Aulas (1.º período, 2.ª parte: 25-48)
Aula
25-26
(30/out [4.ª], 3 [5.ª, 2.ª], 4/nov [2.ª, 1.ª]) Correção,
com leitura de parte de trecho que é sequência do que lemos de Chiquinho (cfr. Apresentação).
Andrezinho
não era para esses enternecimentos. Tinha sempre o ar de quem esperava com impaciência
o final da música. Ele queria era falar de coisas sérias, o programa do Grémio,
o jornal que tínhamos de publicar, os fatores que condicionavam o nosso caso. Eu queria lá saber de nada
disso! A única coisa séria que para mim contava era Nuninha. Andrezinho não
parecia ter vinte anos.
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Nonó
tinha uma morna muito certa:
Amor ê suma passadinha azul
sentado na rama di jamboêro...
Olhá-l, dixá-l cantâ, dixá-la boâ...
Si bô pegá-l
êl tâ chorâ,
Si bô
dixá-l êl tâ cantâ
e di note êl tâ ninábo bô sono...
Não, eu não queria espantar o passarinho azul que povoava as minhas
horas. Como na morna de Nonó, receava que ele chorasse, magoado da minha
brutalidade, e fugisse para nunca mais. Nuninha. O meu amor por ela vivia só
nos olhares que lhe lançava, sem coragem para lhe falar do que me ia no coração.
Traçava planos de diálogos, em que lhe declararia o crecheu que me iluminava.
Mas faltava-me ânimo. E se o passarinho fugisse? Nem sequer me dava ao trabalho
de procurar saber se ela gostava de mim. Por dias, não quis sair depois de
jantar. E o serão estendia-se tépido, desenrolado em longas horas silenciosas,
apenas cortado pelo cri-cri dos grilos lá fora.
Da janela eu via o porto e a ilha de Santo Antão, com o seu
vulto enorme a perder-se no betume da noite. Quando havia vapores na baía, as luzes
faziam-me viajar por essas terras longe que os velhos marinheiros de S. Nicolau
conheceram antes de caírem de novo na enxada. Eu já não estava na salinha de
jantar de nha Cidália, com as mulheres costurando. No deck de um paquete da
Blue Star ia um par de namorados. Os fios de luar eram fios dos cabelos da
moça-do-mar, que se penteava. E os peixes voadores, pagens alegres e estouvados,
montando guarda ao idílio de Chiquinho com Nuninha. Muito em surdina chegava a voz
de Nonó. A morna falaria, com certeza, da alegria de amar e da doçura
incomparável que desce, líquida e envolvente, dos olhos negros de uma crioula.
A morna de Chiquinho com Nuninha não falaria, não, de saudades lancinantes, da tristeza
da separação e do desespero das noivas pelo destino dos namorados emigrantes
que os navios-de-vela sepultam no fundo do Golfo quando regressam da América
para se casarem com a crioulinha de olhos de uva madura que os estava
esperando.
Nuninha. Mas ela envolvia-me com olhares roubados à
contemplação das roupas que Tia Alzira ia cosendo. Quando Humberto aparecia, eu
ficava danado com as atenções que Nuninha lhe dispensava. Ela, tão recolhida
quando não havia ninguém de fora, era toda amabilidades, deferências, segredinhos
ao ouvido, que Humberto sublinhava com o seu riso grosso. Achei razão a
Andrezinho, para quem Humberto era um felizardo que não tinha problemas. Riso
gozado largo, riso de homem que não tem problemas.
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Quando voltei do Grémio para me deitar, dei com Nuninha no meio
da escada. Não tive dúvidas de que ela me estava esperando. Vivemos colados um
ao outro uma eternidade de segundos. Ela tinha a cabeça derrubada para trás, os
olhos pasmados, só se vendo o branco. Saí com a sensação humilhante de não ter
sabido saborear o beijo completo que Nuninha me ofereceu. Eu vinha de S. Nicolau,
habituado ao amor bruto do dedo mindinho estortegado até obter sim. Mas
sentia-me plenamente feliz. O meu amor próprio, que Nuninha beliscara com Humberto,
estava vingado. Via bem que Nuninha me pertencia completamente. Nonó percebeu
no dia seguinte o meu estado de felicidade:
— Chiquinho, viste passarinho novo...
Texto
1 («Contextualização
histórico-literária»), pp. 28-29
O trecho A, retirado
da História da Literatura Portuguesa, de António José Saraiva e Óscar
Lopes, começa por, nas ll. 1-2, constatar
a) a aplicação da
classificação «Barroco» a características da arte e cultura do século XVII
europeu.
b) que, no século VII, no
ocidente, a arte e a cultura apresentaram características tipificadas como ‘barrocas’.
c) o uso generalizado de
«Barroco» como etiqueta apropriada a caracterizar a arte e a cultura ocidentais
do século XVI.
d) que a arte e a cultura
de seiscentos costumam ser caracterizadas abusivamente como barrocas.
No parágrafo seguinte, ll.
3-9, propõe-se que se
a) use o termo «Época Barroca»
para todo o período pós-Renascença em Portugal e em Espanha.
b) reserve a classificação
«Época Barroca» para a fase entre a Restauração e a ação do Marquês de Pombal.
c) restrinja o âmbito da
chamada «Época Barroca» ao período da Restauração.
d) considere com bastante
abrangência o período da designada «Época Barroca», incluindo nela a dinastia
filipina.
Nos dois parágrafos restantes
deste excerto, os das linhas 10-18 e 19-31, dá-se-nos o contexto histórico e
social, destacando-se a importância
a) da colonização brasileira
e comércio daí resultante, do ensino jesuíta, e do surgimento de manifestações
culturais que contribuem para afrontar o domínio dos Filipes.
b) do comércio do açúcar,
do tráfico de negros para a América do Sul, da exportação do sal, e do papel
essencial da Inquisição.
c) dos Lusíadas e das
Rimas, de Camões, e de outros textos épicos, bem como da Guerra dos
Trinta Anos.
d) das preocupações da
Companhia de Jorge Jesus, atingida na sua expansão pela Guerra dos Quarenta
Anos (ll. 28-29) e por derrota miserável frente ao PAOK (ll. 2-1).
O excerto B, de Ana
Hatherly, ao analisar o barroco, sublinha
a) o seu caráter
excessivo.
b) a importância do tempo
enquanto expressão do triunfalismo.
c) a sua alma.
d) o extremo contraste de
algumas das suas características.
O excerto que constitui a
parte C, de Vítor Manuel de Aguiar e Silva (há pouco dias galardoado com
o Prémio Camões), no seu primeiro parágrafo (ll. 1-6), destaca
a) o caráter simples da
literatura barroca, que, ainda assim, não deve ser tido como resultante de
ornamentos supérfluos.
b) a complicação
característica da literatura barroca, que, porém, não equivale a um artifício
supérfluo.
c) a fuga e multivalência típicas
da literatura barroca, o artifício da arte, que implica certa superficialidade.
d) a complexificação que é
timbre da literatura barroca, exagero que devemos considerar como supérfluo.
Nas linhas 7-10 do trecho transcrito
da fundamental Teoria da Literatura, de Aguiar e Silva, refere-se
a) que a acumulação de metáforas
é o processo estilístico mais característico do barroco literário.
b) que a acumulação de figuras
de estilo é traço decisivo da estilo barroco.
c) que a antítese é má e violenta,
ao contrário da fofa metáfora barroca.
d) uma série de figuras de
estilo recorrentes em textos literários barrocos.
Estes excertos (A, B, C)
são predominantemente
a) descritivos (e, um pouco,
narrativos).
b) narrativos (e, um pouco,
descritivos).
c) expositivos (e, um
pouco, argumentativos).
d) instrucionais (e, um pouco,
descritivos).
Texto
2 («António
Vieira: um homem do mundo»), p. 30
No primeiro período (ll.
1-4) diz-se-nos que
a) Vieira foi batizado na
mesma sanita em que Santo António também higienizou as mãos com gel.
b) Vieira é reconhecido
como grande orador religioso e foi batizado na mesma igreja que Santo António.
c) Vieira foi batizado no
mesmo local em que Santo António haveria de ser também príncipe dos púlpitos.
d) Santo António recebeu
uma embalagem de óleo na mesma igreja em que o Padre Vieira, séculos antes,
usou uma pia.
O segundo período (ll.
4-9) serve para
a) negar que Vieira tivesse
sido «um filho dileto da Companhia de Jesus».
b) recordar que Vieira fora
formado com a exigência típica do ensino jesuíta.
c) assumir que Vieira era
filho de Jesus e, na sua companhia, estudou Humanidades, Gramática, Astronomia
e Matemática.
d) hesitar sobre se o Padre
António Vieira estudou com o rigor habitual da Companhia de Jesus.
No período terceiro (ll.
9-13) ficamos a saber ter sido Vieira
a) um estudante aplicado e
um exímio praticante de esgrima.
b) um discípulo de Santo
Inácio e um dos melhores na arte da Retórica no continente europeu.
c) estudante aplicado dos
ensinamentos jesuítas e o melhor orador na América até então.
d) exímio desportista e um
dos melhores em Retórica no Novo Mundo.
No último período do
primeiro parágrafo (ll. 13-15) é-nos dito que Vieira
a) procurou levar os
outros a ponderarem acerca da justeza das suas ações.
b) incendiou terrenos nas
imediações, segundo os ensinamentos do fundador.
c) divulgou os
ensinamentos de Cristo por esse mundo.
d) partira pelo mundo a divulgar
os ensinamentos da sua consciência.
Com o primeiro período do
segundo parágrafo (ll. 16-18) ficamos a saber que D. João IV
a) se enganou ao não
escolher Vieira para defender a causa portuguesa, dado o seu domínio retórico.
b) incumbiu Vieira de
ações diplomáticas pós-restauração, por ele se ter mostrado grande orador.
c) encarregou Vieira de
encontrar diplomata que defendesse Portugal e a nova realeza em Estocolmo,
Haia, Paris e Roma.
d) encarregou Vieira de defender
Portugal e a realeza em Estoucalmo, Aia, Paris Saint-Germain e Rinchoa.
Com o período final do segundo
parágrafo (ll. 18-21) ficamos a saber que
a) a ação de Vieira foi
bem acolhida pelos colonos no Maranhão.
b) os colonos do Maranhão,
fartos até dizer chega das reprimendas do Padre, o puseram a andar para Lisboa.
c) Luís Filipe Vieira era
adorado pelos colonos do Maranhão mas não pelos colonos do Flamengo.
d) nenhum coração se
mostrara tão fácil de governar quanto o dos colonos do Maranhão.
«por mais familiarizado
que estivesse com os ardis da política» (ll. 18-19) reporta-se a
a) «nenhum coração» (l.
18).
b) Vieira, sublinhando a sua
ingenuidade.
c) Vieira, realçando a sua
tarimba diplomática.
d) «Maranhão» (l. 20).
«procura[r] chamar ao manso
rebanho do Senhor» (l. 21) significa
a) ‘apelar a todos a que
regressem ao rebanho’.
b) ‘pedir a todos que
sejam como animais’.
c) ‘atrair aos ensinamentos
cristãos’.
d) ‘chamar ao manso rebanho
de Deus’.
O período «Nascer pequeno
e morrer grande é chegar a ser homem» (já depois do fim do texto de Maria João
Martins), e lido também o resto do parágrafo (que é do Padre Vieira), significa
que
a) ao crescermos,
conhecemos o mundo.
b) nascemos bebés,
fazemo-nos adultos, e esse é o percurso de todos.
c) crescemos, desenvolvemo-nos,
mas acabamos por morrer.
d) os homens têm uma
missão a cumprir.
Depois de ler o seu discurso
de Natal de 1934, Jorge V, querendo incentivar o filho, sublinha-lhe a
importância da comunicação nos tempos que corriam:
«Este aparelho altera tudo. Outrora bastava a um rei fazer boa
figura fardado e não cair do cavalo. Agora, temos de entrar na casa das pessoas
e ser-lhes simpáticos. Esta família está reduzida a imitar a mais baixa das
criaturas: tornámo-nos atores.»
Vê também, à direita, o cartoon
«O líder», de Angel Boligan.
Escreve um texto expositivo-argumentativo, com cerca de 150
palavras, que trate o tópico comum à citação de Jorge V e à imagem. Sem que
sejam o foco primeiro do teu texto — portanto, apenas enquanto ilustração do
que defendas —, podes incluir alguma alusão à frase de Jorge V (e ao caso dramático
de Jorge VI) e ao cartoon.
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No final do trecho de hoje do Discurso do Rei, o futuro Jorge VI usa uma série de imprecações.
Esses termos soltos — de registo muito popular — não desempenham qualquer
função sintática, exprimindo sobretudo uma emoção. Em termos de classes de palavras
são integráveis nas interjeições (no manual, estão na p.
368). Nota que o quadro em baixo — que tirei de Da Comunicação à Expressão. Gramática Prática — não contém todas as
interjeições, já que se trata de uma classe de palavras aberta (como a dos nomes ou a dos adjetivos mas ao contrário das
preposições ou das conjunções).
Em que fila entrariam estas expressões do
Duque de Iorque: «M[...]a!» (= ‘cocó!’), «F[...]-se!» (= ‘faça-se amor!’)? E o
«berdamerda!» que ouvimos há pouco (ou ouviremos ainda)?
Reações expressas |
Interjeições |
Locuções interjetivas |
dor |
Ui!, Ai! |
Ai de mim!,
Pobre de mim! |
alegria |
Ah!, Oh! |
|
espanto, surpresa |
Hi!, Ah!, Olá!,
Ena!, Caramba! |
Essa é boa! |
advertência |
Cuidado! |
|
desejo |
Oxalá! |
Deus
queira!, Quem dera!, Bem haja! |
dúvida |
Hum!, Ora! |
|
encorajamento, animação |
Eia!, Coragem!,
Força!, Avante!, Vamos! |
Para a
frente! |
aplauso |
Bis!,
Bravo!, Viva! |
Muito bem! |
impaciência, aborrecimento |
Ui!, Bolas!, Poça!, Arre!, Apre!, Irra!,
Hem! |
Raios te
partam!, Ora bolas! |
resignação |
Paciência! |
|
chamamento, invocação |
Ó! Psiu!, Pst!, Alô!, Olá!, Eh!, Socorro! |
Ó da
guarda!, Aqui d'el-rei! |
[pedido de] silêncio |
Psiu!,
Chiu!, Silêncio!, Caluda! |
|
reclamação, repulsa, rejeição |
Hei!,
Abaixo!, Safa!, Fora!, Arreda! |
|
suspensão |
Alto!, Basta! |
Alto lá! |
indignação |
Oh!,
Homessa! |
Essa agora! |
medo, terror |
Oh!, Ui!, Uh!, Credo!, Jesus!, Abrenúncio! |
Valha-me
Deus! |
cansaço |
Uf!, Ah! |
|
TPC — Em Gaveta de Nuvens
lê as duas ou três páginas que ficarão sobre ‘Paratexto’; lê ainda o que está
em ‘Classes de palavras’ sobre Interjeições.
Aula 27-28 (3 [4.ª], 5
[3.ª, 2.ª, 5.ª], 9/nov [1.ª]) Entrega e correção da redação feita na última aula.
[Exemplo meu de solução possível:]
No século XX, o advento de
dois meios de comunicação que fizeram que o discurso e a imagem do orador chegassem
a toda a população reorientou o modo de agir dos governantes. O sucesso da
política passou a depender de competências de comunicação. A constatação, feita
por Jorge V, de que, dado o surgimento da telefonia, a forma como os outros
percecionavam o que o rei dizia se tornara decisiva («Agora, temos de entrar na
casa das pessoas e ser-lhes simpáticos») tem correspondência no cartoon de Angel
Boligan, onde um aparelho de televisão condiciona a mole que parece obedecer-lhe
cega e submissamente.
Por hipérbole, na caricatura
a televisão deixou de ser simples intermediária de quem discursasse e apoderou-se
das funções do orador, sem que o povo disso se apercebesse. O braço que fura o
vidro simboliza o poder da forma e do meio, que já suplantaram conteúdo e
agente.
(149 palavras)
Na última aula, tratámos
de Paratexto
(no fundo, as partes do livro que não correspondem ao texto principal). Faz
corresponder os termos (1-22) a cada uma das descrições (a-v). Já resolvi o
primeiro termo, a que corresponde a definição i.
1.
_i_ Lombada
2. __ Prefácio
3. __ Portada, rosto ou frontispício
4. __ Sinopse
5. __ Dedicatória
6. __ Índice
7. __ Rodapé ou pé
8. __ Capa
9. __ Título corrente
10. __ Adenda ou apêndice
11. __ Bibliografia
12. __ Sobrecapa
13. __ Contraportada
14. __ Posfácio
15. __ Contracapa
16. __ Glossário
17. __ Cinta
18. __ Guarda
19. __ Orelhas, abas ou badanas
20. __ Cólofon ou colofão
21. __ Epígrafe
22. __ Anterrosto
a.
Face posterior externa de um livro (pode incluir sinopse, citações de críticos,
código de barras).
b.
Página branca colocada no início e no fim do livro (não deveria contar para a paginação).
c.
Margem inferior da página (onde pode haver notas, além das que fiquem no final do
texto).
d.
Referência tipográfica registada na última página de um livro («Este livro foi
impresso [etc.]»).
e.
Frase ou citação colocada no início de um livro ou de um capítulo, por vezes em
página única.
f.
Página onde aparece o título completo da obra, autor, lugar, editor e data
(eventualmente, prefaciador e tradutor); é por ela que se faz a referência bibliográfica.
g.
Face anterior externa de um livro (livros podem tê-la mole ou dura).
h.
Folha impressa (de papel ou outro material) que pode envolver a capa.
i.
Parte lateral de um livro, que une a capa e a contracapa (numa estante é muito
relevante).
j. Texto colocado no final de
um livro com esclarecimentos, autorais ou não, que parece cumprir desígnios
semelhantes que o prefácio mas com maior discrição.
k. Cada uma das partes da
capa e da contracapa, ou da sobrecapa, de um livro que se dobram para dentro
(podem ter texto sobre o autor, listas de livros da coleção).
l.
Banda de papel que pode envolver um livro e que contém elementos que o
publicitam.
m. Página ímpar, não numerada,
que precede o frontispício e só leva o título (abreviado, se for longo).
n. Frase ou pequeno texto em
que o autor oferece a obra a alguém, geralmente numa página isolada.
o. Sumário do conteúdo de um
livro (que pode figurar na contracapa ou nas orelhas).
p. Acrescentamento, suplemento,
um pouco à margem do resto, no fim de um livro.
q. Verso da portada, onde
fica muitas vezes a ficha técnica.
r. Texto introdutório no início
do livro, para o apresenta (não costuma ser do autor).
s. Lista, alfabeticamente
ordenada, dos termos técnicos utilizados num livro e respetivos significados.
t. Listagem de obras consultadas
ou sobre um determinado assunto.
u. Título (abreviado) que
fica no cabeçalho das páginas ímpares; nas pares fica, em geral, o nome do
autor.
v. Relação dos capítulos, temas,
palavras ou autores contidos num livro, com indicação da(s) página(s) em que surgem.
Lê os três excertos no enquadrado
azul da metade superior da p. 32. Redige uma síntese que reúna o que esses trechos de Luís Adriano Carlos, Margarida
Vieira Mendes e Mafalda Ferin Cunha pretendem realçar (quase em comum). Escreve
cem palavras (mas não passes o tempo todo a contá-las).
Os trechos dos três ensaístas
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[Solução possível: Os
trechos dos três ensaístas vieirinos coincidem na advertência que nos fazem, a
de que os sermões do Padre António Vieira que hoje lemos não correspondem exatamente
aos que «aconteceram» nas igrejas seiscentistas onde Vieira os proferiu. O
texto escrito que nos chegou — recorda Mafalda Ferin Cunha — é uma reelaboração
tardia a partir dos esboços que Vieira retivera dos seus discursos. Por outro
lado — referem-no Margarida Vieira Mendes e Luís Adriano Carlos —, é preciso
ter presente que a oratória religiosa pressupunha toda uma encenação, como se se
tratasse de uma representação teatral, até um cenário, que nos faltam agora. (100)]
Embora o nosso manual não a reproduza, as melhores edições do «Sermão de
Santo António [aos Peixes]» incluem a seguinte didascália inicial. (Uso a edição crítica de Arnaldo do Espírito
Santo: Padre António Vieira, Sermões,
II, Lisboa, INCM, 2010, p. 419.) Reescreve em português atual toda a didascália (na
página seguinte), colocando as frases na sua ordem mais natural, trocando as palavras
que pareçam antiquadas, traduzindo a epígrafe latina.
SERMÃO DE S. ANTÓNIO
PREGADO
Na Cidade de S.
Luís do Maranhão, ano de 1654.
Este
Sermão (que todo é alegórico) pregou o Autor três dias antes de se embarcar
ocultamente para o Reino, a procurar o remédio da salvação dos índios, pelas causas
que se apontam no I. Sermão do I. Tomo. E nele tocou todos os pontos de doutrina
(posto que perseguida) que mais necessários eram ao bem espiritual, e temporal
daquela terra, como facilmente se pode entender das mesmas alegorias.
Vos
estis sal terrae. Matth. 5.
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As palavras «pregado» e «pregou»
são formas do verbo «____» {indica também
o número que identifica a cabeça do verbete}. O étimo deste verbo é a
palavra latina (aliás, do latim falado por religiosos, o latim dito
eclesiástico) «_____». Não se confunde este verbo com o seu ______ {homógrafo / homónimo / homófono} «____»,
já que, tal como o nome que dele deriva, «pregador», se pronuncia com E aberto
(é), cuja representação fonética é ___,
enquanto o verbo cuja primeira aceção é ‘_____’ e cujo étimo, também latino, é
«______» se diz com um E que quase não se ouve (e), representado no alfabeto fonético por um ___.
TPC — Lê as páginas em Gaveta de Nuvens, retiradas de inteligente
enciclopédia de linguística, sobre estes três tópicos: ‘O léxico do português’;
‘Neologismos [vs. Arcaísmos], empréstimos
e estrangeirismos’; ‘Palavras [divergentes:] vernáculas e cultismos’.
Aula 29-30 (6 [4.ª], 10 [5.ª, 2.ª], 11/nov [3.ª, 1.ª]) Correção dos trabalhos com criação de paratexto de livro (cfr. Apresentação).
Explicação sobre Santo
António, Padre António Vieira, contexto do sermão (ver Apresentação).
Lendo o capítulo I do «Sermão de Santo
António» (pp. 36-38), completa. (Tenta fazer individualmente e, para
já, evita ir conversando com os colegas.)
[linhas 1-11] Cristo
diz serem os pregadores o _______. Tal como o sal preserva (os alimentos), os
pregadores deviam impedir a ______. Mas, se há tantos ______, como se justifica
que haja tanta corrupção? Várias hipóteses (e bifurcadas): ou os pregadores não
pregam a _____ ou os _____ não a querem; ou os pregadores não fazem o que ______
e os seus ouvintes preferem imitá-los nas ______ e não nas palavras; ou os
pregadores pensam mais neles do que em _______ ou os ouvintes, em vez de seguirem
os preceitos da religião, preferem reger-se pela sua _______ imediata.
[ll. 12-20] Então, o que
se há de fazer aos _______, que não evitam a corrupção, e aos ouvintes, que não
se deixam _______? Como disse Cristo, se os pregadores não cumprem bem, pelas
palavras ou pelos _______, o melhor será _______.
[ll. 21-38] E que se há
de fazer aos ________? Santo António, perante um público que não lhe ligava,
abandonou-o e foi pregar aos _______.
[ll. 39-50] Retomando o ‘conceito
predicável’: Santo António foi até mais do que «sal da terra», foi também «sal
do _____», já que pregou a ______. Mas o autor não quer relatar o que se passou
com Santo António, antes acha que, nos dias dos santos — lembremos: era dia 13
de junho, dia de Santo António —, se deve é ______-los.
[ll. 51-55] Por isso, o orador, o Padre António
Vieira, vai também _______ aos peixes; para tanto, invoca _______, cuja
etimologia, supostamente, se ligaria ao mar (na verdade, esta etimologia é falsa).
Resolve a correspondência
entre recursos estilísticos e exemplos
na p. 39, 10:
1. Interrogação retórica = ___
2. Apóstrofe = ___
3. Personificação = ___
4. Gradação = ___
5. Anáfora = ___
6. Enumeração = ___
7. Antítese = ___
8. Alegoria = ___
9. Metáfora = ___
No site da Paróquia de
Sant’Ana (Vinhedo, Campinas, São Paulo, Brasil, América do Sul, Terra, Universo),
dão-se-nos a conhecer vinte e um milagres de Santo António. O quarto
é o milagre do sermão aos peixes, a
cujo relato acrescentei duas intervenções da minha lavra. Lê, riscando o que penses
serem essas intervenções escusadas.
[4. Milagre do sermão aos peixes]
Santo António foi pregar
na cidade de Rimini, onde dominavam os hereges, que resolveram não o ouvir. Frei
António subiu ao púlpito e quase todos se retiraram e fugiram. Não esmoreceu e
pregou aos que tinham ficado. Inflamado pela inspiração divina, falou com tal
energia, que os hereges presentes reconheceram os seus erros e resolveram mudar
de vida. Mas o Santo não estava contente com esse resultado parcial. Retirou-se
para orar em solidão, pedindo ao Altíssimo que toda a cidade se convertesse.
Saindo do retiro, foi
direto às praias do Mar Adriático e, em altos brados, clamou aos peixes que o
ouvissem e celebrassem com louvores ao seu supremo Criador, já que os homens ingratos
não o faziam. Diante daquela voz imperiosa, apareceram logo os incontáveis habitantes
das águas, distribuindo-se ordenadamente, cada qual com os da sua espécie e tamanho
(dum lado, as baleias; do outro, as pescadinhas de rabo na boca; do outro, os douradinhos
do Capitão Iglo). Os peixes ergueram suas cabeças da água e ficaram longo tempo
imóveis, a ouvi-lo (e, nas suas cabecinhas de peixes, alguns, como se fossem
alunos da ESJGF, pensaram: «que secante!»).
Os títulos dos outros
milagres de Santo António citados no mesmo site são:
«1. Os pássaros e a plantação»;
«2. O jumento curva-se diante da eucaristia»;
«3. Livro roubado»;
«5. O prato envenenado»;
«6. Milagre da bilocação»;
«7. Controlo sobre o tempo»;
«8. Santo António cura um louco»;
«9. Menino salvo pela fé»;
«10. Criada caminha sob forte chuva sem molhar as
roupas»;
«11. Santo António ressuscita um morto»;
«12. Salvou um homem da morte por esmagamento»;
«13. Cura de um menino paralítico»;
«14. O menino Jesus aparece ao Santo»;
«15. Santo António reconstitui um pé decepado»;
«16. Morto fala em defesa do pai de Santo António»;
«17. Recupera os cabelos arrancados de uma mulher»;
«18. Conserva um corpo intacto e faz nascer uvas numa
videira sem frutos»;
«19. Anel desaparecido do Bispo de Córdova é recuperado»;
«20. Ajuda um bispo a recuperar papéis perdidos»;
«21. O casamento da jovem».
TPC
— Relanceia o glossário de termos sobre o sermão que pus em Gaveta de Nuvens («alegoria», «conceito
predicável», «exórdio»). Entretanto, no manual podes ler também, no glossário
final, as entradas «Sermão» (p. [400]) e «Barroco» (p. 397). Também aconselho
muito que vás passando os olhos pelos excertos ensaísticos e esquemas nas
imediações das páginas que estivermos a ler em aula (para já, pp. 34-39).
Aula 31-32 (10 [4.ª], 12 [3.ª, 2.ª, 5.ª], 16/nov [1.ª]) Correção do questionário de compreensão de trechos sobre barroco (ver Apresentação).
Relendo a primeira parte do «Sermão de Santo António»
(pp. 36-38), do Padre António Vieira,
responde a estas perguntas ou completa as respostas já esboçadas:
Responde, em conjunto, às
perguntas 2 e 4 de Educação literária
(no cimo da p. 39).
[R.:] O conceito predicável que serve de fio
condutor ao sermão é a frase latina __________.
É explicado
pelo orador nos dois primeiros parágrafos e no início do terceiro para introduzir
o exemplo de Santo António. As palavras «sal» e «terra» são retomadas várias vezes
em sentido alegórico, simbolizando, respetivamente, _______ e os ouvintes.
Identifica o momento em
que o orador realça que foi uma entidade superior quem o responsabilizou por denunciar
os males morais e sociais desta terra. De resto há mais argumentos de autoridade (ou seja, recurso à Bíblia ou a exemplo dos
chamados Doutores da Igreja). Cita também algum desses argumentos de autoridade.
[R.:] São várias as
referências a Cristo ao longo do texto, um argumento de autoridade divina, indiscutível:
«________ o disse logo» (l. 13); «Quem se atrevera a dizer tal cousa, se o
mesmo Cristo a não _________» (l. 17). São aliás recorrentes os argumentos de
autoridade: «Este ponto não resolveu Cristo, Senhor nosso, no Evangelho; mas
temos sobre ele a resolução do nosso grande português ______, que hoje celebramos,
e a mais galharda e gloriosa resolução que nenhum santo tomou.» (ll. 22-24) e «_______
foram sal da terra; ______ foi sal da terra e foi sal do mar» (ll. 41-42).
Completa esta resposta à pergunta
9 (p. 39), usando só formas verbais.
[R.:] A inserção desta pequena narrativa _______
imprescindível para a posterior utilização da alegoria. Por outro lado, o
exemplo de Santo António ______ a urgência da mudança de comportamento e de atitude
perante situações semelhantes de corrupção em contextos aproximáveis pela presença
do mar. Esta narrativa _______, ainda, um exemplo narrativo que deverá ________
de modelo inspirador para todos os pregadores.
Num poema épico (Os Lusíadas, Eneida, etc.) a invocação
é o momento em que o poeta pede inspiração a alguma entidade suscetível de a
fornecer (nos Lusíadas, as Tágides e
outras ninfas). Também no «Sermão de Santo António» há uma invocação. Explicita.
[R.:] No último
parágrafo do cap. I, o orador pede ajuda a Maria (a Virgem Maria, Nossa Senhora):
«_____________» (isto é, com o habitual favor). Para melhor justificar o seu
pedido, associa o nome da Virgem a «mar»,
já que, segundo ele, «Maria» viria de «_______», ‘senhora dos mares’ (o que
aliás é uma falsa etimologia).
Ouviremos
quatro trechos de bandas sonoras
de filmes. Depois de ouvida cada música (durante cerca de dois minutos), terás
mais uns três minutos para escrever poucas frases (em prosa — de qualquer género,
incluindo prosa poética) que a música te inspire.
Não
é dizer «inspira-me isto e aqueloutro», «lembra-me assim ou assado». É escrever
o texto inspirado pela música. Por exemplo, a primeira
música inspirou-me isto:
[1.]
Viajara ainda de noite.
Atravessara o rio já raiava a manhã. Não esperou nem mais um segundo, havia que
chegar rápido ao acampamento. Pararia apenas já a cem metros da tenda em que
funcionava o quartel-general.
Foi então que verificou mais
uma vez se levava a carta. E se a tivesse perdido? Mas logo a sentira, aconchegada
no bolso esquerdo.
— Diga ao Marechal que cheguei.
[2.]
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[3.]
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[4.]
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TPC
— Em Gaveta de Nuvens vê também as páginas 5 e 6 do Caderno de Atividades
(ambas sobre o «Sermão de Santo António») — reproduzirei uma versão que já tem
as soluções. Não esqueças ainda a escolha e a leitura de livro (integrável no
Projeto de leitura).
Aula 33-34
(13 [4.ª], 17
[5.ª, 2.ª], 18/nov [3.ª, 1.ª]) Correções dos relatos de milagres de Santo António
(ver Apresentação).
Nas pp. 42-43, lê «Expulsão do Paraíso Infernal», de Luísa Costa Gomes:
Indica
o
modo literário em que se integra o texto {circunda}:
narrativo / lírico / dramático
o
número de cenas {e justifica}: _____,
dado que o que determina uma mudança de cena é a entrada ou saída de
personagens (e parece ________).
a
expressão talvez equivalente a ‘Ato I’ (já que não estão assinalados atos): _______.
Transcreve
a
primeira palavra da didascália relativa ao cenário: ______
uma
didascália já do miolo do texto onde se deem indicações úteis ao encenador e a
atores: _____
um
ou dois exemplos de deíticos espaciais {só
nas falas da p. 42}: ______
um
ou dois exemplos de deíticos pessoais {nas
falas da p. 42}: _______
um
ou dois exemplos de deíticos temporais {nas
falas da p. 42}: _______
Cria
três
falas («escolares», não gozonas) a inserir na peça (de um Jesuíta, de Índio e
de Santo António):
Jesuíta [esta fala ocorreria imediatamente depois da atual linha ___] — . .
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Índio [esta fala ocorreria imediatamente depois da atual linha ___] — . .
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Santo António [esta fala ocorreria imediatamente depois da atual linha ___] — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Comenta
No título — «Expulsão do Paraíso
Infernal» — alude-se à expressão bíblica «Expulsão do paraíso terreal», por
ironia e para dar ideia do que acontecia aos índios e ao próprio Padre Vieira à
época em que pregava o «Sermão de Santo António». Melhora esta explicação.
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O recorte à esquerda
permite-nos ver que o trocadilho com «banco» no anúncio do Banif (Paulo Alves)
ou da CGD (Scolari) aproveita duas aceções de «banco»: a segunda no verbete,
‘instituição financeira’, e a _____, ‘móvel para as pessoas se sentarem’
(embora, num dicionário mais completo, decerto figurasse ainda o sentido
específico de ‘banco de suplentes’). Estamos, portanto, no domínio do campo ______
{lexical / semântico / relvado} de
uma única palavra. Estamos perante um fenómeno de polissemia.
Já «canto» (‘ângulo’) e
«canto» (‘ato de cantar’) — à direita — não são aceções de uma mesma palavra.
São duas palavras diferentes, como se conclui do facto de estarem em verbetes
próprios e confirma o terem étimos diferentes (____ e cantu-). São palavras ______ {homónimas / polissémicas
/ maluquinhas / homógrafas / homófonas}.
São exemplos de um fenómeno de homonímia.
A propósito de «Mofo ou
bafio?» e «Primeiro-ministro discursa» (série Lopes da Silva):
A
relação que há entre os dois verbos «mofar» cujos verbetes (do Dicionário da Língua Portuguesa, Porto,
Porto Editora, 2011) te apresento é de _____ {polissemia / homonímia}.
São palavras _______ {iguais / homónimas / homógrafas / homófonas},
como se infere de terem origem diferente: o étimo de «mofar» é o germânico «____»
(‘estar mal-humorado’), enquanto «mofar» virá de «mofo» + «___».
A estas palavras, que,
tendo étimos diferentes, vieram a coincidir (mas apenas na aparência gráfica e
fonética) chamamos também, numa perspetiva histórica, palavras _______ {divergentes / convergentes}.
Este processo nada tem que
ver com o da ________: aí, temos uma mesma palavra original a ganhar vários
sentidos (várias aceções), num fenómeno de enriquecimento semântico (seja por
_______ do sentido inicial, seja por redução).
Quanto a «mofo» e «bafio»,
são palavras _______ {polissémicas / monossémicas}, mesmo se os sentidos de
«bafio» não estão numerados. Aliás, têm uma aceção comum a ambas, ‘_______’, e
uma outra em que o significado dado remete precisamente para o outro elemento
do par de aqui se trata. Há depois uma aceção popular, coloquial, de «mofo»,
correspondente a ‘_______’, mas já distante das outras.
Ou seja, a diferença que
no sketch se queria encontrar não
está dicionarizada. A diferença percecionada pelos dois amigos dever-se-ia a
uma _______ {denotação / conotação / homonímia} de ordem puramente subjetiva.
Nos verbetes de «maniatar»
e de «bloquear» reconhecemos a aceção em que o político usava as duas palavras;
a aceção n.º ____ de «maniatar» e a n.º ____ de «bloquear». No entanto, as
pessoas que ouvem o discurso parecem atribuir a «maniatar» ______ {conotação / denotação / polissemia}
diferente da que dão a «bloquear».
Esse matiz mais ofensivo
talvez esteja contemplado na aceção n.º ____ do verbete, marcada com a abreviatura
que assinala sentido ______: ‘tolher a liberdade’.
Porém, também pode ser que
a aversão a «maniatar» se relacione com o facto de esta palavra, na aceção 2,
incluir expressões do campo lexical da ‘polícia’: «_____», «______». A multidão
interpretaria «maniatar» nesse sentido, sinónimo de «algemar».
No
sketch «Parvoíce em torno de
sinónimos» (série Meireles) também se brinca com subtis ______ {conotações / denotações} atribuídas a cada palavra, confirmando-se, se acreditássemos
sempre nos contrastes usados — «fez»/«efetuou»; «parece-me que»/«dá-me a
sensação de que»; «permite»/«possibilita»/«torna possível»; «preciso»/«exato»;
«entrevista»/«conversa amena», etc. —, que não há sinónimos perfeitos.
O anúncio em cima é bom
pretexto para aplicarmos a noção de «polissemia»
(e as de «aceções», «campo semântico», «sentido conotativo»). O slogan
deste texto publicitário assenta numa estratégia de exploração do valor
polissémico de «sermão».
Explica essa estratégia
num comentário com cerca de cem palavras, aproveitando o verbete de dicionário
reproduzido à direita e não deixando de usar os termos que assinalei a negro.
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[adaptado
do manual Expressões 11]
TPC
— Em Gaveta de Nuvens relanceia «denotação, conotação; polissemia; hiperonímia,holonímia» (é o mesmo capítulo de que já terás estudado «campo lexical, campo
semântico»). Entretanto, não te esqueças de me responder na Classroom
sobre o que estás a ler (ou se precisas de ajuda minha); mas, por favor, lê o
que está escrito sobre o PL quer em Gaveta de Nuvens quer junto da
própria pergunta na Gaveta do 11.º #.ª.
Aula 35-36 (17 [4.ª], 19 [3.ª, 2.ª, 5.ª], 23/nov [1.ª]) Há duas aulas, lemos o início do «Sermão de Santo António [aos Peixes]», do Padre António Vieira. Esse primeiro capítulo corresponde ao exórdio.
Partindo da citação «Vós
sois o sal da terra» (Vos estis sal terræ)
— o conceito predicável —, o Padre
António Vieira constatava que os pregadores não exerciam bem o seu papel (ou os
ouvintes não se deixavam catequizar). Assim — e porque se estava a 13 de junho,
dia de Santo António —, o orador decide imitar o que fizera o grande santo português,
que pregara a peixes, quando os homens não o queriam ouvir. Também Vieira, no
seu sermão de 13-6-1654, proferido em São Luís do Maranhão, se dirige aos
peixes.
Vamos ver o que o manual
reproduz do segundo capítulo (pp. 44-45). Vai lendo as linhas que
indico e respondendo de imediato. Não queiras decifrar todas as palavras, tenta
inferir o seu sentido. De qualquer modo, ficam aqui alguns significados:
8: «o são» = ‘o que está
são, o que é saudável, bom’ | 21: «quietação» = ‘sossego, tranquilidade’ | 26:
«concurso» = ‘afluência’ | 27: «tiveram» = ‘tivessem’ | 34: «bugio» = ‘espécie
de macaco’ | 35: «afora aquelas aves» = ‘além daquelas aves’ | 36: «açor» =
‘ave de rapina’ | 38: «pegos» = ‘sítios mais fundos’ | 39: «fie» = ‘confie’ | 40:
«deitam» = ‘atribuem’ | 43: «trato» = ‘convivência’ | 44: «muito embora» = ‘em
muito boa hora’| 48: «cerviz» = ‘parte posterior do pescoço’.
linhas 1-6
Pregar a peixes tem uma
desvantagem: é os peixes não se _____________; porém, isso sucede com tanta gente,
que já não se pode considerar caso especial.
Passa para português contemporâneo:
«pelos encaminhar sempre à lembrança
destes dois fins» (l. 6) — no fundo, vais desfazer a contração de preposição e
pronome:
________ sempre à lembrança
destes dois fins (Céu e Inferno).
linhas 6-18
Sintetiza o resto deste primeiro
parágrafo, completando a resposta a seguir.
Em função de duas qualidades
que tem o sal — conservar e ______ —, também o autor divide o seu sermão em _____.
Na primeira, elogiará _________ ; ____________. (Com efeito o «Sermão [...]»
pode repartir-se em «louvores» (elogios) — caps. II-III — e «repreensões» — caps.
IV-V —, como se vê no esquema ilustrado da p. 35.)
linhas 19-52
Esta parte do texto é um rol
de qualidades dos peixes (no original, são mais, mas o manual omite alguns
passos). Preenche os itens, sintetizando os elogios aos peixes.
l. 2: ouvem e não falam
ll.
20-21: acudiram ________ pela honra de Deus
ll.
21-22: ouviram Santo António com _________
ll.
32-33: __________
l.
39: nenhum ______
ll.
39-40: todos ________
Identifica
a «virtude» dos peixes salientada no terceiro parágrafo (ll. 32-52) e diz que mensagem,
através desse louvor, o pregador pretende transmitir aos seus ouvintes verdadeiros.
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Na
parte do «Sermão de Santo António» que vimos hoje (pp. 44-45), expressões como
o vocativo «irmãos peixes» (l. 7) ou «vosso pregador António» (l. 9) ajudam a
criar o dispositivo alegórico que o orador já anunciara (fingir pregar a
peixes). Desenvolve
esta ideia num comentário de 100 palavras que inclua as palavras (que sublinharás)
«alegoria», «pregador», «ouvintes», «Santo António», «peixes», «Padre Vieira»,
«colonos».
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Avaliar a coerência
de um texto implica verificar se nele se cumprem os princípios (vê as definições
na p. 386) da
relevância,
não contradição,
não redundância (ou não
tautologia).
Nos sketches que veremos (série Lopes da Silva) são infringidos alguns
daqueles princípios, o que faz que a situação seja incoerente e percebida como
absurda. É claro que essas infrações, neste caso, são propositadas — é a falta
de coerência que torna tudo risível.
Para completar o quadro, usarás
relevância, não contradição, não redundância.
[Em aula só se resolveram
os cinco primeiro sketches; os restantes serão vistos só na próxima aula; na Apresentação
figuram as correções destes cinco primeiros.]
Inspetor
que não sabe fazer perguntas |
As perguntas do inspetor não têm relação com a
informação anterior, não são pertinentes, não se cumprindo o princípio da _____. |
Falta
por motivos profissionais |
No início, a intervenção do funcionário preguiçoso
é insuficiente em termos de informação («Passa-se isto assim, assim»). Há
depois expressões «circulares», a que falta informação («Não posso vir ao
emprego por motivos profissionais» é quase um pleonasmo), o que corresponde a
quebra do princípio de _______. |
O
que eu gosto do meu Anselmo! |
Quando Anselmo, pouco depois de ter enaltecido o
amor que os unia, diz que a mulher nem gosta dele, infringe o princípio da ______. |
Bode
expiatório |
O empregado que arca com as culpas de todas as
incompetências no escritório repete «A culpa foi minha. Não há desculpa para
o que fiz. Se alguém deve ser responsabilizado, sou eu. É impressionante a
minha irresponsabilidade!». Podemos reconhecer aqui uma infração ao princípio
da ______. |
Filho
do homem a quem parece que aconteceu não sei quê [e genérico do episódio] |
Tanto o pai como o filho, ao «pronominalizarem»
muito, omitindo palavras com referentes percetíveis, tornam a comunicação
inviável, por falta de clareza. Falha, de novo, o princípio da ______, uma
vez que não há progressão na informação que nos é dada. No genérico final, também
falha o mesmo princípio, mas por demasiadas repetições. |
Sabes
onde há gajas boas? |
A insistência na pergunta inicial, até nos
cansarmos de tanta repetição e da ênfase na bondade das «gajas», é uma infração
ao princípio da _______. Atenta-se também contra o princípio da ______, porque
a pergunta implicava que quem a fazia soubesse a resposta, o que,
inesperadamente, não sucede. |
Chamada
por engano |
Na conversa entre jornalista e senhora da Venda
Nova falha sobretudo o princípio da _____, na medida em que a interlocutora
insiste em fazer pedidos («dispensava-me o seu bidé?») que não servem o
objetivo do telefonema (falar do Iraque), estão à margem do tópico central. |
Conversa
na esplanada |
Os amigos não se interessam pela história do
indivíduo que tem uma alface de estimação: desviam-se para outro assunto («É
o Edmundo?»; «São 4h34») ou não percebem o que está a ser defendido («há
alfaces tenrinhas»; «se fosse uma alface lisa»). Infringem o princípio da ______.
|
Bomba
a bordo |
O insólito resulta de comissário e comandante
agirem como se não detivessem um saber comum (‘bombas não são desejáveis’), o
que viabiliza a interação com o bombista. |
Albert George, nascido em
1895, foi inesperadamente rei de Inglaterra. Foi excelente atleta, serviu na Armada
Real, lutou na I Guerra, tendo sido sempre educado no pressuposto de que o seu
irmão Eduardo seria rei. Afinal, Jorge VI reinaria, e numa época dramática. Coube-lhe a
ele anunciar aos ingleses que, mais uma vez, a Inglaterra estava em guerra.
[O discurso do rei]
Nesta hora difícil, talvez
a mais dolorosa da nossa história, transmito para todos os lares do meu povo, tanto
aqui como além mar, esta mensagem dita com o mesmo sentimento profundo por cada
um de vós como se eu pudesse entrar nas vossas casas e falar-vos diretamente.
Pela segunda vez nas
nossas vidas, estamos em guerra.
Tentámos e tentámos
descobrir uma saída pacífica, ultrapassando as diferenças entre nós e os nossos
inimigos; mas tudo foi em vão.
Fomos forçados a um conflito,
pois com os nossos aliados fomos levados a enfrentar um desafio que põe em causa
um princípio que, se perdurasse, se revelaria fatal em qualquer linha civilizada
do mundo.
É um princípio que permite
a um Estado, numa simples procura egoísta de poder, desrespeitar tratados e
juramentos solenes, justificando o uso da força ou da ameaça da força contra um
Estado soberano e independente de outros Estados.
Um tal princípio, despido
de qualquer disfarce, é certamente a doutrina mais primitiva de que poder constitui
um direito, e, se este princípio se estabelecesse em todo o mundo, a liberdade
do nosso próprio país e de toda a Comunidade Britânica de nações estaria em perigo.
Mas, mais do que isto, os
povos do mundo estariam unidos pelo medo e seria o fim de todas as esperanças de
uma paz estável e segura, de justiça e liberdade entre as nações.
Este é o derradeiro fim
que me leva a falar-vos para casa, e ao meu povo além mar, que fará dele a nossa
causa.
Peço-vos que permaneçais calmos
e firmes e unidos nesta prova.
A tarefa será dura. Aproximam-se certamente
dias sombrios e a guerra deixará de estar confinada aos campos de batalha, mas
só poderemos agir bem se conhecermos o bem e, humildemente, dedicarmos a nossa
causa a Deus. Se a ela permanecermos fiéis, prontos para qualquer tarefa ou
sacrifício que nos seja exigido, então, com a ajuda de Deus, venceremos.
[texto introdutório e
tradução do discurso de Jorge VI tirados de Isabel Casanova, Discursar em português... E não só. O discurso
em análise, Lisboa, Plátano, 2011]
TPC
— O exame nacional de 2019, 1.ª fase, no seu grupo I, parte B, incluía três
itens sobre o passo do «Sermão de Santo António» que lemos hoje. Vê em Gaveta
de Nuvens como era essa parte da prova (itens 4, 5, 6) e os respetivos critériosde correção (pp. 7-9).
Aula 37-38 (20 [4.ª], 24 [5.ª, 2.ª], 25/nov [3.ª, 1.ª]) Quanto aos textos inspirados em bandas sonoras, o aspeto que, por vezes, falhou foi haver alusões a contextos musicais (referindo ou não explicitamente a banda sonora) — por exemplo, mencionar-se um dado instrumento ou um concerto. Outras falhas têm que ver com ortografia ou sintaxe (e estão marcadas nas vossas folhas; no caso do 11.º 5.ª, vejam a cópia no PDF em anexo — desculpem-me irem os textos de todos em conjunto, mas não creio dever haver sigilo entre trabalhos da mesma turma; a ordem é a da pauta). Vejam-se agora os trailers dos filmes cujas bandas sonoras aproveitámos:
As páginas 386-388 do manual
tratam de Coerência, que estudámos na última aula, e de Coesão
textual, que abordaremos agora.
Especificamente sobre a coesão
textual, a tabela a seguir agrupa erros (encontrados em escritos de turmas
do 11.º ano) que exemplificam o incumprimento dos vários mecanismos a que devemos
recorrer. Na coluna do meio, corrigirás o que retirei de redações e que
evidencia alguma falha nas estratégias que tornam os textos coesos. (A seguir à tabela vai a minha
correção, comentada oralmente, mas não deixes de experimentar tu preencher as
lacunas, ainda que sem insistires demasiado em caso de dúvida.)
Coesão
frásica
trecho agramatical |
trecho corrigido |
fonte do problema |
conhecido pelo
o nome |
conhecido ___ nome |
ortografia |
à [á] tempos encontrei o José |
__ tempos encontrei o José |
|
o facto de haverem nomes portugueses |
o facto de ___ nomes portugueses |
concordância |
o grupo mais numeroso dos
apelidos vêm de |
o grupo mais numeroso dos
apelidos ____ de |
|
prefiro isto do que aquilo |
prefiro isto _____ |
regência |
os políticos aperceberam-se que |
os políticos aperceberam-se ____ |
|
a convicção que Lionel era bom médico |
a convicção ____ Lionel era
bom médico |
|
o aspeto que
chamei a atenção |
o aspeto _____ chamei a atenção |
|
a parte que
mais gostei |
a parte ____ mais gostei |
|
chamou a filha de «Maria Albertina» |
chamou a filha «Maria Albertina» |
|
o rei Jorge VI
que era gago, tinha de discursar |
o rei Jorge _______ tinha de discursar |
função sintática (e pontuação que implica) |
«Maria Albertina» cantada agora pelos Humanos foi escrita
por Variações |
«Maria Albertina» __________
foi escrita por Variações |
|
como por
exemplo a
telefonia |
_______ a telefonia |
Coesão
interfrásica
terminou o discurso
continuando a |
terminou o __________ a |
reconhecimento de subordinação ou coordenação |
A letra foi criada por Variações, e a música foi modernizada
pelos Humanos |
A letra foi criada por ________
a música foi modernizada pelos Humanos |
|
Sendo que |
[Frase anterior],
sendo que |
|
Pois o rei gaguejava. |
___________ |
|
Estando o rei cada vez mais gago. |
Estando o rei cada vez mais
gago, [subordinante] |
|
o facto da
Albertina ter uma filha |
o facto ___ Albertina ter uma filha |
|
apesar do
rei sofrer de gaguez |
apesar ____ rei sofrer de gaguez |
|
Concluindo, Ou seja, Como já referi, Hoje em dia, Nos dias de hoje, Na minha opinião, |
ø |
banalização de articuladores |
Direi então
que |
_______ |
Coesão
temporal
Bertie não discursou no Natal mas, antes, falou em Wembley |
Bertie não discursou no Natal mas, antes, ______
em Wembley |
correlação dos tempos verbais |
Antes de ter conhecido Lionel, Bertie experimentou várias terapias |
Antes de ter conhecido Lionel, Bertie _______
várias terapias |
|
não falava com Lionel há meses |
não falava com Lionel ___ meses |
|
Não acho que será correto |
Não acho que ____ correto |
modo exigido pela negativa |
Agrada-me que escolheste um bom nome |
Agrada-me que ________ um bom nome |
modo exigido pela subordinação |
Coesão
referencial
O surgimento da rádio foi o azar de Bertie.
Porém, ele venceria a rádio |
O surgimento da rádio foi o grande azar de
Bertie. Porém, ________ |
anáfora e elipse |
António Variações critica o novorriquismo
nos nomes. António Variações refere a |
_________ critica o novorriquismo nos nomes. António
Variações refere a |
catáfora |
Bertie ficou angustiado. Ele falara pouco mais do que |
Bertie ficou angustiado. Falara pouco mais do
que |
______ |
O filho de Jorge V era pai de Elisabeth e
Margaret. Ele tinha aquelas duas
filhas |
O filho de Jorge V era pai de Elisabeth e
Margaret. _____ tinha aquelas duas filhas |
correferência não anafórica |
O rapaz [de]
que o pai era Jorge V |
O rapaz _____ pai era Jorge V |
pronominalizações diversas |
O século passado, onde nasceu a telefonia, |
O século passado, _____ nasceu a telefonia, |
Coesão
lexical
a citação
que faz Jorge V |
a _________ que faz Jorge V |
pertinência do termo |
o cartoon demonstra |
o cartoon _______ |
|
o cronista fala
que |
o cronista _______ que |
|
A rádio acabava de surgir. Foi a rádio que |
A rádio acabava de surgir. Foi a _______ que |
sinonímia |
a escolha dos nomes mostra que os portugueses têm
pouca criatividade. Essa não originalidade
|
a escolha dos nomes mostra que os portugueses têm
pouca criatividade. Essa ________ |
antonímia |
A rádio acabava de surgir. Foi a rádio que |
A rádio acabava de surgir. Foi _____ ________
que |
hiperonímia |
coisas do género |
[termo
mais específico] |
_________ |
Vê, e ouve, esta correção
da tabela (que ficou mais demorada, e arastada sobretudo, do que gostaria que tivesse
ficado):
Do quadro sobre Coerência — propositadamente
infringida em sketches da série Lopes da Silva — que começáramos na
última aula faltava-nos completar estas filas (com relevância, não redundância,
não contradição): [11.º
5.ª: nas folhas da aula de hoje, repeti, no final de tudo, essa parte do quadro;
podes ires escrevendo aí ou usando a tabela completa da aula anterior]
Sabes
onde há gajas boas? |
A insistência na pergunta inicial, até nos
cansarmos de tanta repetição e da ênfase na bondade das «gajas», é uma infração
ao princípio da _______. Atenta-se também contra o princípio da _______, porque
a pergunta implicava que quem a fazia soubesse a resposta, o que,
inesperadamente, não sucede. |
Chamada
por engano |
Na conversa entre jornalista e senhora da Venda
Nova falha sobretudo o princípio da _____, na medida em que a interlocutora
insiste em fazer pedidos («dispensava-me o seu bidé?») que não servem o
objetivo do telefonema (falar do Iraque), estão à margem do tópico central. |
Conversa
na esplanada |
Os amigos não se interessam pela história do indivíduo
que tem uma alface de estimação: desviam-se para outro assunto («É o
Edmundo?»; «São 4h34») ou não percebem o que está a ser defendido («há
alfaces tenrinhas»; «se fosse uma alface lisa»). Infringem o princípio da _______.
|
Bomba
a bordo |
O insólito resulta de comissário e comandante
agirem como se não detivessem um saber comum (‘bombas não são desejáveis’), o
que viabiliza a interação com o bombista. |
As reações à ereção da estátua
do Padre António Vieira (referidas no trecho de episódio do Governo Sombra que acabaste de ouvir), a recente polémica acerca da criação de
um Museu das Descobertas (o nome deixaria transparecer uma posição de
superioridade do povo colonizador) ou a discussão acerca da necessidade de
devolver objetos artísticos trazidos para os museus europeus nos séculos passados
são alguns dos casos reveladores de que a maneira como se vê a história dos
povos pode moldar-se à evolução de juízos ideológicos. [Em aula, referi também
escritores e cineastas cuja obra passou a ser proscrita por editoras ou distribuidoras
depois de conhecidos aspetos do s[eu percurso de vida (Céline, Woody Allen,
James Franco); livros que saíram do cânone por conterem abordagens consideradas
agora racistas (alguns dos álbuns de Tintin; a série dos Tom Sawyer); e
lembrámos também o que acontecera a premiados recentes quando foram descobertos
pecados políticos de juventude (o Nobel Peter Handke; o Camões Vítor Aguiar e
Silva).]
Escreve texto de opinião (na p. 364 explica-se este género) que
aborde o mesmo assunto, a nossa relação com
testemunhos do passado (históricos, literários, religiosos, de tradições),
especialmente com os que contendam com modos de pensar hodiernos. [11.º 5.ª: cerca de 150 a 200 palavras;
nas outras turmas ficou para completar em casa; sugiro que, sem pressas (nas
outras turmas o processo ainda vai demorar mais uma aula porque só me trazem
depois), descarreguem na Classroom o vosso texto, em Word ou, se manuscrito, mesmo
em imagem — que eu consiga ler...]
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TPC
— Em «Coerência e coesão textuais» (Gaveta
de Nuvens), lê a parte sobre ‘Coesão’ (as páginas iniciais, sobre coerência,
podes olhá-las com menos atenção); no manual, as pp. 386-388 tratam dos mesmos
assuntos. Relanceia a ficha ‘Texto e textualidade’ (coerência e coesão) no Caderno de Atividades (pp. 32-33), que
reproduzirei já com soluções.
Aula 39-40 (24 [4.ª], 26 [3.ª, 2.ª, *5.ª], 30/nov [*1.ª]) {*por classroom} Segue-se um resumo do capítulo III do «Sermão de Santo António aos Peixes», tirado de um livro para crianças (Padre António Vieira, Sermão de Santo António aos Peixes, adaptado para os mais novos por Rui Lage; ilustrações de André Letria; Quasi, 2008) e completado por mim num dos parágrafos.
Lê o resumo e completa o
quadro a seguir. (Podes dar uma vista de olhos ao trecho do cap. III que está
no manual, na p. 47.)
[p. 47, ll. 1-4] Apenas de alguns de vós,
irmãos peixes, falarei agora.
[manual omite] O primeiro tem lugar na
Escritura, é o peixe de Tobias. Ia
Tobias pela margem de um rio, quando um peixe enorme veio na sua direção para o
comer. O anjo Rafael disse a Tobias que arrastasse o peixe pela barbatana e lhe
retirasse as entranhas, já que o fel (a bílis) lhe seria útil, para curar a
cegueira, e o coração, para vencer os demónios. Com efeito, o fel serviria para
aplicar nos olhos do pai de Tobias, que, sendo cego, logo recuperou a visão.
Quanto ao coração, queimada uma sua parte, fez afastar um demónio que assaltara
o próprio Tobias.
[p. 47, ll. 5-34] Quem haverá que não louve e admire muito a rémora, peixinho tão pequeno
no corpo e tão grande na força, que, não sendo maior que um palmo,
quando se pega ao leme de uma nau da Índia a prende e amarra mais que as
próprias âncoras? Oh, se houvesse uma rémora na terra que tivesse tanta força
como a do mar, menos perigos haveria na vida e menos naufrágios no Mundo!
[manual omite] Não menos admirável é a tremelga, ou raia elétrica, a que os
latinos chamaram torpedo. Cá a conhecemos mais de fama que de vista. Mas com as grandes virtudes é assim: quanto
maiores são, mais se escondem. O pescador segura a cana na mão e deixa o
anzol ir ao fundo; mal a raia morde o isco, começa a tremer-lhe o braço. De maneira
que passa a força da boca do peixe ao anzol, do anzol a linha, da linha à cana
e da cana ao braço do pescador. Oxalá
aos padres, pescadores da terra, lhes tremesse assim o braço do esforço
de tanto pescarem almas! Tanto pescar e
tão pouco tremer!
[manual omite] Navegando daqui para o Pará, vi
correr pela tona da água, aos saltos, um cardume de peixinhos que não conhecia.
Disseram-me que lhes chamavam quatro-olhos,
e na verdade me pareceu que eram quatro os seus olhos, em tudo perfeitos. «Dá graças a Deus»,
disse a um destes peixes, pois às águias, que são os linces do ar,
deu-lhes a natureza somente dois olhos, e aos linces, que são as águias da
terra, também dois; e a ti, peixinho, quatro.
A
razão dos quatro-olhos é a de que estes peixinhos, que andam sempre na
superfície da água, não só são perseguidos por outros peixes mas também por
aves marítimas que vivem na costa. Como têm inimigos no mar e inimigos no ar,
dobrou-lhes a natureza as sentinelas e deu-lhes quatro olhos. Ensinou-me esse
peixinho que tanto devo olhar para cima, onde há o azul do céu e nuvens que
passam, cheias de sonhos, como para baixo, onde há terra, respeitando a
natureza e vivendo em harmonia com bichos e homens.
[manual omite] Por fim, irmãos peixes, dou-vos graças
porque ajudais os mais pobres. Elogiem-se
na mesa dos ricos as aves e os animais terrestres com que se fazem esplêndidos
banquetes, mas vós, peixes, continuai a alimentar os pobres, e sereis
recompensados. Tomai o exemplo das
irmãs sardinhas. Porque cuidais que as multiplica o Criador em tão
grande número? Porque são sustento de pobres. As solhas e os salmões são
raros, porque se servem à mesa dos reis e dos poderosos, mas o peixe que
sustenta a fome dos pobres, a esse, Cristo o multiplica e aumenta.
Peixe |
Característica boa (que
deve servir de exemplo aos homens) |
Peixe
de Tobias |
As
suas entranhas deitavam um fel que _____________________. |
Rémora |
Apesar
de pequeno, fixando-se ao leme de um barco, _________________. |
Torpedo
(raia elétrica) |
Quando toca no isco, _____________________. |
Quatro-olhos |
Os
seus quatro olhos permitem que _____________________________. |
Sardinha |
Serve
de _______________________. |
Vê a
correção (nesta apresentação com a gravação também dos meus comentários orais):
Vê também este clip com
rémoras (interessa só o primeiro
minuto e meio):
Na p. 46, depois de leres
as definições de tipos de argumentos ao cimo, faz a correspondência
pedida na metade inferior da mesma página («Leitura, 1»).
Excerto textual a = __ ({hesito}); b = __; c = __; d = __; e = __; f = __.
Repara
agora também nesta outra classificação de tipos de argumentos
(que inclui dois da do manual):
Argumento por analogia — Assimilação de uma
relação geralmente conhecida a outra, que pode ser mais problemática.
Aproximam-se dois fenómenos particulares. A refutação típica de um argumento
por analogia é «não se podem comparar coisas que não são comparáveis». No campo
jurídico, o precedente implica um
argumento analógico.
Argumento dedutivo
(dedução) —
Passagem de proposições, tomadas como premissas, para uma nova proposição, que
é a sua consequência necessária. Trata-se de um argumento «lógico»: «Todos os
homens são mortais | Arnaldo é homem | Arnaldo é mortal».
Argumento indutivo
(indução) —
Passagem do particular para o geral. Partindo de um facto, observação,
experiência, conclui-se uma lei geral (estamos no domínio da probabilidade): «A
água do Tejo, do Douro, do Mondego é doce | O Tejo, o Douro, o Mondego são rios
| A água dos rios é doce».
Argumento de autoridade — Citação de alguém
reconhecido como autoridade na matéria em causa.
[usei
sobretudo: Rui Alexandre Grácio, Vocabulário
Crítico de Argumentação, Coimbra, Grácio Editor, 2013]
Na p. 53, resolve o ponto A, atentando na
diferença entre discurso fechado e discurso aberto.
R.: A ordem seria (só o ponto
3 está fora do seu lugar): __, 1, __, __, __, 6.
Em B, dá-se-te um exemplo de exemplo («Gil Vicente, no Auto da
Barca do Inferno, utiliza as seguintes figuras alegóricas: o Anjo e o
Diabo»), para que digas qual seria o argumento
que ele poderia vir apoiar, vir a ilustrar.
R.: O exemplo dado
parece adequar-se mais ao argumento ___ («A alegoria possibilita a
reflexão crítica de uma forma indireta»).
Em C, são argumentos os números __, __, 6;
e exemplos, __, __, 5.
Depois de vermos dois trechos de episódios da
segunda temporada do Programa do Aleixo,
completa.
episódio
1 (vê só de 1.20 a 5.10):
episódio
3 (vê só de 0.45 a 4.40):
No episódio 1 é discutida a tese «É preferível
urinar-se no ____________». Nesse «Debate Tipo Prós & Contras», a referida
tese é ________ por uns (Busto, Nélson) e refutada por outros (Renato, Bussaco,
Bruno).
Os «argumentos» — na verdade, não se trata de
argumentos bem formulados, mas podemos reconstituir as premissas em que se
fundariam —, em apoio ou em prejuízo da _____, podem exemplificar a tipologia
na página anterior (nota, porém, que este exercício é bastante amador — é bem
provável que estes «argumentos» pudessem ser escrutinados de outro modo):
Completa
com dedutivo / indutivo / por analogia / de autoridade |
|
Faço na mata porque o chichi também é natureza
(Bussaco) {Mata integra natureza / Chichi lembra natureza
/ Chichi deve fazer-se na mata} |
Argumento _____ |
Faço no duche porque uma vez saí do banho para
fazer chichi e, quando voltei para o banho, já não havia água. (Nélson) {Uma vez saí do banho e deixou de haver água /
Presumo que todas as vezes que saia do banho faltará a água} |
Argumento _____ |
Não havia água, porque puxaste o autoclismo.
(Renato) {Inválido, porque pode haver outros motivos para
faltar a água} |
Argumento indutivo |
Se não puxasse, ficava a casa de banho a cheirar
a chichi. (Nélson) {Se o chichi ficar na retrete, a casa de banho
cheirará mal / Se não puxar o autoclismo, o chichi fica na retrete / Se não
puxar o autoclismo, a casa de banho cheirará mal} |
Argumento _____ |
Se se fizer chichi no banho, poupam-se descargas
de autoclismo. (Busto) {Se se fizer chichi no banho, usa-se menos vezes
a sanita / Se se usar menos vezes a sanita, poupam-se descargas do autoclismo
/ Se se fizer chichi no banho, poupam-se descargas do autoclismo} |
Argumento _____ |
Ao contrário da água dos autoclismos, que vai
para o mar, a do duche volta a ser distribuída; por isso, se se fizer chichi
no duche, beberemos a nossa urina. (Bruno) |
Argumento
_____, assente em premissa falsa |
A água com detergente das casas de banho vai
para a piscina, porque a piscina tem um cheiro característico e é azul, e a
água com detergente tem um cheiro característico e é azul. (Nélson) {Inválido, porque o cheiro característico não
tem de vir obrigatoriamente da água com detergente} |
Argumento _____ |
No episódio 3, Renato alega que «uma vez, um homem
morreu depois de ter bebido por latas com urina de rato», o que constitui um
argumento _______ (se isso aconteceu uma vez, é de prever que aconteça assim
mais vezes).
Falta-nos um exemplo de argumento de autoridade,
mas podíamos inventá-lo: {sobre a tese
‘Beber diretamente da lata é perigoso’}: «. . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . .».
Vê as correções (que irei
comentando), e também já a explicação da tarefa de escrita:
O que te peço são os dois
parágrafos (com dois argumentos e respetivos exemplos — um ou dois por cada
argumento) que são pedidos no cimo da p. 53 (Escrita). Argumentos podem
ser favoráveis ou desfavoráveis à tese. (Tanto podes escolher ambos favoráveis
ou desfavoráveis, como usares um de cada posição.)
O tema não será o do
manual, mas este (apresento-o já em forma de tese):
«As touradas devem ser
mais taxadas que outros espetáculos.» (Na gravação com a correção sobre
argumentos, expliquei brevemente o que significava taxar um espetáculo mais do
que os outros.)
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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(Os
colegas do 11.º 1.ª podem fazer em papel e levar-me estes parágrafos na quarta,
dia 2; a turma 11.º
5.ª deve descarregar os seus parágrafos, em manuscrito (imagem) ou em Word.)
TPC — Avança mesmo na
leitura.
Aula 41-42 (27/nov [4.ª], 2 [3.ª, 1.ª], 3/dez [2.ª, 5.ª]) Correção de textos de opinião sobre forma de nos relacionarmos com a história (ver Apresentação).
Vai lendo «O cérebro dos
golfinhos» (p. 48) e circundando a melhor alínea de cada item. (Por favor, não
consultes outras páginas do manual.)
No terceiro período, a oração adjetiva relativa
«que escutam todos estes sons» (l. 3)
a) devia estar delimitada por vírgulas, porque se
trata de um modificador apositivo.
b) não está entre vírgulas, porque o seu sentido é
restritivo.
c) não poderia nunca estar entre vírgulas, porque
estas separariam sujeito e predicado.
d) deveria ter uma vírgula apenas (antes de «que»).
As aspas — as do texto, note-se — em
«“linguística”» (l. 4)
a) assinalam o sentido porventura denotativo da
palavra.
b) marcam uma citação.
c) vincam a ironia.
d) atenuam o sentido, deixando perceber um valor
conotativo.
Quando Justin Gregg lembra que «Também não existem
provas de que os golfinhos não possam viajar no tempo, não consigam dobrar
colheres com a mente, nem sejam capazes de disparar raios laser pelos espiráculos» (ll. 13-15), pretende
a) defender que não se deve descartar a existência
da linguagem dos golfinhos só por não haver provas dela.
b) sublinhar que não é razoável prosseguir com a
crença de que os golfinhos têm uma linguagem.
c) assumir como possíveis as três situações que
refere, ainda que lhes falte comprovação.
d) vincar que, ao contrário das situações
improváveis que menciona, há evidências de os golfinhos terem uma linguagem.
Na linha 13, «exasperados» é
a) complemento direto.
b) predicativo do sujeito.
c) modificador restritivo do nome.
d) complemento indireto.
Justin Gregg considera que o lugar comum ‘há muita
coisa que desconhecemos’ (l. 16)
a) é pertinente.
b) tem servido para dar fôlego a ideias sem base
científica.
c) está presente em todo o lado.
d) tem-se introduzido pela porta dos fundos.
O itálico em «golfinhês»
(l. 17) deve-se
a) ao seu valor conotativo.
b) ao facto de se tratar de um neologismo.
c) ao facto de ser uma palavra polissémica.
d) à intenção de ironizar e mostrar descrença na
existência de uma linguagem dos golfinhos.
Na linha 20, «de o»
a) deveria estar contraído em «do».
b) está bem escrito, porque se inicia aí uma
oração (infinitiva).
c) deveria ser substituído por «de que o».
d) evidencia um erro de coesão frásica (cfr., por exemplo, «pelo o»).
Para Stan Kuczaj (cfr. quarto parágrafo), a falta de comprovação científica de haver
uma linguagem dos golfinhos adviria
a) da inexistência do «golfinhês».
b) da metodologia e instrumentos usados nas
investigações.
c) da inépcia dos cientistas.
d) do pouco investimento nas investigações.
No primeiro período do quarto parágrafo (ll.
18-21),
a) falta uma vírgula depois de «investigadores»
(l. 19) e poderia haver vírgulas a delimitarem «para Justin Gregg» (l. 18).
b) não há falha de coesão gramatical indiscutível.
c) apenas faltam vírgulas a delimitarem «para
Justin Gregg» (l. 18).
d) a vírgula depois de «certa» (l. 20) está
errada.
O segmento «um dos maiores mistérios da ciência por
resolver» (l. 25) é
a) sujeito.
b) complemento direto.
c) uma oração.
d) predicativo do sujeito.
A presença de «linguagem dos golfinhos» (l. 12), «golfinhês» (17), «vocalizações dos
golfinhos» (7), «cliques» (1), «estalos sonoros» (2) ilustra o recurso a
mecanismos de
a) coesão frásica e coesão interfrásica.
b) coesão lexical.
c) coesão referencial.
d) coesão temporal.
Em «das duas uma» (l. 24), em que temos uma elipse
(de «hipóteses», por exemplo) e uma substituição por um pronome (estando os
referentes a seguir aos dois pontos), há, portanto, mecanismos de
a) coesão temporal.
b) coesão lexical.
c) coesão referencial.
d) coesão frásica.
As reticências na linha 25 visam
a) traduzir desconhecimento da situação real.
b) enfatizar, quase ironicamente, a possibilidade
de estarmos perante um equívoco.
c) mostrar hesitação, ignorância acerca da
hipótese correta.
d) evitar a redundância, omitindo o que já ficara
suficientemente claro.
A referência bibliográfica (l. [27])
a) está correta.
b) estará imperfeita, porque falta o título do
artigo.
c) está incorreta, porque «National Geographic» devia estar entre aspas.
d) devia incluir, depois do título da revista, o
título do artigo.
Tem valor deítico
a) «aquilo» (l. 18).
b) «aquele» (l. 22).
c) «nos últimos dois ou três anos» (l. 23).
d) «estes sons» (l. 3).
Trata-se de um texto
a) narrativo e instrucional.
b) descritivo e argumentativo.
c) expositivo.
d) narrativo.
Sabendo nós que «delfim» vem do latim delphinu- (e
tem entre as suas aceções precisamente a de ‘golfinho’) e que «golfinho» vem
também do latim delphinu- (entretanto, terá havido, no percurso da palavra,
alguma contaminação com «golfo»), podemos dizer que
a) «delfim» e «golfinho» são palavras homónimas.
b) «delfim» e «golfinho» são palavras divergentes.
c) «delfim» e «golfinho» são palavras
convergentes.
d) «delfim» e «golfinho» são palavras parónimas
(isto é, parecidas).
A hiperonímia é uma
relação de hierarquia entre um termo subordinado (hipónimo) e um seu subordinante (hiperónimo): o hipónimo é um membro da espécie, da classe, que o
hiperónimo designa.
Por exemplo, a palavra
«crocodilo» é ______ de «animal». Entretanto, «animal» é ______ de «crocodilo».
O hiperónimo «animal» tem aliás muitos outros seus hipónimos: «gato», «lesma»,
«pulga», «caracol», ______. Estes termos subordinados a um mesmo hiperónimo
são, entre si, co-hipónimos.
Dou-te pares de
co-hipónimos. Encontra o seu hiperónimo:
Os co-hipónimos «cravo» e
«piano» têm como hiperónimo «_______».
Os co-hipónimos «cravo» e «rosa» têm como
hiperónimo «______».
Os co-hipónimos «Camões» e «Fernando Pessoa» têm
como hiperónimo «______»
Nada impede que termos que
são hipónimos de um outro termo mais geral que os subordina sejam, por sua vez,
hiperónimos de termos mais específicos: «animal» é _____ de «mamífero»;
«mamífero» é _____ de «cão»; «cão» é _____ de «cão de caça», «cão pisteiro»,
«rafeiro» (e estes termos são entre si _____).
Outra relação que estrutura o léxico é a de
holonímia.
Um termo representa o todo; e outro, a parte: «mesa» é holónimo de «tampo»; e «tampo» é merónimo de «mesa».
Mais exemplos: «ponteiro»
é merónimo de _______; «espelho retrovisor» e «volante» são entre si co-merónimos (e sabemos que o seu
holónimo é «______»); «mão» é holónimo de «_______».
Completa com holónimo / merónimo / hiperónimo / hipónimo:
«cáfila» é _____ de
«camelo».
«vaso sanguíneo» é _____ de «sistema
circulatório».
«cocó» é _____ de «excremento».
«texto dramático» é ______ de «Farsa de Inês Pereira».
Preenche:
Merónimos |
Holónimos |
Castelo Branco, Lisboa, Faro |
|
|
casa |
Morfologia, Sintaxe, Fonética |
|
|
livro |
Escolhe um animal.
O teu texto louvá-lo-á, permitindo, possivelmente também através de metáforas,
concluir da sua vantagem relativamente aos homens (e mostrando como poderia
constituir um bom exemplo).
[ Quem haverá que não
admire o camelo? Tem este curioso habitante dos desertos do Saara virtudes que
não encontro em outro animal. // Nas suas bossas, armazena água,
providencialmente, sabendo que o caminho será longo e penoso. Oxalá fôssemos
todos assim, como o previdente camelo, e pensássemos a tempo na velhice, e rebeubéu pardais ao ninho. // Não tem
o pachorrento mamífero uma, mas duas bossas. Rejeita a unicidade, prefere a tal tal tal… ]
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TPC — Continua as leituras
para efeitos do PL. Vai revendo gramática. (É possível que lhes peça alguma
tarefa a fazerem entretanto — vão, por favor, seguindo Gaveta de Nuvens.
Já está aqui.)
Aula 43-44 (3 [3.ª], 4 [4.ª], 9 [1.ª], 10/dez [2.ª, 5.ª]) Correção do questionário de compreensão sobre «O cérebro dos golfinhos» (p. 48). Ver Apresentação.
Vai até às páginas 50-52 e, à medida que fores
preenchendo o que ponho a seguir, vai lendo o cap. IV do «Sermão de Santo António», sem preocupação de percorrer
tudo.
Como o Padre
António Vieira já anunciara (cap. II, p. 44, l. 16), este capítulo
vai ser de _______ dos peixes. São dois os motivos dessa crítica, ainda que na
parte reproduzida no manual só figure a primeira:
1.
{ll. 6-7} os peixes _____________________;
2.
os peixes investem cegamente ao isco.
E o orador mostra que os homens incorrem nos
mesmos erros:
1.
os homens são comidos por outros homens, quando ______ {ll. 57-78} e quando
________ {ll. 81-106};
2.
os homens seguem cegamente os seus engodos por vaidade, quando combatem e
quando se deixam explorar em troca de vestuário {esta parte já não está no manual}.
Responde às seguintes perguntas, completando os
meus esboços:
1.
Explica como funciona a identificação entre peixes e homens neste cap. IV.
Traça-se uma analogia entre os peixes, que se
comem (os maiores comem os mais pequenos, o que aliás torna o caso mais grave),
e os homens, que também estão sempre a procurar «comer» o seu semelhante
(entenda-se ‘_______’). Infere-se que entre os homens são igualmente os mais _______
a prejudicar os mais frágeis.
2.
Identifica os usos polissémicos do verbo «comer» neste ponto do sermão.
Quando se diz «peixes, [...] vos comeis uns aos
outros» (ll. 6-7), a aceção de «comer» que se pode considerar mais próxima é
‘_______’ {‘devorar’ / ‘ter relações sexuais com’ / ‘enganar, trair,
explorar’}; quando se pergunta «Cuidais que só os Tapuias se comem uns aos
outros?» (ll. 41-42), «comer» equivale a ‘_______’ {‘devorar’ / ‘ter relações
sexuais com’ / ‘enganar, trair, explorar’}; em «andarem buscando os homens
[...] como se hão de comer» (ll. 53-57), «comer» tem o sentido de ‘_______’{‘devorar’
/ ‘ter relações sexuais com’ / ‘enganar, trair, explorar’}.
3.
Comenta a referência, no contexto da pregação, ao «sertão» (l. 39) e aos
«Tapuias» (l. 41).
No contexto do sermão — pregado no Maranhão, em
1654, a uma audiência de ______ —, a referência ao sertão e aos índios, dizendo
aos ouvintes que não julgassem serem os índios aqueles que o orador estava a
______ («Para cá, para cá, para a cidade é que haveis de olhar»), visava
culpabilizar os ______ e aludir à _______ que exerciam sobre os nativos.
Depois de veres
trecho de Último a sair, completa com
hiperónimo,
hipónimo, holónimo, merónimo:
«museu» é ______
de «exposição»; || «quadro» é _______ de «museu»; || «artista» é ______ de
«Jackson Pollock»; || «pintor» é _______ de «Pollock»; || «Louvre» é _______ de
«museu»; || «Magritte» é ______ de «homem»; || «corrente artística» é _______
de «pictomarista»; || «Lourenço Marques (Maputo)» é _______ de «Moçambique»; ||
«Bélgica» é _______ de «país».
São co-hipónimos ______ e «Bélgica». || São co-merónimos «quadro»
e _____.
Na quinta parte do «Sermão de Santo
António» — capítulo que convém deixarmos para início do 2.º período —, o Padre António Vieira critica alguns
peixes especificamente, o que lhe serve para tipificar vícios encontráveis
também nos homens. Peço-te exercício idêntico com outros animais, prosseguindo
a lista que já comecei:
O que tenho contra vocês, gatos, é serem
esquivos, escapulindo-se-nos sempre que tentamos aproximar-nos. Também os
homens padecem dessa característica. Quando os outros precisam deles, quantas
vezes não fogem às suas responsabilidades, preferindo concentrar-se nos seus
interesses. Ao contrário, Santo António acudiu sempre a todos e prontamente.
O que tenho contra vocês, cães, é serem
desleixados e sujos, defecando na rua sem hesitação, fazendo que escorreguemos
nos vossos cocós pegajosos e nojentos. Contudo, os homens assim procedem
igualmente, quando cospem para o chão ou deixam lixo por toda a parte. Já Santo
António, nunca poluiu a natureza e até o seu burel e corda eram, além de
limpíssimos, recicláveis.
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TPC — Vai completando
encargos a que já aludi: ler livros; rever gramática; fazer tarefa que venha a
pedir em Gaveta de Nuvens. Ver aqui e aqui.
Aula XLIII-XLIV (9/dez [aula só do 11.º 3.ª]) Não se reproduz
aqui a aula, exclusiva do 11.º 3.ª, que não apanhou em Português os feriados de
1 e 8 de dezembro nem as segundas-feiras que os precederam e por isso fica com
mais aulas este período. Nesta sessão, além da correção de questionário de
compreensão (que já fora feita na aula 43-44 das outras turmas), houve uma
redação, narrativa com cem palavras (que será pedida na aula 45-46 das outras
turmas), e assistiu-se ao início do episódio da série ‘Grandes livros’ sobre «Sermão
de Santo António» (que virá a ser objeto de um tepecê para os restantes alunos).
Aula xliii-xliv (10/dez [aula só do 11.º 3.ª]) Nesta aula, além da correção de texto com louvor a animal (feita em outra aula nas outras turmas), preencheu-se e explicou-se ficha sobre termos relacionados com coesão referencial (anáfora, catáfora, referente, correferentes) — o que se tratará brevemente em aula das outras turmas e por isso não se reproduz agora — e, após leituras na diagonal de crónicas de MEC, redigiu-se crónica gastronómica segundo o mesmo modelo. Finalmente, assistiu-se a mais um trecho de série ‘Grandes livros’ sobre «Sermão de Santo António» (que, em outras turmas, é remetido para próximo tepecê).
As crónicas gastronómicas
de Miguel
Esteves Cardoso saem na Fugas,
o suplemento do Público aos
sábados. Relanceia o exemplar que te tenha calhado e vê como estes textos ficam
entre a apreciação
crítica, o texto de opinião (estes géneros
estão explicados nas pp. 362 e 364 do manual), a crónica.
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Aula 45-46 (14 [1.ª], 15 [2.ª, 5.ª,
4.ª], 16/dez [3.ª]) Correção
de textos argumentativos sobre tourada com audição de passo de «Governo Sombra»
(ver Apresentação; e minutos 5 a 15 do programa a seguir).
Responde a este questionário de
gramática:
Versão com chocolates Mars
Circunda
a letra da melhor alínea.
Os
deíticos remetem para
a)
o recetor da mensagem.
b)
o espaço.
c)
o próprio enunciado.
d)
a enunciação.
A
alínea que não tem deíticos é
a)
Traz-me aí a cobra, aquela que está ao pé das iguanas.
b)
Encontrou o Armando. Este estava furioso.
c)
Ainda agora te vi ali atrás.
d)
Comprei a caneta na mercearia. Esta ficava acolá.
O
período em que não há deíticos espaciais é
a)
Traz-me, Josué, o próximo adversário político a enforcar.
b)
Amanhã vou ser feliz na Lapónia, mas agora estou aqui.
c)
Aquele quadro ali é bué fofo.
d)
Na Lapónia, os coelhos são cozinhados em bonitas caçarolas às riscas verdes.
O
período que não contém deíticos pessoais é
a)
Estou muito aborrecido por ainda não ter havido frases com cocó de cão.
b)
Setúbal é talvez a cidade portuguesa onde eu preferia viver.
c)
Eça de Queirós é um autor estudado no 11.º ano e consta que era boa pessoa.
d)
A minha felicidade é, neste momento, enorme: acabei de encontrar um deítico.
A
alínea em que não há palavras que costumem ter função deítica é
a)
ali, este, amanhã.
b)
vir, já, agora.
c)
deítico, Lisboa, dezembro.
d)
isso, hortaliça, eu.
O
período em que há menos deíticos temporais é
a)
Durante a Idade Média, a produção de chocolates Mars foi escassa.
b)
Vou agora para a arena.
c) Daqui a pouco seguimos para a venda ambulante de gomas com
sabor a peixe espada.
d)
Dir-me-ás se sempre vais ler as Páginas Amarelas.
A relação que há entre «advérbio» e «nome» é a de
a) hiperonímia.
b) merónimo e holónimo.
c) co-hipónimos.
d) holónimo e merónimo.
Merónimo de «palavra» é
a) gramática
b) frase
c) língua
d) letra
A alínea em que não há relação de «hipónimo / hiperónimo»
é
a) Padre António Vieira / português
b) Padre António Vieira / orador
c) Padre António Vieira / jesuíta
d) Padre António Vieira / religião
Há um holónimo e o seu merónimo em
a) laranja / gomo
b) casca / laranja
c) fruto / laranja
d) cor / laranja
A alínea em que há a sequência «merónimo, holónimo
|| hipónimo, hiperónimo» é
a) CRE, ESJGF || ESJGF, estabelecimento de ensino
b) Madrid, Espanha || Espanha, Europa
c) estômago, corpo humano || cantor, Toni Carreira
d) cesto, apetrecho de básquete || rede, cesto
As palavras «rio» («O
rio Tejo desagua no Porto»; étimo: lat. rivum)
e «rio» («Rio com todos os dentes, exceto com os cariados»; étimo: lat. rideo) são
a) parónimas.
b) convergentes e homónimas.
c) divergentes e homónimas.
d) divergentes e homófonas.
Em «Como troquei o
computador, preciso do rato» e «Vi um rato enorme no parapeito da janela», «rato»
e «rato» são
a) evidências de polissemia.
b) palavras monossémicas.
c) palavras homónimas.
d) elementos do campo lexical de «queijo».
As palavras do meio em «Vou à praia» e «Hoje há
peixe» são exemplos de
a) homografia.
b) diferente conotação.
c) polissemia.
d) homofonia.
No trecho «Responde a
esta pergunta, circundando a alínea que seja a mais a correta. Para isso, deves
fazer um círculo em torno da letra respetiva, de modo claro», predomina o tipo
textual
a) expositivo.
b) explicativo.
c) instrucional.
d) preditivo.
Exemplificam-se arcaísmo e falso amigo
em
a) «quão» (nas vossas redações); lobo na história
do capuchinho vermelho.
b) «meestre» (em Fernão Lopes); «spoilarei».
c) «antigamente»; rémora a beijar o tubarão.
d) «quiçá» (por locutores desportivos); «eventualmente»
(no sentido de ‘finalmente’).
Classifica o tipo de mecanismo
de coesão
usado ou o princípio de coerência infringido (só estará em
causa uma classificação), apoiando-te no sublinhado (frásica; interfrásica; temporal; lexical; referencial || não redundância (não tautologia); não contradição; relevância).
Sei
tudo
sobre gramática, porque não estudei nada. |
não
contradição |
Quando chovia, iam ao cinema; se estivesse bom
tempo, à praia. |
|
Judas
viu-os e disse-lhes do que os trazia ali. |
|
A Lucinda gosta de livros: é uma rapariga
culta. Aliás, os jovens gostam de ler. |
|
Gosto de chocolate. Adoro chocolate.
Posso dizer que gosto de chocolate. |
|
Versão com Cebolinha
Circunda
a letra da melhor alínea.
A
deixis pode ser
a)
espacial e textual.
b)
espacial, temporal, causal, pessoal.
c)
espacial e terrena.
d)
espacial, pessoal, temporal.
Quando
um enunciado tem marcas do processo de enunciação, isso significa que
a)
não tem deíticos.
b)
tem apenas elementos cujos referentes são absolutamente compreensíveis, mesmo sem
apelo ao contexto.
c)
terá decerto algum deítico.
d)
tem obrigatoriamente demonstrativos ou possessivos.
O
período em que há mais deíticos temporais é
a)
Dá-me aí aquele deítico temporal.
b)
No dia 3 de Novembro de 2007, às 23 horas da manhã, durante o lanche, Camões será
eleito futebolista do ano.
c) Há uns minutos estava com acessos de frases estúpidas,
mas, presentemente, as minhas frases gramaticais revelam-se na sua habitual pertinência.
d)
No espaço, as narinas incham cerca de três metros na direcção dos cangurus que
haja por perto.
Não
há deíticos em
a)
Ó Isaltina, não te exaltes com esta minha observação.
b)
Bocage espancava as anémonas holandesas.
c)
Bean trouxe-me uma recordação de Cannes.
d)
Se pusesse uma pala no meu olho esquerdo, escreveria como Camões.
O
período em que não há deíticos espaciais é
a)
A oeste da pequena cidade lituana de Zpfgrt, as flores crescem viçosíssimas e
tristes.
b)
Ontem, cheguei tarde.
c)
Vê-me o refogado de chocolate e almôndegas que está aí à tua esquerda.
d)
Aqui estou eu, ali estás tu, acolá está uma fotografia de um panda gigante.
A
alínea que não contém deíticos pessoais é
a)
Orlanda estava cada vez mais inteligente. Ela até já sabia deíticos.
b)
Não me digas isso, Sancho.
c)
Naquele tempo, Conhé, guarda-redes da Cuf, era o meu ídolo.
d)
Lembro-me que o Benje agarrava a bola só com uma mão.
A relação que há entre «gato» e «rato» é de
a) merónimo e holónimo.
b) co-hipónimos.
c) holónimo e merónimo.
d) hiperónimo e hipónimo.
Merónimo de «Messi» é
a) futebol
b) futebolista
c) pé esquerdo
d) Barcelona
Não há relação de «hipónimo / hiperónimo» em
a) limonada / bebida
b) Filosofia / 11.º ano
c) Cinema
Paraíso / filme
d) casa de banho / divisão de casa.
Há um holónimo e o seu merónimo em
a) computador / disco rígido
b) tampa / caixa
c) Anselmo Ralph / cantor
d) país / Portugal
Há uma sequência de «hiperónimo, hipónimo || merónimo,
holónimo» em
a) piano, tecla || corda, harpa.
b) flor, rosa || bolso, casaco.
c) Lisboa, Jerónimos || braguilha, calças.
d) país, Portugal || deserto, areia.
As palavras «chama»
(«Ela chama pelo gato, miando»; étimo: lat. clamat)
e «chama» («A chama de Éverton Cebolinha está a apagar-se»; étimo: lat. flamma-) são
a) parónimas.
b) convergentes e homónimas.
c) divergentes e homónimas.
d) divergentes e homófonas.
Em «Tenho-te em boa conta,
Nero» e «O Barbas trouxe-lhe a conta da refeição», «conta» e «conta» são
a) evidências de polissemia.
b) palavras monossémicas.
c) palavras homónimas cujo étimo é o mesmo.
d) elementos do campo lexical de ‘Matemática’.
As palavras «estufar» e «estofar» são
a) homónimas.
b) convergentes.
c) homógrafas.
d) homófonas.
No trecho «As narrativas
têm ação, personagens, espaço, tempo, narrador (e este pode ser, quanto à participação
na ação, homodiegético — autodiegético, se for o herói — ou heterodiegético). Também
há momentos descritivos», predomina o tipo textual
a) narrativo.
b) expositivo.
c) instrucional.
d) descritivo.
Exemplificam-se arcaísmo e falso amigo
em
a) «outrora»; «luxúria» (no sentido de ‘luxo’).
b) «page» (em Fernão Lopes); «golfinhês».
c) «como sói dizer-se» (por locutor desportivo);
«rapariga» (entre port. europeu e port. brasileiro).
d) «cólofon»; lobo na história dos três
porquinhos.
Classifica o tipo de mecanismo
de coesão
usado ou o princípio de coerência infringido (só estará em
causa uma classificação), apoiando-te no sublinhado (frásica; interfrásica; temporal; lexical; referencial || não redundância (não tautologia); não contradição; relevância).
É
assim. São cenas. Coisas bué fixes, mano. |
relevância |
Lia livros, porque frequentava bibliotecas
e conhecia livrarias. |
|
Hank viu Dory. Saudou-a (e ela,
ele). Lembravam-se ambos de tudo. |
|
Foi a Paris, mas estivera na Holanda e haveria
de viajar à Índia. |
|
Na estreia, empatámos 6-0 na Luz. |
|
Jeffrey Archer é, até certo ponto, o
tipo de escritor que Pedro Mexia classificava como «besta célere» (< best-seller).
De qualquer modo, tem méritos evidentes de contador de histórias. Um dos seus
livros recentes intitula-se precisamente Contador de histórias, cujo primeiro
conto tem a particularidade de ter só cem palavras.
Vejamos como o apresenta
e, depois, o conto propriamente dito (Jeffrey Archer, Contador de Histórias, trad. de Fernanda Oliveira, Lisboa,
Bertrand, 2019, pp. 13 e 17):
Um desafio
Há muitos anos, um editor
da Reader’s Digest em Nova Iorque convidou-me
para escrever uma história de cem palavras que tivesse princípio, meio e fim.
Como se já não fosse desafio suficiente, insistiu em que não podiam ser 99 ou
101 palavras.
E, não contente com isso,
pediu-me para apresentar a obra acabada no prazo de vinte e quatro horas.
O meu primeiro esforço
consistiu em 118 palavras, o segundo em 106 e o terceiro em 98. Pergunto-me se
conseguirão descobrir quais as duas palavras que tive de voltar a incluir.
O resultado foi «Único»,
que encontrarão na página seguinte.
Os leitores poderão ter interesse em saber que o
que acabei de escrever também tem 100 palavras.
Único
Paris, 14 de março de 1921
O colecionador voltou a
acender o charuto, pegou na lupa e analisou o selo triangular de 1874 do Cabo
da Boa Esperança.
— Eu avisei-o de que havia
dois selos — disse o negociante. — Ou seja, o seu não é único.
— Quanto?
— Dez mil francos.
O colecionador passou um
cheque antes de dar uma baforada no charuto, mas este já estava apagado. Pegou
num fósforo, riscou-o e lançou fogo ao selo.
O negociante olhou incrédulo,
ao mesmo tempo que o selo se desfazia em fumo.
O colecionador sorriu.
— Estava enganado, amigo —
disse. — O meu é único.
Cria
conto em cem palavras. (Evita o estilo ‘anedota’. Não apostes em muito diálogo.)
Título também conta para contabilidade das palavras.
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Na pp. 317-318 do manual do 10.º ano havia uma
arrumação de termos de Narratologia, sob o título
«Elementos constitutivos do texto narrativo». No nosso manual deste ano não há
um quadro desses, mas no glossário das pp. 397-400 explicam-se termos como
«tempo», «espaço», «ação», «narrador», «desenlace», «intriga», «contexto»,
«género». Usarei a seguir alguns desses termos, a propósito de Cinema Paraíso. Porém, procura resolver
as lacunas pelo conhecimento anterior destes assuntos e do próprio filme.
Cinema Paraíso |
Género e contexto |
O filme é claramente de ______
de infância. Nas primeiras cenas foi dado o motivo da recordação do
crescimento do protagonista numa vila siciliana (a notícia da morte do adulto
protetor de então, Alfredo). A _____ entra como pano de fundo (há diversas
alusões ao fim da segunda guerra mundial). |
Ação e espaço |
Os vários estados do edifício
(o primeiro cinema, a destruição pelo fogo, o novo edifício, a ruína quando o
protagonista regressar) servem também de marcos que apoiam a nossa perceção
da passagem do _____. A ____ da parte amorosa acaba também por
aproveitar o cinema (salvo erro, um primeiro beijo do protagonista vai aí decorrer). O edifício vai causar a _____
de Alfredo, tornando-se depois ocupação semi-profissional do protagonista. |
Tempo do discurso vs.
Tempo da história |
Alteração
da ordem dos acontecimentos |
A analepse
é um recurso essencial. Apanhamos a história já no momento em que o
protagonista sabe da ____ de Alfredo, pelo que se tem de fazer depois um
recuo no tempo, constituindo esse flash
back a maior parte do filme. (Há um ou dois brevíssimos regressos à
atualidade, só para lembrar que o tempo da ____ não é aquele, até a história
contada em analepse chegar ao presente em que começara e termos depois o resto
do enredo, quase um mero epílogo.) Não há propriamente prolepses, a não ser talvez algumas falas de Alfredo, que, a certa
altura, aludirá, velada mas certeiramente, ao futuro de ____. |
Omissão
e resumo de factos; abrandamento e aceleração do ritmo |
Uma elipse
notável consiste no salto dos anos entre o Totó criança e o Salvatore
adolescente (o truque é descobrirmos um novo ator sob a mão de ____, o que
aliás resolve também um problema que se põe aos filmes que percorrem
gerações: acompanhar o crescimento físico das personagens). Há outros momentos
recorrentes de aceleração do relato, que corresponderão a resumos, que aproveitam as imagens
passadas na sala de cinema (pela justaposição de trechos de filmes que vão
acompanhando a história do cinema, do preto e branco a Brigitte Bardot, percebemos
que nos estão a ser dados vários anos em poucos _____). Ao contrário, uma história demorada contada por
Alfredo a Totó (tão extensa que eu a decidi cortar) parece fazer _____ o
discurso relativamente ao tempo «real». |
Aula 47-48 (16 [1.ª], 17 [3.ª, 2.ª, 5.ª], 18/dez) Correções;
explicações acerca da avaliação (cfr. Apresentação).
1.º período — alguns focos do ensino e da avaliação (que, porém, não devem ser
vistos como parcelas para se chegar a uma média)
Leitura |
||
Aula |
Questionário sobre «Ler é maçada» (p. 21) (aula 9-10) |
|
Questionário sobre excertos acerca de Barroco e
Vieira nas pp. 28-30 (aula 25-26) |
||
Questionário
sobre «O cérebro dos golfinhos» (p. 48) (aula 41-42) |
||
Observação direta da eficiência a resolver as tarefas
com textos em todas as aulas |
||
Escrita |
||
Aula |
Apreciação crítica de pintura escolhida de
álbuns distribuídos (aula 3-4) |
|
Continuação de poema de Sophia Andresen com cada
vez mais narração (aula 5-6) |
||
Apreciação crítica de cartoon — grupo III
de exame — ou de tira de Quino (aula 9-10) |
||
Comentário acerca de letra da canção «Maria Albertina»
(aula 17-18) |
||
Continuação de «O primeiro amor» com incorporação
de seis palavras (aula 19-20) |
||
Associação de ideias a partir de «música» (aula
19-20) |
||
Texto argumentativo sobre comunicação, frase de
Jorge de V e cartoon (aula 25-26) |
||
Criação de relato de um milagre
de Santo António segundo títulos dados (aula 29-30) |
||
Fragmentos, de quaisquer
géneros, inspirados por três bandas sonoras (aula 31-32) |
||
Argumentos-exemplos para tese sobre tourada
(aula 39-40 [turmas 1.ª e 5.ª: em casa]) |
||
Louvor a animal (aula 41-42) |
||
Repreensão a animal (aula 43-44) |
||
Criação de narrativa com cem palavras (aula
45-46 [turma 3.ª: aula XLIII-XLIV]) |
||
Crónica-apreciação crítica de gastronomia, à MEC
(só no 11.º 3.ª: aula xliii-xliv) |
||
Completado
em Casa |
Fragmentos de diversos tipos textuais e sobre o
mesmo assunto (tepecê da aula 7-8) |
|
Respostas a «questionário de Proust» (tepecê da
aula 11-12) |
||
Criação de cantiga de amigo com contexto contemporâneo
(tepecê da aula 13-14) |
||
Criação de paratexto de livro inventado (tepecê
da aula 23-24) |
||
Texto de opinião acerca de
estátua de Vieira e revisão da História (tepecê de aula 37-38) |
||
Compreensão
do oral/Expressão oral + Educação literária |
||
Casa (Aula) |
Gravação sobre experiências
de leituras feitas ou em curso (cfr.
tepecê da aula 43-44) |
|
Conhecimento
obtido acerca da implicação na leitura pelo acompanhamento do «Projeto de
leitura» |
||
Gramática |
||
(Casa) Aula |
Questionário sobre conteúdos do período (aula
45-46) |
|
Observação direta da atenção nos momentos em que se
trata de ouvir explicações de conteúdos |
||
Assiduidade,
pontualidade, material |
||
|
Assistência a conclusão de Cinema Paraíso (ao mesmo tempo que
conversas sobre o trabalho ao longo do 1.º período).
Cinema Paraíso |
Níveis narrativos |
No primeiro nível narrativo, o adulto a quem, em criança, chamavam ______
sabe que Alfredo morreu e, enquanto decide ir ao funeral, começa a recordar o
amigo. Talvez
a meio do que vamos ver hoje, teremos o fecho dessa longa analepse (uma narrativa encaixada
que abrangeu toda a infância, adolescência e juventude de Salvatore, até à
saída de Giancaldo). O truque fílmico da justaposição de um ______ a
sair de Giancaldo e um avião a chegar ao aeroporto na Sicília funciona como
uma elipse, cortando uns vinte e
cinco anos da vida do protagonista, e delimita o ponto em que retomámos a ação «contemporânea» da narração (ou seja, quando regressámos
ao primeiro nível narrativo). |
Desenlace |
O desfecho é precedido de elipse
ou resumo significativo (um corte
da história que não nos é dada assim em termos de discurso). |
Salvatore viveu em Roma durante
décadas, que são elididas no
filme, passa os limites da Península Itálica (Giancaldo é na Sicília) mas é
ao regressar a ______ que redescobrirá os filmes que eram a sua companhia. Salvatore depara-se com o antigo ______, mais velho,
e vemos o louco da praça, também já diferente mas com as mesmas manias. |
Dá-se o regresso ao ponto de partida. Há disforia, tristeza, mas também a
noção de que se conservou uma memória do que se amava. O final é uma epifania, uma revelação. |
A infância de Totó morreu com
o enterro de Alfredo e a destruição do cinema, mas Salvatore resgatou parte
desse passado, os fotogramas dos ______. Salvatore vê agora as imagens que antes tinham
sido cortadas e que, quando muito, vira às escondidas nas sessões de visionamento
para censura pelo _____. |
A narrativa não fica em
aberto mas também não é uma típica narrativa fechada. |
A linha de ação da paixão pelo cinema e a da
memória da infância ficaram ______, mas haverá alguma indefinição ainda no que
se refere à paixão Salvatore-Elena. |
TPC (férias) — Deviam acabar de ler os
livros que começaram a ler e que não concluíram, se essa leitura não estiver a
ser um sacrifício. Podem começar outras leituras (será tido em conta). E, se
calhar, ir já decidindo entre Os Maias e A Ilustre Casa de Ramires.
Durante as férias, mas talvez
lá mais para o final, vou pôr lista de tarefas
previstas até ao fim do ano, cuja execução podem ir gerindo como
lhes der mais jeito. Algumas dependem de conhecerem matérias em que ainda não
entrámos, mas outros trabalhos quase que os podem ir já preparando (evitando que
lhes calhem depois ao mesmo tempo que momentos fortes das outras disciplinas).
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