Sunday, August 30, 2020

Aulas (2.º período, 3.ª parte [confinamento em março]: 73-88)

 

Aula 73-74 (1 [1.ª], 2 [5.ª, 2.ª, 4.ª], 3/mar [3.ª]) Correções (cfr. Apresentação).

Vai lendo as cenas V-XII do Ato II (pp. 120-127). Completa o espaço à direita com frase-título, retirada do texto ou criada por ti, que possa servir de emblema de cada cena (para cenas V a VIII). Vê como fiz para as cenas X, XI e XII.

Cena

Assunto

Frase-título

V

Aparentemente recuperada, D. Madalena volta a cair no seu terror perante a possibilidade de se ver sem Manuel de Sousa e sem Maria naquele dia.

 

VI

Quando se prepara a partida, Madalena pede a Manuel de Sousa que leve também Telmo, aparentemente por não o querer consigo.

 

VII

Na partida, Madalena despede-se, chorosa, de Manuel de Sousa e de Maria, como se fosse para sempre. Demonstra grande cuidado com a saúde da filha, que sai de cena «sufocada com choro».

 

VIII

Aquando da despedida, hiperbolicamente comparada por Manuel a uma partida para a Índia, é abordado o caso de Sóror Joana e de seu marido, tragicamente comentado por Madalena.

 

IX

O ambiente que envolve Frei Jorge fá-lo ver em Madalena, Manuel de Sousa e Maria um estado de espírito cheio de presságios e desgraças próximas, de que se sente quase contagiado.

[Esta cena é um aparte, com que Jorge desempenha um papel próximo do do coro da tragédia clássica, de comentador, quase como momentâneo relator de presságios. Com a saída de outras personagens também se consegue transmitir o movimento da partida e simular a passagem do tempo, criando um separador entre dois momentos do ato.]

X

D. Madalena desabafa com Frei Jorge as razões do seu desespero em relação ao dia em que decorre a ação e o seu sentimento de pecado em relação ao amor por Manuel de Sousa.

Três efemérides (e a última com um pecado em anexo)

XI

Miranda anuncia a chegada de um peregrino que vem da Terra Santa com um recado para Madalena que apenas a ela dará. Madalena decide recebê-lo.

«Venho trazer-vos recado... Um estranho recado»

XII

Frei Jorge reflete sobre o comportamento de muitos falsos peregrinos que se aproveitam da caridade dos fiéis.

Cuidado com os romeiros! (E o caso não é para menos...)

Resolve o exercício 1 da p. 125, sobre o poema «Este inferno de amar» (de Garrett):

a = estrofe ___; b = estrofe ___; c = estrofe ___; d = estrofe ___; e = estrofe ___.

Escreve comentário com cerca de cento e vinte palavras sobre como nestas cenas V-VIII se vão reunindo as condições convenientes à tragédia que se avizinha. À mão. (Para ouvir; para já, não é para descarregar.)

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Frei Luís de Sousa

Entre Irmãos

Tudo parece ir compor-se. Madalena diz já estar _____ (era só receio de perder Manuel). Manuel tem de ir a Lisboa, por estar em dívida com o arcebispo. A perspetiva de ficar sozinha a uma sexta angustia Madalena, que pede a Manuel que não a deixe naquela ____ aziaga (faz anos que casou com João, conheceu Manuel, ocorreu a batalha de Alcácer Quibir). Abraçam-se. Embora Manuel prometa não demorar, Madalena fica preocupada, ansiosa.

Tudo parece ir compor-se. Grace anda mais ______ (também por ação de Tommy). Tommy vai ao banco pedir desculpa à senhora com quem agira mal. Enquanto conta a Grace essa peripécia, fica claro que se estão a apaixonar (e Grace tenta que Tommy acredite que, em adolescente, não era a miúda _____ que ele prefigurara). Beijam-se. Grace fica com má consciência, ansiosa, embora Tommy prometa não insistir.

O que é certo é que fica mesmo sozinha naquele dia (Telmo foi também com Manuel). Madalena recebe a informação de que um romeiro quer falar-lhe. Adivinhamos que é ______.

O que é certo que, passados dias, já estão ambos de novo descomplexadamente alegres (com as crianças a divertirem-se). Grace recebe um telefonema. Percebemos que é para avisar da chegada do ____.

TPC — Lê o resto do Ato II (até p. 131).

 

 

Aula 75-76 (3 [1.ª], 4 [3.ª, 2.ª, 5.ª], 5/mar [4.ª]) Entre as pp. 127 (em baixo) e 131 (em cima), relê as cenas XIII-XV do segundo ato de Frei Luís de Sousa. Como fizemos na última aula, procura criar título-síntese expressivo para cada uma dessas três cenas. (Deixei as três cenas anteriores para recordares o estilo que devem ter as frases-sínteses.)

X

D. Madalena desabafa com Frei Jorge as razões do seu desespero em relação ao dia em que decorre a ação e o seu sentimento de pecado em relação ao amor por Manuel de Sousa.

Três efemérides (e a última com um pecado em anexo)

XI

Miranda anuncia a chegada de um peregrino que vem da Terra Santa com um recado para Madalena que apenas a ela dará. Madalena decide recebê-lo.

«Venho trazer-vos recado... Um estranho recado»

XII

Frei Jorge reflete sobre o comportamento de muitos falsos peregrinos que se aproveitam da caridade dos fiéis.

Cuidado com os romeiros! (E o caso não é para menos...)

XIII

Encontro do Romeiro com Madalena.

 

XIV

O Romeiro vai dando a conhecer a sua identidade (ainda que os seus sinais não sejam entendidos). A revelação de que D. João está vivo é para D. Madalena a confirmação de todos os presságios de desgraça.

 

XV

À pergunta de Frei Jorge sobre a sua identidade, o Romeiro responde «Ninguém!» e identifica-‑se apontando com o bordão para o retrato de D. João de Portugal.

 

Veremos trecho correspondente em Frei Luís de Sousa (1.09.30-1,16.20); e, depois, em Quem és tu? (IV, 0-2.30) e Madalena (44.30-46).

Num livro saído há quatro anos — Malparado. Diários (novembro de 2012 — março de 2015), Lisboa, Tinta-da-China, 2017, pp. 56-57 —, Pedro Mexia escreveu o seguinte a propósito do final do ato II de Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett:

“O Frei Luís de Sousa é, convenhamos, um bocado intragável. E todos se lembram da cena emblemática em que um dos protagonistas está disfarçado de peregrino, e alguém lhe pergunta: «Romeiro, quem és tu?». Ele então responde: «Ninguém». Durante mais de um século, segundo me contam, os atores paravam uns segundos, olhavam para a plateia, abriam os braços e exclamavam um «nin-guém» escandido e em maiúsculas. Era horrível, e toda a gente adorava. Um dia, um encenador checo, o Listopad, fez a peça cá, e pediu ao ator que dissesse esse «ninguém» para dentro, de um modo murmurado, quase inaudível. Toda a gente detestou, mas eu acho maravilhoso. Certo tipo de coisas só podem ser ditas como aquele ator disse «ninguém», quase para si mesmo, e não com uma ênfase exibicionista, de braços estendidos para a audiência.”

Reflete, também tu, acerca da melhor forma de dizer aquele «ninguém». Fundamenta a tua opinião na interpretação desse momento da peça (que repito em baixo). Planifica a resposta (anota argumentos soltos, em vez de escreveres texto seguido).

[...]

JORGE — Homem, acabai!

ROMEIRO — Agora acabo; sofrei, que ele também sofreu muito. Aqui estão as suas palavras: «Ide a D. Madalena de Vilhena, e dizei-lhe que um homem que muito bem lhe quis... aqui está vivo... por seu mal... e daqui não pode sair nem mandar-lhe novas suas, de há vinte anos que o trouxeram cativo».

MADALENA (na maior ansiedade) — Deus tenha misericórdia de mim! E esse homem, esse homem... Jesus! esse homem era... esse homem tinha sido... levaram-no aí de donde?... de África?

ROMEIRO — Levaram.

MADALENA — Cativo?

ROMEIRO — Sim.

MADALENA — Português!... cativo da batalha de?...

ROMEIRO — De Alcácer-Quibir.

MADALENA (espavorida) — Meu Deus, meu Deus! Que se não abre a terra debaixo de meus pés... Que não caem estas paredes, que me não sepultam já aqui?...

JORGE — Calai-vos, D. Madalena! A misericórdia de Deus é infinita. Esperai. Eu duvido, eu não creio... estas não são cousas para se crerem de leve. (Reflete, e logo como por uma ideia que lhe acudiu de repente.) Oh! inspiração divina... (chegando ao romeiro). Conheceis bem esse homem, romeiro, não é assim?

ROMEIRO — Como a mim mesmo.

JORGE — Se o víreis... ainda que fora noutros trajos... com menos anos, pintado, digamos, conhecê-lo-eis?

ROMEIRO — Como se me visse a mim mesmo num espelho.

JORGE — Procurai nesses retratos, e dizei-me se algum deles pode ser.

ROMEIRO (sem procurar, e apontando logo para o retrato de D. João) — É aquele.

MADALENA (com um grito espantoso) — Minha filha, minha filha, minha filha!... (Em tom cavo e profundo.) Estou... estás... perdidas, desonradas... infames! (Com outro grito do coração.) Oh! minha filha, minha filha!... (Foge espavorida e neste gritar.)

CENA XV

JORGE e o ROMEIRO, que seguiu Madalena com os olhos, e está alçado no meio da casa, com aspeto severo e tremendo

JORGE — Romeiro, romeiro, quem és tu?

ROMEIRO (apontando com o bordão para o retrato de D. João de Portugal) — Ninguém! (Frei Jorge cai prostrado no chão, com os braços estendidos diante da tribuna. O pano desce lentamente.)

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Depois de vermos o trecho do filme:

Frei Luís de Sousa

Entre Irmãos

D. João de Portugal é identificado por Jorge, mas não por ______. Telmo reconhecerá o seu amo, embora também não ao primeiro relance. João vem velho, de vinte e um ____ passados e do duro cativeiro.

_____ é bem recebido por todos, que o acolhem com amizade, com amor. Porém, vem diferente. Só passaram _____, mas foi duro o cativeiro. (E, embora só nós o adivinhemos, desgasta-o um sentimento de culpa.)

TPC — Os retratos têm função importante na peça. No final do ato I, o de Manuel de Sousa Coutinho, e, no começo e no final do ato II, o de João de Portugal, são imprescindíveis à ação, condicionando as intervenções das personagens. Escreve um comentário (de cerca de cento e cinquenta palavras) que explique esse papel relevante das duas pinturas.

 

 

Aula 77-78 (8 [1.ª], 9 [5.ª, 2.ª, 4.ª], 10/mar [3.ª]) Correção do tepecê (ver Apresentação).

Final do ato I pelo grupo cénico da Palhaça; e pelo grupo Actus:

Responde a questionário de escolha múltipla (na Classroom), em torno de cena I do ato III:

Nas primeiras falas da cena I (pp. 132-133, ll. 1-40) Manuel exprime o desalento perante a infelicidade que lhe coube, e o irmão, Jorge,

a) lembra-lhe que Telmo ainda tem mais razões para se revoltar.

b) diz-lhe que João será ainda mais infeliz do que ele.

c) concorda que a sua tristeza terá de ser a maior de todas.

d) recomenda-lhe que use máscara, que se confine e «vai correr tudo bem».

 

Na sua fala quase no final da p. 133 (ll. 46-55), Manuel mostra-se convicto de que Maria

a) não sobreviverá à tuberculose.

b) sobreviverá porque já foi vacinada e se adaptou bem ao E@D.

c) não resistirá à desonra que caíra sobre a família.

d) conseguirá superar o facto de se ter tornado filha ilegítima, fruto de um pecado.

 

Em termos de saúde, segundo se conclui de toda a p. 134, Maria

a) estava sã como um pero.

b) estava agora melhor do que quando chegara de Lisboa, mas voltara a golfar sangue.

c) piorara desde a chegada, depois de ter visto o estado da mãe.

d) parecia pelo menos mais sossegada do que quando tinham chegado.

 

Na fala no início da p. 135, Manuel, ao mesmo tempo que lamenta o destino da filha, deixa implícito que

a) tenciona suicidar-se.

b) escolheu a vida religiosa.

c) nunca se separará da filha.

d) não se separará de Madalena.

 

«a outra desgraçada» (l. 119) tem como referente

a) Maria.

b) Doroteia.

c) Madalena.

d) Carolina Deslandes.

 

Na linha 135 (p. 135), Benfica é metonímia de

a) Secundária José Gomes Ferreira.

b) estádio do Sport Lisboa e Benfica.

c) ordem de S. Domingos perto do Alto dos Moinhos.

d) ordem dos Dominicanos, no sopé de Monsanto.

 

Pela fala de Jorge no início da p. 136 (ll. 139-147), ficamos a saber que só conhecem a verdadeira identidade do Romeiro, até agora,

a) o arcebispo, Jorge e Manuel.

b) Telmo, Jorge e Manuel.

c) Madalena, Jorge, Manuel e Telmo.

d) Maria, Madalena, Jorge, Manuel, Arcebispo, Telmo, Cebolinha, Pote, Tecatito.

 

Na segunda fala da p. 136, a de Manuel (ll. 148-151), o em breve Frei Luís de Sousa indigna-se com o que, por má interpretação sua, julga ser o desejo de

a) João: ver Madalena.

b) João: falar com Telmo.

c) Telmo: beijar João.

d) João: bater em Madalena.

 

Pelas falas seguintes (ll. 155-161) percebemos que Madalena sabe que João está

a) mortíssimo.

b) vivo, mas longe, talvez na Palestina.

c) mais ou menos morto.

d) ali perto, na cela de Jorge.

 

Nas ll. 160-165, não se descarta que Madalena

a) queira voltar a casar com João.

b) fique na dúvida quanto a João estar mesmo vivo.

c) decida casar com Telmo.

d) desmascare o Romeiro.

 

Quanto a Maria, ignora o que sucedeu,

a) mas viu o estado em que ficou Madalena e Telmo vai contar-lhe tudo.

b) mas viu o estado em que ficou Madalena e Jorge teme que adivinhe o motivo.

c) vai continuar decerto na ignorância de tudo.

d) mas vai sabê-lo pelas redes sociais.

 

(Ver correção pela Apresentação.)

 

Assistiremos a cenas II-VI do ato III em Frei Luís de Sousa de Lopes Ribeiro (1.30.50-1.42.30):

No monólogo na cena IV (p. 138), Telmo expressa várias emoções. Explica-as.

Telmo mostra-se confuso, repartido entre ______ díspares. Pressente que vai saber ______ sobre D. João de Portugal, por quem esperava havia vinte e um anos. Ao mesmo tempo, preocupa-o agora ______, por quem foi ganhando tanta devoção que já ultrapassa a que tinha pelo antigo amo. Este debate leva-o a pedir a Deus a própria _____, adiando assim «algum tempo» a da frágil Maria.

Recorda as falas finais do ato II («Jorge — Romeiro, romeiro, quem és tu? / Romeiro (apontando com o bordão para o retrato de D. João de Portugal) — Ninguém!»). Identifica o paralelismo com cena V do ato III (p. 139, ll. 63-65), destacando também as diferenças.

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Na cena V (pp. 138-141), como reage o Romeiro ao tomar conhecimento das diligências de D. Madalena aquando do seu desaparecimento?

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Explica a evolução do estado de espírito do Romeiro na cena VI (p. 141).

Ao ouvir Madalena, de fora, chamar pelo «______», João de Portugal tem a ilusão de que ela se lhe dirija. Há por isso um breve embevecimento, um regresso efémero da esperança de uma paixão. O vocativo «________» desfaz o engano e João, após uma primeira reação que implicava revelar-se a Madalena, retoma, já mais racionalmente, a disposição com que se comprometera com ______.

Depois de vermos o penúltimo trecho de Entre Irmãos, preenche a tabela:

Frei Luís de Sousa

Entre Irmãos

Manuel sabe que regressou o primeiro marido da mulher (ao contrário de Madalena). Se chega a revoltar-se, logo percebe a _____ dessa atitude relativamente a João (não há rivalidade, há assunção da ilegitimidade da sua situação).

Atitude de Tommy relativamente a Sam é de amizade, de respeito, de quem se propõe sinceramente ____ o irmão (não é de rivalidade, mesmo se não há assunção de arrependimento por «flirt» com Grace).

Telmo hesita entre a devoção ao antigo amo e a consciência de que o seu regresso vem lançar a _____ sobre Maria, que considera já como uma segunda filha.

Frank parece não querer tomar consciência de que Sam não está bem, defendendo que os fuzileiros estão _____ para as situações que o filho terá vivido no Afeganistão.

João/Romeiro ainda confunde palavras de Madalena dirigidas ao marido com a possibilidade de ela se lhe dirigir com paixão, mas, desfeita essa ____, sente-se como um intruso que veio destruir uma família.

Sam adivinhou o que se passara e começou por dizer ao irmão aceitá-lo sem ressentimento, mas, passada essa fase inicial, sente-se agora como um intruso que veio constranger a ____ que se instalara na família.

D. João pede a Telmo que diga a todos que o romeiro não passava de um ____.

Uma das miúdas diz ao pai que preferia que ele não tivesse ____.

TPC — Lê o que nos falta do Ato III, as cenas VII a XII (pp. 141-145).

 

 

Aula 79-80 (10 [1.ª], 11 [3.ª, 5.ª, 2.ª], 12/mar [4.ª]) Na p. 102, lê os textos A e B, para responderes depois a 1, assinalando as respostas verdadeiras e falsas:

A. = __; B. = __; C. = __; D. = __; E. = __; F. = __.

Assistiremos ao final da peça em diversas encenações:

Frei Luís de Sousa (1.49.20-1.55,30)

Quem és tu (VII, 10-14.30)

Madalena (1.07.30-1.12)

Idade do Esplendor (13.20-15)

Ver aqui (Arquivos RTP)

Não são para fazeres os três itens que se seguem [fui mostrando soluções possíveis ao longo da aula, que ficam na Apresentação]:

Nas cenas VII e VIII (pp. 141-143) do ato III, a atitude de Madalena contrasta com a de outras personagens, a cujos argumentos acabará por se render já na cena IX (p. 143). Explica esta evolução.

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Comprova a adequação do estado de espírito de Maria através dos recursos estilísticos na fala, na cena XI, das linhas 24-45 (pp. 144-145).

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Comenta o simbolismo do cenário (cfr. item 3. da p. 90).

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[Para expor à turma:]

Escolhe e argumenta: «Quem é o verdadeiro herói de Frei Luís de Sousa?» (= a personagem mais admirável) Qual seria o novo título, nesse caso? (Não repetir manual, p. 151.)

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Depois de vermos o final do filme, preenche a tabela:


Frei Luís de Sousa

Entre Irmãos

Madalena debate-se entre dúvidas, entrevê possibilidades de solução benigna, apela aos outros, estranha reações frias. (Nem ___ nem Jorge a esclarecem ou ajudam muito.)

Sam vive em conflito interior, mostra-se esquivo, agride-se e agride os outros, porque pretende desabafar. (Só ___ percebe que ele tem alguma pena a remir.)

Final é trágico (quando Madalena hesita, e _____ e João combinam estratégia salvadora, os irmãos Manuel e ____ impedem uma solução contemporizadora).

Final só por pouco não é trágico (na cena do desespero-quase-suicídio de ____, ação do irmão ____ é crucial para se poder evitar desfecho mortal).

Expiação da culpa é obtida por ingresso na vida ___ e por ___ de Maria.

Expiação da culpa é obtida pelo ___ e pela ___ a Grace.

Final é relativamente fechado, embora haja pontos por esclarecer (destino de João). Abre-se para os protagonistas um novo ciclo, puramente religioso (mas essa já não é a história contada no drama — mesmo se, historicamente, quase só agora comece o escritor _____).

Final é ____. (Não fica claro o desfecho. Supõe-se para breve a recuperação da felicidade anterior da família?)

TPC — Faz a tarefa cujas instruções estão aqui (ou na Classroom, aula 79-80): comentário-análise de Frei Luís de Sousa e canção. Lê essas instruções com cuidado; vê alguns exemplos (o meu; e outros, de alunos de há uns anos).

 

 

Aula 81-82 (15 [1.ª], 16 [5.ª, 2.ª, 4.ª], 17/mar [3.ª]) Na p. 150, podes relancear definições de «Tragédia [clássica]» e de «Drama». Também no «Glossário» (pp. 397-400) podes ler os verbetes dedicados a ‘Drama [romântico]’ (398) e a ‘Tragédia’ (400). E já lêramos o que, na p. 88, no parágrafo ‘Drama romântico’, dissera Garrett sobre o assunto.

Lê agora o texto «Tragédia clássica ou drama romântico?», na p. 148, para, depois, fazeres a correspondência pedida em «Leitura», 1 (p. 149):

a) = __ parágrafo; b) = 2.º parágrafo; c) = __ parágrafo; d) = __ parágrafo; e) = __ parágrafo.

Visto o sketch (série Lopes da Silva), completa com drama (2), tragédia (2), gravidade, fatalidade, elevado, temor, Destino.

A peça Macbeth, de William Shakespeare, é uma tragédia, escrita nos inícios do século XVII.

O sketch «William Shakespeare’s MacDonald» aproveita alguns dos seus motivos (as personagens de alta estirpe, Macbeth e Lady Macbeth, tornadas MacDonald e Lady MacDonald; as bruxas; as profecias), mas altera elementos importantes da intriga. Essas reformulações fazem perigar o tom ______ que é de regra nas tragédias. O tópico dos «hambúrgueres», a convocação do campo lexical da alimentação (quer da comida rápida quer dos pratos tradicionais), uma interrupção das bruxas para perguntarem «como é que vai o nosso Benfica?», o registo popular-familiar aqui e ali («bom dinheirinho», «chicha», «o um-dois-três», «saudinha») contradizem a ______ habitual na tragédia. A tragédia deve ser suscetível de suscitar, simultaneamente, compaixão e ______, o que é contrariado pelos temas desta falsa obra de Shakespeare, MacDonald.

Para o seu Frei Luís de Sousa, Almeida Garrett preferiu a etiqueta «______», porque pretendia, aproveitando embora um clima idêntico ao de uma ______, poder incumprir algumas das regras típicas daquele género teatral (sobretudo em aspetos formais — a unidade do espaço e do tempo, a escrita em verso). Dirá o autor que o Frei Luís de Sousa, quanto à índole, seria uma ______; quanto à forma, um _____.

No sketch é quase ao contrário: os aspetos formais (de toilette, digamos) da tragédia parecem mais preservados; é o conteúdo que é sobretudo pervertido). O desfecho — que, numa tragédia, é sempre carregado de ______, imposto pelo _______, pelo Fatum — é que também não se concretiza, como conclui a putativa rainha do MacDonald: «Que raio de mariquinhas me saíste!».

Resolve o item 3 da p. 146, pondo F (conflito familiar) ou P (conflito patriótico) à direita dos termos:

nacionalismo/patriotismo (__)

renúncia (__)

grandeza moral (__)

vítima da fatalidade (__)

audácia (__)

sentimento de culpa (__)

luta pela liberdade (__)

obediência à moral cristã (__)

culto da honra (__)

sacrifício penitencial (__)

ironia trágica (__)

nobreza de espírito (__)

Vai até à p. 147 do manual. Começa por ler «De homem do mundo a homem de Deus», um texto enquadrado. Depois de ouvirmos o começo de episódio de A Alma e a Gente (de José Hermano Saraiva, que, por vezes, é um pouco ligeiro), completa a tabela.

«De homem do mundo a [...]» (verbete do manual)

A Alma e a Gente

(José Hermano Saraiva)

Frei Luís de Sousa (Garrett)

Manuel de Sousa Coutinho

______ de Sousa Coutinho

______ de Sousa Coutinho

Antes do casamento, teve vida agitada (esteve preso, conheceu ______).

Antes do casamento, teve vida galante, agitada, aventureira, um tanto irresponsável (esteve preso, conheceu Miguel Cervantes; teria sido negociante; andou até pela ______).

Nada nos é dito, mas não se adivinha passado irresponsável e, muito menos, ao serviço dos Filipes.

Prestara serviços a _____ de Espanha; depois, terá cargos oficiais.

É caracterizado como ferozmente _____; decerto não aceitaria cargos.

Casa-se com Madalena.

Casa-se, por ______, com Madalena.

Casa-se, por amor, com Madalena.

Filha [de Manuel e Madalena] chama-se _____ de Noronha.

Filha [de Manuel e Madalena] tem o apelido _____.

Filha [de Manuel e Madalena] chama-se ______ de Noronha.

Depois da morte da _______, torna-se religioso (como Frei Luís de Sousa) e dedica-se à escrita.

A certa altura, desgostoso, torna-se religioso (como ______) e dedica-‑se à escrita.

Por o seu casamento não ser legítimo porque ______ estava vivo, torna-se religioso (como Frei Luís de Sousa) e dedica-se à escrita.

Depois de veres o meu exemplo (cfr. Apresentação), pensa em argumento (e exemplos) para a tese ‘Frei Luís de Sousa’ [não] é uma peça moderna’

Tese — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Argumento 1 —  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Exemplo 1 —  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Exemplo 2 —  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

TPC — Lê, ou relanceia, ficha 3 do Caderno de atividades (pp- 7-8) já corrigida. Se ainda não o fizeste, entrega até à próxima aula trabalho de casa pedido na aula 79-80 («Comentário-análise de Frei Luís de Sousa e canção»).

 

 

Aula 83-84 (17 [1.ª], 18 [3.ª, 2.ª, 5.ª], 19/mar [4.ª]) Sobre trabalhos devolvidos (cfr. Apresentação).

Critérios para distinguir funções sintáticas

funções ao nível da frase

O sujeito concorda com o verbo. Se experimentarmos alterar o número ou pessoa do sujeito, isso refletir-se-á no verbo que é núcleo do predicado:

Caiu a cadeira. Caíram as cadeiras (Para se confirmar que «a cadeira» não é aqui o complemento direto: *Caiu-a.)

O predicado pode ser identificado se se acrescentar «e» + grupo nominal + «também» (ou «também não») à oração:

O Egas partiu para o Dubai. O Egas partiu para o Dubai e o Ivo também (também partiu para o Dubai).

O vocativo distingue-se do sujeito porque fica isolado por vírgulas e não é com ele que o verbo concorda. Antepor-lhe um «ó» pode confirmar que se trata de vocativo.

Tu, Teresa, não percebes nada disto! Tu, ó Teresa, não percebes nada disto!

Para distinguir o modificador de frase do modificador do grupo verbal, pode ver-se que as construções que ponho à direita (a interrogar ou a negar) são possíveis com o modificador do grupo verbal mas não com o advérbio que incide sobre toda a frase.

Evidentemente, o povo tem razão. *É evidentemente que o povo tem razão?

Talvez Portugal ganhe. *Não talvez Portugal ganhe.

Com um modificador de grupo verbal o resultado seria gramatical:

Ele come alarvemente. É alarvemente que ele come?

 

funções internas ao grupo verbal

O complemento direto é substituível pelo pronome «o» («a», «os», «as»):

Dei mil doces ao diabético. Dei-os ao diabético.

O complemento indireto, introduzido pela preposição «a», é substituível por «lhe»:

Ofereci uma sopa de nabiças ao arrumador. Ofereci-lhe uma sopa de nabiças.

O complemento oblíquo, e mesmo quando usa a preposição «a» (uma das várias que o podem acompanhar), nunca é substituível por «lhe»:

Assistiu ao jogo contra as Ilhas Faroé. *Assistiu-lhe.

Para identificarmos um modificador do grupo verbal, podemos fazer a pergunta «O que fez [sujeito] + [modificador]?» e tudo soará gramatical:

Marcelo fez um discurso na segunda-feira.

Que fez Marcelo na segunda-feira? Fez um discurso.

Se se tratar de um complemento oblíquo, o resultado já será agramatical:

Dona Dolores foi à Madeira.

*Que fez Dona Dolores à Madeira? Foi.

O complemento agente da passiva começa com a preposição «por», precedida por verbo na passiva, e podemos adotá-lo como sujeito da mesma frase na voz ativa:

A casa foi comprada por Monica Bellucci. Monica Bellucci comprou a casa.

As joias de Kim foram roubadas pelos ladrões. Os ladrões roubaram as joias de Kim.

O predicativo do sujeito é uma função sintática associada a verbos copulativos (como «ser», «estar», «parecer», «ficar», «permanecer», «continuar», mas também «tornar-se», «revelar-se», «manter-se», etc.). Atribui uma qualidade ao sujeito ou localiza-o no tempo ou no espaço.

Os taxistas andam revoltados.

A Violeta está em casa.

O predicativo do complemento direto é uma função sintática associada a verbos transitivos-predicativos (como «achar», «considerar», «eleger», «nomear», «designar» e poucos mais), os que selecionam um complemento direto e, ao mesmo tempo, lhe atribuem uma qualidade/característica.

A ONU elegeu Guterres secretário-geral. (Para confirmar que «Guterres» é o complemento direto e «secretário-geral», o predicativo do complemento direto: A ONU elegeu-o secretário-geral.)

Eles deixaram a porta aberta. ( Eles deixaram-na aberta.)

Cfr., porém, «Comprei o bolo podre», que pode ter duas interpretações: uma em que todo o segmento «o bolo podre» é o complemento direto (‘Comprei-o’); e outra em que «o bolo» é o complemento direto e «podre» é o predicativo do complemento direto (‘Comprei-o podre’).

 

funções internas ao grupo nominal

O complemento do nome, quando tem a forma de grupo preposicional, é selecionado pelo nome (ou seja, é obrigatório, mesmo se, em alguns casos, possa ficar apenas implícito). Os nomes que selecionam complemento são muitas vezes derivados de verbos.

A absolvição do réu desagradou-me. (Seria aceitável «A absolvição desagradou-me» num contexto em que a referência ao absolvido ficasse implícita.)

A necessidade de estudar gramática é uma balela. (*A necessidade é uma balela.)

Quando tem a forma de grupo adjetival, o complemento do nome constitui uma unidade com o nome, ficando tão intimamente ligado a ele, que, na sua ausência, aquele parece ter já outro sentido. (Reconheça-se que estes casos não são fáceis de distinguir de certos modificadores restritivos do nome.)

A previsão meteorológica falhou.

Os conhecimentos informáticos são úteis.

O modificador restritivo do nome restringe a realidade que refere, mas não é selecionado pelo nome (não é «obrigatório»).

Comprei o casaco azul.

Cão que ladra não morde.

O modificador apositivo do nome, sempre isolado por vírgulas, travessões ou parênteses, não restringe a realidade a que se refere nem é selecionado pelo nome (a sua falta não prejudicaria o sentido da frase).

O filme de que te falei, Cinema Paraíso, já foi objeto de paródias.

O Renato Alexandre, que é amigo do seu amigo, conhece o Busto.

 

função interna ao grupo adjetival

O complemento do adjetivo é selecionado por um adjetivo (embora seja, frequentemente, opcional).

Ela ficou radiante com os presentes. (Ela ficou radiante.)

Isso é passível de pena máxima. (*Isso é passível.)

 

Os itens seguintes — sobre funções sintáticas — são retirados da Nova Gramática didática de português (Carnaxide, Santillana, 2011), com quase nenhumas adaptações:

Seleciona, em cada conjunto de frases apresentadas nas alíneas abaixo, aquela cujo constituinte destacado não desempenha a função sintática indicada.

Complemento direto

A Marlene vendeu o barco na semana passada.

Os velejadores perderam a regata.

O nadador-salvador atirou a boia ao náufrago.

As focas comem peixe.

 

Complemento oblíquo

Não te aconselho a fugir.

Ele bateu ao irmão.

Gosto de passear.

Duvido disso.

 

Complemento agente da passiva

O Brasil foi descoberto por Pedro Álvares Cabral.

O Porfírio anseia pelo teu regresso.

O barco foi desviado da rota pelo vento.

Os papéis foram organizados pela secretária.

 

Predicativo do complemento direto

A Luana continua na mesma empresa.

Os padrinhos estimavam-no como filho.

O juiz considerou-o inocente.

Os vizinhos tinham-no por caloteiro.

Os itens seguintes — sobre funções sintáticas — retirei-os de Desafios. Português. 11.º ano. Caderno de Atividades (de Alexandre Dias Pinto, Carlota Miranda, Patrícia Nunes; Carnaxide, Santillana, 2011), alterando apenas alguns nomes próprios.

Identifica a função sintática desempenhada pelo constituinte destacado nas frases:

a) O Adão e a Eva chegaram agora.

b) O filme era muito emocionante.

c) Ofereceram-me um livro muito interessante.

d) O juiz declarou-o culpado.

e) O texto foi entregue pela minha aluna.

f) A venda das camisolas foi um sucesso.

g) O Marciano, que é um excelente dançarino, venceu o concurso.

h) Prometemos que regressaríamos daí a dois anos.

i) É fantástico que venhas connosco.

Indica a função sintática das expressões sublinhadas, em frases do episódio «Débora vs. Luciana», de Último a sair. Só tens de preencher a coluna da direita (a do meio serve apenas para lembrar elementos úteis ao teu raciocínio).

Frase (em geral de Último a sair)

A ter em atenção

Função sintática

Ó pessoal, podem vir até aqui?

 

 

Ó pessoal, podem vir até aqui?

* que fazem eles até aqui?

 

Antes que expluda, é melhor falarmos entre todos.

oração adverbial temporal

 

Antes que expluda, é melhor falarmos entre todos.

 

 

Basicamente, é isto.

* É basicamente que é isto

 

Vocês acham normal terem-me nomeado?

acham normal isso

 

Vocês acham normal terem-me nomeado?

cfr. verbo transitivo-predicativo

 

terem-me nomeado

terem-na /* terem-lhe

 

Limpo esta merda todas as semanas.

Limpo-a

 

Limpo esta merda todas as semanas.

Que faço todas as semanas?

 

Limpo a merda que vocês deixam espalhada na cozinha.

«que» = ‘a merda’, ‘a qual’

 

Trato das plantas.

e a Luciana também

 

Estou-te a perguntar se és tu que vais limpar tudo isto.

 

 

Vê se te acalmas.

se o acalmas / * se lhe acalmas

 

Deixa o Bruno em paz.

 

 

Olha a gaja que fala com as árvores.

oração adjetiva relativa restritiva

 

Olha a gaja que fala com as árvores.

 

 

Ai, coitadinha, que eu sou tão especial.

cfr. verbo copulativo

 

Vou mostrar ao mundo a verdadeira Luciana.

Vou mostrar-lhe

 

Olha, filha, verdadeiro é isto.

cfr. «verdadeiras são estas»

 

Pensas que vens aqui falar assim para as pessoas.

= isso / substantiva completiva

 

Sónia, gostas de partir pratos?

* Que faz ela de partir pratos? Gosta

 

Débora e Luciana, que são ambas tripeiras, discutem.

 

 

Por causa da nomeação de Débora gerou-se grande discussão.

 

 

Por causa da nomeação de Débora gerou-se grande discussão.

 

 

— O Roberto uniu-nos — disseram Débora e Rui.

 

 

— Os quartos e a casa de banho foram limpos por mim.

 

 

A Susana também é capaz de partir de pratos.

 

 

A mãe da Luciana não a educou assim.

 

 

Débora não fez sequer uma queixa dos colegas.

 

 

TPC Sobre funções sintáticas podes consultar ‘Funções sintáticas’, uma reprodução de páginas da Nova gramática didática de português (Carnaxide, Santillana, 2011). De qualquer modo, o manual trata bem este assunto nas pp. 372-380. Também deves ler a ficha do Caderno de atividades (p. 30) que reproduzirei já com correções.

 

 

Aula 85-86 (22 [1.ª], 23 [5.ª, 2.ª, 4.ª], 24/mar [3.ª]) Instruções para segunda versão de comentário acerca de Frei Luís de Sousa e canção. Correção do que sobrara de exercício da última aula sobre funções sintáticas em «Débora vs. Luciana» (cfr. Apresentação).

Em O amor acontece (Love actually) há um passo que me lembra o episódio da Crónica de D. João I, que estudaram o ano passado, «Do alvoroço que na cidade cuidando que matavom o Meestre, e como aló foi Alvoro Paaez e muitas gentes com ele» (pp. 83-85), com o povo de Lisboa a ser conduzido aos paços da rainha (restaurante), por ação de um pajem (Sofia) estimulado por Álvaro Pais (Barros), para defender o Mestre (Aurélia), que, alegadamente, o Conde Andeiro (Jamie) queria matar (comprar), acabando por se festejar o triunfo do Mestre (Aurélia), que, afinal, matara o Andeiro (casa com Jamie) e sai até junto das massas (clientes do restaurante, portugueses), que aplaudem deliciadas.

Nesse trecho do filme, as personagens secundárias (ou mesmo figurantes) portuguesas — não incluo, portanto, Aurélia — são uma espécie de personagem coletiva, plana, ingenuamente caricaturada, talvez um estereótipo do português aos olhos dos estrangeiros. A caracterização desta «personagem» é, como é costume em cinema, indireta, já que decorre sobretudo das suas atitudes, da sua linguagem.

Inscreve no quadro os adjetivos qualificativos correspondentes à característica psicológica que os comportamentos à direita sugerem.

portugueses são...

comportamentos no trecho de O amor acontece

interesseiros, oportunistas, materialistas

Veem o casamento da filha, ou irmã, como possibilidade de melhoria das condições materiais.

 

Barros vem abrir a porta em camisola interior; não hesita em confiar em desconhecido; chama a filha de imediato.

 

Barros diz a Sofia que até pagava para se desenvencilhar dela.

 

Sofia trata o pai por «estúpido».

 

Pai e filha tentam resolver o pedido do estrangeiro.

 

Pai e filha vão pelas ruas a contar a todos o que se está passar.

 

«O meu pai vai vender a Aurélia como escrava!».

 

«É a minha melhor empregada. Não se pode casar!».

 

Assistem, sem desviar olhar, à declaração de amor; [na rua, não se coibiram de engrossar o pelotão em demanda de Aurélia.]

 

Diz Sofia: «casa-te mas é com o príncipe William».

 

Não percebem as mais elementares palavras inglesas (por isso ficam calados durante o assentimento de Aurélia).

 

Barros e Sofia beijam genro e cunhado.

 

Todo o restaurante fica eufórico com o sucesso da declaração de amor.

O organizador de um livro publicado há uma década — Jorge Reis-Sá, A minha palavra favorita, 2007 — pediu a intelectuais e figuras públicas, portuguesas e brasileiras, que indicassem a sua palavra favorita e sobre ela escrevessem um texto. Transcrevi o início de alguns dos textos. Nesses exemplos, as palavras escolhidas salientam-se {completa, escrevendo os títulos}:

(1) pela sua aparência (som ou imagem originais): «_____»; «____»;

(2) por, raras ou erradas, serem palavras quase privativas: «____»; «____»;

(3) por se relacionarem com um hábito do autor: «____»; «____»;

(4) por lembrarem atitudes que o autor preza: «____»; «____».

amanhã (João Lima Pinharanda)

A partir de finais da adolescência, ao experimentar uma caneta ou uma nova inclinação de letra (sempre fui pródigo em arriscar grafismos diversos), ou simplesmente, quando rabiscava, distraído, um papel, escrevia sempre a palavra «AMANHû.

Não me recordo de quando isso («AMANHû) começou nem se a escolha («AMANHû) foi, no seu início, consciente. Frequentemente dava por mim com a palavra já escrita («AMANHû), como se se tratasse de um tique. Tomei-a então («AMANHû) como uma espécie de talismã, uma premonição otimista. Pedem-me hoje uma palavra e volto a recordar-me dela («AMANHû), reparo na distância emocional e simbólica que dela («AMANHû) me separa. Já estarei no AMANHà de então? Terá sido por isso que deixei de o/a evocar? Talvez necessite de novo dessa palavra («AMANHû) e dessa ideia («AMANHû), de recuperar o poder que lhe atribuía repetindo-a («AMANHû) até à exaustão como mantra ou ladainha. Desdobro agora a palavra («AMANHû) em componentes que nunca tinha explorado, vejo como nela («AMANHû) se escondem significados inesperados e repito-a («AMANHû) pelo espaço que me resta. [...]

Carvalhelhos (Carlos Costa)

[...] Um inglês distinto. Sozinho numa mesa, abandonado não, mas algo só. Começava por pedir água, simplesmente água, entusiasmado com as dificuldades que aquele estranho idioma parecia levantar. Sílaba a sílaba, lá ia ele, abrindo demasiadamente o A, mas até nem estava mal para uma primeira vez, contorcendo-se para que os lábios já estivessem completamente fechados para aquele U, o U de GU, que quase parecia ser uma parede onde se dava o infernal ricochete que atirava os lábios novamente para um A, que assim se abria ainda mais do que o primeiro. A satisfação com a tarefa cumprida, com aquela á-gu-á arrancada a uma vida inteira virada para outros sons, era agora claríssima no seu rosto. Mas essa água, servida, não quero estar aqui a jurar mas quase seria capaz de o fazer, numa jarra de vidro transparente, revelava-se uma desilusão ao paladar. Eis então que de outra mesa se ouvia algum nativo indicando, com a calma que só uma longa experiência hídrica e linguística pode oferecer, indicando o que deveria ser a escolha certa: Carvalhelhos. E essa sim, essa parecia ser a solução ideal, tal era o prazer que a água mineral em causa aparentemente trazia a quem a provava. Impressionante a coragem desse homem que, sorrindo sorrindo sorrindo, se lançava para o Car, aspirando aquele R complicado só por si mas ainda mais quando posicionado na esquina do V de va; ainda assim o Carva era atingido sem praticamente pestanejar; contudo isso já não posso jurar. Mas o grande momento era sem dúvida o brutal embate com o lh, pior ainda com os dois lhs cruéis, um a seguir ao outro. A vitória daquele Car-va-lhe-lhos final era algo de desmedido, um inacreditável triunfo da vontade que acabava imerso no sabor maravilhoso da tal água cristalina. E aquele homem ficava ali, sozinho numa mesa, abandonado não e algo só agora também não. E enquanto bebia um longo copo de água aquele som parecia ressoar por todo o seu corpo. Era a força dos lhs, a força de um mundo novo, o prazer de um outro prazer, o que quer que seja, mas tudo isso ressoava naquela única e nova palavra: Carvalhelhos. [...]

encertar (Clara de Sousa)

A palavra persegue-me há 20 anos. Até à maioridade fazia parte do meu vocabulário diário devido à mestria culinária da minha mãe, cozinheira profissional, excelente doceira. Sempre que havia bolo eu pedia para o «encertar». Se possível, ainda quente.

Teria perto dos 19, 20 anos quando, confiante no meu vocabulário, decidi dizer bem alto numa festa de aniversário que iria «encertar» o bolo. Olhos arregalaram-se, conversas paralelas começaram, um estranho peso se abateu na sala, perante tamanha calinada. Estava a rapariga já na Faculdade de Letras e o Português... enfim, imperdoável. Ainda por cima queria ser professora da Língua-Mãe. Fui então alertada, à parte, para a asneira. Encetar, Clara. Diz-se encetar o bolo, porque o vais abrir, vais começar...

Encetar? Estamos a brincar! Sabia perfeitamente o que era encetar, fossem conversas ou conversações, conversinhas e conversetas... mas nunca um bolo! Minha mãe da Beira Litoral e meu pai de Trás-os-Montes, ambos diziam «encertar» e tal como eles os seus irmãos e pais, sobrinhos sobrinhas, enteados e vizinhança, todos «encertavam» um bolo! [...]

Roída pela dúvida, mal pude, abri o dicionário, no encalço da minha palavra. Como se fosse uma jóia de valor inestimável transmitida de geração em geração. Letra E, um pouco mais à frente... empapar... encarnado.... encerebrar... só mais um pouco... encer... encer... encerrar. encerro. encestar. Por momentos, o mundo desabou ali mesmo. Nada de «encertar». A minha doce palavra não constava no Dicionário de Língua Portuguesa. [...]

obsidiana (Fernando J. B. Martinho)

«Obsidiana» é uma das palavras que me perseguem e acabei por fazer minhas. Não encontro facilmente uma explicação para isso. Serão restos de uma atração pelos raros vocábulos da poética simbolista? Glosei um dia um verso de António Patrício («Os pinhais plumulavam») num poema que começava assim: «Não há rumor que chegue/ a esta sombra fria de jade/ irisado que dizem ser a morte.» Foi isto em fins dos anos 80. Mas cerca de vinte anos antes tinha feito da obsidiana a palavra axial de um poema incluído em Resposta a Rorschach, 1970: Sagra-te em fogo na obsidiana / o afago da terra / arrefecido no espelho /e afeiçoa as imagens no / enxofre da memória / verde-escuras e cortantes / com / a espessura do caos. [...]

serendipidade (Bruna Lombardi)

(Substantivo.) A capacidade, fenómeno ou agradável surpresa de encontrar algo inesperado durante a busca de alguma outra coisa. Etimologia — a palavra se origina do conto de fadas persa As Três Princesas de Serendip. Serendip, de origem árabe (Sarandip) dá o nome da ilha de Sri Lanka, no Ceilão e seu uso no Ocidente vem de 361 D.C. Mas o sentido que conhecemos hoje vem da palavra serendipity, inventada no século XVIII, pelo escritor inglês Horace Walpole. Serendipidade é usada com frequência na ciência, química, medicina, quando buscando um propósito acaba-se descobrindo casualmente alguma nova cura ou invenção. Um exemplo de serendipidade remonta à época dos descobrimentos, quando Cabral, em busca das Índias, acidentalmente descobre o Brasil. Serendipidade é um estado na vida. Busca-se uma coisa e encontra-se outra. É a arte de estar aberto ao imprevisto, de se deixar lançar na aventura, de compreender a beleza do desconhecido.

Escolhe a tua palavra de estimação. Será ela o título da redação. Nota que se trata de aproveitar uma palavra de que gostes, o que não implica que gostes do seu referente, do objeto que ela designa.

O texto centrar-se-á nessa palavra. Podes fazê-lo de vários modos (como acontece nos trechos que leste: lembrar experiência com a palavra; explicação da sua originalidade; etc.).

TPC — Depois de lançares as emendas que fiz na primeira versão que enviaste (cfr. PDF anexo: «Canção e Frei ... versão com emendas»), descarrega na Classroom (aula 85-86) a versão já limpa do teu comentário a canção e «Frei Luís de Sousa» (tenta fazê-lo até à próxima aula). Podes ter em conta estas Indicações para correções das análises canção/Frei Luís de Sousa:# significa que falta espaço entre palavras (ou entre palavra e sinal de pontuação); um vê cortado ao meio (mais ou menos assim: Ұ) significa que devem tirar o espaço (há quem, a seguir a um primeiro parêntese, ponha um espaço a mais); nada do vosso texto deve estar a bold (negro); itálico dentro de aspas também é um erro comum (títulos de canções são aspados e não levam itálico; títulos de álbuns vão em itálico e sem aspas; nomes das bandas não têm de levar aspas nem itálico); travessões devem ficar assim: «—» (eventualmente, assim «–»; mas não assim: «-»); as citações que incluam tradução de letras estrangeiras podem fazer-se de vários modos, mas sugiro este modelo: «All you need is love [Só é preciso amor]» (de qualquer modo, se nada assinalei na primeira versão, não têm de alterar o que já esteja); não devem transcrever letras de canções «por atacado», copiando toda uma estrofe (e, por vezes, mesmo na vertical); os versos a citar devem ficar na linha, separados por barras inclinadas: «Nunca voltes ao lugar / Onde já foste feliz / Por muito que o coração diga / Não faças o que ele diz».

 

 

Aula 87-88 (24 [1.ª], 25 [3.ª, 2.ª, 5.ª], 26/mar [4.ª]) Correção de trabalho sobre neologismos. Explicação sobre avaliação. (Cfr. Apresentação.)

2.º período — alguns focos do ensino e da avaliação (que, porém, não devem ser vistos como parcelas para se chegar a uma média)


Leitura

Aula

Questionário sobre «Rapinar» e «Ao encontro do preciosismo» (aula 53-54) 37

 

Questionário sobre cena II do ato I de Frei Luís de Sousa (aula 65-66)

Questionário sobre cenas I-IV do ato II de Frei Luís de Sousa (aula 71-72)

Questionário sobre cena I do ato III de Frei Luís de Sousa (aula 77-78)

Observação direta da eficiência a resolver as tarefas com textos em todas as aulas

Observação direta da atitude de se esforçar por trabalhar com concentração

Escrita

Aula

Texto com conectores obrigatórios (aula 53-54) 38

 

Texto com lipograma em A (aula 57-58) 42

Argumentos sobre liberdade de expressão (aula 59-60) [exceto na 1.ª; na 4.ª, em casa] 46

Casa

ou

CR

 

Texto alfabético sobre «Polvo» a completar em casa (tepecê da aula 51-52) 39

Criação de neologismos substitutos de estrangeirismos (tepecê de aula 53-54) 43

Texto sobre «Ética na vida e no desporto» (tepecê da aula 57-58) 47

Reformulação do anterior (tepecê da aula 61-62) 47a

Transposição de didascália de cenário do ato I de FLS para séc. XXI (aula 61-62) 40

Fala equivalente à de Madalena preocupada com demora de Manuel (aula 63-64) 44

Transposição para relato com Maria como narradora do final do ato I (aula 67-68) 48

Descrição de fotografia encontrada ao estilo de trechos de Os Anos (aula 71-72) 52

Comentário sobre importância dos retratos em Frei Luís de Sousa (aula 75-76) 56

A minha palavra de estimação (aula 87-88) 54

Compreensão do oral/Expressão oral + Educação literária

Casa

 

Acróstico sobre sermão de santo antónio aos peixes (tepecê da aula 55-56) 51

 

Comparação entre canção e Frei Luís de Sousa (tepecê da aula 79-80) 55

Reformulação do anterior (tepecê da aula 85-86) 55a

[Só para quem não a fizera no 1.º período:] Gravação a propósito de livro lido. 53

Observação direta da atitude de procurar ouvir os outros com atenção (sem falar para o lado)

Gramática

Aula

[Partes dos diversos questionários com incidência em aspetos de gramática]

 

Observação direta da atenção nos momentos em que se trata de ouvir explicações de conteúdos

Assiduidade, pontualidade, material

 

Os índices à direita de cada tarefa remetem para as quadrículas da «caderneta» (cfr. PDF na Classroom).

O riscado sobre três questionários de compreensão (leitura) significa que, embora se tenha procedido a uma correção e o GoogleForms transmitisse a cada aluno uma pontuação, a classificação individual foi descartada (como se avisara iria acontecer).

O que podem ir fazendo durante a aula de hoje (enquanto for conversando no Meet com dois de cada vez, segundo o horário que está na folha da aula):

— relancearem a vossa página da caderneta para ver se há algum erro meu;

— descarregar na Classroom de hoje tarefa «A palavra favorita» (ou irem fazendo o texto para o descarregarem logo que possam ou durante as férias, mas sempre na aula 87-88);

— lançar segunda versão de Frei/canção na aula 85-86, se ainda não o fizeram;

— ler começos de Os Maias e A Ilustre Casa de Ramires para decidir qual vão ler (e é ler mesmo).

TPC — Descarrega o texto «A minha palavra favorita» na Classroom, aula 87-88. Vai começando a ler uma das duas obras de Eça (Os Maias ou A Ilustre Casa de Ramires).

 

 

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