Sunday, August 24, 2025

Aula 35

Aula 35 (3 [1.ª, 3.ª], 7/out [2.ª]) Correções.

Retomamos a revisão da gramática com a classificação de orações (no manual, as orações estão nas pp. 337-340), detendo-nos hoje particularmente nas orações subordinadas adverbiais.

As subordinadas adverbiais desempenham funções sintáticas de modificadores (do grupo verbal — causais, finais, temporais, comparativas — ou da frase — condicionais e concessivas).

Nos cinco períodos a seguir (de «A sua tia faleceu derivado a complicações», série Meireles), temos frases simples e frases complexas. Todas elas têm um modificador (que, neste caso, exprime causa), mas, por vezes, essa função é desempenhada por uma oração (uma subordinada adverbial causal).

1. A sua tia faleceu devido a uma condição rara.

2. A sua tia faleceu por um motivo bastante prosaico.

3. A sua tia faleceu por causa de um duende no peito.

4. A sua tia faleceu porque repetia muitas vezes a palavra «pinhal».

5. Como tinha um duende no peito, a sua tia faleceu.

Distingue as frases complexas e as simples:

Têm duas orações as frases n.º __ e n.º __, que são também as que têm dois predicados (cujas formas verbais são: ______ e _____; _____ e _____). São, portanto, frases ________. Ao contrário, são frases simples as n.º __, n.º __ e n.º __, cada uma com uma única oração.

Em cada uma das duas frases complexas há uma oração subordinante e outra subordinada. Sublinha as orações subordinantes (as que poderiam aparecer sozinhas) e circunda as subordinadas (já fui dizendo que, neste caso, são subordinadas adverbiais causais). As palavras que introduzem essas orações («porque» e «____») são conjunções subordinativas causais.

Regressemos às frases simples. Nelas, há um sujeito («_________») e um predicado, incluindo-se aí o modificador do grupo verbal (respetivamente: «devido a uma condição rara», «________» e «______»).

Podemos reescrever as frases, substituindo os modificadores não oracionais por orações [completa 2’ e 3’] e vice versa [completa 5’]. (Repara que já o fiz para 1 e para 4. Nas orações há verbo, que marquei a itálico; nos modificadores não oracionais, não.)

1. A sua tia faleceu devido a uma condição rara.

1’. A sua tia faleceu | porque se deu uma condição rara.

2. A sua tia faleceu por um motivo bastante prosaico.

2’. A sua tia faleceu | _____________________.

3. A sua tia faleceu por causa de um duende no peito.

3’. A sua tia faleceu | visto que _______________.

4. A sua tia faleceu | porque repetia muitas vezes a palavra «pinhal».

4’. A sua tia faleceu por causa da repetição da palavra «pinhal».

5. Como tinha um duende no peito, | a sua tia faleceu.

5’. _______________________, a sua tia faleceu.

Quando a oração subordinada adverbial precede a subordinante ou fica intercalada, deve ser isolada por vírgulas (se estiver depois da subordinante, é aceitável que não se ponha vírgula, embora, por mim, ainda prefira ir pondo vírgula também). A posição da subordinada causal relativamente à subordinante costuma poder alterar-se (mas, por exemplo, no caso da frase 5 — com «como» —, a subordinada tem de estar antes da subordinante).

Nota ainda que «A sua tia faleceu derivado a complicações» é uma frase simples, em que «derivado a complicações» é o _________. No entanto, a expressão «derivado a» não é correta (o que se deve dizer é: «devido a»).

Nos três períodos que se seguem (6-8), temos exemplos de frases com orações subordinadas adverbiais causais não finitas (infinitiva, gerundiva, participial). Distribui estas últimas designações por cada uma das orações sublinhadas.

6. Por ter um duende no peito, a sua tia faleceu. — ______________

7. Tendo um duende no peito, a sua tia faleceu. — ______________

8. Alojado o duende no peito, a sua tia faleceu. — ______________

Transforma o modificador (do grupo verbal), que sublinhei, numa oração subordinada adverbial causal.

Vim aqui de propósito  por causa dos carapaus à espanhola.

Vim aqui de propósito | ________________________

Transforma o modificador (do grupo verbal) sublinhado, que é uma oração subordinada adverbial causal, num modificador não oracional.

Pedi-te para vires hoje aqui | porque eu ando aqui com um problema.

Pedi-te para vires hoje aqui ____________________________

Divide em orações e classifica-as (destaquei os verbos, porque ajudam a identificar as orações):

Se quisesse bitoque, comia ao pé de casa, no Aires.

_________________________

Abres a manteiga e os patês das entradas com cuidado, comes tudo e, depois, enches os pacotes com miolo de pão.

_________________________

Classifica as orações que já fui delimitando:

Aconselho-te | a não referires o meu nome | quando andares a resolver esse assunto

_________________________

Fechas aquilo bem fechado | e, depois, parece | que não foi encetado.

_________________________

Classifica as orações que sublinhei quanto à função sintática que desempenham:

Olha este jogo | que eu inventei.

______________________

Olha | que são só dois douradinhos.

______________________

Fiz isso | antes de vir.

______________________

Classifica quanto à função sintática o que está sublinhado. (Quando os constituintes sublinhados são também uma oração, dou a sua classificação entre parênteses.)

Sei lá (Bárbara Tinoco)

Eu sei lá em que dia da semana vamos.

Sei lá qual é a estação do ano. | ________ (subordinada substantiva relativa)

Sei lá — talvez nem sequer queira saber —, | _______ (sub. subst. completiva infinitiva)

Eu sei lá porque dizem que estou louca. | _______ (sub. substantiva completiva)

Sei lá... Já não sou quem fui, sou outra. | _______ (sub. substantiva relativa)

Sei lá... Pergunta-me amanhã,

Talvez eu saiba responder. | ______ (subs. completiva infinitiva)

 

E eu juro, eu prometo e eu faço, e eu rezo,

Mas, no fim, o que sobra de mim? | _______

E tu dizes coisas belas, histórias de telenovelas,

Mas, no fim, tiras mais um pouco de mim.

Então, força, leva mais um bocado,

Que eu não vou a nenhum lado, | _______

Leva todo o bom que há em mim,

Que eu não fujo, eu prometo, eu perdoo e eu esqueço,

Mas, no fim, o que sobra de mim?

 

Mas tu sabes lá as guerras que eu tenho! | _______

Tu sabes lá das canções que eu componho!

Tu sabes lá — talvez nem sequer queiras saber —,

Mas tu sabes lá da maneira que eu te amo! | _______

Tu sabes lá... Digo a todos que é engano. | _______

Tu sabes lá... Pergunto-te amanhã, | _______

Mas não vais saber responder.

 

E eu juro, eu prometo e eu faço, e eu rezo,

Mas, no fim, o que sobra de mim?

E tu dizes coisas belas, histórias de telenovelas,

Mas, no fim, tiras mais um pouco de mim.

Então, força, leva mais um bocado,

Que eu não vou a nenhum lado.

Leva todo o bom que há em mim, | ________ (sub. adj. rel. restrit.)

Que eu não fujo, eu prometo, eu perdoo e eu esqueço,

Mas, no fim, o que sobra de mim? | ________

Sim, eu juro...

Sim, eu juro...


TPC — No manual, percorre as páginas mais relacionadas com classificação de orações (pp. 337-340); também úteis são as classificações de conjunções (pp. 323-324).

 

 

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