Os Maias 8
Marta (11.º 2.ª)
Marta (Muito
Bom) Pontos fortes Leitura muitíssimo
competente. Texto com fundo poético, apesar de narrativo também, aproxima-se a
pouco e pouco, subtilmente, do desfecho que é simétrico da exclamação final do
capítulo VIII, por Cruges, «Esqueceram-me as queijadas!». Espaço, o de Sintra,
como no original, não é sentido como adereço, parece naturalíssimo, enquadrado
na situação. Ritmo do filme, onde surge tudo (que é muito diversificado) no
tempo devido, implicou decerto muita planificação ou capacidade técnica, ou
ambas. Aspetos melhoráveis «antes
prefiro» deve dar lugar a, apenas, «prefiro».
Rodrigo (11.º 4.ª)
Rodrigo
(Bom+/Muito Bom-) Pontos fortes Texto bem escrito, ainda
que não isento de uns quase lugares comuns (eg.:
«tão simples mas tão complexa»; «erradas e, ao mesmo tempo, tão certas»; «sempre
foi e sempre será»). Muito boa leitura em voz alta, um pouco ofuscada pela
música (volume deveria estar um pouco mais baixo). Simplicidade e eficiência da
estratégia seguida: parte-se do livro, criando depois texto poético-expositivo,
para, no final, se regressar ao enredo através de breve comentário que não é
meramente escolar. Adequação da paisagem (pode ser Sintra; mas o Parque Silva
Porto também resultaria). Aspetos
melhoráveis Evitaria usar este tipo de estrutura, para retomar o nome de
que se pretende falar: «sentimento este que» (bastaria «que»); fugiria à
repetição de «levar» em «que leva o protagonista a levar Cruges a Sintra»; e, em
vez de «descobre que Maria Eduarda não se encontrava lá mais», proporia ««descobre
que Maria Eduarda já não se encontrava lá».
Lourenço (11.º 4.ª)
Lourenço (Bom) Pontos fortes Abordagem concebida com
bom gosto (quer do ponto de vista da música quer em termos de imagem e
grafismos). Competência técnica. Transposição da demanda de Maria Eduarda por
terras de Sintra para Monsanto, o que permite associar enredo do livro à
experiência do quotidiano do autor. Aspetos
melhoráveis A corrigir: falta o acento em «coreógrafo», nas legendas finais;
pronúncia de «Cruges» (o som é de gê e não de guê: todos sabemos que o g antes de e ou i representa uma palatal, como o som que também o jota costuma representar).
Carlota & Carolina
(11.º 3.ª)
Carolina & Carlota
(Bom-/Suf+) Pontos fortes Houve cuidado na redação
do texto e na preparação de um pretexto para a filmagem (embora, como direi à
frente, estes recursos — texto e filme — sejam um pouco desperdiçados). Leituras
em voz alta (mas a de Carolina, por vezes, demasiado rápida; mais adequada,
pareceu-me, a velocidade de Carlota). Aspetos
melhoráveis Abordagem acaba por desaproveitar o facto de haver registo vídeo
(na verdade, as imagens pouco acrescentam, não concorrem para complementar o que é ouvido). Apesar da situação epistolar e consequente transposição para a 1.ª pessoa, texto não é
muito diferente do de um resumo, o que eu pedira para se evitar. A corrigir:
«*a casa que chamaríamos-lhe ‘a Toca’» (a casa a que chamaríamos ‘a Toca’ — e,
de qualquer modo, a ênclise não seria possível por se tratar de um condicional,
teria de ficar «chamar-lhe-íamos» se pudéssemos usar o pronome); «*áurea de
mistério» (aura); «*me envies um sinal do céu, na qual [...]» (em que/no qual — não é possível tomar como antecedente
‘carta’, que teria de ficar muito mais perto do pronome relativo); pronúncia de «Cruges»
(o som do g é de gê e não de guê: como se sabe, antes de e ou i o g representa uma palatal); «*pe[ca]nino» (pequenino).
Carolina
C. & Miguel
(11.º 9.ª)
Teles & Carolina C. (Suficiente) Pontos fortes Ideia de criar um pastiche
(imitação) de um programa de televisão de entrevistas (ao estilo de Alta definição, creio) para pôr Carlos a
falar do enredo do cap. VIII é boa. A sua concretização tem méritos (estilo gráfico
e sonoro, representação) mas perde um pouco por as perguntas serem demasiado
circunstanciais, só a pensar na resposta que corresponde ao resumo do capítulo;
vê-se que faltou tempo para elaborar tudo com mais cuidado (mesma a resposta
final podia ser mais específica de Os
Maias). Enfim, tanto Carolina como Miguel mostram facilidade e competência
técnica, embora se perceba que o trabalho foi feito já em cima do prazo, sem a demora
ideal. Aspetos melhoráveis Vídeo não
tem o tempo mínimo pedido (cerca de três minutos para trabalhos individuais; e,
dizia eu nas instruções, cerca de cinco minutos para trabalhos em dupla). A
corrigir: «*Seteias» (Seteais); e a pronúncia de «Cruges» (nos dois trabalhos
anteriores sobre o mesmo capítulo ocorre o mesmo problema, que, portanto, já
expliquei em cima).
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