Aula 48
Aula 48 (18 [1.ª], 24 [2.ª], 28/nov [3.ª]) Correção dos
«Lembro-me». Assistência a declamações de «Nêspera» e «Exageros»,
de Mário-Henrique Leiria, por Mário Viegas.
Já conheces textos «deambulatórios». Lemos poemas de Cesário Verde em que o sujeito poético vai observando o contexto e refletindo sobre ele, ou pensando em si próprio, à medida que passeia pela cidade. Alberto Caeiro também poderia escrever textos assim, ainda que observando paisagens campesinas (e evitando refletir muito ou, pelo menos, dizendo-nos que não refletiria).
Podemos criar texto no
mesmo estilo, de quem vai andando (e pensando), mas em prosa — ou em prosa
quase poética.
Cada período deve ter mais
uma palavra que o anterior. Um dos critérios para aferir qualidade do resultado
é não se perceber que havia algum constrangimento formal. Exemplo:
Passeio. Melhor, divago. Erro sem destino. Vou não sei aonde. Esta
Lisboa que observo assusta-me. E, no entanto, conheço-a desde criança.
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Classifica quanto à função
sintática os segmentos sublinhados:
Antes Dela [aliás, porque não pode haver contração: de
ela] Dizer Que Sim (Bárbara Tinoco)
Ele não sabe o nome dela
Tem medo de perguntar
Ela é como atriz de novela _________________________________
Que ele gosta de ver sonhar
Ela não sabe o nome dele
Tem medo de perguntar
E, se as promessas coradas _________________________________
Foram bebida a falar,
E ele não contou
Mas ela não escondeu
Com quem a noite passou, _________________________________
Jura ela o seu Romeu
Ele quer mais
Ela também
Talvez por isso nesse dia
Ele foi vê-la à luz do dia _________________________________
Ele gosta das formas dela _________________________________
E ela diz que ele tem bom ar
O mundo finge não saber _________________________________
Que ele não é rapaz de fiar
Ela tem um novo sorriso
Mas medo de o partilhar _________________________________
Ele gosta mais do que é preciso
De a desafiar
Ele, que sabia de cor _________________________________
As moças mais fáceis,
Engates mais rascas;
Ela, que ficava em casa fechada _____________________________
Com medo de ser
Só mais um rabo de saias;
Ele agora diz que a ama, _________________________________
Dormem juntos só a dormir
Gosta dela de pijama
E ela de o corrigir…
Ela
agora diz que o ama,
Dormem
juntos só a dormir,
Gosta
dele desarmado,
E
ele de a ver despir.
E
as velhinhas, na cidade,
Sussuram no meu tempo não era assim,
Oh
onde já se viu dois enamorados,
Com
cara de parvos,
Antes
de ela dizer que sim.
Mas
ele ainda se lembra,
De
descer aquelas escadas,
Ganhar
coragem, perguntar,
E
como raio tu te chamas.
Ela
fingiu-se de irritada,
Ofendida
pela trama, ________________________________
Reuniu coragem para o amar, ____________________________
Perguntou
e tu como raio te chamas.
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Português / 12.º 1.ª; 12.º 2.ª; 12.º 3.ª / Escola Secundária José Gomes Ferreira / 2025-2026
(O nome do blogue aproveita título de um livro do patrono da escola.)
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