Monday, September 06, 2021

Aula 112-113

Aula 112-113 (22 [1.ª] 23/mar [3.ª]) Resolve estas perguntas de um exame de 12.º ano já antigo (2007, 1.ª fase), aproveitando o que já lancei nas respostas. Não deixes de ler as perguntas, é claro.

Grupo I — Parte A

Leia, atentamente, o texto a seguir transcrito.

               Acordo de noite, muito de noite, no silêncio todo.

               São — tictac visível — quatro horas de tardar o dia.

               Abro a janela diretamente, no desespero da insónia.

               E, de repente, humano,

5             O quadrado com cruz de uma janela iluminada!

               Fraternidade na noite!

 

               Fraternidade involuntária, incógnita, na noite!

               Estamos ambos despertos e a humanidade é alheia.

               Dorme. Nós temos luz.

 

10           Quem serás? Doente, moedeiro falso, insone simples como eu?

               Não importa. A noite eterna, informe, infinita,

               Só tem, neste lugar, a humanidade das nossas duas janelas,

               O coração latente das nossas duas luzes,

               Neste momento e lugar, ignorando-nos, somos toda a vida.

 

15           Sobre o parapeito da janela da traseira da casa,

               Sentindo húmida da noite a madeira onde agarro,

               Debruço-me para o infinito e, um pouco, para mim.

 

               Nem galos gritando ainda no silêncio definitivo!

               Que fazes, camarada, da janela com luz?

 

20           Sonho, falta de sono, vida?

               Tom amarelo cheio da tua janela incógnita...

               Tem graça: não tens luz elétrica.

               Ó candeeiros de petróleo da minha infância perdida!

Álvaro de Campos, Poesia, Lisboa, Assírio & Alvim, 2002

Apresente, de forma bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.

1. Identifique os sentimentos do “eu” expressos nas três primeiras estrofes.

2. Refira as sensações representadas no poema, transcrevendo os elementos do texto em que se fundamenta.

3. Apresente uma interpretação possível para o seguinte verso: “O coração latente das nossas duas luzes” (v. 13).

4. Comente o sentido da apóstrofe do último verso, tendo em conta a globalidade do poema.

______

moedeiro falso: pessoa que falsifica moeda.|| insone: pessoa que tem insónias.

 

1. Os sentimentos do sujeito poético expressos nas três primeiras estrofes são o “desespero”, ou contrariedade, pela ‘insónia” que o afeta a meio da noite (v. 3); a surpresa e alguma satisfação ou consolo, ao deparar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .; e algum interesse e até fraternidade para com  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2. No poema estão representadas sensações visuais nos versos “O quadrado com cruz de uma janela iluminada!” (v. 5), “Tom amarelo cheio da tua janela incógnita...” (v. 21) e nas referências à luz nos versos 9, 13, 19 e 22. Estão também presentes sensações auditivas — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . É de registar, ainda, a presença de sensações táteis no(s) verso(s) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Finalmente, no verso 2, há uma sobreposição de sugestões auditivas e visuais, uma sinestesia, portanto: “tictac visível”.

3. O verso 13 do poema pode significar que . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

4. A apóstrofe do último verso — “Ó candeeiros de petróleo da minha infância perdida!” — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .


[Vimos os minutos 43 a 53 deste episódio da História Essencial de Portugal:]

 

Sorteio da Liga dos Campeões

Pote 1 — os que tiveram 17,5 ou mais na leitura expressiva dos poetas do século XX

Turma 1 // Mariana D. (19), Maria (18,75), Mariana C. (18,25), Andrea (18), Diana (18), Daniel (17,5), Francisca S.-L. (17,5)

Turma 3 // Madá (18), Pina (18), Mariana (17,75), Leonor (17,5)

 

Pote 2 — os que tiveram entre 17,25 e 16,25

Turma 1 // Duarte (17,25), Miguel (17), Francisco (16,75), João M. (16,75)

Turma 3 // Nuno (17), Tiago (17), Henrique (16,5), Margarida S. (16,5), Neves (16,25)

 

Pote 3 — os que tiveram entre 16 e 15,5

Turma 1 // João N. (16), João F. (16), Ricardo S. (16), Inês (15,75) Nuno (15,75), Sara (15,5)

Turma 3 // Diogo (16), Inês S. (16), Joana M. (16), João C. (16), Marta (16), Margarida R. (16), Eduardo C. (15,5), Pedro (15,5)

 

Pote 4 — os que tiveram 15 ou menos

Turma 1 // Ricardo M. (15), Martim (15), Rita (15), Rafa (15), Tomás (15), Diogo (14,75), João C. (14,75), Tiago (14,75), Francisca P. (14,5), Catarina (14), Ricardo N. (13,5)

Turma 3 // Inês G. (15), Joana N. (15), João P. (15), Martinho (15), Madalena (14,75), Raams (14,75), Eduardo H. (14), Miguel (14)

Liga dos Campeões — constituição dos grupos

Grupo A

Grupo B

Grupo C

Grupo D

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

Posteriormente, a classificação resultará das pontuações de vários «jogos» (leituras). Serão apurados para a fase final da Liga dos Campeões os quatro primeiros de cada grupo, seguindo-se eliminatórias (A1 × B4; B1 × A4; ...). Restantes clubes (alunos) ficam apurados para a Liga Europa, nesta se incorporando também os eliminados nos oitavos da Champions.

O número à direita nas quadrículas serve para referir os trechos cuja leitura em voz alta devem preparar (começaremos sexta-feira). Cfr. essa correspondência — e uns conselhos — no tepecê em Gaveta de Nuvens.

Classifica as orações sublinhadas:

«Fazes-me falta» (João Pedro Pais)

Se te fizesse    Subordinada __________condicional

Tudo aquilo que me apetece

As vezes que eu pudesse,

Ias rir-te de mim.   ____________

 

Mesmo que desse    Subordinada adverbial___________

Para ser tudo o que parece,

Um homem não esmorece   Subordinante (e Coordenada)

E luta até ao fim.   Coordenada ____________

 

Eu não me esqueço,   Coordenada

És aquilo que conheço,   _____________

Tenho a vida que mereço.   Coordenada assindética

Se te perco, fico tenso   Subordinada adverbial _________  ;  Subordinante

Porque és tudo para mim.   Subordinada                       causal

 

O teu olhar é tão intenso,

Ainda temos algum tempo,

Semeio flores no teu jardim.

 

Quando tu me pedes, eu dou,   Subordinada adverbial _________

Onde tu me levas eu vou,   Subordinada ___________

Tudo o que me fazes é bom,

Só eu sei que fazes falta aqui.   Subordinada substantiva _________

 

Se tu disseres,

Quantas vezes me quiseres,

És deusa feita mulher,

Vou dizer-te sempre que sim.

 

Se me mostrares

Tudo aquilo que escondeste,   Subordinada adjetiva __________

O que não deste e prometeste,

Vou cuidar de ti.

 

Quando tu me pedes, eu dou,

Onde tu me levas eu vou,

Tudo o que me fazes é bom,

Só eu sei que tu fazes falta aqui.

 

Enquanto pudermos dar,   Subordinada adverbial ___________

Termos vontade e querer,

Mesmo que saibamos estar,

Já só nos resta fazer.

 

Podemos ter ideais,

Deixar ser e pertencer,

A isto tu pedes mais,

Eu quero ouvir-te querer,

Eu quero ouvir-te querer.

 

Quando tu me pedes, eu dou,   ____________

Onde tu me levas eu vou,

Tudo o que me fazes é bom,

Só eu sei que fazes falta aqui.

 

TPC Para efeitos da fase de grupos da Liga dos Campeões, prepara a leitura em voz alta dos três poemas que correspondem ao teu número de sorteio (ver números nas quadrículas da tabela). Ver aqui.

 

 

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