (nem sempre
estás dentro do que se vai pedindo).
11. Fazer
tarefas da aula com mais zelo (não saltes itens à mínima dificuldade).
12. Em
certas tarefas da aula procurar ser menos demorado (em termos de exame, é preocupante
que fiques tanto tempo só numa tarefa).
TPC — Durante as férias, porei em Gaveta de Nuvens informação sobre tarefa grande (provavelmente com poema de Pessoa)
a fazer em janeiro ou alguma outra ideia para irem aproveitando tempo e o facto
de o segundo período não começar logo. Ao mesmo tempo, sugiro que a leitura de O Ano da Morte de Ricardo Reis seja,
pelo menos, iniciada; ou que se continuem também outras leituras de livros em
curso.
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