Aula 77-78
Aula 77-78 (27 [3.ª], 28 [4.ª], 28 e 30 [1.ª]) Lê «A Mensagem
de Pessoa» (pp. 122-123), uma crónica de João Marecos.
A perspetiva da professora
da atual secundária Vergílio Ferreira é semelhante à defendida pelo sujeito
poético do poema «D. Sebastião, Rei de Portugal», que lemos na última
aula (na p. 119), e à do texto de psicóloga também lido então? {Sim / Não}
Se ainda não o fizeras, dá
um relance aos outros poemas que tratam do mesmo D. Sebastião, já na terceira
parte (nas pp. 71, 74 e 76 da edição de Mensagem
que estamos a usar em aula), detendo-te sobretudo em «D. Sebastião» (p.
71; e p. 128 do manual), para depois preencheres o que se segue aqui em baixo.
Já depois de lido «D.
Sebastião» (p. 128 do manual) — primeiro texto da 3.ª parte de Mensagem ( ‘O Encoberto’) e primeiro
também de «Os Símbolos») —, completa a síntese a seguir, usando só preposições (não contraídas com
determinantes) e conjunções.
D. Sebastião adquire ____ Mensagem um
valor simbólico que ultrapassa a sua figura histórica. São os valores da
determinação ___ da coragem que ele corporiza que funcionam _____ mito
inspirador ___, nessa aceção, «fecundam a
realidade»: «É Esse que regressarei».
O
Sebastianismo ___ Mensagem
não se liga, pois, ao caso específico ____ concreto de D. Sebastião, que não
poderá, obviamente, voltar, _____ à ideologia que lhe está subjacente. ______
do «ser que houve» ___ que ficou no
«areal» ______ a «morte», regressará a força inspiradora _____ D. Sebastião necessária
ao ressurgimento anímico da nação.
No poema de Fernando
Pessoa, D. Sebastião é o protótipo da loucura.
«Todos os homens são
doidos e, apesar das precauções, só diferem entre si em virtude das proporções.
Este mundo está cheio de loucos e quem não os queira ver deve fechar-se e
partir o espelho.»
Nicolas Boileau
Partindo da citação de
Nicolas Boileau, redige um texto de
opinião, com um mínimo de [...] e um máximo de [...] palavras, no qual
apresentes uma reflexão sobre a loucura.
Fundamenta o teu ponto de vista recorrendo a dois argumentos e ilustra cada um
deles com, pelo menos, um exemplo significativo.
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«Os loucos estão certos /
É preciso ouvi-los» (Diabo na Cruz)
Num texto de opinião bem
estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cinquenta
palavras, defenda uma perspetiva pessoal sobre as vantagens que a loucura nos
pode trazer. [Fazer só o parágrafo de introdução e o parágrafo com primeiro
argumento e respetivo(s) exemplo(s).]
[Introdução, que seria o 1.º parágrafo do texto de
opinião]
Para os «Diabo na cruz», os loucos têm lições a
dar-nos, a loucura seria positiva, vantajosa. Com efeito, ... / E, no entanto,
...
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Recitações de sonetos de Pessoa
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Recitador |
Primeiro verso do soneto |
Eu |
Mestre |
1 |
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Meu
coração é um almirante louco |
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2 |
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Quando
olho para mim não me percebo. |
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3 |
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A
praça da Figueira de manhã, |
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4 |
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Todo
o passado me parece incrível. |
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5 |
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Olha,
Daisy, quando eu morrer tu hás de |
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6 |
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Sou
vil, sou reles, como toda a gente, |
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7 |
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Deuses,
forças, almas de ciência ou fé, |
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8 |
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Corre,
raio de rio, e leva ao mar |
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9 |
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Eu
olho com saudade esse futuro |
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10 |
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Não
há verdade inteiramente falsa |
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11 |
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Quem
me roubou a minha dor antiga, |
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12 |
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Quem
me roubou quem nunca fui e a vida? |
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13 |
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Depois
que o som da terra, que é não tê-lo, |
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14 |
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Por
mais que tente, não me desembrulho. |
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15 |
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A
criança que fui chora na estrada. |
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16 |
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Sossego
enfim. Meu coração deserto |
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17 |
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Deixei
de ser aquele que esperava, |
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18 |
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Meu coração é um pórtico
partido |
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19 |
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Dia
a dia mudamos para quem |
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20 |
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Qualquer
coisa de obscuro permanece |
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21 |
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Sonhei,
confuso, e o sono foi disperso, |
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22 |
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Se
acaso, alheado até do que sonhei, |
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23 |
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Sonhei
— quem não sonhara? — porque a tarde |
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24 |
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Há
quanto tempo não escrevo um soneto |
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25 |
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A minha vida é um barco
abandonado, |
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26 |
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No
alto da tua sombra, a prumo sobre |
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27 |
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Súbita
mão de algum fantasma oculto |
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28 |
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O
silêncio é teu gémeo no Infinito. |
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Classifica as orações
sublinhadas:
Recomeço (Marco Rodrigues, Áurea)
Hoje,
começo a vida outra vez, | ____________________
O tempo cura o que a saudade desfez. | ____________________
Pergunto ao velho destino: «Quem eu sou?»
Descubro o novo caminho por onde vou. | ____________________
Avanço sem olhar p’ra trás,
Sei que vou ser capaz de encontrar
No vento, que sopra e me guia, | ____________________
Minha alma vazia e sei
Que,
um dia, vai tudo mudar,
A vida vai-te encontrar
E levar-me a ti,
P’ra de dois sermos só um. |
____________________
Sigo
na onda de esperança,
Que dança e eleva o desejo de te encontrar, | ____________________
P’ra de dois sermos só um, só um.
Sinto que eu já te conheci |
____________________
De um sonho que, outrora, vivi, | ____________________
Um estranho momento perfeito, | ____________________
Em que tudo parou | ____________________
Feito de um poema desfeito | ____________________
Que o tempo rasgou. | ____________________
Avanço sem olhar p’ra trás,
Sei que vou ser capaz de mudar. | ____________________
Fujo da nuvem sombria,
Vejo a luz que me guia e sei
Que
um dia vai tudo mudar,
A vida vai-te encontrar
E levar-me a ti,
P’ra de dois sermos só um.
Sigo
na onda de esperança
| ____________________
Que dança e eleva o desejo de te encontrar,
P’ra de dois sermos só um, só um, só um,
P’ra de dois sermos só um, só um.
Que
um dia vai tudo mudar,
A vida vai-te encontrar
E levar-me a ti,
P’ra de dois sermos só um, só um.
TPC — Revê gramática
(sobretudo, classificação de orações; logo a seguir, funções sintáticas).
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