Thursday, September 16, 2021

Aulas (1.º período: 39-61)

Aula 39-40 (16 [1.ª], 17/nov [3.ª]) Correções do conto feito na penúltima aula (cfr. Apresentação).

Começa por ler, nas pp. 34-35, os excertos ensaísticos aí intitulados «Da emoção ao poema» e «O fingimento artístico», para fixarmos essa «matéria» (o fingimento poético). Depois, relanceia na p. 33 (sobre o Pessoa ortónimo) o terceiro parágrafo, que se ocupa da fragmentação do «eu».

Lê o poema que ponho a seguir, «Apócrifo pessoano». Trata-se de texto de Poesia Reunida 1990-2000 (Lisboa, Dom Quixote, 2000), de Fernando Pinto do Amaral:

Apócrifo pessoano

 

O eu sentir quando penso

e pensar enquanto sinto

origina um labirinto

onde me perco e convenço

de que tudo é indistinto,

 

de que o mundo se organiza

desorganizadamente

nos recônditos da mente

como uma ideia imprecisa

que quando se pensa, sente

 

e quando se sente, pensa,

numa confusão total,

num processo irracional

em que se esfuma a diferença

entre o que é ou não real.

 

Dos meandros disso tudo

nasce apenas um desejo:

distinguir o que não vejo

e é talvez o conteúdo

deste infinito bocejo

 

a caminho não sei de onde,

à espera não sei de quê.

Quem me ouve? Quem me vê?

A vida não me responde

e afinal ninguém me lê.

O poema de Fernando Pinto do Amaral é um pastiche de Pessoa (ortónimo). Nessa imitação, mais decisivos até do que a métrica (redondilha maior) e que o esquema estrófico (quintilhas) — realmente bastante usuais em Fernando Pessoa ele próprio — são tema e linguagem. No entanto, há dois ou três versos em que a ironia suplanta a imitação. Copia-os:

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Antes de ouvirmos os três quartetos em rima cruzada que constituem «Tudo que faço ou medito», de Fernando Pessoa, tenta copiar o poema — cujos versos ponho em desordem (à exceção do primeiro) — na sequência devida.

 

Tudo que faço ou medito

E eu sou um mar de sargaço —

Querendo, quero o infinito.

Fragmentos de um mar de além...

Não o sei e sei-o bem.

Ao olhar para o que faço!

Vontades ou pensamentos?

Fazendo, nada é verdade.

Que nojo de mim me fica

Minha alma é lúcida e rica,

Um mar onde boiam lentos

Fica sempre na metade.

 

Tudo que faço ou medito

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Fernando Pessoa, Poesias, Lisboa, Ática, 1942

Assinala as afirmações Verdadeiras e Falsas:

a. O poema desenvolve as tensões querer/fazer e alma/corpo humanos.

b. Ao longo da composição, o poeta reconhece a incompletude dos seus atos.

c. Os sonhos do sujeito poético têm uma natu­reza ilimitada.

d. O resultado das suas ações provoca no poeta um sentimento de grande satisfação.

e. O texto termina com um paradoxo que destaca a complexidade psicológica do eu lírico.

[itens cedidos simpaticamente por Expressões 12, Porto, Porto Editora, 2012]

Como se diz no último parágrafo da p. 70 do manual, «Tabacaria» é um dos mais importantes poemas de Álvaro de Campos. Vamos ouvi-lo em trechos lidos por vários declamadores (de cada um ouviremos apenas uma parte, de modo a conhecermos o conjunto todo mas por diferentes cinco leitores, quase todos atores).

A ordem dos declamadores segue, ascendente e aproximadamente, a sua idade (que o respeitinho é muito bonito; note-se que já morreram João Villaret, Mário Viegas e Antônio Abujamra). O vencedor será convidado a assistir ao hastear da bandeira no dia da escola (exceto se já tiver falecido).

{Não consigo reproduzir aqui a declamação de João Grosso ouvida em aula: de qualquer modo, não teve votos em nenhuma das turmas}

Declamador

Verso ou expressão destacável (por expressiva)

Pontuação

João Grosso

 

 

Mário Viegas

 

 

Sinde Filipe

 

 

Antônio Abujamra

 

 

João Villaret

 

 

[versos finais do longo «Tabacaria»:]

[...]

Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?),

E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.

Semiergo-me enérgico, convencido, humano,

E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.

 

Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los

E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.

Sigo o fumo como uma rota própria,

E gozo, num momento sensitivo e competente,

A libertação de todas as especulações

E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.

 

Depois deito-me para trás na cadeira

E continuo fumando.

Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.

 

(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira

Talvez fosse feliz.)

Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.

 

O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).

Ah, conheço-o: é o Esteves sem metafísica.

(O Dono da Tabacaria chegou à porta.)

Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.

Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo

Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.

Fernando Pessoa, Poesias de Álvaro de Campos, Lisboa, Ática, 1944 (imp. 1993)

O poema «Tabacaria» tem muitos elementos narrativos. Se estivesse em linhas corridas, a toda a largura da página, passaria facilmente por texto de prosa. Escreve um conto / prosa que prossiga o final do poema (já entendido como texto de prosa) ou que simplesmente aproveite o contexto de que nos fomos apercebendo ao longo de «Tabacaria». Sistema de pessoas (1.ª, 2.ª, 3.ª)  e tempos não tem de ser o mesmo. Haverá título (que não será «Tabacaria»). A caneta.

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TPC — Já lhes pedi que lessem os três contos que estão na unidade 2 do manual, os de Maria Judite de Carvalho — «George» (pp. 150-155) —, Manuel da Fonseca — «Sempre é uma companhia» (pp. 136-142) — e Mário de Carvalho — «Famílias desavindas» (pp. 163-165). Ao longo desta ou inícios da próxima semana, queria que escrevessem, a computador, um conto (sugiro, como mínimo, 1000 palavras; mas também não aconselho textos muito maiores — fixemos talvez as 1500 palavras como máximo).

O objetivo final é o concurso Correntes d’Escritas, o mais importante em Portugal para autores jovens (e cujo prémio são interessantes mil euros). Independentemente do concurso, a tarefa é para ser feita por todos e é um dos trabalhos maiores deste período (correspondendo a vários tepecês). Ainda haverá uma correção minha da primeira versão que entreguem na classroom: imprimirei esse texto e trá-lo-ei com emendas manuscritas; depois, enviar-me-ão a versão já melhorada de novo via classroom.

Evitem, por mais leve que seja, qualquer aproveitamento de escritos alheios. Não esqueçam título. Escrevam o vosso nome (depois, para efeito de concurso, é que usaremos pseudónimo).

 

 

Aula 41R-41 (17 [1.ª], 18/nov [3.ª]) Correção de prova de exame sobre Reis (2.ª fase de 2018) (cfr. Apresentação).

Na p. 58 do manual tens uma pequena parte da longa «Ode marítima», uma das odes futuristas-sensacionistas de Álvaro de Campos. Lê esse excerto, faz também, na p. 53, uma leitura rápida do «Poema trigésimo nono» («O mistério das cousas, onde está ele?») de Alberto Caeiro — e relanceia, se for caso disso, os outros textos de Caeiro que já lemos —, para completares, depois, o comentário que já iniciei. (Além do conhecimento acerca da filosofia de Caeiro quanto aos sentidos, aconselho a leitura sobretudo da décima final do trecho da «Ode marítima» na p. 58.)

Também na «Ode marítima», de Álvaro de Campos, há sensações, e são elas que conduzem o sujeito poético. Mas o «sensacionismo» de Campos não tem muito que ver com o de Alberto Caeiro:

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Tendo visto a segunda parte (25-41) de documentário sobre Fernando Pessoa (para a série ‘Grandes Portugueses’), assinala, à esquerda de cada período, se a afirmação é V(erdadeira) ou F(alsa).

No segundo número da revista Orpheu, saíram «Chuva oblíqua» (Pessoa) e «Ode marítima» (Caeiro).

Paulismo, Intersecionismo, Sensacionalismo foram correntes literárias criadas por Pessoa.

Os heterónimos aparecem em 1914, quando Pessoa tinha vinte e seis anos.

Ricardo Reis era médico e monárquico.

Segundo Clara Ferreira Alves, Ricardo Reis decide exilar-se no Brasil após a instauração da República.

«Para ser grande, sê inteiro» é um verso de uma das odes de Reis.

Álvaro de Campos era licenciado em Multimédia pela Escola Superior de Comunicação.

Álvaro de Campos é o heterónimo que se considera ter evoluído por várias fases literárias.

Alberto Caeiro era um homem do campo, nunca tendo saído de Portugal.

Caeiro seria o homem de uma «certa mediania dourada de que falavam os clássicos».

Bernardo Silva, ajudante de guarda-livros, é considerado um semi-heterónimo.

Fernando Pessoa era admirado pelo público, mas pouco reconhecido entre os intelectuais do seu tempo.

Para Clara Ferreira Alves, Pessoa seria mesmo um anónimo empregado de escritório.

Mário de Sá-Carneiro suicidou-se em Paris.

Ofélia Queiroz trabalhou num escritório em que também trabalhava Pessoa.

Pessoa dedicou-se com bastante êxito a negócios de comissões e de tabaco.

Escreveu para a Coca-Cola o slogan «primeiro estranha-se, depois emprenha-se».

Em 1930, fixou-se na sua residência final (a Campo de Ourique).

Aleister Crowley era um mágico inglês, decerto charlatão.

Pessoa terá colaborado na encenação de suposto suicídio de Crowley, na Boca do Inferno.

A revista presença foi grande divulgadora da poesia de Fernando Pessoa.

Para recordarmos Fernão Lopes, vamos aproveitar um texto na p. 365, parte do capítulo 115 da Crónica de D. João I.

O fragmento corresponde ao relato de uma fase inicial do cerco de Lisboa. No decurso da crise desencadeada após a morte do rei D. Fernando, os representantes da burguesia e do povo tinham escolhido o mestre de Avis como sucessor, incumbindo-o de matar o conde de Andeiro, aliado da regente. Leonor Telles pede então auxílio ao genro, D. João de Castela, que cercou a cidade de Lisboa. O povo revela sentimento patriótico («ouvindo repicar [...] avivavam-se os corações deles»), coragem («mostrando fouteza»), lealdade ao mestre («nom minguava avondança de trigosos executores»).

[«Tradução» do texto em português do século XXI:]

Além daqueles que, em cada lugar, eram designados para a defesa, também o resto da população da cidade, ouvindo repicar os sinos da Sé e das outras torres, ficava com o sentimento patriótico mais vivo.

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Classifica as orações sublinhadas (com espaço para tal à direita):

«A escola»

(Jorge Palma)

Eu nasci lá para os lados do rio,                 coordenada

Passava os dias a jogar à bola, coordenada assindética

Mas eu não era exceção             coordenada adversativa

E, antes que desse por isso,     ________

Já estava na escola. coordenada copulativa (e subordinante) [começa no «E»]

 

O programa era elementar,     _________

Entre o Euclides e o Arquimedes,

Mas, sempre que a informação                  subordinada adverbial temporal

Dá uma volta no espaço,

Eu quero sintonizar.                   coordenada adversativa [começada no «Mas»]

 

A escola ainda não acabou,

Há sempre tanta matéria a estudar,

Que eu chego mesmo a ter medo               ________

De, em qualquer momento,

Já não ter lugar,

Já não ter lugar,

Para mais conhecimento.

 

Já consigo filosofar,

Sei uma ou duas palavras em grego.

Enquanto o tempo deixar         _______

E a escola não se afundar,

Vou alterando o meu ego,         _______

 

Vou deixando as moscas pairar,                coordenada assindética

Vou vendo se o Godot já chegou                ________

E, quando me dá na tola,          subordinada adverbial temporal

Dou um chuto na bola,              coordenada copulativa (e subordinante)

Só para me aliviar.  subordinada adverbial final

 

A escola ainda não acabou,      coordenada

Há sempre tanta matéria a estudar,         _______ (e coordenada assindética)

Que eu chego mesmo a ter medo

De, em qualquer momento,

Já não ter lugar,

Já não ter lugar,

Para mais conhecimento.

 

TPC — Não marco tepecê porque está a decorrer o prazo para escreverem um original conto que vencerá o conceituado Correntes d’Escritas. (Para se ter ideia do estilo de textos que podem entusiasmar o júri deste concurso, em Gaveta de Nuvens assinalei a azul links para dois contos vencedores: o de Luísa, do 12.º 3.ª de há oito anos, e de Ana, também de um 12.º 3.ª, mas de 2019-2020. Será escusado lembrar que devemos apostar sempre em modelos originais e que o estilo mais original e apropriado em 2013 ou em 2019 já não seria visto do mesmo modo em 2022.)

 

 

Aula 42-43 (19 [1.ª, 3.ª]) Vai relendo o conto «Famílias desavindas» (pp. 163-165), de Mário de Carvalho, que pedira que lessem em casa. Escolhe a melhor alínea de cada item, circundando-a.

[Depois de reler ll. 1-6]

Os semáforos a pedal de que trata o conto

a) ainda existem, tal como outros idênticos na Guatemala.

b) já não existem, tendo os últimos desaparecido nos anos setenta, na Guatemala.

c) ainda existiam, à data da narração, ao contrário dos da Guatemala.

d) nunca existiram, segundo o narrador, como se perceberá ao longo do conto.

 

[ll. 7-17]

As garrafas de Bordéus eram

a) um dos negócios de Letelessier.

b) parte da estratégia para vender os semáforos.

c) elementos do «trânsito de carroças de vinho».

d) contrapartida oferecida pelo autarca.

 

Os semáforos foram colocados na

a) Ponte, primeiro; na Rua Fernão Penteado, depois.

b) movimentada rua Fernão Penteado.

c) deserta rua Fernão Penteado, depois de vários locais ponderados.

d) travessa de João Roiz de Castel-Branco.

 

[ll. 18-24]

Em «Durante a Primeira Guerra foi introduzida uma melhoria» (ll. 22-23), «Durante a Primeira Guerra» e «uma melhoria» são, respetivamente,

a) modificador do grupo verbal e complemento direto.

b) modificador do grupo verbal e sujeito.

c) modificador de frase e complemento direto.

d) modificador do grupo verbal e predicativo do sujeito.

 

«que a roda da frente era destituída de utilidade» (l. 24) é oração subordinada

a) adjetiva relativa restritiva e tem a função de modificador restritivo do nome.

b) substantiva relativa e tem a função de sujeito.

c) substantiva completiva e tem a função de complemento direto.

d) adjetiva relativa explicativa e tem a função de modificador apositivo do nome.

 

[ll. 25-30]

Quanto à função sintática, «de que os concorrentes soubessem andar de bicicleta» (26-27) é

a) complemento do nome.

b) complemento do adjetivo.

c) complemento direto.

d) complemento oblíquo.

 

O «que» na linha 28 desempenha a função de

a) sujeito.

b) complemento direto.

c) modificador restritivo do nome.

d) predicativo do sujeito.

 

Depreende-se que

a) o regulamento para semaforeiro foi revisto, tendo, assim, sido escolhido Ramon.

b) foi contratado, por influências, alguém que não cumpria as condições estipuladas.

c) a escolha de Ramon foi acertada porque aprenderia a andar de bicicleta.

d) o esforço e boa vontade de Ramon foram determinantes na seleção do semaforeiro.

 

[ll. 31-39]

Em termos de valor aspetual, «Por alturas da Segunda Grande Guerra foi substituído pelo seu filho Ximenez» (ll. 31-32) é

a) perfetivo.

b) iterativo.

c) habitual.

d) imperfetivo.

 

Em termos de valor aspetual, «A administração continua a pagar um vencimento modesto» (ll. 33-34) é

a) perfetivo.

b) iterativo.

c) habitual.

d) imperfetivo.

 

[ll. 40-42]

A personalização do semáforo é um conceito

a) verosímil, no contexto da narrativa, mas que remete para o absurdo da situação.

b) inverosímil, abonado também na referência inicial aos semáforos da Guatemala.

c) irrazoável, dado o restante enredo, e crítico da maneira de ser dos portuenses.

d) fantástico, na medida em que personifica um objeto inanimado.

 

[ll. 43-85]

«Sou um cidadão livre e desimpedido» (55-56), quanto ao valor aspetual, é

a) imperfetivo.

b) genérico.

c) perfetivo.

d) habitual.

 

«Felizmente» (60) desempenha a função sintática de

a) complemento oblíquo.

b) modificador de frase.

c) sujeito.

d) modificador do grupo verbal.

 

«descendentes casadoiros» (ll. 61-62) é

a) complemento direto.

b) complemento indireto.

c) sujeito.

d) predicativo do sujeito.

 

«Piora sempre os resultados» (l. 62) é frase

a) com valor modal apreciativo.

b) em que se reflete acerca das consequências do casamento.

c) que pode ser lida como alusiva, por exemplo, a Amor de Perdição.

d) com valor modal deôntico.

 

Os médicos João Pedro, João e Paulo eram, respetivamente,

a) preocupado, modesto, explicativo.

b) proativo, incompetente, mais especulativo que prático.

c) livre, inseguro, sonolento.

d) missionário, hesitante, falador.

 

[ll. 86-91]

«mota» (l. 88) pode ser considerado

a) complemento oblíquo.

b) truncação.

c) caso de parassíntese.

d) conversão.

 

[ll. 96-99]

No primeiro período deste parágrafo, «quem dissesse que o semáforo ficou abandonado» é

a) oração subordinada substantiva relativa.

b) oração subordinada adjetiva relativa restritiva.

c) oração subordinada adjetiva relativa explicativa.

d) oração subordinada substantiva completiva.

 

«de remorsos» (98) é

a) modificador restritivo.

b) complemento oblíquo.

c) complemento do adjetivo.

d) predicativo do sujeito.

 

«enquanto o Paco não regressa» (99) é

a) modificador de frase.

b) modificador de grupo verbal.

c) complemento oblíquo.

d) oração adjetiva.


[Para os mais rápidos:]

Na p. 166, resolve o item 1 de «Gramática no texto» mas, além da solução da função sintática, indica também o critério formal em que te apoiaste (vê como fiz para A):

A «quase com selvajaria» = 2 [Modificador do grupo verbal] | Que fizeram eles quase com selvajaria? Opuseram-se a um jovem engenheiro que considerou a roda dispensável.

B «a um jovem engenheiro» = ___ | __________

C «a roda» = ___ | __________

D «dispensável» = ___ | considerou a roda dispensável — considerou dispensável a roda.

Vamos cumprir mais uma «linha temática» das que se têm convencionado para o estudo de Fernando Pessoa em nome próprio (isto é, ortónimo) e que no manual vem designada como ‘sonho e realidade’ (pp. 41-44).

Para já, usaremos a prova de exame de 2019 (1.ª fase). Responde aos três itens que constituíam a Parte A do Grupo I — no caso do item 2 podes aproveitar na tua resposta o que, nos «Critérios de classificação», se recomendava como tópicos alegáveis, ainda que, de qualquer modo, tenhas de compor essa síntese em texto e possas acrescentar ideias tuas.

Bem sei que há ilhas lá ao sul de tudo

Onde há paisagens que não pode haver.

Tão belas que são como que o veludo

Do tecido que o mundo pode ser.

 

Bem sei. Vegetações olhando o mar,

Coral, encostas, tudo o que é a vida

Tornado amor e luz, o que o sonhar

Dá à imaginação anoitecida.

 

Bem sei. Vejo isso tudo. O mesmo vento

Que ali agita os ramos em torpor

Passa de leve por meu pensamento

E o pensamento julga que é amor.

 

Sei, sim, é belo, é longe, é impossível,

Existe, dorme, tem a cor e o fim,

E, ainda que não haja, é tão visível

Que é uma parte natural de mim.

 

Sei tudo, sei, sei tudo. E sei também

Que não é lá que há isso que lá está.

Sei qual é a luz que essa paisagem tem

E qual a rota que nos leva lá.

Fernando Pessoa, Poesia do Eu, edição de Richard Zenith, 2.ª ed., Lisboa, Assírio & Alvim, 2008, pp. 314-315.

1. Nas três primeiras estrofes, o sujeito poético descreve um lugar idealizado. Apresente duas características desse espaço e exemplifique cada uma delas com uma transcrição pertinente.

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2. Explique o conteúdo dos versos 3 e 4 e relacione-o com a temática pessoana em evidência no poema.

[ tópicos nos «Critérios de classificação», sobre o item 2:

Devem ser abordados os tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:

comparação entre a beleza das ilhas e o «veludo», para sugerir a suavidade/a felicidade que o mundo pode proporcionar, se existir harmonia/se a tessitura dos seus elementos for harmoniosa;

enquadramento na temática do sonho e da realidade, na medida em que as ilhas imaginadas permitem ao sujeito poético vislumbrar um mundo de plenitude a que, no entanto, só pode aceder através do sonho. ]

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3. Explicite dois sentidos das anáforas e das suas variantes (versos 1, 5, 9, 13, 17 e 19), tendo em conta o desenvolvimento temático do poema.

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TPC — Durante esta e próxima semana, o tepecê é escreverem e depositarem o conto na classroom e, depois, à medida que forem recebendo as primeiras versões corrigidas, descarregarem nova versão limpa. Pedia que, nessa altura, me dessem de novo, em aula, a versão com emendas, para eu controlar o lançamento das correções (em anos anteriores, reparei que essa tarefa nem sempre era cumprida com cuidado). Na versão limpa acrescentem, no final do texto, um pseudónimo.

 

 

Aula 44-45 (23 [1.ª], 24/nov [3.ª]) Correção de questionário sobre «Famílias desavindas» feito há uma aula (cfr. Apresentação).

Lê o poema de Ricardo Reis na p. 74 — «Sofro, Lídia, do medo do destino» — e relanceia depois os outros poemas do mesmo heterónimo de Pessoa que também se dirigem a «Lídia» e que já conhecemos (o na p. 75, sobretudo, e também o na p. 73).

Os poemas de Adília Lopes (nasc. 1960) que copiei em baixo supõem o conhecimento de textos de Ricardo Reis (com a figura horaciana de «Lídia»). A alusão a Reis está explícita no título do primeiro poema de Adília Lopes e na epígrafe (cfr. v. 21 de «Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio») e no último verso do segundo poema (além de que, neste texto, o segundo verso repete o primeiro verso de uma ode de Reis que não temos no manual, «As rosas amo do jardim de Adónis»).

Escreve um comentário sobre estes poemas de Adília Lopes, procurando salientar a relação que eles estabelecem com a ideologia de Ricardo Reis, citando, se for caso disso, qualquer uma das suas odes lidianas.

(anti-Ricardo Reis)

O rio

é bom

para nadar

e as flores

para dar

o resto

são cantigas

casa-te com Lídia

tem bebés

passa a lua de mel

na Grécia

Adília Lopes, Sete rios entre campos

 

«pega tu nelas»

Ricardo Reis

Mão morta vai bater àquela porta

as rosas amo dos jardins de Adónis

ao escrever

com uma tartaruga

oh como era lebre a tartaruga!

 

Mas porque será sempre Lídia

a pegar nas rosas

Dr. Ricardo Reis?

Adília Lopes, Os 5 livros de versos salvaram o tio

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[solução possível:]

Os poemas de Adília Lopes assumem atitude antagónica da de Ricardo Reis.

No primeiro texto, logo o título «(anti-Ricardo Reis)», prosseguindo os versos com afirmações, que funcionam como imperativos, em que se contraria a visão serena e fria — epicurista-estoica — que denotam as odes deste heterónimo de Pessoa. No poema tirado de Sete rios entre campos, o sujeito lírico aconselha Reis a desfrutar verdadeiramente do que nas odes é apenas o cenário da tranquilidade de que se faz a apologia. Sugere-se-lhe que nade, case, tenha bebés, que «o resto são cantigas».

No segundo poema é o terceto, em forma de pergunta dirigida a Ricardo Reis, que mostra maior irreverência. A pergunta, que indaga porque cabe a Lídia pegar nas rosas, articula-se com a epígrafe (que remete para expressão nos versos 21-22 do mais famoso dos poemas Reis com Lídia, «Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as / No colo»). O sujeito poético contesta Ricardo Reis, já não pela sua quase apatia, antes pelo facto de se mostrar sempre imperativo com Lídia. Com efeito, nas odes de Reis as frases com valor deôntico sucedem-se, o que pode ser interpretado como desvalorização daquela figura feminina que o poeta resgatara a Horácio.

Um dos assuntos de gramática que revimos foram os chamados «processos irregulares de formação de palavras». As suas seis definições estão na p. 7 do anexo colado à contracapa. Na tabela pus ainda a onomatopeia, que, por vezes, também figura nesta listas de processos não-morfológicos de formação de palavras.

Terás de lançar na coluna à esquerda o nome dos processos (de neologia) e lançar na coluna à direita as palavras «neológicas» seguintes (as que já estão na tabela são as que temos usado em exercícios idêntico; as que vais ter de colocar agora são, em parte, retiradas do sketch «Curso de preparação para o casamento», da série Lopes da Silva):

mousse | São (< Conceição) | gravar [a eucaristia] (‘fixar sons ou imagens em disco ou fita magnética’ [< ‘esculpir com buril ou cinzel; estampar; imprimir’]) | abreijos (abraços + beijos) | NCMDL (< Núcleo de Conselheiros Matrimoniais da Diocese de Lisboa) | CAAAB (pronunciado [kαab]; < Cool Até Abrir A Boca) | sofá | pumba! | chocolate

Processos

Exemplos

Extensão semântica

navegar (na net), chumbo (‘reprovação’)

 

scanear, pizza

 

portunhol, motel

 

CEE, ESJGF

 

CRE, ovni

Onomatopeia

coaxar, tiquetaque

 

zoo, nega (‘nota negativa’), otorrino

TPC — Lê a versão já corrigida da ficha do Caderno de atividades sobre Fernando Pessoa (ortónimo) que deixo aqui.

 

 

Aula 46R-46 (24 [1.ª], 25/nov [3.ª]) Assistência a trechos de 1986 (partes dos episódios 7 e 8; cfr. famílias desavindas):

[Ficam aqui não os episódios propriamente ditos mas os episódios, em fundo, comentados por atores, autor, argumentistas:]

Os episódios podem ver-se aqui: 7: https://www.rtp.pt/play/p4460/e335557/1986; 8: https://www.rtp.pt/play/p4460/e335557/1986

Em Amor de Perdição, o obstáculo à paixão do jovem par amoroso (Simão e Teresa) é, como em Romeu e Julieta, de Shakespeare, o ódio entre as famílias dos pais. Na série 1986, criada por Nuno Markl, o namoro Tiago-Marta é prejudicado pelo ódio entre o pai de Tiago (comunista) e o pai de Marta (apoiante de Freitas do Amaral). Em «Famílias desavindas», de Mário de Carvalho, o desfecho parece resolver um ódio de gerações. Começa por ler este passo de Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco:

D. Rita pasmava da transformação, e o marido, bem con­vencido dela, ao fim de cinco meses, consentiu que seu filho lhe dirigisse a palavra.

Simão Botelho amava. Aí está uma palavra única, explicando o que parecia absurda reforma aos dezassete anos.

Amava Simão uma sua vizinha, menina de quinze anos, rica herdeira, regularmente bonita e bem-nascida. Da janela do seu quarto é que ele a vira a primeira vez, para amá-la sempre. Não ficara ela incólume da ferida que fizera no coração do vizinho: amou-o também, e com mais seriedade que a usual nos seus anos.

Os poetas cansam-nos a paciência a falarem do amor da mulher aos quinze anos, como paixão perigosa, única e inflexível. Alguns prosadores de romances dizem o mesmo. Enganam-se ambos. O amor aos quinze anos é uma brincadeira; é a última manifestação do amor às bonecas; é tentativa da avezinha que ensaia o voo fora do ninho, sempre com os olhos fitos na ave-mãe, que está da fronde próxima chamando: tanto sabe a primeira o que é amar muito, como a segunda o que é voar para longe.

Teresa de Albuquerque devia ser, porventura, uma exceção no seu amor.

O magistrado e sua família eram odiosos ao pai de Teresa, por motivos de litígios, em que Domingos Botelho lhes deu sentenças contra. Afora isso, ainda no ano anterior dois criados de Tadeu de Albuquerque tinham sido feridos na celebrada pancadaria da fonte. É, pois, evidente que o amor de Teresa, declinando de si o dever de obtemperar e sacrificar-se ao justo azedume de seu pai, era verdadeiro e forte.

E este amor era singularmente discreto e cauteloso. Viram-se e falaram-se três meses, sem darem rebate à vizinhança, e nem sequer suspeitas às duas famílias. O destino que ambos se prometiam era o mais honesto: ele ia formar-se para poder sustentá-la, se não tivessem outros recursos; ela esperava que seu velho pai falecesse para, senhora sua, lhe dar, com o coração, o seu grande património. Espanta discrição tamanha na índole de Simão Botelho, e na presumível ignorância de Teresa em coisas materiais da vida, como são um património!

Na véspera da sua ida para Coimbra, estava Simão Botelho despedindo-se da suspirosa menina, quando subitamente ela foi arrancada da janela. O alucinado moço ouviu gemidos daquela voz que, um momento antes, soluçava comovida por lágrimas de saudade. Ferveu-lhe o sangue na cabeça; contorceu-se no seu quarto como o tigre contra as grades inflexíveis da jaula. Teve tentações de se matar, na impotência de socorrê-la. As restantes horas daquela noite passou-as em raivas e projectos de vingança. Com o amanhecer esfriou-lhe o sangue e renasceu a esperança com os cálculos.

Camilo Castelo Branco, Amor de Perdição, cap. II (trecho)

Vê agora os minutos 20 a 25 deste Amor de Perdição de Manoel de Olveira:

Aproveitando o teu conhecimento de Amor de Perdição, o próprio passo que leste agora, e uma ou várias das outras obras a que aludi em cima, trata do problema da difícil coexistência de questões de honra familiar e feitio dos heróis românticos.

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Nas pp. 63, 67, 69 estão sintetizados os Valores temporais, aspetuais, modais. Para as categorias tempo, aspeto, modo (modalidade) concorrem a flexão, os verbos auxiliares, informação lexical, advérbios e grupos preposicionais:

valores temporais: anterioridade («passado»), simultaneidade («presente»), posterioridade («futuro»);

valores aspetuais: perfetivo, imperfetivo, habitual, iterativo e o «não-aspeto» genérico;

valores modais: de apreciação (modalidade apreciativa), de permissão/obrigação (modalidade deôntica), de probabilidade-certeza (modalidade epistémica)

Nas quadrículas, destaquei as expressões que conferem alguns dos valores citados. Preencherás a lacuna com o valor que esteja em causa, como fiz na primeira frase.

Trecho de «Debate com o Super-Homem» (série Barbosa)

Tempo

Aspeto

Modalidade

Ó Joaquim Barbosa, você vai ter de moderar este debate com mais isenção.

vai ter de... (ir + inf [«futuro próximo»])

posterioridade

 

ter de moderar (ter de + inf)

deôntica (obrigação)

Quem nos está a ouvir em casa deve estar com a ideia de que o meu adversário é o Super-Homem

está (presente e estar a + inf)

________

está a ouvir (estar a + inf)

_________

deve estar (dever)

_______

Mas, repare, o seu adversário é o Super-Homem.

 

é

_________

repare (imperativo)

__________

Proponho-me criar, durante esta legislatura, 150.000 postos de trabalho.

proponho-me criar (lex.)

________

durante esta legislatura

_________

 

Não me interrompa, por favor!

 

 

não me interrompa

___________

Vou também criar estágios para licenciados. | Vou também limpar o Rio Alviela. | Vou fazer aquilo de que a nossa economia precisa. | Vai usar que super-poder? | Vou telefonar ao governador do Banco de Portugal.

Vou criar/limpar/...

ir + inf («futuro próximo»)

________

 

 

Temos que apostar no turismo.

 

 

temos de apostar (ter de + inf)

______________

Vou pegar no planeta Terra e girá-lo para que o Sol possa incidir sobre o nosso país oito meses por ano.

Vou pegar / vou girá-lo (ir + inf)

________

oito meses por ano

_________

possa incidir

________

Isso é lamentável!

 

ser

_____________

adjetivo, entoação

________

Eu salvo o planeta entre duas a três vezes por semana.

 

salvo [...] duas a três vezes por semana

_________

 

Eu salvei o planeta uma vez.

salvei (pretérito)

________

salvei uma vez (perfeito)

_________

 

Você fartou-se de me interromper.

fartou-se (pretérito)

________

fartou-se (lex)

_________

interromper (lex)

_________

 

Classifica as orações sublinhadas:

Amar pelos dois

(Luísa Sobral; interpret.: Salvador Sobral)

Se um dia alguém perguntar por mim,   _________

Diz que vivi para te amar.   ________   ________

Antes de ti, só existi

Cansado e sem nada para dar.

 

Meu bem, ouve as minhas preces:

Peço que regresses, que me voltes a querer.   _________   _________

Eu sei que não se ama sozinho,

Talvez devagarinho possas voltar a aprender.

 

Meu bem, ouve as minhas preces:

Peço que regresses, que me voltes a querer.

Eu sei que não se ama sozinho,   ________   _________

Talvez devagarinho possas voltar a aprender.

 

Se o teu coração não quiser ceder,   ________

[Se] Não sentir paixão, [Se] não quiser sofrer

Sem fazer planos do que virá depois,

O meu coração pode amar pelos dois.   ________

 

Para proceder à reformulação da 1.ª versão do conto

Por vezes, usei dois signos que nem todos compreenderão: um sinal de cardinal (#) para introduzir espaço; um vê traçado (aproximadamente: ¥), para tirar espaço que estivesse a mais. Também posso ter sugerido travessões verdadeiros em vez de hífens (alt + 0151 costuma dar bons travessões: — ; também se pode inserir Símbolo, clicar Mais símbolos, depois Carateres especiais, escolhendo então Travessão).

Quanto ao tipo de fonte (da letra), tamanho, espaço interlinear, pode ficar ao vosso critério, até para não parecer que os textos foram trabalhados coletivamente. Em outros concursos, costuma pedir-se Arial, Calibri ou Times New Roman, corpo 12, dois espaços. Creio, porém, que esse espacejamento (entrelinha) é exagerado (bastará 1,5).

Preferia que os parágrafos fossem europeus (ou seja com uma margem inicial e sem grande espaço entre parágrafos; os americanos é que preferem não fazer margem inicial e separar os parágrafos com uma linha de espaço). A tal margem inicial pode ser feita automaticamente (Parágrafo / Avanços e espaçamento / Especial / Primeira linha). Notem que o título não pode ficar com Primeira linha (para poder ficar mesmo centrado).

Poria o texto justificado (à direita e à esquerda). Em Parágrafo escolhe-se Alinhamento e aí Justificado.

No exemplar passado a limpo, não pode aparecer o teu nome (como já disse, deves é subscrever o texto já com um pseudónimo).

 

 

Aula 47-48 (26/nov [1.ª, 3.ª]) Sobre o texto inspirado em «Tabacaria» ora entregue.

Para evitar certos erros que ainda vou vendo aqui e ali

A terminação mos da 1.ª pessoa do plural (andamos, andámos, andaremos, andámos, andávamos, andarmos, andaríamos) não é nenhum pronome, é um sufixo que nos dá informação sobre pessoa/número (dantes, chamávamos-lhe desinência pessoal) que integra a palavra. Não há, é claro, nenhum hífen a separá-lo do verbo.

Basta flexionarmos a forma verbal para termos a certeza de que é uma palavra única:

quando eu fizer

quando tu fizeres

quando ele fizer

quando nós ______

quando eles fizerem

É verdade que também há expressões com o pronome -mos (contração de me + os), que deverá ficar separado do verbo por um hífen. Exemplo: «Tens os lápis? Dá-___.»

Podes experimentar substituir pela 3.ª pessoa do complemento indireto (lhe):

Dá-___.

Podes substituir por um nome a parte do complemento direto:

Dá-me os lápis.

É mais comum o pronome -nos. (E nota que não há nenhum sufixo nos, portanto nos depois de verbo será decerto -nos.) Este pronome nos pode ser complemento indireto ou direto: «Dá-nos o lápis.» / «Deixa-nos sozinhos»

É substituível por lhe ou por o.

Dá-lhe o lápis. / Deixa-o sozinho.

Há ainda um outro pronome -nos, que resulta de -os estar a seguir a uma nasal e precisar de uma consoante de ligação:

«Comam os kínderes» pronominaliza-se assim: [*Comam-os] > _______

As formas do Imperfeito do Conjuntivo terminam em asse, esse, isse (repara que são palavras graves, como se vê de o a e o e serem tónicos): andasse, comesse, partisse:

Para verificar que é uma forma verbal simples, flexiona-se:

se eu _______

se tu andasses

se ele _______

se nós andássemos

se eles andassem

A diferença relativamente às formas (indeterminadas) com um pronome -se é notável pelo som (a ou e finais — mesmo seguidos de hífen — são átonos):

anda-se || _____________ || parte-se

Outro erro frequente relaciona-se com pronomes que estão em ênclise (portanto, depois dos verbos) depois de formas que terminavam em -r, -s, -z. Repara que a terminação do verbo cai (-r, -z, -s > Ø), passando o pronome a ter um l inicial (o, os, a, as > lo, los, la, las).

Pronominalizemos o complemento direto:

Vou comer as castanhas. > Vou __________.

Tu bebes o leite com deleite. > Tu __________ com deleite.

Amália vai amar aquela mala. > Amália vai ________.

Fez o merdelim do tepecê. > _____.

Nota que, frequentemente, é preciso pôr acento gráfico na vogal antes do hífen.

Problemas mais sofisticados vêm da mesóclise (que se usa apenas com o Futuro e com o Condicional).

Pronominalizemos os complementos diretos:

Entornarei o vinho sobre o linho impecável da mesa. || _______ sobre o linho impecável da mesa.

Devoraria com gula trinta javalis meigos se tivesse dentes capazes. || _______ com gula se tivesse dentes capazes.

Amarão todas as moças bonitas do mundo. || _______.

Pontapearemos os dinossauros com charme. || _______ com charme.

Traríamos o passaporte dos duendes. || _________.

Diria o sermão. || _________.

Diluiria o diluente. || ________.

Corrijamos estas formas incorretas:

* Comerá-se bem neste talho. || _________ bem neste talho.

* Zangarias-te comigo. || ___________ comigo.

* Veremos-vos no inferno. || __________ no inferno.

Complete-se, tendo em conta o que fica dentro dos parênteses:

Se eu ______ («Olhar» no Imperfeito do Conjuntivo) para cima, veria um céu toldado.

_______ («Olhar» na 3.ª pessoa do Presente do Indicativo e pronome de indeterminação) e vê-se só hipocrisia e penicos de prata.

Se __________ («Comer» na 1.ª pessoa do plural do Imperfeito do Conjuntivo) dicionários, não ficávamos com mais vocabulário.

Vês estas belas osgas? ________ (Imperativo de «Levar» + complemento direto pronominalizado) ao dentista.

Levamos as aulas muito a sério. _______ («Levar» na 1.ª pessoa do plural do Presente do Conjuntivo + complemento direto pronominalizado) mais a brincar.

Depois de ouvirmos declamação de «Não sei se é sonho, se realidade» (p. 39), de Fernando Pessoa, ortónimo, faz corresponder a cada estrofe os seguintes títulos-sinteses (para a estrofe que falta, escreve tu um título:

A terra ideal é percebida como sonho e descobre-se que também não satisfaz  o poeta = sextilha de vv. __-__.

A hipótese de um lugar por que se anseia (seja sonho seja realidade) = sextilha de vv. __-__.

A representação de um lugar que ainda se considera possível mas dubitadamente = sextilha de vv. __-__.

________________________ = sextilha de vv. __-__.

A propósito de «C Certinho» (série Carlos), completa esta síntese.

A letra da canção assenta em dois tipos de transgressão da adequação discursiva.

Dado tratar-se de um rap, não esperávamos muitas das palavras e sintaxe usadas, que são mais características do uso ______ do que do uso _______: «fornicar», «extremo vigor», «proporcionar», «envereda pelo banditismo», «furtar», «redunda em libertinagem», «descarta», «numismática».

Também o registo é mais ______ do que é habitual neste género de canções, embora haja algumas raras marcas de ______ ou expressões mais coloquiais, familiares (as interjeições «ui», «ei» e «hum»; léxico do calão, como «______»; expressões que talvez sejam relativamente _______: «vestida para o pecado», «ninguém me tira», «[fazer-se] esquisita»; «é do melhor que há»; «da pesada»).

Podemos dizer que, exceto nestes poucos casos mencionados, se segue o padrão, a ________, não havendo incorreções, nem as marcas de variedade linguística (social, _______, até geográfica) que associamos ao rap.

Em termos de tratamento, usa-se uma fórmula _______, «amigos», que implica o uso da ____ pessoa do plural (pessoa verbal correspondente a ‘vocês’), que funciona como plural do tratamento em ‘tu’, porque, mesmo em registos formais, praticamente não se usa hoje em dia o ‘vós’ (a verdadeira ____ pessoa do plural).

Quanto a variedades (ou variantes) do português, há um termo que é mais típico da variante _______: «cafageste». Entretanto, tenho dúvidas quanto à origem de «curtir» na aceção em que surge (será talvez também da variedade sul-americana).

Lê o texto que ainda nos falta para esgotarmos os que no manual ficam sob o tema ‘Sonho e realidade’, «Contemplo o que não vejo», na p. 41. Acrescenta uma quadra final que fizesse de repente que o «eu» nos parecesse de (i) Caeiro; de (ii) Reis; de (iii) Campos. No fundo, escreverás três quadras (ou duas ou uma, se te demorares) que seriam finais alternativos.

[Alberto Caeiro:]

_____________________

_____________________

_____________________

_____________________

[Ricardo Reis:]

_____________________

_____________________

_____________________

_____________________

[Álvaro de Campos:]

_____________________

_____________________

_____________________

_____________________

Como sucede em tantas narrativas, O Leitor — o filme que estamos a ver — inicia-se em época mais recente (Berlim, 1995), recuando depois ao passado, numa analepse de quase quarenta anos (Neustadt, 1958). O pretexto para a analepse foi um elétrico avistado da janela. Em O Leitor não faltarão citações da literatura universal:

Autor

Obra

Data

País

Personagens

Género

Horácio

Epodos

30 a.C.

Roma

 

Poesia lírica

Safo

Fragmento 16

séc. VII a.C.

Grécia

 

Poesia lírica

G. E. Lessing

Emilia Galotti

1772

Alemanha

Emilia Galotti

Drama

Homero

Odisseia

séc. VIII a.C.

Grécia

Ulisses, Penélope, Telémaco

Poema épico

Mark Twain

Aventuras de Huckleberry Finn

1884

EUA

Huckleberry Finn,

Tom Sawyer

Novela de aventuras

D. H. Lawrence

O amante de Lady Chatterley

1928

Reino Unido

Constance Chatterley, Clifford Chatterley, Oliver Mellors

Novela passional, psicológica

Hergé

[série de Tintin]

1929-...

Bélgica

Tintin, Haddock, Milou

BD

Anton Tchékhov

A senhora do cãozinho

1899

Rússia

Dimitri Gurov,

Ana Siergueievna

Conto

Lev Tolstói

Guerra e Paz

1865-1869

Rússia

Pedro Bezukov, entre muitas

Romance-fresco

 

 

Aula 49-50 (30/nov [1.ª], 2/dez [3.ª])

Na p. 31, à direita, lê «Não sei quantas almas tenho», de Fernando Pessoa ortónimo, para completares a minha síntese:

Cerca de metade deste poema é uma série de declarações da estranheza do poeta por si mesmo («Não sei quantas almas tenho»; «___________»; «____________»; «Diverso, móbil e só, não sei sentir-me onde estou»). Entretanto, os versos «Sou minha própria paisagem» e «vou lendo / como páginas meu ser» servem de metáfora da necessidade que o poeta tem de se __________. Também remetem para a fragmentação do eu, na medida em que parecem supor uma consciência _________ ao próprio poeta (que o pudesse observar de fora).

Transcrevo agora uma análise do mesmo poema (tirada de Ângela Campos e Cidália Fernandes, Fernando Pessoa. Poesia em Análise, Lisboa, Plátano, 2006), a que retirei apenas, para os preencheres tu, termos de versificação ou metalinguísticos:

Podemos encontrar no _______ dois momentos significativos.

No primeiro momento (as duas primeiras _______), o sujeito poético reconhece‑se como um ser multifacetado, que continuamente se vai revelando, resultando daí uma espécie de desencanto consigo mesmo («Nunca me vi nem achei»). Este ser excessivo vai criar uma grande inquietação no _______ poético («Quem tem alma não tem calma», «Não sei sentir-me onde estou») e, ao mesmo tempo, uma distanciação, responsável por uma postura passiva em relação ao desfile dos outros eus.

O segundo momento (última _______), introduzido pelo _______ «por isso», constitui uma sequência relativamente ao primeiro, tentativa de conhecimento de si próprio como se de um livro se tratasse: «vou lendo / Como páginas, meu ser». O resultado é, porém, um estranhamento, acabando por responsabilizar Deus pelo ato de escrita, que lhe pertence. Numa atitude de humildade, o sujeito _______ não atribui a si próprio o mérito do ato de criação. Saliente-se ainda a atitude de alheamento do poeta, responsável pelo sentimento de solidão.

Os sentimentos que dominam o sujeito poético são a angústia e a inquietação, provocados pela incapacidade de controlar as várias manifestações do seu eu. As ________ que melhor documentam este estado de espírito são «Quem tem alma não tem calma» e «Assisto à minha passagem / Diverso, móbil e só». O _______ que melhor sintetiza o conteúdo do poema é «Continuamente me estranho».

A nível formal verifica-se uma certa regularidade _______ (três oitavas), _______ (redondilha maior) e ________ (rima cruzada e emparelhada), a qual nos pode remeter para a ideia de regularidade de fragmentação do eu poético. Esta regularidade a nível formal pode justificar-se ainda por uma necessidade de busca de unidade.

Faz corresponder a cada segmento da textual da coluna A um único segmento textual da coluna B, de modo a obteres uma afirmação adequada ao sentido da última estrofe do texto. Utiliza cada letra e cada número apenas uma vez [exercício gentilmente cedido por Expressões 12]:



a = ___; b = ___; c = ___; d = ___; e = ___.

 

Um curto poema de Mário de Sá-Carneiro, de fevereiro de 1914 (ou seja, contemporâneo do surgimento oficial dos heterónimos de Pessoa, o «dia triunfal», 8-3-1914) evidencia os mesmos desconhecimento e estranheza do eu face a si próprio, fragmentação interior que os determina e sentimentos do sujeito poético em relação à sua personalidade:

Eu não sou eu nem sou o outro,

Sou qualquer coisa de intermédio:

Pilar da ponte de tédio

Que vai de mim para o Outro.

[este cartoon é ideia de Expressões 12:]



Depois de vermos parte do segundo episódio de O Programa do Aleixo, série 2, na linha sob os constituintes destacados identifica a função sintática que desempenham.



Já conheces textos «deambulatórios». Lemos o ano passado poemas de Cesário Verde em que o sujeito poético vai observando o contexto e refletindo sobre ele, ou pensando em si próprio, à medida que passeia pela cidade. No Livro de Desassossego, de Fernando Pessoa/Bernardo Soares, temos processo semelhante, ainda que em prosa — aliás, prosa poética. Dá um relance, só para perceberes o estilo a que aludo, ao texto na p. 85 («Tudo é absurdo»). {direi em slide o que pretendo exatamente}

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

TPC — Vê a versão corrigida das fichas 28(Funções sintáticas) e 25 (Complemento e modificadores do nome) do Caderno de atividades que reproduzirei em Gaveta de Nuvens.

 

 

Aula 51-52 (3/dez [1.ª, 3.ª]) Observações acerca dos contos devolvidos agora.

Vai lendo o texto na p. 87 — uma apreciação crítica a filme cujo início veremos a seguir —, circundando a melhor alínea de cada item. (Não uses, por favor, outras páginas do manual nem quaisquer outros elementos.)

 

O primeiro parágrafo veicula informação

a) correta, porque é verdade que o filme em exibição se intitula Livro do Desassossego.

b) incorreta, porque o filme exibido era o Filme do Desassossego.

c) pouco clara, porque, podendo estar a referir-se o livro, parece que Livro do Desassossego seria o título do filme.

d) correta, porque «Livro do Desassossego», no contexto em que está, só pode reportar-se ao livro.

 

Em termos aspetuais e temporais, a l. 1 do texto tem valor

a) perfetivo e de anterioridade.

b) iterativo e de posterioridade.

c) perfetivo e de simultaneidade.

d) imperfetivo e de anterioridade.

 

As aspas em «infilmável» (l. 6) visam assinalar que

a) se trata de citação de outrem.

b) a palavra não deve ser tomada em sentido conotativo.

c) estamos perante um neologismo (ou, pelo menos, palavra, digamos, criativa).

d) há ironia.

 

«usa e abusa do ponto de fuga e do lado mais forte do ecrã» (12-13) é

a) elogioso.

b) pejorativo.

c) irónico.

d) imperativo.

 

A função sintática de «que» (l. 11) é a de

a) modificador apositivo do nome.

b) modificador restritivo do nome.

c) sujeito.

d) complemento direto.

 

«Se a nível plástico o Filme do Desassossego se revela intenso» (l. 19) desempenha a função sintática de

a) modificador do grupo verbal.

b) modificador de frase.

c) sujeito.

d) complemento oblíquo.

 

As aspas que delimitam «narrativo» (l. 19) pretendem marcar que a palavra é usada

a) conotativamente.

b) denotativamente.

c) enquanto citação.

d) literalmente.

 

Pelo primeiro período do terceiro parágrafo se percebe que o recensor do filme

a) considera mais bem resolvidos os aspetos de intensidade do que os dramáticos.

b) valoriza cirurgias plásticas e a contribuição da figura dos atores para a intensidade da obra.

c) assinala a dificuldade criada pela falta de enredo do original, que julga bem ultrapassada.

d) elogia aspetos estéticos, critica soluções ao nível da história propriamente dita.

 

Em termos aspetuais, «estar a trabalhar» (l. 20) tem valor

a) habitual.

b) perfetivo.

c) imperfetivo.

d) genérico.

 

Nas linhas 21-25, Antero Eduardo Monteiro salienta

a) a dificuldade em digerir, em cinema, o que, por escrito, permite receção bem sucedida.

b) que o discurso do Livro do Desassossego é verborreico, não conseguimos segui-lo.

c) permitirem os registos de Bernardo Soares reflexão e absorção.

d) o caráter episódico de que se reveste o texto do Livro do Desassossego.

 

Na l. 23,

a) falta uma vírgula a seguir ao travessão (e antes do «e»).

b) deveria haver uma vírgula em vez do travessão.

c) não há problemas claros de pontuação

d) deveria haver vírgula a seguir ao «e».

 

Em «tornar a “história” episódica» (l. 25), «a “história”» e «episódica» são, respetivamente,

a) complemento direto e modificador restritivo do nome.

b) complemento oblíquo e modificador restritivo do nome.

c) complemento direto e predicativo do complemento direto.

d) sujeito e complemento do nome.

 

«Um pouco mais longo do que o ideal» (ll. 25-26) é

a) uma oração subordinada adverbial comparativa.

b) modificador do grupo verbal.

c) modificador apositivo do nome.

d) modificador de frase.

 

Segundo as três últimas linhas do penúltimo parágrafo, o cenário

a) alude à época em que viveu Pessoa mas mistura-a com elementos atuais.

b) evoca o início do século XX e inclui objetos seus contemporâneos.

c) é intemporal.

d) integra intemporais cocós de cão.

 

«cuja» (l. 27) tem como referente

a) «Cláudio Silva».

b) «protagonista».

c) «uma ótima interpretação».

d) concentração absoluta.

 

«na mente de Bernardo Soares e nas suas deambulações por uma Lisboa [até «obra»]» (ll. 28-29) desempenha a função de

a) complemento oblíquo.

b) modificador do grupo verbal.

c) modificador de frase.

d) predicado.

 

A oração inicial do último parágrafo (a partir da l. 31) é

a) subordinada adverbial temporal.

b) subordinada adverbial consecutiva.

c) coordenada adversativa.

d) subordinada adverbial concessiva.

 

Nas linhas finais (38-41), o recenseador considera que João Botelho

a) não foi capaz de traduzir em filme o génio de Pessoa embora mostrasse proficiência em termos técnicos.

b) ofuscou (involuntariamente ou não) o texto pessoano, dadas insuficiências na arte cinematográfica.

c) é excessivo na celebração do génio de Pessoa, acabando, assim, por, não intencionalmente, o desvalorizar.

d) é exagerado na exibição da técnica cinematográfica, pelo que acaba por ofuscar a essência do génio de Pessoa.

 

«pelo talento do seu realizador» (ll. 40-41) desempenha a função de

a) complemento agente da passiva.

b) complemento oblíquo.

c) sujeito.

d) complemento direto.

 

«que esta fosse a intenção de João Botelho» (l. 41) é uma oração

a) subordinada substantiva relativa.

b) subordinada substantiva completiva.

c) subordinada adjetiva relativa restritiva.

d) subordinada adjetiva relativa explicativa.

 

Segundo o que nos é dito no Filme do Desassossego, de João Botelho, junto do poema de Fernando Pessoa que copio em baixo estaria o apontamento que teria inspirado o Livro do Desassossego. Procura transcrever o poema de Pessoa (ortónimo):



__________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

E é verdade que, nessa folha, à direita, está escrito «O titulo | Desassocego» (uso a ortografia de Pessoa), que poderia ter que ver com o surgimento da ideia do LdoD, que começa efetivamente por esta época.

Relaciona o poema — que veremos entretanto em versão limpa — com alguma (ou várias) das linhas temáticas que usámos para estudar o ortónimo. Cita o texto. (Nas pp. 32-33 do manual tens uma súmula dos temas por que é costume classificar a poesia ortónima.)

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Como alguém já disse, Álvaro de Campos é o «duplo extrovertido de Pessoa». Estas características encontram-se quer em poemas de Campos quer em textos ortónimos:

Atitude de autoanálise

Tédio existencial

Inadaptação à vida

Evocação nostálgica da infância

Associação da inconsciência à felicidade

Oposição sonho-realidade

Dor de pensar

Na coluna à direita dos versos de «Tabacaria», escreve a característica que cada um deles pode ilustrar (vá lá, não escrevas abreviadamente, escreve por extenso):

Versos de «Tabacaria»

Motivos Campos & Ortónimo

«Não sou nada. / Nunca serei nada. / Não posso querer ser nada.» (vv. 1-3)

Tédio existencial

«Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates. / Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria» (vv. 46-47)

 

«Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou? / Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa!» (vv. 33-34)

 

«Fiz de mim o que não soube, / E o que podia fazer de mim não o fiz» (vv. 59-60)

 

«Falhei em tudo. / Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada» (vv. 25-26)

 

«Come chocolates, pequena» (v. 44)

 

«À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo» (v. 4)

 

«Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.» (v. 14)

 

«Não, não creio em mim» (v. 40)

 

«Se eu casasse com a filha da minha lavadeira / Talvez fosse feliz» (vv. 92-93)

 

«Estou hoje dividido entre a lealdade que devo / À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora, / E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro» (vv. 22-24)

 

«Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folhas de estanho, / Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida» (vv. 50-51)

 

«Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida» (v. 51)

 

«Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes» (v. 49)

 

TPC — Descarrega na Classroom a nova versão do conto.

 

 

Aula 53-54 (7 [1.ª], 9/dez [3.ª]) Já revimos os processos irregulares de formação de palavras. Reveremos hoje os considerados «regulares», os processos morfológicos de formação de palavras.

Encontramos a seguir classificações que já conhecerás parcialmente. Vai distribuindo pelas quadrículas estas dezoito palavras.

gajo (< gajão) | entristecer | alindar | saca-rolhas | pesca (< pescar) | amável | reler  socioeconómico | apicultura | omnívoro | bomba-relógio | guerrear | incompleto inalterado | estomatologia | um porto (< Porto) | burro (< burro) | infelizmente

Na derivação afixal (ou derivação por afixação), distinguimos

prefixação

 

sufixação

 

prefixação e sufixação

 

parassíntese

 

Depois, costuma referir-se dois processos que não envolvem afixos. No entanto, note-se que a derivação não afixal (a que se chamava em tempos derivação regressiva) implica ter havido a ideia — errada — de que uma dada palavra era já uma derivada por afixação, dela se podendo deduzir, por subtração dos supostos afixos, uma também suposta palavra primitiva, que é afinal a palavra derivada regressivamente. A conversão (a que já se chamou derivação imprópria) é que nada tem a ver com afixos: é apenas a situação em que uma palavra passa a ser usada numa nova classe.

derivação não afixal

 

conversão

 

Na composição, distingue-se a composição morfossintática, que implica a associação de duas palavras (ou mais); e a composição morfológica, em que se associam dois radicais ou radical e palavra.

composição morfossintática (palavra + palavra)

 

composição morfológica

radical + radical

 

radical + palavra

 

Depois de vermos a conferência de Abel Xavier, completa com termos de gramática ou exemplos:

Por retórica ou por convicção, Abel Xavier assumiu que «treinador», «lutador» e «vencedor» seriam formados por ______________ («treinador» = ‘treina a dor’; «lutador» = ‘luta a dor’; «vencedor» = ‘vence a dor’).

Na verdade, trata-se de palavras ____, constituídas pelas _____ «treina(r)», «luta(r)» ou «vence(r)» a que se acrescentou o ______ -dor. Este sufixo de nominalização tem o significado de ‘profissão, agente’, inscrevendo-se num grupo de sufixos que servem para formar nomes agentivos: -ário («empresário», «_____»); -ino («campino», «______»); -eiro («carteiro», «______»); -ista («pianista», «_____»); -nte («estudante», «______»).

O ex-treinador do Olhanense comete ainda um lapso, ao criar a palavra «eficacidade» (em vez de «_______________»). Porém, foi um erro com lógica. Entre os vários __________ de nominalização que significam ‘qualidade, estado, propriedade’ estão -idade («velocidade») e -ia («alegria»), ao lado de, por exemplo, -ice («tolice») e -ura («ternura»). Só que ao adjetivo «eficaz» cabe o sufixo nominalizador -ia (e não ___________).

Distribui pela tabela estas palavras de «Possuído por vozes da rádio» (Lopes da Silva). Nem todas as quadrículas serão preenchidas e haverá outras com mais do que uma palavra.

[o seu melhor] acordar | é desagradável | chinfrineira |os Já Fumega | passatempo | desprevenido | um transtorno (< transtornar) | telenovela | sintonizar | troca (< trocar) | transbordar

derivação com adição de constituintes morfológicos

prefixação

 

sufixação

 

prefixação e sufixação

 

parassíntese

 

derivação sem adição de constituintes morfológicos

derivação não afixal

 

conversão (derivação imprópria)

 

composição

composição morfossintática

 

composição morfológica

 

 

Num passo de O leitor que estivemos a ver talvez na penúltima aula, um dos textos lidos por Michael a Hanna (na verdade, um conto, que costuma ser apenas uma parte de volume maior, embora no filme apareça numa edição independente, um livro muito fino, portanto) era «A senhora do cãozinho», de Tchékhov (ou Chekov). Nas legendas, a tradução do título do original, russo, surge como ‘A dama do cachorrinho’, mas a mais recente tradução portuguesa (Anton Tchékhov, Contos, II, Lisboa, Relógio d’Água, 2001), de Nina Guerra e Filipe Guerra, opta por aquela outra solução, que me parece preferível. (Mais à frente, em O leitor, este conto vai ser retomado, já para outros efeitos, mas não direi como, porque não costumo ser um malvado spoiler.)

O que se segue é o início de «A senhora do cãozinho». No entanto, a alguns parágrafos foi retirado o lado direito das linhas.

Vai lendo o conto e completando o que está em falta, na medida do que possas adivinhar e em estilo próximo do do original. Não acertarás em tudo (ou mesmo em nada), mas procura que as frases fiquem com sentido e gramaticalmente corretas. Tenta também que o que fores escrevendo não tenha extensão demasiado diferente da da parte suprimida das linhas (mas, claro, a letra manuscrita ocupa sempre mais espaço que a impressa).



TPC Para estudares este ponto de gramática, vê as páginas sobre o assunto («Processosmorfológicos de formação de palavras») tiradas de gramática e reproduzidas no blogue.

 

 

Aula 55-56 (10/dez [1.ª, 3.ª]) Correção de questionário de compreensão feito na penúltima aula (sobre apreciação crítica de Filme do Desassossego) e da tarefa sobre «A senhora do cãozinho» (ver Apresentação).

Revimos na aula passada os processos morfológicos de formação de palavras.

Começámos pela derivação com adição de constituintes morfológicos. Nesta distinguimos quatro tipos de afixação à forma de base. (Na parassíntese os dois afixos aglutinaram-se em simultâneo à forma de base, não existindo as palavras sem o sufixo ou sem o prefixo.)

derivação com adição de constituintes morfológicos

prefixação

reler, incompleto

sufixação

amável, guerrear

prefixação e sufixação

desorganização, inesperadamente

parassíntese

alindar, entristecer

Depois, considerámos os processos de derivação que não envolviam afixos (sem adição de constituintes morfológicos) No entanto, note-se que um deles, a derivação não afixal (em tempos, aka «derivação regressiva»), implica ter havido a ideia — errada — de que uma dada palavra era já uma derivada por afixação, dela se podendo deduzir, por subtração dos supostos afixos, uma, também suposta, palavra primitiva, que é afinal a palavra «derivada regressivamente» (a derivação não afixal é sobretudo produtiva na formação de nomes a partir de verbos — esses nomes assim derivados chamam-se deverbais). Já a conversão (aka «derivação imprópria») nada tem a ver com afixos: é apenas a situação em que uma palavra passa a ser usada numa nova classe.

derivação sem adição de constituintes morfológicos

conversão

burro (< burro), um porto (< Porto)

derivação não afixal

pesca (< pescar), gajo (< gajão)

Na composição, distinguimos a composição morfossintática, que implica a associação de duas ou mais palavras; e a composição morfológica, em que se associam dois radicais ou um radical e uma palavra (um radical é uma unidade não autónoma, frequentemente raiz grega ou latina).

composição

composição morfológica

apicultura, socioeconómico

composição morfossintática

conta-gotas, bomba-relógio

Distribui pelos quadros em cima as seguintes palavras, quase todas recolhidas em «Relato de engate» e «Baratas à procura de casa» (série Lopes da Silva):

papa-formigas | formicida | saprófago | [o] quente |[a] recolha [do lixo] (< recolher) | engate (< engatar) | assalto (< assaltar) | avizinhar | retrovisor | formigueiro | gordura | vizinhança | engordurar | arejar

Gentilmente cedido pela Nova Gramática didática de português (Carnaxide, Santillana, 2011):

1. Atente nas frases apresentadas abaixo e identifique a classe a que pertencem as palavras destacadas.

a) — São horas de jantar e o jantar já está na mesa!

b) As irmãs Silva têm uma silva no jardim.

c) O inverno é frio e, por vezes, o frio é difícil de suportar.

d) — Ali? O teu ali é muito confuso...

e) Ele é rápido, mas o cão corre ainda mais rápido.

f) — Porquê? Queres saber o porquê?

1.1 Perante os exemplos apresentados, defina conversão:

A conversão é um processo de formação em que as palavras mudam de __________ mas não de _________.

2. Seguindo o exemplo, crie, para cada verso dado, uma frase em que a palavra destacada pertença a uma classe diferente. Identifique a respetiva classe.

[O Porto é uma cidade lindíssima! O barco atracou num porto longínquo.]

nome próprio                                                                  nome comum

a) «Se eu fosse um dia o teu olhar» (Pedro Abrunhosa)

b) «Eu hei de te amar por esse lado escuro» (Rui Veloso/Carlos Tê)

c) «É o poder / que você sabe que tem bem» (Nelly Furtado)

d) «Estou num paraíso onde nada vai mudar» (Beto)

e) «Pede-me que roube o azul do céu» (Rita Guerra)

3. Na sopa de letras, encontrará sete pares de palavras que são exemplos de derivação não afixal. Registe-os:



1 = _____________

2 = _____________

3 = _____________

4 = _____________

5 = _____________

6 = _____________

7 = _____________

4. Forme palavras compostas utilizando radicais de origem latina ou grega.

‘Que está ao mesmo tempo em todo o lado’ — _________

‘Que tem duas dimensões’ — _______

‘Que tem forma de fuso’ — _______

‘Descrição da vida de alguém’ — _______

‘Ciência que estuda os fósseis’ — _______

‘Dor na região lombar’ — ________

‘Medo de recintos fechados’ — _________

No sketch cujos protagonistas são o talhante Lopes da Silva e a freguesa Dona Raquel (série Lopes da Silva), a característica mais saliente é o uso de diminutivos. Em geral, são nomes que aparecem assim graduados, mas há palavras de outras classes:

Palavra derivada (com sufixo diminutivo)

Palavra sem o diminutivo

Classe

[Está] boazinha?

boa

 

[umas] espetadinhas

 

 

franguinho

 

nomes (N)

lombinhos

 

 

campinho

 

 

guisadinhas

 

adjetivos (Adj)

linguinha

 

 

coelhinho

 

 

saborzinho

 

 

[tão] gostosinho

 

 

molhozinho

 

 

porquinho

 

 

[papilas] gustativinhas

 

 

peruzinho

 

 

suculentozinho

 

 

peixinho

 

 

talhinho

 

 

poucochinho

 

 

tempinho

 

 

parvalhãozinho

 

 

cretinazinha

 

 

talhantezinho

 

 

[sua] pegazinha

pega

 

ruinha!

 

 

Os diminutivos conferem valores variados (pequenez, estima, desprezo, etc.). Neste caso, a maioria dos diminutivos visava dar mostras de ________, sendo porém os últimos, depois de se perceber que a cliente não ia comprar carne, de _______.

Nota que a junção do sufixo inho pode fazer-se à forma de base ou à palavra inteira, requerendo por vezes uma ligação suplementar (com -z- ou com outra consoante) — _______, ________, _______ {retira da tabela exemplos com consoante anteposta a -inho} — ou não — ________ {só um exemplo}.

Em «Um quilinho de kunami» (série Meireles) há bastantes adjetivos (uns graduados em comparativo, superlativo, etc.; outros graduados através de diminutivos). Surgem ainda nomes que, pelo seu significado, pela entoação ou pelo diminutivo, também exprimem uma valorização. Marca os [A]djetivos e os [N]omes. Circunda os sufixos diminutivos.

Um quilinho de kunami.

É kunami do bom.

É fruta tropical raríssima.

Paizinho!

Isto é bom, muito raro.

Por isso o preço é upa-upa, puxadote.

Olh'ò kunami fresquinho!

Isto é só fruta podre.

É preciso ter um gosto sofisticado.

Docinho... Maravilha!

Isto faz um suminho...

Alface velha, ameixas podres, ...

Com todo o respeito, a sua mulher é uma pega.

É um bocadinho, é.

Ainda há gente simpática...

Itens de exame em torno de processos de formação de palavras

[2014, 2.ª fase]

1.5. Os processos de formação das palavras «cristãos-novos» (linha 12) e «confisco» (linha 17 [«realizar o confisco prévio dos bens dos arguidos»]) são, respetivamente,

(A) derivação e amálgama. | (B) composição e truncação. | (C) amálgama e parassíntese. | (D) composição e derivação.

[2013, prova intermédia]

1.3. Os processos de formação das palavras «plastisfera» (linha 11 [«Parece que todo esse plástico está a ser adotado por vários tipos de bactérias que o usam como uma espécie de recife. Foram encontrados pelo menos mil tipos diferentes de microrganismos. Segundo o estudo publicado na Environmental Science & Technology, é uma verdadeira «plastisfera», um imenso ecossistema.»]) e «matéria-prima» (linha 21) são, respetivamente,

(A) derivação e composição. | (B) truncação e composição. | (C) parassíntese e amálgama. | (D) amálgama e composição.

Num texto de opinião bem estruturado, defenda uma perspetiva pessoal sobre qual deveria ser a palavra do ano (entre as propostas pela Porto Editora; cfr. Apresentação).

No seu texto:

— explicite, de forma clara e pertinente, o seu ponto de vista, fundamentando-o em dois argumentos, cada um deles ilustrado com um exemplo significativo;

— utilize um discurso valorativo (juízo de valor explícito ou implícito).

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

TPC — Caso queiras que o teu conto seja enviado ao Concurso Correntes d’escritas, traz-me na próxima aula fotocópia do teu Cartão de Cidadão bem como a folha que deixei sobre a mesa assinada por encarregado de educação.

 

 

Aula 57-58 (14 [1.ª], 15/dez [3.ª]) Correção de redação de argumentos sobre palavra do ano.

Mais uns exercícios tirados de Alexandre Dias Pinto, Carlota Miranda, Patrícia Nunes, Caderno de Atividades. Português. 12.º ano, Carnaxide, Santillana, 2012.

Assinala a hipótese correta em cada item:

Na frase «Limpámos a casa, arrumámos os quartos e fizemos o jantar.», a oração destacada classifica-se como...

oração coordenada assindética. || oração coordenada copulativa. || oração coordenada disjuntiva. || oração coordenada conclusiva.

Na frase «Choveu tanto que o telhado da casa abateu.», a oração destacada classifica-se como...

oração subordinada substantiva completiva. || oração subordinada adjetiva relativa restritiva. || oração subordinada adverbial causal. || oração subordinada adverbial consecutiva.

Na frase «Caso o projeto seja aprovado, iniciaremos o trabalho no próximo mês.», a oração destacada classifica-se como...

oração subordinada adverbial consecutiva. || oração subordinada adverbial concessiva. || oração subordinada adverbial causal. || oração subordinada adverbial condicional.

Na frase «Os animais que nasceram recentemente no Jardim Zoológico atraíram muitos visitantes.», a oração destacada classifica-se como...

oração subordinante. || oração subordinada adjetiva relativa restritiva. || oração subordinada adjetiva relativa explicativa. || oração coordenada.

Na frase «Ele fala melhor do que escreve.», a oração destacada classifica-se como...

oração subordinada substantiva completiva. || oração subordinada adverbial concessiva. || oração subordinada adverbial consecutiva. || oração subordinada adverbial comparativa.

Na frase «Enquanto víamos o filme, comíamos pipocas.», a oração destacada dassifica-se como...

oração subordinante. || oração subordinada adverbial causal. || oração subordinada adverbial temporal. || oração subordinada adverbial concessiva.

Na frase «Este quadro é o mais bonito, portanto vou levá-lo.», a oração destacada classifica-se como...

oração coordenada explicativa. || oração subordinada adverbial causal. || oração subordinada adverbial consecutiva. || oração coordenada conclusiva.

Na frase «O livro cujo autor foi premiado está à venda nesta livraria.», a oração destacada classifica-se como...

oração subordinada adjetiva relativa explicativa. || oração subordinada adjetiva relativa restritiva. || oração subordinada substantiva relativa. || oração subordinada substantiva completiva.

Delimita e classifica as orações das frases que se seguem.

Dado que a exposição é muito interessante, amanhã visitaremos o museu.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Ele considera que este texto é muito atual.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Ele deparou com vários obstáculos ao longo do caminho, contudo nunca desistiu.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Embora não o conheça pessoalmente, julgo que é um bom profissional.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

A ginasta esforçou-se tanto que conseguiu vencer a prova.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Assim que a campainha tocou, abri a porta.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Entrei no carro, pus a chave na ignição e liguei os faróis.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

A professora deu instruções detalhadas, a fim de que os alunos não tivessem dúvidas na realização do trabalho.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

 

Do Caderno de Atividades. Português. 11.º ano (Carnaxide, Santillana, 2011):

Liga as afirmações da coluna A às hipóteses da coluna B que lhes correspondam:



Lê «Amo, pelas tardes demoradas de verão» (p. 83), fragmento do Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa-Bernardo Soares. Escreverás um texto com o mesmo incipit (começo) — «Amo, pelas tardes demoradas de verão,» — que terá etapas equivalentes às do fragmento que leste:

Num primeiro parágrafo, o teu narrador-sujeito começará por referir o espaço e passará depois a uma autoanálise, regressando ao espaço físico para encontrar as implicações em si mesmo. (Tudo isto segue a mesma estratégia usada nas ll. 1-9 do fragmento do LdoD. Vai lendo, portanto.)

O teu segundo e terceiro parágrafos corresponderão aos segundo e terceiro parágrafos da p. 83 (ll. 10-23), com o «eu» a comparar-se com o espaço, a refletir sobre si próprio, mas também a reparar em alguns pormenores do cenário (cfr. elétrico e voz do apregoador). No entanto, e isso é diferente do que acontece no trecho do Livro do Desassossego, arranjarás maneira de referir obras lidas ao longo do período para efeitos do Projeto de Leitura ou como lhe queiramos chamar. Essas referências não têm de ser académicas, nem completas, mas visarão mostrar o que efetivamente foste lendo. O ideal é que o lado de informação prestada não torne o estilo demasiado diferente do tom reflexivo de Bernardo Soares/Fernando Pessoa.

Haverá depois um quarto parágrafo, que deve começar com «Passam» (cfr. ll. 24-30), em que o teu «eu» descreverá outros ocupantes do espaço em causa, como sucede no quarto parágrafo do texto de Pessoa/Soares. (Aqui o teu texto pode ainda ocupar-se ao mesmo tempo das leituras havidas.)

Finalmente, o último parágrafo do teu texto será a simples cópia do último parágrafo de Bernardo Soares/Fernando Pessoa (ll. 31-33).

Texto deve ter estilo, ora introspetivo ora atento ao cenário, idêntico ao do original. Espaço, tempo, psicologia serão tuas (aliás, do «eu» que adotares). A tinta.

Amo, pelas tardes demoradas de verão, . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

 

 

 

Aula 59R-59 (15 [1.ª], 16/dez [3.ª])

Resolve esta folha sem consultares outros elementos.

 

               Classifica quanto ao valor aspetual (genérico; imperfetivo; perfetivo; habitual; iterativo):

 

Lá vamos, cantando e rindo.

 

               Classifica quanto ao valor temporal (anterioridade; simultaneidade; posterioridade):

 

Canto hoje às oito no bar «Reles que dói».

 

               Classifica quanto ao valor modal (apreciativo; epistémico; deôntico):

 

Podes ter problemas, se não te vacinares.

 

               Classifica quanto à formação ([regular:] derivada por prefixação; derivada por sufixação; derivada por parassíntese; derivação não afixal; conversão; composição morfológica; composição morfossintática || [irregular:] empréstimo; extensão semântica; sigla; acrónimo; truncação; amálgama):

 

Gui (< Guilherme)

 

               Classifica as orações sublinhadas. Poderás ter de usar: coordenada; assindética, copulativa, adversativa, disjuntiva, conclusiva, explicativa; subordinante, subordinada; adjetiva, substantiva, adverbial; relativa, completiva, temporal, causal, final, condicional, concessiva, consecutiva, comparativa; restritiva, explicativa. A classificação deve ficar completa (o que, em alguns casos, implicará um termo; noutros, quatro). Não ponhas «oração».

 

Mal os britânicos votaram a saída da Comunidade,

os mercados enervaram-se.

É um fulano tão porreiro, que todos gostam bué dele.

Li o livro de José Saramago, estudei Pessoa, portanto tive ótimas notas.

A edição do Livro do Desassossego que prefiro é a de Pizarro.

Compro-te o Nenuco, para que berres menos.

Quem tem medo compra um Max.

 

Perguntei ao Pessoa se escrevera o Antinous.

 

Ainda que tenhas zero neste exercício, dou-te um vinte no final do período.

 

 

               Indica a função sintática dos segmentos sublinhados (sujeito, predicado, vocativo, modificador de frase; complemento direto, complemento indireto, complemento oblíquo, complemento agente da passiva, predicativo do sujeito, predicativo do complemento direto, modificador do grupo verbal; complemento do nome, complemento do adjetivo, modificador restritivo do nome, modificador apositivo do nome).

 

Pessoa ortónimo desconfiava dos que raciocinam.

Campos era o psicanalista que o ortónimo não tinha.

Campos declara que não é nada.

Com inteligência, não vamos responder «modificador de frase».

Max, que se coçava constantemente, foi ao veterinário.

Na ESJGF, na sexta-feira acaba já o período.

Bloom considerou Pessoa um dos maiores poetas do século XX.

A lavadeira cumprimentou-te bem, ó Esteves!

 

 

Resolve esta folha sem consultares outros elementos.

 

               Classifica quanto ao valor aspetual (genérico; imperfetivo; perfetivo; habitual; iterativo):

 

A RTP despediu há pouco Sandra Felgueiras.

 

               Classifica quanto ao valor temporal (anterioridade; simultaneidade; posterioridade):

 

O Braga vai jogar à Transnístria.

 

               Classifica quanto ao valor modal (apreciativo; epistémico; deôntico):

 

Podes entrar, que é casa aberta.

 

               Classifica quanto à formação ([regular:] derivada por prefixação; derivada por sufixação; derivada por parassíntese; derivação não afixal; conversão; composição morfológica; composição morfossintática || [irregular:] empréstimo; extensão semântica; sigla; acrónimo; truncação; amálgama):

 

engrossar

 

               Classifica as orações sublinhadas. Poderás ter de usar: coordenada; assindética, copulativa, adversativa, disjuntiva, conclusiva, explicativa; subordinante, subordinada; adjetiva, substantiva, adverbial; relativa, completiva, temporal, causal, final, condicional, concessiva, consecutiva, comparativa; restritiva, explicativa. A classificação deve ficar completa (o que, em alguns casos, implicará um termo; noutros, quatro). Não ponhas «oração».

 

Pessoa bebia bastante, gostava de aguardente, mas nunca o viram bêbado.

Estudaste de tal maneira, que vais ter vinte e um valores.

 

Embora morresse relativamente cedo, Pessoa deixou vinte e sete mil papéis.

O Livro do Desassossego, que é atribuído a Bernardo Soares, é um monte de fragmentos.

Como te portaste bem, levo-te a ver o Joker.

A dona de Max garantiu-lhe que o veterinário era competente.

 

Quem semeia ventos colhe tempestades.

 

Enquanto o diabo esfrega um olho, respondeste a todas as orações.

 

 

               Indica a função sintática dos segmentos sublinhados (sujeito, predicado, vocativo, modificador de frase; complemento direto, complemento indireto, complemento oblíquo, complemento agente da passiva, predicativo do sujeito, predicativo do complemento direto, modificador do grupo verbal; complemento do nome, complemento do adjetivo, modificador restritivo do nome, modificador apositivo do nome).

 

Caeiro pergunta-nos se os sentidos são tudo.

Decifrei o manuscrito que Pessoa nos deixou.

Vinha de muitos cofres o dinheiro de Sócrates.

Vamos pela autoestrada, porque somos como Campos.

A lavadeira que o Esteves pretendia lavava-se pouco.

Os alunos sabem que esta sexta regressam as férias.

Acho o Pizzi — jogador do Benfica — muito injustiçado.

— A nossa dona abraça-nos constantemente — disseram Duke e Max.

 

 

Resolve esta folha sem consultares outros elementos.

 

               Classifica quanto ao valor aspetual (genérico; imperfetivo; perfetivo; habitual; iterativo):

 

Os nossos clientes desistiram da queixa.

 

               Classifica quanto ao valor temporal (anterioridade; simultaneidade; posterioridade):

 

Naquelas férias, andava sem eira nem beira.

 

               Classifica quanto ao valor modal (apreciativo; epistémico; deôntico):

 

Deves vacinar-te sem falta.

 

               Classifica quanto à formação ([regular:] derivada por prefixação; derivada por sufixação; derivada por parassíntese; derivação não afixal; conversão; composição morfológica; composição morfossintática || [irregular:] empréstimo; extensão semântica; sigla; acrónimo; truncação; amálgama):

 

enriquecer

 

               Classifica as orações sublinhadas. Poderás ter de usar: coordenada; assindética, copulativa, adversativa, disjuntiva, conclusiva, explicativa; subordinante, subordinada; adjetiva, substantiva, adverbial; relativa, completiva, temporal, causal, final, condicional, concessiva, consecutiva, comparativa; restritiva, explicativa. A classificação deve ficar completa (o que, em alguns casos, implicará um termo; noutros, quatro). Não ponhas «oração».

 

Conquanto cantes bem, não me alegras.

Sempre que o Bruno Fernandes não joga,
o United perde.

Pessoa fingia tão completamente, que chegava a fingir a verdade.

Leremos Saramago, pensaremos em trabalho sobre Pessoa, pois as férias serão longas.

Os Capuleto e os Montecchio tinham um ódio que impediu a felicidade de Romeu e de Julieta.

A fim de que Simão tivesse dinheiro, Mariana deu uma bolsa a João da Cruz.

Quem tem boca vai ao Café Império.

 

Domingos Botelho perguntou a Simão se aceitava esquecer Teresa.

 

 

               Indica a função sintática dos segmentos sublinhados (sujeito, predicado, vocativo, modificador de frase; complemento direto, complemento indireto, complemento oblíquo, complemento agente da passiva, predicativo do sujeito, predicativo do complemento direto, modificador do grupo verbal; complemento do nome, complemento do adjetivo, modificador restritivo do nome, modificador apositivo do nome).

 

Com nostalgia, Pessoa e Campos recordam-se da infância.

Caeiro vivia com uma tia velha, que a Tia Albertina conhecia muito bem.

Campos diz-nos que já não festejavam o seu aniversário.

Neste trabalho, não faltam os valores temporais e modais.

Max, que se preocupava imenso com Liam, mantinha-se vigilante.

Na época natalícia surge o bacalhau.

Vasco Graça Moura julgava exagerado o culto de Pessoa.

Desprezo-te por seres quem és.

 

 

Resolve esta folha sem consultares outros elementos.

 

               Classifica quanto ao valor aspetual (genérico; imperfetivo; perfetivo; habitual; iterativo):

 

Estou a ler um livro delicioso.

 

               Classifica quanto ao valor temporal (anterioridade; simultaneidade; posterioridade):

 

Hoje, no telejornal das oito, há uma entrevista com João Rendeiro.

 

               Classifica quanto ao valor modal (apreciativo; epistémico; deôntico):

 

Ao escolher Durban, Rendeiro pode ter pensado em Pessoa.

 

               Classifica quanto à formação ([regular:] derivada por prefixação; derivada por sufixação; derivada por parassíntese; derivação não afixal; conversão; composição morfológica; composição morfossintática || [irregular:] empréstimo; extensão semântica; sigla; acrónimo; truncação; amálgama):

 

corte (< cortar)

 

               Classifica as orações sublinhadas. Poderás ter de usar: coordenada; assindética, copulativa, adversativa, disjuntiva, conclusiva, explicativa; subordinante, subordinada; adjetiva, substantiva, adverbial; relativa, completiva, temporal, causal, final, condicional, concessiva, consecutiva, comparativa; restritiva, explicativa. A classificação deve ficar completa (o que, em alguns casos, implicará um termo; noutros, quatro). Não ponhas «oração».

 

Lamento que Max se coce tanto.

Pessoa era bilingue, interessava-se por tudo, mas pouco viajou em adulto.

Sabes tanta gramática, que dói.

 

Se bem que exercesse ainda a advocacia, Mário de Carvalho já escrevia.

Mensagem, que Pessoa coligiu para um concurso, foi o único livro publicado pelo poeta.

Há edições de Pessoa diferentes, visto que a decifração dos textos não é fácil.

Quem compra quer desdenhar.

 

Antes que ponhas «subordinada adverbial final» por ser a última oração, pensa duas vezes.

 

 

               Indica a função sintática dos segmentos sublinhados (sujeito, predicado, vocativo, modificador de frase; complemento direto, complemento indireto, complemento oblíquo, complemento agente da passiva, predicativo do sujeito, predicativo do complemento direto, modificador do grupo verbal; complemento do nome, complemento do adjetivo, modificador restritivo do nome, modificador apositivo do nome).

 

O jovem Campos pergunta se o ópio é de boa qualidade.

Era metafórico o rebanho que Caeiro guardava.

Caeiro desistira dos estudos por preferir os sentidos.

Quando Lídia nos fala, Reis desenlaça as mãos.

A pequena que comia chocolates tem os dentes podres.

Dia vinte e dois de dezembro chega o inverno.

Nomearam Fernão Lopes guarda-mor da Torre do Tombo.

Tadeu de Albuquerque odeia-nos, porque nós somos amigos do Simão da turma 2.ª.

 

 

Lê o excerto e resolve estes itens (tirados de prova a imitar as dos exames).

Maria — Quereis vós saber, mãe, uma tristeza muito grande que eu tenho? A mãe já não chora, não? Já se não enfada comigo?

Madalena — Não me enfado contigo nunca, filha; e nunca me afliges, querida. O que tenho é o cuidado que me dás, é o receio de que...

Maria — Pois aí está a minha tristeza: é esse cuidado em que vos vejo andar sempre por minha causa. Eu não tenho nada; e tenho saúde, olhai que tenho muita saúde.

Madalena — Tens, filha... se Deus quiser, hás de ter; e hás de viver muitos anos para consolação e amparo de teus pais, que tanto te querem.

Maria — Pois olhai: passo noites inteiras em claro a lidar nisto, e a lembrar-me de quantas palavras vos tenho ouvido, e a meu pai... e a recordar-me da mais pequena ação e gesto — e a pensar em tudo, a ver se descubro o que isto é, o porque, tendo-me tanto amor... que, oh! isso nunca houve decerto filha querida como eu!...

Madalena — Não, Maria.

Maria — Pois sim; tendo-me tanto amor, que nunca houve outro igual, estais sempre num sobressalto comigo?...

Madalena — Pois se te estremecemos?

Maria — Não é isso, não é isso: é que vos tenho lido nos olhos... Oh, que eu leio nos olhos, leio, leio!... e nas estrelas do céu também — e sei coisas...

Madalena — Que estás a dizer, filha, que estás a dizer? Que desvarios! Uma menina do teu juízo, temente a Deus... não te quero ouvir falar assim. Ora vamos: anda cá, Maria, conta-me do teu jardim, das tuas flores. Que flores tens tu agora? O que são estas? (Pegando nas que ela traz na mão.)

Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa, ato I, cena IV, Porto, Porto Editora, 2015

4. Tendo em conta o estudo que fez do Frei Luís de Sousa, especifique as causas do «cuidado» em que vive D. Madalena com a filha.

[Para responderes a 4, completa o texto a seguir com as formas verbais que lhe faltam:]

4. Os cuidados em que D. Madalena ______ permanentemente com a filha ______-se à saúde débil de Maria e ao seu temperamento curioso, atento, perspicaz, que _____ levá-la a ______ do mistério que _____ a família. Maria, jovem de treze anos, _____ de tuberculose, o que ___ percetível logo no início da peça através de alguns indícios, como o estado febril permanente ou a audição demasiado apurada. Não menos preocupante, pelo menos para a mãe, ___ o facto de Maria não _____ os mesmos interesses e brincadeiras de outras jovens da sua idade. Muito precoce, a jovem _____ uma particular curiosidade por tudo o que diz respeito à História de Portugal, sobretudo aos factos relativos à batalha de Alcácer Quibir, ao desaparecimento do Rei, ao seu desejado regresso, à perda da independência nacional. A sua crença no regresso do passado _____ a mãe, tanto mais que Telmo, seu aio e amigo, lhe _____ histórias desse tempo que a ____. Inadvertidamente, poderá ______ D. João, o primeiro marido de D. Madalena, cujo regresso ______ nulo o segundo casamento e _______ de D. Maria uma filha ilegítima. A inteligência e curiosidade da filha _____, pois, outra fonte de preocupação para D. Madalena. ______ Maria do segredo que a mãe _____ com tão visível angústia? Poderá _____ a descobri-lo, piorando a sua já muito débil saúde?

5. Explique como se revela, nomeadamente neste excerto, a perspicácia de Maria.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Grupo I, Parte C (2019, 2.ª fase)

7. Leia o excerto seguinte, retirado de uma fala de Maria em Frei Luís de Sousa (Ato I, Cena IV).

«O que eu sou... só eu o sei, minha mãe... E não sei, não: não sei nada, senão que o que devia ser não sou...»

Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa, ed. de Maria João Brilhante, Lisboa, Comunicação, 1982, p. 110.

Escreva uma breve exposição na qual comprove que Maria se afasta daquilo que a família espera dela. A sua exposição deve incluir:

• uma introdução ao tema;

• um desenvolvimento no qual explicite dois aspetos que comprovem que Maria se afasta daquilo que a família espera dela, fundamentando cada um deles com uma referência pertinente à obra;

• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

[das sugestões nos critérios de correção:

7. Devem ser abordados dois dos tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes, para comprovar que Maria se afasta daquilo que a família espera dela:

interessa-se pela leitura/pelas conversas com os adultos, em vez de brincar/de cultivar a alegria, como lhe sugerem os familiares;

tem consciência da situação política do país, patente, por exemplo, no orgulho pela ação patriótica do pai contra o domínio castelhano/no conhecimento da realidade política da época;

revela-se patriota/sebastianista, como se depreende, por exemplo, do apego aos símbolos nacionais/da crença no regresso de D. Sebastião/do discurso de oposição aos «tiranos»;

revela preocupação com o bem comum/idealismo, patente, por exemplo, na referência às condições de vida do povo/na vontade de tornar o mundo mais justo (de «emendá-lo»);

manifesta desejo de aventura, que se expressa na vontade de combater os castelhanos;

manifesta desapego dos bens materiais/desvaloriza o conforto, como se depreende, por exemplo, da reação que manifesta quando o pai ateia fogo ao palácio onde a família habita.]

[Vimos trechos destes episódios da série 1986:]

https://www.rtp.pt/play/p4460/e335569/1986 (episódio 11)

https://www.rtp.pt/play/p4460/e335572/1986 (episódio 12)

https://www.rtp.pt/play/p4460/e334913/1986 (episódio 13)

Completa com nomes próprios (antropónimos ou topónimos):

1986 (trechos de episódios 11 a 13)

Frei Luís de Sousa (final do ato II e ato III)

Alguém vindo de fora facilita desfecho favorável/provoca desfecho trágico

Rita chega de Londres (é uma «punk», serve também para mostrar a distância, então maior, entre Portugal e o estrangeiro, em termos culturais) e procura ajudar Tiago na sua paixão por ____. Estratégia passa por fingir um namoro, fazendo que Marta, por ciúme, dê importância a Tiago. Tiago, inicialmente, não percebe Rita, estranha que ela se disponha a sair com ele. Rita, depois de conhecer a situação (através de conversas com Tiago na discoteca e no cinema), não hesita em ridicularizar Gonçalo e provocar _____. Tiago é muito menos assertivo, não hostilizando os seus colegas.

João de Portugal chega da Terra Santa (preso em Alcácer Quibir, estivera depois vinte anos na Palestina), impedindo assim a continuação do casamento de ______ de Vilhena e Manuel de Sousa Coutinho. No entanto, D. João, depois de conhecer toda a situação (através de conversa com o antigo aio, Telmo) ainda procura reverter o mal que causara, pedindo a Telmo que negasse a sua identidade, que fizesse que retirassem importância «àquele impostor». ______ demorou a perceber que aquele romeiro não era um simples intermediário, era o seu primeiro marido.

Famílias e pares conciliam-se/separam-se

Famílias que estavam desavindas aproximam-se (Fernando, freitista, e _____, comunista). Pares (que o destino escolhera mas estavam desencontrados, hesitantes ou menos evidentes) reúnem-se (Marta e Tiago, Patrícia e Sérgio, _____ e Eduardo, Gonçalo e Não sei Quantas; professor Zé e namorado). Há uma exceção por razões instrumentais (para se passar mensagem a favor da emancipação das mulheres): a mãe de Marta, Maria de Lurdes, separa-se temporariamente de ______, ainda que se perceba que a relação será restabelecida em breve.

Família Sousa Coutinho-Vilhena fica desfeita (e o seu fruto, ____, morre «de vergonha»). Pares (como estava definido pelo destino e há muito adivinháramos — cfr. alusões de Telmo, angústias premonitórias de Madalena) são separados (_____ torna-se Frei Luís de Sousa; Madalena torna Soror Madalena; João percebe que Madalena já não o amava — pelo meio, há um quiproquó, julgando que Madalena se lhe dirigia quando afinal falava para Manuel). Há uma exceção, Frei ____, o que se justifica com o caráter instrumental desta personagem (confidente, «coro», enquadrador na história).

Contexto histórico influencia vida das personagens

Dia das eleições e acompanhamento dos resultados pela televisão aproximam personagens e são pano de fundo dos vários desfechos positivos. Note-se que toda a série decorre sob o signo dessas eleições: sabe-se, à partida, que, em termos políticos, alguns vão ficar bem e outros mal. Resultado das presidenciais tem efeito benfazejo: a derrota de Freitas reaproximará ______ da sua família; ______ reconhece ter tido de se ajustar a um voto de conveniência (tapa até a cara de Soares) e parece agora menos monocórdico.

Regresso de D. João implica várias desfechos negativos (separação de Manuel e Madalena; agravar da doença e morte de Maria). Note-se que toda a peça decorre sob a dúvida do que acontecera na batalha (está _____ morto, como pareceriam confirmar as buscas que ______ mandara fazer durante sete anos?): sabe-se, à partida, que o destino se encarregará de impedir a felicidade daquela família. Desfecho da batalha repercute-se, vinte e um anos depois, causando o desenlace fatal, a infelicidade definitiva das personagens.

Espaços e instituições característicos da época condicionam o enredo

Estamos nos anos oitenta do século XX, concretamente em janeiro-fevereiro de 1986. Cinema ainda era espaço de convívio, apesar do fenómeno dos videoclubes (aliás efémero); rádios clandestinas proliferavam; televisão e noite do escrutínio dos resultados eleitorais juntavam as pessoas; havia lojas de discos («discotecas»); a política ainda era vivida como assunto do dia a dia.

Estamos na transição entre séculos XVI e XVII, concretamente em julho-agosto de 1599. Peregrinações são comuns (____ vem de Jerusalém; ____, ao dar notícia do romeiro, compara-o com peregrinos que se dirigiam a Compostela); religião condiciona juízo do que se aceitava ou não; a guerra (Alcácer Quibir) e a perda da independência ainda estão no espírito das personagens.

Ação está concentrada no tempo e no espaço

Pouco mais do que o dia das eleições (chegada de _____ e ida ao cinema poderiam ter decorrido entre sexta e sábado; dia das eleições no domingo). (Se contarmos com todos os episódios da série, a duração não parece ser poder maior do que o da segunda volta das eleições.) Não fica claro se se chega a sair de Benfica (cinema seria o Turim, perto da igreja de Benfica, ou outro na Baixa?; embora houvesse lojas de discos em Benfica, a que é mostrada na série parece situar-se fora do bairro). Não só tudo se centra em ______ como há um esforço para localizar o máximo de ação na própria escola (na realidade, por exemplo, as secções de voto estavam instaladas na Pedro e não na Secundária de Benfica).

Em cerca de um dia (a ação do ato II decorre na tarde de sexta-feira 4 de agosto de 1599 — 21.º aniversário da batalha de Alcácer Quibir e também aniversário do casamento de Madalena com João e da primeira vez que Madalena vira _____ — e os acontecimentos do ato III correspondem a «alta noite», madrugada e manhã de 5 de agosto). (Se contarmos com o ato I, a duração é de cerca de uma semana.) Atos II e III decorrem no palácio de D. João, embora em cenários diferentes: o ato III passa-se numa «parte baixa do palácio» que comunica com a igreja dos dominicanos, que fica visível nas cenas finais. (O ato I também se situava em _____, mas no palácio de Manuel de Sousa Coutinho, que o próprio incendeia.)

Classifica os segmentos sublinhados em termos aspetuais, temporais, modais.

Pensamos no futuro amanhã

(interpret.: Ana Bacalhau | letra e música: João Só)

O sonho vulgar

De um futuro invulgar

De olhos fixos no teto

De um quarto secreto

A arrumar as estrelas

Em mapas e tabelas

Como se alguém pudesse contê-las,

Vamos conquistando o nosso canto no espaço | valor aspetual: _____

No vaivém de um gesto

Na incerteza de um abraço

 

Nada de novo debaixo do céu

A não ser tu, a não ser eu

Nada de novo no ecrã

Pensamos no futuro, amanhã | valor temporal: ______

Pensamos no futuro, amanhã

 

Tens a vida toda pela frente | valor modal: ______ (certeza)

Diz toda a gente

Mas é agora que se torce o futuro | valor temporal: ______

Metido no escuro

Andas a ver mosquitos na outra banda | valor aspetual: ______

Diz quem pode, diz quem manda | valor modal: ______ (permissão)

 

Vamos conquistando o nosso porto inseguro valor temporal: _______

O nosso universo

Para lá do muro

 

Nada de novo debaixo do céu

A não ser tu, a não ser eu

Nada de novo no ecrã

Pensamos no futuro, amanhã | valor modal: ______ (obrigação)

 

 

 

Aula 60-61 (17/dez [1.ª, 3.ª]) Sobre textos devolvidos (deambulatórios e sobre livros lidos) e questionários de gramática feitos na aula anterior (ver Apresentação).

Versão cantando e rindo

Lá vamos, cantando e rindo.

imperfetivo

Canto hoje às oito no bar «Reles que dói».

posterioridade

Podes ter problemas, se não te vacinares.

epistémico

Gui (< Guilherme)

truncação

Mal os britânicos votaram a saída da Comunidade,

os mercados enervaram-se.

subordinada adverbial temporal

É um fulano tão porreiro, que todos gostam bué dele.

subordinada adverbial consecutiva

Li o livro de José Saramago, estudei Pessoa, portanto tive ótimas notas.

coordenada assindética

A edição do Livro do Desassossego que prefiro é a de Pizarro.

subordinada adjetiva relativa restritiva

Compro-te o Nenuco, para que berres menos.

subordinada adverbial final

Quem tem medo compra um Max.

subordinada substantiva relativa

Perguntei ao Pessoa se escrevera o Antinous.

subordinada substantiva completiva

Ainda que tenhas zero neste exercício, dou-te um vinte no final do período.

subordinada adverbial concessiva

Pessoa ortónimo desconfiava dos que raciocinam.

complemento oblíquo

Campos era o psicanalista que o ortónimo não tinha.

complemento direto

Campos declara que não é nada.

complemento direto

Com inteligência, não vamos responder «modificador de frase».

modificador do grupo verbal

Max, que se coçava constantemente, foi ao veterinário.

modificador apositivo do nome

Na ESJGF, na sexta-feira acaba já o período.

sujeito

Bloom considerou Pessoa um dos maiores poetas do século XX.

predicativo do complemento direto

A lavadeira cumprimentou-te bem, ó Esteves!

complemento direto

Versão com Sandra Felgueiras

A RTP despediu há pouco Sandra Felgueiras.

perfetivo

 

O Braga vai jogar à Transnístria.

posterioridade

 

Podes entrar, que é casa aberta.

deôntico

 

Engrossar

(derivada por) parassíntese

 

Pessoa bebia bastante, gostava de aguardente, mas nunca o viram bêbado.

coordenada assindética

Estudaste de tal maneira, que vais ter vinte e um valores.

subordinada adverbial consecutiva

Embora morresse relativamente cedo, Pessoa deixou vinte e sete mil papéis.

subordinada adverbial concessiva

O Livro do Desassossego, que é atribuído a Bernardo Soares, é um monte de fragmentos.

subordinada adjetiva relativa explicativa

Como te portaste bem, levo-te a ver o Joker.

subordinada adverbial causal

A dona de Max garantiu-lhe que o veterinário era competente.

subordinada substantiva completiva

Quem semeia ventos colhe tempestades.

subordinada substantiva relativa

Enquanto o diabo esfrega um olho, respondeste a todas as orações.

subordinada adverbial temporal

Caeiro pergunta-nos se os sentidos são tudo.

complemento direto

 

Decifrei o manuscrito que Pessoa nos deixou.

complemento direto

 

Vinha de muitos cofres o dinheiro de Sócrates.

complemento oblíquo

 

Vamos pela autoestrada, porque somos como Campos.

modificador do grupo verbal

 

A lavadeira que o Esteves pretendia lavava-se pouco.

modificador restritivo do nome

 

Os alunos sabem que esta quarta regressam as férias.

sujeito

 

Acho o Pizzi — jogador do Benfica — muito injustiçado.

predicativo do complemento direto

 

— A nossa dona abraça-nos constantemente — disseram Duke e Max.

complemento direto

 

Versão com clientes a desistirem da queixa

Os nossos clientes desistiram da queixa.

perfetivo

Naquelas férias, andava sem eira nem beira.

anterioridade

Deves vacinar-te sem falta.

deôntico

enriquecer

(derivada por) parassíntese

Conquanto cantes bem, não me alegras.

subordinada adverbial concessiva

Sempre que o Bruno Fernandes não joga, o United perde.

subordinada adverbial temporal

Pessoa fingia tão completamente, que chegava a fingir a verdade.

subordinada adverbial consecutiva

Leremos Saramago, pensaremos em trabalho sobre Pessoa, pois as férias serão longas.

coordenada assindética

Os Capuleto e os Montecchio tinham um ódio que impediu a felicidade de Romeu e de Julieta.

subordinada adjetiva relativa restritiva

A fim de que Simão tivesse dinheiro, Mariana deu uma bolsa a João da Cruz.

subordinada adverbial final

Quem tem boca vai ao Café Império.

subordinada substantiva relativa

Domingos Botelho perguntou a Simão se aceitava esquecer Teresa.

subordinada substantiva completiva

Com nostalgia, Pessoa e Campos recordam-se da infância.

complemento oblíquo

Caeiro vivia com uma tia velha, que a Tia Albertina conhecia muito bem.

complemento direto

Campos diz-nos que já não festejavam o seu aniversário.

complemento direto

Neste trabalho, não faltam os valores temporais e modais.

modificador do grupo verbal

Max, que se preocupava imenso com Liam, mantinha-se vigilante.

modificador apositivo do nome

Na época natalícia surge o bacalhau.

sujeito

Vasco Graça Moura julgava exagerado o culto de Pessoa.

predicativo do complemento direto

Desprezo-te por seres quem és.

complemento direto

Versão com livro delicioso

Estou a ler um livro delicioso.

imperfetivo

 

Hoje, no telejornal das oito, há uma entrevista com João Rendeiro.

posterioridade

 

Ao escolher Durban, Rendeiro pode ter pensado em Pessoa.

epistémico

 

corte (< cortar)

derivação não afixal

 

Lamento que Max se coce tanto.

subordinada substantiva completiva

Pessoa era bilingue, interessava-se por tudo, mas pouco viajou em adulto.

coordenada assindética

Sabes tanta gramática, que dói.

subordinada adverbial consecutiva

Se bem que exercesse ainda a advocacia, Mário de Carvalho já escrevia.

subordinada adverbial concessiva

Mensagem, que Pessoa coligiu para um concurso, foi o único livro publicado pelo poeta.

subordinada adjetiva relativa explicativa

Há edições de Pessoa diferentes, visto que a decifração dos textos não é fácil.

subordinada adverbial causal

Quem compra quer desdenhar.

subordinada substantiva relativa

Antes que ponhas «subordinada adverbial final» por ser a última oração, pensa duas vezes.

subordinada adverbial temporal

O jovem Campos pergunta se o ópio é de boa qualidade.

complemento direto

 

Era metafórico o rebanho que Caeiro guardava.

complemento direto

 

Caeiro desistira dos estudos por preferir os sentidos.

complemento oblíquo

 

Quando Lídia nos fala, Reis desenlaça as mãos.

modificador do grupo verbal

 

A pequena que comia chocolates tem os dentes podres.

modificador restritivo do nome

 

Dia vinte e dois de dezembro chega o inverno.

sujeito

 

Nomearam Fernão Lopes guarda-mor da Torre do Tombo.

predicativo do complemento direto

 

Tadeu de Albuquerque odeia-nos, porque nós somos amigos do Simão da turma 2.ª.

complemento direto

 

 

1.º período — alguns focos do ensino e da avaliação
(que, porém, não devem ser vistos como parcelas para se chegar a uma média)

 


Leitura

Aula

Questionário sobre «De verão», de Cesário Verde (aula 3R-3)

 

Questionário sobre carta de Pessoa a Adolfo Casais Monteiro (aula 9-10)

Questionário sobre «Muda de vida», de Luís Filipe Borges (aula 31-32)

Questionário sobre «Famílias desavindas», de Mário de Carvalho (aula 42-43)

Questionário sobre apreciação crítica a Filme do Desassossego (aula 51-52)

Observação direta da eficiência a resolver as tarefas com textos em todas as aulas

Escrita

Aula

Comparação de «Gato que brincas na rua» com «Ela canta, pobre ceifeira» (aula 4-5)

 

Resposta a item 7 de exame, sobre Cesário Verde (aula 3R-3)

Síntese sobre «A dor de pensar» (aula 6-7)

Narrativa com «Snr. Pessoa» (aula 8R-8)

Poema com o título «Quedas de água» (aula 9-10)

Comentário com comparação entre os dois «Lisbon Revisited» (aula 16-17)

Reescrita de «Dobrada à moda do Porto» (aula 18R-18)

Comentário em torno de selfies, Campos, Pessoa (aula 19-20)

Comparação entre poemas de Ricardo Reis e de José Gomes Ferreira (aula 24-25)

Comparação entre «Matarruano sonhador» e Alberto Caeiro (aula 31-32)

Conto a partir de «Sinta quem lê» (aula 36-37)

Continuação, em prosa, de «Tabacaria» (aula 39-40)

Item, ou itens, de exame de 2019, sobre «Bem sei que há ilhas [...]» (aula 42-43)

Comentário sobre famílias desavindas e heróis românticos (aula 46R-46)

Quadras à Caeiro, Reis, Campos (aula 47-48)

Texto deambulatório, com períodos com um dado número de palavras (aula 49-50)

Argumentos e exemplos sobre palavra do ano (aula 55-56)

Casa

Ode à Campos sensacionista sobre assunto escolhido pelo autor (tepecê da aula 11-12)

Conto para concurso Correntes d’Escritas (a partir do tepecê da aula 39-40)

Reformulação do anterior (tepecê de 51-52)

Oral [*] + Educação literária

(Casa)

Aula

Estado da leitura do livro ou da escolha de livro do Projeto de leitura (aula 31-32)

 

Leitura de contos, aferida por título criado (aula 34-35)

Leitura de livros do PL, aferida por fragmentos de apreciação crítica (aula 57-58)

Gramática

(Casa)

Aula

Questionário sobre orações, funções sintáticas, aspeto, etc. (aula 59R-59)

 

Observação direta da atenção nos momentos em que se trata de ouvir explicações de conteúdos

Assiduidade, pontualidade, material

 

[*] — Neste período não se trabalhou suficientemente a compreensão e a expressão oral (preferimos adiar um trabalho de gravação e umas tarefa de recitação/leitura expressiva que prevíramos fazer). Nos próximos períodos, equilibrar-se-á a proporção entre os vários domínios (escrita, leitura, oral — muitas vezes contíguo do trabalho dito de «educação literária» — e gramática).

Deixo aqui alguns conselhos para se melhorar (infere-se, portanto, que estou a criticar os aspetos que assinalei à esquerda com xis). Evitarei repeti-los quando falar com cada um, cingindo-me então, se houver tempo, aos aspetos mais positivos.

1.            Não faltar às aulas (a não ser, é claro, por motivo compreensível).

2.           Ser pontual.

3.           Fazer as tarefas pedidas para casa.

4.           Focar-se mais no estudo de gramática, procurando fazer revisão do que não se tenha acompanhado. Assuntos de gramática podem ser estudados isoladamente (são aliás de índole diferente uns dos outros), por isso não há que descartar estas matérias só porque se interiorizou que é difícil. Começa por ler as pp. 8-14 das folhas anexas ao manual (está aí quase tudo o que é preciso recuperar).

5.           Continuar como tens estado, mas focando-te mais no estudo de gramática.

6.           Estar concentrado nos momentos em que se «explica matéria» ou se dão indicações julgadas úteis (evita tagarelar nessas alturas).

7.           Ler os livros pedidos (uma das obras a ler proximamente é O ano da morte de Ricardo Reis, de José Saramago).

8.           Ler livros, o que me parece ser a melhor maneira de melhorar na compreensão de textos (e na ortografia, e escrita em geral).

9.           Evitar escrita «trapalhona» (revê sempre; olha as emendas feitas nas redações; atenta nos erros que são advertidos em aula, fugindo a repeti-los).

10.         Ler com mais atenção o que escrevo nas folhas das aulas ou no blogue (nem sempre estás dentro do que se vai pedindo).

11.          Fazer tarefas da aula com mais zelo (não saltes itens à mínima dificuldade).

12.         Em certas tarefas da aula procurar ser menos demorado (em termos de exame, é preocupante que fiques tanto tempo só numa tarefa).

TPC — Durante as férias, porei em Gaveta de Nuvens informação sobre tarefa grande (provavelmente com poema de Pessoa) a fazer em janeiro ou alguma outra ideia para irem aproveitando tempo e o facto de o segundo período não começar logo. Ao mesmo tempo, sugiro que a leitura de O Ano da Morte de Ricardo Reis seja, pelo menos, iniciada; ou que se continuem também outras leituras de livros em curso.

 

 

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