Aula 28R-28
Aula 28R-28 (27 [1.ª], 28/out [3.ª])
Lírica de Camões [exame de 2016, 1.ª fase]
// Grupo I — B
Leia o soneto.
Oh! como se me alonga, de ano em
ano,
a
peregrinação cansada minha!
Como
se encurta, e como ao fim caminha
este
meu breve e vão discurso humano!
Vai-se
gastando a idade e cresce o dano;
perde-se-me
um remédio, que inda tinha;
se
por experiência se adivinha,
qualquer
grande esperança é grande engano.
Corro
após este bem que não se alcança;
no
meio do caminho me falece,
mil
vezes caio, e perco a confiança.
Quando
ele foge, eu tardo; e, na tardança,
se
os olhos ergo a ver se inda parece,
da
vista se me perde e da esperança.
Luís de Camões, Rimas
4. Nas duas quadras, o sujeito poético reflete sobre
os efeitos da passagem do tempo na sua vida. Refira quatro dos aspetos que
integram essa reflexão.
[ dois dos Tópicos nos Critérios de classificação:
De acordo com as duas quadras, o sujeito poético:
– entende a vida como uma experiência longa e cada
vez mais penosa;
– toma consciência da aproximação do termo da sua
vida;
– ... {sugeriam-se
mais três outros tópicos possíveis} ]
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5. Relacione o
sentido do verso «qualquer grande esperança é grande engano» com o conteúdo dos
dois tercetos.
[acrescenta
à resposta que já pus as duas palavras em falta]
O verso «qualquer grande
esperança é grande engano» (v. 8) sugere que, para o sujeito poético, toda a
esperança acaba por se revelar _____. Esta ideia concretiza-se nos dois
tercetos. O bem desejado é representado como um objetivo que se persegue, num
caminho em que o sujeito cai e se levanta, até que o próprio bem desejado se
perde de vista e o desânimo _____.
À direita, indica a função sintática dos segmentos
sublinhados de
A cantiga é uma arma
(José Mário Branco)
A cantiga é uma arma _____________
e eu não sabia,
tudo depende da bala ___________
e da pontaria,
tudo depende da raiva
e da alegria;
a cantiga é uma arma
de pontaria. __________
Há quem cante por interesse,
há quem cante por cantar, ________
há quem faça profissão
de combater a cantar
e há quem cante de pantufas
para não perder o lugar. modificador
do grupo verbal
O faduncho choradinho
de tabernas e salões
semeia só desalento, _________
misticismo e ilusões,
canto mole em letra dura
nunca fez revoluções. ________
A cantiga é uma arma· (contra quem?)
contra a burguesia,
tudo depende da bala
e da pontaria,
tudo depende da raiva ________
e da alegria;
a cantiga é uma arma
de pontaria.
Se tu cantas a reboque, _______
não vale a pena cantar;
se vais à frente demais,
bem te podes engasgar; ______
a cantiga só é arma
quando a luta acompanhar. _______
Uma arma eficiente, _______
fabricada com cuidado, _______
deve ter um mecanismo
bem perfeito e oleado
e o canto com uma arma
deve ser bem
fabricado.
Tendo visto a primeira parte de documentário
sobre Fernando Pessoa feito para a série ‘Grandes Portugueses’, assinala, à
esquerda de cada período (a esquerda é para este lado: ←),
se a afirmação é V(erdadeira) ou F(alsa).
Pessoa viveu parte da infância e da adolescência em território
da atual África do Sul (à época, colónia inglesa).
Fernando Pessoa admirava Cesário Verde.
O poema «Tabacaria» é do heterónimo Ricardo Reis.
«Sou tudo» é o primeiro verso de «Tabacaria».
Fernando Pessoa nasceu no dia de Santo António, em
Lisboa, em 1898.
Pessoa nasceu em frente ao teatro de São Carlos,
que seu pai, crítico musical do Diário de
Notícias, frequentava.
«Eis-me aqui em Portugal» é o primeiro verso de
uma quadra que, ainda criança, dedicou à mãe.
«Deus quer, o homem sonha, a obra morre» é o
primeiro verso de «O Infante», poema de Mensagem.
Enquanto adolescente, Pessoa viveu com a madrasta,
o pai e os cinco meios-irmãos.
A língua em que mais escrevia até cerca dos vinte anos
era o francês.
Em Lisboa, durante dois anos, Fernando Pessoa foi
aluno da Faculdade de Direito.
Pessoa teve uma tipografia, comprada com herança
da avó Dionísia, mas esse negócio não teve grande sucesso.
O emprego de Pessoa implicava um rígido horário
fixo, como o de um funcionário público.
No local do emprego, Fernando Pessoa nunca
escrevia textos seus.
O poeta americano Walt Whitman influenciou Fernando
Pessoa.
Pessoa deixou mais de trinta e sete mil papéis com
escritos seus.
Em Lisboa, Pessoa viveu em cerca de dez casas diferentes.
Sendo embora Lisboa o seu habitat preferencial,
Pessoa viajava frequentemente.
A estreia de Pessoa no meio literário aconteceu em
1912, com a publicação de artigos na
Águia.
A revista Orpheu
teve como colaboradores, entre outros, Mário de Sá-Carneiro e Almada Negreiros.
Escreve
a função
sintática ao lado dos segmentos que fui sublinhando, da letra de «A
Paixão (segundo Nicolau da Viola)» (Rui Veloso, Mingos & Samurais, 1990).
A Paixão
(segundo Nicolau da Viola)
(Carlos Tê / Rui Veloso-Carlos Tê)
Tu eras aquela que eu mais queria _________
Para me dar algum conforto
e companhia ________
Era só contigo que eu sonhava
andar
Para todo o lado e até quem
sabe talvez casar
Ai o que eu passei só por te
amar
A saliva que eu gastei para
te mudar
Mas esse teu mundo
era mais forte do que eu ________
E nem com a força da música
ele se moveu
Mesmo sabendo que não
gostavas
Empenhei o meu anel de rubi
P’ra te levar ao
concerto que havia no Rivoli ________
E era só a ti que eu mais queria
Ao meu lado no concerto
nesse dia _________ _________
Juntos no escuro de mão
dada a ouvir
Aquela música maluca sempre
a subir
Mas tu não ficaste nem meia
hora
Não fizeste um esforço p’ra
gostar e foste embora
Contigo aprendi uma grande
lição
Não se ama alguém que
não ouve a mesma canção _________
Mesmo sabendo que não
gostavas _________
Empenhei o meu anel de rubi
P’ra te levar ao concerto que
havia no Rivoli _________
Foi nesse dia que percebi
Nada mais por nós havia a
fazer
A minha paixão por ti era
um lume
Que não tinha mais lenha por onde arder ________
Mesmo sabendo que não gostavas
Empenhei o meu anel de rubi
P’ra te levar ao
concerto que havia no Rivoli _________
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