Thursday, September 16, 2021

Aulas (2.º período: 102-125)

Aula 102-103 (8 [1.ª], 9/mar [3.ª]) Correção do item sobre travessão no poema de Ana Luísa Amaral (e ouvindo «As pequenas gavetas do amor»).

Para encontrarmos um motivo que oponha a poesia de Ana Luísa Amaral às de Miguel Torga e Eugénio de Andrade, talvez pudéssemos centrarmo-nos no que mais influencia cada uma das três escritas. Ana Luísa Amaral aproveita mais a poesia de outros escritores — os seus poemas têm muitas vezes marcas de intertextualidade evidentes —, o que é associável ao facto de ser professora de literatura e ter investigado poetisas como Emily Dickinson e Sylvia Plath (mas também Pessoa é, por vezes, objeto de trabalho intertextual). Os poemas de Ana Luísa Amaral são de amor e do quotidiano.

Miguel Torga e Eugénio de Andrade estão mais isolados, são mais independentes ou menos cosmopolitas. No caso de Miguel Torga, a escolher um inspirador constante da sua poesia, talvez devêssemos apontar a terra, a natureza, um certo Portugal.

De Torga já conhecemos «Sísifo» (p. 190) e «Sagres» (191). Lê agora «Orfeu Rebelde» (p. 187).

Explica o título, associando-o à «teoria» que o sujeito poético faz acerca da sua poesia.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Ao assistirmos ao início do documentário Miguel Torga, o meu Portugal, vai verificando as citações de Miguel Torga postas em caixas na p. 193 (item 4). Ordena-as segundo a ordem que têm no filme:

1.ª = G; 2.ª = ___; 3.ª = ___; 4.ª = ___; 5.ª = ___; 6.ª = ___.

Diz qual é a estúpida citação que está a mais na lista: ___.

Quanto ao item 3 (na p. 192, mas com as alterações que introduzi), assinala com V ou F:

I — Eduardo Lourenço afirma que

A. Miguel Torga analisou Portugal sem conhecer Frederico Varandas.

B. Miguel Torga fez o retrato de Portugal.

C. Miguel Torga retratou um Portugal integrado na Europa.

D. Nos portugueses, Miguel Torga admirava a assiduidade e a pontualidade.

E. Aquilino Ribeiro e Miguel Torga são os grandes retratistas de Portugal.

II — António Barreto afirma que

F. Miguel Torga mostrou a Natureza de uma região do país.

G. O sofrimento é uma dominante na obra de Miguel Torga, mas não na sua poesia.

H. A pobreza, a inveja, o desconhecimento de si mesmos, o lerem mal os enunciados das tarefas são alguns dos defeitos dos portugueses revelados por Miguel Torga.

I. Miguel Torga desejava que os portugueses fossem capazes de olhar a realidade e não vivessem a pensar só nos testes de Matemática.

III — José Manuel Mendes afirma que

J. Miguel Torga considera Portugal o reino das sombras.

 

Lê «Regresso» (p. 186), bem como o texto crítico «A terra-mãe acolhe o poeta». Escreve um comentário acerca de «Regresso». Inclui citações do poema e também do texto crítico em baixo na mesma página.

[Copiámos esta solução:]

Estas três quadras evidenciam o caráter telúrico da poesia de Torga salientado no estudo de Clarice Zamonaro Cortez. Segundo o sujeito poético, o regresso ao espaço das origens (e, por isso, à infância) é até celebrado pela natureza. Personificações como «os rijos carvalhos me acenaram», «cantava cada fonte à sua porta», «o céu abriu-se num sorriso», «deitei-me ao colo dos penedos» acentuam que os sentimentos de intimidade de alegria pelo reencontro são mútuos.

Afinal, como salienta Clarice Cortez, o pseudónimo do poeta corresponde ao nome de «arbusto duro e torcido das serranias transmontanas». É natural que seja nesta específica terra-mãe, agreste e de penedios, que o eu encontre o seu «velho paraíso».

TPC — Lê as fichas corrigidas sobre Complemento do nome e Complemento do adjetivo.

 

 

Aula 104R-104 (9 [1.ª], 10/mar [3.ª]) Vai resolvendo estes Itens de provas de exame com figuras de estilo

[2016, 2.ª fase]

7. No último parágrafo [«Falo do tempo e de pedras, e, contudo, é em homens que penso. Porque são eles a verdadeira matéria do tempo, a pedra de cima e a pedra de baixo, a gota de água que é sangue e é também suor. Porque são eles a paciente coragem, e a longa espera, e o esforço sem limites, a dor aceite e recusada — duzentos anos, se assim tiver de ser.»], são utilizados vários recursos estilísticos, entre os quais

(A) a sinestesia e a anáfora. | (B) a ironia e a sinestesia. | (C) a anáfora e a hipérbole. | (D) a hipérbole e a ironia.

[2015, 1.ª fase]

6. Na expressão «paisagens olfativas» (linha 27), o autor utiliza

(A) uma metonímia. | (B) um eufemismo. | (C) um paradoxo. | (D) uma sinestesia.

[2015, 2.ª fase]

6. No contexto em que ocorre, a expressão «grosso volume do romance de Eça de Queirós» (linha 4 [«Hesitei nesta escolha: pensei que seria como ler o resumo em lugar de regressar — como tantas vezes já regressei — ao grosso volume do romance de Eça de Queirós.»]) constitui um exemplo de

(A) perífrase. | (B) hipálage. | (C) eufemismo. | (D) paradoxo.

[2014, 1.ª fase]

1.5. Na expressão «deflagração extraordinária» (linha 18) [«Não viveu, porém, e infelizmente, a deflagração extraordinária operada no seio das certezas e dos objetos, decomposição dos seres visíveis e invisíveis que viria a produzir as grandes experiências literárias do século XX.»], a autora recorre a

(A) uma antítese. | (B) um oxímoro. | (C) uma metáfora. | (D) um eufemismo

[2013, época especial]

1.7. Na expressão «Oh, nossa deslumbrante desgraça mudadora» (linha 14; [As casas de papel são modos de pensar na tangibilidade do texto, na manualidade de que ele dependeu para ser lido. São modos de pensar nos autores. Cada autor como um lugar e um abrigo. Um lugar. Ler um livro é estar num autor. Preciso de pensar nos objetos para acreditar nos lugares. Oh, nossa deslumbrante desgraça mudadora, não consigo sentir-me bonito dentro de um Kindle, de um iPad ou de um Kobo. Penso em mim melhor numa coisa entre capas. A ilustração sem pilhas. As letras sem pilhas. Eternas e sem mudanças. De confiança.]), o autor recorre à

(A) hipálage. | (B) metáfora. | (C) metonímia. | (D) ironia

[2016, 1.ª fase, item do grupo I]

1. Explique o sentido quer das antíteses quer das interrogações retóricas presentes no início do monólogo de Matilde (linhas de 1 a 14) [«Ensina-se-lhes que sejam valentes, para um dia virem a ser julgados por covardes! Ensina-se-lhes que sejam justos, para viverem num mundo em que reina a injustiça! Ensina-se-lhes que sejam leais, para que a lealdade, um dia, os leve à forca! (Levanta-se) Não seria mais humano, mais honesto, ensiná-los, de pequeninos, a viverem em paz com a hipocrisia do mundo? (Pausa) Quem é mais feliz: o que luta por uma vida digna e acaba na forca, ou o que vive em paz com a sua inconsciência e acaba respeitado por todos?»].

[2016, época especial, item do grupo I]

4. Explique o sentido da metáfora «São o pão quotidiano dos grandes» (linhas 12 e 13 [«São o pão quotidiano dos grandes; e assim como o pão se come com tudo, assim com tudo e em tudo são comidos os miseráveis pequenos»]), tendo em conta o conteúdo do excerto.

[2016, época especial, item do grupo I]

5. Relacione o recurso à interrogação retórica presente na linha 16 [«Qui devorant plebem meam, ut cibum panis. Parece-vos bem isto, peixes?»] com a intenção crítica do pregador presente nas linhas que se lhe seguem.

Cenário de resposta do item 1 do exame de 2016, 1.ª fase

As antíteses expressam a oposição entre os valores ensinados aos filhos (valentia, justiça, lealdade) e a realidade político-social, na qual vinga quem é cobarde, injusto e desleal. Deste modo, Matilde põe em evidência a hipocrisia instalada na sociedade, que aparenta defender determinados valores, mas promove quem não os pratica.

Na sequência da reflexão anterior, Matilde interroga-se ironicamente sobre a necessidade de se ensinar a viver em conformidade com a hipocrisia a fim de alcançar a paz e a felicidade, ainda que tal signifique uma vida pautada pela alienação, pelo conformismo e pela indignidade.

Cenário de resposta do item 4 do exame de 2016, época especial

A metáfora «São o pão quotidiano dos grandes» (linhas 12 e 13) associa os «pequenos», os socialmente frágeis, ao pão. Assim, tal como o pão acompanha sempre os outros alimentos, também o povo é alimento constante para os poderosos.

Através da metáfora, o orador sublinha, por um lado, a insaciável ganância dos poderosos e, por outro, a vulnerabilidade dos pequenos, submetidos a uma exploração sem tréguas.

Cenário de resposta do item 5 do exame de 2016, época especial

Com o recurso à interrogação retórica, o orador conduz o auditório à tomada de consciência de que a exploração dos «pequenos» por parte dos poderosos é um comportamento condenável.

Assumida esta condenação por parte do auditório, Vieira acusa-o de ter, também ele, um comportamento em tudo semelhante ao anteriormente apontado.

Freitaslobice

Figura(s) de estilo

Courtois: um pássaro gigante que apareceu a voar.

 

Penteia a bola e acaricia-a.

 

Jogada construída e inventada pelo caldeirão do feiticeiro Hazard.

 

Dois braços e quatro pernas — mas haverá quem jure ter visto quatro pernas e quatro braços.

 

Olhos de matador, dentes de coelho.

 

Há a velocidade da luz, há a velocidade do som e há velocidade de Robben.

 

Valbuena, o Astérix de cabelo curto.

 

Neste momento, na Austrália, estão todos os cangurus aos saltos.

 

À medida que arrancava, ia ultrapassando a população russa.

 

Não tem nenhuma hipótese de ganhar um concurso de beleza.

 

É um poema de futebol em velocidade.

 

A forma de perder tem de ser igual à de ganhar e vice versa.

 

Enquanto estiveres a ver o filme Língua — vidas em português, vai preenchendo os espaços que estão sublinhados {para consulta aqui no blogue: a versão do filme que uso em cima não está montada como o filme que vimos em aula; se bem percebo, as cenas estão justapostas em ordem diferente}:

País, Cidade

Personagem / Ocupação

Variedade geográfica, social, situacional

Características (que exemplificam algum tipo de variação)

Índia, Goa (Panjim)

Rosário / padeiro

Português ainda sobrevive, mas num contexto em que outras _____ predominam

Interferências do inglês («Eu prefer»).

Portugal, Lisboa

Belarmindo / guarda-
-freio

Variante ______ do português; dialeto de _____ {Lisboa / Beira / Alentejo}

«tem que» (por «tem de»).

Brasil, Rio de Janeiro

Márcio / vendedor de rua

Variante _______ do português, num socioleto _____ {popular / culto}, em contexto relativamente _____ {formal / informal}.

Sintaxe: próclise («____ chama»); «nessa manhã» (por ‘____ manhã’); Léxico: «bala» (‘guloseima’). Fonética: palatalização de t: «tris[txi]» («triste»); ditongação em «ma[i]s» («mas»). Tratamento: você + ____ pessoa.

Moçambique, Maputo

Mia [Couto] / escritor

Variante _____ {africana / europeia} do português

Léxico: «normar» (‘regulamentar’).

Índia, Goa (Panjim)

Rosário

Rosário, além de português, fala hindi, inglês, «arabic».

Dificuldades no conjuntivo: «talvez faleceu» (‘talvez _____’).

Portugal, Lisboa

Zulmira e Paulo / reformados

Dialeto: _______; socioleto: ______.

Ligeiras hesitações: «niveles» (‘níveis’); «li[v]erdade» (‘liberdade’).

Portugal, Lisboa, Belarmindo

 

 

Moçambique, Maputo

Izdine / radialista

Como se trata de programa de rádio, o meio ______ {oral / escrito} é um tanto falso: o discurso está preparado e o registo só aparentemente é _______ {formal / informal}.

Fonética: vocalismo menos reduzido: «Beir[á]».

Moçambique, Beira

Dinho / estudante

Variante _______ do português, por parte de adolescente que terá outra língua materna (talvez uma língua do grupo bantu).

Sintaxe: «ele» como complemento direto: «conheço ele» (‘conheço-o’); ênclise nas subordinadas: «quando desligou-se energia». Léxico: «já» (por ‘logo’).

Brasil, Rio de Janeiro

Rejane / vendedora de imobiliário

O registo não pode ser muito _____, já que se fala com clientes.

Sintaxe: próclise: «___ perdoe» (‘perdoe-me’).

Brasil, Rio de Janeiro

Rogério [e Márcio] / pregador

Socioleto: português popular (com infrações várias à norma culta brasileira).

Sintaxe: marcas do plural simplificadas («essas bala»; «elas pesa»); «mim» como sujeito («para mim organizar»). Léxico: «tem» (‘há’); «açougue» (‘talho’). Fonética: epêntese («corrup[i]ta»); cr por cl («cic[r]one»); -r omitido («ri» por «____»); vocalismo átono pouco reduzido («porqu[ê]» por «porque»).

Moçambique, Beira

Dinho [e Deolinda]

 

Léxico: «a caminho de mais velha»; «dar uma mão direita».

Moçambique, Inhaca

Mia Couto

Tratando-se de escritor inventivo, é difícil distinguir o que é «neologístico» e o que é devido à variante ______.

Léxico: «normar» (‘regulamentar’); «os mais velhos»; «outras» (‘diferentes’).

Brasil, Rio (Barra da Tijuca)

Rejane

 

Fonética: r final omitido («m[á]» por «_____»); palatalização de t e d («gen[txi]», «ver[dxi]»); ditongações («l[uis]» por «____»).

Moçambique, Beira, Dinho

 

Sintaxe: possessivo sem artigo («______ duas irmãs»).

Moçambique, Inhaca, Mia Couto

 

 

Portugal, Lisboa

Uliengue e Sofia / estudantes

Nascidos em Angola e Moçambique.

Fonética: vocalismo átono menos reduzido. Sintaxe: ênclise («Todos os vizinhos _________») em casos de próclise no português europeu.

Portugal, Lisboa

José Saramago / escritor

Variante _______ do português. Dialeto de ____.

 

Índia, Goa (Loutolim)

Mário e Emiliano / proprietários

 

 

Portugal, Lisboa

José Saramago

Registo formal, mas não demasiado «purista».

«tinha que» (por «tinha de»).

Escreve um texto narrativo (narrativo-descritivo-conversacional) que siga o mesmo tipo de «montagem» do filme que estivemos a ver. Irás acompanhando, alternadamente, as vidas de alguns (4 a seis?) falantes de português, criados por ti mas verosímeis (podes, é claro, inspirar-te em vidas reais), de diversos contextos sociais, geográficos, ....

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

TPC — Estuda o capítulo de gramática sobre ‘Variação e normalização linguística’, que destacarei a verde em Gaveta de Nuvens. (A p. 6 do anexo do manual também pode interessar.)

 

 

Aula 105-106 (11/mar [1.ª, 3.ª]) Correção do trabalho devolvido (feito na aula anterior: redação com narração, em alternância, de «vidas em português»).

Iremos hoje ler poemas de Eugénio de Andrade, talvez um poeta mais virado para si próprio e para o amor do que Miguel Torga e Ana Luísa Amaral.

Depois de leres «Adeus», p. 201, mostra como o poema se pode esquematizar em dois momentos, «antigamente» e «hoje». Comprova ainda que os valores das formas verbais, em termos de aspeto e de tempo, acompanham esses dois estados de alma do «eu» e do «tu» do texto. (Escreve a tinta.)

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

O trecho do documentário que vamos ver — Eugénio de Andrade. O poeta — inclui uma declamação, pelo autor, de «As palavras interditas» (v. p. 205 do manual). Também ouviremos poemas à mãe (cfr. com o que temos na p. 203 e «Casa na chuva», p. 204»). {Aqui só consigo reproduzir os primeiros minutos do documentário}

O último poema de Ariel, de Sylvia Plath, tem o título «Words». Copio a tradução de Maria Fernanda Borges (Lisboa, Relógio d’Água, 1996):

Palavras

 

Machados,

Após cada pancada sua a madeira range,

E os ecos!

São ecos que viajam

Do centro para fora como cavalos.

 

A seiva

Brota como lágrimas, como a

Água a esforçar-se

Por recompor o seu espelho

Sobre a rocha

 

Que pinga e se transforma,

Uma caveira branca

Comida pelas ervas daninhas.

Anos mais tarde

Encontro-as no caminho —

 

Palavras secas e indomáveis,

Infatigável som de cascos no chão.

Enquanto

Do fundo do charco estrelas fixas

Governam uma vida.

Embora o tópico seja semelhante — «palavras interditas» (Andrade) vs. «palavras» (Plath) —, o foco último de cada um dos poemas talvez não seja o mesmo:

[Copiámos esta solução:] embora o contexto exterior pareça dececionar o sujeito lírico de «As palavras interditas» e remeta, talvez, para situações de guerra ou de falta de liberdade («um horizonte de cidades bombardeadas», «hospitais», «[navios] sem nenhum destino», «este ar que se respira»), percebe-se que — e apesar de dificuldades postas à comunicação («As palavras que te envio são interditas») — subsiste um espaço íntimo a que o «eu» se acolhe («Amo-te...»); entretanto, a preocupação no poema de Sylvia Plath tem mais que ver com as próprias palavras, que já não são vistas apenas como utensílios da comunicação mas como elementos atuantes, governando vidas («ecos que viajam», «Anos mais tarde / Encontro-as no caminho»).

Classifica quanto à função sintática o que está sublinhado. (Quando os constituintes sublinhados são também uma oração, dou a sua classificação entre parênteses.)

Sei lá

(Bárbara Tinoco)

Eu sei lá em que dia da semana vamos.

Sei lá qual é a estação do ano. | __________ (subordinada substantiva relativa)

Sei lá — talvez nem sequer queira saber —, | __________ (sub. subst. completiva infinitiva)

Eu sei lá porque dizem que estou louca. | __________ (sub. substantiva completiva)

Sei lá... Já não sou quem fui, sou outra. | __________ (sub. substantiva relativa)

Sei lá... Pergunta-me amanhã,

Talvez eu saiba responder. | __________ (sub. subst. completiva infinitiva)

 

E eu juro, eu prometo e eu faço, e eu rezo,

Mas, no fim, o que sobra de mim? | __________

E tu dizes coisas belas, histórias de telenovelas,

Mas, no fim, tiras mais um pouco de mim.

Então, força, leva mais um bocado,

Que eu não vou a nenhum lado, | ___________

Leva todo o bom que há em mim,

Que eu não fujo, eu prometo, eu perdoo e eu esqueço,

Mas, no fim, o que sobra de mim?

 

Mas tu sabes lá as guerras que eu tenho! | ___________

Tu sabes lá das canções que eu componho!

Tu sabes lá — talvez nem sequer queiras saber —,

Mas tu sabes lá da maneira que eu te amo! | __________

Tu sabes lá... Digo a todos que é engano. | _________

Tu sabes lá... Pergunto-te amanhã, | ____________

Mas não vais saber responder.

 

E eu juro, eu prometo e eu faço, e eu rezo,

Mas, no fim, o que sobra de mim?

E tu dizes coisas belas, histórias de telenovelas,

Mas, no fim, tiras mais um pouco de mim.

Então, força, leva mais um bocado,

Que eu não vou a nenhum lado.

Leva todo o bom que há em mim, | ____________ (sub. adj. rel. restrit.)

Que eu não fujo, eu prometo, eu perdoo e eu esqueço,

Mas, no fim, o que sobra de mim? | ___________

Sim, eu juro...

Sim, eu juro...

TPC — Aproveita para ler os textos ensaísticos e as sínteses (estas estão nas pp. 194, 207, 225) no manual acerca dos três poetas que temos vindo a analisar (Miguel Torga, Eugénio de Andrade, Ana Luísa Amaral).

 

 

Aula 107-108 (16/mar [1.ª, 3.ª]) Correção do trabalho sobre «Adeus». [solução possível:]

No seu diálogo com um tu a que corresponde o vocativo «meu amor», o sujeito poético mostra-se desiludido, o que se traduz sinteticamente em «já gastámos as palavras». Assim, no presente o eu já desistiu («Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada»), o que fica realçado por, ao longo do poema, estes momentos de disforia alternarem com recordações de um passado em que «todas as coisas eram possíveis».

Conotando a anterioridade mas também a duração de um tempo que parecia glorioso, as alusões ao passado assentam em formas verbais do imperfeito («Antigamente tínhamos», «dava», «tinha», «dizias», «acreditava», «era um aquário», «eram peixes verdes», «todas as coisas estremeciam»). Nos trechos do «hoje», marcado pelo ceticismo, predominam verbos no Presente do Indicativo (que remete para a inconsequência, para o despojamento — «não temos», «já não se passa absolutamente nada», «são apenas [...] uns olhos como todos os outros»; «não encontro nada») e no Pretérito Perfeito (que assinada a perda, a irreversibilidade associável ao aspeto perfetivo; «já gastámos», «já te disse: as palavras estão gastas»).

Vai lendo «Esta coisa obscura que é ser português» (pp. 237-238), uma apreciação crítica de Clara Ferreira Alves a O ano da morte de Ricardo Reis, de José Saramago, e circunda a melhor alínea de cada item. (Em raros casos, o conhecimento da obra de Saramago pode facilitar a resposta, mas, no essencial, só estará em causa a leitura deste texto de recensão.)

 

O ano da morte de Ricardo Reis é um livro cheio «de autores e atores acotovelando-se com o autor» (ll. 3-4), porque

a) os vários heterónimos de Pessoa são também personagens.

b) a intertextualidade com outras obras é nele decisiva.

c) Alberto Caeiro e Ricardo Reis são os protagonistas.

d) Fernando Pessoa e Ricardo Reis são os heróis do livro.

 

Quanto a O ano da morte de Ricardo Reis, a cronista (ll. 4-5)

a) hesita em considerá-lo o romance português mais importante a seguir a Os Maias.

b) não tem dúvidas de que se trata do romance português mais importante a seguir a Os Maias.

c) não sabe de que trata o livro, o que a faz considerá-lo o romance mais importante depois de Os Maias.

d) não consegue dizer, de repente, se é o melhor romance português depois de Os Maias.

 

«um que escreve e um que é pelo outro descrito» (ll. 6-7) correspondem, respetivamente, a

a) Ricardo Reis e Fernando Pessoa.

b) Ricardo Reis e José Saramago.

c) Fernando Pessoa e Ricardo Reis.

d) José Saramago e Ricardo Reis.

 

«Quando o livro começa» (l. 8) é

a) modificador de frase.

b) modificador do grupo verbal.

c) predicado.

d) complemento oblíquo.

 

Quando Ricardo Reis regressa (ll. 10-11),

a) Pessoa morrera há pouco.

b) Pessoa ainda é vivo, embora acabe por morrer no final desse ano.

c) Saramago ainda não não nascera.

d) Saramago já morrera.

 

Os pronomes pessoais na l. 13 desempenham as funções de

a) complemento direto, complemento indireto.

b) complemento indireto, complemento direto.

c) complemento direto, complemento direto.

d) complemento indireto, complemento indireto.

 

«onde se perfilam estátuas de gigantes» (ll. 15-16) é uma oração subordinada

a) substantiva relativa.

b) substantiva completiva.

c) adjetiva relativa explicativa.

d) adjetiva relativa restritiva.

 

O «brônzeo Pessoa ainda não acolhia turistas e criancinhas ao Chiado» (l. 19) significa que

a) ainda não havia tantos turistas em Lisboa como hoje.

b) ainda não fora construída a escultura de Pessoa na Brasileira do Chiado.

c) Pessoa ainda não era famoso, pelo que a estátua na Brasileira ainda era pouco conhecida.

d) Pessoa, sempre bronzeado pelo sol, pouco ia ao Chiado por esses dias.

 

«ainda não acolhia» (l. 19) tem os valores (aspetual e temporal)

a) imperfetivo; de simultaneidade.

b) perfetivo; de anterioridade.

c) imperfetivo; de anterioridade.

d) perfetivo; de posterioridade.

 

Pessoa «aparece e desaparece num quarto do Hotel Bragança» (l. 21) quer dizer que

a) Reis (Pessoa) nem sempre está no seu quarto.

b) Fernando Pessoa, por vezes, visita Ricardo Reis.

c) Pessoa vivia nesse quarto de hotel, saindo, por vezes, para visitar Reis.

d) os vários heterónimos de Pessoa iam visitando Reis.

 

Em «prefigurando a guerra que há de vir» (ll. 30-31) o valor temporal é de

a) anterioridade.

b) futuro.

c) simultaneidade.

d) posterioridade.

 

O referente do pronome pessoal na l. 34 é

a) o imperador Salazar.

b) Portugal.

c) o Estado Novo.

d) Adolfo Coelho.

 

«[o] homem neutro, que observa o espetáculo do mundo» (l. 35) é

a) um moço chamado Adolfo.

b) Hitler.

c) Salazar.

d) Ricardo Reis.

 

No final do 4.º parágrafo (l. 36), percebemos que

a) o livro talvez se devesse intitular O ano da morte de Fernando Pessoa.

b) o ano da morte a que se reporta o livro é o da morte de Fernando Pessoa.

c) a história se passa sobretudo em outro ano que não o da morte de Fernando Pessoa.

d) Ricardo Reis morreu em 1935.

 

As formas verbais nas linhas 37-38 («desliza», «acoita-se», «desobriga») têm valores temporal e aspetual de

a) anterioridade, perfetivo.

b) simultaneidade, imperfetivo.

c) simultaneidade, genérico.

d) posterioridade, habitual.

 

Em «Não perca a festa no Jockey Clube para fazer bem aos ribatejanos inundados» (ll. 39-40), «para fazer bem aos ribatejanos inundados» desempenha a função sintática de

a) modificador do grupo verbal.

b) modificador de frase.

c) complemento oblíquo.

d) complemento do adjetivo.

 

Em «O narrador espera que não morram de fome antes» (ll. 40-41), a oração subordinada é

a) substantiva relativa.

b) substantiva completiva.

c) adjetiva relativa restritiva.

d) adjetiva relativa explicativa.

 

«o de Portugal e o de uma Europa a ferver» (ll. 44-45) desempenha a função sintática de

a) modificador restritivo do nome.

b) predicativo do sujeito.

c) modificador apositivo do nome.

d) complemento direto.

 

O período «Neste livro de Saramago estão todos os livros que se seguiram» (l. 48) implica um ato ilocutório

a) compromissivo.

b) declarativo.

c) assertivo.

d) expressivo.

 

«que se seguiram» (l. 48) é

a) oração adjetiva relativa apositiva e modificador apositivo do nome.

b) oração adjetiva relativa restritiva e modificador restritivo do nome.

c) oração substantiva relativa e complemento direto.

d) oração substantiva completiva e complemento direto.

 

«Dicionário Português-Manuelmachadês» (da série Diz que é uma espécie de magazine) caricatura a linguagem de alguém do meio desportivo. O tipo de discurso designado como «manuelmachadês» caracteriza-se pela complexificação da sintaxe e do léxico, por pretensiosismo do enunciador. Essa exibição de linguagem empolada acaba por prejudicar a clareza da mensagem.

Quais são os recursos expressivos (as _______ de estilo) usados por Manuel Machado e que resultam no tal estilo complicativo? Não são muitos. Em geral, pode dizer-se que se socorre de perífrases (circunlóquios; isto é, diz em muitas palavras o que poderia ser dito em poucas). Vendo mais de perto, essas perífrases resultam de:

(1) troca de palavras/expressões por outras suas sinónimas mas de registo mais cuidado (nestes casos, pode surgir uma ou outra expressão com origem em metáfora);

(2) troca de palavras/expressões por outras mais abrangentes, ou mesmo inadequadas, por eufemismo (evitando ‘ferir suscetibilidades’).

{Completa a tabela, registando 1 ou 2 na coluna da direita.}

sentido denotativo

manuelmachadês

recurso

como ganhámos, fizemos bem em jogar assim

a pontuação obtida, de alguma maneira, ratifica as opções tomadas

 

corrigiu os erros

retificou alguns procedimentos que tinha denunciado como deficitários

 

uma estratégia atacante

uma estratégia que não pressupunha uma metodologia muito defensiva

 

fim do jogo

parte terminal do encontro

 

últimos lugares do campeonato

lugares da parte terminal da tabela

 

o árbitro decidiu mal

o critério disciplinar foi extremamente agudo

 

não digo que o árbitro seja desonesto

nada do que eu disse vai no sentido de melindrar essa cidadania e os seus direitos, tudo o que eu disse é contextualizado a um processo desportivo

 

tentar não perder o jogo

obstar a que o Porto leve os pontos em disputa

 

Na última fala — «este tipo que andou no meio do terreno não presta» —, o inesperado é Machado não ter recorrido a um ______ que adocicasse a crítica ao árbitro.

Reproduzem-se algumas estrofes da tradução — por Maria Fernanda Borges — do poema «Daddy» (Sylvia Plath, Ariel, Lisboa, Relógio d’Água, 1996 [original inglês: 1965]), que ouviremos também no filme Sylvia.

Paizinho

Já não serves, já não serves

Nunca mais, sapato preto,

No qual tenho vivido como um pé

Durante trinta anos, pobre e branca,

Mal me atrevendo a respirar ou a dar um Atchim.

 

Paizinho, tinha de ser eu a matar-te

Mas morreste antes de eu ter tido tempo —

Pesado como mármore, um saco cheio de Deus,

Estátua lívida com um dedo do pé cinzento

Grande como uma foca de S. Francisco

 

Com a cabeça no caprichoso Atlântico

Onde o verde-feijão se derrama sobre o azul

Nas águas da maravilhosa Nauset.

Costumava rezar para te recuperar.

Ach, du.

 

Na língua alemã, na vila polaca

Reduzida a nada pelo cilindro

Da guerra, da guerra, da guerra.

Mas o nome da vila é vulgar.

O meu amigo polaco

 

Diz-me que há uma dúzia ou duas.

E por isso nunca lhe soube dizer onde é que tu

Puseste o teu pé, onde as tuas raízes,

Nunca pude falar-te.

A língua prendia-se no maxilar.

 

[...]

 

Se já matei um homem também posso matar dois —

O vampiro que disse que eras tu

E que bebeu o meu sangue durante um ano,

Sete anos, se queres saber.

Paizinho, agora podes voltar a deitar-te.

 

Tens uma estaca nesse teu gordo coração negro

A gente da aldeia nunca gostou de ti.

Dança e bate o pé em cima de ti.

Sempre souberam que foste tu.

Paizinho, paizinho, meu sacana, acabou-se.

Contrasta a perspetiva, sobre pai e mãe, do poema de Plath e do texto de Eugénio de Andrade (na p. 203; não deixes de atentar na explicação em «Antes de ler»).

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

TPC — Lê a ficha corrigida sobre ‘Étimo,palavras convergentes e divergentes’, que porei em Gaveta de Nuvens.

 

 

Aula 109R-109 (17/mar [3.ª]; na turma 1.ª esta aula ficará para outra altura) Temos andado a rever, uma a uma, as classes de palavras. Vejamos a dos Advérbios, uma classe {escolhe} aberta/fechada. Depois, vamos associar uma das suas subclasses, a dos advérbios de frase, à função sintática que desempenha, a de modificador de frase.

Costuma dizer-se que os advérbios qualificam verbos (como os adjetivos qualificariam, modificariam, os nomes). Não é uma verdade exata, como se verá a seguir. As frases que usarei como exemplos são de «Advérbios de modo não combinam com amor» (série Zé Carlos). Completa as lacunas com advérbio, frase, verbo, adjetivo.

Em «Você é jovem e moderadamente bela», o advérbio «moderadamente» modifica o ____ «bela». Identicamente, em «você me deixou completamente ***», o _____ «completamente» está a modificar o adjetivo eufemisticamente traduzido por ***.

Em «Efetivamente, gosto de aparências», o ___ «efetivamente» modifica toda uma frase («gosto de aparências»). Tal como em «Contrariamente ao que dizem, nunca pus os pés no Finalmente» o grupo adverbial «contrariamente ao que dizem» modifica a ____ «nunca pus os pés no Finalmente».

Mas é verdade que o caso mais comum será o de o advérbio modificar o grupo verbal. Em «Gosto extremamente de você», «extremamente» modifica «gosto (de você)». Em «Qual é o mal de falar precisamente?» e em «Eu falo assim», os advérbios «precisamente» e «assim» reportam-se ao _____ que os precede.

Os advérbios podem até modificar outros advérbios. No sketch não há nenhum caso desses, mas, por exemplo, em «Ricardo Araújo Pereira canta pouco afinadamente», o ______ «pouco» reporta-se ao advérbio «afinadamente».

Vejamos as subclasses do advérbio. Teremos de ir experimentando as classificações a pouco e pouco (por sinal, este «a pouco e pouco» é uma locução adverbial).

Completa com predicado, frase, conectivo, negação, quantidade/grau, inclusão/exclusão:

Em «Principalmente, a tendência que eu tenho para adverbiar», «principalmente» é um advérbio ______ (tem função de conexão, serve para ligar frases ou constituintes).

Já vimos advérbios de _______: «falar com modificadores verbais persistentemente»; «falar precisamente»; «eu falo assim»; «nunca pus os pés no Finalmente».

E advérbios de ______: «Efetivamente, gosto de aparências».

Em «Escolheu um cara que, estupidamente, somente adjetiva», «somente» é advérbio de _____ (enquanto «estupidamente», que se reporta a «somente adjetiva», é um advérbio de predicado).

Em «Eu gosto extremamente de você», teríamos um advérbio de ______.

Por fim, em «Advérbios de modo não combinam com amor», «não» é advérbio de _______.

Refira-se ainda uma característica dos advérbios em «mente» com que, a certa altura, se brinca na canção: a possibilidade de, em séries, se omitir o «mente» dos primeiros advérbios: «estudarei gramática abnegada e esforçadamente».

Só que os Gato Fedorento usam uma série demasiado grande, por isso implausível: «E me deixou, designadamente, nomeada, exata e mormente, completamente ...» (além de que o primeiro elemento da série não teria o «mente», só o último).

Na sua tradução portuguesa (Divertida-mente), o título do filme Inside out recorda-nos as características da formação de boa parte dos advérbios de modo. Com efeito, os advérbios de modo terminados em –mente correspondem a adjetivo (no feminino) + sufixo –mente. Ora este «-mente» é o latino mente-, que significava ‘mente’ (‘faculdade intelectual’, ‘espírito’, ‘pensamento’). Um advérbio de modo em «mente» significa, etimologicamente, ‘de mente divertida/triste/alegre/etc.’). O filme trata do funcionamento do cérebro de modo divertido, por isso o título português foi muito feliz, foi criado engenhosamente (isto é, ‘com mente engenhosa’).

Os advérbios de frase equivalem às palavras que servem de modificadores de frase (para termos todos os possíveis modificadores de frase, faltariam só certas expressões — «com efeito», «na realidade», etc. — e as orações concessivas e condicionais).

Regressemos então às funções sintáticas, para vermos melhor os Modificadores de frase, fazendo este exercício tirado do Caderno de atividades (p. 45):

1. Sublinha, em cada um dos exemplos, os respetivos modificadores de frase.

a. Sinceramente, não esperava isto de ti.

b. Realmente, não há muito mais a dizer.

c. Embora não me agrade, vou fazer o que me pedes.

d. Infelizmente, não consegui bilhetes para o espetáculo.

e. Se correres, ainda chegas a tempo.

f. Para minha surpresa, ela cantou muito bem.

g. Realmente, ando pouco a pé.

h. Embora esteja frio, vou passear à beira-mar.

i. Francamente, não sei o que queres.

j. Provavelmente, não percebi bem o poema.

k. Efetivamente, este título é muito longo.

2. Identifica e corrige a única destas informações que não é verdadeira.

a. O modificador de frase pode ser suprimido sem que isso afete a gramaticalidade da frase.

b. A função de modificador de frase pode ser desempenhada por um grupo adverbial, um grupo preposicional ou uma oração (adverbial concessiva ou condicional).

c. O modificador de frase incide sobre toda a frase.

d. O modificador de frase é irrelevante, pois não acrescenta nada ao sentido da frase.

3. Reescreve as frases abaixo transcritas, substituindo o grupo adverbial constituinte do modificador por outro grupo que não lhe altere o sentido. [Já resolvi a primeira.]

a. Sinceramente, não esperava isto de ti. > Com sinceridade, não esperava isto de ti.

b. Realmente, não há muito mais a dizer. > ______

c. Francamente, não sei o que queres. > _____

3.1 Esclarece se, nestas frases, o modificador introduz uma informação nova ou reforça a ideia transmitida pela frase que modifica. ________

4. Especifica a noção que cada um dos respetivos modificadores acrescenta às frases abaixo. [Já respondi à primeira.]

a. Provavelmente, não percebi bem o poema. | Acrescenta a noção de dúvida.

b.Efetivamente, este título é muito longo. | ______

5. Redige duas frases em que utilizes, em cada uma delas, uma oração como modificador de frase. [Já resolvi a primeira.]

Ainda que já soubessem tudo sobre modificadores de frase, hesitaram nas orações.

________________

Copio a seguir os parágrafos finais de Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco (uso a edição de Ivo Castro, INCM, 2012, p. 192):

À voz do comandante desamarraram rapidamente o bote, e saltaram homens para salvar Mariana.

Salvá-la!...

Viram-na, um momento, bracejar, não para resistir à morte, mas para abraçar-se ao cadáver de Simão, que uma onda lhe atirou aos braços. O comandante olhou para o sítio donde Mariana se atirara, e viu, enleado no cordame, o avental, e à flor d’água um rolo de papéis, que os marujos recolheram na lancha. Eram, como sabem, a correspondência de Teresa e Simão.

 

Da família de Simão Botelho vive ainda, em Vila Real de Trás-os-Montes, a senhora D. Rita Emília da Veiga Castello Branco, a irmã predileta dele.* A última pessoa falecida, há vinte e seis anos, foi Manuel Botelho, pai do autor deste livro.

 

FIM

____________

* Morreu em 1872. (Nota da 5.ª edição).

 

Comprova que nas últimos parágrafos de Amor de Perdição há várias marcas que evidenciam o processo de enunciação e o contexto familiar que inspirou o romance (relativas a autor, e seus destinatários, e a personagens que são parentes do autor).

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Pedro Silva, Elsa Cardoso, Rita Mendes, Sónia Costa, Rita Correia, Expressões, 10.º ano, Porto, Porto Editora, 2010, p. 302:



Classifica as orações sublinhadas.

Eu Não Sei Quem Te Perdeu

(Pedro Abrunhosa)

 

Quando veio, ___________

Mostrou-me as mãos vazias,  Subordinante

As mãos como os meus dias,

Tão leves e banais.

 

E pediu-me

Que lhe levasse o medo, _______________

Eu disse-lhe um segredo:

Não partas nunca mais.

 

E dançou,

Rodou no chão molhado,

Num beijo apertado

De barco contra o cais.

 

E uma asa voa

A cada beijo teu.

Esta noite sou dono do céu

E eu não sei quem te perdeu. _______________

 

Abraçou-me,  _____________

Como se abraça o tempo,  _______________

A vida num momento,

Em gestos nunca iguais.

 

E parou,

Cantou contra o meu peito  _______________

Num beijo imperfeito

Roubado nos umbrais.

 

E partiu

Sem me dizer o nome,

Levando-me o perfume

De tantas noites mais.

 

E uma asa voa

A cada beijo teu.

Esta noite sou dono do céu  ________________

E eu não sei quem te perdeu.  ________________

 

Esta música é dedicada a todos os que amam, _______________

porque quem ama tem medo de perder. ______________

           Subordinada substantiva relativa ______________

 

E eu gostava  _______________

que vocês hoje fossem a minha voz Subordinada substantiva completiva

 

E uma asa voa

A cada beijo teu.

Esta noite sou dono do céu

E eu não sei quem te perdeu.

TPC — Vê as classes de palavras (e, particularmente, a dos advérbios) em Gaveta de Nuvens, «Classes de palavras».

 

 

Aula 110-111 (18/mar [1.ª, 3.ª]) Correção do questionário de compreensão sobre apreciação crítica de Clara Ferreira Alves (cfr. Apresentação).

O quadro seguinte resume os Processos fonológicos (também chamados, por vezes, fenómenos, ou acidentes, fonéticos). Os exemplos que pus são quer da variação geográfica e social do português, quer da diacronia (dentro do português e do latim ao português). No manual, a p. 4 do anexo ocupa-se desta matéria.

Como vimos nas duas entrevistas recuperadas em «Diz que é uma espécie de magazine...», as palavras atuais também sofrem alterações fonéticas, tal como aconteceu ao longo do percurso entre latim e português do século XXI. Vai lendo e completando.

* = forma incorreta || arc. = forma arcaica (antiga) || pg. = português || ingl. = inglês || étimo latino

de

para

houve

que podemos descrever assim

pílula

*pírula

dissimilação

evita-se a semelhança que havia entre dois sons. Neste caso particular, um dos sons [l] passou a __.

fizeram-lo (arc.)

fizeram-____

_____

ao contrário do que acontece na dissimilação, na assimilação um som aproxima-se das características dum som vizinho. Por exemplo, o pronome (lo) passa a ligar-se ao verbo por uma consoante nasal (n), porque assim se assemelha ao som nasal da última sílaba do verbo.

_____

*câmbria

metátese

houve a transposição do i da primeira sílaba para a segunda (há uma metátese quando um som muda o seu lugar dentro da palavra).

crudu

cruu (arc.)

_____

síncope é a perda de um som a meio da palavra. Neste caso, uma consoante que havia na palavra latina «crudu», -d-, desapareceu na palavra portuguesa arcaica «cruu» (que aliás, depois, ainda evoluiria para «cru»).

cruu (arc.)

cru

crase

a crase é a contração de vogais num único som.

a + a; a + as

à; às

_____

a contração da preposição «a» com o _____ definido «a» e «as» é a crase mais frequente.

tio

*tiu

sinérese

tal como a crase, a sinérese também contrai duas ____, só que tornando as duas vogais num ditongo (neste caso: i-o > iu).

sic

si (arc.)

_____

apócope é a perda de um som ou sílaba finais. No exemplo, a palavra latina «sic» veio a dar «si» (que, depois, evoluiu para sim).

Alandroal

*Landroal

aférese

aférese é a perda dos sons do _____ de uma palavra.

você

_____

esta pronúncia pode acontecer no Brasil.

portanto

*ptanto

_____

o autarca que ouvimos não pronunciava um som a meio da palavra.

precisamente

*samente

_____

o médico que ouvimos omitia o início do advérbio.

______

*iguinorante

epêntese

a epêntese é o desenvolvimento de um som a meio da palavra. Neste caso, a vogal inserida, i, desfez um grupo que não é natural no português, gn, criando uma sequência mais conforme ao nosso padrão (estas epênteses são comuns no Brasil).

pneu

*peneu

_____

de novo um grupo de consoantes demasiado erudito (-PN-) a ser desfeito pela inserção de uma vogal (em Portugal, produzimos um e; os brasileiros podem inserir um i [*pineu]).

______

*céquisso (no pg. do Brasil)

epêntese

aqui o par de consoantes desfeito foi o que existia escondido na letra <x>, os sons ks.

sport (ingl.)

esporte

_____

o desenvolvimento de um som no início da palavra é uma prótese. Os brasileiros costumam fazer esta adaptação aos empréstimos começados por s- seguido de consoante (snob > esnobe), enquanto em Portugal é mais comum a manutenção da sequência estrangeira (snob).

mora

amora

_____

a palavra portuguesa que descendeu da palavra latina _____ tem um som inicial que não havia no seu étimo.

alguidar

*alguidare

_____

a paragoge é o desenvolvimento de som no final da palavra. É comum na pronúncia alentejana.

estar

*______

_____

a não ser em situações formais, raramente dizemos a primeira sílaba das formas do verbo «estar» (na escrita temos de ter cuidado!).

ski (ingl.)

esqui

_____

na adaptação do anglicismo ao português acrescentou-se um som no _____ da palavra.

______

*segundária

sonorização

este erro, que vejo em redações, comprova a tendência para, em certos contextos, as consoantes surdas passarem a sonoras.

Completa esta cábula do que estivemos a ver (pode ser útil a p. 4 do anexo):

Processos fonológicos

adição (inserção de sons)

no princípio: _______

no meio: _______

no final: _______

supressão (perda de sons)

no princípio: _______

no meio: _______

no final: _______

alteração (mudança de sons)

aproximação, em termos de semelhança, a um som vizinho: _______

diferenciação relativamente a um som vizinho: ______

contração de duas vogais numa só: ______

contração de duas vogais num ditongo: ______

passagem de uma consoante surda a sonora: _______

evolução para um som palatal: palatalização

transformação de uma consoante em vogal: vocalização

enfraquecimento de uma vogal em posição átona: redução vocálica

transposição

passagem de um som para outro ponto da palavra: _______

Itens com funções sintáticas em exames nacionais dos últimos tempos

2019, 1.ª fase

[trecho do texto que era usado:]

Temos de ser capazes de perceber que tal e tal caminho não nos conduzem na direção ambicionada, ou que tal e tal combinação de palavras, cores ou números não se aproxima da visão intuída na nossa mente. Recordamos com orgulho os momentos em que os nossos inspirados Arquimedes gritam «Eureca!» no banho; somos menos propensos a recordar os muitos mais momentos em que eles, como o pintor Frenhofer da história de Balzac, olham para a sua obra-prima desconhecida e dizem: «Nada, nada!... Não terei produzido nada!».]

6. Identifique as funções sintáticas desempenhadas pelas expressões:

a) «de palavras, cores ou números» (linhas 17 e 18);

b) «os momentos em que os nossos inspirados Arquimedes gritam “Eureca!” no banho» (linhas 18 e 19).

6. a) __________; b) __________

2019, 2.ª fase

[trecho do texto que era usado:]

Esta é uma pergunta minha também. O meu desejo. E aqui, sentado a esta mesa cheia de papéis, escrevo isto comovidamente.

[...] não via a Gija desde os cinco anos, portanto há cerca de vinte e de súbito ela estava ali, no meio das tais pessoas a olharem, gorda, de cabelos brancos e (como se explica isto?) soube logo que aquela pessoa era ela.

6. Identifique as funções sintáticas desempenhadas pelas expressões:

a) «de papéis» (linha 16);

b) «que aquela pessoa era ela» (linha 29).

6. a) _________; b) _________

2018, 1.ª fase

[trecho do texto que era usado:]

Assim, o termo ganhou uma extensão invulgar que as metáforas ainda alargaram mais. Ora, em semântica, é regra fundamental que o significado é o uso. Dito de outro modo: para se saber o que significa uma palavra ou uma expressão, analisa-se o contexto em que é usada. E, santo Deus!, quão vastos são os contextos de «saudade» na nossa cultura. Usa-a o fado em letras sobre amores destroçados que recordam momentos de idílio em comum;

6. Identifique as funções sintáticas desempenhadas pelo pronome relativo «que»:

a) na linha 20;

b) na linha 24.

6. a) _________; b) _________

2018, 2.ª fase

[trechos do texto que era usado:]

[...] Não consegue, sobretudo, fazer despontar nos indivíduos uma chama que vá além do mero bem-estar, um ideal que supere o horizonte de uma melhor distribuição dos rendimentos.

[...] É certo que estas coisas ainda existem, mas são condenadas e combatidas como nunca o foram no passado.

6. Identifique as funções sintáticas desempenhadas pelas expressões:

a) «dos rendimentos» (linhas 14 e 15);

b) «que estas coisas ainda existem» (linha 27).

6. a) _________; b) _________

Relanceia os cinco poemas de Eugénio de Andrade na p. 200. Escreve texto em prosa (literária) — narrativo, descritivo, conversacional — que inclua um verso de cada um dos poemas. Cada verso ficará sublinhado no teu texto, que não tem de ter uma conclusão (pode tratar-se de um excerto de narrativa maior), mas deve parecer natural. Só a maiúscula inicial dos versos pode ser alterada (para minúscula).

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

TPC — Em Gaveta de Nuvens, revê ‘Processos fonológicos’, lendo capítulo de gramática e ficha corrigida n.º 13 do Caderno de Atividades.

 

 

Aula 112-113 (22 [1.ª] 23/mar [3.ª]) Resolve estas perguntas de um exame de 12.º ano já antigo (2007, 1.ª fase), aproveitando o que já lancei nas respostas. Não deixes de ler as perguntas, é claro.

Grupo I — Parte A

Leia, atentamente, o texto a seguir transcrito.

               Acordo de noite, muito de noite, no silêncio todo.

               São — tictac visível — quatro horas de tardar o dia.

               Abro a janela diretamente, no desespero da insónia.

               E, de repente, humano,

5             O quadrado com cruz de uma janela iluminada!

               Fraternidade na noite!

 

               Fraternidade involuntária, incógnita, na noite!

               Estamos ambos despertos e a humanidade é alheia.

               Dorme. Nós temos luz.

 

10           Quem serás? Doente, moedeiro falso, insone simples como eu?

               Não importa. A noite eterna, informe, infinita,

               Só tem, neste lugar, a humanidade das nossas duas janelas,

               O coração latente das nossas duas luzes,

               Neste momento e lugar, ignorando-nos, somos toda a vida.

 

15           Sobre o parapeito da janela da traseira da casa,

               Sentindo húmida da noite a madeira onde agarro,

               Debruço-me para o infinito e, um pouco, para mim.

 

               Nem galos gritando ainda no silêncio definitivo!

               Que fazes, camarada, da janela com luz?

 

20           Sonho, falta de sono, vida?

               Tom amarelo cheio da tua janela incógnita...

               Tem graça: não tens luz elétrica.

               Ó candeeiros de petróleo da minha infância perdida!

Álvaro de Campos, Poesia, Lisboa, Assírio & Alvim, 2002

Apresente, de forma bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.

1. Identifique os sentimentos do “eu” expressos nas três primeiras estrofes.

2. Refira as sensações representadas no poema, transcrevendo os elementos do texto em que se fundamenta.

3. Apresente uma interpretação possível para o seguinte verso: “O coração latente das nossas duas luzes” (v. 13).

4. Comente o sentido da apóstrofe do último verso, tendo em conta a globalidade do poema.

______

moedeiro falso: pessoa que falsifica moeda.|| insone: pessoa que tem insónias.

 

1. Os sentimentos do sujeito poético expressos nas três primeiras estrofes são o “desespero”, ou contrariedade, pela ‘insónia” que o afeta a meio da noite (v. 3); a surpresa e alguma satisfação ou consolo, ao deparar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .; e algum interesse e até fraternidade para com  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2. No poema estão representadas sensações visuais nos versos “O quadrado com cruz de uma janela iluminada!” (v. 5), “Tom amarelo cheio da tua janela incógnita...” (v. 21) e nas referências à luz nos versos 9, 13, 19 e 22. Estão também presentes sensações auditivas — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . É de registar, ainda, a presença de sensações táteis no(s) verso(s) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Finalmente, no verso 2, há uma sobreposição de sugestões auditivas e visuais, uma sinestesia, portanto: “tictac visível”.

3. O verso 13 do poema pode significar que . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

4. A apóstrofe do último verso — “Ó candeeiros de petróleo da minha infância perdida!” — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .


[Vimos os minutos 43 a 53 deste episódio da História Essencial de Portugal:]

 

Sorteio da Liga dos Campeões

Pote 1 — os que tiveram 17,5 ou mais na leitura expressiva dos poetas do século XX

Turma 1 // Mariana D. (19), Maria (18,75), Mariana C. (18,25), Andrea (18), Diana (18), Daniel (17,5), Francisca S.-L. (17,5)

Turma 3 // Madá (18), Pina (18), Mariana (17,75), Leonor (17,5)

 

Pote 2 — os que tiveram entre 17,25 e 16,25

Turma 1 // Duarte (17,25), Miguel (17), Francisco (16,75), João M. (16,75)

Turma 3 // Nuno (17), Tiago (17), Henrique (16,5), Margarida S. (16,5), Neves (16,25)

 

Pote 3 — os que tiveram entre 16 e 15,5

Turma 1 // João N. (16), João F. (16), Ricardo S. (16), Inês (15,75) Nuno (15,75), Sara (15,5)

Turma 3 // Diogo (16), Inês S. (16), Joana M. (16), João C. (16), Marta (16), Margarida R. (16), Eduardo C. (15,5), Pedro (15,5)

 

Pote 4 — os que tiveram 15 ou menos

Turma 1 // Ricardo M. (15), Martim (15), Rita (15), Rafa (15), Tomás (15), Diogo (14,75), João C. (14,75), Tiago (14,75), Francisca P. (14,5), Catarina (14), Ricardo N. (13,5)

Turma 3 // Inês G. (15), Joana N. (15), João P. (15), Martinho (15), Madalena (14,75), Raams (14,75), Eduardo H. (14), Miguel (14)

Liga dos Campeões — constituição dos grupos

Grupo A

Grupo B

Grupo C

Grupo D

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

Posteriormente, a classificação resultará das pontuações de vários «jogos» (leituras). Serão apurados para a fase final da Liga dos Campeões os quatro primeiros de cada grupo, seguindo-se eliminatórias (A1 × B4; B1 × A4; ...). Restantes clubes (alunos) ficam apurados para a Liga Europa, nesta se incorporando também os eliminados nos oitavos da Champions.

O número à direita nas quadrículas serve para referir os trechos cuja leitura em voz alta devem preparar (começaremos sexta-feira). Cfr. essa correspondência — e uns conselhos — no tepecê em Gaveta de Nuvens.

Classifica as orações sublinhadas:

«Fazes-me falta» (João Pedro Pais)

Se te fizesse    Subordinada __________condicional

Tudo aquilo que me apetece

As vezes que eu pudesse,

Ias rir-te de mim.   ____________

 

Mesmo que desse    Subordinada adverbial___________

Para ser tudo o que parece,

Um homem não esmorece   Subordinante (e Coordenada)

E luta até ao fim.   Coordenada ____________

 

Eu não me esqueço,   Coordenada

És aquilo que conheço,   _____________

Tenho a vida que mereço.   Coordenada assindética

Se te perco, fico tenso   Subordinada adverbial _________  ;  Subordinante

Porque és tudo para mim.   Subordinada                       causal

 

O teu olhar é tão intenso,

Ainda temos algum tempo,

Semeio flores no teu jardim.

 

Quando tu me pedes, eu dou,   Subordinada adverbial _________

Onde tu me levas eu vou,   Subordinada ___________

Tudo o que me fazes é bom,

Só eu sei que fazes falta aqui.   Subordinada substantiva _________

 

Se tu disseres,

Quantas vezes me quiseres,

És deusa feita mulher,

Vou dizer-te sempre que sim.

 

Se me mostrares

Tudo aquilo que escondeste,   Subordinada adjetiva __________

O que não deste e prometeste,

Vou cuidar de ti.

 

Quando tu me pedes, eu dou,

Onde tu me levas eu vou,

Tudo o que me fazes é bom,

Só eu sei que tu fazes falta aqui.

 

Enquanto pudermos dar,   Subordinada adverbial ___________

Termos vontade e querer,

Mesmo que saibamos estar,

Já só nos resta fazer.

 

Podemos ter ideais,

Deixar ser e pertencer,

A isto tu pedes mais,

Eu quero ouvir-te querer,

Eu quero ouvir-te querer.

 

Quando tu me pedes, eu dou,   ____________

Onde tu me levas eu vou,

Tudo o que me fazes é bom,

Só eu sei que fazes falta aqui.

 

TPC Para efeitos da fase de grupos da Liga dos Campeões, prepara a leitura em voz alta dos três poemas que correspondem ao teu número de sorteio (ver números nas quadrículas da tabela). Ver aqui.

 

 

Aula 114R-114 (23 [1.ª], 24/mar [3.ª]) Eis a parte B do Grupo I do exame do ano passado (1.ª fase). Quanto à parte A, os itens 1, 2 e 3 eram sobre um poema de Alberto Caeiro. Na parte C, o item 7 era uma exposição sobre «a emergência de uma consciência coletiva do povo português» em Fernão Lopes.

parte B

Leia os dois textos e as notas. Na resposta aos itens de 4. a 6., tenha em consideração ambos os textos.

O oficial era moço, talvez não tinha trinta anos; posto que o trato das armas, o rigor das estações, e o selo visível dos cuidados que trazia estampado no rosto, acentuassem já mais fortemente, em feições de homem feito, as que ainda devia arredondar a juventude.

A sua estatura era mediana, o corpo delgado, mas o peito largo e forte como precisa um coração de homem para pulsar livre; seu porte gentil e decidido de homem de guerra desenhava-se perfeitamente sob o espesso e largo sobretudo militar – espécie de great-coat1 inglês que a imitação das modas britânicas tinha tornado familiar nos nossos bivaques2. Trazia-o desabotoado e descaído para trás, porque a noite não era fria; e via-se por baixo elegantemente cingida ao corpo a fardeta parda dos caçadores, realçada de seus característicos alamares3 pretos e avivada de encarnado...

Uniforme tão militar, tão nacional, tão caro a nossas recordações – que essas gentes, prostituidoras de quanto havia nobre, popular e respeitado nesta terra, proscreveram4 do exército... por muito português de mais talvez! deram-lhe baixa para os beleguins5 da alfândega, reformaram-no em uniforme da bicha6!

Não pude resistir a esta reflexão: as amáveis leitoras me perdoem por interromper com ela o meu retrato.

Mas quando pinto, quando vou riscando e colorindo as minhas figuras, sou como aqueles pintores da Idade Média que entrelaçavam nos seus painéis dísticos de sentenças, fitas lavradas de moralidades e conceitos... talvez porque não sabiam dar aos gestos e atitudes expressão bastante para dizer por eles o que assim escreviam, e servia a pena de suplemento e ilustração ao pincel... Talvez: e talvez pelo mesmo motivo caio eu no mesmo defeito...

Será; mas em mim é irremediável, não sei pintar de outro modo.

Voltemos ao nosso retrato.

Os olhos pardos e não muito grandes, mas de uma luz e viveza imensa, denunciavam o talento, a mobilidade do espírito – talvez a irreflexão... mas também a nobre singeleza de um carácter franco, leal e generoso, fácil na ira, fácil no perdão, incapaz de se ofender de leve, mas impossível de esquecer uma injúria verdadeira.

Almeida Garrett, Viagens na Minha Terra, 2.ª ed., Lisboa, Portugália, 1963, pp. 148-149.

 

– Meu pai! Não meta este senhor em maiores trabalhos! – disse Mariana.

– Não tem dúvida, menina – atalhou Simão; – eu é que não quero meter ninguém em trabalhos. Com a minha desgraça, por maior que ela seja, hei de eu lutar sozinho.

João da Cruz, assumindo uma gravidade de que a sua figura raras vezes se enobrecia, disse:

– Senhor Simão, Vossa Senhoria não sabe nada do mundo. Não meta sozinho a cabeça aos trabalhos, que eles, como o outro que diz, quando pegam de ensarilhar um homem, não lhe deixam tomar fôlego. Eu sou um rústico; mas, a bem dizer, estou naquela daquele que dizia que o mal dos seus burrinhos o fizera alveitar7. Paixões, que as leve o diabo, e mais quem com elas engorda. Por causa de uma mulher, ainda que ela seja filha do rei, não se há de um homem botar a perder8. Mulheres há tantas como a praga, e são como as rãs do charco, que mergulha uma, e aparecem quatro à tona d’água. Um homem rico e fidalgo como Vossa Senhoria, onde quer, topa uma com um palmo de cara como se quer, e um dote de encher o olho. Deixe-a ir com Deus ou com a breca, que ela, se tiver de ser sua, à mão lhe há de vir dar, e tanto faz andar pra trás como pra diante, é ditado dos antigos. Olhe que isto não é medo, fidalgo; tome sentido, que João da Cruz sabe o que é pôr dois homens duma feita a olhar o sete-estrelo9, mas não sabe o que é medo. Se o senhor quer sair à estrada e tirar a tal pessoa ao pai, ao primo, e a um regimento, se for necessário, eu vou montar na égua, e daqui a três horas estou de volta com quatro homens, que são quatro dragões.

Simão fitara os olhos chamejantes nos do ferrador, e Mariana exclamara, ajuntando as mãos sobre o seio:

– Meu pai! não lhe dê esses conselhos!…

– Cala-te aí, rapariga! – disse mestre João. – Vai tirar o albardão10 à égua, amanta-a, e bota-lhe seco. Não és aqui chamada.

– Não vá aflita, senhora Mariana – disse Simão à moça, que se retirava amargurada. – Eu não aproveito alguns dos conselhos de seu pai. Ouço-o com boa vontade, porque sei que quer o meu bem; mas hei de fazer o que a honra e o coração me aconselhar.

Camilo Castelo Branco, Amor de Perdição, edição de Aníbal Pinto de Castro, Porto, Caixotim, 2006, pp. 194-195.

notaS

1 great-coat – espécie de sobretudo; casaco comprido. || 2 bivaques – modalidade de estacionamento de tropas em que estas se alojam em tendas de campanha ou abrigos improvisados. || 3 alamares – cordões metálicos que guarnecem, pela frente, uma peça de vestuário, de um lado ao outro da abotoadura. || 4 proscreveram – baniram; afastaram. || 5 beleguins – oficiais de justiça. || 6 uniforme da bicha – uniforme de aspirante a oficial. || 7 alveitar – referência a alguém cujo conhecimento assenta na experiência de vida; aquele que trata de doenças de animais, sem diploma legal. || 8 botar a perder – deitar a perder. || 9 sete-estrelo – grupo de estrelas na constelação das Plêiades; as estrelas. || 10 albardão – sela grande; assento grosseiro que se coloca no dorso da cavalgadura para a montar.

* 4. O «oficial» e Simão apresentam características que permitem defini-los como heróis românticos. Explique o modo como uma dessas características, comum a ambas as personagens, se manifesta em cada uma delas. Na sua resposta, comece por identificar a característica comum às personagens.

* 5. O narrador, num caso, e João da Cruz, no outro, exprimem opiniões sobre o que observam no mundo em que vivem. Explicite uma opinião defendida por cada um deles.

6. Selecione a opção de resposta adequada para completar as afirmações abaixo apresentadas.

Nos excertos transcritos, é possível identificar características das narrativas do Romantismo.

Por exemplo, no excerto de Viagens na Minha Terra, o narrador interrompe o retrato da personagem para introduzir reflexões. Terminadas essas reflexões, afirma «Voltemos ao nosso retrato.» (linha 25), expressão através da qual se dirige _______.

Por seu lado, no excerto de Amor de Perdição, é percetível a diferença de classe social das personagens, entre outros aspetos, através ______.

(A) às leitoras … do registo de língua usado por João da Cruz

(B) ao «oficial» … da altivez revelada por Simão

(C) às leitoras … da altivez revelada por Simão

(D) ao «oficial» … do registo de língua usado por João da Cruz

Vimos estes minutos de episódios de 1986:

https://www.rtp.pt/play/p4460/e599390/1986 (episódio 9: 3-3.40; 5.40-8)

https://www.rtp.pt/play/p4460/e599399/1986 (ep. 10: 3.20-11; 18.30-20.35)

https://www.rtp.pt/play/p4460/e599407/1986 (ep. 12: 32.10-33)

https://www.rtp.pt/play/p4460/e599408/1986 (ep. 13: 35.20-40)

1986 — Patrícia (e Sérgio)

Amor de Perdição — Mariana (e Simão)

Há mensagens de paixão não assumida

Por exemplo, os escritos nas ____ da então Escola Secundária de Benfica.

Por exemplo, o ____ de Mariana ao ver o sangue de Simão.

Outros, sem querer, adivinham a paixão escondida

Depois de assistir a uma discussão entre Sérgio e Patrícia, Tiago comenta: «Vocês parecem um casal de ______».

Depois de a filha desmaiar, João da Cruz assinala, brincando, a sua exagerada ______ perante a ferida de Simão.

Pais são adjuvantes

Pai de Sérgio, representado por Nuno Markl, transporta mesa depois de convencer direção da Escola Secundária de Benfica de que se tratava de expediente para, mais tarde, melhorar o mobiliário do importante _______ de ensino.

João da Cruz, ao valorizar a filha relativamente às «fidalgas», ao dar-lhe o encargo de apoiar o enfermo, favorece proximidade de Mariana e Simão. Além disso, depois de assassinado o ferrador, é a ______ que vai ajudar Mariana a consagrar-se ao apoio a Simão.

As apaixonadas são como irmãs ou colegas, dedicam-se ao seu amor sem exigir reciprocidade

Coleção de cromos, despiques sobre gostos musicais ou sobre o Jornal do Incrível mostram que Patrícia aceita desempenhar esse papel de simples colega, companheira dos lazeres, ainda que vão surgindo «arrufos de ______».

É o próprio Simão que trata Mariana por «minha irmã», ao mesmo tempo que descarta qualquer outro tipo de relação («Pudesse eu ser o ______ de sua filha», diz ele para João da Cruz).

As duas apaixonadas ajudam as rivais

Patrícia vai ouvindo os projetos de Sérgio relativamente à loira desconhecida, disfarçando a contrariedade, troçando dele mas colaborando nos seus planos (cujo conhecimento servirá o seu propósito). É _____ de Sérgio acerca dos seus anseios quanto à putativa amante.

Mariana apoia sempre Simão no amor por Teresa, por exemplo, levando e trazendo correspondência. O ciúme que sente não a leva a agir contra quem ama aquele que ela ama. É a _____ de Simão acerca do seu amor por Teresa.

Apaixonadas revelam tardiamente a sua paixão

Patrícia nada diz a Sérgio até ao dia das eleições; nessa altura aparece ela no encontro marcado, em vez da ______. Sérgio percebe finalmente os sentimentos de Patrícia, aceita a sua aproximação, parece esquecer a loira e acolhe bem a nova situação.

A partir de certa altura, Mariana assume que, mesmo sem ser a escolhida por Simão, quer estar sempre a seu lado. Simão percebe que ela o ama, quer ______ de alterar assim a vida por ele, mas nem por isso a impede de continuar a seu lado.

As apaixonadas acabam por ficar ao lado do seu herói

No dia das eleições e do encontro crucial, Patrícia cumpre o desejo de ______ Sérgio. O elemento masculino do par parece acomodar-se à situação sem mostrar demasiada surpresa.

No dia do lançamento do cadáver ao mar, Mariana cumpre o desejo de não _______ Simão. O elemento masculino do par parece acomodar-se à situação sem mostrar demasiada surpresa.

E, afinal, qual é o verdadeiro par romântico (no sentido de par de «heróis românticos») de 1986? Quem luta contra o que esperam deles, enfrentando o senso comum? Quem tem preocupações com a liberdade, a sua e a dos outros? Quem quebra barreiras sociais (ou, neste caso, de papel profissional)?

É o par{escolhe, circundando:} Marta-Tiago, Patrícia-Sérgio, Mariana-Gonçalo, Eduardo-Alice.

 

 

Aula 115-116 (25/mar [1.ª, 3.ª]) Completa, no estilo das frases que já lancei, o acróstico com «Poetas Contemporâneos», título da unidade que o manual dedica a Miguel Torga, Eugénio de Andrade, Ana Luísa Amaral.

Vai consultando o livro, mas não transcrevas passos (pelo menos, literalmente). Evita os dados biográficos ou aspetos meramente informativos e factuais. Tenta aproveitar mais os estilos de cada poeta, as linhas de sentido mais comuns nos seus textos, as características da sua escrita.

Seria interessante incluir citações dos poemas também, naturalmente curtas.



Em Expiação (Atonement) é tudo ao contrário da Farsa de Inês Pereira. Em Expiação temos tragédia (parece que há um destino que leva a que tudo corra mal), enquanto que, na Farsa de Inês Pereira, podemos considerar haver comédia (tudo se ajeita no final, mesmo o que parecia comprometido durante boa parte da peça).

No filme — feito segundo um romance do escritor inglês contemporâneo Ian McEwan —, o essencial é a complexidade da psicologia, as personagens mostram-se difíceis de perceber, são humanas, reagem inesperadamente. Ao contrário, na peça de Gil Vicente, há «tipos», as personagens são caricaturais, pretende-se passar uma moralidade.

Gil Vicente, Farsa de Inês Pereira, vv. 1-169

Joe Wright, Expiação, 0-13

representado em Tomar, 1523

realizado em França e Reino Unido, em 2007

ação: Portugal, XVI, no campo

ação: Inglaterra, 1935, numa propriedade rural

Inês está a costurar um _____.

Briony está a escrever uma _____ de teatro.

Está enfadada (cansada), farta da sua tarefa, que decide não _____.

Está empenhada na sua criação, que _____ efetiva e rapidamente.

A mãe quer que ela trabalhe e ______ que seja preguiçosa.

A mãe lê, a seu pedido, a peça e ______ o trabalho.

Inês exprime desejo de se _____, lamentando que a mãe não consinta.

É possível adivinharmos que Briony tem uma ______ infantil por Robbie.

Lianor Vaz conta um episódio em que teria sido vítima de assédio por um ______.

Briony assiste a momento em que Cee (Cecilia) parece procurar seduzir _____.

Mãe de Inês ______ dos pormenores do caso contado por Lianor Vaz (sabe que a alcoviteira não é nenhuma santa).

Briony fica _______ com o que observara na fonte (terá ficado com ciúmes da atração que Cee exerce sobre Robbie).

TPC — Vai revendo gramática. Completa acróstico começado em aula.

 

 

Aula 117-118 (29 [1.ª], 30/mar [3.ª]) Correção dos trabalhos com atos de fala.

Apoiando-te na p. 4 do anexo do manual, resolve estes exercícios que roubei a Maria Regina Rocha, Gramática de português, Porto, Porto Editora, 2016, pp. 190-191. 





Liga dos Campeões

Gil Vicente, Farsa de Inês Pereira, vv. 170-390

Joe Wright, Expiação, 13-27

Pero, ingénua mas voluntariamente, declara-se a ___.

Robbie, inopinada mas francamente, declara-se a ___.

Carta de Pero é levada a Inês por __.

Bilhete de Robbie é levado a Cecilia por ___.

Lianor é a casamenteira, a alcoviteira, o que implica dotes de _____ os outros.

Briony é quem intriga, quem _____ os outros a equívocos.

Ao ler a carta, Inês ____ de Pero, mas aceita recebê-lo.

Ao ler o bilhete, Cecilia (*) ...

O diálogo entre Pero Marques e Inês é previsível. Pretende-se mostrar a simplicidade, a ingenuidade, a falta de discernimento, de Pero e como Inês o perceciona como pretendente _____. Se tivermos em conta que a peça desenvolvia o mote «mais quero asno que me leve que cavalo que me derrube» até conseguimos adivinhar o que _____.

O diálogo a que assistíramos entre Paul Marshall e Lola é surpreendente. A conduta do adulto, em conversa com uma adolescente, é _____. Percebemos que trechos do filme como este funcionam como indícios e devem ser recuperados mais à frente, quando se tratar de perceber o desenvolvimento da ação e interpretar o que verdadeiramente _____.

(*) Prevê tu a reação de Cecilia: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

 

 

Aula 119-120 (1/abr [1.ª, 3.ª]) Correção dos comentário comparativo entre «Paizinho» e «Pequena elegia de setembro».

Seguem-se as quatro versões de um trabalho sobre gramática (funções sintáticas). Ponho primeiro o enunciado comum às quatro versões:

Sem consultares outros elementos além desta folha, classifica quanto à função sintática (sujeito, predicado, vocativo, modificador de frase; complemento direto, complemento indireto, complemento oblíquo, complemento agente da passiva, predicativo do sujeito, predicativo do complemento direto, modificador do grupo verbal; modificador restritivo do nome, modificador apositivo do nome, complemento do nome; complemento do adjetivo) os segmentos sublinhados. Não é obrigatório que estejam representadas todas as funções e pode haver funções que apareçam mais do que uma vez.

 

Versão com Bruno

 

Sacaninhas, para a próxima, estudem mais gramática.

vocativo

Bruno olhou-nos com o ódio de um louco.

 

Os franceses acharam Albuquerque um herói.

 

O mítico Jorge Jesus já chegou à Arábia Saudita.

 

Jacinto, não frequentarás o casino esta noite.

 

Se morresse, Jorge de Albuquerque seria comido pela tripulação.

 

O chinês, obcecado por apostas, consultou as odds da UELVA.

 

Scolari nomeará capitão de equipa o Paulinho.

 

Fala-me, musa, do homem astuto que tanto vagueou.

 

Desta sopa eu gosto.

 

Este ano ocorrerão muitos incêndios.

 

Lá terminou o secante discurso que demorou três cantos.

 

A contribuição de Portugal para o orçamento europeu é escassa.

 

Os jogadores marroquinos estarão em jejum.

 

Meus caros, a convicção de que faltavam cocós de cão estava errada.

 

Se pensarmos bem, Briony até é boa rapariga.

 

Comemos mais quando chove.

 

Encomendei as garoupas que me recomendaste.

 

Quem sabe sabe.

 

É uma seca estar apaixonado.

 

Saudaram-nos efusivamente.

 

 

Versão com iguana

 

Sacaninhas, para a próxima, estudem mais gramática.

vocativo

Beijo-te, minha querida iguana venenosa.

 

Camões, eu dou-te inspiração.

 

A Mesa da Assembleia Geral declarou Bruno destituído.

 

A Nau Santo António regressou ao ponto de partida.

 

Na Ilha dos Amores, as ninfas corriam pela floresta.

 

Os alunos, preocupados com a falta de cocós de cão, gritavam.

 

Marta Soares nomeou presidente de uma comissão Henrique Monteiro.

 

Albuquerque quis agradecer a Atouguia tê-lo salvo.

 

Lembro-me do camelo sorridente de Agadir.

 

Ontem, no Estádio da Luz, estavam Dona Dolores Aveiro e Georgina.

 

A escassez de combustível era gritante.

 

Fiquem quietos, que eu já venho, e não copiem.

 

A convicção de que a Uelva tem corruptos no seu seio está disseminada.

 

Rodrigo de Atouguia, que era da Atouguia, socorreu-os.

 

Acham-me triste?

 

É bué fixe errar respostas.

 

Quem tudo quer tudo perde.

 

Entreguei as armas que Zelensky requisitou.

 

Morremos cedo porque a vida é bela.

 

Ainda que Robbie nada fizesse, Briony ficou ciumenta.

 

 

Versão com cobardolas

 

Sacaninhas, para a próxima, estudem mais gramática.

vocativo

Os corsários julgaram os portugueses uns cobardolas.

 

Se morrer, comam-me à vontade — disse Albuquerque.

 

Já chegámos ao Brasil?

 

A nostalgia dos anos oitenta domina 1986.

 

Capitão, comemos os cadáveres?

 

— As ninfas escaparam-se-nos — lamentou Leonardo.

 

A UELVA declarou improcedente o recurso de Afonso.

 

Dos livros de viagens de Bill Bryson gosto bastante.

 

Esta sexta começará o Mundial da FILVA.

 

Bruno esclareceu os sócios durante seis horas secantes.

 

A absolvição do réu desesperou-me.

 

Parecem muitos asseados os camelos de Agadir.

 

Permaneceram na carcaça da nau os esfomeados portugueses.

 

Choravam, angustiados com a falta de itens com cocó de cão.

 

Embora Cee seja sua irmã, Briony é loura.

 

O gato roubou-te o peixe enquanto jantávamos.

 

Adorei o filme que o crítico detestou.

 

Quem vai ao mar perde o lugar.

 

É uma pena ter de te deixar.

 

O esquimó roubou-nos.

 

 

Versão com animal nojento

 

Sacaninhas, para a próxima, estudem mais gramática.

vocativo

Abraça-me, estúpido animal nojento e doce.

 

Efetivamente, é assim.

 

Considero Ryan burra que dói.

 

A seleção de Portugal já foi para Moscovo.

 

Contente com o seu cocó, o camelo ria-se.

 

O professor tratou como sacaninhas os seus alunos.

 

Continua a sorrir o camelo de Agadir.

 

Não me esqueço dos prémios Tia Albertina.

 

Esta semana fecha a Feira do Livro e ainda não fui lá.

 

A ambição de fazendas cegava o Samorim.

 

Na recolha de rolhas, a colaboração dos alunos é essencial.

 

Digo-vos, têm aqui um complemento direto.

 

Jorge de Albuquerque permaneceu na luta contra os franceses.

 

Na capitania, Albuquerque mostrara ser bom chefe militar.

 

Consideram-me burro.

 

Já é habitual estarmos em desacordo.

 

Comprei o DVD que a FNAC promovia.

 

Quem ama tem medo de perder.

 

Quando a esmola é muita, o pobre desconfia.

 

Se acharem bem, saltamos esta parte do filme.

 

«Os maridos das outras» (Miguel Araújo)

Toda a gente sabe que os homens são brutos

Que deixam camas por fazer

E coisas por dizer.

 

São muito pouco astutos, muito pouco astutos.

Toda a gente sabe que os homens são brutos.

 

Toda a gente sabe que os homens são feios

Deixam conversas por acabar

E roupa por apanhar.

 

E vêm com rodeios, vêm com rodeios.

Toda a gente sabe que os homens são feios.

 

Mas os maridos das outras não

Porque os maridos das outras são

O arquétipo da perfeição

O pináculo da criação.

 

Dóceis criaturas, de outra espécie qualquer

Que servem para fazer felizes as amigas da mulher.

E tudo os que os homens não...

Tudo que os homens não...

Tudo que os homens não...

 

Os maridos das outras são

Os maridos das outras são.

 

Toda a gente sabe que os homens são lixo

Gostam de músicas de que ninguém gosta

Nunca deixam a mesa posta.

 

Abaixo de bicho, abaixo de bicho.

Toda a gente sabe que os homens são lixo.

 

Toda a gente sabe que os homens são animais

Que cheiram muito a vinho

E nunca sabem o caminho.

 

Na na na na na na, na na na na na.

Toda a gente sabe que os homens são animais.

 

Mas os maridos das outras não

Porque os maridos das outras são

O arquétipo da perfeição

O pináculo da criação.

 

Amáveis criaturas, de outra espécie qualquer

Que servem para fazer felizes as amigas da mulher.

E tudo os que os homens não...

Tudo que os homens não...

Tudo que os homens não...

 

Os maridos das outras são

Os maridos das outras são

Os maridos das outras são.

Vai ouvindo a canção cuja letra pus em cima. Relaciona-a com o tópico essencial da parte da Farsa de Inês Pereira que se transcreve. Inclui, pelo menos, uma citação da peça.



. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

[Solução possível:]

A canção de Miguel Araújo remete para um perfil ideal de marido, inalcançável (que se opõe ao que «[t]oda a gente sabe que os homens são»). Esse marido virtual, que parece só um produto do ressentimento de quem tem os maridos reais, lembra a demanda de Inês Pereira por um homem «discreto», «que saiba tanger viola».

Ficará ela a perceber que, afinal, todos os homens são «brutos», «lixo», «animais»? É verdade que as expetativas de Inês já estão circunscritas, uma vez que diz não se importar que o pretendente seja «mal feito, feo, pobre» e até está disposta a pouco comer e beber («com ua borda de boleima / e ua vez d’água fria / nam quero mais cada dia»).

Liga dos Campeões

 

 

Aula 121-122 (5 [1.ª], 6/abr [3.ª]) Correção de trabalho sobre funções sintáticas (cfr. Apresentação e tabelas a seguir).

12.º 1.ª

Versão com Bruno

Sacaninhas, para a próxima, estudem mais gramática.

vocativo

Bruno olhou-nos com o ódio de um louco.

complemento direto

Os franceses acharam Albuquerque um herói.

predicativo do complemento direto

O mítico Jorge Jesus já chegou à Arábia Saudita.

complemento oblíquo

Jacinto, não frequentarás o casino esta noite.

modificador do grupo verbal

Se morresse, Jorge de Albuquerque seria comido pela tripulação.

agente da passiva

O chinês, obcecado por apostas, consultou as odds da UELVA.

complemento do adjetivo

Scolari nomeará capitão de equipa o Paulinho.

predicativo do complemento direto

Fala-me, musa, do homem astuto que tanto vagueou.

complemento indireto

Desta sopa eu gosto.

complemento oblíquo

Este ano ocorrerão muitos incêndios.

sujeito

Lá terminou o secante discurso que demorou três cantos.

modificador restritivo do nome

A contribuição de Portugal para o orçamento europeu é escassa.

complemento do nome

Os jogadores marroquinos estarão em jejum.

predicativo do sujeito

Meus caros, a convicção de que faltavam cocós de cão estava errada.

complemento do nome

Se pensarmos bem, Briony até é boa rapariga.

modificador de frase

Comemos mais quando chove.

modificador do grupo verbal

Encomendei as garoupas que me recomendaste.

complemento direto

Quem sabe sabe.

sujeito

É uma seca estar apaixonado.

sujeito

Saudaram-nos efusivamente.

complemento direto

Versão com iguana

Sacaninhas, para a próxima, estudem mais gramática.

vocativo

Beijo-te, minha querida iguana venenosa.

complemento direto

Camões, eu dou-te inspiração.

predicado

A Mesa da Assembleia Geral declarou Bruno destituído.

predicativo do complemento direto

A Nau Santo António regressou ao ponto de partida.

complemento oblíquo

Na Ilha dos amores, as ninfas corriam pela floresta.

modificador do grupo verbal

Os alunos, preocupados com a falta de cocós de cão, gritavam.

complemento do adjetivo

Marta Soares nomeou presidente de uma comissão Henrique Monteiro.

predicativo do complemento direto

Albuquerque quis agradecer a Atouguia tê-lo salvo.

complemento indireto

Lembro-me do camelo sorridente de Agadir.

complemento oblíquo

Ontem, no Estádio da Luz, estavam Dona Dolores Aveiro e Georgina.

sujeito

A escassez de combustível era gritante.

complemento do nome

Fiquem quietos que eu já venho, e não copiem.

predicativo do sujeito

A convicção de que a Uelva tem corruptos no seu seio está disseminada.

complemento do nome

Rodrigo de Atouguia, que era da Atouguia, socorreu-os.

modificador apositivo do nome

Acham-me triste?

complemento direto

É bué fixe errar respostas.

sujeito

Quem tudo quer tudo perde.

sujeito

Entreguei as armas que Zelensky requisitou.

complemento direto

Morremos cedo porque a vida é bela.

modificador do grupo verbal

Ainda que Robbie nada fizesse, Briony ficou ciumenta.

modificador de frase

12.º 3.ª

Versão com cobardolas

Sacaninhas, para a próxima, estudem mais gramática.

vocativo

Os corsários julgaram os portugueses uns cobardolas.

predicativo do complemento direto

Se morrer, comam-me à vontade — disse Albuquerque.

complemento direto

Já chegámos ao Brasil?

complemento oblíquo

A nostalgia dos anos oitenta domina 1986.

complemento do nome

Capitão, comemos os cadáveres?

predicado

— As ninfas escaparam-se-nos — lamentou Leonardo.

complemento indireto

A UELVA declarou improcedente o recurso de Afonso.

predicativo do complemento direto

Dos livros de viagens de Bill Bryson gosto bastante.

complemento oblíquo

Esta sexta começará o Mundial da FILVA.

sujeito

Bruno esclareceu os sócios durante seis horas secantes.

modificador do grupo verbal

A absolvição do réu desesperou-me.

complemento do nome

Parecem muitos asseados os camelos de Agadir.

sujeito

Permaneceram na carcaça da nau os esfomeados portugueses.

predicativo do sujeito

Choravam, angustiados com a falta de itens com cocó de cão.

complemento do adjetivo

Embora Cee seja sua irmã, Briony é loura.

modificador de frase

O gato roubou-te o peixe enquanto jantávamos.

modificador do grupo verbal

Adorei o filme que o crítico detestou.

complemento direto

Quem vai ao mar perde o lugar.

sujeito

É uma pena ter de te deixar.

sujeito

O esquimó roubou-nos.

complemento direto

Versão com animal nojento e doce

Sacaninhas, para a próxima, estudem mais gramática.

vocativo

Abraça-me, estúpido animal nojento e doce.

complemento direto

Efetivamente, é assim.

predicado

Considero Ryan burra que dói.

predicativo do complemento direto

A seleção de Portugal já foi para Moscovo.

complemento oblíquo

Contente com o seu cocó, o camelo ria-se.

complemento do adjetivo

O professor tratou como sacaninhas os seus alunos.

predicativo do complemento direto

Continua a sorrir o camelo de Agadir.

sujeito

Não me esqueço dos prémios Tia Albertina.

complemento oblíquo

Esta semana fecha a Feira do Livro e ainda não fui lá.

sujeito

A ambição de fazendas cegava o Samorim.

complemento do nome

Na recolha de rolhas, a colaboração dos alunos é essencial.

complemento do nome

Digo-vos, têm aqui um complemento direto.

complemento indireto

Jorge de Albuquerque permaneceu na luta contra os franceses.

predicativo do sujeito

Na capitania, Albuquerque mostrara ser bom chefe militar.

modificador do grupo verbal

Consideram-me burro.

complemento direto

Já é habitual estarmos em desacordo.

sujeito

Comprei o DVD que a FNAC promovia.

complemento direto

Quem ama tem medo de perder.

sujeito

Quando a esmola é muita, o pobre desconfia.

modificador do grupo verbal

Se acharem bem, saltamos esta parte do filme.

modificador de frase

 

Seguiu-se questionário de gramática (exceto funções sintáticas):

Resolve esta folha sem consultares outros elementos.

Versão com trigo ucraniano

Classifica quanto ao valor aspetual (genérico; imperfetivo; perfetivo; habitual; iterativo):

 

Adama é o futebolista mais forte.

Saltitaste de cinco em cinco minutos.

O trigo ucraniano alimentava a Europa.

 

 

Classifica quanto ao valor temporal (anterioridade; simultaneidade; posterioridade):

 

Fizéramos o trabalho de casa.

 

Classifica quanto ao valor modal (apreciativo; epistémico; deôntico):

 

Não podes abrir o livro nas páginas sobre gramática.

Deve chover à noite (segundo o site do IPMA).

 

 

Classifica quanto à formação ([regular:] derivada por prefixação; derivada por sufixação; derivada por parassíntese; derivação não afixal; conversão; composição morfológica; composição morfossintática || [irregular:] empréstimo; extensão semântica; sigla; acrónimo; truncação; amálgama):

 

UELVA [pronunciado, obviamente, /uεlvα/] (< União Europeia da Leitura em Voz Alta)

estaglação (< estagnação + inflação)

 

 

Classifica quanto ao objetivo ilocutório (declarativo, compromissivo, assertivo, expressivo, diretivo):

 

Os polacos têm recebido bem os refugiados.

Não faltarei ao grande jogo desta noite.

 

 

Classifica o recurso expressivo (anáfora, apóstrofe, hipérbato, aliteração, enumeração, alegoria, eufemismo, gradação, antítese, hipálage, hipérbole, comparação, ironia, metáfora, personificação, metonímia, paradoxo (ou oxímoro), sinestesia, perífrase):

 

João Rendeiro tinha um Van Gogh em casa.

O guarda-redes Alisson Becker dará um frango.

 

Classifica as orações sublinhadas. Poderás ter de usar: coordenada; assindética, copulativa, adversativa, disjuntiva, conclusiva, explicativa; subordinante, subordinada; adjetiva, substantiva, adverbial; relativa, completiva, temporal, causal, final, condicional, concessiva, consecutiva, comparativa; restritiva, explicativa. A classificação deve ficar completa (o que, em alguns casos, implicará um termo; noutros, quatro). Não ponhas «oração».

 

Embora esteja vacinado sete vezes, prefiro não deixar para já de usar açaimo.

Mal cheguem as férias, vou deliciar-me com a obra de Saramago.

Enganaram as pessoas de tal maneira, que a indústria farmacêutica perde-se de riso.

Teremos à mão Saramago, iremos lendo o livro, mas as férias serão curtas.

Veríssimo apostará numa tática que desorientará os jogadores do Liverpool.

Para que não faltem ao torneio de voleibol, anteciparemos os nossos trabalhos.

Compra um cão quem tem medo.

 

Marcelo perguntou a Costa se estava a pensar num cargo europeu.

 

 

Versão com Feira da Bagageira

Classifica quanto ao valor aspetual (genérico; imperfetivo; perfetivo; habitual; iterativo):

 

Andamos a engonhar as leituras.

Costumo circundar a Feira da Bagageira.

Caiu ontem um míssil em Lviv.

 

 

Classifica quanto ao valor temporal (anterioridade; simultaneidade; posterioridade):

 

Hoje o Benfica goleia o Pool.

 

Classifica quanto ao valor modal (apreciativo; epistémico; deôntico):

 

Para o Benfica vencer, Rafa tem de jogar.

Com tantos livros em casa, deves ser cultíssimo.

 

 

Classifica quanto à formação ([regular:] derivada por prefixação; derivada por sufixação; derivada por parassíntese; derivação não afixal; conversão; composição morfológica; composição morfossintática || [irregular:] empréstimo; extensão semântica; sigla; acrónimo; truncação; amálgama):

 

palermia (< palermice/palerma + pandemia)

Zelen (< Zelensky)

 

 

Classifica quanto ao objetivo ilocutório (declarativo, compromissivo, assertivo, expressivo, diretivo):

 

Percebes os atos de fala?

A Nato não sabe como reagir.

 

 

Classifica o recurso expressivo (anáfora, apóstrofe, hipérbato, aliteração, enumeração, alegoria, eufemismo, gradação, antítese, hipálage, hipérbole, comparação, ironia, metáfora, personificação, metonímia, paradoxo (ou oxímoro), sinestesia, perífrase):

 

Façam, ó deuses do esférico, que o Jota não marque.

As horas cor de silêncios

 

Classifica as orações sublinhadas. Poderás ter de usar: coordenada; assindética, copulativa, adversativa, disjuntiva, conclusiva, explicativa; subordinante, subordinada; adjetiva, substantiva, adverbial; relativa, completiva, temporal, causal, final, condicional, concessiva, consecutiva, comparativa; restritiva, explicativa. A classificação deve ficar completa (o que, em alguns casos, implicará um termo; noutros, quatro). Não ponhas «oração».

 

Zelensky queria que Orbán perdesse.

Pedri senta dois, marca golaço, e Camp Nou rende-se à nova estrela.

As vacinas são tão eficazes, que as tomo todos os dias.

 

Ainda que Ana Luísa Amaral tenha uma filha, não foi ela que partiu as tijelas.

Eugénio de Andrade, cujo nome verdadeiro era José Fontinhas, escreveu poemas sobre a mãe.

Só no sábado terminei os comentários, dado que antes me faltara tempo.

Onde há fumo há fogo.

 

Assim que toca o hino da Champions, todos ficam arrepiados.

l

 

Versão com Os Cinco e as Gémeas

Classifica quanto ao valor aspetual (genérico; imperfetivo; perfetivo; habitual; iterativo):

 

Tem chuviscado todas as segundas à tarde.

Líamos os Cinco e as Gémeas.

Pero perdeu a pera.

 

 

Classifica quanto ao valor temporal (anterioridade; simultaneidade; posterioridade):

 

Vou comer chocos fritos a Setúbal.

 

Classifica quanto ao valor modal (apreciativo; epistémico; deôntico):

 

Dá-me a folha, se fazes favor.

Kiev pode cair já amanhã nas mãos dos russos.

 

 

Classifica quanto à formação ([regular:] derivada por prefixação; derivada por sufixação; derivada por parassíntese; derivação não afixal; conversão; composição morfológica; composição morfossintática || [irregular:] empréstimo; extensão semântica; sigla; acrónimo; truncação; amálgama):

 

encontro (< encontrar)

Insta (< Instagram)

 

 

Classifica quanto ao objetivo ilocutório (declarativo, compromissivo, assertivo, expressivo, diretivo):

 

Os alunos cancelaram o professor negacionista.

Como te chamas?

 

 

Classifica o recurso expressivo (anáfora, apóstrofe, hipérbato, aliteração, enumeração, alegoria, eufemismo, gradação, antítese, hipálage, hipérbole, comparação, ironia, metáfora, personificação, metonímia, paradoxo (ou oxímoro), sinestesia, perífrase):

 

Matilde era um espelho quebrado.

Os corajosos olhos de Simão viam-no.

 

Classifica as orações sublinhadas. Poderás ter de usar: coordenada; assindética, copulativa, adversativa, disjuntiva, conclusiva, explicativa; subordinante, subordinada; adjetiva, substantiva, adverbial; relativa, completiva, temporal, causal, final, condicional, concessiva, consecutiva, comparativa; restritiva, explicativa. A classificação deve ficar completa (o que, em alguns casos, implicará um termo; noutros, quatro). Não ponhas «oração».

 

Mal o jogo começou, viu-se que o Benfica jogaria à defesa.

Cristiano é tão egoísta, que marca todos os livres da seleção.

Lemos a poesia telúrica de Torga, conhecemos o quotidiano de Ana Luísa Amaral, mas pouco estudámos Eugénio.

O poema de Mensagem que todos conhecem é «Mar português».

António Ferro sugeriu a Pessoa a candidatura ao prémio a fim de que o poeta ganhasse uns dinheiros.

Onde fomos felizes não devemos regressar.

 

Cee pediu ao polícia que desconfiasse dos depoimentos de Briony.

 

Ainda que Lola não o tivesse identificado, Robbie foi considerado o autor da violação.

 

 

Versão com iogurtes Milbona

Classifica quanto ao valor aspetual (genérico; imperfetivo; perfetivo; habitual; iterativo):

 

Estou a comer um iogurte Milbona.

Inês Pereira é um bocado fútil.

No verão vi a Vânia.

 

 

Classifica quanto ao valor temporal (anterioridade; simultaneidade; posterioridade):

 

Deliciar-me-ei com esta lampreia.

 

Classifica quanto ao valor modal (apreciativo; epistémico; deôntico):

 

O Benfica não deve passar esta eliminatória.

Deves usar sempre o açaimo (o vírus está aí).

 

 

Classifica quanto à formação ([regular:] derivada por prefixação; derivada por sufixação; derivada por parassíntese; derivação não afixal; conversão; composição morfológica; composição morfossintática || [irregular:] empréstimo; extensão semântica; sigla; acrónimo; truncação; amálgama):

 

choctail (< chocolate + cocktail)

apodrecer (< a- + podre + -ecer)

 

 

Classifica quanto ao objetivo ilocutório (declarativo, compromissivo, assertivo, expressivo, diretivo):

 

Na quarta, dia 20, cá estarei na nossa aula.

Tenho dúvidas de que esta seja a medida certa.

 

 

Classifica o recurso expressivo (anáfora, apóstrofe, hipérbato, aliteração, enumeração, alegoria, eufemismo, gradação, antítese, hipálage, hipérbole, comparação, ironia, metáfora, personificação, metonímia, paradoxo (ou oxímoro), sinestesia, perífrase):

 

Mais dez, mais cem, mais mil e mais um bilião.

Passas-me a água? [em vez de Passas-me o jarro com água?]

 

Classifica as orações sublinhadas. Poderás ter de usar: coordenada; assindética, copulativa, adversativa, disjuntiva, conclusiva, explicativa; subordinante, subordinada; adjetiva, substantiva, adverbial; relativa, completiva, temporal, causal, final, condicional, concessiva, consecutiva, comparativa; restritiva, explicativa. A classificação deve ficar completa (o que, em alguns casos, implicará um termo; noutros, quatro). Não ponhas «oração».

 

Torga era médico, tinha consultório, aí escrevia os seus muitos diários.

Eugénio de Andrade sentiu de tal maneira a ausência do pai, que elegeu a mãe como assunto de muitos poemas.

 

Ainda que bebesse litros e litros de aguardente, nunca ninguém viu Pessoa bêbado.

Mensagem, que foi coligido para um concurso, foi o único livro em português publicado por Pessoa.

Como se baseia num livro de Ian McEwan, Expiação usa artifícios narrativos interessantes.

Briony garantiu a todos que reconhecera Robbie.

 

Quem lê Saramago identifica na sua obra características do realismo mágico.

 

Mal comece o terceiro período, entraremos no Ano da morte de Ricardo Reis.

 

 

Liga dos Campeões

 

 

 

 

Aula 123R-123 (6 [1.ª], 7/abr [3.ª]) Correção de respostas a dois itens de exame sobre Amor de Perdição:

[dos critérios na prova de exame (aqui aparecem tópicos, mas a resposta seria discursiva, elaborada, é claro; por outro lado, estas sugestões não esgotam as possibilidades de solução):]

4

a nobreza de carácter, associada a valores como a lealdade e a verdade, no caso do «oficial» do excerto de Viagens na Minha Terra, e associada à coragem e à determinação/à firmeza, no caso de Simão;

a intensidade dos sentimentos, patente no facto de se entregar às emoções/de possuir um coração generoso, no caso do «oficial» do excerto de Viagens na Minha Terra, e patente no estado de espírito alterado, no caso de Simão;

a valorização da honra, associada à intensidade com que são vividas as ofensas e as injúrias, no caso do «oficial» do excerto de Viagens na Minha Terra, e associada à vontade de lutar sozinho, no caso de Simão.

5

em Viagens na Minha Terra, o narrador (recorrendo à ironia) critica o abandono da farda militar portuguesa (que foi substituída por um uniforme que imita a farda das tropas inglesas), afirmando que seria demasiado nacional para poder continuar a ser usada numa terra que se deixou corromper;

em Amor de Perdição, João da Cruz pensa que o exacerbamento da paixão conduz à perda da razão; pensa que, a um homem rico e fidalgo como Simão, não faltarão mulheres bonitas e com dote e que, se o destino o quiser, Teresa há de ser sua.

Correção do trabalho sobre orações e outros assuntos de gramática.

Versão com trigo ucraniano

 

Classifica quanto ao valor aspetual (genérico; imperfetivo; perfetivo; habitual; iterativo):

 

Adama é o futebolista mais forte.

genérico

Saltitaste de cinco em cinco minutos.

iterativo

O trigo ucraniano alimentava a Europa.

imperfetivo

 

Classifica quanto ao valor temporal (anterioridade; simultaneidade; posterioridade):

 

Fizéramos o trabalho de casa.

anterioridade

 

Classifica quanto ao valor modal (apreciativo; epistémico; deôntico):

 

Não podes abrir o livro nas páginas sobre gramática.

deôntico

Deve chover à noite (segundo o site do IPMA).

epistémico

 

Classifica quanto à formação:

 

UELVA [pronunciado, obviamente, /uεlvα/] (< União Europeia da Leitura em Voz Alta)

acrónimo

estaglação (< estagnação + inflação)

amálgama

 

Classifica quanto ao objetivo ilocutório (declarativo, compromissivo, assertivo, expressivo, diretivo):

 

Os polacos têm recebido bem os refugiados.

assertivo

Não faltarei ao grande jogo desta noite.

compromissivo

 

Classifica o recurso expressivo:

 

João Rendeiro tinha um Van Gogh em casa.

metonímia

O guarda-redes Alisson Becker dará um frango.

metáfora

 

Classifica as orações sublinhadas:

 

Embora esteja vacinado sete vezes, prefiro não deixar para já de usar açaimo.

subordinada adverbial concessiva

Mal cheguem as férias, vou deliciar-me com a obra de Saramago.

subordinada adverbial temporal

Enganaram as pessoas de tal maneira, que a indústria farmacêutica perde-se de riso.

subordinada adverbial consecutiva

Teremos à mão Saramago, iremos lendo o livro, mas as férias serão curtas.

coordenada assindética

Veríssimo apostará numa tática que desorientará os jogadores do Liverpool.

subordinada adjetiva relativa restritiva

Para que não faltem ao torneio de voleibol, anteciparemos os nossos trabalhos.

subordinada adverbial final

Compra um cão quem tem medo.

subordinada substantiva relativa

Marcelo perguntou a Costa se estava a pensar num cargo europeu.

subordinada substantiva completiva

 

Versão com Feira da Bagageira

 

Classifica quanto ao valor aspetual (genérico; imperfetivo; perfetivo; habitual; iterativo):

 

Andamos a engonhar as leituras.

imperfetivo

Costumo circundar a Feira da Bagageira.

habitual

Caiu ontem um míssil em Lviv.

perfetivo

 

Classifica quanto ao valor temporal (anterioridade; simultaneidade; posterioridade):

 

Hoje o Benfica goleia o Pool.

posterioridade

 

Classifica quanto ao valor modal (apreciativo; epistémico; deôntico):

 

Para o Benfica vencer, Rafa tem de jogar.

deôntico ou epistémico

Com tantos livros em casa, deves ser cultíssimo.

epistémico

 

Classifica quanto à formação:

 

palermia (< palermice/palerma + pandemia)

amálgama

Zelen (< Zelensky)

truncação

 

Classifica quanto ao objetivo ilocutório (declarativo, compromissivo, assertivo, expressivo, diretivo):

 

Percebes os atos de fala?

diretivo

A Nato não sabe como reagir.

assertivo

 

Classifica o recurso expressivo:

 

Façam, ó deuses do esférico, que o Jota não marque.

apóstrofe

As horas cor de silêncios

sinestesia

 

Classifica as orações sublinhadas:

 

Zelensky queria que Orbán perdesse.

subordinada substantiva completiva

Pedri senta dois, marca golaço, e Camp Nou rende-se à nova estrela.

coordenada assindética

As vacinas são tão eficazes, que as tomo todos os dias.

subordinada adverbial consecutiva

Ainda que Ana Luísa Amaral tenha uma filha, não foi ela que partiu as tijelas.

subordinada adverbial concessiva

Eugénio de Andrade, cujo nome verdadeiro era José Fontinhas, escreveu poemas sobre a mãe.

subordinada adjetiva relativa explicativa

Só no sábado terminei os comentários, dado que antes me faltara tempo.

subordinada adverbial causal

Onde há fumo há fogo.

subordinada substantiva relativa

Assim que toca o hino da Champions, todos ficam arrepiados.

subordinada adverbial temporal

 

Versão com os Cinco e as Gémeas

 

Classifica quanto ao valor aspetual (genérico; imperfetivo; perfetivo; habitual; iterativo):

 

Tem chuviscado todas as segundas à tarde.

iterativo

Líamos os Cinco e as Gémeas.

imperfetivo

Pero perdeu a pera.

perfetivo

 

Classifica quanto ao valor temporal (anterioridade; simultaneidade; posterioridade):

 

Vou comer chocos fritos a Setúbal.

posterioridade

 

Classifica quanto ao valor modal (apreciativo; epistémico; deôntico):

 

Dá-me a folha, se fazes favor.

deôntico

Kiev pode cair já amanhã nas mãos dos russos.

epistémico

 

Classifica quanto à formação:

 

encontro (< encontrar)

derivação não afixal

Insta (< Instagram)

truncação

 

Classifica quanto ao objetivo ilocutório (declarativo, compromissivo, assertivo, expressivo, diretivo):

 

Os alunos cancelaram o professor negacionista.

assertivo

Como te chamas?

diretivo

 

Classifica o recurso expressivo:

 

Matilde era um espelho quebrado.

metáfora

Os corajosos olhos de Simão viam-no.

hipálage

 

Classifica as orações sublinhadas:

 

Mal o jogo começou, viu-se que o Benfica jogaria à defesa.

subordinada adverbial temporal

Cristiano é tão egoísta, que marca todos os livres da seleção.

subordinada adverbial consecutiva

Lemos a poesia telúrica de Torga, conhecemos o quotidiano de Ana Luísa Amaral, mas pouco estudámos Eugénio.

coordenada assindética

O poema de Mensagem que todos conhecem é «Mar português».

subordinada adjetiva relativa restritiva

António Ferro sugeriu a Pessoa a candidatura ao prémio a fim de que o poeta ganhasse uns dinheiros.

subordinada adverbial final

Onde fomos felizes não devemos regressar.

subordinada substantiva relativa

Cee pediu ao polícia que desconfiasse dos depoimentos de Briony.

subordinada substantiva completiva

Ainda que Lola não o tivesse identificado, Robbie foi considerado o autor da violação.

subordinada adverbial concessiva

 

Versão com iogurtes Milbona

 

Classifica quanto ao valor aspetual (genérico; imperfetivo; perfetivo; habitual; iterativo):

 

Estou a comer um iogurte Milbona.

imperfetivo

Inês Pereira é um bocado fútil.

genérico

No verão vi a Vânia.

perfetivo

 

Classifica quanto ao valor temporal (anterioridade; simultaneidade; posterioridade):

 

Deliciar-me-ei com esta lampreia.

posterioridade

 

Classifica quanto ao valor modal (apreciativo; epistémico; deôntico):

 

O Benfica não deve passar esta eliminatória.

epistémico

Deves usar sempre o açaimo (o vírus está aí).

deôntico

 

Classifica quanto à formação:

 

choctail (< chocolate + cocktail)

amálgama

apodrecer (< a- + podre + -ecer)

derivada por parassíntese

 

Classifica quanto ao objetivo ilocutório (declarativo, compromissivo, assertivo, expressivo, diretivo):

 

Na quarta, dia 20, cá estarei na nossa aula.

compromissivo

Tenho dúvidas de que esta seja a medida certa.

assertivo

 

Classifica o recurso expressivo:

 

Mais dez, mais cem, mais mil e mais um bilião.

gradação ou enumeração ou hipérbole

Passas-me a água? [em vez de Passas-me o jarro com água?]

metonímia

 

Classifica as orações sublinhadas:

 

Torga era médico, tinha consultório, aí escrevia os seus muitos diários.

coordenada assindética

Eugénio de Andrade sentiu de tal maneira a ausência do pai, que elegeu a mãe como assunto de muitos poemas.

subordinada adverbial consecutiva

Ainda que bebesse litros e litros de aguardente, nunca ninguém viu Pessoa bêbado.

subordinada adverbial concessiva

Mensagem, que foi coligido para um concurso, foi o único livro em português publicado por Pessoa.

subordinada adjetiva relativa explicativa

Como se baseia num livro de Ian McEwan, Expiação usa artifícios narrativos interessantes.

subordinada adverbial causal

Briony garantiu a todos que reconhecera Robbie.

subordinada substantiva completiva

Quem lê Saramago identifica na sua obra características do realismo mágico.

subordinada substantiva relativa

Mal comece o terceiro período, entraremos no Ano da morte de Ricardo Reis.

subordinada adverbial temporal

O filme que hoje terminaremos — Expiação (Atonement) — é baseado num romance de Ian McEwan. Neste romance há dois níveis narrativos. Até agora só conhecemos um.

No livro, essa primeira narrativa começa assim:

A peça — para a qual Briony desenhara os cartazes, os programas e os bilhetes, construíra a bilheteira com um biombo voltado de lado e debruara uma caixa com papel crepe vermelho para recolher donativos — fora escrita por ela num assomo de criatividade que tinha durado dois dias e a levara a perder um pequeno-almoço e um almoço. Depois de concluídos todos os preparativos, já não tinha mais nada a fazer a não ser rever o manuscrito e esperar pela chegada dos primos que vinham do Norte. Só teriam tempo para um dia de ensaios antes de o seu irmão chegar.

Este nível narrativo, que continuaremos a seguir no filme por mais uns minutos, vai concluir-se com a personagem Briony a tentar expiar a sua culpa (‘compensar a sua culpa’, ‘penitenciar-se’). E, no livro, já fechada essa narrativa encaixada, surge a assinatura «B[riony] T[allis]». Percebemos que toda esta primeira história constituía um livro escrito por Briony, embora o narrador fosse heterodiegético.

O outro nível narrativo só surge, no volume, nas últimas vinte páginas (e, no filme, nos últimos dez minutos). Agora, o narrador é autodiegético e identifica-se com uma Briony septuagenária, já escritora consagrada. Copio só um trecho dessa parte:

Houve um crime. Mas também houve amantes. Os amantes, e o final feliz da sua história, estiveram na minha mente toda a noite. Até partirmos ao pôr do Sol. Uma mudança infeliz. Parece-me que afinal não viajei assim tanto desde que escrevi a minha pequena peça. Ou melhor, fiz uma digressão enorme e voltei ao meu ponto de partida. Só nesta última versão é que os meus amantes têm um final feliz, parados ao lado um do outro num passeio no Sul de Londres, enquanto eu me afasto. Todas as versões anteriores eram impiedosas. Mas agora não sei de que serviria tentar, por exemplo, convencer os meus leitores, direta ou indiretamente, de que Robbie Turner morrera de septicemia em Bray Dunes a 1 de junho de 1940 ou de que Cecilia fora morta em Setembro desse mesmo ano no bombardeamento que destruiu a estação de metro de Balham. De que nunca os vi nesse ano. [...] De que as cartas que os amantes escreveram se encontram nos arquivos do War Museum. Como poderia isso ser um final? Que sentido, esperança ou satisfação poderia um leitor tirar de um relato assim? Quem estaria disposto a acreditar que nunca mais se tinham encontrado, que nunca tinham materializado o seu amor? Quem estaria disposto a acreditar nisso, a não ser por um realismo insuportável? Não podia fazer-lhes isso.

2.º período — alguns focos do ensino e da avaliação (que, porém, não devem ser vistos como parcelas para se chegar a uma média)


Leitura

Aula

Questionário sobre «Ulisses», de Fernando Pessoa, Mensagem (aula 72-73)

 

Questionário sobre «Eis o espetáculo do mundo», de José Saramago (aula 97-98)

Questionário sobre «Esta coisa obscura [...]», de Clara Ferreira Alves (aula 107-108)

Observação direta da eficiência a resolver as tarefas com textos em todas as aulas

Escrita

Aula

Caligrama (aula 65-66)

 

Dois argumentos de grupo III (aula 67-68)

Argumento em torno de loucura (aula 70-71)

Reportagem do cerco de Lisboa (aula 89R-89)

Resposta a item à grupo I em torno de «D. Dinis», de Pessoa, Mensagem (aula 75-76)

Diário ou texto de primeira pessoa com o título «29 de fevereiro» (aula 82-83)

Apreciação crítica a cartoon/notícia na capa de Inimigo Público (aula 84R-84) *

Argumento em torno de voluntariado (aula 87-88)

Criação de «Pequena ode [...]» segundo modelo de Ana Luísa Amaral (aula 90-91)

Diálogo com atos de fala determinados (aula 97-98)

Comentário sobre «As pequenas gavetas do amor», de Ana Luísa Amaral (aula 100-101)

Texto segundo o modelo de Língua. Vidas em português (aula 104R-104)

Análise de «Adeus», de Eugénio de Andrade (aula 105-106)

Texto narrativo incorporando cinco versos de poemas de Eugénio de Andrade (aula 110-111)

Comentário a «Daddy», de Sylvia Plath, e poema à mãe, de Eugénio de Andrade (aula 107-108)

Itens de exame sobre Amor de Perdição e Viagens na Minha Terra (aula 114R-114)

Casa

Texto para concurso sobre ética, vida e desporto (a partir de tepecê da aula 62-63)

Reformulação do anterior (a partir do momento em que os textos foram devolvidos)

Texto expositivo sobre «Os portugueses» (aula e tepecê 94R-94) [feito só no 12.º 1.ª]

Acróstico com «Poetas contemporâneos» (tepecê da aula 115-116) *

Oral + Educação literária

Casa

Aula

Leitura expressiva de versos escolhidos em livros de poetas do séc. XX (aula 95-96)

 

Leitura expressiva de poemas de Mensagem (a partir do tepecê da aula 112-113)

Microfilme a partir de poemas de Pessoa (a partir do tepecê da aula 62-63)

Gramática

(Casa)

Aula

Questionário sobre funções sintáticas (aula 119-120)

 

Questionário sobre orações e outros assuntos de gramática (aula 121-122)

Observação direta da atenção nos momentos em que se trata de ouvir explicações de conteúdos

Assiduidade, pontualidade, material

TPC — Nestas férias vai-te adentrando cada vez mais em O Ano da Morte de Ricardo Reis (e passa a ter o livro à mão, para o caso de teres de o trazer para as aulas). Outras leituras que queiras fazer serão muito boa ideia.

 

 

Aula 124-125 (8/abr [1.ª, 3.ª]) Nesta última aula do 2.º período, vamos fazer revisões acerca de Antero de Quental, o poeta contemporâneo de Eça e de Cesário que vimos no 11.º ano mais que brevissimamente. Teremos aliás de voltar a Antero a certa altura no 3.º período (talvez para efeitos da Liga dos Campeões).

Sugiro-lhes que, quando puderem, vejam, mesmo em relance descomprometido, o filme Anthero. O Palácio da Ventura (parte I; parte II), do realizador José Medeiros. Embora se assuma que é uma ficção, o filme detém-se numa série de momentos importantes da vida de Antero de Quental, mostrados desordenadamente: suicídio; Antero como líder dos estudantes em Coimbra contra reitor Basílio e tempos de boémia; polémicas com Castilho e com Teófilo Braga; diálogo com o amigo  e poeta João de Deus e viagem à América; conferências do Casino Lisbonense; os problemas de saúde constantes, etc. (não estou a seguir a ordem no filme, nem a biográfica).

Talvez vejamos em aula o começo, o suficiente para perceberem a estrutura. É um filme sobre o processo de fazer um filme sobre Antero. Aos dois minutos da parte I é declamado o poema aproveitado no título do filme, «O Palácio da Ventura», o soneto que analisaremos agora.

O Palácio da Ventura

Sonho que sou um cavaleiro andante.

Por desertos, por sóis, por noite escura,

Paladino do amor, busco anelante

O palácio encantado da Ventura!

 

Mas já desmaio, exausto e vacilante,

Quebrada a espada já, rota a armadura…

E eis que súbito o avisto, fulgurante

Na sua pompa e aérea formosura!

 

Com grandes golpes bato à porta e brado:

Eu sou o Vagabundo, o Deserdado…

Abri-vos, portas d’ouro, ante meus ais!

 

Abrem-se as portas d’ouro, com fragor…

Mas dentro encontro só, cheio de dor,

Silêncio e escuridão – e nada mais!

 

Vocabulário porventura mais difícil: ventura = ‘felicidade’; cavaleiro andante = ‘herói das novelas de cavalaria medievais que busca um ideal de amor e de justiça’; paladino = ‘cavaleiro andante’, ‘defensor intrépido de alguma causa’; anelante = ‘ofegante, ansioso’; formosura = beleza; deserdado = ‘aquele que é privado de uma herança, de um benefício’; fragor = ‘estrondo’.

 

Vai completando esta análise do poema:

Quanto à forma, a composição (dois quartetos e dois tercetos) é um ______.

O metro é _________ (podes experimentar com o v. 1: So | nho | que | sou | um | ca | va | lei | r’an | dan), como é comum nos sonetos.

A rima das quadras, ao contrário do que sucede nos sonetos clássicos (onde costuma ser interpolada e emparelhada, com o esquema rimático A-__-__-A || A-__-B-__), neste soneto de Antero é ______.

Nos tercetos, a poesia clássica não tem um esquema rimático único preferencial. No caso de «O Palácio da Ventura», o que temos é: C-C-__ || __-__-__.

Faz corresponder as sínteses A a D aos versos:

A — Desalento pelo insucesso = vv. 5-__

B — Renascimento da esperança = vv. __-__

C — Deceção final = vv. __-__

D — Entusiasmo = vv. __-__

Se descartarmos uma forma de Imperativo («_______», v. 11), todo o poema usa um único tempo verbal, o _______ do Indicativo.

Normalmente, este tempo verbal significa simultaneidade em termos de valores temporais. No entanto, nestes versos a conotação que é introduzida pelo Presente do Indicativo é mais complexa: é como se o sujeito poético estivesse a ver-se a praticar todas as ações, que assim ficam a parecer-nos, em termos temporais, relativamente ao momento da enunciação, _______ {anteriores / simultâneas / posteriores}, ainda que se vá narrando uma sequência de situações (o que, em princípio, devia implicar anterioridade, pelo menos até se chegar ao momento presente, já que não estamos habituados a que uma narrativa nos chegue em direto, como se tratasse de um relato de jogo de futebol).

Voltemos à única forma do Imperativo. Que valor temporal conotará? Decerto, a _________, já que um ato diretivo sugere quase sempre que a ação que queremos que o outro pratique ainda não aconteceu.

Passemos aos valores aspetuais. Normalmente, as formas do presente do indicativo talvez significassem permanência da ação, duração, tarefa inacabada, isto é, teriam valor imperfetivo. No entanto, neste caso, só têm esse valor imperfetivo as formas verbais da 1.ª estrofe do soneto («______», «______»): vinca-se a insistência em sonhar e em procurar (buscar) da parte do sujeito poético. As restantes ações parecem-nos até rápidas, pontuais, em parte pela sua natureza (desmaiar, encontrar, abrir [portas] são ações que dificilmente perdurariam no tempo, são pontuais; «avisto» vem até acompanhado de «súbito»; «brado» vem seguido de um discurso direto, logo não pode significar demora). Há também uma forma com valor genérico («____», v. 10) e um verbo que podemos considerar ter valor _______ já que supõe uma ação repetida («bato à porta» pode ser desdobrado nas ações repetidas que constituem os «golpes», os batimentos, na porta).

Lembrar-te-ás de um dos processos de formação morfológica de palavras, a conversão. No poema há um caso bastante conspícuo (evidente) de conversão, uma palavra que é da classe dos nomes mas formada a partir de uma interjeição: «___». (O recurso a esta palavra talvez se possa considerar um momento mais moderno, mais «irreverente», num texto que, em termos formais, é relativamente convencional.)

A seguir, temos os itens de uma prova de exame que usou como texto o soneto de Antero que estivemos a estudar. Não foi um exame de Português, mas de Literatura Portuguesa (2016, 2.ª chamada). O estilo dos itens é idêntico ao das provas de Português:

(Não deixes de ler as perguntas. Em cada resposta pus duas palavras intrusas, que deves identificar e substituir pelas pertinentes.)

1. Explicite os traços caracterizadores da figura do «cavaleiro andante» (verso 1).

Sendo um «Paladino do amor» (v. 3), o «cavaleiro andante» (v. 1) é sonhador e fofinho, procurando ansiosamente («anelante» – v. 3) o «palácio encantado da Ventura» (v. 4), que é o seu grande objetivo. Corajoso, entrega-se a essa busca até ao limite das suas forças (v. 5). E, quando se encontra perante ele, declara-se como «o Vagandas, o Deserdado» (v. 10), a quem falta toda a felicidade.

2. Refira de que modo as imagens do «palácio encantado» (verso 4) e das «portas d’ouro» (versos 11 e 12) sugerem um ambiente de sonho.

Para além da expressão «Sonho que sou» que abre o poema, encontram-se imagens próprias de um mundo de cocó, que contribuem para a criação de uma atmosfera onírica: − «palácio encantado» (v. 4), que parece flutuar num plano superior («aérea formosura» – v. 8); − «portas d’ouro» (vv. 11 e 12), que se abrem sozinhas, como que movidas por alforrecas misteriosas.

3. Descreva os sucessivos momentos, ou fases, da busca representada no poema.

São quatro os momentos da cusca representada no poema. O primeiro momento (1.ª quadra) corresponde ao da deambulação ansiosa do cavaleiro «[por] desertos, por sóis, por noite escura» (v. 2). O segundo momento (2.ª quadra) é o que marca a descoberta do palácio procurado. O terceiro momento da busca (1.º terceto) é o do apelo emocionado do «eu» a que as portas do palácio se abram. O quarto momento (2.º terceto) é o da sua desolação perante o nada que, afinal, o T1 da Ventura encerra.

4. Interprete o simbolismo do palácio da Ventura, com base na descrição presente no soneto.

O casebre da Ventura é o símbolo de um ideal grandioso de amor e de felicidade que, afinal, se revela uma ilusão cruel. Os elementos que lhe dão forma são a dimensão mágica (é «encantado» – v. 4), a beleza (é «fulgurante / Na sua pompa e aérea formosura» – vv. 7-8), a forretice (tem «portas d’ouro» – vv. 11 e 12) e, finalmente, o «Silêncio» e a «escuridão» (v. 14).

O mais famoso dos cavaleiros andantes — na verdade, sua caricatura-paródia — é Dom Quixote, herói de O Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes. Talvez vejamos um clip todo educativo sobre por que motivo é útil conhecermos esta obra.

Classifica as orações sublinhadas:

Cavaleiro Andante

(Carlos Tê / Rui Veloso)

Porque sou o cavaleiro andante  |  Subordinada adverbial ______

Que mora no teu livro de aventuras,  |  Subordinada adjetiva _______________

Podes vir chorar no meu peito  |  _______

As mágoas e as desventuras,

 

Sempre que o vento te ralhe  |  Subordinada adverbial _______

E a chuva de maio te molhe,

Sempre que o teu barco encalhe

E a vida passe e não te olhe.  |  Coordenada ________

 

Porque sou o cavaleiro andante

Que o teu velho medo inventou,

Podes vir chorar no meu peito

Pois sabes sempre   onde estou.  |  Coordenada _______ | Sub. substantiva _______

 

E, sempre que a rádio diga

Que a América roubou a lua  |  Subordinada _______________

Ou que um louco te persiga

E te chame nomes na rua,

 

Porque sou o que chega e conta

Mentiras que te fazem feliz  |  Subordinada ______________

E tu vibras com histórias

De viagens que eu nunca fiz,

 

Podes vir chorar no meu peito,

Longe de tudo o que é mau,

Que eu vou estar sempre ao teu lado  |  Coordenada ________ (ou Sub. adverbial causal?)

No meu cavalo de pau.

 

TPC — Relanceia partes do filme Anthero. O Palácio da Ventura (parte I; parte II).

 

 

#