Aulas (40-44)
Aula 40-43 (10 [1.ª, 2.ª, 3.ª] e 17/nov [2.ª, 3.ª]) Revisão de
características de Fernando Pessoa (ortónimo).
Lê
«Autopsicografia» (p. 27), de Fernando
Pessoa, e responde:
1. Na 1.ª quadra é apresentada uma tese.
Identifica-a e explica-a, considerando: a dor fingida pelo poeta (no poema)/a
dor sentida pelo poeta (na vida real); o paradoxo presente nos vv. 3-4.
«______________»
é a tese apresentada no poema. Significa que o poeta finge uma dor que não
coincide com a dor sentida na _____. A dor escrita é uma invenção, uma
transfiguração, criada pela _______.
2. A 2.ª quadra refere-se à sensação/sentimento que o poema
provoca nos leitores. Explicita o que sentem os leitores, considerando o jogo:
«as duas (dores) que ele (o poeta) teve» / «a dor lida» / «a (dor) que eles não têm».
Os
leitores sentem uma dor que não é a que o poeta sentiu, nem a que ele _______,
mas que é a sua não-dor.
3. Experimenta interpretar as metáforas
contidas na última estrofe, na qual se estabelece a dicotomia
«razão»/«coração» (intelecto/emoção). Relaciona essa dicotomia com a tese
apresentada na 1.ª estrofe.
A
última estrofe apresenta, metaforicamente, a relação entre ______ e _____. O
coração é um comboio de corda, regulado pelas __________. A razão é uma
realidade à parte, mas estimulada (entretida) pelo ___________.
4. Interpreta agora o título do poema, considerando os três
constituintes da palavra: auto
+ psico + grafia.
Tendo
em conta o significado de cada um dos elementos que compõem o título,
«autopsicografia» remete para . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . .
5. Analisa a estrutura
formal do poema.
O
poema é constituído por três _____, de versos ______ (também designados versos
de «_____ maior»), com o esquema rimático ______ (portanto, em rima ______).
6. Expõe a teoria do «fingimento
poético» apresentada neste poema.
De
acordo com o poema, a criação poética assenta
no _______, na medida em que um poema não diz o que o poeta _______, mas aquilo
que imagina a partir do que anteriormente sentiu. O poeta é um fingidor, porque
escreve uma ________ fingida, fruto da razão e da imaginação, e não a emoção
sentida pelo coração, que apenas chega ao poema transfigurada, na tal emoção
________ poeticamente, imaginada. Quanto ao _______, apenas sente a emoção que
o poema lhe suscita, que será diferente da do próprio poema. A poesia, a arte,
é a intelectualização da ________.
Lê
«Isto» (p. 30), também do ortónimo, e responde, usando as frases já começadas:
1. Na 1.ª estrofe, o poeta opõe a
«imaginação»
(razão) ao «coração» (emoção). Qual deles utiliza?
Ao
escrever, o poeta usa ________.
2. Na 2.ª estrofe, compara todas as suas emoções (sonhos,
vivências, ausências, perdas) a um «terraço». Como interpretas essa
comparação?
As
emoções são semelhantes a _______________.
3. Nesse terraço de emoções, o poeta procura «outra coisa» — a
emoção estética. Qual o verso que a refere?
«.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . .. . . . . . .».
4. Para encontrar essa emoção estética, como escreve o poeta?
Sobre que escreve? (Interpreta os quatro primeiros versos da última estrofe.)
O
poeta escreve distanciado daquilo que sentiu anteriormente («__________»), sem
_______ («livre do meu enleio»).
5. Mostra a ironia presente neste poema.
O
último verso é irónico, . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . .
6. Analisa a estrutura
formal do poema.
O
poema apresenta grande regularidade formal: são três estrofes de cinco versos
(isto é, três _______), de ___ sílabas métricas, com o esquema rimático
_________ (portanto, de rima __________ e _________).
7. Estabelece a relação
entre os poemas «Isto» e
«Autopsicografia».
Os
poemas «Autopsicografia» e «Isto» têm como tema comum o _________. Neles, o
poeta expõe o seu conceito de poesia enquanto intelectualização da ______.
Completa o ponto 1 de «À letra»,
na p. 29:
1. Relê os versos finais de
«Autopsicografia» (p. 27) e atenta na forma verbal destacada: «Gira, a entreter
a razão, / Esse comboio de corda / Que se chama coração.» Completa as frases
seguintes com a forma do verbo «entreter», no tempo e no modo indicados entre
parênteses.
a. As dores reais do poeta
___________ (pretérito imperfeito do indicativo) a razão.
b. Espero que os versos «fingidos» ___________ (presente do
conjuntivo) os leitores.
c. Eu sempre me __________ (pretérito perfeito simples do
indicativo) com a obra pessoana.
[Questionário de gramática]
Não uses o manual nem nenhum outro material para além desta folha e de
lápis ou caneta. Em todos os casos, deves escrever um dos termos que ponho
entre parênteses no enunciado. Não é obrigatório que estejam representados nas
frases todos esses termos. (Se não souberes, evita escrever ao calhas.)
Versão com Quenda a chutar mal
Classifica quanto ao
processo irregular de formação de palavras
(extensão semântica, empréstimo, truncação, amálgama, sigla, acrónimo,
onomatopeia):
|
Kamela
(< Kamala + camela) |
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|
dossiê
(< fr. dossier) |
|
|
Santi
(< Santiago) |
|
|
IVA
(pronunciado iva) |
|
|
vírus
[informática] < vírus |
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|
zumbir
(< do som do inseto a esvoaçar) |
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|
Ota
(< Otamendi) |
|
|
domótica
(< domos [‘casa’] + informática) |
|
|
SLB
(pronunciado esseelebê) |
|
Classifica quanto ao
valor aspetual (genérico, perfetivo, imperfetivo,
habitual, iterativo):
|
Quenda
chutou mal. |
|
|
O
King é o herói da aldeia. |
|
|
O
King costuma seguir a dona por toda a parte. |
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|
Olímpia
andava a passear pelos campos. |
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|
Olímpia
tem revelado, cada fim de semana, múltiplos sinais de Alzheimer. |
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Fernando
Pessoa bebia aguardente. |
|
Classifica quanto à
modalidade (deôntica, epistémica, apreciativa):
|
O
Benfica já não deve apurar-se para a próxima fase da Champions. |
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|
Segundo
as medidas de coação aplicadas, o rapaz que matou a mãe não pode sair da
instituição. |
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|
Ufa!
Tanta gramática! |
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|
Fernando
Pessoa nasceu em 1888. |
|
|
Tens
de estudar mais os valores modais. |
|
Classifica quanto à
função sintática os constituintes sublinhados (sujeito,
vocativo, modificador apositivo do nome, modificador restritivo do nome,
complemento do nome, complemento do adjetivo, predicado, complemento direto,
complemento indireto, complemento oblíquo, agente da passiva, predicativo do
sujeito, predicativo do complemento direto, modificador do grupo verbal,
modificador de frase):
|
Fábio
Loureiro fugiu para Marrocos. |
|
|
Os
jornalistas elegeram Dembélé bola de ouro. |
|
|
Desenlacemos
as mãos. |
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|
Delegados
e subdelegados nomearam representante suplente dos alunos o Francisco. |
|
|
A
alteração do futebol do Benfica é mérito de Lukebakio. |
|
|
Em
Chaves, um cão matou uma criança. |
|
|
A
Cova da Moura, que visitei há anos para fazer inquéritos
dialetológicos, é pacata. |
|
|
Li
que a rapidez do automóvel trouxe novos estímulos. |
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|
Estão
aí as intercalares. |
|
|
Mourinho,
que os fãs admiram, usa a Uber Eats. |
|
|
A
falecida avó do menino, que era de Faiões, também era muito boa
pessoa. |
|
|
Fernando
Valente, o principal suspeito, pode ser acusado até final do mês. |
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|
Quatro
dos golos foram marcados por Gyökeres. |
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|
Estou
certo de que a próxima edição será um sucesso. |
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|
Os
alunos ultrapassaram-me na chegada ao bloco. |
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|
A
Amorim os sportinguistas desejam muitas felicidades. |
|
|
A
tia faleceu, porque tinha um duende no peito. |
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|
O
afilhado de Marco Paulo ficou podre de rico. |
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|
Na
Europa consideram-nos muito simpáticos. |
|
|
Não
tremas, Terra, porque não queremos mais um terremoto. |
|
Versão
com advogado de Sócrates a renunciar
Classifica quanto ao
processo (irregular) de formação de palavras
(extensão semântica, empréstimo, truncação, amálgama, sigla, acrónimo,
onomatopeia):
|
chave
[‘solução’] < chave, ‘instrumento que abre portas, cofres, etc.’ |
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|
TAP
(pronunciado tape) |
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|
ronrom
(< do ruído da traqueia do gato) |
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|
Mana
(< Manaen) |
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nega
(< negativa) |
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Chalanix
(< Chalana + Asterix) |
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|
ateliê
(< fr. atelier) |
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|
TPC
(pronunciado tepecê) |
|
|
espanglês
(< espanhol + inglês) |
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Classifica quanto ao
valor aspetual (genérico, perfetivo, imperfetivo,
habitual, iterativo):
|
Pessoa
fazia traduções em firmas de amigos. |
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Em
Faiões, a criança foi atacada pelo cão. |
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|
A
Judiciária está a investigar a morte da criança. |
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|
A
família costumava visitar os avôs sempre que possível. |
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|
Esta
raça de cães tem ocasionado todas as semanas notícias tristíssimas. |
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A
cadela é do avô do menino. |
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Classifica quanto à
modalidade (deôntica, epistémica, apreciativa):
|
É
uma tristeza estudarem tão pouco! |
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A
renúncia do advogado de Sócrates deve ser uma estratégia da defesa. |
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|
A
juíza não pode pactuar com estas manobras dilatórias. |
|
|
Traz-me
o facalhão, Heliodoro. |
|
|
No
dia 20 a escola faz quarenta e quatro anos. |
|
Classifica quanto à
função sintática os constituintes sublinhados (sujeito,
vocativo, modificador apositivo do nome, modificador restritivo do nome,
complemento do nome, complemento do adjetivo, predicado, complemento direto,
complemento indireto, complemento oblíquo, agente da passiva, predicativo do
sujeito, predicativo do complemento direto, modificador do grupo verbal,
modificador de frase):
|
Abriguem-se,
alunos, porque vem aí um exercício de prevenção. |
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|
Designaram
Joana Domingues representante dos alunos no Conselho Geral. |
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A
tradução de poemas é sempre um grande desafio. |
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Georgina
só agora regressou do hospital. |
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Os
dragartos acharam Bruno Lage uma ótima escolha. |
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Dentro
de poucos dias começam umas pequenas férias. |
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As
cheias em Barcelona preocupam-nos. |
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Há
cada vez mais mulheres interessadas em praticar longboard dancing. |
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O
homem que matou a sua companheira não sabe o que lhe passou pela
cabeça. |
|
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Olha
que são só dois douradinhos. |
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|
Matilde
Mourinho, que é joalheira, casou-se em Azeitão. |
|
|
Mourinho,
que os fãs adoram, encomenda muita coisa pela Uber Eats. |
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|
Filomena
Silva, a tia da grávida da Murtosa, passou dias e dias sem dormir. |
|
|
Porque
há eleições para a AE, a escola está
barulhenta. |
|
|
O
orçamento de estado foi aprovado pela maioria dos deputados. |
|
|
Na
prisão de Vale de Judeus, os telemóveis são
mais que muitos. |
|
|
Ao
Sporting só pagam a cláusula. |
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|
A
grávida da Murtosa continua desaparecida. |
|
|
Abraço-te
por mais este bom resultado. |
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|
Vem
sentar-te comigo. |
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Aula 41-42 (11 [1.ª, 2.ª], 13/nov [3.ª])
No Secundário (10.º ano), o estudo dos Lusíadas
centra-se em dois aspetos, para além da revisão da estrutura da obra: (i) mitificação do herói; (ii) reflexões do Poeta. Na aula de hoje
faremos uma síntese das estratégias usadas para a mitificação do herói.
Eis a parte B do Grupo I do exame de 2019, 2.ª fase. O texto era constituído pelas
estâncias 26 a 29 do canto VI de Os
Lusíadas. Resolve só a pergunta 5 e, se tiveres tempo, depois, a 6.
4.
Explicite as estratégias argumentativas utilizadas por Baco (estâncias 27 e 28)
para convencer Neptuno, Oceano e os outros deuses marinhos a serem seus
aliados.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
5.
Apresente dois aspetos distintos que, na estância 29, evidenciem a mitificação
do herói, fundamentando cada um deles com uma transcrição pertinente.
[Resposta a 5 [para ajudar, fica esta
«tradução» da estância 29:
“Vistes que, com extraordinária ousadia, [os
homens, como Ícaro,] já tentaram voar pelo céu.
Vistes a sua tresloucada
audácia, arriscando-se ao mar com velas e com remos.
Vistes, e quotidianamente as estamos vendo
ainda, tais soberbas e insolências dos mortais, que receio venham a ser, dentro
de poucos anos, deuses do mar e do céu, enquanto que nós desceremos à categoria
de simples homens.”]:
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
6.
Complete as afirmações abaixo apresentadas, selecionando da tabela a opção
adequada a cada espaço. Na folha de respostas, registe apenas as letras e o
número que corresponde à opção selecionada em cada um dos casos.
Nestas estâncias, são utilizados alguns recursos
expressivos frequentes em Os Lusíadas:
na expressão «peito oculto» (v. 3), está presente uma a)
; a apóstrofe ocorre, por
exemplo, em b) .
|
a) |
b) |
|
1.
personificação |
1.
«o mar irado» (v. 10) |
|
2.
anástrofe |
2.
«padre Oceano» (v. 13) |
|
3.
metáfora |
3.
«fracos e atrevidos» (v. 24) |
|
4.
comparação |
4.
«humanos» (v. 32) |
https://www.rtp.pt/play/p4460/e808293/1986
Completa depois de vermos partes do episódio 1 da
série 1986, criada por Nuno Markl e realizada por Henrique Oliveira, e
de lermos umas estâncias de Os Lusíadas, de Camões:
|
Os
Lusíadas |
1986 |
|
Herói é ______. São os portugueses, incluindo,
no plano da viagem, os navegantes, com destaque para Vasco da Gama, e, no
plano da ______, os reis e outros famosos que praticaram atos gloriosos. |
Herói é individual. É ______, que alterna
entre o plano do sonho, em que se imagina em situações heroicas, e o plano da
______, em que sofre frustrações e é chamado à razão pelas outras
personagens, quando acorda. |
|
Sujeito e personagens
mitificam o herói |
Protagonista
«automitifica-se» |
|
Os portugueses vencem, com audácia e destemor,
perigos que o poeta vai superlativando. No canto V, o _____ assinala essa
superação (o gigante diz terem sido os portugueses os únicos que o venceram).
|
Tiago imagina-se um herói à imagem do
protagonista de Amanhecer Violento, capaz de alvejar o seu opositor em
defesa da heroína (que se percebe ser ______, ainda que caracterizada como
nas aventuras do filme a que se alude). |
|
Logo na Proposição o sujeito poético considerara
os feitos que relataria superiores aos narrados nas ______ antigas. É
frequente a comparação com outros heróis míticos (por exemplo, na Dedicatória
a D. Sebastião — cfr. p. 311, canto I, est. 18 —, os portugueses são
identificados com os _______). |
Além da emulação através de figuras do cinema e
da música, Tiago tem em conta também uma referência de ordem ______
(tendo-lhe sido aconselhados os Contos do Gin Tonic, de Mário-Henrique
Leiria, decide que não se pode comportar passivamente, como fazia, com maus
resultados, a ______ de um dos textos). |
|
Os discursos de Vasco da Gama ao Rei de ______
(cantos III-IV) e de Paulo da Gama ao Catual (VII) servem para recordar atos
heroicos dos portugueses fora do eixo da viagem, convencendo-nos, e aos
ouvintes indígenas, da excelência dos _______. |
A canção referida ironicamente por Marta, «_______
Boy», saída em 1985, da banda italiana Baltimora, e que estaria na moda à
época em que decorre a ação, leva o protagonista a imaginar-se no centro das
atenções, desta vez enquanto vedeta _______. |
|
Os deuses reconhecem o valor dos portugueses.
_______ interessa-se por eles, protege-os, defende-os perante Júpiter e há de
recompensar a sua bravura com a Ilha dos Amores. Já _____ receia ver-se
vencido pelos portugueses. |
Na sua vontade de corresponder a um perfil
heroico (aliás, «cool»), Tiago gaba-se de ser ____. Marta acabará por aceitar
o oferecimento de Tiago para essas funções, o que será a única _______
recebida pelo herói. |
|
A Ilha dos Amores (IX-X) é o prémio que
simboliza a imortalidade do herói épico. Os marinheiros são aí elevados à
condição de deuses, convivendo com as ______, que os procuram _______, ainda
que fingindo fugir-lhes. |
Em sonho, Tiago imagina que _______, num cenário
que lembra o que se diria adequado à Ilha dos Amores (ou a anúncio de
champôs), o procura _______, embora, na situação real, se limite a passar por
ele no bloco B. |
Vai até à p. 134 do manual. Usando, a certa
altura, o termo «mitificação do herói», escreve um comentário em que te
reportes quer às estâncias 145-146 do canto X dos Lusíadas quer à letra
de «Os Lusíadas» dos Anaquim. Faz, pelo menos, uma citação de cada um dos
textos. A caneta.
Os Lusíadas (Anaquim)
Este
é o nosso triste fado
Do vamos andando e do pobre coitado
Velha canção em que a culpa é do estado
Por ser o espelho do reinado
E
a história por mais do que uma vez
Foi mais cruel que a de Pedro e Inês
Levou-nos o que tanta falta nos fez
Sem deixar razões ou porquês
Temos
fuga ao fisco, estradas de alto risco
Temos valiosos costumes e tradições
Que eu não percebo se nos maldizemos
Quais as razões
Temos
chico-espertos, burlas e protestos
Temos tantos motivos para sorrir
Que eu nem imagino qual será a desculpa
Que vem a seguir
Gosto
tanto deste país
Só não entendo o que o faz feliz
Se é rir da miséria de outros quando a vemos
Ou chorar da nossa própria quando a temos
Gosto
tanto deste país
Só não entendo quando ele se diz
Senhor do futuro maduro, duro mas seguro
E eu juro que ainda não o vi
Os
queixumes, sei-os de cor
Endereçados a nosso senhor
Intercalados com suspiro ou dor
De um bom sofredor
Dentro
de momentos seguem-se os lamentos
Não há dinheiro para os medicamentos
Não há dinheiro para tanto sustento
Tão longe vão outros tempos
Gosto
tanto deste país
Só não entendo o que o faz feliz
Se é rir da miséria de outros quando a vemos
Ou chorar da nossa própria quando a temos
Gosto
tanto deste país
Só não entendo quando ele se diz
Senhor do futuro maduro duro mas seguro
Eu juro que ainda não o vi
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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. . . . . . . . .
[Solução para comentário
em torno de Anaquim, «Os Lusíadas» & Luís de Camões, Os Lusíadas,
canto X, 145-146:]
Quer as estâncias dos Lusíadas
(canto X, ests. 145-146) quer a letra da canção dos Anaquim transmitem a
deceção dos respetivos sujeitos poéticos, desiludidos com o estado da sociedade
portuguesa, numa decadência ilustrada com «fuga ao fisco, estradas de alto
risco», «chico-espertos, burlas», «não [haver] dinheiro para medicamentos»,
etc. (na canção) e sintetizada na afirmação de que a pátria «está metida / No
gosto da cobiça e na rudeza / Dhũa austera, apagada e vil tristeza» (145, vv.
6-8).
Não se esquecem os poetas,
porém, de mitificar os seus heróis e Portugal, o que se nota particularmente no
elogio dos portugueses dirigido a D. Sebastião no dístico final da estrofe 146
(«Olhai que sois [...] / Senhor só de vassalos excelentes») e, na canção, ainda
que em clave talvez irónica, na repetição do verso «Gosto tanto deste país».
Aliás, o título da canção, «Os Lusíadas», também tem de ser lido como ironia, uma vez que toda a letra é antiépica, recusa a glória que os verdadeiros Lusíadas tiveram como meta enaltecer.
Aula 44 (13 [1.ª], 14/nov [2.ª, 3.ª]) Correção de questionário de gramática.
Versão
com Quenda a chutar mal
|
Kamela
(< Kamala + camela) |
amálgama |
|
dossiê
(< fr. dossier) |
empréstimo |
|
Santi
(< Santiago) |
truncação |
|
IVA
(pronunciado iva) |
acrónimo |
|
vírus
[informática] < vírus |
extensão
semântica |
|
zumbir
(< do som do inseto a esvoaçar) |
onomatopeia |
|
Ota
(< Otamendi) |
truncação |
|
domótica
(< domos [‘casa’] + informática) |
amálgama |
|
SLB
(pronunciado esseelebê) |
sigla |
|
Quenda
chutou mal. |
perfetivo |
|
O
King é o herói da aldeia. |
genérico |
|
O
King costuma seguir a dona por toda a parte. |
habitual |
|
Olímpia
andava a passear pelos campos. |
imperfetivo |
|
Olímpia
tem revelado, cada fim de semana, múltiplos sinais de Alzheimer. |
iterativo |
|
Fernando
Pessoa bebia aguardente. |
imperfetivo |
|
O
Benfica já não deve apurar-se para a próxima fase da Champions. |
epistémica |
|
Segundo
[..], o rapaz [...] não pode sair da instituição. |
deôntica |
|
Ufa!
Tanta gramática! |
apreciativa |
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Fernando
Pessoa nasceu em 1888. |
epistémica |
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Tens
de estudar mais os valores modais. |
deôntica |
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Fábio
Loureiro fugiu para Marrocos. |
complemento
oblíquo |
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Os
jornalistas elegeram Dembélé bola de ouro. |
predicativo
do complemento direto |
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Desenlacemos
as mãos. |
predicado |
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Delegados
e subdelegados nomearam representante suplente dos alunos o Francisco. |
predicativo
do complemento direto |
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A
alteração do futebol do Benfica é mérito de Lukebakio. |
complemento
do nome |
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Em
Chaves, um cão matou uma criança. |
modificador
do grupo verbal |
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A
Cova da Moura, que visitei há anos para fazer inquéritos
dialetológicos, é pacata. |
complemento
direto |
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Li
que a rapidez do automóvel trouxe novos estímulos. |
complemento
direto |
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Estão
aí as intercalares. |
sujeito |
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Mourinho,
que os fãs admiram, usa a Uber Eats. |
modificador
apositivo do nome |
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A
falecida avó do menino, que era de Faiões, também era muito boa
pessoa. |
sujeito |
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Fernando
Valente, o principal suspeito, pode ser acusado até final do mês. |
modificador
apositivo do nome |
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Quatro
dos golos foram marcados por Gyökeres. |
agente
da passiva |
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Estou
certo de que a próxima edição será um sucesso. |
complemento
do adjetivo |
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Os
alunos ultrapassaram-me na chegada ao bloco. |
complemento
direto |
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A
Amorim os sportinguistas desejam muitas felicidades. |
complemento
indireto |
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A
tia faleceu, porque tinha um duende no peito. |
modificador
do grupo verbal |
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O
afilhado de Marco Paulo ficou podre de rico. |
predicativo
do sujeito |
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Na
Europa consideram-nos muito simpáticos. |
complemento
direto |
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Não
tremas, Terra, porque não queremos mais um terremoto. |
vocativo |
Versão
com advogado de Sócrates a renunciar
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chave
[‘solução’] < chave, ‘instrumento que abre portas, cofres, etc.’ |
extensão
semântica |
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TAP
(pronunciado tape) |
acrónimo |
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ronrom
(< do ruído da traqueia do gato) |
onomatopeia |
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Mana
(< Manaen) |
truncação |
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nega
(< negativa) |
truncação |
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Chalanix
(< Chalana + Asterix) |
amálgama |
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ateliê
(< fr. atelier) |
empréstimo |
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TPC
(pronunciado tepecê) |
sigla |
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espanglês
(< espanhol + inglês) |
amálgama |
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Pessoa
fazia traduções em firmas de amigos. |
imperfetivo |
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Em
Faiões, a criança foi atacada pelo cão. |
perfetivo |
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A
Judiciária está a investigar a morte da criança. |
imperfetivo |
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A
família costumava visitar os avôs sempre que possível. |
habitual |
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Esta
raça de cães tem ocasionado todas as semanas notícias tristíssimas. |
iterativo |
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A
cadela é do avô do menino. |
genérico |
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É
uma tristeza estudarem tão pouco! |
apreciativa |
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A
renúncia do advogado de Sócrates deve ser uma estratégia da defesa. |
epistémica |
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A
juíza não pode pactuar com estas manobras dilatórias. |
deôntica |
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Traz-me
o facalhão, Heliodoro. |
deôntica |
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No
dia 20 a escola faz quarenta e quatro anos. |
epistémica |
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Abriguem-se,
alunos, porque vem aí um exercício de prevenção. |
vocativo |
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Designaram
Joana Domingues representante dos alunos no Conselho Geral. |
predicativo
do complemento direto |
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A
tradução de poemas é sempre um grande desafio. |
complemento
do nome |
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Georgina
só agora regressou do hospital. |
complemento
oblíquo |
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Os
dragartos acharam Bruno Lage uma ótima escolha. |
predicativo
do complemento direto |
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Dentro
de poucos dias começam umas pequenas férias. |
sujeito |
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As
cheias em Barcelona preocupam-nos. |
complemento
direto |
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Há
cada vez mais mulheres interessadas em praticar longboard dancing. |
complemento
do adjetivo |
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O
homem que matou a sua companheira não sabe o que lhe passou pela
cabeça. |
modificador
restritivo do nome |
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Olha
que são só dois douradinhos. |
complemento
direto |
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Matilde
Mourinho, que é joalheira, casou-se em Azeitão. |
sujeito |
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Mourinho,
que os fãs adoram, encomenda muita coisa pela Uber Eats. |
complemento
direto |
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Filomena
Silva, a tia da grávida da Murtosa, passou dias e dias sem dormir. |
modificador
apositivo do nome |
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Porque
há eleições para a AE, a escola está
barulhenta. |
modificador
do grupo verbal |
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O
orçamento de estado foi aprovado pela maioria dos deputados. |
agente
da passiva |
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Na
prisão de Vale de Judeus, os telemóveis são
mais que muitos. |
modificador
do grupo verbal |
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Ao
Sporting só pagam a cláusula. |
complemento
indireto |
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A
grávida da Murtosa continua desaparecida. |
predicativo
do sujeito |
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Abraço-te
por mais este bom resultado. |
complemento
direto |
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Vem
sentar-te comigo. |
predicado |
A parte B do Grupo
I da prova de exame de Português mais recente (2024, 2.ª fase) aproveitava
uma ode de Ricardo Reis. (A
parte A do mesmo Grupo I usava um texto de A Cidade e as Serras,
de Eça de Queirós; a parte C — ou item 7 — pedia uma «breve
exposição» em que se compararia uma pintura de René Magritte e o texto da parte
A.)
PARTE B
Leia o poema e as notas.
As rosas amo dos jardins
de Adónis1,
Essas volucres2
amo, Lídia, rosas,
Que em o dia em que nascem,
Em esse dia morrem.
5 A luz para elas é eterna, porque
Nascem nascido já o sol, e
acabam
Antes que Apolo3 deixe
O seu curso visível.
Assim façamos nossa vida
um dia,
10 Inscientes4, Lídia, voluntariamente
Que há noite antes e após
O pouco que duramos.
Ricardo
Reis, Poesia,
edição de Manuela Parreira da Silva, Lisboa, Assírio & Alvim, 2000, pp.
13-14.
NOTAS
1 Adónis – jovem da mitologia grega, símbolo
de beleza masculina.
2 volucres – efémeras.
3 Apolo – deus grego do sol.
4 Inscientes – ignorantes.
* 4. Explicite a importância
da referência aos elementos da natureza para o desenvolvimento do pensamento do
sujeito poético.
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[Solução possível:
As rosas representam a
efemeridade da vida. São «volucres» (v. 2), pois, «em o dia em que nascem» (v.
3), morrem, pelo que ilustram o carácter transitório da existência. Por outro
lado, uma vez que «nascem nascido já o Sol» (v. 6) e perecem antes que ele se
ponha, «a luz para elas é eterna» (v. 5), o que deve inspirar os humanos a
aproveitarem moderadamente a vida, conscientes da sua finitude, semelhante à de
«um dia» (v. 9) das rosas.
O curso diurno do sol
representa a duração da vida: para a rosa, um dia; para o ser humano, uma
passagem efémera («O pouco que duramos» ‒ v. 12).]
* 5. Explique os quatro
últimos versos do poema, tendo em conta o ideal de vida defendido pelo sujeito
poético.
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. . . .
[Solução possível:
Face à constatação da
efemeridade da vida, o sujeito poético aconselha Lídia a que viva o momento
presente («Assim façamos nossa vida um dia» ‒ v. 9), de acordo com o
princípio epicurista do carpe diem, único caminho
para a felicidade e para a ausência de dor, assumindo uma atitude de
indiferença face à passagem do tempo, num esforço de autodisciplina. Exorta-a a
assumir uma atitude deliberada de aceitação da efemeridade da vida e da
inevitabilidade da morte («há noite antes e após / O pouco que duramos» ‒ vv. 11-12).]
6. Complete as afirmações
abaixo apresentadas, selecionando a opção adequada a cada espaço. Na folha de
respostas, registe apenas as letras – a) e b) – e, para cada uma
delas, o número que corresponde à opção selecionada.
No poema apresentado, constata-se o classicismo da poesia de
Ricardo Reis, nomeadamente através do recurso à _______ [a)], nos versos
7 e 8. O carácter moralista da poesia deste heterónimo pessoano é indiciado
pelo uso de verbos conjugados na primeira pessoa do modo conjuntivo, como ocorre
_______ [b)]
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a) |
b) |
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1. perífrase 2. hipérbole 3. metonímia |
1. no verso 12 2. no verso 1 3. no verso 9 |
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Português / 12.º 1.ª; 12.º 2.ª; 12.º 3.ª / Escola Secundária José Gomes Ferreira / 2025-2026
(O nome do blogue aproveita título de um livro do patrono da escola.)
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