Aula 65-66
Aula
65-66 (9 [3.ª], 10/jan [1.ª,
4.ª]) Vai relendo o conto «Famílias
desavindas» (pp. 163-165), de Mário de Carvalho, que pedira que
lessem em casa. Escolhe a melhor alínea de cada item, circundando-a. Não
consultes nada além do próprio texto.
[Depois de reler ll.
1-6]
Os semáforos a pedal de que trata o conto
a) ainda existem, tal como outros idênticos na
Guatemala.
b) já não existem, tendo os últimos desaparecido
nos anos setenta, na Guatemala.
c) ainda existiam, à data da narração, ao
contrário dos da Guatemala.
d) nunca existiram, segundo o narrador, como se
perceberá ao longo do conto.
[ll. 7-14]
As garrafas de Bordéus eram
a) um dos negócios de Letelessier.
b) parte da estratégia para vender os semáforos.
c) elementos do «trânsito de carroças de vinho».
d) contrapartida oferecida pelo autarca.
Os semáforos foram colocados na
a) Ponte, primeiro; na Rua Fernão Penteado,
depois.
b) movimentada rua Fernão Penteado.
c) deserta rua Fernão Penteado, depois de vários
locais ponderados.
d) travessa de João Roiz de Castel-Branco.
[ll. 15-20]
Em «Durante a Primeira Guerra foi introduzida uma
melhoria» (ll. 18-19), «Durante a Primeira Guerra» e «uma melhoria» são,
respetivamente,
a) modificador do grupo verbal e complemento
direto.
b) modificador do grupo verbal e sujeito.
c) modificador de frase e complemento direto.
d) modificador do grupo verbal e predicativo do
sujeito.
«que a roda da frente era destituída de utilidade»
(ll. 19-20) é oração subordinada
a) adjetiva relativa restritiva e tem a função de
modificador restritivo do nome.
b) substantiva relativa e tem a função de sujeito.
c) substantiva completiva e tem a função de
complemento direto.
d) adjetiva relativa explicativa e tem a função de
modificador apositivo do nome.
[ll. 21-26]
Quanto à função sintática, «de que os concorrentes
soubessem andar de bicicleta» (22-23) é
a) complemento do nome.
b) complemento do adjetivo.
c) complemento direto.
d) complemento oblíquo.
O «que» na linha 24 desempenha a função de
a) sujeito.
b) complemento direto.
c) modificador restritivo do nome.
d) predicativo do sujeito.
Depreende-se que
a) o regulamento para semaforeiro foi revisto,
tendo, assim, sido escolhido Ramon.
b) foi contratado, por influências, alguém que não
cumpria as condições estipuladas.
c) a escolha de Ramon foi acertada porque
aprenderia a andar de bicicleta.
d) o esforço e boa vontade de Ramon foram
determinantes na seleção do semaforeiro.
[ll. 27-36]
Em termos de valor aspetual, «Por alturas da
Segunda Grande Guerra foi substituído pelo seu filho Ximenez» (ll. 27-28) é
a) perfetivo.
b) iterativo.
c) habitual.
d) imperfetivo.
Em termos de valor aspetual, «A administração
continua a pagar um vencimento modesto» (ll. 30-31) é
a) perfetivo.
b) iterativo.
c) habitual.
d) imperfetivo.
[ll. 37-39]
A personalização do semáforo é um conceito
a) verosímil, no contexto da narrativa, mas que
remete para o absurdo da situação.
b) inverosímil, abonado também na referência
inicial aos semáforos da Guatemala.
c) irrazoável, dado o restante enredo, e crítico
da maneira de ser dos portuenses.
d) fantástico, na medida em que personifica um
objeto inanimado.
[ll. 40-67]
«Sou um cidadão livre e desimpedido» (47), quanto
ao valor aspetual, é
a) imperfetivo.
b) genérico.
c) perfetivo.
d) habitual.
«Felizmente» (49-50) desempenha a função sintática
de
a) complemento oblíquo.
b) modificador de frase.
c) sujeito.
d) modificador do grupo verbal.
«descendentes casadoiros» (50) é
a) complemento direto.
b) complemento indireto.
c) sujeito.
d) predicativo do sujeito.
«Piora sempre os resultados» (l. 50) é frase
a) com valor modal apreciativo.
b) em que se reflete acerca das consequências do
casamento.
c) que pode ser lida como alusiva, por exemplo, a Amor
de Perdição.
d) com valor modal deôntico.
Os médicos João Pedro, João e Paulo eram,
respetivamente,
a) preocupado, modesto, explicativo.
b) proativo, incompetente, mais especulativo que
prático.
c) livre, inseguro, sonolento.
d) missionário, hesitante, falador.
[ll. 68-77]
«mota» (l. 70) pode ser considerado
a) complemento oblíquo.
b) truncação.
c) caso de parassíntese.
d) conversão.
[ll. 78-81]
No primeiro período deste parágrafo, «quem
dissesse que o semáforo ficou abandonado» é
a) oração subordinada substantiva relativa.
b) oração subordinada adjetiva relativa
restritiva.
c) oração subordinada adjetiva relativa
explicativa.
d) oração subordinada substantiva completiva.
«de remorsos» (80) é
a) modificador restritivo.
b) complemento oblíquo.
c) complemento do adjetivo.
d) predicativo do sujeito.
«enquanto o Paco não regressa» (81) é
a) modificador de frase.
b) modificador de grupo verbal.
c) complemento oblíquo.
d) oração adjetiva.
Os verdadeiros episódios 7
e 8 de 1986 (de que vimos apenas alguns trechos):
https://www.rtp.pt/play/p4460/e808307/1986;
https://www.rtp.pt/play/p4460/e808305/1986
Em Amor de Perdição, o obstáculo à paixão do jovem par amoroso (Simão
e Teresa) é — como em Romeu e Julieta,
de Shakespeare — o ódio entre as famílias dos pais. Na série 1986, criada por Nuno Markl, o namoro
Tiago-Marta é prejudicado pelo ódio entre o pai de Tiago (comunista) e o pai de
Marta (apoiante de Freitas do Amaral). Em «Famílias desavindas», de Mário de
Carvalho, o desfecho parece resolver um ódio de gerações. Começa por ler este
passo de Amor de Perdição,
de Camilo
Castelo Branco:
D. Rita pasmava da
transformação, e o marido, bem convencido dela, ao fim de cinco meses,
consentiu que seu filho lhe dirigisse a palavra.
Simão Botelho amava. Aí
está uma palavra única, explicando o que parecia absurda reforma aos dezassete
anos.
Amava Simão uma sua
vizinha, menina de quinze anos, rica herdeira, regularmente bonita e
bem-nascida. Da janela do seu quarto é que ele a vira a primeira vez, para
amá-la sempre. Não ficara ela incólume da ferida que fizera no coração do
vizinho: amou-o também, e com mais seriedade que a usual nos seus anos.
Os poetas cansam-nos a
paciência a falarem do amor da mulher aos quinze anos, como paixão perigosa,
única e inflexível. Alguns prosadores de romances dizem o mesmo. Enganam-se
ambos. O amor aos quinze anos é uma brincadeira; é a última manifestação do amor
às bonecas; é tentativa da avezinha que ensaia o voo fora do ninho, sempre com
os olhos fitos na ave-mãe, que está da fronde próxima chamando: tanto sabe a
primeira o que é amar muito, como a segunda o que é voar para longe.
Teresa de Albuquerque
devia ser, porventura, uma exceção no seu amor.
O magistrado e sua família
eram odiosos ao pai de Teresa, por motivos de litígios, em que Domingos Botelho
lhes deu sentenças contra. Afora isso, ainda no ano anterior dois criados de
Tadeu de Albuquerque tinham sido feridos na celebrada pancadaria da fonte. É,
pois, evidente que o amor de Teresa, declinando de si o dever de obtemperar e
sacrificar-se ao justo azedume de seu pai, era verdadeiro e forte.
E este amor era
singularmente discreto e cauteloso. Viram-se e falaram-se três meses, sem darem
rebate à vizinhança, e nem sequer suspeitas às duas famílias. O destino que
ambos se prometiam era o mais honesto: ele ia formar-se para poder sustentá-la,
se não tivessem outros recursos; ela esperava que seu velho pai falecesse para,
senhora sua, lhe dar, com o coração, o seu grande património. Espanta discrição
tamanha na índole de Simão Botelho, e na presumível ignorância de Teresa em
coisas materiais da vida, como são um património!
Na véspera da sua ida para
Coimbra, estava Simão Botelho despedindo-se da suspirosa menina, quando
subitamente ela foi arrancada da janela. O alucinado moço ouviu gemidos daquela
voz que, um momento antes, soluçava comovida por lágrimas de saudade. Ferveu-lhe
o sangue na cabeça; contorceu-se no seu quarto como o tigre contra as grades
inflexíveis da jaula. Teve tentações de se matar, na impotência de socorrê-la.
As restantes horas daquela noite passou-as em raivas e projectos de vingança.
Com o amanhecer esfriou-lhe o sangue e renasceu a esperança com os cálculos.
Camilo Castelo Branco, Amor
de Perdição, cap. II (trecho)
Aproveitando o teu
conhecimento de Amor de Perdição (e o
próprio passo que releste agora), o conto de Mário de Carvalho («Famílias
desavindas») — e até a situação na série 1986 —, trata do problema da
difícil coexistência de questões de honra familiar com os objetivos dos vários
protagonistas.
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TPC — Ir continuando leituras. Em termos de gramática, estudar
classificação de orações (em Gaveta de Nuvens, vale a pena ler ‘Coordenação e subordinação’, que contém toda esta matéria).
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