Sunday, September 08, 2024

Aula 4-5

Aula 4-5 (19 [3.ª], 20/set [1.ª, 4.ª]) Correção de «As minhas coisas favoritas». Debruça-te sobre o poema na p. 33 — «A ceifeira», de Fernando Pessoa. Completa as lacunas nas respostas que se seguem.

[Sobre as três primeiras estrofes (1-3), em que o poeta se detém na ceifeira]

Como caracteriza o poeta o canto da ceifeira?

O canto da ceifeira brota de uma voz simultaneamente alegre e _______, é suave e musical como um ______.

Que recursos estilísticos melhor contribuem para essa caracterização?

A expressão «a sua voz, cheia / de alegre e anónima viuvez» (vv. 3-4) contém uma dupla ______ e um paradoxo expressivos; igualmente significante é a metáfora «_____» (v. 5).

A «pobre ceifeira» canta, «julgando-se feliz» (1-2). Explica o efeito semântico da anteposição do adjetivo «pobre» ao nome «ceifeira».

O adjetivo «pobre», anteposto ao substantivo «ceifeira», expressa a apreciação {escolhe} subjetiva/objetiva que o sujeito poético faz da mulher — ‘pobre’, porque não sabe. Se o mesmo adjetivo estivesse colocado depois do substantivo, indicaria a condição social da ceifeira (e teria então o seu valor {escolhe} conotativo/denotativo).

O que sente o poeta ao ouvir o canto?

Ao ouvir o canto, o poeta sente-se, paradoxalmente, ____ e ____.

[Sobre as três estrofes finais (4-6), em que o poeta se analisa a si próprio]

«Ah, canta, canta sem razão! / O que em mim sente ‘stá pensando» (vv. 13/14). Mostra como estes versos exprimem a antítese ceifeira/poeta (sentir/pensar).

A ceifeira canta «sem razão», isto é, sem pensar. Pelo contrário, o sujeito poético, que sente tristeza e alegria ao ouvir o canto, pensa no que sente, não consegue sentir sem ____. Nele, a sensação converte-se em ______, intelectualiza-se.

Explicita a ambição paradoxal que o poeta expressa no final do poema.

O poeta gostaria de ser a ceifeira com a sua «alegre inconsciência», o que é o mesmo que dizer que gostaria de sentir sem pensar, mas gostaria, simultaneamente, de ser ele mesmo, de ter a consciência de ser ________. O que o poeta deseja, afinal, é unir o sentir ao ______.

«A ciência / pesa tanto e a vida é tão breve!» (vv. 20-21). Que sentimentos o poeta exprime com esta afirmação?

É com tristeza e desolação que o poeta afirma a consciência que tem do peso da ciência, do pensamento, que impede que a vida, que é tão breve, seja vivida inconsciente e _____.

Identifica o desejo que o poeta expressa no final do poema (vv. 19-24).

No final do poema, o poeta exprime o desejo de se deixar invadir e conduzir pelas sensações despertadas pela _______ — o céu, o campo — e pelo canto da ceifeira. Este desejo de sentir equivale ao desejo de não _____.

Veremos um sketch com ceifeiras (série Barbosa) que nos mostra um «mundo ao contrário» do de Pessoa. A genuinidade das ceifeiras é aqui procurada por um jornalista que, se não lhes inveja a inocência, pelo menos acredita na sua espontaneidade, que pretende aproveitar numa reportagem «etnográfica». Esta presunção de superioridade — o jornalista crê ser mais racional do que a boa gente do campo, que julga submissa — vai ser beliscada pela progressiva revelação das alegadas simples mulheres rústicas.

Passa ao poema, também do Pessoa ortónimo, «Gato que brincas na rua» (na p. 32). Porei no quadro o que pretendo faças com ele:

Estabelece a relação entre os dois textos («Gato que brincas na rua» e «A ceifeira»), no que diz respeito ao desejo impossível expresso em ambos — compatibilizar o sentir e o pensar. Inclui duas ou três citações de «Gato que brincas na rua». Cerca de cem palavras. A caneta.

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«Pensar Cansa» (Fricção Científica, por Isilda Sanches) 

TPC — Em Gaveta de Nuvens«Carta deFernando Pessoa a Adolfo Casais Monteiro sobre a génese dos heterónimos».

 

 

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