Aula 4-5
Aula 4-5 (19 [3.ª], 20/set [1.ª,
4.ª]) Correção de «As minhas coisas favoritas». Debruça-te sobre o poema na p.
33 — «A ceifeira», de Fernando Pessoa. Completa as lacunas
nas respostas que se seguem.
[Sobre as três primeiras estrofes (1-3), em que o
poeta se detém na ceifeira]
Como
caracteriza o poeta o canto da ceifeira?
O
canto da ceifeira brota de uma voz simultaneamente alegre e _______, é suave e
musical como um ______.
Que
recursos estilísticos melhor contribuem para essa caracterização?
A
expressão «a sua voz, cheia / de
alegre e anónima viuvez» (vv. 3-4) contém uma dupla ______ e um paradoxo
expressivos; igualmente significante é a metáfora «_____» (v. 5).
A
«pobre ceifeira» canta, «julgando-se feliz» (1-2). Explica o efeito semântico
da anteposição do adjetivo «pobre» ao nome «ceifeira».
O
adjetivo «pobre», anteposto
ao substantivo «ceifeira», expressa
a apreciação {escolhe}
subjetiva/objetiva que o sujeito poético faz da mulher — ‘pobre’, porque não
sabe. Se o mesmo adjetivo estivesse colocado depois do substantivo, indicaria a
condição social da ceifeira (e teria então o seu valor {escolhe} conotativo/denotativo).
O
que sente o poeta ao ouvir o canto?
Ao
ouvir o canto, o poeta sente-se, paradoxalmente, ____ e ____.
[Sobre as três estrofes finais (4-6), em que o poeta se analisa a si próprio]
«Ah,
canta, canta sem razão! / O que em mim sente ‘stá pensando» (vv. 13/14). Mostra
como estes versos exprimem a antítese ceifeira/poeta (sentir/pensar).
A
ceifeira canta «sem razão», isto é, sem pensar. Pelo contrário, o sujeito
poético, que sente tristeza e alegria ao ouvir o canto, pensa no que sente, não
consegue sentir sem ____. Nele, a sensação converte-se em ______,
intelectualiza-se.
Explicita
a ambição paradoxal que o poeta expressa no final do poema.
O
poeta gostaria de ser a ceifeira com a sua «alegre inconsciência», o que é o mesmo que dizer que
gostaria de sentir sem pensar, mas gostaria, simultaneamente, de ser ele mesmo,
de ter a consciência de ser ________. O que o poeta deseja, afinal, é unir o
sentir ao ______.
«A
ciência / pesa tanto e a vida é tão breve!» (vv. 20-21). Que sentimentos o
poeta exprime com esta afirmação?
É com tristeza e desolação que o poeta afirma a consciência que
tem do peso da ciência, do pensamento, que impede que a vida, que é tão breve,
seja vivida inconsciente e _____.
Identifica
o desejo que o poeta expressa no final do poema (vv. 19-24).
No
final do poema, o poeta exprime o desejo de se deixar invadir e conduzir pelas
sensações despertadas pela _______ — o céu, o campo — e pelo canto da ceifeira.
Este desejo de sentir equivale ao desejo de não _____.
Veremos um sketch
com ceifeiras (série Barbosa) que nos mostra um «mundo ao contrário» do de
Pessoa. A genuinidade das ceifeiras é aqui procurada por um jornalista que, se
não lhes inveja a inocência, pelo menos acredita na sua espontaneidade, que
pretende aproveitar numa reportagem «etnográfica». Esta presunção de
superioridade — o jornalista crê ser mais racional do que a boa gente do campo,
que julga submissa — vai ser beliscada pela progressiva revelação das alegadas
simples mulheres rústicas.
Passa ao poema, também do Pessoa ortónimo, «Gato que brincas
na rua» (na p. 32). Porei no quadro o que pretendo faças com ele:
Estabelece a relação entre os dois textos («Gato
que brincas na rua» e «A ceifeira»), no que diz respeito ao desejo impossível
expresso em ambos — compatibilizar o sentir e o pensar. Inclui duas ou três
citações de «Gato que brincas na rua». Cerca de cem palavras. A caneta.
. . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . .
«Pensar Cansa» (Fricção Científica, por Isilda Sanches)
TPC
— Em Gaveta de Nuvens lê «Carta deFernando Pessoa a Adolfo Casais Monteiro sobre a génese dos heterónimos».
#
<< Home