Saturday, September 07, 2024

Aula 75-76

Aula 75-76 (23 [3.ª], 24/jan [1.ª, 4.ª]) Correções de resposta sobre «D. Dinis». Audição de exposição sobre o sebastianismo em Mensagem.

Na p. 119, lê «D. Sebastião, Rei de Portugal», o primeiro de quatro poemas de Mensagem, de Fernando Pessoa, dedicados a D. Sebastião. Só este, porém, está ainda na 1.ª parte (portanto, em «Brasão», de que é a quinta «Quina»). Os outros três poemas sobre Sebastião ficam já na 3.ª parte («D. Sebastião», «O Desejado», «O Encoberto»).

Completa só com formas verbais esta análise do poema (de uma edição cuja consulta aconselho vivamente — está aliás indecentemente copiada no blogue na íntegra — e que tem ao lado de cada poema uma sua explicação: Fernando Pessoa, Mensagem, edição especial comemorativa do 75.º aniversário da morte de Fernando Pessoa, comentada por Auxília Ramos e Zaida Braga, Vila Nova de Famalicão, Centro Atlântico, 2010):

_________-se como um louco, porque quis uma grandeza aparentemente indevida — «Qual a Sorte a não dá» —, D. Sebastião admite com orgulho essa loucura e _________ a ideia de que nem a morte a extinguiu ou poderá extinguir. O «ser que houve», esse _________ nos areais de Alcácer Quibir, o «ser que há», esse não é perecível, porque o sonho também o não é.

Indo mais além neste discurso de «elogio da loucura», D. Sebastião _________ aqueles que o ouvem a herdarem a sua loucura. Trata-se de uma espécie de apelo à continuidade do seu sonho de grandeza.

Num remate de natureza tanto reflexiva como desafiadora, o poeta ________-se sobre o que ________ o homem dos restantes animais: é o sonho que permite que o homem seja mais que um «Cadáver adiado». É o sonho que eleva o homem e o faz ________ a própria morte. D. Sebastião surge, então, como, uma espécie de Messias que ________ a boa nova da salvação.

Faz corresponder cada segmento de A a um único segmento de B, de modo a obteres uma afirmação adequada: a = ___; b = ___; c = ___; d = ___; e = ___.



Lê o texto que se segue, sobre ‘loucura’, um excerto de editorial de Sofia Barrocas (que fui buscar ao manual Expressões, 12.º ano, como fiz com o exercício anterior):

A loucura aterroriza-nos e fascina-nos. Sentimos um medo indisfarçável de um dia atravessarmos a fronteira — às vezes tão ténue — que nos separa daquilo a que chamamos «o mundo real», onde vivemos de acordo com as normas de um mal definido conceito de «normalidade», e mergulharmos nessa realidade distorcida (achamos nós) a que optámos por chamar loucura. E no entanto... quando olhamos os «nossos loucos» com um misto de comiseração, respeito e fascínio não podemos por vezes deixar de pensar se os loucos não seremos nós, se não serão «eles» que estão certos, ao escudarem-se numa realidade só deles [...]. São personagens intrigantes, fascinantes, desconcertantes, acarinhadas [... ] como símbolos vivos de alguma coisa que não sabemos definir bem. Vale a pena conhecê-los. Quanto mais não seja pelas questões que nos obrigam a pôr aos nossos «eus» mais escondidos.

Sofia Barrocas, «Nota de abertura», Notícias Magazine, n.° 934, 18 de abril de 2010

Verifica se o entendimento da loucura expresso no poema de Pessoa coincide, total ou parcialmente, com o apresentado no trecho do editorial.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Vai dando um relance aos outros poemas que tratam do mesmo D. Sebastião, já na terceira parte (nas pp. 71, 74 e 76 da edição de Mensagem que estamos a usar em aula), detendo-te sobretudo em «D. Sebastião» (p. 71; e p. 128 do manual), para depois responderes a um item.

Leituras em voz alta de sonetos de Fernando Pessoa

 

Leitor

Primeiro verso do soneto

Eu

Mestre

1

 

Meu coração é um almirante louco

 

 

2

 

Quando olho para mim não me percebo.

 

 

3

 

A praça da Figueira de manhã,

 

 

4

 

Todo o passado me parece incrível.

 

 

5

 

Olha, Daisy, quando eu morrer tu hás de

 

 

6

 

Sou vil, sou reles, como toda a gente,

 

 

7

 

Deuses, forças, almas de ciência ou fé,

 

 

8

 

Corre, raio de rio, e leva ao mar

 

 

9

 

Eu olho com saudade esse futuro

 

 

10

 

Não há verdade inteiramente falsa

 

 

11

 

Quem me roubou a minha dor antiga,

 

 

12

 

Quem me roubou quem nunca fui e a vida?

 

 

13

 

Depois que o som da terra, que é não tê-lo,

 

 

14

 

Por mais que tente, não me desembrulho.

 

 

15

 

A criança que fui chora na estrada.

 

 

16

 

Sossego enfim. Meu coração deserto

 

 

17

 

Deixei de ser aquele que esperava,

 

 

18

 

Meu coração é um pórtico partido

 

 

19

 

Dia a dia mudamos para quem

 

 

20

 

Qualquer coisa de obscuro permanece

 

 

21

 

Sonhei, confuso, e o sono foi disperso,

 

 

22

 

Se acaso, alheado até do que sonhei,

 

 

23

 

Sonhei — quem não sonhara? — porque a tarde

 

 

24

 

Há quanto tempo não escrevo um soneto

 

 

25

 

A minha vida é um barco abandonado,

 

 

26

 

No alto da tua sombra, a prumo sobre

 

 

27

 

Súbita mão de algum fantasma oculto

 

 

28

 

O silêncio é teu gémeo no Infinito.

 

 

TPC — Prepara recitação (declamação de cor) do soneto de Pessoa que corresponde ao teu número de pauta + 2 (assim, se és o n.º 1, decorarás o soneto 3; se és o n.º 27, decorarás o soneto 1; se és o 28, memorizarás o soneto 2). Não te contentes apenas com memorizar: convém que saibas o poema de cor mas também que sejas capaz de o recitar com a expressividade apropriada.

 

 

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