Thursday, September 09, 2021

Aula 21-22

Aula 21-22 (20/out [1.ª, 3.ª]) Correção de comentário comparativo dos dois «Lisbon Revisited».

Começa por relancear o texto expositivo «Alberto Caeiro, o poeta ‘bucólico’» (p. 49). Depois, lê o nono poema de «O Guardador de Rebanhos», de Alberto Caeiro, que ponho a seguir, e completa a tabela.

IX

 

Sou um guardador de rebanhos.

O rebanho é os meus pensamentos

E os meus pensamentos são todos sensações.

Penso com os olhos e com os ouvidos

E com as mãos e os pés

E com o nariz e a boca.

Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la

E comer um fruto é saber-lhe o sentido.

 

Por isso quando num dia de calor

Me sinto triste de gozá-lo tanto,

E me deito ao comprido na erva,

E fecho os olhos quentes,

Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,

Sei a verdade e sou feliz.

Alberto Caeiro, «O Guardador de Rebanhos», Poemas de Alberto Caeiro, Lisboa, Ática, 1946 (10.ª ed.: 1993)

 

Trechos

Vv.

Figuras

Funcionalidade do recurso estilístico

Sou um guardador de rebanhos.

1

____

O sujeito poético aproxima-se da natureza. A afirmação é a primeira premissa do silogismo constituído pelos três primeiros versos, cuja conclusão será «o sujeito poético é um guardador de _____».

Penso com os olhos e com os ouvidos / E com as mãos e os pés, / E com o nariz e a boca.

4-6

Enumeração

Com este inventário de órgãos sensoriais reforça-se o que se estipulara no v. 3 (a ____ do sentir físico).

Polissíndeto

A articulação dos termos através da ____ «e» ajuda a representar o eu lírico como ingénuo, simples, infantil, ao mesmo tempo que acentua o citado predomínio das _____.

____

Hierarquizam-se as sensações de acordo com o grau de conhecimento que permitem apreender: as impressões visuais são a primeira fonte de saber, seguindo-se as auditivas, as táteis, as olfativas e, por fim, as gustativas.

E com as mãos e os pés / E com o nariz e a boca.

5-6

____ / Paralelismo

Através da arrumação paralelística, consegue-se estilizar, «poetizar», o segmento, que pretendia também afirmar a simplicidade (caeiriana) do eu.

Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la / E comer um fruto é saber-lhe o sentido.

7-8

Metáfora / ____

Exemplifica-se o que se teorizara antes (o poeta só pensa através das sensações — no caso, visão, olfato, gosto). No v. 7, a ação sensorial está à direita (pensar = visão e olfato); no verso 8, a ordem é a contrária (gosto = pensar).

Me sinto triste de gozá-lo tanto,

10

____

O quase paradoxo marca talvez a aversão do eu à perceção mental do gozo.

E fecho os olhos quentes,

12

Sinestesia

Um pouco forçadamente, talvez se possa considerar haver aqui uma associação do ___ («quente») à visão («olhos»), que, de novo, tenderia a valorizar o domínio das ___.

Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,

13

____

Sugere-se a importância do sentir (do «corpo»), que seria a única via de acesso à «realidade».

Sei a verdade e sou feliz.

14

Paralelismo / Bipartição do verso

Na sequência da metáfora anterior, confirma-se a supremacia do ____ sobre o pensar, assume-se a sensação como a autêntica forma de ____ e única fonte de felicidade.

Lê agora, na p. 52, o «Poema segundo» do mesmo conjunto de poemas de Alberto Caeiro (reunidos em «O Guardador de Rebanhos»). Sintetiza em frases com menos de trinta letras as lições que o sujeito quer inculcar em cada uma das três primeiras estrofes:

estrofe dos vv. 1-12: ________.

sextilha de 13-18: ________.

quintilha de 19-23: ________.

Quanto ao dístico com que o poema se conclui (vv. 24-25), resolve o item 6 do manual («constit[ui] um silogismo inacabado. Completa-o»):

Amar é a eterna inocência;

A única inocência é não pensar;

Logo, _________.

A filosofia de Caeiro — que se diz guardador de rebanhos — tem alguma coisa que ver com Paterson — condutor de autocarros — e os seus poemas. Desenvolve esta ideia.

O protagonista de Paterson . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

TPC Lê a solução que pus em Gaveta de Nuvens para a ficha 3 do Caderno de atividades, sobre Álvaro de Campos.

 

 

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