Saturday, September 07, 2024

Aula 95-96

 

Aula 95-96 (27 [3.ª], 28/fev [4.ª e, mas só parte da aula, 1.ª]) Solução de itens de exame.

Tendo visto a segunda parte de documentário sobre Fernando Pessoa (para a série ‘Grandes Portugueses’), assinala, à esquerda de cada período, se a afirmação é V(erdadeira) ou F(alsa).

No segundo número da revista Orpheu, saíram «Chuva oblíqua» (Pessoa) e «Ode marítima» (Caeiro).

Paulismo, Intersecionismo, Sensacionalismo foram correntes literárias criadas por Pessoa.

Os heterónimos aparecem em 1914, quando Pessoa tinha vinte e seis anos.

Ricardo Reis era médico e monárquico.

Segundo Clara Ferreira Alves, Ricardo Reis decide exilar-se no Brasil após a instauração da República.

«Para ser grande, sê inteiro» é um verso de uma das odes de Reis.

Álvaro de Campos era licenciado em Multimédia pela Escola Superior de Comunicação.

Álvaro de Campos é o heterónimo que se considera ter evoluído por várias fases literárias.

Alberto Caeiro era um homem do campo, nunca tendo saído de Portugal.

Caeiro seria o homem de uma «certa mediania dourada de que falavam os clássicos».

Bernardo Silva, ajudante de guarda-livros, é considerado um semi-heterónimo.

Fernando Pessoa era admirado pelo público, mas pouco reconhecido entre os intelectuais do seu tempo.

Para Clara Ferreira Alves, Pessoa seria mesmo um anónimo empregado de escritório.

Mário de Sá-Carneiro suicidou-se em Paris.

Ofélia Queiroz trabalhou num escritório em que também trabalhava Pessoa.

Pessoa dedicou-se com bastante êxito a negócios de comissões e de tabaco.

Escreveu para a Coca-Cola o slogan «primeiro estranha-se, depois emprenha-se».

Em 1930, fixou-se na sua residência final (a Campo de Ourique).

Aleister Crowley era um mágico inglês, decerto charlatão.

Pessoa terá colaborado na encenação de suposto suicídio de Crowley, na Boca do Inferno.

A revista presença foi grande divulgadora da poesia de Fernando Pessoa.

Classifica as orações sublinhadas.

Carta

(Toranja)

Não falei contigo com medo que os montes

e vales que me achas caíssem a teus pés...    

Acredito e entendo que a estabilidade lógica | ________

de quem não quer explodir faça bem ao escudo que és... | subordinada _______

 

Saudade é o ar que vou sugando e aceitando

como fruto de verão nos jardins do teu beijo...

Mas sinto que sabes que sentes também | subordinada ______

que num dia maior serás trapézio sem rede

a pairar sobre o mundo e tudo o que vejo...

 

É que hoje acordei e lembrei-me

Que sou mago feiticeiro | subordinada _______

Que a minha bola de cristal é folha de papel

Nela te pinto nua numa chama minha e tua.

 

Desconfio que ainda não reparaste | subordinada ________

que o teu destino foi inventado

por gira-discos estragados aos quais te vais moldando...

E todo o teu planeamento estratégico de sincronização do coração

são leis como paredes e tetos cujos vidros vais pisando... | subordinada ________

 

Anseio o dia em que acordares por cima de todos os teus números

raízes quadradas de somas subtraídas sempre com a mesma solução...

 

Podias deixar de fazer da vida um ciclo vicioso

harmonioso ao teu gesto mimado e à palma da tua mão...

 

É que hoje acordei e lembrei-me

Que sou mago feiticeiro

Que a minha bola de cristal é folha de papel

E nela te pinto nua

Numa chama minha e tua.

 

Desculpa, se te fiz fogo e noite sem pedir autorização por escrito

ao sindicato dos deuses, mas não fui eu que te escolhi. | coordenada _______

 

Desculpa, se te usei como refúgio dos meus sentidos | subordinada _______

pedaço de silêncios perdidos, que voltei a encontrar em ti... | subordinada ________

 

É que hoje acordei e lembrei-me | coordenada _______

Que sou mago feiticeiro...

 

... nela te pinto nua

Numa chama minha e tua.

 

Ainda magoas alguém

O tiro passou-me ao lado

Ainda magoas alguém

Se não te deste a ninguém,

magoaste alguém,

A mim... passou-me ao lado.

Escreve o texto comparativo pedido no item 2 de «Ponto de encontro», na p. 182. Podes recordar a Farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente, através dos esquemas e sinopses nas pp. 382-383. Não deixes de ler a letra da canção (e de a citar).

Gisela (Bárbara Tinoco)

Gisela, já tiveste tantos amantes,
Nenhum fazia amor a ouvir fado
E tu queres um que use cor-de-rosa
E o cabelo longo apanhado.

 

Gisela, tu queres que eu sirva p’ra mais
Do que abrir tampas na cozinha,
Que entenda que gostas de azul
Ou que não faça amor com a vizinha.

 

Gisela, tu queres um homem bom
Mas os homens bons já estão todos casados,
Sem sequer te conhecer, vê lá, a ousadia,
Ser feliz sem te ter encontrado.
Gisela, insistes num homem bom,
Só pedes um que não faça chorar o fado,
Um que não venha com defeito.
Onde se meteu o perfeito
Sem provar do teu fado?

 

Gisela, tu não queres um artista,
Sabes até demais como isso acaba,
Escolhe noutro ramo, olha, cientista,
E como esquecer aquele PT do ginásio?

 

Gisela, tu queres um homem bom
Mas os homens bons já estão todos casados,
Sem sequer te conhecer, vê lá, a ousadia,
Ser feliz sem te ter encontrado.
Gisela, insistes num homem bom,
Só pedes um que não faça chorar o fado,
Um que não venha com defeito,
Onde se meteu o perfeito
Sem provar do teu fado?

 

Gisela, já pensaste em mulheres?
Parece ser a solução
Ficavas bem ao lado de uma se quisesses.
Dá-me uma boa razão,
Gisela, porque não, nah, não!

 

Gisela, tu queres um homem bom
Mas os homens bons já estão todos casados
Sem sequer te conhecer, vê lá, a ousadia,
Ser feliz sem te ter encontrado.
Gisela, insistes num homem bom,
Só pedes um que não faça chorar o fado,
Um que não venha com defeito.
Onde se meteu o perfeito?

 

Deve andar com outra,
Deve andar com outra,
Sem provar do teu fado.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Itens de exame em torno de Aspeto

[2021, 1.ª fase, grupo II]

7. Tal como em «são» (linha 33), o valor aspetual genérico está presente em

(A) «se concretizar» (linha 7 [«é cada vez mais, ao longo da sua obra, «aquele que representa», sem se concretizar num género ou numa arte única»]).

(B) «troca» (linha 20 [«como manifesta com toda a evidência o painel Começar no átrio da Fundação Gulbenkian. Muda os materiais, troca de lugar as fronteiras, redistribui os signos, deixa correr a mesma energia por entre os frescos nas Gares Marítimas»]).

(C) «experimenta» (linha 28 [«Passa ainda por tapeçarias decorativas como quem experimenta rimas»]).

(D) «se confunde» (linha 30 [«a poesia não se confunde com a história das formas poéticas»]).

[2020, 2.ª fase, grupo II]

5. A forma verbal «estipula» (linha 4 [«A carta de amor estipula uma intimidade»]) exprime um valor aspetual genérico, tal como a forma verbal

(A) «queixa-se» (linha 14 [«Pessoa queixa-se do desinteresse de Ofélia»]).

(B) «têm» (linha 19 [«As Ofélias têm triste sorte na literatura»]).

(C) «escreve» (linha 24 [«A Emília, escreve: «Cada dia que passa, agora, me aproxima de si»]).

(D) «reencontramo-nos» (linha 26 [«Separamo-nos amigos, reencontramo-nos noivos»]).

TPC — Aproveita para as leituras de livros.

 

 

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