Thursday, August 23, 2018

Os Maias 8


Marta (11.º 2.ª)
Marta (Muito Bom) Pontos fortes Leitura muitíssimo competente. Texto com fundo poético, apesar de narrativo também, aproxima-se a pouco e pouco, subtilmente, do desfecho que é simétrico da exclamação final do capítulo VIII, por Cruges, «Esqueceram-me as queijadas!». Espaço, o de Sintra, como no original, não é sentido como adereço, parece naturalíssimo, enquadrado na situação. Ritmo do filme, onde surge tudo (que é muito diversificado) no tempo devido, implicou decerto muita planificação ou capacidade técnica, ou ambas. Aspetos melhoráveis «antes prefiro» deve dar lugar a, apenas, «prefiro».

Rodrigo (11.º 4.ª)

Rodrigo (Bom+/Muito Bom-) Pontos fortes Texto bem escrito, ainda que não isento de uns quase lugares comuns (eg.: «tão simples mas tão complexa»; «erradas e, ao mesmo tempo, tão certas»; «sempre foi e sempre será»). Muito boa leitura em voz alta, um pouco ofuscada pela música (volume deveria estar um pouco mais baixo). Simplicidade e eficiência da estratégia seguida: parte-se do livro, criando depois texto poético-expositivo, para, no final, se regressar ao enredo através de breve comentário que não é meramente escolar. Adequação da paisagem (pode ser Sintra; mas o Parque Silva Porto também resultaria). Aspetos melhoráveis Evitaria usar este tipo de estrutura, para retomar o nome de que se pretende falar: «sentimento este que» (bastaria «que»); fugiria à repetição de «levar» em «que leva o protagonista a levar Cruges a Sintra»; e, em vez de «descobre que Maria Eduarda não se encontrava lá mais», proporia ««descobre que Maria Eduarda já não se encontrava lá».

Lourenço (11.º 4.ª)
Lourenço (Bom) Pontos fortes Abordagem concebida com bom gosto (quer do ponto de vista da música quer em termos de imagem e grafismos). Competência técnica. Transposição da demanda de Maria Eduarda por terras de Sintra para Monsanto, o que permite associar enredo do livro à experiência do quotidiano do autor. Aspetos melhoráveis A corrigir: falta o acento em «coreógrafo», nas legendas finais; pronúncia de «Cruges» (o som é de gê e não de guê: todos sabemos que o g antes de e ou i  representa uma palatal, como o som que também o jota costuma representar).

Carlota & Carolina (11.º 3.ª)

Carolina & Carlota (Bom-/Suf+) Pontos fortes Houve cuidado na redação do texto e na preparação de um pretexto para a filmagem (embora, como direi à frente, estes recursos — texto e filme — sejam um pouco desperdiçados). Leituras em voz alta (mas a de Carolina, por vezes, demasiado rápida; mais adequada, pareceu-me, a velocidade de Carlota). Aspetos melhoráveis Abordagem acaba por desaproveitar o facto de haver registo vídeo (na verdade, as imagens pouco acrescentam, não concorrem para complementar o que é ouvido). Apesar da situação epistolar e consequente transposição para a 1.ª pessoa, texto não é muito diferente do de um resumo, o que eu pedira para se evitar. A corrigir: «*a casa que chamaríamos-lhe ‘a Toca’» (a casa a que chamaríamos ‘a Toca’ — e, de qualquer modo, a ênclise não seria possível por se tratar de um condicional, teria de ficar «chamar-lhe-íamos» se pudéssemos usar o pronome); «*áurea de mistério» (aura); «*me envies um sinal do céu, na qual [...]» (em que/no qual — não é possível tomar como antecedente ‘carta’, que teria de ficar muito mais perto do pronome relativo); pronúncia de «Cruges» (o som do g é de gê e não de guê: como se sabe, antes de e ou i o g representa uma palatal); «*pe[ca]nino» (pequenino).

Carolina C. & Miguel (11.º 9.ª)

Teles & Carolina C. (Suficiente) Pontos fortes Ideia de criar um pastiche (imitação) de um programa de televisão de entrevistas (ao estilo de Alta definição, creio) para pôr Carlos a falar do enredo do cap. VIII é boa. A sua concretização tem méritos (estilo gráfico e sonoro, representação) mas perde um pouco por as perguntas serem demasiado circunstanciais, só a pensar na resposta que corresponde ao resumo do capítulo; vê-se que faltou tempo para elaborar tudo com mais cuidado (mesma a resposta final podia ser mais específica de Os Maias). Enfim, tanto Carolina como Miguel mostram facilidade e competência técnica, embora se perceba que o trabalho foi feito já em cima do prazo, sem a demora ideal. Aspetos melhoráveis Vídeo não tem o tempo mínimo pedido (cerca de três minutos para trabalhos individuais; e, dizia eu nas instruções, cerca de cinco minutos para trabalhos em dupla). A corrigir: «*Seteias» (Seteais); e a pronúncia de «Cruges» (nos dois trabalhos anteriores sobre o mesmo capítulo ocorre o mesmo problema, que, portanto, já expliquei em cima).

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