Sunday, August 30, 2020

Aulas (1.º período, 2.ª parte: 25-48)

Aula 25-26 (30/out [4.ª], 3 [5.ª, 2.ª], 4/nov [2.ª, 1.ª]) Correção, com leitura de parte de trecho que é sequência do que lemos de Chiquinho (cfr. Apresentação).

Andrezinho não era para esses enternecimentos. Tinha sempre o ar de quem esperava com impaciência o final da música. Ele queria era falar de coisas sérias, o programa do Grémio, o jornal que tínhamos de publicar, os fatores que condicionavam o nosso caso. Eu queria lá saber de nada disso! A única coisa séria que para mim contava era Nuninha. Andrezinho não parecia ter vinte anos.

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Nonó tinha uma morna muito certa:

Amor ê suma passadinha azul

sentado na rama di jamboêro...

Olhá-l, dixá-l cantâ, dixá-la boâ...

               Si bô pegá-l êl tâ chorâ,

               Si bô dixá-l êl tâ cantâ

e di note êl tâ ninábo bô sono...

Não, eu não queria espantar o passarinho azul que povoava as minhas horas. Como na morna de Nonó, receava que ele chorasse, magoado da minha brutalidade, e fugisse para nunca mais. Nuninha. O meu amor por ela vivia só nos olhares que lhe lançava, sem coragem para lhe falar do que me ia no coração. Traçava planos de diálogos, em que lhe declararia o crecheu que me iluminava. Mas faltava-me ânimo. E se o passarinho fugisse? Nem sequer me dava ao trabalho de procurar saber se ela gostava de mim. Por dias, não quis sair depois de jantar. E o serão estendia-se tépido, desenrolado em longas horas silenciosas, apenas cortado pelo cri-cri dos grilos lá fora.

Da janela eu via o porto e a ilha de Santo Antão, com o seu vulto enorme a perder-se no betume da noite. Quando havia vapores na baía, as luzes faziam-me viajar por essas terras longe que os velhos marinheiros de S. Nicolau conheceram antes de caírem de novo na enxada. Eu já não estava na salinha de jantar de nha Cidália, com as mulheres costurando. No deck de um paquete da Blue Star ia um par de namorados. Os fios de luar eram fios dos cabelos da moça-do-mar, que se penteava. E os peixes voadores, pagens alegres e estouvados, montando guarda ao idílio de Chiquinho com Nuninha. Muito em surdina chegava a voz de Nonó. A morna falaria, com cer­teza, da alegria de amar e da doçura incomparável que desce, líquida e envolvente, dos olhos negros de uma crioula. A morna de Chiquinho com Nuninha não falaria, não, de saudades lancinantes, da tristeza da separação e do desespero das noivas pelo destino dos namorados emigrantes que os navios-de-vela sepultam no fundo do Golfo quando regressam da América para se casarem com a crioulinha de olhos de uva madura que os estava esperando.

Nuninha. Mas ela envolvia-me com olhares roubados à contemplação das roupas que Tia Alzira ia cosendo. Quando Humberto aparecia, eu ficava danado com as atenções que Nuninha lhe dispensava. Ela, tão recolhida quando não havia ninguém de fora, era toda amabilidades, deferências, segredinhos ao ouvido, que Humberto sublinhava com o seu riso grosso. Achei razão a Andrezinho, para quem Humberto era um felizardo que não tinha problemas. Riso gozado largo, riso de homem que não tem problemas.

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Quando voltei do Grémio para me deitar, dei com Nuninha no meio da escada. Não tive dúvidas de que ela me estava esperando. Vivemos colados um ao outro uma eternidade de segundos. Ela tinha a cabeça derrubada para trás, os olhos pasmados, só se vendo o branco. Saí com a sensação humilhante de não ter sabido saborear o beijo completo que Nuninha me ofereceu. Eu vinha de S. Nicolau, habituado ao amor bruto do dedo mindinho estortegado até obter sim. Mas sentia-me plenamente feliz. O meu amor próprio, que Nuninha beliscara com Humberto, estava vingado. Via bem que Nuninha me pertencia completamente. Nonó percebeu no dia seguinte o meu estado de felicidade:

— Chiquinho, viste passarinho novo...

 

Começamos a entrar no estudo do Padre António Vieira e do seu Sermão de Santo António [aos Peixes]. À medida que fores lendo os textos 1 (A, B, C) e 2, nas pp. 28-30, responde logo, circundando a melhor alínea. (Não consultes outras páginas.)

Texto 1 («Contextualização histórico-literária»), pp. 28-29

O trecho A, retirado da História da Literatura Portuguesa, de António José Saraiva e Óscar Lopes, começa por, nas ll. 1-2, constatar

a) a aplicação da classificação «Barroco» a características da arte e cultura do século XVII europeu.

b) que, no século VII, no ocidente, a arte e a cultura apresentaram características tipificadas como ‘barrocas’.

c) o uso generalizado de «Barroco» como etiqueta apropriada a caracterizar a arte e a cultura ocidentais do século XVI.

d) que a arte e a cultura de seiscentos costumam ser caracterizadas abusivamente como barrocas.

 

No parágrafo seguinte, ll. 3-9, propõe-se que se

a) use o termo «Época Barroca» para todo o período pós-Renascença em Portugal e em Espanha.

b) reserve a classificação «Época Barroca» para a fase entre a Restauração e a ação do Marquês de Pombal.

c) restrinja o âmbito da chamada «Época Barroca» ao período da Restauração.

d) considere com bastante abrangência o período da designada «Época Barroca», incluindo nela a dinastia filipina.

 

Nos dois parágrafos restantes deste excerto, os das linhas 10-18 e 19-31, dá-se-nos o contexto histórico e social, destacando-se a importância

a) da colonização brasileira e comércio daí resultante, do ensino jesuíta, e do surgimento de manifestações culturais que contribuem para afrontar o domínio dos Filipes.

b) do comércio do açúcar, do tráfico de negros para a América do Sul, da exportação do sal, e do papel essencial da Inquisição.

c) dos Lusíadas e das Rimas, de Camões, e de outros textos épicos, bem como da Guerra dos Trinta Anos.

d) das preocupações da Companhia de Jorge Jesus, atingida na sua expansão pela Guerra dos Quarenta Anos (ll. 28-29) e por derrota miserável frente ao PAOK (ll. 2-1).

 

O excerto B, de Ana Hatherly, ao analisar o barroco, sublinha

a) o seu caráter excessivo.

b) a importância do tempo enquanto expressão do triunfalismo.

c) a sua alma.

d) o extremo contraste de algumas das suas características.

 

O excerto que constitui a parte C, de Vítor Manuel de Aguiar e Silva (há pouco dias galardoado com o Prémio Camões), no seu primeiro parágrafo (ll. 1-6), destaca

a) o caráter simples da literatura barroca, que, ainda assim, não deve ser tido como resultante de ornamentos supérfluos.

b) a complicação característica da literatura barroca, que, porém, não equivale a um artifício supérfluo.

c) a fuga e multivalência típicas da literatura barroca, o artifício da arte, que implica certa superficialidade.

d) a complexificação que é timbre da literatura barroca, exagero que devemos considerar como supérfluo.

 

Nas linhas 7-10 do trecho transcrito da fundamental Teoria da Literatura, de Aguiar e Silva, refere-se

a) que a acumulação de metáforas é o processo estilístico mais característico do barroco literário.

b) que a acumulação de figuras de estilo é traço decisivo da estilo barroco.

c) que a antítese é má e violenta, ao contrário da fofa metáfora barroca.

d) uma série de figuras de estilo recorrentes em textos literários barrocos.

 

Estes excertos (A, B, C) são predominantemente

a) descritivos (e, um pouco, narrativos).

b) narrativos (e, um pouco, descritivos).

c) expositivos (e, um pouco, argumentativos).

d) instrucionais (e, um pouco, descritivos).

Texto 2 («António Vieira: um homem do mundo»), p. 30

No primeiro período (ll. 1-4) diz-se-nos que

a) Vieira foi batizado na mesma sanita em que Santo António também higienizou as mãos com gel.

b) Vieira é reconhecido como grande orador religioso e foi batizado na mesma igreja que Santo António.

c) Vieira foi batizado no mesmo local em que Santo António haveria de ser também príncipe dos púlpitos.

d) Santo António recebeu uma embalagem de óleo na mesma igreja em que o Padre Vieira, séculos antes, usou uma pia.

 

O segundo período (ll. 4-9) serve para

a) negar que Vieira tivesse sido «um filho dileto da Companhia de Jesus».

b) recordar que Vieira fora formado com a exigência típica do ensino jesuíta.

c) assumir que Vieira era filho de Jesus e, na sua companhia, estudou Humanidades, Gramática, Astronomia e Matemática.

d) hesitar sobre se o Padre António Vieira estudou com o rigor habitual da Companhia de Jesus.

 

No período terceiro (ll. 9-13) ficamos a saber ter sido Vieira

a) um estudante aplicado e um exímio praticante de esgrima.

b) um discípulo de Santo Inácio e um dos melhores na arte da Retórica no continente europeu.

c) estudante aplicado dos ensinamentos jesuítas e o melhor orador na América até então.

d) exímio desportista e um dos melhores em Retórica no Novo Mundo.

 

No último período do primeiro parágrafo (ll. 13-15) é-nos dito que Vieira

a) procurou levar os outros a ponderarem acerca da justeza das suas ações.

b) incendiou terrenos nas imediações, segundo os ensinamentos do fundador.

c) divulgou os ensinamentos de Cristo por esse mundo.

d) partira pelo mundo a divulgar os ensinamentos da sua consciência.

 

Com o primeiro período do segundo parágrafo (ll. 16-18) ficamos a saber que D. João IV

a) se enganou ao não escolher Vieira para defender a causa portuguesa, dado o seu domínio retórico.

b) incumbiu Vieira de ações diplomáticas pós-restauração, por ele se ter mostrado grande orador.

c) encarregou Vieira de encontrar diplomata que defendesse Portugal e a nova realeza em Estocolmo, Haia, Paris e Roma.

d) encarregou Vieira de defender Portugal e a realeza em Estoucalmo, Aia, Paris Saint-Germain e Rinchoa.

 

Com o período final do segundo parágrafo (ll. 18-21) ficamos a saber que

a) a ação de Vieira foi bem acolhida pelos colonos no Maranhão.

b) os colonos do Maranhão, fartos até dizer chega das reprimendas do Padre, o puseram a andar para Lisboa.

c) Luís Filipe Vieira era adorado pelos colonos do Maranhão mas não pelos colonos do Flamengo.

d) nenhum coração se mostrara tão fácil de governar quanto o dos colonos do Maranhão.

 

«por mais familiarizado que estivesse com os ardis da política» (ll. 18-19) reporta-se a

a) «nenhum coração» (l. 18).

b) Vieira, sublinhando a sua ingenuidade.

c) Vieira, realçando a sua tarimba diplomática.

d) «Maranhão» (l. 20).

 

«procura[r] chamar ao manso rebanho do Senhor» (l. 21) significa

a) ‘apelar a todos a que regressem ao rebanho’.

b) ‘pedir a todos que sejam como animais’.

c) ‘atrair aos ensinamentos cristãos’.

d) ‘chamar ao manso rebanho de Deus’.

 

O período «Nascer pequeno e morrer grande é chegar a ser homem» (já depois do fim do texto de Maria João Martins), e lido também o resto do parágrafo (que é do Padre Vieira), significa que

a) ao crescermos, conhecemos o mundo.

b) nascemos bebés, fazemo-nos adultos, e esse é o percurso de todos.

c) crescemos, desenvolvemo-nos, mas acabamos por morrer.

d) os homens têm uma missão a cumprir.

 

Depois de ler o seu discurso de Natal de 1934, Jorge V, querendo incentivar o filho, sublinha-lhe a importância da comunicação nos tempos que corriam:

«Este aparelho altera tudo. Outrora bastava a um rei fazer boa figura fardado e não cair do cavalo. Agora, temos de entrar na casa das pessoas e ser-lhes simpáticos. Esta família está reduzida a imitar a mais baixa das criaturas: tornámo-nos atores.»

Vê também, à direita, o cartoon «O líder», de Angel Boligan.



Escreve um texto expositivo-argumentativo, com cerca de 150 palavras, que trate o tópico comum à citação de Jorge V e à imagem. Sem que sejam o foco primeiro do teu texto — portanto, apenas enquanto ilustração do que defendas —, podes incluir alguma alusão à frase de Jorge V (e ao caso dramático de Jorge VI) e ao cartoon.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

No final do trecho de hoje do Discurso do Rei, o futuro Jorge VI usa uma série de imprecações. Esses termos soltos — de registo muito popular — não desempenham qualquer função sintática, exprimindo sobretudo uma emoção. Em termos de classes de palavras são integráveis nas interjeições (no manual, estão na p. 368). Nota que o quadro em baixo — que tirei de Da Comunicação à Expressão. Gramática Prática — não contém todas as interjeições, já que se trata de uma classe de palavras aberta (como a dos nomes ou a dos adjetivos mas ao contrário das preposições ou das conjunções).

Em que fila entrariam estas expressões do Duque de Iorque: «M[...]a!» (= ‘cocó!’), «F[...]-se!» (= ‘faça-se amor!’)? E o «berdamerda!» que ouvimos há pouco (ou ouviremos ainda)?

Reações expressas

Interjeições

Locuções interjetivas

dor

Ui!, Ai!

Ai de mim!, Pobre de mim!

alegria

Ah!, Oh!

 

espanto, surpresa

Hi!, Ah!, Olá!, Ena!, Caramba!

Essa é boa!

advertência

Cuidado!

 

desejo

Oxalá!

Deus queira!, Quem dera!, Bem haja!

dúvida

Hum!, Ora!

 

encorajamento, animação

Eia!, Coragem!, Força!, Avante!, Vamos!

Para a frente!

aplauso

Bis!, Bravo!, Viva!

Muito bem!

impaciência, aborrecimento

Ui!, Bolas!, Poça!, Arre!, Apre!, Irra!, Hem!

Raios te partam!, Ora bolas!

resignação

Paciência!

 

chamamento, invocação

Ó! Psiu!, Pst!, Alô!, Olá!, Eh!, Socorro!

Ó da guarda!, Aqui d'el-rei!

[pedido de] silêncio

Psiu!, Chiu!, Silêncio!, Caluda!

 

reclamação, repulsa, rejeição

Hei!, Abaixo!, Safa!, Fora!, Arreda!

 

suspensão

Alto!, Basta!

Alto lá!

indignação

Oh!, Homessa!

Essa agora!

medo, terror

Oh!, Ui!, Uh!, Credo!, Jesus!, Abrenúncio!

Valha-me Deus!

cansaço

Uf!, Ah!

 

TPC — Em Gaveta de Nuvens lê as duas ou três páginas que ficarão sobre ‘Paratexto’; lê ainda o que está em ‘Classes de palavras’ sobre Interjeições.

 

 

Aula 27-28 (3 [4.ª], 5 [3.ª, 2.ª, 5.ª], 9/nov [1.ª]) Entrega e correção da redação feita na última aula.

[Exemplo meu de solução possível:]

No século XX, o advento de dois meios de comunicação que fizeram que o discurso e a imagem do orador chegassem a toda a população reorientou o modo de agir dos governantes. O sucesso da política passou a depender de competências de comunicação. A constatação, feita por Jorge V, de que, dado o surgimento da telefonia, a forma como os outros percecionavam o que o rei dizia se tornara decisiva («Agora, temos de entrar na casa das pessoas e ser-lhes simpáticos») tem correspondência no cartoon de Angel Boligan, onde um aparelho de televisão condiciona a mole que parece obedecer-lhe cega e submissamente.

Por hipérbole, na caricatura a televisão deixou de ser simples intermediária de quem discursasse e apoderou-se das funções do orador, sem que o povo disso se apercebesse. O braço que fura o vidro simboliza o poder da forma e do meio, que já suplantaram conteúdo e agente.

(149 palavras)

Na última aula, tratámos de Paratexto (no fundo, as partes do livro que não correspondem ao texto principal). Faz corresponder os termos (1-22) a cada uma das descrições (a-v). Já resolvi o primeiro termo, a que corresponde a definição i.

1. _i_ Lombada

2. __ Prefácio

3. __ Portada, rosto ou frontispício

4. __ Sinopse

5. __ Dedicatória

6. __ Índice

7. __ Rodapé ou pé

8. __ Capa

9. __ Título corrente

10. __ Adenda ou apêndice

11. __ Bibliografia

12. __ Sobrecapa

13. __ Contraportada

14. __ Posfácio

15. __ Contracapa

16. __ Glossário

17. __ Cinta

18. __ Guarda

19. __ Orelhas, abas ou badanas

20. __ Cólofon ou colofão

21. __ Epígrafe

22. __ Anterrosto

a. Face posterior externa de um livro (pode incluir sinopse, citações de críticos, código de barras).

b. Página branca colocada no início e no fim do livro (não deveria contar para a paginação).

c. Margem inferior da página (onde pode haver notas, além das que fiquem no final do texto).

d. Referência tipográfica registada na última página de um livro («Este livro foi impresso [etc.]»).

e. Frase ou citação colocada no início de um livro ou de um capítulo, por vezes em página única.

f. Página onde aparece o título completo da obra, autor, lugar, editor e data (eventualmente, prefaciador e tradutor); é por ela que se faz a referência bibliográfica.

g. Face anterior externa de um livro (livros podem tê-la mole ou dura).

h. Folha impressa (de papel ou outro material) que pode envolver a capa.

i. Parte lateral de um livro, que une a capa e a contracapa (numa estante é muito relevante).

j. Texto colocado no final de um livro com esclarecimentos, autorais ou não, que parece cumprir desígnios semelhantes que o prefácio mas com maior discrição.

k. Cada uma das partes da capa e da contracapa, ou da sobrecapa, de um livro que se dobram para dentro (podem ter texto sobre o autor, listas de livros da coleção).

l. Banda de papel que pode envolver um livro e que contém elementos que o publicitam.

m. Página ímpar, não numerada, que precede o frontispício e só leva o título (abreviado, se for longo).

n. Frase ou pequeno texto em que o autor oferece a obra a alguém, geralmente numa página isolada.

o. Sumário do conteúdo de um livro (que pode figurar na contracapa ou nas orelhas).

p. Acrescentamento, suplemento, um pouco à margem do resto, no fim de um livro.

q. Verso da portada, onde fica muitas vezes a ficha técnica.

r. Texto introdutório no início do livro, para o apresenta (não costuma ser do autor).

s. Lista, alfabeticamente ordenada, dos termos técnicos utilizados num livro e respetivos significados.

t. Listagem de obras consultadas ou sobre um determinado assunto.

u. Título (abreviado) que fica no cabeçalho das páginas ímpares; nas pares fica, em geral, o nome do autor.

v. Relação dos capítulos, temas, palavras ou autores contidos num livro, com indicação da(s) página(s) em que surgem.

Lê os três excertos no enquadrado azul da metade superior da p. 32. Redige uma síntese que reúna o que esses trechos de Luís Adriano Carlos, Margarida Vieira Mendes e Mafalda Ferin Cunha pretendem realçar (quase em comum). Escreve cem palavras (mas não passes o tempo todo a contá-las).

Os trechos dos três ensaístas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

[Solução possível: Os trechos dos três ensaístas vieirinos coincidem na advertência que nos fazem, a de que os sermões do Padre António Vieira que hoje lemos não correspondem exatamente aos que «aconteceram» nas igrejas seiscentistas onde Vieira os proferiu. O texto escrito que nos chegou — recorda Mafalda Ferin Cunha — é uma reelaboração tardia a partir dos esboços que Vieira retivera dos seus discursos. Por outro lado — referem-no Margarida Vieira Mendes e Luís Adriano Carlos —, é preciso ter presente que a oratória religiosa pressupunha toda uma encenação, como se se tratasse de uma representação teatral, até um cenário, que nos faltam agora. (100)]

Embora o nosso manual não a reproduza, as melhores edições do «Sermão de Santo António [aos Peixes]» incluem a seguinte didascália inicial. (Uso a edição crítica de Arnaldo do Espírito Santo: Padre António Vieira, Sermões, II, Lisboa, INCM, 2010, p. 419.) Reescreve em português atual toda a didascália (na página seguinte), colocando as frases na sua ordem mais natural, trocando as palavras que pareçam antiquadas, traduzindo a epígrafe latina.

SERMÃO DE S. ANTÓNIO

PREGADO

Na Cidade de S. Luís do Maranhão, ano de 1654.

Este Sermão (que todo é alegórico) pregou o Autor três dias antes de se embarcar ocultamente para o Reino, a procurar o remédio da salvação dos índios, pelas causas que se apontam no I. Sermão do I. Tomo. E nele tocou todos os pontos de doutrina (posto que perseguida) que mais necessários eram ao bem espiritual, e temporal daquela terra, como facilmente se pode entender das mesmas alegorias.

Vos estis sal terrae. Matth. 5.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .



As palavras «pregado» e «pregou» são formas do verbo «____» {indica também o número que identifica a cabeça do verbete}. O étimo deste verbo é a palavra latina (aliás, do latim falado por religiosos, o latim dito eclesiástico) «_____». Não se confunde este verbo com o seu ______ {homógrafo / homónimo / homófono} «____», já que, tal como o nome que dele deriva, «pregador», se pronuncia com E aberto (é), cuja representação fonética é ___, enquanto o verbo cuja primeira aceção é ‘_____’ e cujo étimo, também latino, é «______» se diz com um E que quase não se ouve (e), representado no alfabeto fonético por um ___.

TPC — Lê as páginas em Gaveta de Nuvens, retiradas de inteligente enciclopédia de linguística, sobre estes três tópicos: ‘O léxico do português’; ‘Neologismos [vs. Arcaísmos], empréstimos e estrangeirismos’; ‘Palavras [divergentes:] vernáculas e cultismos’.

 

 

Aula 29-30 (6 [4.ª], 10 [5.ª, 2.ª], 11/nov [3.ª, 1.ª]) Correção dos trabalhos com criação de paratexto de livro (cfr. Apresentação).

Explicação sobre Santo António, Padre António Vieira, contexto do sermão (ver Apresentação).

Lendo o capítulo I do «Sermão de Santo António» (pp. 36-38), completa. (Tenta fazer individualmente e, para já, evita ir conversando com os colegas.)

[linhas 1-11] Cristo diz serem os pregadores o _______. Tal como o sal preserva (os alimentos), os pregadores deviam impedir a ______. Mas, se há tantos ______, como se justifica que haja tanta corrupção? Várias hipóteses (e bifurcadas): ou os pregadores não pregam a _____ ou os _____ não a querem; ou os pregadores não fazem o que ______ e os seus ouvintes preferem imitá-los nas ______ e não nas palavras; ou os pregadores pensam mais neles do que em _______ ou os ouvintes, em vez de seguirem os preceitos da religião, preferem reger-se pela sua _______ imediata.

[ll. 12-20]        Então, o que se há de fazer aos _______, que não evitam a corrupção, e aos ouvintes, que não se deixam _______? Como disse Cristo, se os pregadores não cumprem bem, pelas palavras ou pelos _______, o melhor será _______.

[ll. 21-38]        E que se há de fazer aos ________? Santo António, perante um público que não lhe ligava, abandonou-o e foi pregar aos _______.

[ll. 39-50]       Retomando o ‘conceito predicável’: Santo António foi até mais do que «sal da terra», foi também «sal do _____», já que pregou a ______. Mas o autor não quer relatar o que se passou com Santo António, antes acha que, nos dias dos santos — lembremos: era dia 13 de junho, dia de Santo António —, se deve é ______-los.

[ll. 51-55]        Por isso, o orador, o Padre António Vieira, vai também _______ aos peixes; para tanto, invoca _______, cuja etimologia, supostamente, se ligaria ao mar (na verdade, esta etimologia é falsa).

Resolve a correspondência entre recursos estilísticos e exemplos na p. 39, 10:

1. Interrogação retórica = ___

2. Apóstrofe = ___

3. Personificação = ___

4. Gradação = ___

5. Anáfora = ___

6. Enumeração = ___

7. Antítese = ___

8. Alegoria = ___

9. Metáfora = ___

No site da Paróquia de Sant’Ana (Vinhedo, Campinas, São Paulo, Brasil, América do Sul, Terra, Universo), dão-se-nos a conhecer vinte e um milagres de Santo António. O quarto é o milagre do sermão aos peixes, a cujo relato acrescentei duas intervenções da minha lavra. Lê, riscando o que penses serem essas intervenções escusadas.

[4. Milagre do sermão aos peixes]

Santo António foi pregar na cidade de Rimini, onde dominavam os hereges, que resolveram não o ouvir. Frei António subiu ao púlpito e quase todos se retiraram e fugiram. Não esmoreceu e pregou aos que tinham ficado. Inflamado pela inspiração divina, falou com tal energia, que os hereges presentes reconheceram os seus erros e resolveram mudar de vida. Mas o Santo não estava contente com esse resultado parcial. Retirou-se para orar em solidão, pedindo ao Altíssimo que toda a cidade se convertesse.

Saindo do retiro, foi direto às praias do Mar Adriático e, em altos brados, clamou aos peixes que o ouvissem e celebrassem com louvores ao seu supremo Criador, já que os homens ingratos não o faziam. Diante daquela voz imperiosa, apareceram logo os incontáveis habitantes das águas, distribuindo-se ordenadamente, cada qual com os da sua espécie e tamanho (dum lado, as baleias; do outro, as pescadinhas de rabo na boca; do outro, os douradinhos do Capitão Iglo). Os peixes ergueram suas cabeças da água e ficaram longo tempo imóveis, a ouvi-lo (e, nas suas cabecinhas de peixes, alguns, como se fossem alunos da ESJGF, pensaram: «que secante!»).

Os títulos dos outros milagres de Santo António citados no mesmo site são:

«1. Os pássaros e a plantação»;

«2. O jumento curva-se diante da eucaristia»;

«3. Livro roubado»;

«5. O prato envenenado»;

«6. Milagre da bilocação»;

«7. Controlo sobre o tempo»;

«8. Santo António cura um louco»;

«9. Menino salvo pela fé»;

«10. Criada caminha sob forte chuva sem molhar as roupas»;

«11. Santo António ressuscita um morto»;

«12. Salvou um homem da morte por esmagamento»;

«13. Cura de um menino paralítico»;

«14. O menino Jesus aparece ao Santo»;

«15. Santo António reconstitui um pé decepado»;

«16. Morto fala em defesa do pai de Santo António»;

«17. Recupera os cabelos arrancados de uma mulher»;

«18. Conserva um corpo intacto e faz nascer uvas numa videira sem frutos»;

«19. Anel desaparecido do Bispo de Córdova é recuperado»;

«20. Ajuda um bispo a recuperar papéis perdidos»;

«21. O casamento da jovem».

TPC — Relanceia o glossário de termos sobre o sermão que pus em Gaveta de Nuvens («alegoria», «conceito predicável», «exórdio»). Entretanto, no manual podes ler também, no glossário final, as entradas «Sermão» (p. [400]) e «Barroco» (p. 397). Também aconselho muito que vás passando os olhos pelos excertos ensaísticos e esquemas nas imediações das páginas que estivermos a ler em aula (para já, pp. 34-39).

 

 

Aula 31-32 (10 [4.ª], 12 [3.ª, 2.ª, 5.ª], 16/nov [1.ª]) Correção do questionário de compreensão de trechos sobre barroco (ver Apresentação).

Relendo a primeira parte do «Sermão de Santo António» (pp. 36-38), do Padre António Vieira, responde a estas perguntas ou completa as respostas já esboçadas:

Responde, em conjunto, às perguntas 2 e 4 de Educação literária (no cimo da p. 39).

[R.:] O conceito predicável que serve de fio condutor ao sermão é a frase latina __________. É explicado pelo orador nos dois primeiros parágrafos e no início do terceiro para introduzir o exemplo de Santo António. As palavras «sal» e «terra» são retomadas várias vezes em sentido alegórico, simbolizando, respetivamente, _______ e os ouvintes.

Identifica o momento em que o orador realça que foi uma entidade superior quem o responsabilizou por denunciar os males morais e sociais desta terra. De resto há mais argumentos de autoridade (ou seja, recurso à Bíblia ou a exemplo dos chamados Doutores da Igreja). Cita também algum desses argumentos de autoridade.

[R.:] São várias as referências a Cristo ao longo do texto, um argumento de autoridade divina, indiscutível: «________ o disse logo» (l. 13); «Quem se atrevera a dizer tal cousa, se o mesmo Cristo a não _________» (l. 17). São aliás recorrentes os argumentos de autoridade: «Este ponto não resolveu Cristo, Senhor nosso, no Evangelho; mas temos sobre ele a resolução do nosso grande português ______, que hoje celebramos, e a mais galharda e gloriosa resolução que nenhum santo tomou.» (ll. 22-24) e «_______ foram sal da terra; ______ foi sal da terra e foi sal do mar» (ll. 41-42).

Completa esta resposta à pergunta 9 (p. 39), usando só formas verbais.

[R.:] A inserção desta pequena narrativa _______ imprescindível para a posterior utilização da alegoria. Por outro lado, o exemplo de Santo António ______ a urgência da mudança de comportamento e de atitude perante situações semelhantes de corrupção em contextos aproximáveis pela presença do mar. Esta narrativa _______, ainda, um exemplo narrativo que deverá ________ de modelo inspirador para todos os pregadores.

Num poema épico (Os Lusíadas, Eneida, etc.) a invocação é o momento em que o poeta pede inspiração a alguma entidade suscetível de a fornecer (nos Lusíadas, as Tágides e outras ninfas). Também no «Sermão de Santo António» há uma invocação. Explicita.

[R.:] No último parágrafo do cap. I, o orador pede ajuda a Maria (a Virgem Maria, Nossa Senhora): «_____________» (isto é, com o habitual favor). Para melhor justificar o seu pedido, associa o nome da Virgem  a «mar», já que, segundo ele, «Maria» viria de «_______», ‘senhora dos mares’ (o que aliás é uma falsa etimologia).

Ouviremos quatro trechos de bandas sonoras de filmes. Depois de ouvida cada música (durante cerca de dois minutos), terás mais uns três minutos para escrever poucas frases (em prosa — de qualquer género, incluindo prosa poética) que a música te inspire.

Não é dizer «inspira-me isto e aqueloutro», «lembra-me assim ou assado». É escrever o texto inspirado pela música. Por exemplo, a primeira música inspirou-me isto:

[1.]

Viajara ainda de noite. Atravessara o rio já raiava a manhã. Não esperou nem mais um segundo, havia que chegar rápido ao acampamento. Pararia apenas já a cem metros da tenda em que funcionava o quartel-general.

Foi então que verificou mais uma vez se levava a carta. E se a tivesse perdido? Mas logo a sentira, aconchegada no bolso esquerdo.

— Diga ao Marechal que cheguei.

[2.]

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

[3.]

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

[4.]

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

TPC — Em Gaveta de Nuvens vê também as páginas 5 e 6 do Caderno de Atividades (ambas sobre o «Sermão de Santo António») — reproduzirei uma versão que já tem as soluções. Não esqueças ainda a escolha e a leitura de livro (integrável no Projeto de leitura).

 

 

Aula 33-34 (13 [4.ª], 17 [5.ª, 2.ª], 18/nov [3.ª, 1.ª]) Correções dos relatos de milagres de Santo António (ver Apresentação).

Nas pp. 42-43, lê «Expulsão do Paraíso Infernal», de Luísa Costa Gomes:

Indica

o modo literário em que se integra o texto {circunda}: narrativo / lírico / dramático

o número de cenas {e justifica}: _____, dado que o que determina uma mudança de cena é a entrada ou saída de personagens (e parece ________).

a expressão talvez equivalente a ‘Ato I’ (já que não estão assinalados atos): _______.

Transcreve

a primeira palavra da didascália relativa ao cenário: ______

uma didascália já do miolo do texto onde se deem indicações úteis ao encenador e a atores: _____

um ou dois exemplos de deíticos espaciais {só nas falas da p. 42}: ______

um ou dois exemplos de deíticos pessoais {nas falas da p. 42}: _______

um ou dois exemplos de deíticos temporais {nas falas da p. 42}: _______

Cria

três falas («escolares», não gozonas) a inserir na peça (de um Jesuíta, de Índio e de Santo António):

Jesuíta [esta fala ocorreria imediatamente depois da atual linha ___] — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Índio [esta fala ocorreria imediatamente depois da atual linha ___] — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Santo António [esta fala ocorreria imediatamente depois da atual linha ___] —  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Comenta

No título — «Expulsão do Paraíso Infernal» — alude-se à expressão bíblica «Expulsão do paraíso terreal», por ironia e para dar ideia do que acontecia aos índios e ao próprio Padre Vieira à época em que pregava o «Sermão de Santo António». Melhora esta explicação.

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O recorte à esquerda permite-nos ver que o trocadilho com «banco» no anúncio do Banif (Paulo Alves) ou da CGD (Scolari) aproveita duas aceções de «banco»: a segunda no verbete, ‘instituição financeira’, e a _____, ‘móvel para as pessoas se sentarem’ (embora, num dicionário mais completo, decerto figurasse ainda o sentido específico de ‘banco de suplentes’). Estamos, portanto, no domínio do campo ______ {lexical / semântico / relvado} de uma única palavra. Estamos perante um fenómeno de polissemia.

Já «canto» (‘ângulo’) e «canto» (‘ato de cantar’) — à direita — não são aceções de uma mesma palavra. São duas palavras diferentes, como se conclui do facto de estarem em verbetes próprios e confirma o terem étimos diferentes (____ e cantu-). São palavras ______ {homónimas / polissémicas / maluquinhas / homógrafas / homófonas}. São exemplos de um fenómeno de homonímia.

A propósito de «Mofo ou bafio?» e «Primeiro-ministro discursa» (série Lopes da Silva):



A relação que há entre os dois verbos «mofar» cujos verbetes (do Dicionário da Língua Portuguesa, Porto, Porto Editora, 2011) te apresento é de _____ {polissemia / homonímia}. São palavras _______ {iguais / homónimas / homógrafas / homófonas}, como se infere de terem origem diferente: o étimo de «mofar» é o germânico «____» (‘estar mal-humorado’), enquanto «mofar» virá de «mofo» + «___».

A estas palavras, que, tendo étimos diferentes, vieram a coincidir (mas apenas na aparência gráfica e fonética) chamamos também, numa perspetiva histórica, palavras _______ {divergentes / convergentes}.

Este processo nada tem que ver com o da ________: aí, temos uma mesma palavra original a ganhar vários sentidos (várias aceções), num fenómeno de enriquecimento semântico (seja por _______ do sentido inicial, seja por redução).




Quanto a «mofo» e «bafio», são palavras _______ {polissémicas / monossémicas}, mesmo se os sentidos de «bafio» não estão numerados. Aliás, têm uma aceção comum a ambas, ‘_______’, e uma outra em que o significado dado remete precisamente para o outro elemento do par de aqui se trata. Há depois uma aceção popular, coloquial, de «mofo», correspondente a ‘_______’, mas já distante das outras.

Ou seja, a diferença que no sketch se queria encontrar não está dicionarizada. A diferença percecionada pelos dois amigos dever-se-ia a uma _______ {denotação / conotação / homonímia} de ordem puramente subjetiva.



Nos verbetes de «maniatar» e de «bloquear» reconhecemos a aceção em que o político usava as duas palavras; a aceção n.º ____ de «maniatar» e a n.º ____ de «bloquear». No entanto, as pessoas que ouvem o discurso parecem atribuir a «maniatar» ______ {conotação / denotação / polissemia} diferente da que dão a «bloquear».

Esse matiz mais ofensivo talvez esteja contemplado na aceção n.º ____ do verbete, marcada com a abreviatura que assinala sentido ______: ‘tolher a liberdade’.

Porém, também pode ser que a aversão a «maniatar» se relacione com o facto de esta palavra, na aceção 2, incluir expressões do campo lexical da ‘polícia’: «_____», «______». A multidão interpretaria «maniatar» nesse sentido, sinónimo de «algemar».

No sketch «Parvoíce em torno de sinónimos» (série Meireles) também se brinca com subtis ______ {conotações / denotações} atribuídas a cada palavra, confirmando-se, se acreditássemos sempre nos contrastes usados — «fez»/«efetuou»; «parece-me que»/«dá-me a sensação de que»; «permite»/«possibilita»/«torna possível»; «preciso»/«exato»; «entrevista»/«conversa amena», etc. —, que não há sinónimos perfeitos.



 

O anúncio em cima é bom pretexto para aplicarmos a noção de «polissemia» (e as de «aceções», «campo semântico», «sentido conotativo»). O slogan deste texto publicitário assenta numa estratégia de exploração do valor polissémico de «sermão».

Explica essa estratégia num comentário com cerca de cem palavras, aproveitando o verbete de dicionário reproduzido à direita e não deixando de usar os termos que assinalei a negro.



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[adaptado do manual Expressões 11]

TPC — Em Gaveta de Nuvens relanceia «denotação, conotação; polissemia; hiperonímia,holonímia» (é o mesmo capítulo de que já terás estudado «campo lexical, campo semântico»). Entretanto, não te esqueças de me responder na Classroom sobre o que estás a ler (ou se precisas de ajuda minha); mas, por favor, lê o que está escrito sobre o PL quer em Gaveta de Nuvens quer junto da própria pergunta na Gaveta do 11.º #.ª.

 

 

Aula 35-36 (17 [4.ª], 19 [3.ª, 2.ª, 5.ª], 23/nov [1.ª]) Há duas aulas, lemos o início do «Sermão de Santo António [aos Peixes]», do Padre António Vieira. Esse primeiro capítulo corresponde ao exórdio.

Partindo da citação «Vós sois o sal da terra» (Vos estis sal terræ) — o conceito predicável —, o Padre António Vieira constatava que os pregadores não exerciam bem o seu papel (ou os ouvintes não se deixavam catequizar). Assim — e porque se estava a 13 de junho, dia de Santo António —, o orador decide imitar o que fizera o grande santo português, que pregara a peixes, quando os homens não o queriam ouvir. Também Vieira, no seu sermão de 13-6-1654, proferido em São Luís do Maranhão, se dirige aos peixes.

Vamos ver o que o manual reproduz do segundo capítulo (pp. 44-45). Vai lendo as linhas que indico e respondendo de imediato. Não queiras decifrar todas as palavras, tenta inferir o seu sentido. De qualquer modo, ficam aqui alguns significados:

8: «o são» = ‘o que está são, o que é saudável, bom’ | 21: «quietação» = ‘sossego, tranquilidade’ | 26: «concurso» = ‘afluência’ | 27: «tiveram» = ‘tivessem’ | 34: «bugio» = ‘espécie de macaco’ | 35: «afora aquelas aves» = ‘além daquelas aves’ | 36: «açor» = ‘ave de rapina’ | 38: «pegos» = ‘sítios mais fundos’ | 39: «fie» = ‘confie’ | 40: «deitam» = ‘atribuem’ | 43: «trato» = ‘convivência’ | 44: «muito embora» = ‘em muito boa hora’| 48: «cerviz» = ‘parte posterior do pescoço’.

linhas 1-6

Pregar a peixes tem uma desvantagem: é os peixes não se _____________; porém, isso sucede com tanta gente, que já não se pode considerar caso especial.

Passa para português contemporâneo: «pelos encaminhar sempre à lembrança destes dois fins» (l. 6) — no fundo, vais desfazer a contração de preposição e pronome:

________ sempre à lembrança destes dois fins (Céu e Inferno).

linhas 6-18

Sintetiza o resto deste primeiro parágrafo, completando a resposta a seguir.

Em função de duas qualidades que tem o sal — conservar e ______ —, também o autor divide o seu sermão em _____. Na primeira, elogiará _________ ; ____________. (Com efeito o «Sermão [...]» pode repartir-se em «louvores» (elogios) — caps. II-III — e «repreensões» — caps. IV-V —, como se vê no esquema ilustrado da p. 35.)

linhas 19-52

Esta parte do texto é um rol de qualidades dos peixes (no original, são mais, mas o manual omite alguns passos). Preenche os itens, sintetizando os elogios aos peixes.

l. 2: ouvem e não falam

ll. 20-21: acudiram ________ pela honra de Deus

ll. 21-22: ouviram Santo António com _________

ll. 32-33: __________

l. 39: nenhum ______

ll. 39-40: todos ________

Identifica a «virtude» dos peixes salientada no terceiro parágrafo (ll. 32-52) e diz que mensagem, através desse louvor, o pregador pretende transmitir aos seus ouvintes verdadeiros.

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Na parte do «Sermão de Santo António» que vimos hoje (pp. 44-45), expressões como o vocativo «irmãos peixes» (l. 7) ou «vosso pregador António» (l. 9) ajudam a criar o dispositivo alegórico que o orador já anunciara (fingir pregar a peixes). Desenvolve esta ideia num comentário de 100 palavras que inclua as palavras (que sublinharás) «alegoria», «pregador», «ouvintes», «Santo António», «peixes», «Padre Vieira», «colonos».

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Avaliar a coerência de um texto implica verificar se nele se cumprem os princípios (vê as definições na p. 386) da

relevância,

não contradição,

não redundância (ou não tautologia).

Nos sketches que veremos (série Lopes da Silva) são infringidos alguns daqueles princípios, o que faz que a situação seja incoerente e percebida como absurda. É claro que essas infrações, neste caso, são propositadas — é a falta de coerência que torna tudo risível.

Para completar o quadro, usarás relevância, não contradição, não redundância.

[Em aula só se resolveram os cinco primeiro sketches; os restantes serão vistos só na próxima aula; na Apresentação figuram as correções destes cinco primeiros.]

 

Inspetor que não sabe fazer perguntas

As perguntas do inspetor não têm relação com a informação anterior, não são pertinentes, não se cumprindo o princípio da _____.

Falta por motivos profissionais

No início, a intervenção do funcionário preguiçoso é insuficiente em termos de informação («Passa-se isto assim, assim»). Há depois expressões «circulares», a que falta informação («Não posso vir ao emprego por motivos profissionais» é quase um pleonasmo), o que corresponde a quebra do princípio de _______.

O que eu gosto do meu Anselmo!

Quando Anselmo, pouco depois de ter enaltecido o amor que os unia, diz que a mulher nem gosta dele, infringe o princípio da ______.

Bode expiatório

O empregado que arca com as culpas de todas as incompetências no escritório repete «A culpa foi minha. Não há desculpa para o que fiz. Se alguém deve ser responsabilizado, sou eu. É impressionante a minha irresponsabilidade!». Podemos reconhecer aqui uma infração ao princípio da ______.

Filho do homem a quem parece que aconteceu não sei quê [e genérico do episódio]

Tanto o pai como o filho, ao «pronominalizarem» muito, omitindo palavras com referentes percetíveis, tornam a comunicação inviável, por falta de clareza. Falha, de novo, o princípio da ______, uma vez que não há progressão na informação que nos é dada. No genérico final, também falha o mesmo princípio, mas por demasiadas repetições.

Sabes onde há gajas boas?

A insistência na pergunta inicial, até nos cansarmos de tanta repetição e da ênfase na bondade das «gajas», é uma infração ao princípio da _______. Atenta-se também contra o princípio da ______, porque a pergunta implicava que quem a fazia soubesse a resposta, o que, inesperadamente, não sucede.

Chamada por engano

Na conversa entre jornalista e senhora da Venda Nova falha sobretudo o princípio da _____, na medida em que a interlocutora insiste em fazer pedidos («dispensava-me o seu bidé?») que não servem o objetivo do telefonema (falar do Iraque), estão à margem do tópico central.

Conversa na esplanada

Os amigos não se interessam pela história do indivíduo que tem uma alface de estimação: desviam-se para outro assunto («É o Edmundo?»; «São 4h34») ou não percebem o que está a ser defendido («há alfaces tenrinhas»; «se fosse uma alface lisa»). Infringem o princípio da ______.

Bomba a bordo

O insólito resulta de comissário e comandante agirem como se não detivessem um saber comum (‘bombas não são desejáveis’), o que viabiliza a interação com o bombista.

Albert George, nascido em 1895, foi inesperadamente rei de Inglaterra. Foi excelente atleta, serviu na Armada Real, lutou na I Guerra, tendo sido sempre educado no pressuposto de que o seu irmão Eduardo seria rei. Afinal, Jorge VI reinaria, e numa época dramática. Coube-lhe a ele anunciar aos ingleses que, mais uma vez, a Inglaterra estava em guerra.

[O discurso do rei]

Nesta hora difícil, talvez a mais dolorosa da nossa história, transmito para todos os lares do meu povo, tanto aqui como além mar, esta mensagem dita com o mesmo sentimento profundo por cada um de vós como se eu pudesse entrar nas vossas casas e falar-vos diretamente.

Pela segunda vez nas nossas vidas, estamos em guerra.

Tentámos e tentámos descobrir uma saída pacífica, ultrapassando as diferenças entre nós e os nossos inimigos; mas tudo foi em vão.

Fomos forçados a um conflito, pois com os nossos aliados fomos levados a enfrentar um desafio que põe em causa um princípio que, se perdurasse, se revelaria fatal em qualquer linha civilizada do mundo.

É um princípio que permite a um Estado, numa simples procura egoísta de poder, desrespeitar tratados e juramentos solenes, justificando o uso da força ou da ameaça da força contra um Estado soberano e independente de outros Estados.

Um tal princípio, despido de qualquer disfarce, é certamente a doutrina mais primitiva de que poder constitui um direito, e, se este princípio se estabelecesse em todo o mundo, a liberdade do nosso próprio país e de toda a Comunidade Britânica de nações estaria em perigo.

Mas, mais do que isto, os povos do mundo estariam unidos pelo medo e seria o fim de todas as esperanças de uma paz estável e segura, de justiça e liberdade entre as nações.

Este é o derradeiro fim que me leva a falar-vos para casa, e ao meu povo além mar, que fará dele a nossa causa.

Peço-vos que permaneçais calmos e firmes e unidos nesta prova.

A tarefa será dura. Aproximam-se certamente dias sombrios e a guerra deixará de estar confinada aos campos de batalha, mas só poderemos agir bem se conhecermos o bem e, humildemente, dedicarmos a nossa causa a Deus. Se a ela permanecermos fiéis, prontos para qualquer tarefa ou sacrifício que nos seja exigido, então, com a ajuda de Deus, venceremos.

[texto introdutório e tradução do discurso de Jorge VI tirados de Isabel Casanova, Discursar em português... E não só. O discurso em análise, Lisboa, Plátano, 2011]

TPC — O exame nacional de 2019, 1.ª fase, no seu grupo I, parte B, incluía três itens sobre o passo do «Sermão de Santo António» que lemos hoje. Vê em Gaveta de Nuvens como era essa parte da prova (itens 4, 5, 6) e os respetivos critériosde correção (pp. 7-9).

 

 

Aula 37-38 (20 [4.ª], 24 [5.ª, 2.ª], 25/nov [3.ª, 1.ª]) Quanto aos textos inspirados em bandas sonoras, o aspeto que, por vezes, falhou foi haver alusões a contextos musicais (referindo ou não explicitamente a banda sonora) — por exemplo, mencionar-se um dado instrumento ou um concerto. Outras falhas têm que ver com ortografia ou sintaxe (e estão marcadas nas vossas folhas; no caso do 11.º 5.ª, vejam a cópia no PDF em anexo — desculpem-me irem os textos de todos em conjunto, mas não creio dever haver sigilo entre trabalhos da mesma turma; a ordem é a da pauta). Vejam-se agora os trailers dos filmes cujas bandas sonoras aproveitámos:

As páginas 386-388 do manual tratam de Coerência, que estudámos na última aula, e de Coesão textual, que abordaremos agora.

Especificamente sobre a coesão textual, a tabela a seguir agrupa erros (encontrados em escritos de turmas do 11.º ano) que exemplificam o incumprimento dos vários mecanismos a que devemos recorrer. Na coluna do meio, corrigirás o que retirei de redações e que evidencia alguma falha nas estratégias que tornam os textos coesos. (A seguir à tabela vai a minha correção, comentada oralmente, mas não deixes de experimentar tu preencher as lacunas, ainda que sem insistires demasiado em caso de dúvida.)

Coesão frásica

trecho agramatical

trecho corrigido

fonte do problema

conhecido pelo o nome

conhecido ___ nome

 

ortografia

à [á] tempos encontrei o José

__ tempos encontrei o José

o facto de haverem nomes portugueses

o facto de ___ nomes portugueses

 

concordância

o grupo mais numeroso dos apelidos vêm de

o grupo mais numeroso dos apelidos ____ de

prefiro isto do que aquilo

prefiro isto _____

 

 

 

regência

os políticos aperceberam-se que

os políticos aperceberam-se ____

a convicção que Lionel era bom médico

a convicção ____ Lionel era bom médico

o aspeto que chamei a atenção

o aspeto _____ chamei a atenção

a parte que mais gostei

a parte ____ mais gostei

chamou a filha de «Maria Albertina»

chamou a filha «Maria Albertina»

o rei Jorge VI que era gago, tinha de discursar

o rei Jorge _______ tinha de discursar

 

 

função sintática (e pontuação que implica)

«Maria Albertina» cantada agora pelos Humanos foi escrita por Variações

«Maria Albertina» __________ foi escrita por Variações

como por exemplo a telefonia

_______ a telefonia

Coesão interfrásica

terminou o discurso continuando a

terminou o __________ a

 

 

 

 

reconhecimento de subordinação ou coordenação

 

A letra foi criada por Variações, e a música foi modernizada pelos Humanos

A letra foi criada por ________ a música foi modernizada pelos Humanos

Sendo que

[Frase anterior], sendo que

Pois o rei gaguejava.

___________

Estando o rei cada vez mais gago.

Estando o rei cada vez mais gago, [subordinante]

o facto da Albertina ter uma filha

o facto ___ Albertina ter uma filha

apesar do rei sofrer de gaguez

apesar ____ rei sofrer de gaguez

Concluindo,

Ou seja,

Como já referi,

Hoje em dia,

Nos dias de hoje,

Na minha opinião,

 

ø

 

 

 

banalização de articuladores

 

Direi então que

_______

Coesão temporal

Bertie não discursou no Natal mas, antes, falou em Wembley

Bertie não discursou no Natal mas, antes, ______ em Wembley

 

 

correlação dos tempos verbais

Antes de ter conhecido Lionel, Bertie experimentou várias terapias

Antes de ter conhecido Lionel, Bertie _______ várias terapias

não falava com Lionel meses

não falava com Lionel ___ meses

Não acho que será correto

Não acho que ____ correto

modo exigido pela negativa

Agrada-me que escolheste um bom nome

Agrada-me que ________ um bom nome

modo exigido pela subordinação

Coesão referencial

O surgimento da rádio foi o azar de Bertie. Porém, ele venceria a rádio

O surgimento da rádio foi o grande azar de Bertie. Porém, ________

anáfora e elipse

António Variações critica o novorriquismo nos nomes. António Variações refere a

_________ critica o novorriquismo nos nomes. António Variações refere a

catáfora

Bertie ficou angustiado. Ele falara pouco mais do que

Bertie ficou angustiado. Falara pouco mais do que

______

O filho de Jorge V era pai de Elisabeth e Margaret. Ele tinha aquelas duas filhas

O filho de Jorge V era pai de Elisabeth e Margaret. _____ tinha aquelas duas filhas

correferência não anafórica

O rapaz [de] que o pai era Jorge V

O rapaz _____ pai era Jorge V

pronominalizações diversas

O século passado, onde nasceu a telefonia,

O século passado, _____ nasceu a telefonia,

Coesão lexical

a citação que faz Jorge V

a _________ que faz Jorge V

 

pertinência do termo

o cartoon demonstra

o cartoon _______

o cronista fala que

o cronista _______ que

A rádio acabava de surgir. Foi a rádio que

A rádio acabava de surgir. Foi a _______ que

sinonímia

a escolha dos nomes mostra que os portugueses têm pouca criatividade. Essa não originalidade

a escolha dos nomes mostra que os portugueses têm pouca criatividade. Essa ________

 

antonímia

A rádio acabava de surgir. Foi a rádio que

A rádio acabava de surgir. Foi _____ ________ que

hiperonímia

coisas do género

[termo mais específico]

_________

Vê, e ouve, esta correção da tabela (que ficou mais demorada, e arastada sobretudo, do que gostaria que tivesse ficado):

Do quadro sobre Coerência — propositadamente infringida em sketches da série Lopes da Silva — que começáramos na última aula faltava-nos completar estas filas (com relevância, não redundância, não contradição): [11.º 5.ª: nas folhas da aula de hoje, repeti, no final de tudo, essa parte do quadro; podes ires escrevendo aí ou usando a tabela completa da aula anterior]

Sabes onde há gajas boas?

A insistência na pergunta inicial, até nos cansarmos de tanta repetição e da ênfase na bondade das «gajas», é uma infração ao princípio da _______. Atenta-se também contra o princípio da _______, porque a pergunta implicava que quem a fazia soubesse a resposta, o que, inesperadamente, não sucede.

Chamada por engano

Na conversa entre jornalista e senhora da Venda Nova falha sobretudo o princípio da _____, na medida em que a interlocutora insiste em fazer pedidos («dispensava-me o seu bidé?») que não servem o objetivo do telefonema (falar do Iraque), estão à margem do tópico central.

Conversa na esplanada

Os amigos não se interessam pela história do indivíduo que tem uma alface de estimação: desviam-se para outro assunto («É o Edmundo?»; «São 4h34») ou não percebem o que está a ser defendido («há alfaces tenrinhas»; «se fosse uma alface lisa»). Infringem o princípio da _______.

Bomba a bordo

O insólito resulta de comissário e comandante agirem como se não detivessem um saber comum (‘bombas não são desejáveis’), o que viabiliza a interação com o bombista.



As reações à ereção da estátua do Padre António Vieira (referidas no trecho de episódio do Governo Sombra que acabaste de ouvir), a recente polémica acerca da criação de um Museu das Descobertas (o nome deixaria transparecer uma posição de superioridade do povo colonizador) ou a discussão acerca da necessidade de devolver objetos artísticos trazidos para os museus europeus nos séculos passados são alguns dos casos reveladores de que a maneira como se vê a história dos povos pode moldar-se à evolução de juízos ideológicos. [Em aula, referi também escritores e cineastas cuja obra passou a ser proscrita por editoras ou distribuidoras depois de conhecidos aspetos do s[eu percurso de vida (Céline, Woody Allen, James Franco); livros que saíram do cânone por conterem abordagens consideradas agora racistas (alguns dos álbuns de Tintin; a série dos Tom Sawyer); e lembrámos também o que acontecera a premiados recentes quando foram descobertos pecados políticos de juventude (o Nobel Peter Handke; o Camões Vítor Aguiar e Silva).]

Escreve texto de opinião (na p. 364 explica-se este género) que aborde o mesmo assunto, a nossa relação com testemunhos do passado (históricos, literários, religiosos, de tradições), especialmente com os que contendam com modos de pensar hodiernos. [11.º 5.ª: cerca de 150 a 200 palavras; nas outras turmas ficou para completar em casa; sugiro que, sem pressas (nas outras turmas o processo ainda vai demorar mais uma aula porque só me trazem depois), descarreguem na Classroom o vosso texto, em Word ou, se manuscrito, mesmo em imagem — que eu consiga ler...]

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

TPC — Em «Coerência e coesão textuais» (Gaveta de Nuvens), lê a parte sobre ‘Coesão’ (as páginas iniciais, sobre coerência, podes olhá-las com menos atenção); no manual, as pp. 386-388 tratam dos mesmos assuntos. Relanceia a ficha ‘Texto e textualidade’ (coerência e coesão) no Caderno de Atividades (pp. 32-33), que reproduzirei já com soluções.

 

 

Aula 39-40 (24 [4.ª], 26 [3.ª, 2.ª, *5.ª], 30/nov [*1.ª]) {*por classroom} Segue-se um resumo do capítulo III do «Sermão de Santo António aos Peixes», tirado de um livro para crianças (Padre António Vieira, Sermão de Santo António aos Peixes, adaptado para os mais novos por Rui Lage; ilustrações de André Letria; Quasi, 2008) e completado por mim num dos parágrafos.

Lê o resumo e completa o quadro a seguir. (Podes dar uma vista de olhos ao trecho do cap. III que está no manual, na p. 47.)

[p. 47, ll. 1-4] Apenas de alguns de vós, irmãos peixes, falarei agora.

[manual omite] O primeiro tem lugar na Escritura, é o peixe de Tobias. Ia Tobias pela margem de um rio, quando um peixe enorme veio na sua direção para o comer. O anjo Rafael disse a Tobias que arrastasse o peixe pela barbatana e lhe retirasse as entranhas, já que o fel (a bílis) lhe seria útil, para curar a cegueira, e o coração, para vencer os demónios. Com efeito, o fel serviria para aplicar nos olhos do pai de Tobias, que, sendo cego, logo recuperou a visão. Quanto ao coração, queimada uma sua parte, fez afastar um demónio que assaltara o próprio Tobias.

[p. 47, ll. 5-34] Quem haverá que não louve e admire muito a rémora, peixinho tão pequeno no corpo e tão grande na força, que, não sendo maior que um palmo, quando se pega ao leme de uma nau da Índia a prende e amarra mais que as próprias âncoras? Oh, se houvesse uma rémora na terra que tivesse tanta força como a do mar, menos perigos haveria na vida e menos naufrágios no Mundo!

[manual omite] Não menos admirável é a tremelga, ou raia elétrica, a que os latinos chamaram torpedo. Cá a conhecemos mais de fama que de vista. Mas com as grandes virtudes é assim: quanto maiores são, mais se escondem. O pescador segura a cana na mão e deixa o anzol ir ao fundo; mal a raia morde o isco, começa a tremer-lhe o braço. De maneira que passa a força da boca do peixe ao anzol, do anzol a linha, da linha à cana e da cana ao braço do pescador. Oxalá aos padres, pescadores da terra, lhes tremesse assim o braço do esforço de tanto pescarem almas! Tanto pescar e tão pouco tremer!

[manual omite] Navegando daqui para o Pará, vi correr pela tona da água, aos saltos, um cardume de peixinhos que não conhecia. Disseram-me que lhes chamavam quatro-olhos, e na verdade me pareceu que eram quatro os seus olhos, em tudo perfeitos. «Dá graças a Deus», disse a um destes peixes, pois às águias, que são os linces do ar, deu-lhes a natureza somente dois olhos, e aos linces, que são as águias da terra, também dois; e a ti, peixinho, quatro.

A razão dos quatro-olhos é a de que estes peixinhos, que andam sempre na superfície da água, não só são perseguidos por outros peixes mas também por aves marítimas que vivem na costa. Como têm inimigos no mar e inimigos no ar, dobrou-lhes a natureza as sentinelas e deu-lhes quatro olhos. Ensinou-me esse peixinho que tanto devo olhar para cima, onde há o azul do céu e nuvens que passam, cheias de sonhos, como para baixo, onde há terra, respeitando a natureza e vivendo em harmonia com bichos e homens.

[manual omite] Por fim, irmãos peixes, dou-vos graças porque ajudais os mais pobres. Elogiem-se na mesa dos ricos as aves e os animais terrestres com que se fazem esplêndidos banquetes, mas vós, peixes, continuai a alimentar os pobres, e sereis recompensados. Tomai o exemplo das irmãs sardinhas. Porque cuidais que as multiplica o Criador em tão grande número? Porque são sustento de pobres. As solhas e os salmões são raros, porque se servem à mesa dos reis e dos poderosos, mas o peixe que sustenta a fome dos pobres, a esse, Cristo o multiplica e aumenta.

Peixe

Característica boa (que deve servir de exemplo aos homens)

Peixe de Tobias

As suas entranhas deitavam um fel que _____________________.

Rémora

Apesar de pequeno, fixando-se ao leme de um barco, _________________.

Torpedo (raia elétrica)

Quando toca no isco, _____________________.

Quatro-olhos

Os seus quatro olhos permitem que _____________________________.

Sardinha

Serve de _______________________.

Vê a correção (nesta apresentação com a gravação também dos meus comentários orais):

Vê também este clip com rémoras (interessa só o primeiro minuto e meio):

Na p. 46, depois de leres as definições de tipos de argumentos ao cimo, faz a correspondência pedida na metade inferior da mesma página («Leitura, 1»).

Excerto textual a = __ ({hesito}); b = __; c = __; d = __; e = __; f = __.

Repara agora também nesta outra classificação de tipos de argumentos (que inclui dois da do manual):

Argumento por analogia — Assimilação de uma relação geralmente conhecida a outra, que pode ser mais problemática. Aproximam-se dois fenómenos particulares. A refutação típica de um argumento por analogia é «não se podem comparar coisas que não são comparáveis». No campo jurídico, o precedente implica um argumento analógico.

Argumento dedutivo (dedução) — Passagem de proposições, tomadas como premissas, para uma nova proposição, que é a sua consequência necessária. Trata-se de um argumento «lógico»: «Todos os homens são mortais | Arnaldo é homem | Arnaldo é mortal».

Argumento indutivo (indução) — Passagem do particular para o geral. Partindo de um facto, observação, experiência, conclui-se uma lei geral (estamos no domínio da probabilidade): «A água do Tejo, do Douro, do Mondego é doce | O Tejo, o Douro, o Mondego são rios | A água dos rios é doce».

Argumento de autoridade — Citação de alguém reconhecido como autoridade na matéria em causa.

[usei sobretudo: Rui Alexandre Grácio, Vocabulário Crítico de Argumentação, Coimbra, Grácio Editor, 2013]

Na p. 53, resolve o ponto A, atentando na diferença entre discurso fechado e discurso aberto.

R.: A ordem seria (só o ponto 3 está fora do seu lugar): __, 1, __, __, __, 6.

Em B, dá-se-te um exemplo de exemplo («Gil Vicente, no Auto da Barca do Inferno, utiliza as seguintes figuras alegóricas: o Anjo e o Diabo»), para que digas qual seria o argumento que ele poderia vir apoiar, vir a ilustrar.

R.: O exemplo dado parece adequar-se mais ao argumento ___ («A alegoria possibilita a reflexão crítica de uma forma indireta»).

Em C, são argumentos os números __, __, 6; e exemplos, __, __, 5.

Depois de vermos dois trechos de episódios da segunda temporada do Programa do Aleixo, completa.

episódio 1 (vê só de 1.20 a 5.10):

episódio 3 (vê só de 0.45 a 4.40):

No episódio 1 é discutida a tese «É preferível urinar-se no ____________». Nesse «Debate Tipo Prós & Contras», a referida tese é ________ por uns (Busto, Nélson) e refutada por outros (Renato, Bussaco, Bruno).

Os «argumentos» — na verdade, não se trata de argumentos bem formulados, mas podemos reconstituir as premissas em que se fundariam —, em apoio ou em prejuízo da _____, podem exemplificar a tipologia na página anterior (nota, porém, que este exercício é bastante amador — é bem provável que estes «argumentos» pudessem ser escrutinados de outro modo):

Completa com dedutivo / indutivo / por analogia / de autoridade

Faço na mata porque o chichi também é natureza (Bussaco)

{Mata integra natureza / Chichi lembra natureza / Chichi deve fazer-se na mata}

Argumento _____

Faço no duche porque uma vez saí do banho para fazer chichi e, quando voltei para o banho, já não havia água. (Nélson)

{Uma vez saí do banho e deixou de haver água / Presumo que todas as vezes que saia do banho faltará a água}

Argumento _____

Não havia água, porque puxaste o autoclismo. (Renato)

{Inválido, porque pode haver outros motivos para faltar a água}

Argumento indutivo

Se não puxasse, ficava a casa de banho a cheirar a chichi. (Nélson)

{Se o chichi ficar na retrete, a casa de banho cheirará mal / Se não puxar o autoclismo, o chichi fica na retrete / Se não puxar o autoclismo, a casa de banho cheirará mal}

Argumento _____

Se se fizer chichi no banho, poupam-se descargas de autoclismo. (Busto)

{Se se fizer chichi no banho, usa-se menos vezes a sanita / Se se usar menos vezes a sanita, poupam-se descargas do autoclismo / Se se fizer chichi no banho, poupam-se descargas do autoclismo}

Argumento _____

Ao contrário da água dos autoclismos, que vai para o mar, a do duche volta a ser distribuída; por isso, se se fizer chichi no duche, beberemos a nossa urina. (Bruno)

Argumento _____, assente em premissa falsa

A água com detergente das casas de banho vai para a piscina, porque a piscina tem um cheiro característico e é azul, e a água com detergente tem um cheiro característico e é azul. (Nélson)

{Inválido, porque o cheiro característico não tem de vir obrigatoriamente da água com detergente}

Argumento _____

No episódio 3, Renato alega que «uma vez, um homem morreu depois de ter bebido por latas com urina de rato», o que constitui um argumento _______ (se isso aconteceu uma vez, é de prever que aconteça assim mais vezes).

Falta-nos um exemplo de argumento de autoridade, mas podíamos inventá-lo: {sobre a tese ‘Beber diretamente da lata é perigoso’}: «. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .».

Vê as correções (que irei comentando), e também já a explicação da tarefa de escrita:

O que te peço são os dois parágrafos (com dois argumentos e respetivos exemplos — um ou dois por cada argumento) que são pedidos no cimo da p. 53 (Escrita). Argumentos podem ser favoráveis ou desfavoráveis à tese. (Tanto podes escolher ambos favoráveis ou desfavoráveis, como usares um de cada posição.)

O tema não será o do manual, mas este (apresento-o já em forma de tese):

«As touradas devem ser mais taxadas que outros espetáculos.» (Na gravação com a correção sobre argumentos, expliquei brevemente o que significava taxar um espetáculo mais do que os outros.)

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

(Os colegas do 11.º 1.ª podem fazer em papel e levar-me estes parágrafos na quarta, dia 2; a turma 11.º 5.ª deve descarregar os seus parágrafos, em manuscrito (imagem) ou em Word.)

TPC — Avança mesmo na leitura.

 

 

Aula 41-42 (27/nov [4.ª], 2 [3.ª, 1.ª], 3/dez [2.ª, 5.ª]) Correção de textos de opinião sobre forma de nos relacionarmos com a história (ver Apresentação).

Vai lendo «O cérebro dos golfinhos» (p. 48) e circundando a melhor alínea de cada item. (Por favor, não consultes outras páginas do manual.)

 

No terceiro período, a oração adjetiva relativa «que escutam todos estes sons» (l. 3)

a) devia estar delimitada por vírgulas, porque se trata de um modificador apositivo.

b) não está entre vírgulas, porque o seu sentido é restritivo.

c) não poderia nunca estar entre vírgulas, porque estas separariam sujeito e predicado.

d) deveria ter uma vírgula apenas (antes de «que»).

 

As aspas — as do texto, note-se — em «“linguística”» (l. 4)

a) assinalam o sentido porventura denotativo da palavra.

b) marcam uma citação.

c) vincam a ironia.

d) atenuam o sentido, deixando perceber um valor conotativo.

 

Quando Justin Gregg lembra que «Também não existem provas de que os golfinhos não possam viajar no tempo, não consigam dobrar colheres com a mente, nem sejam capazes de disparar raios laser pelos espiráculos» (ll. 13-15), pretende

a) defender que não se deve descartar a existência da linguagem dos golfinhos só por não haver provas dela.

b) sublinhar que não é razoável prosseguir com a crença de que os golfinhos têm uma linguagem.

c) assumir como possíveis as três situações que refere, ainda que lhes falte comprovação.

d) vincar que, ao contrário das situações improváveis que menciona, há evidências de os golfinhos terem uma linguagem.

 

Na linha 13, «exasperados» é

a) complemento direto.

b) predicativo do sujeito.

c) modificador restritivo do nome.

d) complemento indireto.

 

Justin Gregg considera que o lugar comum ‘há muita coisa que desconhecemos’ (l. 16)

a) é pertinente.

b) tem servido para dar fôlego a ideias sem base científica.

c) está presente em todo o lado.

d) tem-se introduzido pela porta dos fundos.

 

O itálico em «golfinhês» (l. 17) deve-se

a) ao seu valor conotativo.

b) ao facto de se tratar de um neologismo.

c) ao facto de ser uma palavra polissémica.

d) à intenção de ironizar e mostrar descrença na existência de uma linguagem dos golfinhos.

 

Na linha 20, «de o»

a) deveria estar contraído em «do».

b) está bem escrito, porque se inicia aí uma oração (infinitiva).

c) deveria ser substituído por «de que o».

d) evidencia um erro de coesão frásica (cfr., por exemplo, «pelo o»).

 

Para Stan Kuczaj (cfr. quarto parágrafo), a falta de comprovação científica de haver uma linguagem dos golfinhos adviria

a) da inexistência do «golfinhês».

b) da metodologia e instrumentos usados nas investigações.

c) da inépcia dos cientistas.

d) do pouco investimento nas investigações.

 

No primeiro período do quarto parágrafo (ll. 18-21),

a) falta uma vírgula depois de «investigadores» (l. 19) e poderia haver vírgulas a delimitarem «para Justin Gregg» (l. 18).

b) não há falha de coesão gramatical indiscutível.

c) apenas faltam vírgulas a delimitarem «para Justin Gregg» (l. 18).

d) a vírgula depois de «certa» (l. 20) está errada.

 

O segmento «um dos maiores mistérios da ciência por resolver» (l. 25) é

a) sujeito.

b) complemento direto.

c) uma oração.

d) predicativo do sujeito.

 

A presença de «linguagem dos golfinhos» (l. 12), «golfinhês» (17), «vocalizações dos golfinhos» (7), «cliques» (1), «estalos sonoros» (2) ilustra o recurso a mecanismos de

a) coesão frásica e coesão interfrásica.

b) coesão lexical.

c) coesão referencial.

d) coesão temporal.

 

Em «das duas uma» (l. 24), em que temos uma elipse (de «hipóteses», por exemplo) e uma substituição por um pronome (estando os referentes a seguir aos dois pontos), há, portanto, mecanismos de

a) coesão temporal.

b) coesão lexical.

c) coesão referencial.

d) coesão frásica.

 

As reticências na linha 25 visam

a) traduzir desconhecimento da situação real.

b) enfatizar, quase ironicamente, a possibilidade de estarmos perante um equívoco.

c) mostrar hesitação, ignorância acerca da hipótese correta.

d) evitar a redundância, omitindo o que já ficara suficientemente claro.

 

A referência bibliográfica (l. [27])

a) está correta.

b) estará imperfeita, porque falta o título do artigo.

c) está incorreta, porque «National Geographic» devia estar entre aspas.

d) devia incluir, depois do título da revista, o título do artigo.

 

Tem valor deítico

a) «aquilo» (l. 18).

b) «aquele» (l. 22).

c) «nos últimos dois ou três anos» (l. 23).

d) «estes sons» (l. 3).

 

Trata-se de um texto

a) narrativo e instrucional.

b) descritivo e argumentativo.

c) expositivo.

d) narrativo.

 

Sabendo nós que «delfim» vem do latim delphinu- (e tem entre as suas aceções precisamente a de ‘golfinho’) e que «golfinho» vem também do latim delphinu- (entretanto, terá havido, no percurso da palavra, alguma contaminação com «golfo»), podemos dizer que

a) «delfim» e «golfinho» são palavras homónimas.

b) «delfim» e «golfinho» são palavras divergentes.

c) «delfim» e «golfinho» são palavras convergentes.

d) «delfim» e «golfinho» são palavras parónimas (isto é, parecidas).

 

A hiperonímia é uma relação de hierarquia entre um termo subordinado (hipónimo) e um seu subordinante (hiperónimo): o hipónimo é um membro da espécie, da classe, que o hiperónimo designa.

Por exemplo, a palavra «crocodilo» é ______ de «animal». Entretanto, «animal» é ______ de «crocodilo». O hiperónimo «animal» tem aliás muitos outros seus hipónimos: «gato», «lesma», «pulga», «caracol», ______. Estes termos subordinados a um mesmo hiperónimo são, entre si, co-hipónimos.

Dou-te pares de co-hipónimos. Encontra o seu hiperónimo:

Os co-hipónimos «cravo» e «piano» têm como hiperónimo «_______».

Os co-hipónimos «cravo» e «rosa» têm como hiperónimo «______».

Os co-hipónimos «Camões» e «Fernando Pessoa» têm como hiperónimo «______»

Nada impede que termos que são hipónimos de um outro termo mais geral que os subordina sejam, por sua vez, hiperónimos de termos mais específicos: «animal» é _____ de «mamífero»; «mamífero» é _____ de «cão»; «cão» é _____ de «cão de caça», «cão pisteiro», «rafeiro» (e estes termos são entre si _____).

Outra relação que estrutura o léxico é a de holonímia. Um termo representa o todo; e outro, a parte: «mesa» é holónimo de «tampo»; e «tampo» é merónimo de «mesa».

Mais exemplos: «ponteiro» é merónimo de _______; «espelho retrovisor» e «volante» são entre si co-merónimos (e sabemos que o seu holónimo é «______»); «mão» é holónimo de «_______».

Completa com holónimo / merónimo / hiperónimo / hipónimo:

«cáfila» é _____ de «camelo».

«vaso sanguíneo» é _____ de «sistema circulatório».

«cocó» é _____ de «excremento».

«texto dramático» é ______ de «Farsa de Inês Pereira».

Preenche:

Merónimos

Holónimos

Castelo Branco, Lisboa, Faro

 

 

casa

Morfologia, Sintaxe, Fonética

 

 

livro

Escolhe um animal. O teu texto louvá-lo-á, permitindo, possivelmente também através de metáforas, concluir da sua vantagem relativamente aos homens (e mostrando como poderia constituir um bom exemplo).

[ Quem haverá que não admire o camelo? Tem este curioso habitante dos desertos do Saara virtudes que não encontro em outro animal. // Nas suas bossas, armazena água, providencialmente, sabendo que o caminho será longo e penoso. Oxalá fôssemos todos assim, como o previdente camelo, e pensássemos a tempo na velhice, e rebeubéu pardais ao ninho. // Não tem o pachorrento mamífero uma, mas duas bossas. Rejeita a unicidade, prefere a tal tal tal]

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

TPC — Continua as leituras para efeitos do PL. Vai revendo gramática. (É possível que lhes peça alguma tarefa a fazerem entretanto — vão, por favor, seguindo Gaveta de Nuvens. Já está aqui.)

 

 

Aula 43-44 (3 [3.ª], 4 [4.ª], 9 [1.ª], 10/dez [2.ª, 5.ª]) Correção do questionário de compreensão sobre «O cérebro dos golfinhos» (p. 48). Ver Apresentação.

Vai até às páginas 50-52 e, à medida que fores preenchendo o que ponho a seguir, vai lendo o cap. IV do «Sermão de Santo António», sem preocupação de percorrer tudo.

Como o Padre António Vieira já anunciara (cap. II, p. 44, l. 16), este capítulo vai ser de _______ dos peixes. São dois os motivos dessa crítica, ainda que na parte reproduzida no manual só figure a primeira:

1. {ll. 6-7} os peixes _____________________;

2. os peixes investem cegamente ao isco.

E o orador mostra que os homens incorrem nos mesmos erros:

1. os homens são comidos por outros homens, quando ______ {ll. 57-78} e quando ________ {ll. 81-106};

2. os homens seguem cegamente os seus engodos por vaidade, quando combatem e quando se deixam explorar em troca de vestuário {esta parte já não está no manual}.

Responde às seguintes perguntas, completando os meus esboços:

1. Explica como funciona a identificação entre peixes e homens neste cap. IV.

Traça-se uma analogia entre os peixes, que se comem (os maiores comem os mais pequenos, o que aliás torna o caso mais grave), e os homens, que também estão sempre a procurar «comer» o seu semelhante (entenda-se ‘_______’). Infere-se que entre os homens são igualmente os mais _______ a prejudicar os mais frágeis.

2. Identifica os usos polissémicos do verbo «comer» neste ponto do sermão.

Quando se diz «peixes, [...] vos comeis uns aos outros» (ll. 6-7), a aceção de «comer» que se pode considerar mais próxima é ‘_______’ {‘devorar’ / ‘ter relações sexuais com’ / ‘enganar, trair, explorar’}; quando se pergunta «Cuidais que só os Tapuias se comem uns aos outros?» (ll. 41-42), «comer» equivale a ‘_______’ {‘devorar’ / ‘ter relações sexuais com’ / ‘enganar, trair, explorar’}; em «andarem buscando os homens [...] como se hão de comer» (ll. 53-57), «comer» tem o sentido de ‘_______’{‘devorar’ / ‘ter relações sexuais com’ / ‘enganar, trair, explorar’}.

3. Comenta a referência, no contexto da pregação, ao «sertão» (l. 39) e aos «Tapuias» (l. 41).

No contexto do sermão — pregado no Maranhão, em 1654, a uma audiência de ______ —, a referência ao sertão e aos índios, dizendo aos ouvintes que não julgassem serem os índios aqueles que o orador estava a ______ («Para cá, para cá, para a cidade é que haveis de olhar»), visava culpabilizar os ______ e aludir à _______ que exerciam sobre os nativos.

Depois de veres trecho de Último a sair, completa com hiperónimo, hipónimo, holónimo, merónimo:

«museu» é ______ de «exposição»; || «quadro» é _______ de «museu»; || «artista» é ______ de «Jackson Pollock»; || «pintor» é _______ de «Pollock»; || «Louvre» é _______ de «museu»; || «Magritte» é ______ de «homem»; || «corrente artística» é _______ de «pictomarista»; || «Lourenço Marques (Maputo)» é _______ de «Moçambique»; || «Bélgica» é _______ de «país».

São co-hipónimos ______ e «Bélgica». || São co-merónimos «quadro» e _____.

Na quinta parte do «Sermão de Santo António» — capítulo que convém deixarmos para início do 2.º período —, o Padre António Vieira critica alguns peixes especificamente, o que lhe serve para tipificar vícios encontráveis também nos homens. Peço-te exercício idêntico com outros animais, prosseguindo a lista que já comecei:

O que tenho contra vocês, gatos, é serem esquivos, escapulindo-se-nos sempre que tentamos aproximar-nos. Também os homens padecem dessa característica. Quando os outros precisam deles, quantas vezes não fogem às suas responsabilidades, preferindo concentrar-se nos seus interesses. Ao contrário, Santo António acudiu sempre a todos e prontamente.

O que tenho contra vocês, cães, é serem desleixados e sujos, defecando na rua sem hesitação, fazendo que escorreguemos nos vossos cocós pegajosos e nojentos. Contudo, os homens assim procedem igualmente, quando cospem para o chão ou deixam lixo por toda a parte. Já Santo António, nunca poluiu a natureza e até o seu burel e corda eram, além de limpíssimos, recicláveis.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

TPC — Vai completando encargos a que já aludi: ler livros; rever gramática; fazer tarefa que venha a pedir em Gaveta de Nuvens. Ver aqui e aqui.

 

 

Aula XLIII-XLIV (9/dez [aula só do 11.º 3.ª]) Não se reproduz aqui a aula, exclusiva do 11.º 3.ª, que não apanhou em Português os feriados de 1 e 8 de dezembro nem as segundas-feiras que os precederam e por isso fica com mais aulas este período. Nesta sessão, além da correção de questionário de compreensão (que já fora feita na aula 43-44 das outras turmas), houve uma redação, narrativa com cem palavras (que será pedida na aula 45-46 das outras turmas), e assistiu-se ao início do episódio da série ‘Grandes livros’ sobre «Sermão de Santo António» (que virá a ser objeto de um tepecê para os restantes alunos).

 

 

Aula xliii-xliv (10/dez [aula só do 11.º 3.ª]) Nesta aula, além da correção de texto com louvor a animal (feita em outra aula nas outras turmas), preencheu-se e explicou-se ficha sobre termos relacionados com coesão referencial (anáfora, catáfora, referente, correferentes) — o que se tratará brevemente em aula das outras turmas e por isso não se reproduz agora — e, após leituras na diagonal de crónicas de MEC, redigiu-se crónica gastronómica segundo o mesmo modelo. Finalmente, assistiu-se a mais um trecho de série ‘Grandes livros’ sobre «Sermão de Santo António» (que, em outras turmas, é remetido para próximo tepecê).

As crónicas gastronómicas de Miguel Esteves Cardoso saem na Fugas, o suplemento do Público aos sábados. Relanceia o exemplar que te tenha calhado e vê como estes textos ficam entre a apreciação crítica, o texto de opinião (estes géneros estão explicados nas pp. 362 e 364 do manual), a crónica.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

 

 

Aula 45-46 (14 [1.ª], 15 [2.ª, 5.ª, 4.ª], 16/dez [3.ª]) Correção de textos argumentativos sobre tourada com audição de passo de «Governo Sombra» (ver Apresentação; e minutos 5 a 15 do programa a seguir).

Responde a este questionário de gramática:

Versão com chocolates Mars

Circunda a letra da melhor alínea.

Os deíticos remetem para

a) o recetor da mensagem.

b) o espaço.

c) o próprio enunciado.

d) a enunciação.

 

A alínea que não tem deíticos é

a) Traz-me aí a cobra, aquela que está ao pé das iguanas.

b) Encontrou o Armando. Este estava furioso.

c) Ainda agora te vi ali atrás.

d) Comprei a caneta na mercearia. Esta ficava acolá.

 

O período em que não há deíticos espaciais é

a) Traz-me, Josué, o próximo adversário político a enforcar.

b) Amanhã vou ser feliz na Lapónia, mas agora estou aqui.

c) Aquele quadro ali é bué fofo.

d) Na Lapónia, os coelhos são cozinhados em bonitas caçarolas às riscas verdes.

 

O período que não contém deíticos pessoais é

a) Estou muito aborrecido por ainda não ter havido frases com cocó de cão.

b) Setúbal é talvez a cidade portuguesa onde eu preferia viver.

c) Eça de Queirós é um autor estudado no 11.º ano e consta que era boa pessoa.

d) A minha felicidade é, neste momento, enorme: acabei de encontrar um deítico.

 

A alínea em que não há palavras que costumem ter função deítica é

a) ali, este, amanhã.

b) vir, já, agora.

c) deítico, Lisboa, dezembro.

d) isso, hortaliça, eu.

 

O período em que há menos deíticos temporais é

a) Durante a Idade Média, a produção de chocolates Mars foi escassa.

b) Vou agora para a arena.

c) Daqui a pouco seguimos para a venda ambulante de gomas com sabor a peixe espada.

d) Dir-me-ás se sempre vais ler as Páginas Amarelas.

 

A relação que há entre «advérbio» e «nome» é a de

a) hiperonímia.

b) merónimo e holónimo.

c) co-hipónimos.

d) holónimo e merónimo.

 

Merónimo de «palavra» é

a) gramática

b) frase

c) língua

d) letra

 

A alínea em que não há relação de «hipónimo / hiperónimo» é

a) Padre António Vieira / português

b) Padre António Vieira / orador

c) Padre António Vieira / jesuíta

d) Padre António Vieira / religião

 

Há um holónimo e o seu merónimo em

a) laranja / gomo

b) casca / laranja

c) fruto / laranja

d) cor / laranja

 

A alínea em que há a sequência «merónimo, holónimo || hipónimo, hiperónimo» é

a) CRE, ESJGF || ESJGF, estabelecimento de ensino

b) Madrid, Espanha || Espanha, Europa

c) estômago, corpo humano || cantor, Toni Carreira

d) cesto, apetrecho de básquete || rede, cesto

 

As palavras «rio» («O rio Tejo desagua no Porto»; étimo: lat. rivum) e «rio» («Rio com todos os dentes, exceto com os cariados»; étimo: lat. rideo) são

a) parónimas.

b) convergentes e homónimas.

c) divergentes e homónimas.

d) divergentes e homófonas.

 

Em «Como troquei o computador, preciso do rato» e «Vi um rato enorme no parapeito da janela», «rato» e «rato» são

a) evidências de polissemia.

b) palavras monossémicas.

c) palavras homónimas.

d) elementos do campo lexical de «queijo».

 

As palavras do meio em «Vou à praia» e «Hoje há peixe» são exemplos de

a) homografia.

b) diferente conotação.

c) polissemia.

d) homofonia.

 

No trecho «Responde a esta pergunta, circundando a alínea que seja a mais a correta. Para isso, deves fazer um círculo em torno da letra respetiva, de modo claro», predomina o tipo textual

a) expositivo.

b) explicativo.

c) instrucional.

d) preditivo.

 

Exemplificam-se arcaísmo e falso amigo em

a) «quão» (nas vossas redações); lobo na história do capuchinho vermelho.

b) «meestre» (em Fernão Lopes); «spoilarei».

c) «antigamente»; rémora a beijar o tubarão.

d) «quiçá» (por locutores desportivos); «eventualmente» (no sentido de ‘finalmente’).

 

Classifica o tipo de mecanismo de coesão usado ou o princípio de coerência infringido (só estará em causa uma classificação), apoiando-te no sublinhado (frásica; interfrásica; temporal; lexical; referencial || não redundância (não tautologia); não contradição; relevância).

Sei tudo sobre gramática, porque não estudei nada.

não contradição

Quando chovia, iam ao cinema; se estivesse bom tempo, à praia.

 

Judas viu-os e disse-lhes do que os trazia ali.

 

A Lucinda gosta de livros: é uma rapariga culta. Aliás, os jovens gostam de ler.

 

Gosto de chocolate. Adoro chocolate. Posso dizer que gosto de chocolate.

 

 

Versão com Cebolinha

Circunda a letra da melhor alínea.

A deixis pode ser

a) espacial e textual.

b) espacial, temporal, causal, pessoal.

c) espacial e terrena.

d) espacial, pessoal, temporal.

 

Quando um enunciado tem marcas do processo de enunciação, isso significa que

a) não tem deíticos.

b) tem apenas elementos cujos referentes são absolutamente compreensíveis, mesmo sem apelo ao contexto.

c) terá decerto algum deítico.

d) tem obrigatoriamente demonstrativos ou possessivos.

 

O período em que há mais deíticos temporais é

a) Dá-me aí aquele deítico temporal.

b) No dia 3 de Novembro de 2007, às 23 horas da manhã, durante o lanche, Camões será eleito futebolista do ano.

c) Há uns minutos estava com acessos de frases estúpidas, mas, presentemente, as minhas frases gramaticais revelam-se na sua habitual pertinência.

d) No espaço, as narinas incham cerca de três metros na direcção dos cangurus que haja por perto.

 

Não há deíticos em

a) Ó Isaltina, não te exaltes com esta minha observação.

b) Bocage espancava as anémonas holandesas.

c) Bean trouxe-me uma recordação de Cannes.

d) Se pusesse uma pala no meu olho esquerdo, escreveria como Camões.

 

O período em que não há deíticos espaciais é

a) A oeste da pequena cidade lituana de Zpfgrt, as flores crescem viçosíssimas e tristes.

b) Ontem, cheguei tarde.

c) Vê-me o refogado de chocolate e almôndegas que está aí à tua esquerda.

d) Aqui estou eu, ali estás tu, acolá está uma fotografia de um panda gigante.

 

A alínea que não contém deíticos pessoais é

a) Orlanda estava cada vez mais inteligente. Ela até já sabia deíticos.

b) Não me digas isso, Sancho.

c) Naquele tempo, Conhé, guarda-redes da Cuf, era o meu ídolo.

d) Lembro-me que o Benje agarrava a bola só com uma mão.

 

A relação que há entre «gato» e «rato» é de

a) merónimo e holónimo.

b) co-hipónimos.

c) holónimo e merónimo.

d) hiperónimo e hipónimo.

 

Merónimo de «Messi» é

a) futebol

b) futebolista

c) pé esquerdo

d) Barcelona

 

Não há relação de «hipónimo / hiperónimo» em

a) limonada / bebida

b) Filosofia / 11.º ano

c) Cinema Paraíso / filme

d) casa de banho / divisão de casa.

 

Há um holónimo e o seu merónimo em

a) computador / disco rígido

b) tampa / caixa

c) Anselmo Ralph / cantor

d) país / Portugal

 

Há uma sequência de «hiperónimo, hipónimo || merónimo, holónimo» em

a) piano, tecla || corda, harpa.

b) flor, rosa || bolso, casaco.

c) Lisboa, Jerónimos || braguilha, calças.

d) país, Portugal || deserto, areia.

 

As palavras «chama» («Ela chama pelo gato, miando»; étimo: lat. clamat) e «chama» («A chama de Éverton Cebolinha está a apagar-se»; étimo: lat. flamma-) são

a) parónimas.

b) convergentes e homónimas.

c) divergentes e homónimas.

d) divergentes e homófonas.

 

Em «Tenho-te em boa conta, Nero» e «O Barbas trouxe-lhe a conta da refeição», «conta» e «conta» são

a) evidências de polissemia.

b) palavras monossémicas.

c) palavras homónimas cujo étimo é o mesmo.

d) elementos do campo lexical de ‘Matemática’.

 

As palavras «estufar» e «estofar» são

a) homónimas.

b) convergentes.

c) homógrafas.

d) homófonas.

 

No trecho «As narrativas têm ação, personagens, espaço, tempo, narrador (e este pode ser, quanto à participação na ação, homodiegético — autodiegético, se for o herói — ou heterodiegético). Também há momentos descritivos», predomina o tipo textual

a) narrativo.

b) expositivo.

c) instrucional.

d) descritivo.

 

Exemplificam-se arcaísmo e falso amigo em

a) «outrora»; «luxúria» (no sentido de ‘luxo’).

b) «page» (em Fernão Lopes); «golfinhês».

c) «como sói dizer-se» (por locutor desportivo); «rapariga» (entre port. europeu e port. brasileiro).

d) «cólofon»; lobo na história dos três porquinhos.

 

Classifica o tipo de mecanismo de coesão usado ou o princípio de coerência infringido (só estará em causa uma classificação), apoiando-te no sublinhado (frásica; interfrásica; temporal; lexical; referencial || não redundância (não tautologia); não contradição; relevância).

É assim. São cenas. Coisas bué fixes, mano.

relevância

Lia livros, porque frequentava bibliotecas e conhecia livrarias.

 

Hank viu Dory. Saudou-a (e ela, ele). Lembravam-se ambos de tudo.

 

Foi a Paris, mas estivera na Holanda e haveria de viajar à Índia.

 

Na estreia, empatámos 6-0 na Luz.

 

Jeffrey Archer é, até certo ponto, o tipo de escritor que Pedro Mexia classificava como «besta célere» (< best-seller). De qualquer modo, tem méritos evidentes de contador de histórias. Um dos seus livros recentes intitula-se precisamente Contador de histórias, cujo primeiro conto tem a particularidade de ter só cem palavras.

Vejamos como o apresenta e, depois, o conto propriamente dito (Jeffrey Archer, Contador de Histórias, trad. de Fernanda Oliveira, Lisboa, Bertrand, 2019, pp. 13 e 17):

 

Um desafio

Há muitos anos, um editor da Reader’s Digest em Nova Iorque convidou-me para escrever uma história de cem palavras que tivesse princípio, meio e fim. Como se já não fosse desafio suficiente, insistiu em que não podiam ser 99 ou 101 palavras.

E, não contente com isso, pediu-me para apresentar a obra acabada no prazo de vinte e quatro horas.

O meu primeiro esforço consistiu em 118 palavras, o segundo em 106 e o terceiro em 98. Pergunto-me se conseguirão descobrir quais as duas palavras que tive de voltar a incluir.

O resultado foi «Único», que encontrarão na página seguinte.

Os leitores poderão ter interesse em saber que o que acabei de escrever também tem 100 palavras.

Único

Paris, 14 de março de 1921

O colecionador voltou a acender o charuto, pegou na lupa e ana­lisou o selo triangular de 1874 do Cabo da Boa Esperança.

— Eu avisei-o de que havia dois selos — disse o negociante. — Ou seja, o seu não é único.

— Quanto?

— Dez mil francos.

O colecionador passou um cheque antes de dar uma baforada no charuto, mas este já estava apagado. Pegou num fósforo, riscou-o e lançou fogo ao selo.

O negociante olhou incrédulo, ao mesmo tempo que o selo se desfazia em fumo.

O colecionador sorriu.

— Estava enganado, amigo — disse. — O meu é único.

Cria conto em cem palavras. (Evita o estilo ‘anedota’. Não apostes em muito diálogo.) Título também conta para contabilidade das palavras.

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Na pp. 317-318 do manual do 10.º ano havia uma arrumação de termos de Narratologia, sob o título «Elementos constitutivos do texto narrativo». No nosso manual deste ano não há um quadro desses, mas no glossário das pp. 397-400 explicam-se termos como «tempo», «espaço», «ação», «narrador», «desenlace», «intriga», «contexto», «género». Usarei a seguir alguns desses termos, a propósito de Cinema Paraíso. Porém, procura resolver as lacunas pelo conhecimento anterior destes assuntos e do próprio filme.

Cinema Paraíso

Género e contexto

O filme é claramente de ______ de infância. Nas primeiras cenas foi dado o motivo da recordação do crescimento do protagonista numa vila siciliana (a notícia da morte do adulto protetor de então, Alfredo). A _____ entra como pano de fundo (há diversas alusões ao fim da segunda guerra mundial).

Ação e espaço

Os vários estados do edifício (o primeiro cinema, a destruição pelo fogo, o novo edifício, a ruína quando o protagonista regressar) servem também de marcos que apoiam a nossa perceção da passagem do _____.

A ____ da parte amorosa acaba também por aproveitar o cinema (salvo erro, um primeiro beijo do protagonista vai aí decorrer).

O edifício vai causar a _____ de Alfredo, tornando-se depois ocupação semi-profissional do protagonista.

Tempo do discurso vs. Tempo da história

Alteração da ordem dos acontecimentos

A analepse é um recurso essencial. Apanhamos a história já no momento em que o protagonista sabe da ____ de Alfredo, pelo que se tem de fazer depois um recuo no tempo, constituindo esse flash back a maior parte do filme. (Há um ou dois brevíssimos regressos à atualidade, só para lembrar que o tempo da ____ não é aquele, até a história contada em analepse chegar ao presente em que começara e termos depois o resto do enredo, quase um mero epílogo.)

Não há propriamente prolepses, a não ser talvez algumas falas de Alfredo, que, a certa altura, aludirá, velada mas certeiramente, ao futuro de ____.

Omissão e resumo de factos; abrandamento e aceleração do ritmo

Uma elipse notável consiste no salto dos anos entre o Totó criança e o Salvatore adolescente (o truque é descobrirmos um novo ator sob a mão de ____, o que aliás resolve também um problema que se põe aos filmes que percorrem gerações: acompanhar o crescimento físico das personagens). Há outros momentos recorrentes de aceleração do relato, que corresponderão a resumos, que aproveitam as imagens passadas na sala de cinema (pela justaposição de trechos de filmes que vão acompanhando a história do cinema, do preto e branco a Brigitte Bardot, percebemos que nos estão a ser dados vários anos em poucos _____).

Ao contrário, uma história demorada contada por Alfredo a Totó (tão extensa que eu a decidi cortar) parece fazer _____ o discurso relativamente ao tempo «real».

 

 

Aula 47-48 (16 [1.ª], 17 [3.ª, 2.ª, 5.ª], 18/dez) Correções; explicações acerca da avaliação (cfr. Apresentação).

1.º período — alguns focos do ensino e da avaliação (que, porém, não devem ser vistos como parcelas para se chegar a uma média)


Leitura

Aula

Questionário sobre «Ler é maçada» (p. 21) (aula 9-10)

 

Questionário sobre excertos acerca de Barroco e Vieira nas pp. 28-30 (aula 25-26)

Questionário sobre «O cérebro dos golfinhos» (p. 48) (aula 41-42)

Observação direta da eficiência a resolver as tarefas com textos em todas as aulas

Escrita

Aula

Apreciação crítica de pintura escolhida de álbuns distribuídos (aula 3-4)

 

Continuação de poema de Sophia Andresen com cada vez mais narração (aula 5-6)

Apreciação crítica de cartoon — grupo III de exame — ou de tira de Quino (aula 9-10)

Comentário acerca de letra da canção «Maria Albertina» (aula 17-18)

Continuação de «O primeiro amor» com incorporação de seis palavras (aula 19-20)

Associação de ideias a partir de «música» (aula 19-20)

Texto argumentativo sobre comunicação, frase de Jorge de V e cartoon (aula 25-26)

Criação de relato de um milagre de Santo António segundo títulos dados (aula 29-30)

Fragmentos, de quaisquer géneros, inspirados por três bandas sonoras (aula 31-32)

Argumentos-exemplos para tese sobre tourada (aula 39-40 [turmas 1.ª e 5.ª: em casa])

Louvor a animal (aula 41-42)

Repreensão a animal (aula 43-44)

Criação de narrativa com cem palavras (aula 45-46 [turma 3.ª: aula XLIII-XLIV])

Crónica-apreciação crítica de gastronomia, à MEC (só no 11.º 3.ª: aula xliii-xliv)

Completado em Casa

Fragmentos de diversos tipos textuais e sobre o mesmo assunto (tepecê da aula 7-8)

Respostas a «questionário de Proust» (tepecê da aula 11-12)

Criação de cantiga de amigo com contexto contemporâneo (tepecê da aula 13-14)

Criação de paratexto de livro inventado (tepecê da aula 23-24)

Texto de opinião acerca de estátua de Vieira e revisão da História (tepecê de aula 37-38)

Compreensão do oral/Expressão oral + Educação literária

Casa

(Aula)

Gravação sobre experiências de leituras feitas ou em curso (cfr. tepecê da aula 43-44)

 

Conhecimento obtido acerca da implicação na leitura pelo acompanhamento do «Projeto de leitura»

Gramática

(Casa)

Aula

Questionário sobre conteúdos do período (aula 45-46)

 

Observação direta da atenção nos momentos em que se trata de ouvir explicações de conteúdos

Assiduidade, pontualidade, material

 

Assistência a conclusão de Cinema Paraíso (ao mesmo tempo que conversas sobre o trabalho ao longo do 1.º período).

Cinema Paraíso

Níveis narrativos

No primeiro nível narrativo, o adulto a quem, em criança, chamavam ______ sabe que Alfredo morreu e, enquanto decide ir ao funeral, começa a recordar o amigo. Talvez a meio do que vamos ver hoje, teremos o fecho dessa longa analepse (uma narrativa encaixada que abrangeu toda a infância, adolescência e juventude de Salvatore, até à saída de Giancaldo).

O truque fílmico da justaposição de um ______ a sair de Giancaldo e um avião a chegar ao aeroporto na Sicília funciona como uma elipse, cortando uns vinte e cinco anos da vida do protagonista, e delimita o ponto em que retomámos a ação «contemporânea» da narração (ou seja, quando regressámos ao primeiro nível narrativo).

Desenlace

O desfecho é precedido de elipse ou resumo significativo (um corte da história que não nos é dada assim em termos de discurso).

Salvatore viveu em Roma durante décadas, que são elididas no filme, passa os limites da Península Itálica (Giancaldo é na Sicília) mas é ao regressar a ______ que redescobrirá os filmes que eram a sua companhia.

Salvatore depara-se com o antigo ______, mais velho, e vemos o louco da praça, também já diferente mas com as mesmas manias.

Dá-se o regresso ao ponto de partida. Há disforia, tristeza, mas também a noção de que se conservou uma memória do que se amava. O final é uma epifania, uma revelação.

A infância de Totó morreu com o enterro de Alfredo e a destruição do cinema, mas Salvatore resgatou parte desse passado, os fotogramas dos ______.

Salvatore vê agora as imagens que antes tinham sido cortadas e que, quando muito, vira às escondidas nas sessões de visionamento para censura pelo _____.

A narrativa não fica em aberto mas também não é uma típica narrativa fechada.

A linha de ação da paixão pelo cinema e a da memória da infância ficaram ______, mas haverá alguma indefinição ainda no que se refere à paixão Salvatore-Elena.

TPC (férias) — Deviam acabar de ler os livros que começaram a ler e que não concluíram, se essa leitura não estiver a ser um sacrifício. Podem começar outras leituras (será tido em conta). E, se calhar, ir já decidindo entre Os Maias e A Ilustre Casa de Ramires.

Durante as férias, mas talvez lá mais para o final, vou pôr lista de tarefas previstas até ao fim do ano, cuja execução podem ir gerindo como lhes der mais jeito. Algumas dependem de conhecerem matérias em que ainda não entrámos, mas outros trabalhos quase que os podem ir já preparando (evitando que lhes calhem depois ao mesmo tempo que momentos fortes das outras disciplinas).

 

 

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