Saturday, September 07, 2024

Aula 65-66

Aula 65-66 (9 [3.ª], 10/jan [1.ª, 4.ª]) Vai relendo o conto «Famílias desavindas» (pp. 163-165), de Mário de Carvalho, que pedira que lessem em casa. Escolhe a melhor alínea de cada item, circundando-a. Não consultes nada além do próprio texto.

[Depois de reler ll. 1-6]

Os semáforos a pedal de que trata o conto

a) ainda existem, tal como outros idênticos na Guatemala.

b) já não existem, tendo os últimos desaparecido nos anos setenta, na Guatemala.

c) ainda existiam, à data da narração, ao contrário dos da Guatemala.

d) nunca existiram, segundo o narrador, como se perceberá ao longo do conto.

 

[ll. 7-14]

As garrafas de Bordéus eram

a) um dos negócios de Letelessier.

b) parte da estratégia para vender os semáforos.

c) elementos do «trânsito de carroças de vinho».

d) contrapartida oferecida pelo autarca.

 

Os semáforos foram colocados na

a) Ponte, primeiro; na Rua Fernão Penteado, depois.

b) movimentada rua Fernão Penteado.

c) deserta rua Fernão Penteado, depois de vários locais ponderados.

d) travessa de João Roiz de Castel-Branco.

 

[ll. 15-20]

Em «Durante a Primeira Guerra foi introduzida uma melhoria» (ll. 18-19), «Durante a Primeira Guerra» e «uma melhoria» são, respetivamente,

a) modificador do grupo verbal e complemento direto.

b) modificador do grupo verbal e sujeito.

c) modificador de frase e complemento direto.

d) modificador do grupo verbal e predicativo do sujeito.

 

«que a roda da frente era destituída de utilidade» (ll. 19-20) é oração subordinada

a) adjetiva relativa restritiva e tem a função de modificador restritivo do nome.

b) substantiva relativa e tem a função de sujeito.

c) substantiva completiva e tem a função de complemento direto.

d) adjetiva relativa explicativa e tem a função de modificador apositivo do nome.

 

[ll. 21-26]

Quanto à função sintática, «de que os concorrentes soubessem andar de bicicleta» (22-23) é

a) complemento do nome.

b) complemento do adjetivo.

c) complemento direto.

d) complemento oblíquo.

 

O «que» na linha 24 desempenha a função de

a) sujeito.

b) complemento direto.

c) modificador restritivo do nome.

d) predicativo do sujeito.

 

Depreende-se que

a) o regulamento para semaforeiro foi revisto, tendo, assim, sido escolhido Ramon.

b) foi contratado, por influências, alguém que não cumpria as condições estipuladas.

c) a escolha de Ramon foi acertada porque aprenderia a andar de bicicleta.

d) o esforço e boa vontade de Ramon foram determinantes na seleção do semaforeiro.

 

[ll. 27-36]

Em termos de valor aspetual, «Por alturas da Segunda Grande Guerra foi substituído pelo seu filho Ximenez» (ll. 27-28) é

a) perfetivo.

b) iterativo.

c) habitual.

d) imperfetivo.

 

Em termos de valor aspetual, «A administração continua a pagar um vencimento modesto» (ll. 30-31) é

a) perfetivo.

b) iterativo.

c) habitual.

d) imperfetivo.

 

[ll. 37-39]

A personalização do semáforo é um conceito

a) verosímil, no contexto da narrativa, mas que remete para o absurdo da situação.

b) inverosímil, abonado também na referência inicial aos semáforos da Guatemala.

c) irrazoável, dado o restante enredo, e crítico da maneira de ser dos portuenses.

d) fantástico, na medida em que personifica um objeto inanimado.

 

[ll. 40-67]

«Sou um cidadão livre e desimpedido» (47), quanto ao valor aspetual, é

a) imperfetivo.

b) genérico.

c) perfetivo.

d) habitual.

 

«Felizmente» (49-50) desempenha a função sintática de

a) complemento oblíquo.

b) modificador de frase.

c) sujeito.

d) modificador do grupo verbal.

 

«descendentes casadoiros» (50) é

a) complemento direto.

b) complemento indireto.

c) sujeito.

d) predicativo do sujeito.

 

«Piora sempre os resultados» (l. 50) é frase

a) com valor modal apreciativo.

b) em que se reflete acerca das consequências do casamento.

c) que pode ser lida como alusiva, por exemplo, a Amor de Perdição.

d) com valor modal deôntico.

 

Os médicos João Pedro, João e Paulo eram, respetivamente,

a) preocupado, modesto, explicativo.

b) proativo, incompetente, mais especulativo que prático.

c) livre, inseguro, sonolento.

d) missionário, hesitante, falador.

 

[ll. 68-77]

«mota» (l. 70) pode ser considerado

a) complemento oblíquo.

b) truncação.

c) caso de parassíntese.

d) conversão.

 

[ll. 78-81]

No primeiro período deste parágrafo, «quem dissesse que o semáforo ficou abandonado» é

a) oração subordinada substantiva relativa.

b) oração subordinada adjetiva relativa restritiva.

c) oração subordinada adjetiva relativa explicativa.

d) oração subordinada substantiva completiva.

 

«de remorsos» (80) é

a) modificador restritivo.

b) complemento oblíquo.

c) complemento do adjetivo.

d) predicativo do sujeito.

 

«enquanto o Paco não regressa» (81) é

a) modificador de frase.

b) modificador de grupo verbal.

c) complemento oblíquo.

d) oração adjetiva.

 

Os verdadeiros episódios 7 e 8 de 1986 (de que vimos apenas alguns trechos):

https://www.rtp.pt/play/p4460/e808307/1986;

https://www.rtp.pt/play/p4460/e808305/1986

Em Amor de Perdição, o obstáculo à paixão do jovem par amoroso (Simão e Teresa) é — como em Romeu e Julieta, de Shakespeare — o ódio entre as famílias dos pais. Na série 1986, criada por Nuno Markl, o namoro Tiago-Marta é prejudicado pelo ódio entre o pai de Tiago (comunista) e o pai de Marta (apoiante de Freitas do Amaral). Em «Famílias desavindas», de Mário de Carvalho, o desfecho parece resolver um ódio de gerações. Começa por ler este passo de Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco:

D. Rita pasmava da transformação, e o marido, bem con­vencido dela, ao fim de cinco meses, consentiu que seu filho lhe dirigisse a palavra.

Simão Botelho amava. Aí está uma palavra única, explicando o que parecia absurda reforma aos dezassete anos.

Amava Simão uma sua vizinha, menina de quinze anos, rica herdeira, regularmente bonita e bem-nascida. Da janela do seu quarto é que ele a vira a primeira vez, para amá-la sempre. Não ficara ela incólume da ferida que fizera no coração do vizinho: amou-o também, e com mais seriedade que a usual nos seus anos.

Os poetas cansam-nos a paciência a falarem do amor da mulher aos quinze anos, como paixão perigosa, única e inflexível. Alguns prosadores de romances dizem o mesmo. Enganam-se ambos. O amor aos quinze anos é uma brincadeira; é a última manifestação do amor às bonecas; é tentativa da avezinha que ensaia o voo fora do ninho, sempre com os olhos fitos na ave-mãe, que está da fronde próxima chamando: tanto sabe a primeira o que é amar muito, como a segunda o que é voar para longe.

Teresa de Albuquerque devia ser, porventura, uma exceção no seu amor.

O magistrado e sua família eram odiosos ao pai de Teresa, por motivos de litígios, em que Domingos Botelho lhes deu sentenças contra. Afora isso, ainda no ano anterior dois criados de Tadeu de Albuquerque tinham sido feridos na celebrada pancadaria da fonte. É, pois, evidente que o amor de Teresa, declinando de si o dever de obtemperar e sacrificar-se ao justo azedume de seu pai, era verdadeiro e forte.

E este amor era singularmente discreto e cauteloso. Viram-se e falaram-se três meses, sem darem rebate à vizinhança, e nem sequer suspeitas às duas famílias. O destino que ambos se prometiam era o mais honesto: ele ia formar-se para poder sustentá-la, se não tivessem outros recursos; ela esperava que seu velho pai falecesse para, senhora sua, lhe dar, com o coração, o seu grande património. Espanta discrição tamanha na índole de Simão Botelho, e na presumível ignorância de Teresa em coisas materiais da vida, como são um património!

Na véspera da sua ida para Coimbra, estava Simão Botelho despedindo-se da suspirosa menina, quando subitamente ela foi arrancada da janela. O alucinado moço ouviu gemidos daquela voz que, um momento antes, soluçava comovida por lágrimas de saudade. Ferveu-lhe o sangue na cabeça; contorceu-se no seu quarto como o tigre contra as grades inflexíveis da jaula. Teve tentações de se matar, na impotência de socorrê-la. As restantes horas daquela noite passou-as em raivas e projectos de vingança. Com o amanhecer esfriou-lhe o sangue e renasceu a esperança com os cálculos.

Camilo Castelo Branco, Amor de Perdição, cap. II (trecho)

Aproveitando o teu conhecimento de Amor de Perdição (e o próprio passo que releste agora), o conto de Mário de Carvalho («Famílias desavindas») — e até a situação na série 1986 —, trata do problema da difícil coexistência de questões de honra familiar com os objetivos dos vários protagonistas.

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TPC — Ir continuando leituras. Em termos de gramática, estudar classificação de orações (em Gaveta de Nuvens, vale a pena ler ‘Coordenação e subordinação’, que contém toda esta matéria).

 

 

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