Aula 141-142
Aula 141-142 (11/mai [1.ª, 3.ª]) Correção de comentário a analogia entre Último
a sair e algum aspeto de O Ano da Morte de Ricardo Reis.
Trecho aforístico |
Analogia com situação de O ano da morte de
Ricardo Reis |
Quando a esmola vem, já o
padre está cansado. |
O ditado popular adequa-se ao contexto do bodo do jornal O
Século (cap. III), já que os dez escudos distribuídos aos pobres eram um
paliativo insuficiente e que chegava tarde. |
Não há fumo sem fogo. |
O provérbio pode sintetizar o que pensavam os que viam a
intimação recebida por Reis para se apresentar na PVDE (cap. VIII) como
indício de que era personagem pouco confiável. |
«Apoie-se nos princípios:
acabarão por ceder» (Oscar Wilde) |
A frase irónica de Wilde defende que obedeçamos aos nossos
desejos e interesses, mesmo em prejuízo do que saibamos ser correto, o que é
aplicável a várias atitudes de Ricardo Reis na sua relação com Lídia. |
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O
filme, de António Lopes Ribeiro, A Revolução de Maio passa-se
em 1936 (vão celebrar-se dez anos do 28 de maio de 1926, o movimento militar
que pôs fim à I República — e que, uns anos depois, culminaria no Estado Novo).
O início mostra-nos um cenário que se assemelhará ao que poderíamos imaginar
para a chegada de Ricardo Reis, em finais de 1935.
O
filme é um panegírico do Estado Novo, mas pode interessar-nos o cenário
inicial, com a chegada pelo Tejo do herói-vilão (tal como a de Reis em O
Ano da Morte de Ricardo Reis). De certo modo, este 1936 segundo Lopes
Ribeiro (personalidade interessante, mas adepto do Estado Novo e até, salvo
erro, germanófilo) é o contraponto do 1936 de Saramago (militante do PCP). Há
outro ponto de contacto: o livro que o Dr. Sampaio recomendara a Reis, A
Conspiração, de Tomé Vieira, inspirou o filme de Lopes Ribeiro.
TPC — Prepara leituras em voz alta de sonetos de Antero (vê
aqui).
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