Aula 75-76
Aula 75-76 (23 [3.ª], 24/jan [1.ª,
4.ª]) Correções de resposta sobre «D. Dinis». Audição de exposição sobre o
sebastianismo em Mensagem.
Na p. 119, lê «D. Sebastião, Rei de Portugal», o
primeiro de quatro poemas de Mensagem, de Fernando Pessoa, dedicados a D. Sebastião. Só este, porém, está
ainda na 1.ª parte (portanto, em «Brasão», de que é a quinta «Quina»). Os
outros três poemas sobre Sebastião ficam já na 3.ª parte («D. Sebastião», «O
Desejado», «O Encoberto»).
Completa só com formas verbais esta análise do
poema (de uma edição cuja consulta aconselho vivamente — está aliás
indecentemente copiada no blogue na íntegra — e que tem ao lado de cada poema
uma sua explicação: Fernando Pessoa, Mensagem,
edição especial comemorativa do 75.º aniversário da morte de Fernando Pessoa,
comentada por Auxília Ramos e Zaida Braga, Vila Nova de Famalicão, Centro
Atlântico, 2010):
_________-se como um louco, porque quis uma grandeza
aparentemente indevida — «Qual a Sorte a não dá» —, D. Sebastião admite com
orgulho essa loucura e _________ a ideia de que nem a morte a extinguiu ou
poderá extinguir. O «ser que houve», esse _________ nos areais
de Alcácer Quibir, o «ser que há», esse não é perecível,
porque o sonho também o não é.
Indo mais além neste
discurso de «elogio da loucura», D. Sebastião _________ aqueles que o ouvem a
herdarem a sua loucura. Trata-se de uma espécie de apelo à continuidade do seu
sonho de grandeza.
Num remate de natureza
tanto reflexiva como desafiadora, o poeta ________-se sobre o que ________ o
homem dos restantes animais: é o sonho que permite que o homem seja mais que um «Cadáver adiado». É o sonho que eleva o homem e o faz ________ a
própria morte. D. Sebastião surge, então, como, uma espécie de Messias que ________ a boa nova
da salvação.
Faz corresponder cada
segmento de A a um único segmento de
B, de modo a obteres uma afirmação
adequada: a = ___; b = ___; c = ___; d = ___; e = ___.
Lê o texto que se segue, sobre ‘loucura’, um excerto de editorial de Sofia
Barrocas (que fui buscar ao manual Expressões,
12.º ano, como fiz com o exercício anterior):
A loucura aterroriza-nos e
fascina-nos. Sentimos um medo indisfarçável de um dia atravessarmos a fronteira
— às vezes tão ténue — que nos separa daquilo a que chamamos «o mundo real»,
onde vivemos de acordo com as normas de um mal definido conceito de «normalidade»,
e mergulharmos nessa realidade distorcida (achamos nós) a que optámos por
chamar loucura. E no entanto... quando olhamos os «nossos loucos» com um misto
de comiseração, respeito e fascínio não podemos por vezes deixar de pensar se
os loucos não seremos nós, se não serão «eles» que estão certos, ao
escudarem-se numa realidade só deles [...]. São personagens intrigantes,
fascinantes, desconcertantes, acarinhadas [... ] como símbolos vivos de alguma
coisa que não sabemos definir bem. Vale a pena conhecê-los. Quanto mais não
seja pelas questões que nos obrigam a pôr aos nossos «eus» mais escondidos.
Sofia Barrocas, «Nota de
abertura», Notícias
Magazine, n.° 934, 18 de abril de 2010
Verifica se o entendimento
da loucura expresso no poema de
Pessoa coincide, total ou parcialmente, com o apresentado no trecho do
editorial.
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Vai dando um relance aos
outros poemas que tratam do mesmo D. Sebastião, já na terceira parte (nas pp.
71, 74 e 76 da edição de Mensagem que
estamos a usar em aula), detendo-te sobretudo em «D. Sebastião» (p. 71;
e p. 128 do manual), para depois responderes a um item.
Leituras em voz alta de sonetos de Fernando Pessoa
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Leitor |
Primeiro verso do soneto |
Eu |
Mestre |
1 |
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Meu coração é um almirante louco |
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2 |
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Quando olho para mim não me percebo. |
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3 |
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A praça da Figueira de manhã, |
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4 |
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Todo o passado me parece incrível. |
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5 |
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Olha, Daisy, quando eu morrer tu hás de |
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6 |
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Sou vil, sou reles, como toda a gente, |
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7 |
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Deuses, forças, almas de ciência ou fé, |
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8 |
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Corre, raio de rio, e leva ao mar |
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9 |
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Eu olho com saudade esse futuro |
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10 |
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Não há verdade inteiramente falsa |
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11 |
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Quem me roubou a minha dor antiga, |
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12 |
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Quem me roubou quem nunca fui e a vida? |
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13 |
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Depois que o som da terra, que é não tê-lo, |
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14 |
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Por mais que tente, não me desembrulho. |
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15 |
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A criança que fui chora na estrada. |
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16 |
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Sossego enfim. Meu coração deserto |
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17 |
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Deixei de ser aquele que esperava, |
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18 |
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Meu
coração é um pórtico partido |
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19 |
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Dia a dia mudamos para quem |
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20 |
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Qualquer coisa de obscuro permanece |
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21 |
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Sonhei, confuso, e o sono foi disperso, |
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22 |
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Se acaso, alheado até do que sonhei, |
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23 |
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Sonhei — quem não sonhara? — porque a tarde |
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24 |
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Há quanto tempo não escrevo um soneto |
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25 |
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A
minha vida é um barco abandonado, |
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26 |
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No alto da tua sombra, a prumo sobre |
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27 |
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Súbita mão de algum fantasma oculto |
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28 |
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O silêncio é teu gémeo no Infinito. |
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TPC — Prepara recitação (declamação de cor) do soneto de Pessoa
que corresponde ao teu número de pauta + 2 (assim, se és o n.º 1,
decorarás o soneto 3; se és o n.º 27, decorarás o soneto 1; se és o 28,
memorizarás o soneto 2). Não te contentes apenas com memorizar: convém que
saibas o poema de cor mas também que sejas capaz de o recitar com a
expressividade apropriada.
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