Monday, September 06, 2021

Aula 141-142

Aula 141-142 (11/mai [1.ª, 3.ª]) Correção de comentário a analogia entre Último a sair e algum aspeto de O Ano da Morte de Ricardo Reis.

Usando os livros em cada carteira, escolhe provérbios e aforismos/citações suscetíveis de se aplicarem a momentos (ou, mas não apenas, a aspetos genéricos do enredo) de O ano da morte de Ricardo Reis. Ao lado, escreve uma justificação, que explicará a frase transcrita ao mesmo tempo que a associa ao livro de Saramago. Vê os meus exemplos.

Trecho aforístico

Analogia com situação de O ano da morte de Ricardo Reis

Quando a esmola vem, já o padre está cansado.

O ditado popular adequa-se ao contexto do bodo do jornal O Século (cap. III), já que os dez escudos distribuídos aos pobres eram um paliativo insuficiente e que chegava tarde.

Não há fumo sem fogo.

O provérbio pode sintetizar o que pensavam os que viam a intimação recebida por Reis para se apresentar na PVDE (cap. VIII) como indício de que era personagem pouco confiável.

«Apoie-se nos princípios: acabarão por ceder» (Oscar Wilde)

A frase irónica de Wilde defende que obedeçamos aos nossos desejos e interesses, mesmo em prejuízo do que saibamos ser correto, o que é aplicável a várias atitudes de Ricardo Reis na sua relação com Lídia.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O filme, de António Lopes Ribeiro, A Revolução de Maio passa-se em 1936 (vão celebrar-se dez anos do 28 de maio de 1926, o movimento militar que pôs fim à I República — e que, uns anos depois, culminaria no Estado Novo). O início mostra-nos um cenário que se assemelhará ao que poderíamos imaginar para a chegada de Ricardo Reis, em finais de 1935.

O filme é um panegírico do Estado Novo, mas pode interessar-nos o cenário inicial, com a chegada pelo Tejo do herói-vilão (tal como a de Reis em O Ano da Morte de Ricardo Reis). De certo modo, este 1936 segundo Lopes Ribeiro (personalidade interessante, mas adepto do Estado Novo e até, salvo erro, germanófilo) é o contraponto do 1936 de Saramago (militante do PCP). Há outro ponto de contacto: o livro que o Dr. Sampaio recomendara a Reis, A Conspiração, de Tomé Vieira, inspirou o filme de Lopes Ribeiro.

TPC — Prepara leituras em voz alta de sonetos de Antero (vê aqui).

 

 

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